[Música] meu nome é Elisa Lucinda eu sou atriz sou poetisa ou poeta eh sou escritora sou cantora sou uma artista Eu cheguei às artes cênicas pela literatura minha professora de de poesia que minha mãe teve a sagacidade de me botar para estudar eh estudar eh poesia falada declamação na época com uma professora maravilhosa Maria filina minha querida amiga e mãe da minha poesia até hoje com seus 85 anos mas era uma mulher interessantíssima capichaba morava em Vitória e da alta classe digamos de Vitória e ela dava aula de poesia falada e era uma mulher Rara
e minha mãe me botou para estudar declamação porque eu gostava de falar poesia mas eu falava em ser atriz já mas era pequena né então eu tinha 11 anos foi aí que eu que a minha professora diz eu não eu não dou não dou declamação minha querida eu dou interpretação teatral da poesia a palavra teatral me atraiu e ele e ela começou então a me falar que uma que eu observasse que uma poesia era como uma peça sabe que era eh tinha tudo tinha cenário narrador personagem se você perceber e puser esses olhares e e
é uma forma de de arte visual porque a palavra produz imagem ela me ensinou isso tudo então e eu fazia os recitais como se eu fosse uma uma pequena atriz eu pensava né então isso ficou na base do minha formação intelectual na na base da minha formação intelectual está a poesia eu antes de escrever meu primeiro poema eu vi a vida pela lente dos Poetas eu chego no Rio de Janeiro com projeto de ser atriz falei eu vou eu vou vou sair estudar para ser Atriz entrei logo na cal falei eu eu já tinha um
filho falei assim e aí quando tiver bem eu já disse que eu escrevia poesia direto quando eu tiver bem mais velho e fi uma uma uma atriz muito conhecida respeitada aí eu publico meu livro já que dizem que o Brasil não lê eu não tem problema eu posso estar com meus 50 60 anos publicando meu primeiro livro Qual o problema nenhum até cai bem para aquela produção pensei tudo isso e esse era meu projeto como se fosse possível prever assim chamam para ir na praia para falar eh poesias na praia quem quisesse e eram para
botar o seu poema num varal falei ah eu tem uns poemas também vou levar eu sei de cor e falei quando eu falei todo mundo pera aí você fala que jeito diferente que você fala poesia eu fazia aquilo desde criança e eu nem sabia que havia que o Rio de Janeiro ia perceber que era havia alguma diferença minha professora não gostava que a gente fizesse assim sabe não gostava que você ficasse marcando a rima como se o leitor o ouvinte fosse um idiota coração botão já ouvi eu sei que rima Não precisa gritar eu entendi
é uma uma nota que soa com a outra e é isso né então ela me ensinou isso e ensinou a conversar com a poesia e eu não sabia que isso era o bambambam Para mim seria minha meu Ofício seria um dos motivos pelos quais eu tô aqui sabe jamais ia imaginar não era esse meu plano então quando isso foi muito incrível porque ela aí eu fui falei poesia eu era a única que não li aí falei outro que eu falei outro e a menina também Glória horta que arrasava decorado E aí eu comecei a falar
poemas dos outros do Manuel Bandeira do Carlos drumon de Andrade e todo mundo ficou Encantado e essa menina falou assim olha eu tenho um barzinho você podia ir lá você podia ir lá falar poesia e tal Porque dá uma canj eu canto nesse bar e tal lá em Botafogo vai lá eu falo poesia aí eu fui falei dois poemas o cara me contratou o cara me contratou Falou vou te dar um dia para você a partir daí minha vida foi mudou totalmente eu comecei a sair pelo mundo fazendo isso tendo que dar nome a isso
a rest que você faz eu nem sabia eu nem sabia como como vender isso como falar eu sou de uma estirpe de griôs sabe de contadores de histórias africanos e é são gerações eu sei que eu peguei uma ponta eu sou uma narradora uma contadora de história em Tudo Nos romances nos livros para criança nas poesias eu adoro contar a história adoro coisa que começa lá e termina e faz aquela surpresa adoro e a oralidade é muito importante para mim a oralidade é muito importante para mim a oralidade é a onda para mim hoje a
maioria dos meus poemas e minhas e minhas meus ROM meus livros eu dito escrevo claro muitos poemas sozinha assim mas eu dito muito guardo às vezes para ditar para minha assistente se eu tenho a ideia de fazer um poema num sábado e eu não tiver um F falar segunda-feira eu dito pra thí me dou o luxo de fazer isso Taís o espírito santo uma pessoa incrível e eu o livro do Fernando Pessoa que é um romance é um autobiografia do Fernando Pessoa esse livro ele eu eu ele tem 500 páginas é um livro de prosa
e eu ditei ele de ter 80% dele então eu mesmo gosto de escutar mesmo as coisas que eu não dito um dos uma das coisas que eu faço quando eu escrevo e quando eu vou publicar e chamar meus amigos e pedir Lê para mim lê quem gosta né de ler lê esse poema e tal e aí eu escuto para ver se não tá um galho não tá faltando se não tem um ritmo Se as pessoas estão entendendo se você você ler e e errar o a interpretação de um modo total que não tenha sabe sentido
ou eu errei na pontuação e na formação do entendimento né ou né alguma coisa aconteceu aí sabe e eu presto atenção e vou vou catar mas eu eu eu escrevo pensando que aquilo vai pro palco seja o que for aquela roupa não me serve aquele uniforme não me cai bem não quero essas regras essas normas essas formas esses panfletos o que pode ser dito o que não deve ser falado O importante não dito o que deve ser feio o que pode ser bonito algemas nas correntes estéticas não me interessam não quero essas etiquetas esses boletos
esses compromissos esses preços não cai nessas caixas nessas definições nessas prateleiras quero andar na vida sendo a vida para mim o que é para o índio a natureza assim vou pedalando solta na estrada do rio da beleza nos mares da Liberdade alcançada essa grandeza e em tal grandeza meu corpo flutua nos mares doces nas difíceis Águas da vida crua minha alegria prossegue despida de armas e de medos sou mais bonita nua [Música]