Michal Kalecki - os problemas cruciais do subdesenvolvimento

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Professora Fernanda Cardoso
Há diferenças entre os problemas cruciais das economias capitalistas desenvolvidas e os problemas da...
Video Transcript:
o olá hoje eu vou falar novamente sobre um dos pioneiros do desenvolvimento econômico que está contido no meu livro nove clássicos do desenvolvimento econômico e essa economia está também polonês é o micao kalec kalec o autor por quem eu tenho um carinho é bastante especial né é porque ele sintetiza as principais referências teóricas né é da minha formação como economista que é o queens e o estruturalismo latino-americano né então o kalec ele apresenta elementos né que fazem uma ponte perfeito eu iria entre essas duas perspectivas né e o kalec né é um autor que infelizmente
é pouco estudado né ele poderia ser mais estudado dada a complexidade o alcance ea importância da sua obra e todos os insights que ele permite é desdobrar a partir de suas análises estão é uma coisa que merece muito ser estudado então você vai aprender a sugestão nesse vídeo e é procurem saber mais sobre a obra é do me calcar leque né no meu capítulo especificamente no capítulo do meu livro eu vou recorrer algumas algumas obras do alec relacionados a discussão de desenvolvimento no contexto do subdesenvolvimento né especialmente um texto que o alex escrevem em 1968
que se chama a diferença entre os problemas sociais das economias capitalistas desenvolvidas e as subdesenvolvidas né então é esse texto que a base direto é a alma do meu capítulo é dedicado ao kalecki né é mais a gente chegar na discussão no colégio e a respeito é das dificuldades desenvolvimento no contexto do subdesenvolvimento é muito importante fazer um passinho pouco atrás né e localizaram o kalec dentro da história do pensamento econômico então kalecki e junto com quem será responsável né pela elaboração das bases da macroeconomia moderna né e assim como quem o que chega à
conclusão né a concepção do princípio da demanda efetiva falando assim maneira bem simplificada que não é objeto do vídeo de hoje né mas para vocês terem uma ideia é do que eu estou querendo dizer com o princípio da demanda efetiva para especialmente para quem não é da área é a ideia de que né a causalidade principal né que se enxerga numa economia monetária de produção é da os gastos para renda né da perspectiva mais tradicional né calcada por exemplo na lei diz é nessa causalidade na verdade se daria da outra forma da renda para os
gastos traduzido isso para outros termos né o que autores como kalecki como quem diz né que argumentam né que a dinâmica econômica funciona com base no princípio da demanda efetiva estão querendo dizer é que estão os gastos de consumo e investimento que determinam a capacidade da dinâmica econômica de uma economia que por sua vez expressa no seu nível de renda né é bem né do ponto de vista é dos recursos disponíveis de poupança e de investimento eles vão dizer né que no final das contas é o nível de investimento enquanto uma variável de gastos de
demanda agregada que vai determinar qual será o nível potencial de poupança no futuro sendo a poupança é algo que se define residualmente a partir do nível de renda é que se observa né então nesse caso né no caso do que nós estamos aqui discutindo meu princípio da demanda efetiva ele aparece como né é um fundamento teórico é crucial para entender a diferença da lógica de análise de autores de orientação que iniciam na então cala é que além dele ter definido o princípio da demanda efetiva assim como quem diz né ele não vai ter a mesma
fama que o diogo mainardi tem e talvez por isso ele não tenha recebido né a devida atenção né que do meu ponto de vista ele mereceria ser recebido né eu mostro diferença importante é do cara aqui com relação ao kenis diz respeito à maneira como o alexy forma como economista né então o kalec é diferente do que eles ele não vai se formar economista é na tradição neoclássica né o que ele se forma na televisão australiana o kalec não o kalec vai aprender a economia a partir do marcos né então isso também vai fazer diferença
na concepção de modelo teórico de dinâmica econômica é do kalecki que vai partir da análise de uma sociedade constituída por classes né que é o modelo né teórico de análise tipicamente clássico né assim como domar então esse também vai fazer diferença né total diferença na abordagem do kalecki comparativamente do que eles né na medida em que o caleb estará mais preocupado com as questões distributivas e também e isso certamente serviu de ponte para que o kalec também se voltasse de maneira mais cuidadosa para discussão é preciso subir desenvolvimento que é o interesse e não é
principal de trazer o kalec para dentro desse conjunto de nove clássicos do desenvolvimento que eu apresento no meu livro né então agora fazendo japond do kalecki como o pioneiro do desenvolvimento né então o texto é principal do kalecki que eu uso para construir o meu capítulo que quando ele vai falar sobre as diferenças dos problemas cruciais ou mais importantes os países capitalistas desenvolvidos comparativamente ao subdesenvolvidos né é toda essa discussão que eu fiz prévia com relação ao princípio da demanda efetiva ela novamente aparece nesse texto né mas é justamente para o alex dizer que no
contexto das economias subdesenvolvidas é embora o problema de demanda efetiva ou seja de uma quantidade suficiente de consumo e de investimento né é para determinar um nível satisfatório é de emprego e de renda né embora esse problema ainda vai acontecer certamente no caso das e subdesenvolvidas capitalistas né esse não seria o problema principal a ser enfrentado né ele usa um exemplo bastante didático nesse texto de 68 em que ele vai dizer o seguinte né suponha que numa economia é desenvolvida né eu utilize toda a capacidade produtiva instalada nessa economia ou seja eu não tenho capacidade
ociosa nessa economia se eu fizer isso né eu conseguirei absorver todo o fator mão de obra disponível nessa economia portanto eu chegaria é no que a gente chama de um resultado tipo de emprego de fatores ou seja não há fator capital e não a fatura mão de obra é sem estar em entregar é o caso das economias subdesenvolvidas o que que o kalec vai resaltar hora mesmo que utilize toda a capacidade produtiva instalada é ou seja que eu não tenho problema de demanda efetiva porque a um nível de consumo e de investimento nessa economia é
suficiente para ocupar toda a capacidade produtiva é que eu possuo é mesmo que eu faça isso eu não serei capaz de os fatores de mão de obra disponível nessas economias né então quando ele coloca esse sempre está dizendo veja né existe nessas economias subdesenvolvidas o mais eficiência de capacidade produtiva então além da questão do princípio da demanda efetiva ou seja do problema de demanda efetiva que tem de acontecer em economias capitalistas de produção porque hora nada garante que os recursos disponíveis para investimentos serão é realizados na forma de investimento produtivo portanto é gerando postos de
emprego né e com isso absorvendo fatores mão de obra disponível mas nada que garanta é isso isso também acontece no caso de economias é subir desenvolvidas para além desse problema ainda existe um problema de insuficiência de capacidade produtiva né e o interessante dessa observação é notado né é mais uma indicação é que é como que eu faço para enfrentar né pressões inflacionárias no contexto de subdesenvolvimento né que é uma é uma questão que o leque vai resultar bastante né tô preocupado especialmente com a capacidade de oferta de alimentos né em decorrência de um início de
um processo de industrialização que se iniciasse nossas economias subdesenvolvidas sem que houvesse qualquer transformação na capacidade de oferta é de bens de primeira necessidade né então ele vai dizer olha se não for alterada a estrutura de oferta de bens de primeira necessidade hoje alimentos né conforme iniciasse um processo de industrialização nessas economias subdesenvolvidas necessariamente viria como resposta uma pressão inflacionária e a depender da intensidade da resposta dessa pressão inflacionária se poderia na verdade frear esse processo de crescimento de desenvolvimento impulsionado pela indústria né quando ele coloca a questão nesses termos ele ainda diz o seguinte
né é necessário né além de transformar né de capacitar produtivamente né o setor que oferta bens de primeira necessidade também é necessário o melhor investimento que vai ser feita nessas economias daí que ele vai levantar a importância é do investimento público não é especialmente porque ele não dá que garanto aqui o investimento privado primeiro vai responder a essa necessidade né de incrementar o investimento na capacidade produtiva e mesmo que responda nada garanta que responda no volume suficiente né então eu destaco aqui no meu livro um trecho tirado de um outro é tenso do collection 14
anos antes na verdade em que ele já ressalta a importância do investimento público para gerar uma dinâmica mais virtuosa que é um texto chamado o problema do financiamento do desenvolvimento econômico gera diz o seguinte o investimento pode ser limitado não por causa das dificuldades de financiar o seu crescimento sem causarem situação mas pela falta de vontade dos empresários expandir em os seus dispêndios em capital em tal situação o investimento público adquire uma importância crucial o rápido processo de desenvolvimento econômico né então a essa essa observação que ela é que faz né é muito parecida com
a observação é retirado do que eles né que o que a gente vai dizer soube a importância estratégica de combinado né de maneira inteligente é a atuação estatal com o setor privado né então aqui ó também aparece essa questão então olha se o setor privado não está respondendo esse tá respondendo de forma insuficiente é necessário você ter um a gente que coordene e que complemente esse investimento para gerar uma dinâmica econômica suficientemente potente virtuosa né para sustentar um processo de crescimento e desenvolvimento tá é uma outra que outras questões né que o kalec levanta e
que aqui é o aproxima bastante da abordagem do estruturalismo latino-americano é a necessidade de combinar a essas transformações produtivas permitidas né pelas é a cidade produtiva e também pela diversificação do investimento na questão uma outra preocupação que ela e coloca né porque a necessidade de coordenação desse investimento porque ela esse investimento não pode ser só em um setor só em dois setores não é necessário expandir a capacidade de produção de alimentos a necessário expandir a capacidade da produção de bens é mais simples é necessário também expandir a capacidade da produção de bens de capital para
também potencializar a expansão dessa capacidade produtiva isso só será possível por meio de investimento e de um investimento por só mais planejado né porque senão vai acontecer de forma é espontânea né daí a importância do papel estatal que vai ser uma questão fundamental para toda a perspectiva desenvolvimentista e o kalec não foge é dessa perspectiva né então no caso né colocado da necessidade de combinar né é que aproxima o alec do estruturalismo latino-american tô falando a necessidade de combinar a transformação na matriz produtiva com reformas institucionais ou reformas de base né e essas questões né
é que o kalec se refere são principalmente como fazer para transformar a capacidade produtiva é de alimentos né é por meio de reforma agrária ou seja né é expandir né a capacidade de produção da terra disponível né nessas economias e como seria a melhor forma de fazer isso combatendo a forma histórica como foi feita a o acesso à terra né é por meio de grandes latifúndios improdutivos e por aí vai né então a necessidade de reforma agrária que aparece como a reforma de base importante outra questão também levantada porque a leque é necessidade de tributar
adequadamente os mais ricos né então a necessidade aqui de repensar o sistema tributário de forma a garantir o princípio da a cidade não seja aqueles que têm maior capacidade de pagamento é pagariam mais né hein por meio da tributação né e com isso é o financiaria o estado né é para fazer a provisão de bens públicos nas serviços sociais necessários e também é ter recursos para fazer um investimento público né então uma uma próxima consideração que eu abordo é no caso do meu do meu capítulo né desde colocar leque é também falar sobre as fontes
de recursos para a realização desses investimentos né então cala é que vai dizer é que pode ser necessário recorrer ao capital externo e aqui e o sítio especialmente um texto que o kalec escreve com sax em 1966 em que eles vão elencar o que seriam os critérios né é para recorrer ao capital externo né primeiro ele tem que ter né como base motivadora um plano nacional de desenvolvimento e bem estruturado ou seja que saiba né quanto recurso e para qual setor na será necessário na direcionar esses recursos captados né por meio de empréstimos e que
portanto não podem mandar um pagamento no futuro e que principalmente esses investimentos sejam capazes de gerar capacidade de pagamento futuro né querendo ir com isso o seguinte hora esse individamento ele tem que servir para que eu seja capaz de pagar né o individamento que eu fiz e para além disso seja capaz de depois né criar as bases para a sustentação do meu crescimento sem que necessariamente eu tenho que recorrer mais uma vez a esse capital ester né ou seja esse investimento que seria possível por meio de capital externo ele tem que transformar né a a
matriz produtiva dessas economias é para as quais se direção esses recursos e também tem que ser capaz de o cara maneira como essas economias se inserem no mercado internacional e também tem que ser capazes né principalmente a partir dessas duas questões de gerar a capacidade de pagamento futuro ou seja que se individualmente seja sustentável né então esses critérios levantados é pelo kalecki e pelos sacs com relação ao capital externo né é que o capital externo pode ser sim uma fonte importante de recursos e tende a ser na medida em que estamos falando de economias subdesenvolvidas
e portanto pobres e com restrição de capital né mas ele tem que ser fez é com base no planejamento nacional é que fundamente né a captação desses recursos né então aqui novamente destacar a importância do estado como a gente que vai coordenar e que vai é promover esse plano de desenvolvimento é claro que não abrindo mão da parceria com setor privado também como um agente importante e é nesse processo né então chegando já o final é desse vídeo explicativo sobre o capítulo do kalecki exatamente eu não cobrei toda a complexidade de questões que o kalec
permite levantar né mas aqui novamente para deixar o convite é para que vocês estudem mais esse autor o micao kalecki né me coloca aqui no compromisso de fazer mais um vídeo sobre o kalec falando sobre um texto dele que talvez seja um dos mais geniais o kalec e apesar de muito enxuto mas muita genial que são os aspectos políticos do pleno emprego então hoje eu fico por aqui até mais
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