Na última aula, falamos sobre a importância de agradar a Deus e da distinção entre ser amado por Deus e dar uma resposta ao amor de Deus. Aqui, desenvolvemos a ideia de agradá-lo. Nós precisamos entender que há uma dinâmica de interação com Deus, e essa é a essência da nossa aula.
Tiago, capítulo 4, verso 8, diz: "Cheguem perto de Deus, e ele se chegará a vocês. " Outras traduções, como Almeida e a Revista e Corrigida, dizem: "Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. " Quero falar de uma lei espiritual, que eu quero denominá-la como a lei da reciprocidade.
O tema dessa aula será "A reciprocidade de Deus". Qual a definição de reciprocidade? O dicionário diz que é o ato de ser recíproco.
Qual a definição de ser recíproco? Aquilo que se dá ou faz em recompensa de coisa equivalente, ou seja, mútuo. Então, reciprocidade é mutualidade.
Deus diz: "Se você se chega a mim, eu me chego a você; eu respondo ao seu movimento de acordo com a exata proporção do seu movimento. " Evidentemente, quando o assunto é conversão, a obra inicial da salvação, o homem é tratado por Deus de forma diferente da forma como ele tratou o seu Criador. Romanos, capítulo 5, verso 20, diz que onde abundou o pecado, superabundou a graça.
Agora, a partir do início da caminhada do homem com Deus reconciliado, que é quando realmente existe essa inclinação, a Bíblia está dizendo: se você se aproxima, Deus também se aproxima de você. Há uma lei de reciprocidade. Essa lei não anula, e eu já quero tentar derrubar algumas objeções que alguns vão apresentar: a soberania de Deus.
Alguém pode falar: "Não, você está dizendo que Deus é escravo do comportamento humano, que ele é apenas reativo à gente. Onde fica a soberania de Deus? " Digo que a soberania de Deus fica com Deus, que decidiu estabelecer essa lei.
Então, se ele é soberano, ele é soberano do jeito que ele quer, do jeito que ele decidiu ser e da forma que ele explicou na Escritura que seria. Então, se ele decidiu dizer ao homem "chegue-se a mim", eu me chego a você. Deus soberanamente escolheu isso.
Agora, essa é a definição de como ele quer ser soberano e não aquilo que você talvez invente na sua cabeça em oposição a uma clara expressão da Escritura. Então, eu e você precisamos entender não só o Deus soberano estabelecendo isso por vontade dele, mas que continuamos dependentes da vontade e do governo dele na nossa vida. Por exemplo, Tiago, capítulo 4, versos 13 a 15, diz: "Vocês que dizem: hoje ou amanhã iremos a tal cidade, lá moraremos e vamos ganhar dinheiro", deveriam dizer "se o Senhor quiser".
Ou seja, você depende do governo de Deus, da vontade de Deus, para fazer as suas escolhas. O que eu e você precisamos entender é que a lei de reciprocidade afeta o relacionamento com Deus e as nossas conquistas nele, inclusive na obra do ministério, mas não define o plano e o propósito de Deus para a nossa vida. Então, separado isso, vamos começar a construir esse entendimento do que a Palavra de Deus fala a respeito do assunto.
O primeiro tópico que eu quero abordar aqui diz respeito ao trato de Deus conosco. Vamos olhar para vários versos, porque assim não estamos falando de um ou outro; a Bíblia trata desse assunto de forma recorrente e repetitiva. Primeiro Samuel, capítulo 2, verso 30, termina dizendo, Deus falando: "Porque honrarei aqueles que me honram; porém desprezarei os que me desprezam.
" Então, Deus está dizendo: "Você manifestou honra para comigo primeiro da sua parte, eu devolvo honra. Depois, você primeiro fez o movimento de desprezo, eu desprezo você. " O que é isso?
Mutualidade, reciprocidade. Como eu disse, a Bíblia está cheia de afirmações como essa. Então, vamos considerar mais algumas.
Levítico, capítulo 26, por exemplo, versos 23 e 24, diz: "Se ainda com isso vocês não se corrigirem e não voltarem para mim, porém andarem em oposição a mim, eu também serei contrário a vocês e eu mesmo os ferirei sete vezes mais por causa dos seus pecados. " Deus estava falando de maldições que viriam para corrigir o seu povo e disse: "Mas se ainda assim vocês não se corrigirem, não se voltarem e andarem em oposição, eu também vou ser contrário a vocês. " Reciprocidade.
Vocês querem ser contrários a mim? Eu serei contrário a vocês. Em Segundo Crônicas, capítulo 15, versos 1 e 2, nós lemos: "O espírito de Deus veio sobre Azarias, filho de Oded, que saiu ao encontro de Asa e lhe disse: 'Asa e todo Judá e Benjamim, escutem: o Senhor está com vocês enquanto vocês estão com ele.
Se o buscarem, ele se deixará achar; mas se o deixarem, ele também os deixará. '" Observe a essência da palavra profética: "O Senhor está com vocês enquanto vocês estão com ele. Se vocês o buscam, ele responde a isso, se deixa achar.
" "Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vocês. " "Mas se o deixarem, se se afastarem, ele também deixará vocês. " Reciprocidade, mutualidade.
Evidentemente, a ideia da aula não pode ser longa, não é sermos exaustivos, mas à medida que nós vamos percebendo a recorrência, nós percebemos que o assunto deixa de ser meramente informação e vai para o terreno da ênfase. Deus quer que a gente perceba isso ao longo de toda a Escritura. Vai se batendo nessa tecla, e a nossa atenção vai sendo chamada.
Segundo Crônicas, capítulo 16, verso 9, diz: "Porque quanto ao Senhor, os seus olhos passam por toda a terra para dar força" (outras traduções dizem "mostrar força") "àqueles cujo coração é totalmente dele. " Então, o que é que Deus está dizendo? Seus.
. . Olhos passam por toda a terra buscando onde estão os corações íntegros, inteiros, voltar para Ele, que são totalmente d'Ele.
Para esses, Deus vai mostrar Sua força; vai se mostrar forte não para todo mundo. Então, quem se inclina para o Senhor, nós percebemos que Deus também se inclina para com essas pessoas. Em Salmos, no capítulo 18, nós temos mais uma declaração, e eu vou ler só os versos 25 e 26, mas não são as únicas.
Nós temos mais uma dessas declarações de reciprocidade. O texto sagrado diz assim: “Para com quem é fiel, fiel Te mostras; com o íntegro, também íntegro; com o puro, puro Te mostras; com o perverso, inflexível”. Por que, para com o fiel, Deus se mostra, ou, como diz outras versões, como NVI, se revela fiel?
Porque nossa atitude e fidelidade vão provocar uma resposta da revelação da fidelidade de Deus. Mutualidade! Mas, para o íntegro, Deus não se revela fiel; para o íntegro, Deus se revela íntegro.
Nossa atitude, integridade, nos leva a uma revelação da integridade de Deus. De novo, reciprocidade! Mas, para o puro, Deus não se revela nem fiel nem íntegro; Ele se revela puro.
Mais uma vez, mutualidade! Agora, para com o perverso, Ele se mostra inflexível, porque não há perversidade em Deus. Então, para o perverso, Deus não pode se mostrar perverso, mas Ele vai resisti-lhe.
[Música] Vai sendo repetido; isso não pode ser ignorado. Uma frase que eu tenho repetido muito ao longo dos anos, nos meus ensinos, é que Deus não faz acepção de pessoas. Isso é fundamento bíblico, né?
A gente vai ler isso tanto lá no livro de Atos como em Romanos, capítulo 2, verso 11. Deus não faz distinção entre pessoas. Mas deixe-me te dizer algo: Ele faz acepção de atitudes.
Ele faz distinção de atitudes. E me deixe te dar dois textos bíblicos que deixam isso muito claro. O primeiro deles está no livro de Êxodo, no capítulo 30, e eu quero ler com você do verso 12 até o verso 15.
O texto diz assim: “Quando você fizer o censo dos filhos de Israel, cada um deles dará ao Senhor o resgate de si próprio; quando você fizer a contagem, para que não haja entre eles praga nenhuma, quando você fizer a contagem, todo aquele que for incluído na lista dará isso: 6 g segundo o peso padrão do Santuário, que é de 12 g. Esses 6 g são a oferta ao Senhor. Todo aquele que for incluído na lista, de 20 anos para cima, dará oferta ao Senhor.
O rico não dará mais de 6 g, nem o pobre dará menos, quando derem oferta ao Senhor para fazerem expiação pela vida de vocês”. Então, vamos fazer uma pausa: o rico não vai dar mais, o pobre não vai dar menos. Ao longo de toda a Escritura, nós percebemos que a orientação divina é de que as contribuições sejam feitas de acordo com as posses de cada um.
Então, não vamos nem falar do dízimo, que é um percentual do ganho; mas vamos falar de outras formas de contribuição. Primeiro aos Coríntios, capítulo 16, né? No verso 2.
No verso 1, Paulo está falando quanto à coleta para os santos: “Façam também como ordenei às igrejas da Galáxia”. Agora, verso 2: “No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia conforme a sua prosperidade e vá juntando, para que não seja necessário fazer coletas quando eu for”. Então, Paulo diz: “Cada um vai juntar conforme a sua prosperidade.
Quem prosperou mais vai dar mais; quem prosperou menos vai dar menos”. Agora, por que, nessa oferta específica de Êxodo 30, a palavra de Deus está dizendo que o rico não dá mais e o pobre não dá menos? Porque essa oferta era oferta de resgate no censo, e ela falava do valor de cada um.
Aos olhos de Deus, todos temos o mesmo valor. O rico não é mais importante para Deus; o pobre não é menos importante para Deus. E, se não é para Deus, não deveria ser pra gente.
Então, Tiago diz que nós também não podemos fazer acepção de pessoas e que não podemos tratar o rico melhor do que o pobre por causa de uma condição financeira diferente. Agora, quando Deus está dizendo, nessa oferta, que os dois dão o mesmo valor, Ele está dizendo porque isso representa o valor de vocês, e todos têm o mesmo valor diante de mim. Ponto: Deus não faz acepção de pessoas!
Agora, falando de contribuição, o apóstolo Paulo escreve aos Coríntios em segunda aos Coríntios, no capítulo 9, ele vai fazer a seguinte declaração, verso 6: “Isso afirmo: aquele que semeia pouco também colherá pouco; e o que semeia com fartura também colherá com fartura”. Ele está falando de contribuição, então ele diz: “Se você dá menos, vai colher menos; se você dá mais, plantou mais, vai colher mais”. Aqui ele não está falando do valor da pessoa; ele não está falando de uma bênção que tem a ver com a importância que nós temos diante de Deus.
Está falando de atitude: ele diz que uma atitude de semeadura maior gera uma colheita maior; uma atitude de semeadura menor gera uma colheita menor; e quem plantar mais vai colher mais. E Deus não está fazendo acepção de pessoas, mas fará de atitudes. Entender essas verdades é importante, porque há pessoas que simplesmente querem romper, querem ir além, mas estão esperando que tudo aconteça de forma automática, espontânea.
E o pior: olham para a vida de outros como se os outros não tivessem responsabilidade nenhuma naquilo que alcançaram em Deus. E muitas vezes estão deixando de entender o valor, a importância que têm aos olhos de Deus. Estão permitindo que o diabo os engane, como se não fossem gente amada por Deus.
Ah, Deus faz acepção de pessoas? Não, não faz; mas de atitude, sim! Então, embora todos sejam amados por Deus, cada pessoa que.
. . É amada por Deus, precisa entender a responsabilidade do que falamos.
Na aula anterior, vimos que agradá-lo é fundamental. Romanos 8:8 diz que os que estão na carne não podem agradar a Deus. Não só não podem agradar a Deus como escolhem estar na carne, em vez de seguir o pendor para a vida do espírito.
O pendor para a carne leva à morte; portanto, a consequência daquilo é fruto da escolha da atitude e não da importância que a pessoa tem aos olhos de Deus. Essa percepção, diria eu, é uma chave na sua relação com Deus. A segunda coisa que precisamos entender é que cada um de nós vai experimentar Deus em intensidades diferentes, dependendo do nosso relacionamento pessoal com Ele.
Nisso, também há desdobramentos quando falamos de ministério e isso depende da dimensão do chamado. Há certos níveis de experiência que evidentemente podem depender da escolha de Deus. Quando os discípulos perguntaram a Jesus se poderiam sentar um à sua direita ou à sua esquerda, Jesus respondeu: "Isso é para aqueles a quem o Pai reservou.
" Qual foi a escolha do Pai? Como Ele reservou? Baseou-se meramente em sua onisciência, na sua presciência, na capacidade de saber quem o escolheria, ou simplesmente num posicionamento soberano?
Nesse texto, não há clareza de detalhes, e eu prefiro deixar isso de lado. Mas as questões são claras na Bíblia: eu e você temos parte na decisão do quanto vamos experimentar de Deus. Eu fui muito iluminado por meio desses princípios logo no início da minha caminhada, quando via pessoas tendo experiências extraordinárias com Deus e pensava: "Puxa, por que isso não acontece comigo?
Por que Deus não faz acontecer? " Muitas vezes, não entendia que eu tinha a responsabilidade nessa relação. Lembro do dia em que ouvi um pregador dizendo: "Você é o limite.
Você decide até onde você vai; você decide o quanto você experimenta. " O limite não está sendo determinado por Deus. A partir disso, comecei a perceber vários textos bíblicos, um deles é em 2 Reis, capítulo 13, a partir do verso 14 até o 19.
Nesse trecho, temos a visita do rei de Israel ao profeta Eliseu antes da sua morte. É o último episódio antes da morte de Eliseu; ele provavelmente vai apenas para uma despedida social, sabendo que Eliseu está velho, enfermo e na iminência de morrer, o que acaba acontecendo. Mas Eliseu se permite ser um instrumento de Deus e profetiza na vida do rei Joás.
A Bíblia diz que a palavra profética que ele dá é a "flecha da vitória do Senhor. " Quando manda esse homem fazer um ato profético, o rei de Israel lança uma flecha por meio da janela que dava para o Oriente, e ele diz: "Essa é a flecha da vitória contra os sírios. " A palavra profética é: "Você vai ferir os sírios em Afeca até os consumir.
" O que significa "os consumir"? Aquilo era uma batalha geracional que já vinha de gerações anteriores e continuaria a acontecer, pois os sírios ganhavam terreno, Israel, depois de um tempo, se fortalecia e recuperava terreno, e assim sucessivamente. Deus estava dizendo: "Eu quero dar vitória definitiva.
" Mas Eliseu disse ao rei: "Atira no chão. " O rei feriu a terra uma, duas. .
. e parou. Quando ele parou, a Bíblia diz que o homem de Deus ficou indignado, ou melhor, ficou irado.
Eliseu disse: "Cinco ou seis vezes você tinha que ter ferido o chão. Se você tivesse ferido, teria ferido o inimigo até os consumir. Agora, você só vai ferir três vezes.
" Essa é a palavra profética liberada por Deus: "Você vai ferir até consumir, sim, mas por causa da sua atitude. Você feriu só três, parou, dizendo que três estava bom. " Aquele homem entendeu que aquilo era um ato profético desde o momento em que atirou a primeira flecha pela janela.
Agora, quando parou com três flechadas, ele estava dizendo para Deus: "Três está bom. " Como Jesus disse a muitas pessoas: "Seja feito conforme a sua fé. " Muito do que experimentamos não foi determinado pela grandeza do poder de Deus, mas sim pela nossa fé.
Naquele momento, ele falou: "Você não vai mais ferir até os consumir", embora a provisão fosse maior. Isso precisa trazer temor ao nosso coração. Há a necessidade de uma ação com o profético.
Não é porque palavras foram liberadas sobre a nossa vida que elas vão acontecer de forma espontânea e automática. Então, você vai ver Deus falando isso a Abraão em Gênesis 18:19: "Porque eu o escolhi para que ele ordene os seus filhos e a sua casa depois dele, que guardem o caminho do Senhor, que pratiquem a justiça e o juízo, para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito. " Deus já tinha feito uma promessa, mas está dizendo que, para poder cumpri-la, Abraão tem que fazer a sua parte e preparar as próximas gerações.
Paulo escreve a Timóteo e diz ao seu discípulo: "De acordo com as profecias que foram ditas a teu respeito, combate firmado nelas o bom combate. " É verdade que Deus falou, mas eu tenho que lutar; tenho que trabalhar por aquilo que Deus falou. Porque há, na vida cristã, um elemento chamado interação.
O homem precisa de interação com Deus, e nós precisamos entender que, mesmo onde Deus já sinalizou a vontade d'Ele, onde já disponibilizou algo, né? Deus ofereceu Jesus para a salvação de todos, mas se as pessoas não receberem por meio da fé, não serão afetadas por aquilo que Deus disponibilizou. Isso nos leva a entender, e eu quero citar aqui uma frase que li muitos anos atrás no livro de John Bevere: "Deus não responde.
" Necessidades. Ele responde: fé. Isso precisa ser entendido.
Então as pessoas não serão salvas porque têm necessidade de salvação; elas não serão salvas porque Deus já provisionou a necessidade de salvação delas. Elas serão salvas se crerem. Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
E quem não crê está condenado; é o que, dois versos depois, nós vamos ler. E significa o quê? Não é a necessidade de ser salvo que leva alguém a ser salvo.
A necessidade de salvação faz com que Deus disponibilize a oferta, mas se não houver fé, ela não entra no usufruto da oferta daquilo que Deus disponibilizou. Vale para tudo aquilo que Deus oferece, porque a Bíblia diz: "O justo viverá da sua fé". Nós precisamos entender exatamente isso: Deus não responde necessidades; Ele responde fé.
Romanos, capítulo 5, verso 2, diz que, pela fé, nós temos acesso à graça. Tudo que Deus nos dá é uma expressão da Sua graça; não é mérito, mas requer um acesso. E qual é o acesso?
É a nossa fé. Então, quando você olha a figura de Ezequiel 47, você vê o Anjo de Deus conduzindo o profeta a entrar cada vez mais fundo no rio de Deus. Que que é o rio de Deus?
Emana do santuário de Deus. No livro do Apocalipse, nós vemos que emana do trono de Deus, do próprio Deus. O rio faz coisas que só Deus pode fazer; é uma grande figura do mover do Espírito Santo.
Como diz o livro dos Salmos: "Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus". E aí o Anjo diz: "Vem comigo". Eles fazem uma medição, né?
Mil côvados, aproximadamente meio quilômetro; a água dava no tornozelo. Não pararam ali, porque não era hora de parar. Ele diz: "Vem comigo".
Mediram mais, agora, depois de mais mil côvados, outros quinhentos metros; a água nos joelhos. Não pararam ali, porque não era hora de parar. "Vem comigo" mais quinhentos, né?
Metrô meio quilômetro de medição; a água nos lombos. Não pararam ali. Quando é que pararam?
Não é quando atravessam o rio pelo outro lado; pararam a medição quando você chega nas águas profundas. O que me faz entender que esse é o destino de Deus para cada um de nós? Tem muita gente esperando que o rio entre na vida dele.
Aliás, esse é o conceito e a fantasia de avivamento de muita gente: "Ah, um dia o rio vai vir; essa inundação vai nos tocar". E, na verdade, não é o rio que vai invadir sua vida; é você que tem que entrar no rio. E você decide se entra no raso ou se caminha até o fundo.
Então, o limite não está em Deus; o limite está em nós. É aí que nós precisamos entender a reciprocidade: quanto maior a nossa entrega, quanto maior é a nossa rendição, mais nós vamos experimentar da parte do Senhor. E quando você entende essas verdades, aí nós precisamos conseguir relacionar isso com outras orientações bíblicas.
E eu quero, em primeiro lugar, destacar aqui o trato de Deus conosco; em segundo, que você é o limite; em terceiro, eu quero destacar a seguinte verdade: se cuidamos dos interesses de Deus — e agora vou deixar aqui a redessência, entendendo a lei de reciprocidade e mutualidade — nós vamos entender que Deus também cuidará dos nossos interesses. Eu sei que essa frase não pode ser tratada de forma absoluta, né? Porque isso não significa que nossos interesses possam ir em qualquer direção.
Mas vamos falar daquelas coisas que se alinham. Assim como para o fiel, Deus se revela fiel; para o íntegro, íntegro; para o puro, puro; mas para o perverso, Ele resiste. Não estamos falando de atitudes onde os nossos interesses são excusos.
Evidentemente, Êxodo, capítulo 34, verso 24: olha que interessante essa declaração da parte de Deus: "Porque expulsarei as nações diante de vocês e aumentarei o seu território. Ninguém cobiçará a sua terra quando vocês subirem para apresentar-se diante do Senhor, seu Deus, três vezes por ano". Pensa num território da Nação de Israel grande; todo mundo vai lá praticamente, podemos dizer, quase que para o centro sul do país, três vezes ao ano para as festas principais, deixando todas as fronteiras e o resto do país exposto.
Era um convite ao ataque do inimigo. Deus está dizendo: "Quando vocês me obedecerem, três vezes por ano, para comparecer na minha presença, ninguém vai cobiçar a sua terra". Deus disse: "Enquanto vocês estiverem cuidando dos meus interesses, obedecendo à minha ordenança, eu vou proteger aquilo que é de vocês".
Não estou aqui tentando criar uma doutrina de que quem está buscando a Deus não tem nenhum nível de perda. A gente não pode pegar uma afirmação isolada, né, do resto do contexto. O próprio Jesus diz: "Não acumulem para vocês tesouros na terra, junto a tesouros no céu".
Diz que aqui na terra não só traça e ferrugem consomem, mas ele diz: "Ladrões roubam e minam". Ele está falando para os Seus discípulos. Então, não estou aqui criando: "Olha, você é crente, buscou a Deus, ninguém nunca toca em nada".
Deus estava falando de situações muito claras e específicas no momento e em uma época específica, mas isso revela o quê? Deus não se move quebrando princípios. Não importa se a aplicação que Ele fez envolve detalhes para a época; nós precisamos entender a linha mestra do pensamento que diz respeito ao quê?
Ao princípio. Então, em Mateus, no capítulo 6, Jesus está ensinando os Seus discípulos, e nós precisamos entender claramente o contexto. Jesus está ensinando Seus discípulos a respeito de preocupações.
No verso 25 de Mateus 6, nós lemos: "Por isso, digo a vocês: não se preocupem com a sua vida, quanto ao que irão comer ou beber, nem com o corpo, quanto ao que irão vestir. Não é a vida mais do que o alimento? Não é o corpo mais do que as roupas?
" Jesus vai mandar observar. . .
As aves do céu, os lírios do campo, né? Vai dizer: "Olha, a preocupação de vocês não acrescenta um côvado. " E, no final das contas, ele diz: "Não se preocupem, dizendo que comeremos, que beberemos ou que vestiremos," no verso 31 e no 32, porque os gentios é que procuram todas essas coisas.
Agora, olha o que Jesus diz: "O Pai de vocês, que está nos céus, sabe que vocês precisam de todas elas. " Mas a pergunta é: o Pai, que sabe que a gente precisa, dá apenas para a gente precisa? Não!
Verso 33: "Mas busquem em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas. " Jesus está dizendo: "Prioriza os interesses de Deus, seu relacionamento com Ele. Colocá-lo em primeiro lugar.
" Né? Ele diz: "Se você colocá-Lo em primeiro lugar, você vai ver que Deus também vai promover coisas que você até deixou de dar importância. " Né?
Significa que sempre existirá a lei de reciprocidade, de mutualidade. Sempre haverá recompensa, intervenção divina. Não significa que fazemos isso meramente por causa da troca.
Não! É quando a Bíblia fala "Dai e dai-se-vos-á," ela está falando de mutualidade. As pessoas dizem: "Não, mas não é para dar por interesse.
" Não, realmente não é para dar, mas se você fez de forma generosa, generosamente vos darão, porque a lei de reciprocidade foi estabelecida. E nós precisamos entender que, quanto mais focamos nos interesses de Deus, que é, de fato, o que mais refina a nossa motivação, mais podemos experimentar aquilo que Deus tem para fazer. Por outro lado, quando não valorizo as coisas de Deus, Ele também não valoriza as minhas.
Isso também tem que ser entendido como reciprocidade, não como se fosse birra da parte de Deus. Né? E uma grande mensagem a respeito disso está no livro de Ageu.
Né? Deus começa uma mensagem já no capítulo um, né? No verso 2, assim diz o Senhor dos exércitos: "Esse povo diz: 'Ainda não chegou o tempo, o tempo em que a casa do Senhor deva ser reconstruída.
'" Aí, a pergunta que Deus faz por meio do profeta é: "É tempo de vocês morarem em casas luxuosas enquanto esta casa permanece em ruínas? " Portanto, assim diz o Senhor dos exércitos: "Considerem o que tem acontecido com vocês. " Deus tá dizendo: "Vocês estão nem aí pra minha casa e estão valorizando a de vocês.
" Agora vamos examinar qual é o resultado dessa escolha de vocês, se colocarem em primeiro lugar e eu por último, e vocês valorizarem a sua própria casa e não a minha. Verso: "Vocês semearam muito e colheram pouco; comem, mas isso não chega para matar a fome; bebem, mas isso não dá para ficarem satisfeitos; põem roupa, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para colocá-lo numa sacola furada. " Assim diz o Senhor dos exércitos: "Considerem o que tem acontecido com vocês.
" "Vão até o monte, tragam madeira e reconstruam o templo dele. Me agradarei e serei glorificado," diz o Senhor. "Vocês esperavam que fosse muito, mas o que veio foi pouco; e esse pouco, quando o levaram para casa, eu dissipei com sopro.
E por quê? " Pergunto eu, diz o Senhor dos exércitos. "Porque o meu templo permanece em ruínas enquanto cada um de vocês corre por causa da sua própria casa.
" Verso 10: Deus vai dizer: "Por isso, lei de causa e consequência: os céus retêm o seu orvalho, a terra não produz os seus frutos. " E no 11, Ele ainda diz: "Fiz vir a seca sobre a terra, sobre os montes, sobre o cereal, sobre o vinho, sobre o azeite, sobre o que o solo produz, sobre as pessoas, sobre os animais e sobre todo o trabalho das mãos. " No entanto, eu chamo o povo ao arrependimento e digo: "Toda essa repreensão é para que eles de fato se arrependessem.
" Embora Deus comente, né, que ainda assim eles não tinham se arrependido. Mas quando chega o capítulo 2, nós vamos ler no verso 15: "Agora considerem tudo o que aconteceu desde aquele dia. " Que dia é esse?
"O dia da mudança, antes de vocês terem começado a colocar pedra sobre pedra no templo do Senhor. " Então, o dia da virada é a decisão de reconstruir o templo. Antes daquele tempo, alguém vinha a um monte de trigo esperando encontrar 20 medidas, havia somente 10; vinha ao lagar para tirar 50 medidas, havia somente 15; e os seri com queimaduras, com ferrugem, com granizo em tudo que vocês fizeram.
Mas não houve entre vocês quem voltasse para mim, diz o Senhor. Por isso, desde o dia de hoje, desde o 24º dia do 9º mês, Deus tá falando do dia e do mês, desde o dia em que foram lançados os alicerces do templo do Senhor. "Considerem o seguinte: ainda das sementes no celeiro, além disso, a figueira, a videira, a romanzeira e a oliveira não têm dado frutos.
Mas, de hoje em diante, eu abençoarei vocês. " Então, Deus tá dizendo: "Agora vocês estão me priorizando, eu vou fazer exatamente a mesma coisa. " O que nos leva ao entendimento de que a própria palavra dada por Deus, por meio do profeta Malaquias: "Trazei os dízimos e as ofertas que vocês estão me roubando, à casa do Tesouro.
" Deus diz: "Eu vou abrir as janelas do céu. " Reciprocidade. Não estamos dizendo que a contribuição sozinha seja uma chave mística, mas é uma lei espiritual.
E nós precisamos entender que isso não tem a ver com mérito; isso tem a ver, obviamente, com plantio e com colheita, assunto que nós abordaremos na próxima aula e que merece também ser entendido. Merece ser a nossa atenção como parte da doutrina bíblica daquilo que nos norteia. Vou repetir o que disse antes: há detalhes do que Deus fará nas nossas vidas que são fruto da decisão e escolha dele, mas ainda.
. . Assim, tenhamos que fazer a nossa parte.
Então, por exemplo, a Bíblia diz que Deus distribui os dons conforme Ele apraz. Em 1 Coríntios 12:11, os dons do Espírito Santo nos são dados de acordo com a escolha d'Ele. Mas, em 1 Coríntios 14, versos 12 e 13, a Bíblia nos diz que, visto que vocês desejam os dons espirituais, Ele diz: "Procurem progredir neles".
Aí, diz assim: "O que fala em línguas, ore para que possa interpretar". E quando a Bíblia fala sobre buscarmos os dons, essa busca não é como uma caça ou tesouro que geograficamente esteja escondido; é uma busca espiritual. Então, o mesmo Deus que determinou algumas coisas, que opera em nós o querer e o realizar, nos provoca a uma busca.
Assim, ainda existe a interação, e nela a reciprocidade se manifesta. Eu espero que isso te dê clareza para uma caminhada prática de vida cristã, onde você possa romper e experimentar cada vez mais daquilo que Deus tem para sua vida.