ANÁLISE da OBRA SOLITÁRIA (Eliane Alves Cruz) | Profe Carlos Muchacho

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Profe Carlos Muchacho
ANÁLISE da OBRA SOLITÁRIA (Eliane Alves Cruz) | Profe Carlos Muchacho Neste vídeo trago a ANÁLISE d...
Video Transcript:
solitária Será que é o parasita será que é uma pessoa pessoas que estão sozinhas em algum lugar ou será que é um ambiente tipo este [Música] quarto beleza galera eu sou o professor Carlos Este é o canal Prof Carlos muacho sejam todos bem-vindos sejam todos bem-vindos então esse vídeo aqui de literatura faz um tempo que eu não gravo vídeo de literatura esse aqui especificamente com relação às obras falar rapidamente aqui com relação a Eliana Alves Cruz os seus romances mas antes de qualquer coisa se você ainda não me segue quiser clicar aqui no botão vermelho
ativar o Sininho curtir esse vídeo caso você goste você gosta de literatura ou conhece alguém que goste Mande esse vídeo pra pessoa e deixa aqui nos comentários você gosta de literatura brasileira de literatura Que tipo de literatura que você gosta já leu algum livro da Elana Alves Cruz então deixa aqui para mim nos comentários vamos trocar uma ideia faça perguntas que você não tem entendido aí deixa algumas sugestões de vídeos se você quiser me seguir nas outras redes sociais vou deixar aqui na descrição também então vamos lá vamos falar um pouquinho dessa obra né fazer
uma uma resenha e eu vou falar aqui apenas alguns pontos principais e também não vou falar de todos os personagens tem os personagens principais tem alguns personagens secundários e alguns que aparece raramente assim então vou dar um destaque ali a três quatro personagens e só comentar rapidamente com relação a alguns para trabalhar aqui falar dos pontos principais para da minha opinião com relação à alra Então antes Antes de Mais especificamente com relação à obra é importante saber que a Eliana Alves Cruz ela já escreveu quatro romances tá isso num prazo muito curto você pegar em
8 anos aproximadamente ela escreveu esses quatro romances além de livro de contos além de outros livros ela também é jornalista também é roteirista já fez roteiro de séries né Inclusive a série da Marielle algumas séries aí ela tá escrevendo nesse momento que eu tô gravando aqui em Maio em abril final de abril de 2024 então ela tá aí numa pegada aí nesses últimos 8 anos ela tá constantemente escrevendo palestras aí pelo Brasil relacionada a literatura afro-brasileira literatura negra literatura feminista literatura contemporânea brasileira porque esse livro aqui ele foi agora escrito em 2022 diferente dos romances
anteriores que são romances históricos que se passam no meados inícios do século XIX né Fala lá mais de uma escravidão da período esse per esse esse livro aqui também trata dessa questão da escravidão em vários momentos em várias questões o livro como um todo mais mas é mais voltado ao racismo estrutural a uma questão que a gente discute muito agora no Século XX e é um livro que se trata se passa no século XX trazendo raízes de um passado né com uma escravidão muito forte e a realidade do Brasil que a gente tem hoje que
tem muitos que enxergam tem muitos que acham Algum coisa né tapam os olhos pra realidade e tem muitos que realmente acham que não existe nenhum tipo de racismo no Brasil e nessa obra interessante que ela trata de vários pontos da realidade brasileira contemporânea né esse isso que tá enraizado na nossa na nossa cultura na nossa vida com relação a essas questões primeira parte do livro Por mais que seja dividida em alguns Capítulos é o ponto de vista né a fala ali a linguagem ali em primeira pessoa primeira pessoa mas ao mesmo tempo falando de outros
personagens ao mesmo tempo se colocando dentro da história a gente tá falando da Mabel a mabel é uma menina a mãe dela empregada doméstica a avó dela era empregada doméstica ela vem de uma família de mulheres negras que eram empregadas domésticas a mãe dela se chama eice né então a história ali Mabel e unice são as principais dentro da história mãe e filha só que a mabel por ela já ser agora do século nasceu ali no final do século XX tá vivendo ali a sua infância adolescência no século X 21 ela tem uma outra visão
ela tem um sonho de ser médica ela vai fazer faculdade de medicina Ela estuda para caramba por mais que ela acompanha a mãe quando a mãe vai pra casa da patroa né num condomínio muito rico no Rio de Janeiro numa região muito rica pessoas que TM muito dinheiro né pessoas brancas né que vem já que são já de uma descendência de famílias com muita grana e a mabel Então ela percebe esse racismo muito forte tanto é que a mãe dela tem um quarto de empregada é uma parte isolada da casa né a gente pode pensar
na relação de aparthaid o que que é o aparti o que que é essa exclusão essa separação ah mas ela a empregada vai vai morar aqui em casa no quarto de empregada ela faz parte da família a gente ama como ama toda a família a gente sabe que não né tanto é que tem algumas horas aqui no livro que são situações mais pesadas que a família se distancia tipo eles que resolvam né deixam claro que amam ali na naquele discurso pelo menos aparente Ou pelo menos falam nessa nessa situação mas qualquer situação com que acontece
você percebe que há esse distanciamento né essa coisa de uma animalização né separam como se eles fossem outros né fossem animais vivem separados naquele canto naquele quarto que não tem janela aquele quarto que tá do lado da cozinha do lado da lavanderia a pessoa tá ali 24 horas para servir a família se isso não é escravidão Isso é o quê né então a mabel ela tem esse ponto de vista ela quer falar pra mãe que a mãe tá vivendo uma situação de racismo muito forte de violência que a mãe tem que sair daquele lugar tem
que ir embora daquela família tem que trabalhar com outra coisa ou tentar procurar uma outra residência para trabalhar já que ela vai trabalhar de empregada doméstica em outro lugar e não naquele ambiente de gente muito rica né só que a mabel Tem uma parte da história que ela engravida né João Pedro que é filho do porteiro que é mais já é adolescente um pouco mais velho que a mabel Mabel tá ali na pré-adolescência o João Pedro já tá ali nos seus 16 17 anos então ele engravida a mabel e a Mabel tem teria um futuro
muito semelhante um presente futuro muito semelhante a sua mãe que na adolescência pelo mesmo motivo também engravidou de alguém que ela tinha se apaixonado uma histórias comuns e muitas histórias aí o filme fala sobre aborto também n o livro né trata dessa questão porque a gente sabe que há inúmeros abortos aí na sociedade na classe média classe média alta mas aí paga uma clínica particular vai lá e tira né vai lá e faz o aborto agora a pessoa que é pobre a pessoa que mora na favela Imagine só se ela tiver se ela quiser fazer
um aborto Independente se você acha que o aborto é certo ou errado não tô entrando nesse ponto pense só o que que ela tem que fazer ou ela tem que aceitar aquela criança né que foi culpa dela o sentimento de culpa muito forte ou ela vai a uma clínica clandestina o que que acontece numa clínica clandestina contaminações muitas vezes pode acontecer morte tanto da mãe quanto da criança então é outra realidade é outro mundo né um aparti uma separação são mundos tão distintos né dona e unice a mãe de Mabel Dona unice já é uma
pessoa mais humilde uma mulher que não teve oportunidade de estudar teve filhos fala uma situação ali deixa implícito uma situações de violência pode ser até de estupro fazer um parêntese aqui lembra muito a realidade lá da de quarto de despejo da Maria Carolina de Jesus né se não leram esse livro Leiam eu já fiz vídeo aqui no canal também fecha parênteses Vamos lá eice por Por que esse nome por que que a Eliana autora do livro escreveu escolheu Eunice uma uma das primeiras mulheres a morrer no Brasil primeiro que se a gente pegar uma grande
quantidade de pessoas que morreram no Brasil de covid-19 as primeiras muitas eram empregadas domésticas mulheres e outras profissões assim de pessoas que não podiam parar na época da pandemia né Por que que não podiam porque quem tinha Casarão precisava que viesse alguém para limpar casa que a pessoa não pode limpar a própria privada tem um trecho no livro que eu fiz no vídeo anterior que fala né que eles nunca limparam a própria privada sempre tem que ter alguém para poder limpar a própria casa e fazer tudo dentro da casa então na história real aí da
covid-19 no Brasil primeira mulher primeira pessoa que morreu de covid no Brasil deixa eu dar uma coladinha aqui foi Rosana empregada doméstica uma das primeiras foi a dona eonice eice é uma das primeiras pessoas a morrer de covid-19 no Brasil então a escolheu para colocar como uma das personagens principais e o Nice como homenagem ao a a essa pessoa só que ela já tipo mais religiosa mais eh não tem esse esse esse pensamento mais crítico pensando com relações do racismo estrutural tudo mais ela tem uma relação de dependência muito forte à família ela se apega
às crianças Claro porque ela ajuda a cuidar desde bebezinho das crianças os filhos dos patrões Então ela tem um apego muito forte então qualquer coisa que pode acontecer de certo errado muitas vezes ela se sente culpada novamente esse sentimento de culpa e a filha Mabel sempre Alerta a mãe sobre essas sobre esses pontos essas questões Tem uma parte da história que acontece um uma parte na piscina que tem um sobrinho lá da família que praticamente quase morre afogado né só que daí é uma criança que é a filha mais velha do casal que mora nessa
casa que a dona eí ajuda cuidar ela era ela era nova mas ela já era adolescente ela tava responsável por cuidar do do do Prim só que ela não cuida o priminho cai na piscina e quase morre só que o que acontece ele vai para Hospital fica em coma quando ele volta volta a volta à consciência ele fica com sequelas né E a menina tá se sentindo culpada porque ela ela tava responsável por cuidar da criança ela era uma uma adolescente que cuidado de uma criança bem pequena que cai na água e aí quase morre
e o que que a família faz a família fica cobertando o tempo todo né que ela não é culpada tudo bem Não é questão de você tratar como culpa mas também de deixar falar da falar da importância de você se preocupar com o outro e tudo mais mas a família meio que ah aconteceu isso pode acontecer e Beleza tem um outro caso muito mais grave a gente não sei se vocês vão lembrar aqui recentemente no Brasil num num condomínio muito rico no Rio de Janeiro né Isso foi mais ou menos em 2010 eu não lembro
talvez até um pouco antes o menino filho da empregada pegou o elevador patroa mesmo estava lá sentada sem fazer nada tava lá dentro falando que tava ocupada e aí o Então esse essa criança entra no elevador e acontece lá dela sair numa parte lá não lembra exatamente onde era ela cai e morre então a autor Eliana se inspira nessa história para escrever esse trecho que também se passa no século XX tem uma hora que tem lá uma drástica uma situação extremamente drástica de uma criança que morre nesse condomínio lá na história da agora do livro
voltando para cá da Eliana essa criança era filha de uma empregada doméstica também da Dodó a Dodó ela é uma outra personagem que aparece pouco bastante misteriosa Mas ela é empregada doméstica da da cínica do prédio e ela também tem um quarto de empregada Ela também tem lá aquele quartinho mas ela fica ali mais ela já conhece todo mundo Condomínio todo mundo conhece ela mas ela fica numa situação de uma escravidão até maior né porque poucas vezes ela pode sair de dentro do apartamento ela tem que ficar cuidando Só que tem um momento que ela
vai sair para ir o mercado fazer compra e pede para para alguém cuidar lá da filha dela uma filha pequenininha quem vai cuidar dela a filha da dona do apartamento onde a dona eice trabalha e aí ela tá responsável por essa criança Só que essa ela ela sai com as amigas vai ali brincar se divertir passear namorar porque ela é uma adolescente essa criança cai e morre aí a família meio que ah ninguém foi responsável quem que tava cuidando o único adulto que estava ali no momento era a dona Eunice mas a dona eice estava
limpando a casa não tinha mais ninguém na verdade tinha era filha dos donos né as filhas do donos do do apartamento lá onde a dona eonice trabalhava e a criança estaria junto ali no próprio apartamento e não no apartamento da cind que tava fora do seu apartamento onde ela mora só que ela caiu ela foi querer se debruçar na janela para ver o que tava acontecendo por quê Porque a porta foi trancada por fora não para que ela se jogasse Ninguém queria cometer um crime mas para que ela não saísse aí ela a a menina
Camila que é o nome da personagem Eu tinha esquecido Camila que é a filha dos patrões ali da dona Onice ela pega e tranca a porta a menina fica ali dentro e essa essa criança fica ali dentro essa criança vai olhar pela janela e cai lá de cima e morre e aí o que que os pais dela os patrões né da dona eonice fazem para que a filha Não se sinta culpada ele fala que não tinha nenhuma criança não tinha ninguém a criança estava sozinha no quarto e tava Dona eonice trabalhando o que fica subentendido
que a culpa é da mãe quem a Dodó porque a Dodó saiu para fazer compra porque a patroa pediu e deixou a criança sozinha com a janela aberta e ela caiu mas ela saiu porque a Camila que é a filha dos patrões da dona unice estava responsável por cuidar da criança tava ali junto por que que ela saiu e trancou a criança né ela não era mais criança ela já era adolescente um outro ponto interessante que a autora aqui fala é porque tantas crianças e adolescentes com adultos desse desse mundo né dos ricaços dos Super
ricos desses condomínios aí pelo Brasil eles são eternas crianças né Tem partes aqui que eles se comportam como umas crianças bestas mesmo uma coisinha assim quebra um vaso alguma coisa eles ficam desesperados porque aquele vaso tem um um sentimento da família eles Ficam nervosos e parece que não tem outro problema né eles ficam ali sofrendo por aquela C aquele vaso que quebrou ficam ali sofrendo aquela situação então é uma coisa bastante você fica pensando né não é que você não vai sofrer por aquela coisa que quebrou mas um mas é um sofrimento muito além daquilo
porque parece que eles não têm outra coisa para para sofrer outra coisa para se preocupar e se preocupam com coisas tão pequenas fal do nome Dodó né escolhido pela escritora a a tia da Eliana Alves Cruz ela tinha uma uma tia não uma bisavó que chamava Dodó foi muito importante ela usa esse nome a referência essa tia nas outras obras também e por isso que essa personagem né que era mãe da criança que morreu ess que também que essa essa dodora empregada doméstica da síndica por isso que ela dá esse nome uma outra informação bem
importante não da obra mas o o senso de do IBGE de 2022 é relata que em 2022 agora muito recente 65% das empregadas domésticas no Brasil são negras não tô nem falando pardas nem brancas né ou qualquer outra outra definição que você trouxesse 65% são mulheres negras aí você pensa no Brasil quantas pessoas se dizem negras né pardas aumentou muito negras aumentou muito mas se dizem negras no Brasil é muito abaixo de 65% aí a gente percebe como isso é fruto né algo que vem da escravidão no Brasil e há muitos pontos que a gente
pode pensar aqui também na obra né a escravidão Teoricamente no Brasil final do século XIX ela encerrou mas aí uma um questionamento que muitos autores fazem quando foi assinada a carta de Euforia porque também não foi assinado mesmo que metaforicamente a carta de trabalho a carteira de trabalho então as pessoas saíram daquele mundo agora se virem só que daí não tinha trabalho não tinha onde morar muitos tinham que voltar muit continuavam naquela situação de escravidão por quê Porque você não tem trabalho é fácil né pode sair agora Tent sua vida vai procurar por isso que
a gente pensa a gente critica muitas vezes a gente quando eu digo algumas pessoas fazem isso essa ideia de meritocracia que não existe você pensa uma mulher hoje né Nós estamos no século XX 2024 uma dona de casa que sai de casa distante vai até a casa da patroa vai trabalhar tem que pegar o ônibus uma duas 3 horas para ir o tempo de trabalhar lá voltar chegar em casa cuidar de criança limpar a casa como que essa pessoa vai estudar Como que essa pessoa vai procurar um outro tipo de trabalho sem menosprezar o trabalho
de empregada doméstica A questão não é essa é um trabalho honrado um trabalho importante como qualquer outro mas a questão por que que a pessoa já tá predestinada a alguns tipos de trabalhos e não a outros né trabalhos Que ela possa caso ela queira né aumentar crescer economicamente socialmente e assim por diante Beleza então algumas reflexões deix aqui no nos comentários se você gostou da obra veja que muitos pontos eu deixei de lado muitos muitos personagens eu nem comentei aqui na obra é só para trabalhar a parte mais relevante mesmo a gente se vê no
próximo vídeo abraço tchau tchau [Música]
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