Racismo é um mecanismo complexo, que cria vulnerabilidade e poder, por Silvio de Almeida

e eu não sempre acho que o racismo ele cria vulnerabilidade é verdade ele cria grupos vulneráveis ele cria grupos que estão sujeitos a forma de violência ele cria pessoas estão cientes a pobreza a miséria mas ele queria poder também olá o canal brasil recebe hoje o professor silvio luiz de almeida jurista e professor da fgv e da mackenzie professor silvio muito obrigado por ter aceitado o nosso convite e antes de iniciar entrevista eu queria convidar você aproveitar que tá assistindo os entrevista tem várias outras entrevistas muito interessante por favor inscreva-se aqui no canal do um

brasil aqui no youtube e para sua a o senhor escreveu um livro chamado o que é racismo estrutural silvio estrutural na isso o racismo estrutural que está em grande medida provocando uma série de debates em relação a essa questão do racismo no brasil nele o senhor é faz uma distinção entre três formas de preconceito discriminação e racismo seja uma forma comportamental e talvez interna das pessoas se comportarem diante daquilo que é diferente só poderia nos esclarecer as diferenças entre os conceitos de preconceito discriminação e racismo é muito importante esclarecer esses conceitos porque é o conceitos

eles têm uma função né que é justamente tem capital o movimento da realidade e tentar captar naquilo que for possível a complexidade então uma disputa a respeito da definição dos conceitos então isso aparece é muito eu percebi que posso te mandar muito solta não só nos discursos mas mesmo na construção de textos acadêmicos então é fundamental se o que fala de racismo estrutural que eu estabelecesse essa distinção então se trata de uma questão analítica primeiro o que que o preconceito preconceito com o próprio nome já diz é é o resultado de uma de um modo

de capital imaginário social e transferir essa forma de captação de mais nada social tão julgamentos que eu faço a respeito de certos aspectos da realidade por exemplo quando eu parto do pressuposto de que pessoas negras são naturalmente são naturalmente habilidosos com jogos como futebol ou basquete ou então quando eu parto do pressuposto de que pessoas pessoas orientais e naturalmente é constituídas para matemática eu uso do gelo então ele com preconceito é como o próprio nome já diz uma uma ideia pré-estabelecida a respeito do comportamento de pessoas né por conta da raça por conta de algum

tipo de característica própria do seu pertencimento social veja o preconceito ele pode funcionar até mesmo como se fosse entre aspas algo vão tá como se fosse algo vantajoso né porque quando eu tenho o preconceito e acho que pessoas brancas são mais altas empenhar certos papéis de irmãs e liderança eu nunca esse preconceito acaba sendo entre aspas benéfico ou atribuir vantagens a certos grupos sociais então o preconceito é uma forma de constituição no imaginário social é que não parte obviamente de uma análise profunda que não parte de um ano de uma onda o confronto realmente com

a realidade com aquilo que ela tem que complexo agora eu não só forma de caminhar no mundo é muito por conta do preconceito as mulheres sabe muito bem o que é isso as pessoas lgbt sabe que és espera-se pessoas lgbt por exemplo um certo comportamentos que são estereotipados e preconceito trabalha com estereótipos sem importante agora a discriminação discriminação ela é um ato de poder não existe discriminação que não venha conectado altos poder quem discrimina faz que não é necessário que haja poder envolvido não é separar discriminar estabelecer diferenças pó discriminação ela pode ter com motivação

a raça né com sua raça antes que nasçam ela não é necessariamente racial eu tenho discriminação sexual pois é é então é e para discriminar coisa disso é necessário que haja um acompanhamento com poder nesse sentido as pessoas elas podem estabelecer formas de discriminação independentemente da raça eu posso eu como homem negro ter preconceito em relação e eu posso preconceito o que não pode acontecer comigo em relação incêndio negro eu não posso ser racista em relação um branco no contexto que eu encontro por quê porque o racismo na outra coisa o racismo envolve discriminação envolve

preconceito mas envolve o que envolve uma certa é envolve isso é de modo sistêmico eu tenho a formação de um sistema de discriminação de preconceito que se volta justamente para pessoas que pertencem a certos grupos que serão realizados tão racismo eu costumo definir como um processo histórico e político em que são atribuídas vantagens associadas a certos grupos e desvantagens a outros grupos então com isso eu busco primeiro entender o racismo é para além de algo natural racional é natural as não processo ele não ele não sei se arruma um ato e não sei se é

um evento então a 15 de atos de um ato de violência ou discriminação é contra alguém de um por conta da sua raça não necessariamente envolve num que envolve o nome sinceramente é um z encerra tudo que a gente pode falar sobre o racismo tá o racismo é algo muito mais complexo um ato do que um evento tá o racismo é um processo de constituição de vantagens e desvantagens sociais que inclusive podem acontecer independentemente de haver uma violência explícita ou não então necessário que haja a construção de um ambiente em que a raça possa ser

fazer algum sentido não existe raça naturalmente eu topologia vem falando a raça não é algo natural agora para que haja a raça é necessário que você tem todo um processo histórico em que certas forma sistemática discriminação de preconceito vão ser no cristalizadas um facil passo a fazer parte de uma de não e não é necessário que para que haja a raça é que esse imaginário sobre o papel de certos indivíduos que pertencem a certos grupos socialmente estabelecidos que esses comportamentos ele se repitam né como parte do imaginário expectativa que você tem em relação as pessoas

é muito comum as pessoas que não param para estudar o fenômeno do racismo associem o racismo a ofensa verbal ou física pontual isso seria uma forma de racionais e se eu fosse uma antecipação do processo isso mas não é uma questão muito mais complexa é o senhor inclusive faz uma distinção entre esses atos individuais de racismo mas também o que se chama de racismo institucional e racismo estrutural filho sobre esclareceu que cada um deles acho que esse ponto é crucial porque só só pra completar o que tá falando sobre o racismo faz um processo histórico

e político e histórico porque a produção da o fim de circunstâncias históricas então é um mesmo corpo com as duas características físicas ou o mesmo pertencimento cultural fora de um determinado contexto histórico já não tem mais mesmo significado que eu falei o branco também uma produção do racismo porque se é branco não apenas por causa da cor da pele mas se é branco por conta da circunstância em que a cor da pele vai funcionar como um dispositivo que vai acionar essas formas de vantagens desvantagens sistema esse é um ponto importante porque a gente sempre acha

que o racismo ele cria ele cria vulnerabilidade é verdade ele cria grupos vulneráveis ele cria grupos que estão sujeitos a forma de violência ele cria pessoas estão cientes a pobreza a miséria mas ele queria poder também o racismo o racismo nunca é uma coisa muito complexo ele cria de um lado vulnerabilidade porque ele cria um outro lado poder então rastro é sempre uma relação de poder não existe o racismo fora de um é sempre isso relação contextualizar historicamente e politicamente estruturados são muito importante agora o que você me pergunta eu falei tudo isso para dizer

que não existe racismo que não seja estrutural todo o racismo estrutural e porque estou dizendo isso porque é o racismo como falei com ele é um processo ele depende de estruturas sociais para que a discriminação continue sendo um sistema que se poder funciona e sempre no mesmo sentido então você precisa ter mecanismos estatais funcionando mecanismos ideológicos né para reproduzir-se imaginário social sobre o comportamento de pessoas racializados você precisa ter mecanismos jurídicos que vão estabelecer o limite do comportamento das pessoas que vão pertencer a certos grupos e você precisa ter medo de mecanismos e de estrutura

econômica dos seres a estrutura portanto é estado ideologia direito e economia para que haja racismo como processo sistêmico né que crê vantagem desvantagem para grupos que são racionalizadas você precisa ter essas estruturas funcionando de maneira afinada então o racismo ele é estrutural ou sentido de que ele só funciona se houvesse as estruturas agora pó diferente racismo estrutural e institucional é porque uma estrutura social funcionar é necessário que haja instituições que reproduzam comportamentos que é transforma o indivíduo em sujeito que vai naturalizar a existência de raça que vai naturalizar a existência de certos limites jurídicos estatais

né então veja a instituição ela já é um resultado da própria estrutura que você tem estrutura e você assistir tuições que funcionam dentro da estrutura então por que que essa é importante porque a gente achar que o racismo é só institucional a gente também já definiu a forma de combate ao racismo qual é a forma de combate uma ação institucional é mudar a instituição certo então eu tenho que mudar o funcionamento inscrição e aí qual que é a solução que a gente sempre apresenta que é uma solução importante que o racismo na sua manifestação institucional

o que é ação afirmativa é você estabelecer formas de mudança das disputas de poder de descrição então você para manter instituição que você faz você negocia de alguma maneira os conflitos existentes dentro e você institui a possibilidade dessas minorias né socialmente considerados que estão disputando alice para a expressão que elas participe que você faz você acaba distensionando a dinâmica esse o nome agora o que que não mudou a estrutura porque a expressão ela só existe ela só precisa fazer isso por negociação porque você tem as estruturas reproduzir uma raça um paramos sociabilidade então seja todo

o racismo é estrutural no sentido de que quando eu falo que existe um racismo institucional eu tô falando apenas de um de uma faceta do racismo se eu considero que o racismo é a relação de indivíduos e de uma violência entre de vidros eu também não tenho uma concepção sobre o racismo o individualista e que tá desligada de bom maneiro tô certo modo liberal né de ver o racismo o racismo para quem considera o máximo apenas na sua acepção individualista é como se a manifestação de relação interpessoal é alguém considera aqui o racismo é sempre

um ato consciente é sempre um ato de alguém ou que fez isso conscientemente ou então de alguém que não estava fazer alguém que não possuía racionalidade para te conhecer ato então racismo sempre visto como uma irracionalidade ou uma ilicitude chovendo comportamento anúncio ser é comportamental e qual que é a forma de solução solução jurídica do simples que você ou criminaliza ou você faz a pessoa pagar indenização por demorar você tá do nome dele tipo direito não certo até dorme da missão de administrativa me toma e manda uma solução jurídica sempre isso então sempre fazer mais

leis ou então educação você colocar você estabelecer a educação nós para concientizar as pessoas e por racismo uma coisa muito ruim só que aí a gente esbarrão problema né problema seguinte se o racismo é institucional também estrutural as pessoas são forjadas para naturalizar as suas posições em relação não só sua classe não não só falta mais a sociedade de classes mas também naturalismo também a existência de uma sociedade racializada' então o racismo não é uma forma de errar uma manifestação da irracionalidade ou então de um comportamento de diante o racismo é o normal da vida

social e o exemplo que eu dou é um exemplo assim que eu acho que é que demonstra de uma onda muito evidente né imagine se a gente tivesse aqueles programas de televisão em que você tem aqueles participantes que ficam dentro de uma casa durante muito tempo só tem vários nessas reality show sim você imagina no brasil se o reality show pego algo da cultura popular mesmo eu acho que é importante você entender melhor o reality show é com a 15 pessoas negras e cinco pessoas brancas a sua escândalo ia ser o motivo da discussão para

eles possam ser esse mesmo pensamento aqui para gente pensar também a questão a questão sexual a questão de gênero né até um caso famoso apresentador e apresentador de televisão dos estados unidos que ele ficou durante um ano inteiro apresentando o jornal com o mesmo terno ele só mudava a camisa gravata aí quando eu terminar do dia passando pastores esse ano a a sua colega de bancada foi apresentar com a mesma roupa a chover um cartas as pessoas se manifestando o que acharam aquilo como é que ela pode usar a mesma roupa aí ele falou no

ar cervos cartas falando a respeito da roupa da minha colega só que ninguém notou que eu estava usando o mesmo terno durante todo o ano ou se percebe então a gente vai na atualizando um caso as mulheres né a idade que as mulheres elas têm que elas tem que ter um tipo de comportamento que é próprio do gênero feminino que seja quer toda hora se apresentar com uma roupa diferente da qual podemos o mesmo terno terno geralmente eu mostrei a mesma cor né três quando a gente muda a vida mais extravagante para não ficar falando

não tem mais claro você era diferente mas vejo isso aí resultado do preconceito mas não é para uma atividade é um preconceito que é criado a partir da construção de um imaginário sociopolítico que isso é possível se você tem estado direito meio de comunicação educação peça reprodução ideológica e se você tem também um ambiente econômico de bom e velho que coisa interessante galera é a gente só naturaliza desigualdade porque também nós somos socialmente constituídos para que a desigualdade apareça associada a certos grupos sociais como negros indígenas ciganos na mulheres no caso da questão sexual então

vejam que a raça e o gênero não são questões apenas identitárias mas dizem respeito ao processo de construção das identidades sociais sem o qual a sociedade não pode funcionar da maneira que funciona então eu quero inverter a questão não dá para conceber o direito historicamente fora nesse processo de construção da identidade o direito é um fator de construção da identidade o direito foi feito para isso antes corante fala e você o especialista nisso coisa fala de nacionalidade a nossa cidade só ter é fundamental que você estabeleça o controle jurídicos nacionalidade é um processo central o

processo de formação das constituições é quando se pensa na condução dos estados nacionais é justamente isso e quando ele começa a falar também das constituições que são supranacionais é justamente para lidar com o problema da identidade que é criada por conta de uma série de crise econômica eu posso galeno tranquilamente aqui eu faço isso meu livre e faça os outros escritos e pretendo aprofundar isso futuramente eu posso contar a história eu posso contar a história das crises econômicas como sendo a história das transformações da noção de raça e eu posso do contrário eu posso comprar

história das raças da da ideia de raça a partir da história das crises econômicas as crises econômicas ela a necessidade de você reorienta ideologicamente a sociedade e isso passa pelo parâmetro racial ele for pegar por exemplo como é que assim como é que ele começou a de raça com a gente fala hoje quando eu digo porquê sim a ideia de raça é uma ideia que que tem uma certidão de nascimento e a gente pode mais me identificar não existe o raça sempre na história a ideia de raça ela começa a ser restaurada para chegar um

sal e não macho como tá hoje no século 16 quando você gosta se tornaram possível até pessoas vez em pessoas têm nós fica diferente eu encontro a relação mas agora o segundo filho e o século 16 ele também então sua ideia de raça com uma ideia de classificação dos seres que pertencem à natureza não somente os seres humanos mas a toda a natureza e por que que essa ideia vem junto com outra ideia a ideia de humanismo olha só então a contraface do humanismo ea cultura face da raça a modernidade ela nos leva a ideia

de universalidade mas ao mesmo tempo ela leva também a ideia de identidade você cria também uma espécie de normatização daquilo que eu mando vai ter que não é e isso depois vai colonizar o direito né e aí deve ocorrer dentro coluna que eu tô falando aqui não é à toa né você né a gente tem que pensar nessas questões então se acontecer século 17 século 18 foram que dura um menino tô falando da ideia de subjetividade e o século 19 realmente com a pseudociência o racismo científico como foi chamado o ministério não deixa o respeitado

académico ainda tem no momento e entendidos clássico sobre saas e eu acho que dono do stephen jay gould né a próxima de do homem o livros espetacular ele conta naquele vídeo uma sorte os fantasmas no começo ele vai encontrar a gente ali as ideias racistas elas foram ideias que tiveram muita aceitação até 1945 muito aceitação as pessoas que as pessoas que é elas pensavam a ideia de ordem social de ordem política até de ordem jurídica a partir da noção de raça o co no clássico o texto dele né defesa da sociedade ele vai dizer não

se pode contar a história da formação do estado que ele chama de moderno mas que ele pode chamar de contemporâneo sem contar a história da raça a raça ela foi justamente a forma que o estado tenta se proteger os sabe se torna conservador né justamente branding da noção de raça então e vejo não é tô século 19 você tem que ser o ciência você tem segunda revolução se você tem também ao mesmo tempo né no século 19 você tem o colonialismo eo neocolonialismo e o neo-colonialismo precisa da raça quem fala isso é um diferencial torça

eu quero falar que de autores das bases matte velório quem fala de como o neo-colonialismo tem o racismo como sua ideologia eu tô falando aqui de trotsky eu tô falando de hannah arendt essa função diferente né você concorda comigo né claro ou seja só e outros autores também vão falar da mesma coisa né os autores do século 19 praticamente construíram uma a economia que nós somos outro século 19 e começo do século 20 que estão pensando a sociedade pensam no estado pensando a política olhando para a herança do iluminismo e olhando suas contradições iluminismo a

todos eles estão de alguma maneira pensando em como se deu a dinâmica da raça na construção do nosso imaginário sociopolítico uma forma de racismo a gente falou de várias aflorações do racismo na história hoje em dia talvez uma a forma seja a negação de que existe a intenção de claro os grupos supremacistas brancos é um nazis mais para as demais pessoas uma uma forma de racismo seria negar que determinadas sociedades como a nossa são as vezes alguma que eu respondo sua pergunta depende do contexto histórico político e econômico então falamos do nosso estão falando não

fez efeito vou falar do nosso a gente vai falar do nosso nossa hoje foi muito importante um perfeito falando nós somos comparações vejo que se você for pensar nos estados unidos é o racismo é uma forma de uma forma de decisão e de te ver assim de separação de quebra das possibilidades da da unidade nacional o racismo muitas vezes é uma forma de você tornar possível a unidade nacional pega os estados unidos por exemplo os estados unidos ele vai com a unidade nacional quando se avizinha um processo industrialização né justamente pelo fundo a oficialização da

segregação racial é a única forma de ele ficar norte e sul ah e eles tiveram que ir eles tiveram realmente que colocar o racismo na mesma um dado real aberto concreto para poder se unificar enquanto sociedade depois ligado esses dessa seção pouca gente sabe nos estados unidos viver uma espécie de ditadura militar durante muitos anos o sul ocupado militarmente pelo governo pelo governo federal para que eles vão voltar com a escravidão e vez em quando você acabou com a escravidão russo vê como racional questão moral houve de fato uma queda não é uma destruição da

economia do sul dos estados unidos que a economia depende de fato do trabalho escravo é então você tem aí ele explica um pouco a formação das mentalidades né antes que eu aviso no altos então como é que foi a favor dele ficar ali fica notificação sabe como se deu pelo menos uma decisão da suprema corte vocês vão gente segue a posterior à guerra civil você é possível guerra civil na construção é a reconstrução e quando é que acaba a e como é que interessante uma reconstrução né a palavra feita acaba como é que ele qual

que é a última pedrinha na reconstrução a decisão lance versus flex - 96.000 que a suprema corte dos estados unidos decide separados mas iguais ó a reconstruiu então aceleração aceleração das unidos ela tornou possível a reconstrução uma interessante falar disso não é porque eu não sou a mesma coisa fica do sul se unificou pelo apartheid eu não consigo pressionante e no brasil como é que a gente ele ficou brasil as pessoas acham além do que o brasil o país de gente amadora o brasil ele produziu alguns interesses mais sofisticados do mundo porque a gente tem

que lidar com pro muito séria olhando o que aconteceu em outros lugares do mundo ali que aconteceu por exemplo nos estados unidos a soma do ai tira sempre infernal pairando sobre as elites brasileiras morrer né mas é um estado que se cria for uma relação de escravos polícias militares no brasil elas são resultado do medo haiti e não é porque agem como agem é o medo é uma negro fobia que que se estabelece que o brasil complica pública é um medo né que que vai acontecer então veja o que eles criaram forma sofisticadíssimas e lidar

com essa questão o brasil tem uma pecularidade o brasil todos os estados né se constitui o públicas a eles se consigo como públicas escravistas o brasil que não viram república foi justamente quando acabou com a escravidão e tem que lidar com esse problema de maneira muito séria como é que eu como é que sempre lidou com isso o brasil estabeleceu uma narrativa de comunidade justamente a parte da dinâmica desse ocultamento do caráter conflituoso da questão racial ou seja nós conseguimos de alguma maneira naturalizar o convívio por uma série de características que vão desde a sua

construção histórica o modo de comunicação no brasil mas conseguimos reunir isso dentro de um discurso um discurso oficial mas isso depois anos 30 tá partir dos anos 70 né em que as diferenças elas passaram a ser tidos como parte do nosso modo de ser da nossa brasilidade né mas isso não foi sempre assim que ver o racismo e construção política e também como assim como o nacionalismo a ideia de nação também uma construção política né depende de contingência mas depende também de projeto o brasil logo funcionar república tem que lidar com a distinção racial uma

tensão axial mas tem que manter a desigualdade esse é um ponto fundamental e para naturalizar desigualdade sujo um discurso oficial que eu desconto racional científico artigo científico diz que o estado brasileiro então as pessoas e o seguinte não o brasil nunca discriminou isso é mentira o brasil só se torna que é e consegue matar 70 mil pessoas por ano sendo que 70 por 70 mil pessoas por ano quase mil pessoas por ano sendo que setenta por cento das pessoas que mostra pessoas negras justamente porque o brasil permitiu esse tipo de coisa e ajudou a construir

os instrumentos da destruição da população pobre e negra no brasil a gestão do brasil historicamente é feita com a morte das pessoas negras morte encarceramento destruição a desigualdade como falei o racismo ele não pro a deterioração das condições de vida produção de uma série desvantagem então tem muita gente o curso incitam inconscientemente que tava uma posição muito boa no brasil mas que mas cujo mas como a construção da vida foi feita sobre o sangue e copo de pessoas negras e indígenas e o brasil é esse país antes então veja isso que leva o senhor em

algumas algumas vezes ser um crítico da nova utilização da lógica do termo meritocracia a segunda a sábado traz ia vir segunda mesmo tocasse tem que ser visto por quê porque existe muita tão eu sou muito crítico de superficialidade eu acho que o brasil é um país o brasil a questão racial são temas muito complexo ele tá colocando a série de coisas complexa que sobre história o direito de história econômica tá porque é algo complexo a gente tem que enfrentar a cumplicidade não adianta ficar simplesmente fazendo eu acho que é a hora da panfletagem tem a

hora da luta política tem hora do do slogan isso aí é necessário para nosso da academia fundamental observar os fenômenos entendê-los e muitas vezes tá do lado né desse tipo de coisa né assim mas veja a gente tem que fazer algumas considerações democracia racial quero um tema da pelo o anteriormente não é apenas um plano maquiavélico para destruir a pessoa não é isso é uma construção muito sofisticada que a gente só pode entender você entender também o que foi a formação do estado industrial brasileira a partir dos anos 30 ea necessidade de você fazer um

estado industrial e você juntos a do céu construir também uma narrativa sócio política de unidade nacional como é que você faz um mantendo a desigualdade por isso que alguns autores é cunharam o termo modernização conservadora é isso o brasil sabe se modernizar mas conservar certos aspectos a sua desigualdade social que justamente tem essa base racial como os seus elementos centrais então vejo você constrói bola no brasil os negros até esse negros e brancos é uma diferença cultural gilberto freyre com os casa grande e senzala empresa você começa a lei ele tá elogiando os dedos tá

dizendo assim os negros civilizaram o brasil e os negros darão civilizar o brasil ele não tá dizendo que não tem racismo em toda a queda de braço frente mas tô dizendo que é complexo né é o tem conflito tem violência só que nós construímos uma forma de lidar com essa violência que não passa pelo intervenção estatal tão somente uma dinâmica das famílias que ele tá falando aí no fim das contas tem uma tradição no brasil a tem que respeitar a tradição o brasil é modernidade o brasil está de estado de indústria para as opções até

de leis trabalhistas na cidade mas nós construímos o campo né nós construímos dentro das fazendas dos latifúndios uma dinâmica de convívio social que nós somos exemplo para o mundo e todos são preservados deve dar um jeito de fazer isso é conviver com ambiguidade então gilberto freyre conseguiu colocar na cabeça que nós somos a por ambiguidade por isso que muitas vezes um negro quando for depois que ofensa e muitas vezes de um branco contra o negro automaticamente a ver mas é brincadeira não percebe então então nós conseguimos nos conseguimos tornar parte da nossa diversão e da

nossa vida o sofrimento sofrimento sofrimento a é dizer outro brincadeira é assim mesmo é forma de carinho e você ofender outra pessoa e tal então veja que a josé de mello e tocar sia é uma forma de lidar com essa atenção só porque amanhã eu tô crescer porque como é que você vai explicar que todo mundo é igual e que todo mundo hoje bem e que não tem uma barreira para os negros como é que você vai explicar aqui só os brancos estão em posições de poder em destaque principalmente quando a gente vai olhar para

o estado brasileiro tem uma forma de enriquecer muito gente branca né não sei onde está não faz isso nessa brasileiro pagam altíssimos salários até ao funcionalismo público mas você tem isso tu como é que se explica só tem brancos ali a única forma de você criar esse discurso se você conseguir lidar com atenção é meritocracia você a pessoa que chegou lá porque tem mais meta a pessoa que chegou lá tem universidade por exemplo no estado brasileiro a pública o problema do vestibular não é um problema de selecionar os melhores é um problema que você não

tem um país que proporcione o número de vagas suficientes para que todo mundo possa a universidade né estarão algo por exemplo se dá uma ufrj é o nb esse negócio caríssimo então como é que você aceita que pessoas que estão no estrato social mais alto respondem na público enquanto os negros tem que estar no sucesso privadas e baixa qualidade ou então misturar você construindo o discurso da meritocracia para lidar com essa tensão entre universal e particular como diz o o meu nome é valentina o ciclo de almeida muito obrigado por entender ligado no caro tô

ligado e aí e aí e aí e aí e aí e aí