nós estamos aqui na unicamp hoje eu vou conversar um professor ricardo antunes professor de sociologia do trabalho da universidade de campinas na estação glória na perna e o comércio perguntando o que o professor é professor telmo antunes nós temos mesmo mas estamos vivendo mesma quarta revolução industrial veja eu preferia a responder à questão dizendo o seguinte desde 1973 é da crise de cpu 3 uma crise estrutural do capitalismo onde é digamos assim poucos anos antes dos 68 classe operária os movimentos sociais lutaram pelo controle social da produção e foi derrotado dentro 73 do capitalismo iniciou
um processo de reestruturação produtiva permanente a a ela a hegemonia financeira a monumental expansão digital informacional que se desencadeava a partir daqueles anos junto com o ideário e a regressividade neoliberal ou isso impulsionou um ciclo de expansão de mutação muito profunda da pele o que nós temos vendo hoje que os grande capital chama da quarta de monção industrial a indústria 4.0 é é a percepção desses capitais de que ante o quadro de crise do capitalismo mesmo depois desses álbuns 73 2010 2011 2012 a crise de 2008/2009 profunda por catalina pella foi a primeira crise do
período recente que afetou o centro do capitalismo primeiro e depois as periferias a crise atingiu estados unidos e europa unificada japão tá certo até a china sofreu as consequências da crise de 2009 o crescimento chinês caiu e taxas que vinham sendo anteriormente perto de 12 por cento para a taxa de crescimento de 6 por cento uma redução à metade estruturamento essa crise se sente ainda com o dia claro e podemos na rússia na índia no brasil o outro como epicentro da crise todos os países do norte aqui a coisa chegou em 2003 2014 foi isso
que levou inclusive ao ciclo o encerramento do ciclo lula dilma uma crise profunda que começou a se abrir isto levou ao cenário político brasileiro nós já conhecemos todos de um golpe não para depor um governo de esquerda que ele não muda um golpe para redesenhar o capitalismo brasileiro na era digamos de um capitalismo é o certo é para não usar uma outra expressão que não seja mais verdadeira predatória em seu bairro é o que nós estamos vendo aqui o muito bem o que aconteceu nesse contexto de crise os capitais dos países do norte os grandes
corporações capitais mais avançados formularam taça como a revolução ver se você entende como a reestruturação produtiva é permanente eles protocolaram um novo ciclo mais organizado porque há a reestruturação produtiva iniciado em 73 ela não foi organizada previamente o japão tinha uma experiência a suécia tinha a outra os estados unidos com vale do silício e elas foram pipocando agora nós estamos frente a uma situação mais mais centralizada é porque na verdade a a esta proposta nasce na alemanha e ela diz o seguinte no mundo atual a indústria no sentido amplo isso vale para a indústria de
transformação vai para a indústria de serviços serviços industriais para a agroindústria para o agronegócio o mundo atual pode se acercar não é de uma tecnologia outro avançado tudo que pudesse que desde assim nanotecnologia tá certo é as fotografias em três dimensões é a internet das coisas como eles falam a robotização baseada na na inteligência artificial que não pára de se expandir de repente você pode redesenhar uma fábrica ultra informatizada outra digitalizada e os capitais estão orientando as empresas a fazerem isso no norte do mundo e no sul do mundo e este processo não é difícil
entender que vai ter consequências desastrosas para a classe trabalhadora dizem nós vamos criar novos empregos é verdade para o topo da classe trabalhadora nas empresas daqueles que têm dispõe em domínio das tecnologias de informação e comunicação da indústria de software que digamos assim são formados desse mundo digital informacional esses vão pegar os raros empregos que serão criados do topo só que esses empregos criados do toco são para substituir uma massa muito maior de empregos intermediasse o que alguém pode imaginar que as indústrias as empresas vão digitalizar tudo para empregar mais a favor desde a revolução
industrial desde a revolução industrial marcos já nos ensinou a tecnologia é por um lado a concorrência capitalista de outro lado a tecnologia é uma forma de desorganizar e quebrar a organização da classe operária sou uma preocupação que têm com quem é sindicalista e tá dando tendo o contato com essa transformação agora é uma coisa muito recente muita gente se pergunta vai acabar os empregos na indústria o operariado vai diminuir nas fábricas das o seu peso social é o que imagina que pode acontecer no claro beijo era isso que estava faltando isso vai ter um número
pequeno inicio de empregos novos de especializado digamos nos espectros altos da classe trabalhadora aqueles mais qualificados e você vai ter demissões de professores que vão desaparecer porque a internetização das coisas como eles dizem na internet das coisas significa que tudo o que você puder robotizar digitalizar e informatizar você vai fazer ao fazer isso você vai tão mal assim uma diminuição brutal de empregos porque o sentido essencial da indústria 4.0 assim como de toda a reestruturação produtiva permanente do capital é aumentar a produtividade e reduzir custos quando se trata de reduzir custos o primeiro curso que
se pensa quando se fala em redução eu custo força de trabalho e isso vai criar então que você me perguntou cadê ainda vão ter dois problemas no centro do mundo norte do mundo estados unidos e guarda os professores alemanha alemanha puxando na europa tá certo estados unidos e japão e secundada num num contexto um pouco diferente a china que não página hoje está na ponta da tecnologia hoje as estradas chinesas grandes pontes as construções arquitetônicas né é tudo isso avança celeremente nativo automóvel chinês que sequer existia décadas atrás hoje está disputando em condição muito próxima
aos bons equipamentos nos automóveis e eu não não duvido que um pouco tempo e ter esteja se emparelham duprat superar o japão a alemanha a suécia digamos essas a fifa a itália fiat os estados unidos a tecnologia mas veja bem no na internet 4.0 a alemanha puxando a europa unificada certo estados unidos eo japão ainda que com as diferenças que é entre esse processo se esparrama pelo norte então o que vai acontecer no norte você nós vamos perceber um desemprego ampliado nos trabalhadores estão mais na base nos escalões intermediários de base aqueles que vão desaparecer
porque não tem nenhum sentido fazer uma outra internetização e digitalização da fábrica para ampliar o contingente de trabalhadores o objetivo é exatamente o inverso termina amanhã o valor do trabalho diminui o valor do trabalho e diminuir a força de trabalho ou se reduziu a aumentar ainda o monumental bolsão do que o max chamava do exército industrial de reserva disse à força sobrante que vai ser expulsa da produção mas é expulsa e quem vai trabalhar é o que eu digo aqui no meu livro são cada vez mais pelo menos os serviços trabalhadores e trabalhadoras flexíveis terceirizados
sem contrato de longo tempo por contratos parciais ou intermitentes dependendo do ramo da produção não se achava trabalho a ser feito no brasil está conectada com essas transformações declaradamente completamente claramente veja bem é por cima não é por acaso que ela está ocorrendo no brasil na argentina simultaneamente na frança tá certo ocorreu já alguns anos parte dela na na na itália tá certo na espanha certamente estamos numa era de devastação dos direitos trabalhistas lamba a classe trabalhadora que sequer hoje não é mais a classe trabalhadora assalariada é o sistema uber ou seja eu vou colocar
você em contato com o consumidor só que para fazer isso você não é nosso aliado você motorista do gol mas eu vou te cobrar de 20 e 25 até 30% até um pouco mais que independe dos algoritmos das suas contas tá certo e eu jogo esclarece também que o programado para jogar sempre para o lado de lá tá certa defendeu de sim né eles não são neutros e até uma brincadeira né é isso significa que você vai ter uma classe trabalhadora precarizada flexibilizado ultra qualificado e alguns extratos mas são micro recentemente minoritários e completamente desprovida
tá certo de condições de emprego nas plantas produtivas criança e esse desemprego em massa vai ser maior no sul do mundo porque na nova divisão internacional do trabalho o sul do mundo é onde se concentra a indústria suja o norte do mundo é onde se concentra a indústria entre aspas limpa sereno era limpa nos 38 32 e tecnologia avançar mas tem que extrair mineração onde vai ser na índia na china a áfrica do sul.na na china repita a china na áfrica do sul na américa latina certo então você tem que plantar as indústrias que poluem
produzir criar induzir produto onde vão os libertou julho tá certo de alumínio e dieta nem por isso eu vi na patagônia uma coisa assim toda aquela coisa maravilhosa que aquela patagônia das dádivas da natureza mais maravilhosa do mundo em busca de de alumínio que joga todo o dejeto nos mares da patagônia quando da sua origem era capital europeu o que pensa que o desafio do sindicato são outros são loucos o monumental desenvolvimento técnico científico das últimas décadas porque nós do retomamos uma luta global da classe trabalhadora global pela redução profunda da jornada de trabalho garantindo
direitos para todos os trabalhadores e trabalhadoras trabalharem e terem um tempo disponível fora do trabalho mais amplo porque não se faz essa luta pela luta confronta o capital é hoje uma bandeira de capitalistas que os capitais hoje é exatamente o contrário a expulsão milhões de trabalhadores nós temos uma massa imensa vai ter para 200 milhões de trabalhadores trabalhadoras empregadas por favor do aumento de dez vezes em acionar na índia o catálogo segundo analisou lembrou suas barreiras capitais saem da china vem pra américa do norte depois migram com o méxico depois bom para bangladesh e circula
o fluxo de capitais ea vive o capital financeiro também faz o mesmo por exemplo se tem uma greve dos trabalhadores é dos estados unidos a ford o qualquer empresa automotiva norte-americana se paralisou a produção no sul aquela greve de flint de 98 é emblemática acho que foi em 98 pelo tema memória o trato dela meu livro síntese do trabalho eu mostro é importante que essa perda ela era uma unidade produtiva pequena mas ela produziu um produto que era vital para a montagem do ford mundial ar ou aquela produção lá um mês depois a ford do
brasil produzir mais esgotou então veja é decisivo no movimento operário o modelo dos trabalhadores da classe trabalhadora que os indicados recupere em a dimensão da luta internacional isso não quer dizer que não teremos lutas nacionais é porque o país é parte desse contexto mundial mais uma luta nacional ela só vai ter mais força se ela puder você vê sua arma que os capitais são articulados e isso vale para levar os homens uma revolução hoje um país latino-americano estados unidos estão aqui sercan os países latino americanos que têm governos de direita estarão serkan o bloqueio vai
ser feito e se você não tem acerto um movimento com respaldo internacional como foi a internacional marx anarquistas socialistas utópicos as múltiplas variava área antes do movimento operário da intelectualidade revolucionária comprar o desafio de fundar a associação internacional dos trabalhadores o desafio crucial hoje o primeiro do sindicato dos partidos como se articular com outros sindicatos da américa latina américa do norte da europa da ásia de modo que da áfrica de modo que nós tenhamos um mínimo de resposta para um capitalismo mundializado mas os indicados em outros profundos desafios também para não falar dos partidos de
esquerda e os sindicatos têm que compreender quem essa nova classe trabalhadora que está nascendo é diferente o meu livro é para mostrar exatamente isso tá aí você tem um novo proletariado que você pensa que a classe média mas é um proletariado só queria de serviços ele não tem um macacão da fábrica certo mas ele vive o ataque acaba de ser oxigenado todo dia que está exaurindo porque ele dele é explorado um trabalho brutal tem um dado muito importante que o setor de serviços que no passado era improdutivo capital era basicamente realizada por serviço público e
hoje é profundamente lucrativo e nasceu uma imensidão de proletários só que não têm sindicato que vir a intermitência que são terceirizados muitas vezes são brancos negros e indígenas tá certo emigrantes e os sindicatos não conseguem estar por exemplo quantos banco quantos call center no brasil tem telemarketing que trabalham à noite o sistema bancário e financeiro os sindicatos conseguem janeiro só acha que nessa nessa perspectiva da mudança da classe trabalhadora é possível a gente chegar a uma conclusão que o operariado industrial ele deixa ou poderá deixar de ser um sujeito de um processo onde funcionam o
que você pensa sobre isso tem essa debate nem veja esquerda veja bem a classe operária sempre foi as trabalhadoras que vamos chamar assim mais amplo ela sempre foi para usar uma expressão do floresta fernandes compósita heterogêneo há no livro do windows a formação da classe trabalhadora na inglaterra o windows na apresentação desfazer operário inglesa tem desde estocasse operária até aquele cara que mora no quinto andar subterrâneo e convive com a tuberculose está entre e samba a classe trabalhadora é muito heterogêneo que nós temos é um processo dê nos países do norte avançado redução das indústrias
então uma redução do proletariado de transformação e um aumento no norte no sul do proletariado de serviços e os sindicatos não sabem bem que queria isso o proletariado metalúrgicos viu a categoria metalúrgica diminuir não vai acabar e nem vai perder relevância que na hora das greves né ninguém são marcos nunca disse o marco o pólo mais relevante da classe operária será este ou aquele nunca diz o que o marketing do windows disseram 'oh plena razão é que quer o novo no século 19 era expansão monumental de algo que não existia o que não existia o
proletariado do tempo estava nascendo então esse é o novo e que proletariado industrial o fabril no século seguinte se expandiu proletariado agrícola o século 21 é o meu caro é da expansão do proletariado de ser digerido e ao invés de você ter o indústria agricultura e serviços você tá tudo em brincado é a agroindústria indústria serviços e dizer que o capitalismo totalizou tudo e proletário usou todo só que são camadas muito feliz na europa a parte mais precarizada à margem dos sindicatos jovens nativos ou imigrantes ultra qualificado com pós-graduação óbvio não saber desqualificado ele se
auto define muitos deles como precariado não tem um trabalho extra tem trabalho digamos assim e precário informal intermitente terceirizado fora da e os sindicatos não consegue pôr reorganizá los por isso que eles estão criando movimentos do precariado eusébio debate na europa um movimento do precariado em nápoles movimentos do precariado em milão ea por exemplo nos momentos eles eles não estão necessariamente ligados a sindicatos não não são um alento ao movimento sindical serviços em outra foto é ou não é um movimento social se organizando também uma dimensão de reivindicação mas veja bem no caso da itália
atom passei trabalhando ano passado lá né eu desenvolvo aqui no meu livro mostro isso a cdl confederação geral da lavoura italiano central cgt italianas hospital ruth tenho isso mas o que a pesquisa anterior antiga central geral dos trabalhadores e italianos dez anos a confederação e generali de de lavor unitária né ela já criou um setor dentro dela que ela está aberta e os precários parte deles começam a utilizar de sindicato para ter sua luta que não adianta ter o metalúrgico lá fillon que é um federação forte mas ela não inclui o precário a lógica do
capitalismo do nosso tempo é tão destrutiva que ou os sindicatos e os partidos e os movimentos sociais começam a discutir um novo modo de vida um novo modo de produção nós temos que reinventar o socialismo neste século novo porque é a sociedade que está aí ela destrói a força de trabalho destrói a natureza vai privatizar as propriedades todas inclusive a propriedade intelectual oprime as mulheres o prêmio os negros o prêmio imigrantes oprime as comunidades indígenas cria uma massa de trabalhadores oferta envolve jovens trabalhadores para a selva e não lhes oferecem futuro nenhum tal vamos esperar
o mundo acabar é imperioso é que puder dizer assim o imperativo categórico tá brincando com palavras a reposição o tema do socialismo conectado com as lutas sociais para cada trabalhador não vai acabar mas ela pode ser levada uma condição de precarização e fragmentação de fratura de divisão de digamos assim é quebra de solidariedade onde vai ter uma um conjunto enorme de lutas isoladas no tac o outro luta ali quando o capital não faz nada isolado é tudo conectado nós temos então conectar essas lutas criar organismos locais de base e internacionais conectados e pensar 15 que
modo de vida nós queremos não há terceira via não tem réu for state já acabou nos países centrais e os que do acabou evitasse minguando nós temos que pensar em um modo de vida para lembrar que o mesário falava para além do capital nosso desafio é repensar o socialismo do século 21 ele lembra que quando viaja e terminou com isso quando houve a crise 2009 a esquerda dominante não falava em crise estrutural do catálogo que começou a falar em cristo tal por exemplo os bancos centrais mundiais a crise do capitalismo é estrutural é mais profunda
crise desde 1929 esquerda se preparou uma crise capitalista daquela envergadura para ter uma alternativa é hora ou seja tá passando a hora dos sindicatos e os partidos colaborarem meta é invenção eu vou ser bem claro de um projeto de sociedade onde a taxa trabalhadora vai tornar se uma sociedade de divídas livremente associado e só é possível quebrando o sistema de metabolismo social do capital à propriedade privada tá certo a extração da mais valia e criando uma sociedade do tempo livre e da produção de coisas úteis é o nosso desafio vital e os sindicatos de classe
os pelegos não os burgueses da possibilidade de classe tem que colocar este projeto como sendo um desafio para o próximo período tá certo que com o professor ricardo antônio mais uma vez autor do livro é o privilégio da servidão um novo proletariado de serviços na era digital saí pela boitempo e queria agradecer ao professor por ter dado essa atenção aqui pra gente e espero que esse papo que nós possa contribuir pra todo mundo que tá aí na luta cotidiana do movimento sindical na luta dos sindicatos e que tarde frente um monstro e não sabe lidar
como como dizer como desafiar e como vencer essa nova etapa do capitalismo um grande abraço a gente e senador [Música] nagy na sombra [Música] hum só na não [Música] o guardian