E aí [Música] E aí e o que é justiça climática as mudanças climáticas chegaram entre ondas e calor que causam recorde de temperatura no Rio Grande do Sul e Chuvas que causam grandes alagamentos na Bahia Antes de nós já estão sentindo na pele os efeitos da ação humana no clima mas isso não significa que os danos causados e a responsabilidade pelos eventos climáticos extremos sejam distribuídos igualmente infelizmente está cada vez mais claro que caso nada seja feito os mais afetados serão aqueles que menos contribuíram para a crise E aí [Música] e ao contrário do que
vemos em outros seres vivos os humanos apresentam uma variação muito grande do tamanho do impacto que causam a seu ambiente as emissões de carbono não são exceção diferentes países classes sociais e estilos de vida apresentam níveis de emissão de Gases responsáveis pelo efeito estufa muito diferentes entre si pensando nisso pesquisadores Já tentaram calcular qual a responsabilidade que diferentes países têm pela emergência e climática um exemplo é esse trabalho publicado na agência the planetary Health eles calcularam quanto o gás carbônico cada país poderia emitir baseado no tamanho da sua população e compararam com quanto de fato
foi emitido para saber qual a parcela de responsabilidade que cada país tem pelo excesso de gás carbônico na atmosfera O resultado é esse aí que você vê na tela os Estados Unidos sozinhos são responsáveis por quase metade do excesso de emissões seguido pela é um pouco mais um quarto e pelo resto do Norte global os países do sul Global emitiram apenas oito por cento do excesso Talvez você esteja percebendo uma relação entre a riqueza de um país e as emissões de gás carbônico esse gráfico do World inteira ajuda a visualizar isso ele mostra que a
metade mais rica dos países emitir oitenta e Seis por cento do carbono enquanto a metade mais pobre fica apenas com quatorze por cento das emissões desde a década de 1990 pesquisadores e ativistas apontam que os países do Norte Global enriqueceram através da exploração de recursos naturais degradação do meio ambiente dos países do sul ou como colocado pelo sociólogo James Rizzi o desenvolvimento histórico do Norte e seus níveis atuais de produção e consumo dependem de um subsídio sócio-ecológico imposto aos países do sul esse subsídio refere-se ao pagamento o suficiente e às vezes aos aqui explícito dos
recursos naturais e da força de trabalho dos países do sul do relatório da ONG and out exploring detalhes essa relação EA ponto que é impossível separar essa desigualdade do colonialismo que marca a história mundial também aponta o papel das dívidas externas que levam países do sul há de agradar seus biomas para produzir commodities enquanto tentam quitar essas dívidas para os autores o norte já gastou a maior parte do seu saldo de carbono e os níveis de produção e consumo desses países são insustentáveis a longo prazo eles concluem que hoje o norte possui uma dívida climática
com os países do soro já houve tentativa de quantificar essa dívida um artigo publicado na pnrs em 2008 fez esse exercício chegou à conclusão que os valores são muito maiores do que 1,8 trilhões de dólares que os países pobres possuem dívida externa com os países ricos a e de onde também já Acre tô mostrando quais países são credores e devedores das a dívida climática mostrados em tons de azul e laranja respectivamente alguns países desenvolvidos também mais caro um suas emissões exportando as para os países mais pobres isso acontece porque muitas as formas de medir as
emissões de um país levam em consideração apenas o carbono emitido na produção de um produto E não no seu consumo dessa forma é possível um país possui níveis altíssimos e consumo deixando que quem paga a conta climática seja outro por exemplo um celular produzido na China que vai ser vendido e usado nos Estados Unidos seria contabilizado na China mesmo que quem vá desfrutar desse produto esteja nos Estados Unidos mas hoje já é possível medir as emissões por consumo e quando isso é feito vemos que 22 por cento das emissões mundiais e vender produtos produzidos em
um país mais consumidos em outro a escolha dos países não exemplo não foi acidental esse mapa produzido pela carvão e deixa bem claro que Estados Unidos e China são respectivamente o maior exportador e maior importador de carbono do mundo Apesar da grande quantidade de carbono transferido nessas relações devido ao tamanho de suas populações o impacto dessas transferências nas emissões totais dos dois países é pequenos já alguns outros lugares como Suíça a singapure Kong podem ter suas emissões per capita duplicadas ou até triplicados quando as emissões para consumo são contabilizados e apesar de análise por país
e ser muito reveladora em alguns sentidos ela pode escolher outra forma de desigualdade a de classe mesmo dentro de um mesmo país é evidente que os muito mas muito ricos são responsáveis por uma parcela muito maior das emissões de carbono e de acordo com relatório da oxfam os 10 por cento mais ricos do mundo é mentira 52 por cento do gás carbônico enquanto cinquenta por cento mais pobres emitiram apenas sete porcento um por cento mais ricos sozinho emitiu quinze por cento do carbono mundial e essas desigualdades estão se aprofundando os cinco por cento mais ricos
são responsáveis por 37 por cento do crescimento nas emissões entre 1990 e 2015 enquanto os cinquenta por cento mais pobres apenas por seis por cento desse crescimento a relevância desta desigualdade fica Clara Quando pensamos em como ela se relaciona com os O que temos para proteção do planeta com um por cento mais rico emitir mais de 30 vezes o que deveria para mantermos o aquecimento do planeta dentro do limite de um grau e meio acima dos níveis pré-industriais como estabelecido No acordo de Paris gel 50 por cento mais pobres bem as emissões eles já estão
abaixo do necessário em português Claro os bilionários e milionários são de longe os maiores responsáveis pela emergência climática também podemos pensar na responsabilidade pela emergência climático olhando para as empresas análise capilar Mas ficam tablet mostraram que 35 por cento das emissões de carbono entre 1965/2018 podem ser ligados apenas 20 empresas todas do ramo de combustíveis fósseis incluindo o carvão petróleo e gás e da produção de cimento a maior poluidora é a saudi aramco responsável por mais de quatro por cento das emissões no período uma empresa brasileira aparece nesse ranking em 20º lugar e a Petrobras
com pouco mais de 0,5 por cento das emissões mundiais no período e E aí é da mesma maneira que diferente para esse tem contribuições diferentes para as mudanças climáticas eles também serão afetados se forma diferente por elas isso pode acontecer tanto por questões geográficas como ilhas de altitude muito baixa que por isso ficam muito vulneráveis a elevação do nível do mar quanto por questões socioeconômicas que levam países mais pobres a terem uma menor capacidade de se adaptar às mudanças e de se reconstruir após eventos extremos a nossa ideia Global adaptativa initiative produz um ranking tentando
avaliar essas duas dimensões para determinar quais países serão os mais impactados de acordo com eles os países mais preparados para as mudanças climáticas são a Noruega Nova Zelândia Finlândia e Suíça enquanto na outra ponta do ranking se encontram chá de república centro-africana eritréia guiné-bissau e república democrática do Congo o Brasil se encontra na 94ª posição próxima e os países latino-americanos como peru México Paraguai e Colômbia estamos na posição 64 no ranking de vulnerabilidade aos eventos climáticos o que nos puxa mais para baixo é a posição 126 no ranking de capacidade de adaptação a eles mas
assim como na questão das responsabilidades não podemos analisar responder habilidades apenas em nível de país dentro de um mesmo país as dinâmicas de classe raça gênero e idade podem deixar alguns segmentos da população mais vulneráveis do que outros um relatório de 2017 do departamento das Nações Unidas para assuntos econômicos e sociais mostra como pessoas mais pobres são as mais afetadas pela emergência climática de três formas diferentes primeiro elas estão mais expostas aos efeitos do clima como populações mais pobres sendo obrigados a viver em regiões sujeitas a deslizamentos ou alagamentos é lindo mesmo Se tiverem o
mesmo nível de exposição ao evento elas estão mais suscetíveis aos seus efeitos como um pessoas em uma casa sem ar condicionado sofreram muito mais com uma onda de calor do que uma pessoa que conta com um equipamento em terceiro populações mais pobres tem uma menor capacidade de se recuperar do dano causado Imagine como é mais fácil se recuperar depois de perder todos os seus bens sejam alagamento se você tiver uma conta bancária recheada si mesmo relatório aponta para a existência de desigualdades raciais indicamos que na América Latina por exemplo indígenas e negros são muito mais
afetados pelos eventos climáticos extremos podemos falar também na existência do racismo ambiental que muitas vezes leva a povos tradicionais até seu estilo de vida destruindo para promover uma forma predatória de desenvolvimento muitos estudos também buscar entender o impacto do gênero na vulnerabilidade aos eventos climáticos e acabam breivik avisou muitos desses estudos e mostrou que 69 por cento deles indicam que as mulheres serão mais afetados pela emergência climática 23 por cento apontavam maior vulnerabilidade dos homens e nove porcento no relatavam diferenças quando esses estudos são separados por qual o efeito eles tentam prever é possível observar
que os homens são mais vulneráveis apenas a transmissão de doenças infecciosas causadas por eventos climáticos extremos as mulheres por outro lado são as mais atingidas em termos de morte e ferimentos em segurança alimentar doenças psiquiátricas e saúde reprodutiva a conta paga pelos jovens também será maior do que a dos mais velhos um artigo publicado na revista Science estimou que uma pessoa que nascer na década de 2020 será exposta até sete vezes mais eventos climáticos extremos não decorrer da sua vida do que uma aqui nasceu na década de 1960 os jovens também terão a forçar bem
mais do que os mais velhos para conseguir manter o planeta dentro do limite de aquecimento de 1,5 graus Celsius do acordo de Paris de acordo com a KaBuM grife crianças nascidas hoje terão que emitir 8x - carbono que seus avós Se quisermos Alcançar a meta G1 E aí é um perigo que se escondem em tudo o que foi discutido até aqui é a possibilidade da formação de um ciclo vicioso que aprofunde cada vez mais as desigualdades já existentes citando mais uma vez o relatório do departamento das Nações Unidas para assuntos econômicos e sociais entre 1995
e 2015 os países ricos perderão apenas 0,2 por cento do seu PIB para desastres climáticos já entre os países mais pobres essas pessoas chegam a cinco porcento basicamente a maior exposição e vulnerabilidade dos grupos desfavorecidos aos eventos climáticos gera uma maior perda de bens e de renda que por sua vez aumenta a desigualdade gerando maior exposição e vulnerabilidade Vale lembrar que a própria desigualdade leva a maiores emissões de gases estufas o que aumenta os eventos climáticos extremos reforçando ainda mais o ciclo o relatório também aponta a existência de um ciclo vicioso que atinge as minorias
raciais usando como exemplo o caso do furacão Katrina que atingiu a região de Nova Orleans Estados Unidos em 2005 eles mostram que o investimento mais baixo em bairros maioria racializada' dificultou a sua recuperação depois do desastre sendo que a lentidão da recuperação foi usada para justificar uma redução ainda maior de investimentos criando um ciclo vicioso o setor privado também já se prepara para retirar os investimentos dos países que estão em maior risco agência de classificação de riscos Thunder de um curso Já publicou em 2014 um relatório indicando em quais países seria mais arriscado investir devido
às mudanças climáticas isso pode levar os países mais vulneráveis até o acesso ao crédito dificultado e as individar mais mais uma vez exacerbam das desigualdades [Música] ao constatar o problema é apenas o primeiro passo em seguida temos que pensar em como corrigir essas injustiças o primeiro passo é óbvio conter emergência temática alguns efeitos da destruição do planeta já são inevitáveis mas se conseguimos manter o aquecimento dentro do limite de um grau e meio ainda é possível evitar os efeitos mais graves mas o plano para alcançar esse objetivo precisa levar em consideração os interesses das pessoas
mais vulneráveis é o conceito conhecido como Justin transition transição justa em uma tradução livre por exemplo ao substituir as fontes de energia fóssil por renováveis é necessário garantir de alguma forma a subsistência e reinserção no mercado de trabalho dos trabalhadores do ramo Pode parecer algo Óbvio mas o que não faltam são falsas soluções que recebem bastante atenção da mídia e governos que na verdade só Profundas desigualdades é impressionante o tesão que rico tem a salvar o planeta ganhando dinheiro em impressionante cara outros princípios também já surgiram nos debates sobre justiça climática e podem nortear o
processo de transição por exemplo o princípio do poluidor-pagador que estabelece que todos os custos gerados pela poluição devem ser Arcadas por quem poluiu se não deveria ser Óbvio Pois é deveria também existe o princípio das responsabilidades comuns porém diferenciadas que estava essa que todos possuem responsabilidade sobre o meio ambiente mas aqueles que têm maior capacidade deve assumir uma responsabilidade maior nas ações de proteção além dessas medidas de mitigação é preciso atuar para garantir adaptação dando uma atenção especial às Comunidades mais carentes e como já vimos o Brasil não está se saindo muito bem nisso outra
estratégia que só são usados São os litígios climáticos o uso de práticas jurídicas para promover avanço das o meu gerência climática um exemplo dessa estratégia em Ação foi a da organização ambiental holandesa biodefense contra a petroleira Shell que resultou em uma condenação da empresa em Maio de dois mil e 21 e a obrigação de redução das emissões em 45 porcento até 2030 não podemos esquecer do Papel importantíssimo que os movimentos sociais tem desempenhado tanto em protestar contra as injustiças quanto em construir alternativas mas para de fato enfrentar essas injustiças pode ser necessário enfrentar as suas
causas mais fundamentais que se encontram no próprio sistema capitalista como foi apontado pelo gerenciar sirvo Almeida em sua coluna na Folha de São Paulo ações necessárias para mitigar os efeitos das mudanças climáticas não se reduzem ao plano moral dependem de transformações no nível da economia política o dilema é que estamos diante da duríssima realidade de que a destruição do meio ambiente está em conexão com a reprodução das formas e do capitalismo cuja racionalidade não leva em conta a possível eliminação da vida na Terra quando enxergamos isso fica fácil entender porque é um dos slogans mais
usados por aqueles que lutam pela justiça climática é mude o sistema não o clima o [Aplausos] roteiro do vídeo que você acabou de ver foi escrito pela Sofia ela tá sempre arrancando novos lugares para falar de ciência e sempre que ela faz alguma coisa nova ela Avisa Lá no Twitter então se você quer ouvir ela falar de ciência e às vezes de outras coisas também pode seguir lá@lente vermelha [Aplausos] e o Vitória mantido graças a uma campanha de financiamento coletivo quem participa aparece aqui no finalzinho para receber o nosso agradecimento hoje a gente vê o
Lucas que manda para achar a mensagem que segue querida Charlie Simpson mas conhecida como Museu se você ganhasse um real para cada sorriso gargalhada e outros sentimentos positivos que gerem mim você seria a pessoa mais rica da terra está com você é isso é ser rico de amor de companheirismo de alegria e palhaçada tenho convicção que desse jeito chegaremos fácil ao 100 aninhos junto te amo muito e valeu gente beijo e