O que tem no disco da Voyager?

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Dobra Espacial
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Video Transcript:
Esse vídeo conta com o apoio do Cambly, que disponibilizou um desconto especial para os inscritos do canal. Mais sobre isso daqui a pouco! Você provavelmente já viu isso antes.
Este é o Disco Dourado das sondas Voyager. E esta era sua capa protetora com instruções sobre como tocá-lo e como encontrar o nosso Sistema Solar. Gravado nas ranhuras dos dois discos à bordo das sondas Voyager 1 e Voyager 2 estão sons e imagens que contam um pouco sobre a nossa espécie na esperança de que criaturas extraterrestres conscientes e inteligentes os encontrem em algum momento em um futuro distante.
Mas o que exatamente há nestes discos? Como o conteúdo foi escolhido? E como gravaram imagens em um disco que funciona essencialmente da mesma forma que um disco de vinil?
Bom, vamos falar sobre isso! Em 20 de Agosto de 1977, a sonda Voyager 2 foi lançada ao espaço por um foguete Titan IIIE. Poucos dias depois, em 5 de Setembro do mesmo ano, sua sonda irmã, a Voyager 1, também foi lançada.
Ambas se aproveitariam de um alinhamento bastante especial dos planetas do Sistema Solar e que só acontece a cada 175 anos. E elas visitariam Júpiter, Saturno, Titan, Urano e Netuno. E depois disso, suas trajetórias as levariam para longe do Sistema Solar.
Mesmo a uma distância enorme, elas continuam se comunicando com operadores na Terra através da Deep Space Network. Apesar de terem funcionalidades bem mais limitadas hoje em dia, suas missões já duram mais de 43 anos e elas devem continuar ativas até 2025 ou um pouco mais. Suas durabilidades surpreendentes são grandes testemunhos da competência das pessoas que trabalharam nelas e é algo quase poético quando lembramos de um item muito especial que viaja rumo ao espaço interestelar à bordo de ambas as sondas e que foi feito para durar mais do que a nossa própria espécie: os Discos Dourados das Voyager.
Gravado nestes disco estão imagens e sons que contam um pouco sobre a humanidade e sobre o nosso planeta. Uma recordação da existência da nossa espécie, das nossas conquistas, do nosso avanço tecnológico, das nossas culturas, das nossas capacidades e da nossa arte. Há uma pequena chance de que daqui a milhões ou bilhões de anos uma civilização extraterrestre avançada o suficiente encontre estes objetos e tenha a oportunidade de aprender um pouco sobre a gente.
Nestes discos tais seres poderão ouvir saudações em diversos idiomas, músicas e sons da Terra. E também poderão ver 116 imagens cuidadosamente escolhidas. Mas para ver tais imagens, os destinatários destas mensagens interestelares precisarão decifrar isso.
Se você tivesse que resumir o que nós fomos, as coisas que fizemos, no que acreditamos e do que fomos capazes durante toda a nossa história, o que você diria? Você falaria sobre as coisas grandiosas que fizemos, como o pouso na Lua, a erradicação da varíola, por exemplo? Você deixaria de fora ou incluiria coisas horríveis como a Escravidão, as Guerras, o Holocausto, o Apartheid?
Você falaria sobre as conquistas e fracassos coletivos ou incluiria histórias de indivíduos? A tarefa de resumir a humanidade é inevitavelmente exclusiva. Não há como falar sobre tudo, uma mensagem dessas vai ser sempre incompleta.
Mas isso não significa que não possamos tentar. Mas não é só sobre o que falar, é também como falar. Nós temos problemas para traduzir registros feitos por outro seres humanos há apenas algumas centenas de anos.
E não estaremos apenas enviando uma mensagem para outra espécie que não sabemos nada sobre, também estaremos enviando uma mensagem para o futuro. Se um desses registros for encontrado milhões ou bilhões de anos no futuro, a superfície da Terra estará profundamente alterada. O sistema solar estará profundamente alterado.
Nós, como nós nos conhecemos nos dias de hoje, não estaremos aqui. O disco da Voyager não foi a primeira vez que tentamos criar uma mensagem na garrafa para um oceano cósmico. 5 anos antes das Voyager, duas sondas Pioneer se tornaram os primeiros objetos feitos por humanos em trajetórias destinadas ao espaço interestelar.
Duas placas feitas por Carl Sagan, Frank Drke e Linda Salzman foram presas a estas sondas. No canto superior esquerdo dela, podemos ver um símbolo que representa um átomo de hidrogênio com um próton e um elétron transicionando entre dois níveis de energia. Quando um átomo de hidrogênio faz isso ele emite uma onda eletromagnética com um comprimento de onda de cerca de 21 centímetros e com um período de cerca de 0,7 nanossegundos.
Então isso nos dá uma unidade de tempo e uma unidade de distância para trabalhar. E considerando que o hidrogênio é o elemento mais abundante no universo e alienígenas inteligentes o suficiente para interceptarem estas sondas provavelmente também são capazes de entender essa relação, há uma boa chance de sermos entendidos pelo menos nessa parte. O diagrama logo abaixo disso representa a posição do nosso Sol em relação a uma série de pulsares na galáxia.
O Sol, no centro, é acompanhado por uma série de linhas que representam as posições dos pulsares em relação a ele e números em binário que expressam seus períodos de pulsação correspondentes. Os comprimentos destas linhas representam as distâncias relativas destes pulsares até o Sol. E essa linha, que se estende até o lado direito da placa, indica a distância relativa do Sol até o centro da galáxia.
Na parte de baixo da placa há um diagrama mostrando o nosso sistema solar e seus planetas, incluindo Plutão, que hoje é considerado um planeta anão. Junto a cada planeta, números em binário indicam a distância relativa até o Sol. E partindo da Terra uma seta indica a trajetória pela qual as sondas passariam, passando por Júpiter e deixando o sistema solar.
Na parte direita da placa há o desenho feito por Linda Salzman de um homem e de uma mulher nus em frente à sonda e com um número em binário ao lado indicando a altura da mulher usando como unidade de medida os 21 centímetros do comprimento de onda da transição do hidrogênio. O número em questão é o número 8, ou seja, 8x21 = 168 centímetros. Este desenho gerou uma certa polêmica na época.
Pessoas revoltadas com a mensagem não conseguiam entender como a NASA podia gastar o dinheiro do contribuinte americano para enviar "pornografia" ao espaço. Algumas pessoas também não gostaram de como a artista havia representado a mulher em relação ao homem - por que não ela fazendo a saudação ao invés dele? Estes questionamentos levantaram pontos importantes sobre mensagens interestelares: as pessoas realmente se importam com o que elas diziam.
Como Frank Drke diz em seu texto no livro "Murmúrios da Terra": "Após essa enxurrada de críticas chegamos à conclusão de que não eram procedentes e que não tínhamos cometido nenhum grande erro. Porém, passamos a encarar a arte de montar uma mensagem interestelar com muito mais humildade. Descobrimos que existe uma séria preocupação humana quanto ao conteúdo de mensagens interestelares, mesmo sendo a sua possibilidade de recepção muito pequena.
" As lições aprendidas no envio dessas mensagens foram bastante importantes e tiveram um grande peso nas decisões por trás dos discos das Voyager. Em Dezembro de 1976, só cerca de oito meses antes do lançamento das sondas, John Casani, o diretor do projeto das missões Voyager, pediu para Carl Sagan coordenar o trabalho de preparar uma mensagem para enviar à bordo das naves. A primeira ideia dele foi fazer uma extensão das mensagens das placas das Pioneer 10 e 11, adicionando talvez algumas informações de biologia molecular, como a estrutura das nossas proteínas ou de ácidos nucleicos.
Carl juntou então um grupo de consultores - incluindo cientistas e até escritos de ficção científica, como Arthur Clarke, Isaac Asimov e Robert Heinlein E a contribuição de muitos deles nesse ponto inicial do projeto foi dizer que essas mensagens tinham chances extremamente pequenas de serem encontradas por civilizações extraterrestres, mas que eram garantidas de serem vistas por seres humanos. Como Bernard Oliver, um dos consultores, disse: "Existe apenas uma probabilidade infinitesimal de que a placa seja um dia vista pelo menos por um único extraterrestre, mas certamente será vista por bilhões de terráqueos. Sua função real, portanto, é atrair o espírito humano e expandi-lo, e fazer do contato com a inteligência extraterrestre uma expectativa bem-vinda para a espécie humana.
" Estes consultores ainda defenderam que as Voyagers em si tinham o suficiente para representarem nossa tecnologia e nossa ciência e que portanto, a mensagem deveria ser orientada em alguma outra direção. Vários sugeriram enviar arte nessa mensagem, como o Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci. Bernard Oliver sugeriu enviar a Nona Sinfonia de Beethoven em uma fita magnética compatível com o gravador presente nas sondas.
A ideia era interessante, mas, a duração de uma mensagem assim não era muito grande. Em janeiro de 1977 houve um encontro da Sociedade Americana de Astronomia em Honolulu. Frank Drke e Carl Sagan participaram.
E foi lá que Frank Drke deu a sugestão de usarem um disco fonográfico com informação gravada fisicamente nos sulcos e que permitiria o envio de uma mensagem muito mais completa e que duraria muito tempo. E além de informação em áudio, um disco assim poderia conter também imagens. Uma capa para o disco poderia conter informações sobre como tocá-lo e um cartucho e uma agulha poderiam ser incluídos com as naves para ajudar na leitura.
As possibilidades com algo assim eram gigantescas e a decisão de seguir com essa ideia foi tomada. Isso aqui é um disco de vinil. Esse em especial tem as músicas do Vsauce, que é um dos meus canais preferidos no YouTube e é um pouquinho menor do que o normal.
Se você olhar bem de perto vai conseguir ver que ele tem um sulco contínuo em formato de espiral que vai da parte exterior para a parte interior. Esse sulco tem toda informação de áudio do som gravado nele de forma física. Quando a agulha de leitura é colocada nele, os movimentos dela enquanto ela passa por ele são transformados em uma corrente elétrica que então é amplificada e movimenta as membranas de alto-falantes que produzem um som que pode ser ouvido por nós.
Em vitrolas mais antigas o movimento da agulha não chegava nem a ser transformado em corrente elétrica - ele movimentava a membrana de um alto-falante diretamente. E um formato um pouco mais moderno tinha sulcos com informações de dois canais de áudio ao invés de um. As imperfeições eram registradas dentro do sulco em duas direções diferentes.
Uma para cada lado e a 45°. Isso efetivamente dobra a quantidade de informações em um disco, o que foi bastante útil para o disco da Voyager, como eu já vou explicar. O formato escolhido foi o LP, que é uma sigla para Long Playing, e é gravado com uma velocidade de 33 e 1/3 rotações por minuto.
Isso daria 27 minutos de gravação de cada lado, ou 54 no total. Um lado seria dedicado à música e outro a conteúdo não musical, como saudações, sons da Terra e imagens. O núcleo de pessoas responsável por fazer a seleção de músicas incluía Carl Sagan, Linda Sagan, Ann Dryan e Timothy Ferris e também contavam com consultores especialistas em etnomusicologia como Alan Lomax e Robert Brown.
A ideia desde o início era incluir músicas não só da cultura do país que estaria enviando a mensagem, no caso os Estados Unidos, mas de uma ampla faixa de culturas. E fazer uma seleção para cumprir esse objetivo com apenas 27 minutos de gravação disponível seria um desafio tremendo. Então, depois de analisar o problema e algumas opções técnicas para aumentar o tempo disponível, eles tomaram a decisão de gravar o disco a uma velocidade de 16 e 2/3 rotações por minuto, diminuindo um pouco a fidelidade, mas garantindo mais espaço ainda.
Seriam quase 90 minutos destinados à música. Mas claro, a gente sabe como discos funcionam, então como a gente explica como ler as informações nele para uma criatura extraterrestre? Bom, com ajuda de ilustrações bem pensadas.
E entender essas ilustrações também nos ajuda a entender como imagens foram gravadas no disco. E é a capa que protege os discos que contém essas ilustrações. Como você pode ver na parte inferior esquerda dela, há o mesmo mapa de pulsares usado nas placas das sondas Pioneer 10 e 11.
E ao lado desse mapa o mesmo desenho de um átomo de hidrogênio das Pioneer estabelece uma unidade de tempo e de distância. Na parte superior esquerda há um desenho de um fonógrafo com um disco e uma agulha de leitura. Os riscos em volta dele são um número em binário que representa o tempo de uma rotação do disco na unidade de tempo representada logo abaixo.
Esse número é equivalente a 3,6 segundos. Essa ilustração também mostra que o disco deve ser lido de fora para dentro. E logo abaixo uma visão lateral do processo de leitura com um outro número em binário.
Este número representa o tempo necessário para tocar um dos lados do disco - cerca de uma hora. A parte superior direita da capa tem as ilustrações que explicam como visualizar as imagens. Se você tá familiarizado com o modo como as TVs de tubo antigas funcionam fica mais fácil de entender isso.
Os sinais de imagem codificados nos discos não são sinais digitais, ou seja, eles nãos representam zeros e uns como acontece hoje em dia nos computadores, smartphones ou mesmo o sinal de TV digital. Eles são sinais analógicos e que representam vários valores de intensidade. Vamos supor que eu quero colocar essa imagem em preto e branco em um disco assim.
Para começar eu divido ela em várias linhas verticais. Agora vamos supor que essa caneta aqui seja um instrumento que analisa o quão escuro ou o quão claro o que estiver em baixo dela é. Eu posso pegar esse instrumento e a primeira das linhas e passá-lo nela de cima para baixo.
E à medida que eu vou passando por essa linha, o instrumento me dá valores de intensidade. Quanto mais claro, maior a amplitude do sinal. Se eu colocar essa medição em um gráfico de amplitude ao longo do tempo, eu consigo representar graficamente essa linha inteira.
Ou seja, eu consigo recriar ela olhando só para esse sinal. E é exatamente isso que está representado na ilustração do canto superior direito da capa dos Discos da Voyager. Aqui vemos um sinal com 3 linhas diferente representadas.
Em cima dessas linhas vemos os números 1, 2 e 3. E aqui em baixo do sinal da primeira linha, vemos um número em binário que representa cerca de 8 milissegundos, que é a duração de cada uma das linhas da imagem. Logo abaixo vemos a ilustração do processo de recriação da imagem uma linha de cada vez.
E o número em binário aqui do lado é 512, indicando que a imagem é dividida em 512 linhas verticais. O círculo desenhado logo abaixo representa o que os possíveis receptores dessa imagem vão enxergar se fizeram tudo corretamente nessa parte: um círculo. Essa é a primeira imagem do disco - um círculo de calibração que serve de confirmação para os receptores e também para ajustar as proporções da imagem corretamente.
E já que esse tipo de gravação fonográfica pode ser estéreo, imagens foram gravadas conjuntamente nos dois canais diferentes, o que duplicou a capacidade de gravação de imagens sem aumentar o tempo total necessário para isso. Mas, por mais simples que a ideia por trás desse tipo de gravação fosse, esse não era o tipo de coisa comumente feita naquela época. Achar equipamentos que pudessem realizar esse tipo de conversão não era fácil.
Uma pequena empresa chamada Colorado Video Inc. felizmente desenvolveu um método para fazer isso com a ideia de que em algum momento alguém precisaria enviar imagens de televisão usando linhas telefônicas ou algo assim. O que é essencialmente a mesma coisa aqui.
Eles desenvolveram equipamentos especialmente feitos para isso e, portanto, foram responsáveis pela conversão das imagens nos sinais necessários. Agora, você pode estar se perguntando como possíveis recepetores vão ler os sulcos presentes no disco sem uma agulha e um cartucho próprios para isso que a gente encontra em qualquer vitrola por aí. Bom, nós enviamos uma junto com cada uma das sondas.
Mas onde exatamente? Essa é uma questão que sempre me incomodou desde a primeira vez que eu ouvi falar sobre a Voyager quando era bem mais novo. Nas fotos disponíveis no site da NASA ou mesmo em livros específicos sobre o assunto não há nenhum sinal de agulha ou do cartucho.
Aparentemente ninguém se preocupou em fotografar isso. E quando eu tava pesquisando para fazer este vídeo, eu li no texto do próprio Carl Sagan no livro Murmúrios da Terra que eles foram afixados na parte inferior das naves. Isso pode ser fruto de algum erro de tradução ou algo se perdeu na hora da edição do livro original.
Eu não sei. O que eu sei é que o site da NASA e em muitos outros lugares, a informação é de que a a agulha e o cartucho foram afixados na capa do disco. Ter respostas contraditórias pra essa pergunta e não ter nem uma foto para ajudar realmente me incomodou.
Então, eu tentei contatar alguém diretamente envolvido nisso tudo. Jon Lomberg ajudou na curadoria das imagens e na escolha das músicas para os discos e também na elaboração da ilustração da capa. E eu mandei um e-mail para ele.
E ele respondeu de forma muito gentil. "Caro Matheus, O cartucho e a agulha estão dentro da capa que contém o disco. Eu não sei como os prenderam para não se mexerem.
A ponta de diamante da agulha deve durar mais do que qualquer outra coisa no disco. Deveríamos ter gravado uma mensagem nela. Tudo de bom para você, Jon Lomberg" É, a gente pode não ter uma foto da agulha e do cartucho, mas pelo menos e eu tenho uma resposta mais satisfatória para essa pergunta.
Agora, vamos falar das imagens presentes no disco. Os responsáveis pela seleção das imagens, incluindo Jon Lomberg, tiveram pouquíssimo tempo para juntar as imagens necessárias. Eles percorreram diversas bibliotecas, fizeram algumas fotografias e diagramas e tiveram que pedir permissão permissão de muita gente para usar algumas coisas.
O objetivo era ser descritivo, mas eles evitaram intencionalmente alguns temas, como guerras, doenças, crime e pobreza. Como Jon Lomberg diz: "Seria ingênuo negar a importância destes fenômenos na cultura e história humanas - afinal mais seres humanos se mataram ou morreram de fome do que os que escreveram música para um quarteto de cordas -, mas achamos que estávamos fazendo algo que sobreviveria a nós e ao nosso tempo, algo que seria o único símbolo da Terra que o universo teria. Decidimos que o pior que havia em nós não deveria ser enviado para a galáxia.
" Outro motivo para evitar mensagens assim era evitar que elas soassem hostis. Colocar imagens de explosões atômicas poderia parecer como um grito de valentia - o que não era o objetivo. Também poderia soar para nós mesmos como algo com intuito ideológico - o que também não era o objetivo.
Imagens de cunho religioso foram evitadas pelo mesmo motivo. O curto tempo para reunir as imagens também impediu que trabalhos de arte fossem colocados no disco. Escolher imagens assim envolveria reunir um grupo de especialistas e falar com muita gente.
E embora algumas fotografias possam ser vistas por esta lente, o critério para suas escolhas foi o valor informativo delas, não estético. Ao todo 116 imagens foram escolhidas, incluindo o círculo de calibração. Apenas 20 dessas imagens são coloridas.
E as imagens coloridas foram enviadas em 3 canais diferentes: vermelho, verde e azul. Mas para ajudar na visualização eu vou mostrá-las em cores, a não ser, é claro, que a imagem em questão seja preto e branca. As primeiras imagens do disco servem como um dicionário para possíveis receptores da mensagem.
Além do mesmo mapa de pulsares na capa, há também definições matemáticas, relacionando números binários a nossas notações numéricas e dando exemplos de operações. A quarta imagem do disco define diferentes unidades de tempo e massa usando o átomo de hidrogênio como referência e as notações matemáticas anteriormente explicadas. Há também representações do sistema solar com seus tamanhos e períodos de rotação.
Fotografias do Sol e seu espectro. Há fotos de Mercúrio, Marte, Júpiter e, claro, da Terra. Há imagens que mostram como é a estrutura do DNA e como sua duplicação é feita.
E várias outras se concentram em mostrar a anatomia humana, os processos de concepção e de desenvolvimento de um feto, o nascimento de uma criança, o processo de amamentação e a paternidade. Várias dessas imagens estão também acompanhadas de números e unidades de tempo ou distância, ajudando a descrever melhor todo o processo. Outra fotografia mostra de um grupo de crianças tirada na Escola Internacional das Nações Unidas.
O mesmo acontece para duas imagens que representam ao mesmo tempo o que é uma família e o tempo de vida de um ser humano. Em uma delas há a silhueta de várias pessoas com tamanhos diferentes e com suas idades e pesos descritos ao lado. A pessoa mais velha representada nesta imagem tem 80 anos.
E a intenção é mostrar para receptores que os membros mais idosos da nossa espécie geralmente tem por volta dessa idade e não 1. 000 anos, por exemplo. E antes de mostrar um pouco da cultura das pessoas, várias imagens se concentram em mostrar nosso planeta com mais detalhes.
Há um diagrama representando a formação continental e outro representando a estrutura da terra e descrevendo os elementos mais presentes em cada uma de suas partes. Há fotografias mostrando paisagens, plantas e animais. Todo o restante das fotos mostram seres humanos, nossas culturas e as coisas que criamos.
Há pessoas só sendo pessoas, dançarinos, artesãos, corredores olímpicos e até crianças aprendendo Algumas fotos mostram o processo de colheita e pesca e outras mostram pessoas comendo. Há uma imagem especificamente pensada para representar o ato de comer, lamber e beber. Algumas fotos mostram coisas que construímos, como a Muralha da China e coisas em construção.
Há fotos de cidades com arquiteturas ocidentais e orientais, mais antigas ou mais modernas. Outras fotos mostram diversas atividades em fábricas, consultórios e até um museu. Outras oito fotos se concentram em mostrar diferentes meios de transporte humano, como uma rua no Paquistão, uma rodovia nos Estados Unidos, hora do rush na Índia, a ponte golden gate com uma notação expressando seu tamanho, um avião comercial decolando do aeroporto de Siracusa, o Aeroporto Internacional de Toronto, um trem indo de Boston a Washignton e até um veículo de transporte usado na expedição trans-Antárdia em 1958 preso em uma fenda no gelo.
Cinco fotos se dedicam a demonstrar o nosso interesse em explorar o espaço. Há fotos do Radiotelescópio de Westerbork, do finado Observatório de Arecibo, de uma página do livro Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, de Isaac Newton, do astronauta americano James McDivitt realizando uma caminhada espacial durante a missão Gemini 4 e, por fim, do lançamento de um foguete Titan Centaur em uma das missões Viking em 1975 - este é o mesmo foguete seria usado para lançar as sondas Voyager. As 3 últimas imagens são uma foto do pôr-do-sol, uma foto de um quarteto de cordas e uma imagem de uma partitura acompanhada de um violino - uma tentativa de estabelecer uma relação com o restante do disco, que é em sua maior parte música.
Além destas 116 imagens, 6 outras contendo texto foram adicionadas ao final dessa parte do disco. 2 são destinadas a um discurso do presidente americano Jimmy Carter e 4 são uma lista de alguns membros do congresso americano. E como o disco se trata de uma mensagem interestelar, por que não incluir alguns alôs?
Saudações em vários idiomas diferentes. Quando Carl Sagan sugeriu essa ideia, achou que o melhor lugar para encontrar pessoas que falassem vários idiomas diferentes seria a Organização das Nações Unidas. Ele acabou esbarrando em muitos impedimentos burocráticos no caminho e por incrível que pareça uma certa falta de representatividade das línguas faladas no mundo.
E quando tentaram gravar saudações com membros da Comissão do Espaço Exterior da ONU, muitos deles queriam literalmente fazer discursos - o que era inviável dada a limitação de tempo da mensagem. No fim das contas apenas uma pequena seleção dessas saudações foi incluída, mas com um toque especial. São 15 falas feitas em 12 idiomas diferentes, incluindo inglês, árabe, indonésio, punjabi e até esperanto.
E elas estão acompanhadas no disco de cantos de baleias jubarte e de outras baleias. Cantos estes que foram gravados pelo biólogo Roger Payne, conhecido por seu trabalho com estes animais. Mas para ter uma representação mais significativa do restante dos idiomas e para fugir de outros problemas burocráticos envolvidos em relações internacionais, a solução foi usar pessoas envolvidas de alguma forma com o departamento de línguas estrangeiras da Universidade de Cornell.
As sessões de gravação foram realizadas em 8 e 13 de Junho de 1977 no prédio administrativo da universidade. As pessoas que gravaram só foram instruídas a serem breves, mas não no que exatamente dizer. Quem gravou a mensagem em português, por exemplo, foi a Janet Sternberg, uma americana nascida em Nova York que viveu no Rio de Janeiro com a família até os 13 anos de idade e depois voltou aos Estados Unidos.
Em 1975 ela entrou no Departamento de Línguas Estrangeiras de Cornell para cursar pós-graduação. A mensagem dela foi simples, ouve só: "Paz e felicidade a todos. " Há mensagens em línguas modernas como Espanhol, Francês, Aramaico, Japonês, Coreano.
Mas também em línguas antigas, como o sumeriano, o acadiano e o hitita. A mensagem que representa o inglês nessa lista foi gravada por Nick Sagan, filho de Carl Sagan e Linda Salzman. Na época da gravação ele tinha apenas 6 anos.
Ouve só: E apesar de ter havido alguns desencontros nos dias de gravação e algumas línguas terem sido deixadas de fora, cerca de 87% da população mundial foi representadas pelas saudações à bordo das Voyager. Bom, e já que a gente tá falando sobre línguas estrangeiras e sobre comunicação com seres que não falam nossa língua, vamos falar sobre aprender inglês! O Cambly fez uma parceria aqui com o canal para garantir um desconto enorme e uma aula grátis experimental pra você conhecer a plataforma.
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E claro, para aproveitar o assunto do vídeo, eu perguntei para a professora o que ela colocaria no disco da Voyager. Como você pode ver os professores são super atenciosos e dá pra falar sobre o que você quiser. E eu tenho um código de desconto super legal pra você conhecer o Cambly e economizar!
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Mas é só até dia 11/08, então corre pra aproveitar! Para completar as mensagens dos discos, diversos sons da Terra foram escolhidos: seriam sons geológicos, sons biológicos e sons tecnológicos. A discussão sobre o que colocar nessa parte foi parecida com a discussão sobre as imagens.
Ann Dryan conta que durante um certo momento no processo de escolha, eles se depararam com a opção de colocar sons de guerra, por exemplo. O mesmo argumento sobre focarmos em expor o melhor de nós foi feito. Mas ao mesmo tempo isso trazia um sentimento de que a mensagem estaria incompleta.
Outra preocupação que se manifestou ao longo do processo de escolha foi a de que ter muitos sons criados por nós e presentes na vida moderna poderia dar uma ênfase muito grande no que nós nos tornamos nas últimas centenas ou milhares de anos enquanto deixa de lado os milhões de anos anteriores da Terra em que não estávamos aqui. Seria egoísta. E essa parte do disco deveria ser muito mais sobre o planeta que nós habitamos do que sobre nós mesmos.
Os sons escolhidos e também a ordem em que eles são colocados tentam cumprir esse objetivo. Eles meio que contam a história da evolução do nosso planeta de uma maneira bastante interessante. O primeiro som é a Música das Esferas, uma composição sonora criada por Laurie Spiegel em computadores nos laboratórios da Bell Telephone baseada nos trabalhos de Johannes Kepler e que descreve o movimento dos corpos do nosso sistema solar.
Mercúrio, por exemplo, é representado por uma nota mais aguda enquanto Júpiter é representado por uma nota mais grave. Grosseiramente cerca de um século de movimento é representado por este som no disco. Os próximos sons são de vulcões, terremotos e trovões, representando a história primitiva do nosso planeta, quando grandes mudanças geológicas aconteceram.
Em seguida, sons de lama borbulhante, que representam os locais em que a vida na Terra se originou. Depois, há sons de ventos, chuvas e ondas, expressando o que foram os sons predominantes da Terra por um longo período de tempo. Em seguida podemos ouvir sons de grilos e rãs.
Depois, aves, hienas e um elefante. Depois, o som de um chimpanzé, representando o surgimento dos primatas. Depois disso, ouve-se o som de um cão selvagem uivando.
E em seguida, pisadas, batimentos cardíacos e riso. Nessa enxuta história da vida na Terra, é aqui que aparecemos pela primeira vez. Em seguida ouve-se o som de fogo e da fala.
A voz é do antropólogo Richard Lee, da Universidade de Toronto, falando palavras no idioma Kung, a língua dos bosquímanos, que são considerados um dos últimos povos de sociedades caçadoras e coletoras. Este povo também está representado em uma das fotos do disco destinada a mostrar o ato da caça. O próximo som são sons de ferramentas de pedra.
Em seguida, sons de outros cachorros, mas dessa vez domesticados. A seguir, ouve-se diferentes sons agrícolas e de construção, representando uma vida mais parecida com a vida humana moderna. Em seguida, há o som de uma mensagem em código morse dizendo "Ad astra per aspera" que significa algo como "Por ásperos caminhos até os astros".
Depois, sons de diferentes meios de transporte humano são colocados em sequência. Indo desde o som de navios, carroças, trens e caminhões até o voo de um F-111 e o lançamento de um foguete Saturno V. Depois disso, há o som um beijo, o choro de um bebê e a voz de sua mãe o acalmando.
O penúltimo som é uma gravação de um eletroencefalograma de Ann Dryan na esperança de que alguma tecnologia futuro tivesse a capacidade de decifrar seus pensamentos. E a sonoridade dessa gravação tem um toque meio sci-fi e que acaba se misturando com o último som dessa parte do disco: o som do pulsar CP1133. E este som, ao menos pra mim, fecha muito bem essa breve história que tentaram contar.
Os sons do começo da lista contam um pouco sobre a origem do lugar de onde viemos, e este som no final mostra para onde estamos olhando. Bom, agora vamos falar sobre as músicas! E escolher as músicas definitivamente não foi uma tarefa fácil.
Tem muita música no mundo e não havia tanto tempo disponível para fazer essa seleção antes das sondas serem lançadas. As escolhas se basearam em muitos critérios diferentes. E os envolvidos tiveram o cuidado de ser o mais justo e mais representativo possível com a distribuição geográfica, étnica e cultural.
Achar gravações de músicas ocidentais e muito reproduzidas era uma tarefa fácil, mas encontrar reproduções de comunidades e culturas antigas ou pequenas era bem mais difícil. O trabalho de etnomusicologia de Robert Brown e Alan Lomax foram essenciais para garantir essa variedade. Há música clássica de Bach e Beethoven, por exemplo.
Mas também há música folclórica da indonésia, música do Congo, música de povos indígenas da Austrália, de Nova Guiné e da Índia, por exemplo. No livro Murmúrios da Terra há um mapa mostrando as diferentes origens das músicas da Voyager na seção escrita por Timothy Ferris E não, não há nenhuma música brasileira infelizmente. Nesse texto escrito por Ferris há algumas explicações sobre por que tais músicas foram escolhidas com detalhes demais para eu explicar nesse vídeo.
Mas, eu quero dar destaque para uma música em especial. Dark was the Night, Cold Was The Ground, do americano Blind Willie Johnson. É um blues triste e sem letras, apenas com um canto em forma de lamento.
Seria ótimo poder mostrar a música para vocês diretamente aqui no vídeo, mas regras sobre direitos autorais são complicadas, mesmo para músicas gravadas há tanto tempo. Mas eu encorajo fortemente você a ouví-la antes de continuar a ver o vídeo. O link tá aqui na descrição.
Johnson nasceu em 1897 no Texas. Aos 7 anos sua madrasta jogou lixívia em seus olhos em um acesso de fúria por conta das traições de seu pai e o cegou permanentemente. Quando era adolescente e um jovem adulto, Willie ganhava dinheiro com seu talento tocando e cantando nas ruas.
No final dos anos 20 ele gravou uma série de músicas em um estúdio profissional, e entre elas essa música. Mas seu talento não foi tão recompensado. Ele morreu em 1945 de pneumonia depois que sua casa pegou fogo e ele não tinha onde dormir a não ser em cobertas molhadas no que fora sua cama.
E eu vou emprestar um parágrafo do texto Timothy Ferris para descrever o que essa música representa no disco da Voyager: "A canção de Johnson diz respeito a uma situação que ele enfrentou inúmeras vezes: a noite caindo e nenhum lugar para dormir. Desde que os humanos surgiram na Terra, o manto da noite ainda está por cair sem tocar um homem ou uma mulher nessa mesma provação. " Já faz quase 100 anos que essa música foi gravada.
Em 100, 1 mil, 10 mil, 1 milhão ou 1 bilhão de anos a humanidade ou o que ela se tornar talvez não esteja mais aqui para lembrarmos de quem foi Blind WIllie Johnson. Mas sua música, agora a mais de 22 bilhões de km da Terra e se afastando continuamente, vai perdurar - mais do que a humanidade em si. E pode um dia representar algo intrinsicamente humano para criaturas completamente diferente de nós.
Os discos presos nas duas sondas são, na verdade, duas matrizes de um lado só feitas de cobre cobertas por ouro e com 0,5 mm de espessura coladas pela parte de trás com uma cola de cerca de 0,25 mm de espessura - a espessura total dos discos é, portanto de 1,25 mm. No centro deles há uma fotografia da Terra com o título: "Os sons da Terra", "Estados Unidos da América - Planeta Terra" Logo ao lado, inscrito à mão, lê-se: "Aos compositores da música, de todos os mundos, de todos os tempos. " Através de um processo de galvanização, urânio-238 foi preso às capas de alumínio que protegem os discos.
O decaimento radioativo deste isótopo ao longo do tempo irá servir como um relógio para que os receptores da mensagem possam determinar há quanto tempo a sonda foi lançada. O conjunto do disco, do suporte que o prende, com a capa e a agulha com o cartucho pesa cerca de 620 gramas. Os discos são feitos para durarem muito tempo.
Talvez algo na casa de 1 bilhão de anos. O maior risco de dano nos discos são os impactos de micrometeoritos, que podem causar concavidades ou buracos que, dependendo do tamanho, diminuiriam a qualidade da gravação ao longo do tempo. Cálculos indicam que com a capa só cerca de 2% das informações seriam perdidas no primeiro ano luz de viagem.
Depois disso, por conta da menor quantidade de micrometeoritos no espaço interestelar, a taxa de degradação cairia para apenas 0,02% a cada 50 anos luz. Mas, essa degradação vai acontecer no lado exposto do disco. O lado virado para a sonda, que é a face 1 do disco, durará bem mais tempo.
Esse é o lado com as imagens, as saudações, os sons da terra e cerca de 1/3 da música do disco. Se as sondas algum dia forem capturadas por algum sistema planetário, os discos podem sofrer um pouco mais já que provavelmente haverá mais micrometeoritos nas proximidades destes sistemas. As chances do disco ser realmente visto por civilizações inteligentes são extremamente pequenas.
Mas, se isso acontecer, acredito que fizemos um bom trabalho ao montar essa enxuta cápsula do tempo que tem boas chances de entendida ao menos em parte por seres extraterrestres. Tais receptores poderão se perguntar o que aconteceu conosco. Se já não existimos mais ou se continuamos por aí em busca de lugares além da nossa alçada.
E para terminar esse vídeo eu vou emprestar as palavras de Carl Sagan ditas no fim do epílogo do livro Murmúrios da Terra. "Algo ficaria bem claro a nosso respeito: ninguém envia semelhante mensagem em semelhante jornada, a outros mundos e seres, sem uma positiva expectativa pelo futuro. Apesar todas as possíveis fantasias da mensagem, eles teriam certeza de que fomos uma espécie dotada de esperança e perseverança, pelo menos um pouco inteligente, substancialmente generosa e com um palpável prazer em fazer contato com o cosmos.
" Como vocês viram, esse é um vídeo excepcionalmente longo. É o mais longo do canal até agora na verdade. O intuito não era esse, mas durante a produção do roteiro eu acabei me empolgando com o assunto e chegamos aqui depois de algumas longas semanas de trabalho.
E eu quero aproveitar esse finalzinho do vídeo pra agradecer aos membros do canal, algo que eu não faço com tanta frequência quanto eu deveria. Fazer esse tipo de vídeo mais longo nem sempre é possível, afinal, envolve muito trabalho e manter a frequência aqui no YouTube é bastante importante. Mas com o apoio de vocês isso fica bem mais fácil e eu só tenho a agradecer por tudo isso.
Eu também quero aproveitar pra lembrar que os membros ganham um cargo exclusivo lá no servidor do canal no Discord. É só linkar a conta do youtube com a do discord e você recebe o cargo automaticamente. E claro, quem não é membro do canal também pode entrar, interagir comigo e com muita gente que gosta de falar sobre exploração espacial.
Link na descrição! Eu também quero aproveitar pra agradecer ao meu amigo Matheus Bianchi, que fez a vinheta que eu normalmente uso nos outros vídeos do canal e a vinheta personaliza desse vídeo aqui. Ele é um Motion Designer muito bom e sempre que pode me dá uma mão com coisas assim.
Vou deixar os links de contato de trabalho dele aqui na descrição! Então é isso. Eu vou ficando por aqui, e até a próxima!
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