Boa noite a todos e todas eu sou a professora Maira uma mulher de pele clara cabelos castanhos até a altura dos ombros tem olhos castanhos hoje estou sem óculos Estou vestindo uma blusa branca com golinhas com uma manguinha sobreposta e estou no ambiente da minha casa na sala e atrás de mim tem um espelho e refletido um quadro uma porta e também tem um aparador com algumas fotos e gostaria de dar as boas-vindas para todos que estão hoje aqui conosco nessa transmissão Mais uma aula da nossa especialização em Educação Especial inovação tecnológica a primeira aula
da disciplina relação escola e família na no contexto da educação inclusiva é com muita alegria que iniciamos essa disciplina E já aproveito para parabenizar a todos os nossos cursistas que chegaram até aqui afinal de contas essa é a última disciplina da nossa especialização do nosso curso Então vamos que vamos para fechar com chave de ouro essa pós hein pessoal quero todo mundo se engajando participando das atividades para poder fazer uma disciplina bem proveitosa bem bonita e assim seguir pro fechamento do TCC que eu sei também que vocês estão todos bem encaminhados Tá ok aproveito para
agradecer a equipe do colegiado da ps colegiado de coordenadores que estão aqui nos dando suporte agradecer aos nossos intérpretes né Vitória e Daniel hoje estão conosco agradecer Professor Fábio Bernardo que tá aqui no apoio técnico e agradecer ao meu colega de coordenação professor Moisés Teixeira para ele passo a palavra que também irá se apresentar e também apresentar o nosso palestrante de hoje numa conferência internacional estamos chiques Hein gente Aproveitem bastante a aula grande abraço Olá boa noite sejam todos bem-vindos à nossa disciplina relação escola e família no contexto da educação inclusiva eu sou o professor
Moisés Teixeira Eu sou um homem eh branco cabelo preto pequeno topete cor dos olhos também pretos Uma barba serrada preta já ficando um pouco grisalha eu estou com uma blusa laranja parecendo só a gola no fundo tem uma parede bege e um retrato do meu filho vestido de soldado eh é um prazer estar aqui com vocês eh nessa aula pública que vai ser tratado o tema família deficiência e inclusão E desde já tá também queremos agradecer a todo colegiado né os intérpretes a todo o apoio técnico que está sendo feito aqui e a nossa parceira
Maira Muito obrigado pela parceria né pela oportunidade também estaremos agora apresentando o nosso querido professor Vítor Franco ele Ele é o professor psicólogo também Doutor em psicologia clínica Professor e investigador do departamento de psicologia da Universidade de Évora em Portugal nas áreas do Desenvolvimento Infantil psicopatologia do desenvolvimento e psicoterapia psicodinâmica com crianças as suas principais áreas de investigação são os problemas do desenvolvimento e a intervenção precoce com interesse particular na adaptação e desenvolvimento das famílias de crianças com deficiência e no percurso devida inclusão das crianças e jovens com síndrome de X frag pertence à direção
do programa de doutoramento em psicologia membro da Assembleia de representantes da ordem dos psicólogos Portugueses e consultor da Unicef no domínio da inclusão educativa de crianças com deficiência é autor de diversos trabalhos e publicações científicas no domínio da deficiência inclusão e intervenção precoce e de nove livros entre os quais mais recente já de 2024 desse ano família deficiência e inclusão Nós queremos chamar agora o professor Vito está com a palavra fique à vontade é um prazer recebê-lo aqui no nosso curso e obrigado já de antemão eh muito boa noite muito obrigado eh pelas palavras do
Moisés Obrigado também à professora Maira ao Professor Fábio e a toda a por este convite eh eu apresento-me Então o meu nome é Vítor Franco A sou um homem branco de cabelo também branco e de barba também branca um cavanhaque grisalho eh de óculos e vestindo uma camisa azul estou em Portugal estou em minha casa então num ambiente mais Indefinido de de habitação eh é Com muito gosto que estou com vocês esta noite aqui em Portugal já é bem noite porque temos 4 horas mais do que aí no Brasil mas é com muito prazer que
colaboro e que estou convosco Nesta aula aberta que não é bem uma aula para mim uma aula tem de um ponto de vista inclusivo tem de ter alguma interação não é vezes as palestras são aulas eh mas genuinamente elas são coisas diferentes então Vamos tentar que seja uma palestra que seja um pouco aula não é eh e que possamos interagir alguma coisa como estamos numa distância muito grande a vossa interação pode ser por escrito através do chat colocando alguma questão ou algum comentário se assim o desejarem eh Então como como disse o professor Moisés eh
eu trabalho na na universidade de Évora eh que é uma universidade antiga eh este Edifício que é o edifício principal da universidade é do ano de 1559 portanto como vem é um pouco antiga não é eh mas aqui tenho tido a oportunidade Desde há muito tempo de trabalhar nesta área das Crianças com algum tipo de transtorno do desenvolvimento e em todas as áreas que se li com as necessidades destas crianças e das suas famílias nomeadamente a área da inclusão educativa ou da inclusão social ou também dos aspectos mais mais terapêuticos portanto tenho muito prazer em
estar com vocês hoje para pensar sobre esta relação entre a inclusão a família e a deficiência e os desafios que que isso coloca é Como disse o professor Moisés tivemos oportunidade já este no início deste ano de lançar no Brasil e aqui em Portugal este livro que se chama família deficiência e inclusão da editora Juruá que é uma editora brasileira e que fizemos em colaboração com colegas também do Brasil nomeadamente a professora Maria de Fátima mineto da Universidade com a colaboração também de outros colegas autores de outras universidades brasileiras exemplo da Universidade Federal do Pará
Aí bem no norte eh Então o que vamos falar hoje não é o que está neste livro porque este livro tem múltiplas contribuições eh diferentes pontos de vista mas pensar um pouco em conjunto sobre a importância destas ligações e os desafios que hoje nos coloca para o nosso trabalho seja como professores seja como pedagogos seja como utas ou psicólogos ou médicos e este domínio da família e da inclusão A Primeira ideia que vos queria apres quermos Claros quanto a Isto é que a inclusão é um processo a inclusão não é uma coisa da escola nós
falamos a inclusão educativa não é eh ou escola inclusiva e às vezes isso pode nos levar a pensar que a inclusão é um assunto da escola só mas é útil nós pensarmos que a inclusão é um processo ao longo de todo o ciclo de vida ou seja ela começa no Nascimento e decorre ao longo de toda a vida e portanto ela não tem princípio nem fim e o que nós temos nunca é uma inclusão o que nós temos é ao longo deste processo ao long longo deste caminho fatores que facilitam a inclusão e o desenvolvimento
e fatores que são obstáculos a essa inclusão e aquilo que nos as questões da Educação Especial e da inovação tecnológica ao serviço da inclusão é como vamos diminuindo os fatores de exclusão e como é que vamos promovendo os fatores de inclusão em cada uma das idades n crianças pequenas nas crianças grandes no emprego e na autonomia etc etc portanto a Primeira ideia importante é a inclusão é algo que tem a ver com todo o nosso ciclo de vida uma segunda ideia para a qual queria chamar a vossa atenção é que nós vivemos num tempo de
mudança de paradigma em relação à compreensão das crianças com deficiência ou com transtorno frequentemente nós olhamos para as crianças para estas crianças usando o que podíamos chamar o nós vamos na estrada e o nosso carro tem uma avaria o que é que acontece Nós pensamos onde é que está o mecânico quem é que vai resolver o meu problema onde é que eu vou levar o meu para resolver este problema que tive Digamos que nós estamos a usar um paradigma diagnóstico tratamento O que é que tem o carro e quem vai resolver o problema do meu
carro que está identificado este paradigma para os carros é ótimo para as crianças é péssimo o paradigma do carro quebrado seria o paradigma da pessoa quebrada a deficiência e o do desenvolvimento não são pessoas quebradas e portanto o modelo diagnóstico tratamento não corresponde inteiramente às necessidades de abordagem daquilo que acontece na vida destas pessoas é um paradigma bom para os carros mas inadequado para as pessoas com transtornos de desenvolvimento e a permanência deste paradigma do carro quebrado leva muitas vezes a perguntar o que é que ele tem onde é que está o tratamento qual é
a terapia O que é que é preciso fazer essas questões vamos ver podem nos levar por um caminho que é insuficiente das Crianças com transtornos de desenvolvimento e não é demais nós pensarmos que na própria definição de deficiência ou transtorno de desenvolvimento da OMS esta ideia já mudou há muito tempo ou seja há muito tempo que nós partilhamos a ideia de que a deficiência não é algo que quebrou no indivíduo não é inerente e exclusivamente inerente à pessoa não é tá na definição da OMS que nos diz que a deficiência compreende três dimensões uma que
é das funções e estruturas que podem estar afetadas uma perna um braço uma capacidade cognitiva mas isto não é definição do TR que é das atividades O que é que aquela pessoa faz efetivamente nós podemos ter duas pessoas com que não t uma perna ou que não tem as duas pernas ou que são paraplégicas mas essas duas pessoas sem pernas uma pode conduzir o seu automóvel ser casado ter filhos ter a sua casa ter o seu emprego e o outro pode estar simplesmente sentado num sofá não trabalhando não estudando vendo televisão o tempo todo nós
podemos dizer elas são a mesma coisa porque ambas lhes falta as pernas ou elas são completamente diferentes nas suas necessidades na sua procura naquilo que nós podemos fazer para as ajudar são diferentes porquê Porque esta segunda dimensão é das atividades e um faz outro não faz mas também não chega saber aquilo que cada um é capaz de fazer porque a grande questão da inclusão é a participação é o que é que ele faz efetivamente ele pode ter licença de condução mas licença de condução não é conduzir são coisas diferentes Então essa criança esse jovem esse
adulto pode ser capaz de desenvolver muitas atividades mas o que vai fazer a diferença toda é o que é que ele vai fazer efetivamente ou seja podemos chamar a isto a participação Então qual é a utilidade de irmos para esta definição da OMS é que ela diz-nos que desenvolvimento e inclusão são a mesma coisa são Duas Faces da mesma moeda Ou seja quando nós trabalhamos sobre o desenvolvimento das competências das capacidades isso só Vale alguma coisa se se transformar em fazer em participar E isto é a inclusão né eu trabalhei durante muitos anos com a
paralisia cerebral e via todos os dias que vinha a criança 100 Km de táxi de Ambulância para ter uma sessão de terapia com o melhor fisioterapeuta do mundo e no fim da sessão a mãe enrolava a criança punha no táxi levava para casa no sofá a ver televisão houve desenvolvimento foi o melhor terapeuta do mundo que dispendeu uma hora a trabalhar para o desenvolvimento daquela criança mas se não houve in usão ou seja se aquela criança não participou mais não pôs em Ação Se não houve inclusão não houve desenvolvimento não há desenvolvimento sem inclusão e
inclusão sem desenvolvimento é não sair do mesmo lugar portanto não são coisas diferentes e não pode haver pessoas que trabalham só sobre o desenvolvimento que seriam os terapeutas e pessoas que trabalham sobre a inclusão porque elas são a mesma coisa e só fazem sentido juntamente E é este esta mudança de paradigma que nós temos de ter muita consciência que é o que é que buscam muitas vezes a fam as famílias Quando nasce a criança com transtorno de desenvolvimento O slide aparece todo mas não era para aparecer porque eu deixaria apenas a interrogação se faça ao
diagnóstico do seu filho famílias perguntam onde é que está o tratamento Esta é a pergunta da exclusão é aqui que começa a exclusão Então mas não é legítimo que as famílias procurem Onde está o tratamento talvez mas esta é a pergunta do carro avariado do carro quebrado Onde está o mecânico para eu levar lá o meu carro ou o meu filho para ele resolver o problema desenvolvimento e trazer de volta quando ele estiver bom este é um princípio de exclusão é o início da exclusão por é que é exclusão Porque subentende que a solução está
lá fora exclui porque coloca fora subentende que a solução está fora de casa fora da família está numa oficina está num terapeuta está num hospital está numa clínica e portanto coloca fora a solução e é nessa medida que é um princípio de exclusão mas se é assim então qual seria a pergunta que a família teria de fazer a pergunta tem de ser como é que eu vou ser mãe ou como é que eu vou ser pai desta criança Esta é a interrogação que leva à inclusão colocar cá dentro de casa dentro a interrogação como é
que eu vou fazer como é que eu vou ser mãe e pai desta criança e claro quem é que me vai ajudar nisso quem são os tais terapeutas os tais profissionais não que vão parar o que está avariado mas que me vão ajudar a ser pai e mãe ou mãe desta criança terapeutas médicos professores pedagogos todos eles estão ao serviço desta família que tem esta criança e a criança está dentro da família este é o princípio da inclusão estão a ver a diferença E porque é que é assim qual é o papel da família neste
processo dissemos no início que a inclusão é um percurso é um processo Um percurso de vida e e vai continuar na sociedade pode vir passar pelo emprego pela autonomia e o que é que sabemos da investigação e que muitas vezes esquecemos quem tem mais impacto no desenvolvimento das crianças são os pais para o bem ou para o mal né este grafico Zinho vem num estudo de uma publicação de maone que pretende dar aqui nesta pizza uma ideia comparativa do impacto dos pais dos terapeutas dos professores da Educação Especial todos são necessários mas Olhem só o
tamanho das fatias da pizza e nós às vezes esquecemos e os próprios pais esquecem e estão preocupados é com o impacto daquele terapeuta que andam à procura e às vezes estão descuidando da sua fatia de pizza que é muito maior e essa tem Impacto tem Impacto bom ou tem Impacto mau está a promover desenvolvimento e inclusão ou não está então h aqui um papel fundamental da família no processo de desenvolvimento e hoje estamos muito num período toda a gente anda à procura de Terapias e depois esquecemos este papel primordial nos dos pais no desenvolvimento porquê
porque são eles que estabelecem com a criança uma relação de afeto de apego de vínculo que é insubstituível nenhum profissional vai fazer isso isso em segundo lugar porque o desenvolvimento é um processo contínuo que ocorre no dia a dia em todas as horas não acontece só ou Todas As Tardes Quando está na escola acontece desde que a criança nasce até que adormece e até a dormir não é e mesmo que os pais digam que têm um tempo limitado para estar com a criança mesmo assim são eles que vão ter o maior impacto que T mais
oportunidade de interagir e não podemos esquecer uma coisa nós profissionais Vamos estar lá durante uma hora um dia uma semana um ano 5 anos os pais vão estar durante todo o tempo toda a vida então como é que não como é que podemos não os colocar no centro do processo porque é deles que vai depender desenvolvimento e inclusão e o que nós podemos fazer de melhor é cuidar desse processo cuidar daita e a inclusão começa em casa não vai haver inclusão educativa se não há inclusão familiar muito difícil não vai haver inclusão social se não
houve inclusão Educativa muito difícil não vai haver inclusão profissional Se não houve inclusão educativa então o processo significa que há vários momentos e desafios deste processo inclusivo e começa em casa e podem interrogar-se agora por a família no centro deste processo então não era suposto os terapeutas estimularem a criança né a criança ir a um centro a um local onde seja estimulada vamos relembrar e as maiores em primeiro lugar a criança não é recetora passiva de estímulos todos vocês têm essa experiência sejam educadores eh terapeutas fonodiólogo se a criança não está ativa está desesperada está
distraída está a chorar ela não vai receber nada do que nós lhe damos mas a criança é ativa ela procura ela interroga-se ela tem curiosidade e esse é o fator principal do desenvolvimento então a ideia por exemplo de estimulação precoce é uma ideia do século passad há 50 anos atrás não há estimulação precoce há intervenção que leva a que a atividade da criança a sua ação ela não é recetora passiva dos estímulos seria como dizer que eu vos estou a estimular e porque eu vos estou a estimular quando acabar esta hora vocês sabem tudo o
que eu disse isso não é verdade porque alguns estão a ouvir e a integrar no que já sabem e acham que é uma coisa nova outros estão a ouvir e já sabem o que eu estou a dizer e já não é novo outros estão distraídos e estão a a tratar do jantar e portanto o que vai ser decisivo não é o meu estímulo o que vai ser decisivo é a vossa ação a atenção o pensar Isto é agir nãoé o piag já dizia que a inteligência nas crianças nasce da ação desenvolvimento nasce da ação e
o bebé não é passivo o desenvolvimento acontece na ação por isso a família está no centro porque é quando o bebé age e vai à procura de respostas mas sabemos mais a criança necessita de suporte né que a primeira imagem que temos Aí temos o quê um bebé que está apoiado em alguém os bebés necessitam de suporte suporte físico ser abraçados de contacto né o vinic chamava isto holding né o abraçar o contactar etc e esta é uma função básica da família Às vezes a família não sabe fazer porquê Porque parece que o bebé não
solicita parece que ele não aproveita a família tem medo de estragar alguma coisa mas precisa necessita deste suporte deste tocar a criança necessita de interação temos aí na segunda imagem um bebé e uma mãe a interagirem alguns de vocês podiam dizer a mãe tá a estimular a criança erro Nós não sabemos é a mãe que está a estimular a criança ou é a criança que está a estimular a mãe não é porque não a criança a estimular a mãe a fazer a mãe contente com os seus sorrisos com as suas gracinhas com o seu agir
a interação é isso e a criança necessita disso nos seus pais e às vezes os pais não sabem como fazer porque a criança não responde Como Eles veem as outras crianças a responder mas eles não podem ser substituídos por outras vão estar lá todo o tempo e em terceiro lugar a criança necessita de pessoas que lhe mostrem o mundo temos aqui na terceira imagem uma mãe que está já não abraçar tem Embora esteja a envolver já não está a interagir olhos nos olhos mas está a apresentar a criança o mundo um livro uma imagem n
é quando a criança vai de carro com os pais e pergunta vê uma árvore e pergunta o que é aquilo os pais dizem é uma árvore ou dizem é um cão é um gato os pais estão a apresentar o mundo às crianças se a criança aponta e a mãe em vez de lhe dizer é um cão lhe diz amanhã na escola Vão te dizer o que é amanhã na terapia vais aprender o que é não é nos pais é naquela altura que a criança aponta e que a mãe dá uma palavra que no meio ou
objeto a coisa do mundo que a criança aprende no dia seguinte já não aprende então é por isto que a família está no centro e também nós sabemos que o estado emocional da Criança e dos pais se interligam e por isso o que acontece lá na família tem implicações no bem-estar emocional da criança assim como o bem-estar emocional da criança tem implicações na sua mãe no seu pai nós nesta imagem aqui também Nós não sabemos a mãe está triste porque o bebé está triste o bebé está rabugento irritado porque a mãe está triste Quem é
que tá como consequência do outro impossível de Saber pela imagem agora que uma está não está bem e o outro também não está bem é verdade então aquilo que está a acontecer na vida emocional dos Pais está necessariamente a afetar aquela criança tão a ver não é o que acontece à quarta-feira terapia é o que acontece em casa no levantar na refeição no almoço no chegar a casa quando a mãe lava a lça quando o pai arruma a casa enfim o que seja é em todas as horas e não é só a mãe de facto
não é a família é um conjunto de outras interações em que também está o pai em que também estão os irmãos e em todas essas interações há desenvolvimento e há inclusão simultaneamente por isso é inseparável o estar incluído na família e o processo de desenvolvimento e não há desenvolvimento sem inclusão Então por onde começar a mudar hum se não é começar a mudar onde é que está o tratamento nã se o transtorno de desenvolvimento tem uma dupla implicação tem na criança porque as suas competências tão afetadas e tem nos pais porque o seu estado emocional
está afetado a relação entre pais e criança só pode estar perturbada só pode estar afetada não é porque a criança faltam-lhe as competências ou ou tem determinadas características que estão afetadas pela sua deficiência ou pelo seu transtorno e os pais estão sempre afetados na sua situação emocional então a relação entre os dois carece de muita coisa né Então temos de cuidar desta relação apego deste vínculo temos de cuidar desta reciprocidade e essa é a única forma de desta relação resultar desenvolvimento dos pais e resultar desenvolvimento da criança não podemos pôr nenhum deles de fora porque
esta relação está lá todos os dias de manhã à noite a causar efeito sobre a criança e as suas competências e a causar efeito sobre os pais e o seu estado emocional que também é o seu desenvolvimento então se nós não cuidarmos aqui não vai funcionar e quem são estes pais que qu Quem É esta família que nós estamos a falar o que é que lhes podemos pedir o que é que é suposto podermos dar o que é que desenvolvimento eu gosto de pensar que todos os pais de uma criança com transtorno de desenvolvimento são
pessoas com um transtorno de desenvolvimento não é claro os pais não não estou a dizer que os pais das crianças com síndrome de down têm Síndrome de Down estou a dizer é que o seu desenvolvimento foi afetado pelo Nascimento daquela criança e pela presença daquela criança aquilo que eles esperavam não aconteceu aquilo que seria o seu percurso desenvolvimento seguiu outro caminho pelo facto de ter este filho então há sempre uma alteração um transtorno não tem que ter uma conotação patológica de maneira nenhuma mas há um transtorno do desenvolvimento de todas estas famí Então se assim
é nós ao querermos trazer a família para o centro do processo corremos o risco de pôr sobre ela mais obrigações e mais stresse eu não tenho tenho dúvidas hoje que muitos dos nossos modelos de trabalho agravam o stresse destas famílias vi isso muito mesmo no Brasil por exemplo no tempo do zic vírus não é que há 6 anos atrás Talvez mas vemos nas outras situações todas Imaginem uma família que tem uma criança com o zic vírus ou com autismo que vive a 500 km da capital e que alguém lhe diz tem de vir terapia duas
vezes por semana porque a terapia está na clínica no hospital no centro na capital e aquela família faz acredita que e passa a fazer 200 500 km para trás e para a frente em primeiro lugar a mãe vai perder o seu emprego Vai abandonar a sua vida vai se dedicar à aquela criança aquela viagem traz para a frente perde as suas amigas o seu lazer quem sabe o pai começa a aborrecer-se da situação e ter de trabalhar mais e quem sabe a certa altura aquela família tá destroçada e nós dizemos bom isso é um problema
do casal Será que é só ou será que este nosso modelo de trabalho não traz sobre o próprio casal e a família um stresse acrescido pensemos sobre isso isso então o que é que está a acontecer no desenvolvimento da família vamos ver muito rapidamente quando nasce uma criança com um transtorno de desenvolv dessa criança e nós quase sempre pensamos que para compreendermos esta família temos de compreender a partir do diagnóstico Mas o importante está do diagnóstico alguns de vocês já ouviram falar sobre isso não é como os bebés têm de ser idealizados TM de ser
imaginados pelos pais e todos os pais idealizaram imaginaram um filho perfeito por regra conceções muito discutíveis nenhuns pais desejaram ter um filho com um transtorno de desenvolvimento e portanto idealizaram construíram Esse bebé a sua expectativa nesta perfeição podiam dizer então é melhor não idealizar muito rapidamente é imprescindível idealizar porque aquilo que nos permite cuidar dos nossos filhos é a idealização que fizemos deles pensarmos e compararmos a forma como idealizamos com aquilo que os bebés vai uma diferença grande nós sempre os idealizamos bonitos Não é simpáticos sorridentes e depois eles choram cheiram mal é preciso limpá-los
é preciso pôr cremes sempre os imaginamos como tendo um grande futuro à sua frente quem eles vão ser no futuro sempre os imaginamos como competentes isso vai alimentando a nossa capacidade de nos esforçarmos sacrificarmos fazermos tudo de amarmos os nossos filhos e se não houvesse esta idealização e às vezes não há e quando não há o que é que acontece o risco de maus tratos de abandono de descuido em relação aos filhos é muito maior nesta medida temos aqui uma afirmação que temos de levar muito a sério todas as crianças com transtorno de desenvolvimento começaram
por ser perfeitas não é todas começaram por ser perfeitas completas na imaginação dos seus pais na sua idealização e a primeira relação que os pais estabeleceram foi com esta idealização foi com esta criança perfeita agora às vezes não nasce perfeito ou nasce com algum transtorno ou mais tarde tem um diagnóstico e aí nós temos uma crise e neste esquinho seria aqui um segundo passo Então o que nós encontramos já não é o início do processo mas é a crise emocional e vivencial que os pais vivem e o real e aquilo nós vemos e que na
literatura às vezes aparece como fases são tentativas dos Pais para resolver esta crise A negação a revolta a raiva a culpabilidade a depressão hoje não temos muito tempo para abordar cada uma destas coisas mas todas elas são formas que os pais tentam utilizar para que de facto Aquela criança não seja diferente da aquilo que eles tinham desejado na negação é fácil de ver não é negar mas A negação tem muitas formas e pensem se aqueles pais dizem que a criança não tem nada e não acredita num com médico diz parece fácil a que há negação
mas A negação pode ter formas mais subtis e se aquela família continua a acreditar que com um bocadinho mais de terapia com um bocadinho mais de fono mais de terapia A B ou C um bocadinho mais de bom professor Aquele filho vai ser exatamente como eles tinham desejado nós estamos ainda no domínio da negação não é A negação do filho é A negação da diferença radical e não que existe e o idealizado e quando o idealizado se mantém os pais não podem cuidar do filho real digamos assim por isso às vezes se fala no luto
o luto não é luto pelo filho o luto é o luto pelo uma idealização é abandonar de vez a ideia do filho que ia ser ideal para cuidar de um filho que é o que é que é tal como é na sua condição real hum há aqui outros aspectos que seria interessante conversarmos mas o processo não acaba aqui não acaba neste luto pelo abandono da ideia idealizada porque o problema não é só do filho idealizado o problema é o do filho real O que é que se faz com esta criança então eu creio que se
todos os bebés Se todas as crianças têm de ser idealizadas estes têm de voltar a ser idealizados estes pais têm de voltar a ver o seu filho como bonito competente com um grande futuro à sua frente e se nós não ajudarmos os pais a ver os seus filhos estes tal como eles são com autismo com síndrome Down com paralisia cerebral como bonitos competentes e com o futuro à sua frente é muito difícil os retomarem o seu processo de desenvolvimento e se os pais não retomam o seu processo de desenvolvimento Aí sim temos pais deprimidos temos
pais a sufocar com ou então temos pais funcionais que são aqueles que fazem tudo são motoristas são nutricionistas são tudo para o filho tudo o que lhes pedem só não são uma coisa que é pais e ser pai não é ser motorista nem o que paga as contas nem o que faz as comidas é muito mais do que isso né então nós temos de entender que este processo de ser pai ou mãe de uma criança tem digamos três momentos um momento de paixão não éem que foi ideal e perfeita aos olhos à imaginação melhor dos
seus pais e que eles sentiram perfeitos também um momento de dor em que a crise é inevitável e elaboração de sofrimento é inevitável e que nós não podemos dizer bom isso passa ou tem de aceitar não é e uma nova paixão que nós profissionais temos de ajudar os pais a construir a retomar o seu reinvestimento e só pela sobrecarga não é aceitar é pouco ou não é nada eu não gosto nada da palavra de aceitar os pais têm de aceitar aceitar é pouco se baterem no nosso carro nós não aceitamos se nos fizerem uma maldade
nós não aceitamos Então vamos aceitar passivamente resignadamente algo que afeta tanto a vida de um pai e de uma mãe é isto que nós profissionais queríamos que eles façam resignar-se dizer bom Olhe tive pouca sorte na vida vou ser infeliz para sempre tenho de aceitar não não é nada disso aceitar é pouco nós temos de ajudar estes pais a retomar o seu desenvolvimento a retomar o seu desenvolvimento como pais que TM alegria nos seus filhos e que investem nos seus filhos que T ideais que têm projetos que estabelecem relações que tê que vivem uma vida
completa e para isso t de refazer continuamente os seus projetos de futuro refazer as suas competências e refazer continuamente a sua ligação com a criança e este é o caminho em que nós podemos ajudar os pais sejamos terapeutas sejamos médicos sejamos pedagogos isto não é um trabalho para os psicólogos é para todos aqueles que são chamados a ajudar os pais a serem Bons Pais no processo de desenvolvimento dos seus filhos bom e o que é que a escola faz com isto vamos então um bocadinho também ao lado mais específico da escola já que penso que
a maior parte de vocês trabalham na educação e a educação inclusiva é neste momento um grande desafio mundial o acesso à educação das Crianças com transtornos de desenvolvimento e uma educação para todos eu vejo que neste momento no Brasil 88% das crianças estão quando há 10 anos ou há 12 anos havia 70% de crianças em escolas especiais temos talvez 9% de crianças com transtornos de desenvolvimento e o aumento do do autismo tem sido geométrico temos talvez 30% de crianças com dificuldades de aprendizagem ou de comportamento portanto a educação inclusiva tem de responder a isto e
eu creio que ter a educação inclusiva Exige uma nova forma de olhar a deficiência um transtorno de desenvolvimento que foi aquilo que estivemos a falar no início e existe também uma nova forma de entender a escola era sobre isso que vos queria falar aqui 5 minutos mais não é o nosso modelo de escola e a nossa ideia de escola é uma ideia antiga e é uma ideia que que traz acoplada uma perspectiva da criança que é essencialmente médica E daí que aquilo que se fala na teoria e o que se diz se faz nos artigos
e nem na pesquisa e aquilo que acontece depois nas escolas não Muitas pessoas dizem bom na legislação tá tudo bonito escola inclusiva mas na escola lá onde está a criança é outra coisa completamente diferente então nós temos de levar isso a sério e tentar perceber e porquê a criança não é redutível a um caso clínico o menino X tem autismo o que é que isso nos diz para a escola zero diz alguma coisa diz que tem autismo mas para fazer com ele o quê na escola é pouco já Vimos que os transtornos de desenvolvimento não
são doenças são uma condição da vida toda com implicações em todas as áreas da vida menino com Síndrome de Down não tem uma doença ele terá todo tal seu percurso inclusivo e de desenvolvimento o mesmo para o autismo o mesmo para outras transtornos já vimos também os limites do tal modelo diagnóstico tratamento o que é que ele tem vamos lá tratar já vimos também que a dicotomia desenvolvimento e inclusão Não serve portanto uma prática ou uma formação dos professores acente na descrição das patologias não serve para grande coisa eu dá muitos anos que comecei a
recusar fazer palestras sobre as patologias específicas trabalhava com síndrome de X frágil então palestras sobre X frágil e quando chegava ao fim destas formações e perguntávamos aos professores então e agora o que é que precisam a resposta era sempre agora agora precisamos de mais formação foi sobre o síndrome Down foi sobre o síndrome x frag É sobre o autismo vai ser sobre a epilepsia nunca vai acabar a formação assente sobre as patologias não muda a realidade tinha aqui uns slides que estou a passar à frente que são da minha universidade mas eu depois explico noutra
altura mas a escola como nós a conhecemos nas suas raízes e aquela que temos nas nossas cidades em Portugal e no Brasil tem alguns pressupostos que que dificultam os os os processos inclusivos e a inclusão elas assentam na ideia de classes iguais de homogeneidade todas as crianças da mesma idade estão na mesma classe Ou seja subentende que tendo a mesma idade têm todas o mesmo desenvolvimento neurológico e cognitivo têm todos o mesmo Desenvolvimento Social aprendem todos da mesma forma etc e por isso se pressupõe que o ensino também é igual porque é dirigido ao grupo
à turma o professor dirige-se ao grupo tem tem [Música] como dirige-se a a todos ao mesmo tempo tradicionalmente na escola não é então haveria o aluno médio aluno bom e havia aquele que reprova e quem é que reprovava o que tinha menos recursos cognitivos o que estava pouco motivado o que estava mais irrequieto Ou aquele que era pobre porque se entendia que ele não estudou não aprendeu reprovou e a família qual era o lugar que tinha neste modelo era em relação a este que ia reprovar corrigir fazer os trabalhos de casa ensinar ralhar castigar é
assim que a nossa escola estava construída não agora este que reprovava tendia a ser excluído da escola a escola que nós conhecemos é um sistema de exclusão todos entravam e a escola ia final entrarem na universidade só alguns muito bons qual é o problema da inclusão que nós temos é que nós queremos conjugar este sistema de exclusão que é a raiz da nossa escola com um modelo que seria aqui triangular não é com um modelo de escola em que todos os que entram têm de sair porque ela é uma escola para todos enquanto que aqui
tínhamos os excluídos que estavam na sua franja Então como é que nós passamos de um triângulo para um retângulo não é o triângulo nos dá ideia que só poucos vão cada vez menos progredindo para a ideia de que todos têm de ficar no sistema todos têm de ficar na escola estes que nós estamos a falar eram dos Tais que eram excluídos e um paraas pais iam para escolas especiais ficavam em casa para não perturbar o progresso dos outros que se iam mantendo mas agora todos têm de estar na escola então se este é o desafio
não temos muito tempo mas algumas coisas podem suscitar a nossa atenção em primeiro lugar a inclusão na escola não é é o objetivo final eu diria mais o grande problema da inclusão não é colocar dentro da escola é sair da escola eu explico a lei coloca a criança dentro da escola mas o importante não é que ela já é um passo mas o decisivo é o que ela vai fazer na escola que lhe permita sair mais competente Esse é que é o desafio então o estar incluído na escola estar dentro da escola por si só
é um passo pequeno não é o objetivo final a inclusão o estar o colocar dentro da escola é um caminho para que a criança saia da escola mais competente mais autónoma mais participativa é este o desafio Então seja para todos e não apenas cujo acesso seja para todos o desafio da inclusão não é todos dentro da escola é que a escola funcione efetivamente e seja boa para todos isto leva-nos a pôr necessariamente em causa algumas características da escola antiga NS lugares numas cidades NS países são mais fortes e não mudam e noutras já vão mudando
na escola antiga chamemos-lhe assim que é a escola que vem do século X e que se mantém até hoje ela assenta na classe homogénea subentende que todos são iguais e portanto ela tinha excluir para fora ou para o canto da sala aqueles que eram diferentes né porque para que os outros se continuem a ter seue a ter a ilusão de que são iguais agora nós sabemos que isto é ilusório porque os outros também não são iguais um tá mais motivado outro não está um está a dormir na sala outro está des a ideia da classe
homogénea não faz sentido no dia de hoje a escola antiga tinha um professor que ensinava O que é que isto quer dizer ele dava aula e a aprendizagem dos alunos dependia do que ele dizia ou do que ele fazia hoje esta ideia de aula é coisa mais fora do tempo todos vocês que são professores concordam por exemplo que a maior parte dos vossos alunos ou alguns sabem usar melhor o celular do que vocês do que eu então eles não ficaram à espera que o professor ensinasse para aprender e hoje eles têm acesso a tanta informação
desde do Ensino Fundamental até à Universidade qualquer aluno meu segunda-feira ou terça pode saber mais sobre um assunto qualquer do que eu porque ele hoje tem acesso aos últimos artigos pode falar com os professores de todo o mundo e se ele quiser ir buscar informação segunda-feira sabe mais do que eu ele não depende da aula que eu dou do para ter o conteúdo e a escola antiga era uma escola do professor autossuficiente ele tinha a sua turma era o Rei da sua turma dava a sua aula resolvia tudo Nenhuma destas coisas hoje funciona nem serve
para a escola inclusiva a escola inclusive at ter a diversidade como um valor ou seja não é um problema não pode ser um problema tem de ser um valor explorado se tem um menino que só gosta de dinossauros e sabe tudo sobre o dinossauros isso não é só um problema isso é um recurso de todos os que não sabem sobre dinossauros incluindo o professor não é a diversidade é um valor utilizável para todos o professor tem de cuidar das diferenças e Portanto ele não pode dar aula tem o tal professor de apoio ou o tutor
que se encarrega disso de excluir mesmo dentro da sala o tal que é diferente para o professor continuar a falar para todos como se eles fossem iguais o desafio iniva é o outro é que o professor organiza as aprendizagens para que cada um aprenda de acordo com as suas competências de acordo com o seu ritmo de acordo com as competências que pode ir desenvolvendo e deixe de dar aula para todos como se isso fosse eficaz e em terceiro lugar o professor não está sozinho não pode fazer isto sozinho O professor precisa de todos porque não
pode ensinar todos não pode fazer três discursos ao mesmo tempo então ele precisa de qu do professor de apoio Não Para apoiar o aluno precisa do professor de apoio para o apoiar a ele para o desdobrar na sua ação educativa precisa dos outros professores precisa dos professores da Educação Especial não é para lhe levarem as crianças para ele não ser afetado por elas é para o ajudarem a pensar sobre as estratégias pedagógicas que vai desenvolver sobre os materiais sobre a tecnologia que vai precisa dos pais e das outras pessoas da comunidade Porque eles sabem muito
sobre os seus filhos e podem ajudar muito o professor a encontrar estratégias pedagogia eh didáticas até que sejam adequadas Ao estar daquela criança num ambiente de aprendizagem que tem de ser a escola então resumindo talvez as coisas mais importantes do do que tivemos a falar em primeiro lugar a inclusão é um percurso de vida não é escola só em segundo lugar precisamos questionar a nossa forma de olhar os transtornos de desenvolvimento ou a deficiência e tirar deles uma dimensão que muitas vezes é do modelo médico tradicional mas que é um modelo que não se adecua
aos transtornos de desenvolvimento em terceiro lugar a fam tem um papel Central no desenvolvimento de todas as crianças não há fazer desenvolvimento das crianças com e sem transtornos é igual em todas em quarto lugar os pais enfrentam sérios desafios ao seu próprio desenvolvimento e se nós não os ajudarmos a cuidar do seu desenvolvimento e a desenvolverem-se corremos o risco deles estarem cada vez menos capazes de fazer o seu papel parental mais frágeis e em quinto lugar a inclusão educativa implica mudança na nossa conceção de escola inevitavelmente as escolas vão mudar eu dizia algum tempo atrás
daqui a pouco cada sala de aula vai ter cinco alunos com autismo E então a escola vai mudar agora quando digo isso n algumas escolas há um professor que levanta a mão e diz eu já tenho cinco então talvez daqui algum tempo haja 10 em cada sala e quando houver 10 meninos com autismo ou transtorn em cada sala a escola mudou já não pode mais fazer de conta já não é porque já não vai conseguir manter as características da escola tradicional e homogeneizante vocês que estão a estudar e fazer a vossa especialização nesta área como
é que podem ajudar a construir a mudança para uma escola heterogénea para uma escola com uma pedagogia que seja diversificada e que use todos os recursos incluindo estes recursos tecnológicos que vocês conhecem melhor Obrigado pela vossa atenção penso que podemos ter algum tempinho para algumas perguntas Se quiserem professor Franco muito obrigada estávamos aqui eh no verdadeiro eleite ouvindo o senhor eh com tanta clareza tratando de conceitos e um tema tão delicado tão complexo e vários dos nossos cursistas aqui comentando sobre a sua fala o quanto que ela é importante é necessária Nesse contexto de educação
inclusiva e ao mesmo tempo extremamente emocionante quando a gente tenta se colocar no lugar das famílias e quando a gente pensa no nosso papel como professores né eu vou destacar aqui alguns pontos da sua fala que trouxeram assim comentários no chat e um primeiro que eu gostaria de destacar é relacionado aos dados que o senhor trouxe né apesar de Brasil e Portugal terem realidades né tão diferentes como é interessante a gente perceber pontos ali né de confluência em especial sobre o aumento do número de casos com autismo né dos diagnósticos de autismo a gente tem
tido né cada vez mais eh essa esse desafio de acolher não apenas os estudantes com autismo mas também essas famílias que lidam né com com essa com as demandas relacionadas ao autismo e interessante também o Senhor falar né sobre essa escola antiga que precisa ser transformada né numa necessidade também de avançar para além do modelo médico e a gente M das vezes Professor Vítor trata aqui com os nossos cursistas sobre a importância assim do diagnóstico do laudo para que a gente possa avançar para efetivação de direitos efetivação né Eh pro alcance até mesmo aproximação das
políticas públicas mas que esse laudo ele não vai trazer pra gente todas as respostas né que Dirá trazer pra gente enquanto escola né um Norte para avançar para esse processo de inclusão e E aí o senhor foi na sua fala e fiquei lembrando do que a gente discutiu recentemente na última disciplina sobre a questão da intersetorialidade a importância da comunicação entre os diferentes setores para que haja uma rede de apoio para esses estudantes para essas famílias e sobretudo a gente possa né avançar para uma escolarização que contribua para para essa inclusão e por último eu
achei muito interessante Quando o senhor colocou a questão do que o mais difícil não é entrar na escola mas o sair eu confesso que até me emocionei quando ouvi essa sua fala e a gente comentando aqui seja no grupo do colegiado do curso seja no grupo de pesquisa lá da Universidade Federal Rural o Observatório de Educação Especial inclusão educacional a gente ficou aqui comentando sobre o quanto que a gente precisa trabalhar para que essa inclusão seja efetivada pensando justamente nisso no futuro porque a inclusão não termina na escola né a inclusão é algo muito maior
eu vou trazer aqui muitas das questões que foram colocadas no chat o senhor mesmo já foi respondendo ao longo da sua fala mas eu vou destacar aqui duas dois comentários que eu gostaria que o senhor ouvisse ainda que eu saiba que vai acessar o chat vai mas também comentasse que foram duas falas de de de mães né pessoas que são Possivelmente alunos do nosso curso mas que fizeram questão de colocar sua experiência pessoal A primeira foi da Isabela França sou mãe de um menino de se anos com teia e sei o quanto a família influencia
positivamente no processo das interações seja pelas emoções atitudes linguagem gestos e toda a forma toda e qualquer forma de expressão e também a fala da Rosana da Rosane Vian fala muito interessante é a realidade sou mãe atípica e compreendo bem esse processo E aí professor Vittor eu passo a palavra pro senhor professor comentar sobre essas colocações né que chamaram a atenção aqui do chat que eu tentei resumir e destacar aqui pro senhor e a Fala dessas duas pessoas que fizeram questão de registrar aí a o link entre as suas colocações nessa aula eh tão eh
próxima da realidade delas e essa questão que elas fizeram de trazer a o depoimento pesso uhum h eu hoje mesmo ontem estive com uma família que também tem uma criança com 7 anos com com autismo qu é e e hoje estava a pensar sobre isso e e e est a pensar duas ou três coisas primeiro nas redes sociais especialmente no Instagram 90% do que aparece é sobre diagnóstico do autismo o diagnóstico se eu disser que é bem pouco também não é verdade é muito importante mas essa família com quem Estive ontem ela já tem o
diagnóstico Então o que é que ela está à procura de tudo porque o diagnóstico não diz nada quer dizer diz não entendam mal mas a implicação que isso vai ter para os pais O que é que eles vão fazer para a escola O que é que vão fazer ET não diz e já agora que estou a falar para professores às vezes é é assim um pouco quando os professores ficam à espera que os médicos digam o que é que os professores vão fazer os médicos que não estudaram nada zero de pedagogia vão dizer ao professor
O que é que o menino precisa de fazer na escola faz seno é como o professor ir dizer a como é que se faz uma cirurgia ou os medicamentos que devem ser receitados seria eh não é no médico não tem de o fazer e não tem de saber mas não podemos ficar quant professores à espera que o médico junto com o diagnóstico o rótulo ou o laudo diga o que é que é para fazer na escola um médico não sabe pode haver alguns que tenham estudado um bocadinho se for aqui em Portugal não estudaram em
princípio nada de de didática ou de educação algum um ou outro eventualmente portanto não podem não podemos nós ficar à espera que eles digam outra coisa importante é que rótulo mas o professor tem de fazer diagnóstico também não é o do rótulo não é não é dizer se ele tem autismo ou não tem mas se o professor não avaliar bem a criança se não fizer uma boa avaliação das necessidades da criança das suas competências do seu ponto da situação não sabe como trabalhar com ele não pode haver nenhum livro que diga como trabalhar com as
crianças autistas E que esteja lá a dizer como fazer com todas porque elas são todas diferentes então para os pais isso é importante o que é que os pais poderão mas as crianças vão ser todas diferentes e os professores também sabem o que é que poderão fazer mas as crianças serão todas diferentes portanto a questão do laudo é importante para aspectos mais burocráticos e de apoio social etc é importante como ponto de partida para várias práticas familiares e educativas mas depois Há tudo a fazer que é avaliar bem a criança e desenvolver estratégias pedagógicas a
discussão das estratégias terapêuticas para resolver os problemas de desenvolvimento dier é uma falsa questão porque não é uma doença não há um tratamento para a doença Há muitas coisas que se podem fazer e muitos métodos de trabalho dentro da educação dentro da inclusão dentro do desenvolvimento mas isso tem de fazer sentido e não substitui o lugar dos pais no desenvolvimento destas crianças não é e dos professores também claro perfeito Professor Inclusive eu também tinha anotado né sobre a importância né essa família ela está no centro essa família ela busca os suportes ela é o primeiro
local de interação ela apresenta né esse mundo para essa criança depois né acompanha e nós como escola né Eu acho que é fundamental a realizar o trabalho colaborativo que o senhor também destacou para que a gente possa né junto com essa família oportunizar eh possibilidades né e e que essas possibilidades elas eh se se estruturem cada vez mais para que haja o sucesso não só nessa escolarização Mas para que esse essas crianças os futuros jovens os adultos possam ter uma vida de participação uma vida eh ativa na sociedade em que a gente não fique pautado
apenas nas limitações que são impostas pelas deficiências Professor Vittor muito obrigada tá pela sua Generosa participação no nosso curso nossos alunos nossos professores tutores que estão aqui no chat estão todas assim muito felizes em conhecê-lo eu acredito que muito breve só vai receber aí contatos pessoas querendo conhecer a faculdade de Évora afinal de contas nós estamos nós temos aí uma relação histórica né Brasil Portugal nós somos aí parceiros e estamos ao dispor é com muito prazer que estamos com vocês e estamos ao dispor alguma coisa que necessitem eu não sei se deixe o meu contacto
no último SL a gente vai compartilhar sim o seu contato o seu e-mail com os nossos cursistas tá mais uma vez Nossa agradecimento por estar aqui até no horário tão avançado em Portugal Com certeza contribuiu para que os nossos estudantes estejam né avançando aí na na nas propostas Inclusive a gente vai ter um Fórum de discussão que já está aberto então cursistas aproveitem todas as inspirações todas as reflexões da aula de hoje para né discutir dar continuidade essa discussão com os seus grupos com seus colegas vou passar a palavra aqui pro meu amigo Moisés mas
antes eu gostaria de saber também se o senhor quer finalizar trazer mais alguma questão para trazer suas considerações finais não só agradecer a vossa a vossa presença Agradecer o convite aos organizadores e aos Gores do do curso e e foi é um prazer e ao fim ao cabo estamos todos convocados para este processo de mudança não é quem está a estudar tem uma obrigação diferente de quem está só a trabalhar que é inspirar o trabalho daqueles que estão a fazer pensar um pouquinho mais para a frente para inspirar os outros então não fiquem com o
conhecimento só para fazer melhor mas ajudem o conhecimento a ir um bocadinho mais longe para ajudar os outros que não estão na especialização a mudar também a sua prática progressivamente Obrigado maravilhoso Moisés Professor Vitor Muito obrigado pela sua suas reflexões aqui conosco pra gente foi um prazer né são falas super realistas eu como professor da educação Bá básica como Professor também eh e pesquisador eh eu vi muito nas suas falas da realidade né como pai de de estudante também com deficiência então assim a gente só tem a agradecer né Por todas as falas e reflexões
colocadas aqui eu sempre falo isso com a pra equipe que a gente trabalha né da Educação Básica que a visão ela é biopsicossocial a gente precisa entender o aluno e ver todo o contexto se a família não está bem o aluno também não vai estar bem na escola para estar aprendendo Parabéns aí por todas as reflexões Muito obrigado pela parceria Boa noite a todos tá fiquem ten uma ótima semana bom Eita tem um ótimo final de semana mais uma vez agradecemos a todos tchau tchau tchau tchau obrigado