Nós existimos; isso um fato. Mas a questão é: Como existimos? Advaita, é o caminho sem caminho.
É sobre você; sobre quem ou o que você é. Advaita, significa “não dois”, e isso significa a verdadeira compreensão e a experiência direta da Verdade, que é um outro nome para quem nós somos. É muito simples.
É ainda mais simples do que simples. Isso existe antes mesmo que a ideia de “simples” possa ser pensada. Confirme por si mesmo e descubra profundamente a resposta para: “Quem sou eu?
”. E isso acabará com todo e qualquer sofrimento. Você consegue.
Eu sei, por experiência própria. A questão é: Quem? O que é, e onde está, aquele que é identificado?
Realmente existe uma entidade neste corpo? Existe algo como um “eu”? Descubra.
Quem sou eu? Mooji. Poucos estão interessados em encontrar a fonte de todos os problemas, a origem do seu sofrimento.
E eu lhe digo, é o “eu”. O “eu” é a causa dos seus problemas. Nem todos são capazes ou estão dispostos a olhar diretamente para isso.
Não querem questionar sua crença mais querida, o “eu”. Você fez sua casa dentro do sentido de um 'eu' pessoal, e agora, você está fadado a sofrer. Esse “eu” pessoal, o “eu”, é como um dedo quebrado, onde quer que você vá, você causa problemas, tudo o que você toca, você sente dor.
Não tente consertar sua vida, pois isso ainda é o mesmo “eu”. Apenas encontre quem é este “eu”, e veja o que acontece. Não perca tempo procurando do lado de fora, esqueça o superficial e procure entender o princípio de toda experiência, quem você é.
Um método possível para isso é examinar a si mesmo através da auto-inquirição. Atma-Vichara é o nome dado a essa investigação. É o caminho mais rápido e confiável para a autodescoberta.
Questione a si mesmo, questione sua realidade, questione sua presença. O inquérito é a luz que lhe permite enxergar que você não pode ser outra coisa, senão, aquilo que é anterior a tudo, e que também está aqui, neste momento. Através do olhar direto da auto-investigação, uma percepção não-dual é revelada.
Essa autoinquirição é o espelho no qual a eternidade se reconhece. Olhando com a ajuda deste espelho, você pode descobrir quem você realmente é; não quem é este corpo, não quem você pensa ser, e não quem os outros dizem que você é. Quem é você?
Investigue por si mesmo, “Quem sou eu? ”. Pense sobre o “eu”, quais são as características desse “eu”?
O que define esse “eu”? Esse “eu”, pode desaparecer? Sem você, o que acontece com os pensamentos?
Sem você, o que acontece com o mundo? Sem você, onde estão as experiências? Entenda, você é a raiz e a fonte de todas as experiências.
Não pode existir qualquer experiência sem você. Tudo parte da existência de um “eu”, por isso, Advaita vai direto ao ponto e pergunta: “Quem sou eu? ” O problema desse processo não é encontrar a verdade, pois a verdade está sempre aqui; aqui e agora.
A dificuldade é que essa descoberta parece ameaçar os seus apegos mundanos. Você não percebe que tudo o que você tem medo de deixar é apenas um conceito mental, uma imagem passageira, uma ilusão. Se este processo estiver muito doloroso, em vez disso, tente algo mais suave: Investigue e entenda: Por que você quer manter os seus apegos?
Se isso também for muito difícil, descubra: Quem está desconfortável com isso? Observe seu mundo, e observe aquele que o observa. Reconheça que seu mundo é moldado conforme os interesses desse “alguém”.
Quando você investiga quem está interessado em viver essa sua vida, você descobre que este “indivíduo” é apenas um fenômeno, e que sem ele, de alguma forma, o “verdadeiro Eu” é revelado. Quando esta revelação acontece, onde estão seus apegos? Onde está seu desejo?
Onde estão seus medos? Onde está o seu interesse particular? Tudo explodiu.
Os sentidos ainda estão funcionando, as imagens do mundo ainda estão lá; mas os apegos e os medos se foram, porque aquele que os experimenta desapareceu. Então este sonho termina, com o Silêncio, a Beleza e a Paz reveladas em si. Esta é a sua experiência direta.
Não leva tempo. O essencial é ser claro sobre o que você é, e para ver isso, é preciso ser claro sobre o que você não é. Então, esta porta de reconhecimento se abre, e a Graça lhe invade.
Quem sou eu? Quando essa questão é colocada, algo está voltando para o Infinito. Você está escavando de volta para a verdade, que é o infinito em você.
Quanto tempo você vai levar para perceber essa verdade? Então você diz: “Não consigo, minha mente é muito forte”. Mas quem diz isso?
Quem diz isso é a própria mente. Uma ilusão, fortalecida pela crença. Tudo isso pode ser extinto com a auto-inquirição.
Volte para a investigação sobre si mesmo, e questione completamente sua realidade, até que não exista mais nenhuma dúvida. Descubra com todo o seu ser o que sua mente está tentando esconder. Você já é o que você é, e você é isso neste exato momento.
Não procure nada através do que você acha que sabe. Nenhuma informação pode te ajudar aqui. Esqueça tudo o que você já leu ou estudou.
Abandone tudo, solte tudo, desista de tudo, e esvazie-se até que não reste mais nada. Tenha a coragem suficiente para ficar completamente vazio. Abandone tudo, inclusive o sentido de “abandonar”, até que exista apenas uma coisa, aquilo que não pode ser abandonado.
Conheça esse lugar, este lugar sem lugar. Veja se ainda resta alguma dúvida. Neste lugar, não posso nem perguntar: “Quem sou eu?
” ou “Quem está observando isso? ”. Nenhum julgamento tem qualquer significado.
Você está voltando para casa, para sua própria Natureza Búdica, sua própria Consciência Crística - no total Silêncio. Se este tipo de investigação está ganhando vida em você, e você chegou a este ponto, então, você está na Graça, a Graça já está aí com você. Através da autoinquirição você pôde descartar todas as falsas impressões, mas ainda assim, algo continua existindo, e isso é inegável.
Por tanto, permaneça fixo nessa sensação de existir, e não faça nada, apenas desista e se entregue a isso. Apegue-se apenas ao puro e simples sentimento de existência - “Eu Sou” - aquela intuição doce e sem forma. Então, fique quieto, até que aquele que você pensa ser.
. . Desapareça.
O que resta é imóvel, imutável e puro – indivisível Existência. Nataraj! Você não precisará de perguntas agora.
Apenas fique quieto. Silêncio. Esse “ficar quieto”, é permanecer tão silencioso, que nem você mesmo sabe quem está quieto.
Só resta o silêncio, sem “você”. Reconheça esse Silêncio, aquele que nunca pode ser afetado. Isso é mais imediato do que qualquer pensamento e mais íntimo que sua própria respiração.
E este Silêncio, está além do silêncio, você vê? Essa é sua casa. Nada, nenhuma “coisa”, vive aí.
Não se identifique com nada que possa surgir desta introspecção. Todas as emoções, pensamentos e manifestações são turistas, e não inquilinos. Tente existir apenas através de seus olhos.
Apenas como um par de olhos invisíveis e a alheios ao mundo. Então, novamente, eu pergunto, o que resta? Quando restar apenas silêncio, o “Eu estou quieto” terá desaparecido.
Tudo entra em silêncio e é o próprio silêncio. Este Silêncio não é compreensível, porque não há nada fora dele para que possa compreendê-lo. Então, isso é o intocável.
E isso, é você.