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Video Transcript:
[Música] Olá sejam todos muito bem-vindos ao CNN entrevistas eu sou Clarissa Oliveira e ao lado do analista T Curi entrevisto hoje o climatologista Carlos Nobre Carlos Nobre construiu praticamente toda a carreira no Instituto Nacional de Pesquisas espaciais foi diretor do centro Nacional de monitoramento e alertas de desastres naturais e secretário no ministério de ciência e tecnologia e inovação em 1991 formulou a hipótese Pioneira da possível savanização da Amazônia e em 2007 fez parte da equipe internacional de cientistas que juntamente com o ex-vice-presidente americano algor recebeu o Nobel da Paz por alertar sobre os riscos do aquecimento global e lutar pela preservação ambiental referência mundial em estudos sobre mudanças climáticas é o primeiro brasileiro a fazer parte do grupo planetary guardians que reúne pesquisadores para estudos sobre ação climática e está engajado em desenvolver um novo modelo econômico para preservar a floresta amazônica aliando tecnologia e o conhecimento tradicional dos povos da região e é sobre esse tema cada vez mais urgente que a gente conversa agora Professor muito bem-vindo aqui ao CNN entrevistas a gente agradece muito o senhor tomar esse tempo para conversar com a gente eu gostaria de abrir a nossa conversa sobre eh uma declaração que o Senhor tem tido que fazer com cada vez mais frequência que é o fato de que eventos climáticos extremos estão se tornando cada vez mais comuns eh já são parte quase de um novo normal e como O Brasil precisa se preparar para enf tá essa realidade muito bem-vindo obrigada pela presença aqui eh Bom dia CL Bom dia T eh um prazer também conversar com vocês sim infelizmente Eh vamos dizer assim a ciência até alguns anos atrás previa que nós pudéssemos atingir essa temperatura 1,5º mais quente do que lá atrás 1850 1900 eh se continuássemos com as emissões talvez da primeira vez fosse 2028 e permanentemente 2033 a 2035 E aí foi uma surpresa que em 2023 nós já atingimos 1,5º que continua em 2024 Nós já estamos a 14 meses desde de de Junho eh do ano passado que essa temperatura atingiu 1,5º um mês muito quente abriu 1,6 tiv os dias mais quentes do registro histórico em Julho 4 dias em sequência que a temperatura até atingiu 2 gra então isso mostra o o o que pode acontecer com essa temperatura nós já vimos todos os eventos extremos em 2023 24 eles cresceram no mundo todo as secas tivemos o recorde de secas da Amazônia da história da Amazônia 2023 Continua em 2024 chuvas e muito fortes prolongadas como essas que tivemos no Rio Grande do Sul em maio e também ondas de calor ondas de calor estão explodindo no mundo todo inclusive no nosso país e e e rajad de Vento tudo isso está acontecendo de uma forma bem mais frequente isso mostra o que poderia acontecer com o planeta se a gente conseguisse não deixar a temperatura passar de 1,5 Então esse é um gig esco risco porque se imaginava que a gente teria tempo para reduzir as emissões para não passar de 1,5 e eu até menciono eh a acordo de Paris 2015 depois reforçado na COP 26 em 2021 em GL na Escócia disse o seguinte olha para não passar de 1,5º lá em 2050 nós precisaríamos reduzir em 43% as emissões até 2030 e zerar as emissões líquidas de todos os Gá de efeito esturo até 2050 mas olha o risco se de repente a gente atingir 1,5º nos próximos anos e e nós vamos ter que ser muito mais ambiciosos nessas metas de zerar as emissões Professor a gente eh é uma pergunta Clichê obviamente mas o Brasil hoje tá preparado para esse novo normal e se não está o que que precisa ser feito nesse momento levando em consideração o que vem pela frente olha Eh praticamente nenhum país do mundo está preparado hoje já para fazer Face aos extremos climáticos todos esses ondas de calor chuvas intensas secas eh como vem acontecendo mas principalmente os países em desenvolvimento e o Brasil tá nessa lista da maior parte dos países do mundo pouquíssimo preparado para fazer frente a esses eventos vamos vamos dar um um um exemplo h o que aconteceu no no Rio Grande do Sul o que aconteceu em fevereiro do ano passado aqui no litoral norte do estado de São Paulo em São Sebastião O O semadem ele fez um estudo de 2018 825 municípios 92 milhões de brasileiros e demonstrou que ali oito milhões de brasileiros viviam em áreas de risco de chuvas intensas deslizamentos enxurradas inundações alagamentos e desses 8 milhões de brasileiros 2 milhões não poderiam continuar naquelas áreas de risco tão grande que não tem condição por exemplo encostas alta declividade e está refazendo esse estudo agora para quase 2. 000 municípios esse número certamente vai chegar a 4 milhões então só para dar uma ideia o que que nós vamos fazer com esses 4 milhões de brasileiros talvez aí uma escala aí de 1 milhão de residências na na margem de de rios que transbordam encostas onde mais morre gente por eventos extremos são nas encostas eventos extremos Associados com chuva e então é gigantesco desafio nós não podemos deixar essas populações viverem nessas áreas e também o sistema de alerta tem que ser generalizado para todo o Brasil eh por exemplo são poucos os lugares Região Serrana do Rio é um bom exemplo que há sirenes né quando tá chovendo muito a Defesa Civil toca sirene as pessoas já sabem para onde se deslocar por exemplo uma chuva muito forte em março desse ano ali na região serrana do rio em Petrópolis Teresópolis choveu mais de 200 m de 24 horas e funcionou bem houve infelizmente quatro mortos só uma família que não saiu de casa mas a maioria foi educada saiu foi para lugar seguro e nós não tivemos isso no Rio Grande do Sul Rio Grande do Sul eh realmente não há sistemas tanto os alertas as sirenes São muito poucas e e também locais para as populações que vivem nessas áreas de risco se deslocarem eu tô aqui sonando logicamente esse evento de chuvas intensas mas o que pouca gente se dá conta e o evento extremo que mais leva mortes são as ondas de calor as ondas de calor no mundo inteiro tão explodido explodindo elas levam estima-se Organização Mundial de Saúde mais de 1 milhão de mortes por ano aqui no Brasil também temos estamos tendo récorde de ondas de calor e É principalmente ID idosos acima de 80 anos e também crianças bebês crianças com menos de 5 anos esse é o fator que mais leva a mortes e também nós temos muito pouca preparação aqui no Brasil para proteger todas essas populações das ondas de calor professor o senhor citou aí o caso do Rio de Janeiro fala também das ondas de calor a gente teve aí no decorrer do último mês ali mais ou menos também essa série de queimadas que a gente viu acontecerem e em áreas florestais e áreas e eh e brasileiras todos eles fatos que eh São apontados cada vez mais como algo imprevisível Por parte dos órgãos de governo eh mas o senhor mesmo Traz esse alerta de que a situação tá se agravando a gente Pelo Grau de despreparo do Brasil que o senhor menciona a gente deve agora se preparar para a cada ano ter eventos desse tipo catastróficos Mesmo que podem resultar em tantas mortes eh em tantas perdas também do ponto de vista patrimonial do ponto de vista socioeconômico Sem dúvida Sem dúvida porque eh esses eventos agora não tem mais volta eles não não não é possível prever com muitos meses de antecedência qual região Qual estado será afetado quando em que semana em que mês isso isso a sistema de previsão climática previsão meteorológica não permitem mas nós temos que nos preparar que esses eventos não voltam mais e eles vão voltar a acontecer e também a ciência brasileira avançou bastante nós temos eh boas previsões meteorológicas pelo IMP nós temos de Fato muito boas previsões do risco dos Desastres pelo semadem por exemplo o semadem alertou e esses eventos extremos de chuvas no Rio Grande do Sul aquelas de Setembro do ano passado na bacia do rapari essas todas agora h de de Maio desse ano então a Defesa Civil recebe esses alertas e Chuvas muito muito altas e e ela tem que rapidamente monitorar e fazer as pessoas que moram em áreas de risco saírem ah então essa a ciência tem avançado muito o o o semadem por exemplo também e os riscos dessa seca recorde da história do Brasil e o risco de incêndio eh também nos nas florestas eh tanto lá na Amazônia no serrado no Pantanal e também aqui na região sudeste tivemos recordes de incêndios Ah no Estado de São Paulo mas precisa também tomar muito cuidado porque pouquíssimos desses incêndios foram causados por causas naturais descargas elétricas por por exemplo esses nas últimas semanas no Estado de São Paulo zero absolutamente nenhuma descarga elétrica todos foram incêndios humanos e lá na Amazônia no Pantanal no serrado mais de 95% dos incêndios todos foram incêndios humanos mas é lógico é a onda de calor e a seca Record que nós estamos tendo torna a vegetação muito mais inflamável E aí sim alguém vai lá Bota Fogo aquele fogo explode cresce se propaga Então não é fácil porque esses incêndios agora tá ficando muito claro eles são praticamente uma grande maioria desse incêndio são criminosos Professor Antes de a gente eh se aprofundar nessa ação humana também e eu queria entender com o senhor a gente tá agosto mais quente da história esse agosto de 2024 a Amazônia ocidental é a região mais poluída do mundo de acordo com monitoramento estiagem colocando os municípios eh eh do estado e em estado de emergência queria uma avaliação do Senhor com relação a a ao olhar do governo para eh do governo das autoridades obviamente pra região Amazônica e de que maneira o senhor tem visto o o avanço eh dessas consequências climáticas pra região Sem dúvida pra Amazônia nós tivemos excelentes notícias em 2023 e 2024 na questão do desmatamento tivemos em toda a Amazônia uma grande redução todos os países Amazônicos uma grande redução desmatamento de 2023 na maioria dos países Amazônicos a redução continuou em 2024 nós tivemos aqui no Brasil Amazônia Brasileira 50% de redução das emissões em 2023 em relação a 2022 e depois no primeiro semestre desse ano 38% de redução em relação ao 2023 então estava Estamos indo muito bem nessa direção e eh mas ah o até o o semadem fez boas previsões do risco da seca né da tivemos o recorde de seca histórico 2023 Continua em 2024 isso se deve ao fenômeno el nin que aconteceu no ano passado até maio desse ano foi o terceiro fenômeno é o ninho mais forte o aquecimento das Águas do Oceano Pacífico Equatorial centro leste esse é um fenômeno natural existe há milhões e milhões de anos um é o ninho porte sempre induz secas na Amazônia e também o record de temperaturas do Oceano Atlântico ao Norte do Equador que também se juntou ao el Ninho e causou esse recorde de secas isso também o caden colocou Então vamos dizer assim era muito previsível que teríamos um um um nível de dos rios muito baixo muito baixo o ano passado e esse ano até em alguns dos rios como rio madeira e o o Solimões ali na na fronteira com Colômbia e peru bateu recorde de de baixo nível do Rio Então essas previsões elas foram feitas que haveria muito o nível muito baixo dos rios então quando a gente pergunta os sistemas de proteção das populações que moram Eh aí ao lado de de todos esses rios da Amazônia que é grande parte das populações rurais da da Amazônia eh eh o sistema tá todo protegido Para apoiar essas populações não porque esse foi a maior recorde de secas por exemplo do o ano passado do Rio Negro que pode agora nos próximos meses bater até o recorde de seca do Rio Negro agora e tambémm no rio madeira no no Rio Limões Então tem que desenvolver agora um sistema muito avançado de proteção dessas populações até mesmo pro transporte dessas populações eh Quando o rio baixa muito o não dá nem para transportar nem transportar alimentos e outros produtos então só para dizer adaptação a essa esse extremo climático que agora não tem mais jeito pode logicamente chover mais agora nos próximos meses nós temos o fenômeno lá linha começando agora em outubro novembro quando a Laninha chove mais na Amazônia mas não será não está previsto um Laninha muito forte em 2021 tivemos o o l linha mais forte do registro histórico que induziu maior chuva também do registro histórico na Amazônia agora esse Laninha não é muito forte e o Atlântico Norte continua quente Então pode ser que não chova demais mas vai chover um pouco mais então temos que realmente ter sistema de adap ação que protejam todas as populações amazônicas e lógico esse recorde de incêndios que tá trazendo um grau de poluição do ar muito preocupante olha estudos mostram que infelizmente Como se usa fogo demais lá na Amazônia eh para destruir a floresta para regenerar pastagens e coisas do gênero eh um estudo mostrou que em todos os municípios da Amazônia brasileira há em média 155. 000 casos de internações nos hospitais nos prontos socorros pela poluição das queimadas e deve levar dezenas de milhares de mortes então além de desse problema da seca o excesso de Queimadas tá levando a uma qualidade do ar muito péssima em praticamente em toda a Amazônia agora professor falando um pouco sobre os sistemas de monitoramento desses problemas né o senhor fala aí por exemplo desse caso da Amazônia eh o caso de Queimadas mesmo as criminosas como isso acaba impactando em toda a qualidade de vida e toda a estrutura ali e o bioma daquela região a gente imagina eh como que funciona hoje eu gostaria de pedir pro senhor explicar pra gente como funciona o sistema de monitoramento eh dessas queimadas eh de que forma esse controle é feito e principalmente se o Brasil tá conseguindo a acompanhar sua necessidade nessa área porque a gente sabe que o governo federal nesse momento tá num momento de muito aperto fiscal Há muitas queixas dentro dos Ministérios eh a respeito da dificuldade de ter recursos suficientes para eh entregar o mínimo em termos de estrutura para esse tipo de controle se às vezes tá faltando dinheiro eh pro básico a gente imagina que talvez eh o investimento nessas áreas também deixe a já né Como que o senhor avalia hoje o sistema de monitoramento de questões climáticas do governo eh e o esforço do Governo Federal em entregar a estrutura necessária Olha o sistema eh o sistema de monitoramento é muito avançado né Sistema de monitoramento de desmatamento ele começou a 35 anos atrás no IMP 1989 foi primeira vez que o usou dados de satélite para mapear os os as áreas desmatadas da Amazônia brasileira um sistema que foi nomeado lá atrás prodes e depois foi melhorando melhorando melhorando muito então hoje o IMP tem sistemas muito avançados de monitoramento de tudo dos desmatamentos do da degradação Florestal dos os focos incêndio quanta área fica queimada depois do incêndio então o IMP eh esse monitoramento é baseado em vários satélites mas por exemplo eh um dos satélites geoestacionário o gos 16 eh americano ele envia uma informação A cada 10 minutos então o o IMP no sistema que chama dter ele ele usa toda essa informação para ver desmatamento degradação fogo eh e também áreas queimadas e aquilo é alimenta o Ibama o smb todas as polícias a polícia federal polícias estaduais os Ministérios também eh de Justiça todo mundo recebe essa informação e por exemplo o o Ibama recebe Isso é uma informação básica para ele atuar para impedir um dos problemas desse sistema de monitoramento não é um problema é uma limitação mais difícil ainda de achar uma solução eu vou dar um exemplo aqui do Poo para o satélite gos realmente detectar que uma área tá pegando fogo normalmente o incêndio tem que chegar na faixa aí 30 40 m quos quando alguém criminosamente vai lá e coloca fogo leva 1 hora me0 2 horas nessa condição super seca que o incêndio propaga muito rapidamente mas leva aí na faixa de 2 horas para o satélite detectar esse incêndio e aí imediatamente logo depois o o processamento do IMP leva 20 minutos e ele manda esse dado imediatamente para todos esses órgãos mas aí numa faixa de 2 horas a 2 horas me depois que alguém foi lá e botou fogo infelizmente esses incêndios criminosos Quem foi lá colocar fogo não está lá naquela região depois de 1 hora e me 2 horas então fica muito difícil usar os sistemas de satélite para conseguir identificar e e e prender e impedir Porque nessa época seca todos os incêndios são proibidos inclusive os incêndios de pastagens da pecuária da Agricultura então só tô dando um dado para vocês como é difícil realmente combater o o o incêndio criminoso e os os sistemas eles conseguem monitorar isso mas não conseguem realmente identificar quem foi lá e colocou fogo Então esse é um enorme desafio e a maioria dos incêndios Como tem sido biso eles são criminosos eles não são quer dizer Ilegais todos porque é proibido colocar fogo até para Regeneração de pastagem de agricultura é proibido mas a grande maioria dos incêndios os dados TM mostrado eles são criminosos alguém vai lá coloca fogo para destruir os biomas Então por que que o crime tá fazendo isso precisa ser bastante investigado Professor houve uma mudança na postura do governo entre o governo passado e o atual governo do presidente Lula eh a gente viu o desmonte de algumas eh de alguns órgãos eh de combate órgãos de monitoramento houve uma reclamação generalizada de quem faz parte eh desses órgãos e dessas instituições eh de de maneira clara ficou eh bem exposto que era uma das prioridades do governo do presidente Lula o foco no meio ambiente nas mudanças climáticas a gente tem a Marina Silva como uma da a um dos principais nomes no cenário internacional e nacional eh fazendo parte desse governo a despeito da prioridade ter mudado de um governo pro outro eu queria saber como que o senhor avalia a postura do governo com relação a esses eventos climáticos há propostas eh do que fazer diante do que a gente tá vendo obviamente levando em consideração também o cenário eh eh financeiro que não é o ideal obviamente mas queria uma avaliação do senhor sobre a política do governo do presidente Lula voltado pro meio ambiente e aproveitando Como que o Brasil tá nessa pergunta combo como o Brasil tá no cenário Internacional e também levando em consideração financiamento eh internacional de outros países e de outros fundos Olha sem dúvida a política desse governo eh Desde janeiro de 2020 23 ela mudou muito no no lado positivo e como eu falei os sistemas de monitoramento desmatamento Eles são muito eficientes e quando alguém vai desmatar ou mesmo fazer a extração ilegal de madeira isso é um processo que não acontece em minuto acontece muitos dias e semanas Então como o Ministério do meio ambiente o Ibama cibil as polícias todas passaram a receber esses dados o ímpio do deter mas com uma missão de ir lá impedir por isso que o desmatamento reduziu 50% da Amazônia o ano passado continua reduzindo bastante esse ano então Eh eh é muito provável isso são apenas hipóteses precisa ser demonstrado mas é muito provável que aquele crime que já vinha atuando há muito tempo na Amazônia o crime do do da grilagem de terra do roubo do roubo de madeira todo esse crime da mineração ilegal eles viram muito preocupados porque eles estavam sendo detectados imediatamente fazendo o crime e E aí o que me parece também outras pessoas compartilham dessa visão é que eles estão passando agora a botar fogo então por exemplo em vez de ir lá desmatar uma área enorme grilar uma terra e depois ir lá plantar a graminha e levar o boi e depois vender eh no mercado ilegal de fazendas pecuárias ISO existe no Brasil há décadas e décadas Eles agora estão botando fogo porque se com dois 3 anos que se coloca fogo você pronto desmatou tudo aparentemente Essa é a melhor explicação para entender o que que aconteceu o que que explodiu Lógico o o fogo explodiu parte tem a ver com o o evento extremo de seca e e ondas de calor mas o menos de 5% dos incêndios são incêndios por descargas elétricas então isso aí é muito muito criminoso e então o o o desafio lógicamente é então os sistemas de monitoramento eles são eficientes Ah mas é lógico que precisa investir muito mais também eh agora realmente a partir de junho julho agosto explosão dos incêndios eh aumentou muito o número de dos que combatem os incêndios brigadistas esse número tem que crescer gigantesca no Brasil agora porque esses incêndios não vão parar mais com esses eventos extremos e ainda com crime organizado usando o incêndio aí para Eh vamos dizer assim derrotar as políticas ambientais do governo porque tá conseguindo reduzir desmatamento mas os incêndios cresceram muito então precisa ter realmente um um um combate muito maior aos incêndios e não é fácil combater o crime organizado esse crime organizado existe na Amazônia Há muitas e muitas décadas e é uma batalha que todos os países Amazônicos T que fazer e para isso precisa de Fato muito mais financiamento Então os países Amazônicos do Brasil em particular tem que encontrar maneiras de financiar e o desafio maior também é com desmatamento na Amazônia para o o tipo da da agropecuária que é o principal fator eh 90% dos primeiros desmatamentos da Amazônia quer dizer primeira vez que se vai lá e desmata é para fazer uma uma a passagem para a pecuária e então é é importante agora o Brasil caminhar no que nós chamamos uma nova bioeconomia baseada na sócio biodiversidade nós Estamos fazendo até estudos mostrando que o potencial econômico da Floresta em pé é muito maior é muito maior do que o da pecuária e até mesmo da soja Então esse é o grande potencial econômico que a amazônia tem mantém a floresta desenvolve sistemas agroflorestais já há cooperativas ali que produzem mais de 50 produtos da biodiversidade amazônica o o açaí o cacau a castanha Cocoa buruti tem um monte de outros e essas cooperativas elas já mostraram uma rentabilidade muito maior três a sete vezes mais lucrativa do que pecuária e também empregam 10 a 20 vezes mais funcionários empregados trabalhadores do que a pecuária Então essa é a nova economia e também logicamente você perguntou do do grande finan ento internacional lógico se criou o fundo e verde climático mas os países ricos estão colocando ainda pouco recurso para esse fundo o na da cop26 eh os países em desenvolvimento falaram que esses esse fundo devia ser 600 700 bilhões de dólares por ano agora nos últimos anos só chegou a 100 bilhões mas a grande parte disso são investimentos não são doações então então é muito importante que os países ricos entendam que para reduzir as emissões e aqui no Brasil eh mais de 75% das emissões de 2022 foram desmatamento 50% 25% agricultura precisa realmente parar os desmatamentos e na na questão da Amazônia fazer uma grande restauração Florestal o Brasil lançou na COP eh 28 em Dubai em dezembro passado projeto arco da Restauração eu sou membro do conselho administrativo do BNDS e eu levei essa ideia pro BNDS o BNDS gostou muito dessa ideia lançou e é o maior projeto de restauração Florestal de florestas tropicais do mundo restaurar 24 Professor eu vou precisar interromper o senhor um minutinho a gente vai continuar por favor essa conversa daqui a pouquinho mas eu preciso fazer um rápido intervalo mas o CNN entrevistas volta já já com o climatologista Carlos [Música] Nobre o CNN entrevistas está de volta hoje nós recebemos o climatologista Carlos Nobre Professor a gente estava ali logo antes do nosso intervalo conversando um pouco sobre aquela questão do financiamento internacional a criação eh e alimentação de grandes fundos para ajudar países como o Brasil a combaterem o desmatamento a garantirem eh medidas efetivas que contribuam para esse controle do clima que beneficia tanta gente ainda mais o Brasil que tem a Amazônia aqui dentro do seu território por favor eh continue aí trazendo pra gente então a sua avaliação a respeito dessa contribuição até que ponto isso ainda não é suficiente para que os países em desenvolvimento possam então Eh fazer esse esforço tão necessário olha exatamente eh como eu comecei a a mencionar na COP 28 o Brasil o BNDS lançou o projeto arco da Restauração Florestal que uma ideia que eu levei pro Conselho de administração do BNDS eh eu sou co-presidente do painel científico para a Amazônia nós lançamos na COP 27 no Egito o projeto chamado Arcos da Restauração restaurar os dois Arcos do desmatamento o primeiro arco do desmatamento é aqui principalmente na Amazon brasileira do Oceano Atlântico até a Bolívia e tem um outro arco de desmatamento que é ao longo dos Andes eh Colômbia Equador e e peru essa região da Amazônia ao longo dos Anes 400 m a 1300 m de altura nos Anes é a região com a maior biodiversidade do mundo Amazônia tem a maior biodiversidade e dentro da Amazônia essa também é a região com a maior biodiversidade então nós lançamos isso E aí o Brasil na na próxima cop cop 28 ele lança o arco da Restauração restaurar 24 milhões de hectares isso é quase o o tamanho do Estado de São Paulo entre agora e 2050 6 milhões de hectares até 2030 em toda essa área desmatada e degradada do Sul da Amazônia aqui a Amazônia brasileira e o BNDS fez as contas isso custaria 40 Bilhões de Dólares e o benedet já imediatamente pegou recursos do fundo Amazônia e Vai doar para comunidades indígenas que bolas ribeirinhos reservas estra agricultores familiares que queiram e pegar essas doações e restaurar a floresta e infelizmente houve e há desmatamentos de unidades de conservação de territórios indígenas então é muito Isso vai ser muito bom para essas comunidades receberem esses recursos e também do fundo clima um um empréstimo para por exemplo agricultores pecuaristas da Amazônia com juro de só 1% ao ano para que eles possam também restaurar áreas já desmatadas pastagens na Amazônia mais de 50% das pastagens são muito degradadas como eu falei antes 90% do primeiro desmatamento é para fazer uma pastagem de pecuária então também isso é um é um processo que pode adquirir escala mas certamente será muito importante que os países ricos contribuam muito para com todos os países AM Amazônicos para que eles todos façam esses projetos de restauração pra gente impedir o ponto de não retorno da Amazônia nós estamos na beira desse ponto não retorno todo o sul da Amazônia a estação seca está quatro a c semanas mais longa do que 40 anos atrás e se a estação seca que era de TRS a 4 meses e também chovia a estação seca Se ela chegar a se meses ali não tem condição de manter mais a floresta amazônica 6 meses de estação seca é o clima do serrado Então vai haver uma degradação muito grande da floresta amazônica os nossos estudos mostram se a gente continuar com degradação desmatamento e também com aquecimento global até 2050 a gente passa desse ponto de não retorno é muito importante zerar o desmatamento ação o fogo e também criar um maior projeto de restauração de floresta tropical do planeta na na em toda a Amazônia e precisamos passar de 1 milhão de qum Quad de restauração Então esse primeiro projeto lançado pelo BNDS na COP 28 é muito importante mas precisa de mega financiamento ajudas muito grande doos países ricos precisamos dar uma escala isso de modo geral geral é no é no no fundo verde climático que ainda o os financiamentos e as doações dos país ricos estão muito pequena e agora nós temos que ter algum otimismo como vocês sabem teremos a cop 16 da convenção da biodiversidade agora na Colômbia em C na Colômbia em outubro e foi criado na COP 15 em Montreal em 2022 o fundo da biodiversidade e se falou que esse fundo precisaria ser no mínimo un 100 Bilhões de Dólares por ano e é muito importante que o fundo da biodiversidade seja também muito alto idealmente 100 Bilhões de Dólares eu acho difícil mas dezenas e dezenas de Bilhões de Dólares Aí sim país Amazônia tem a maior biodiversidade do planeta o Brasil tem a maior biodiversidade do planeta se beneficiarão muito desse fundo da biodiversidade E aí eh será muito importante usar esse fundo da biodiversidade para restaurar e não só o bioma da floresta amazônica mas os nossos idiomas todos Mata Atlântica a Savana Tropical serrado a catinga Pampa Então essa também é uma possibilidade muito urgente para nós protegermos toda a biodiversidade Professor o a gente eh é é uma bola cantada né é um é um não é por falta de aviso o senhor mesmo eh foi um dos p iros em ainda na década de 90 em fazer esse apontamento esses alertas com relação ao impacto do desmatamento eh do não do da falta de prioridade nessas políticas voltadas pra área ambiental e as consequências que essa ausência da prioridade poderia ter eh pro país em diversas questões em diversos pontos des socioeconômicos obviamente fauna Flora e a proteção e dessas comunidades ribeirinhas e todos os impactos que vem com isso eu queria ouvir eh do o senhor menciona eh a ampliação desse período eh da seca por exemplo na região Amazônica a ministra Marina Silva eh disse recentemente em uma em uma fala dela no Congresso Nacional eh sobre a possibilidade de o Brasil perder o Pantanal e um um bioma da importância e que tem ainda eh nesse século se nada for feito e alertando para esse risco o senhor menciona por exemplo esse clima eh levando em ação a ampl ampliação da seca com relação à Amazônia e esse clima que é propício pro pro serrado e não pra floresta amazônica queria uma avaliação do Senhor com relação a esse a esse diagnóstico feito pela ministra Marina Silva que chama muito a atenção e assente também um alerta pros demais biomas brasileiros queria ouvir o senhor olha Sem dúvida o alerta que a ministra mar fez é muito correto é muito ada na ciência e ela traz mais um risco porque eu fui o primeiro cientista lá atrás em 90 e 91 Publiquei com colega da Universidade de Maryland os dois primeiros artigos na revista Science na revista Jal clim dizendo olha se tiver grande desmatamento da Amazônia nós passamos do ponto no retorno vai haver essa degradação enorme mais de 50% da floresta vai ficar degradada mas aquilo naquela época tinha 7% de desmatamento da Amazônia e infelizmente aquele meu estudo mostrou se tivesse muito desmatamento da Amazônia a estação seca ficaria mais de seis meses em todo o sul da Amazônia e como eu já mencionei a estação seca já está quatro a cinco semanas mais longa em 40 anos o risco é enorme estudos mais recentes mostram que não é só o bioma da floresta tropical amazônica em risco ah o o IMP e o semadem publicaram o ano passado um estudo mostrando um dado muito preocupante a catinga ela já se expandiu 200.
000 km qu Principalmente nos últimos 20 anos ela tá expandindo para a região do serrado ali na parte oeste da Bahia Piauí Maranhão então também tá tendo essa expansão o cerrado pode se tornar semiárido lá dentro da Catinga o norte da Bahia a chuva muitos e muitos anos ela tá abaixo de 400 MM a região semiárida chuva até 800 MM e ali tá pode virar um semideserto e também a professora Mercedes Bustamante uma grande cientista da Universidade de Brasília ela no já H uns 2 anos vem mostrando que o serrato também tá com risco o cerrado tá ficando muito mais quente a estação seca tá ficando mais longa Tem lugares do serrado que o desmatamento serrado já fe a temperatura ali localmente aumentar 3º em média o desmatamento serrado que já é 51% já fez a temperatura aumentar quase que 1° isso é aumento da temperatura pelo desmatamento não estô falando aqui aquecimento global a estação seca ficando mais longa eh seca mais severas e é isso O que levou a ministra Marina Silva a dizer também do do Pantanal né o Pantanal boa parte da da água ali que abastece o pantam mal Pantanal vem da Amazônia então a Amazônia diminuindo demais as chuvas e também o principal é que a amazônia ela recicla a floresta recicla muito a água muito bem a água e ela gera o que nós demos o nome de rios voadores eh é um transporte gigantesco de vapor d'água que sai da Amazônia Porque a floresta recicla muito bem a água e desce alimenta as chuvas do serrado do Pantanal alimenta as chuvas também do centro sul da América do Sul até o Sul do Brasil e até 15% do vapor d'água que vem do sudeste vem da Amazônia então acabando diminuindo a floresta diminui os adores vai diminuir a chuva também no serrado no Pantanal menos água do Pantanal Então o que a minista colocou é o que os estudos científicos indicam se continuar com a mudança climática se continuar com desmatamentos eh vai o Pantanal vai desaparecer até o final do século pode até desaparecer antes do final do século a a água Total a água a área coberta pela água do Pantanal já diminuiu mais de 30% nos ú os desde 1985 isso é dados do Macro idiomas então a ministra tá muito correta de chamar a atenção que não é só o risco do ponto não retorno da Amazônia nós estamos com risco de ponto não retorno da Catinga se tornando semidesértica ah do do do do serrado se tornando muito semiárido Amazônia como savanização E também o desaparecimento do Pantanal até o final do século todos esses riscos existem E aí não tem nenhuma dúvida nós precisamos combater a emergência climática não pode continuar porque tivemos esse ano estamos tendo 2023 24 a maior seca da história da Amazônia uma grande seca também no serrado no Pantanal e e mas eh Além disso nós est zerar completamente os desmatamentos em todos os biomas e também né eu falei da Restauração da Amazônia mas nós precisamos restaurar todos os idiomas brasileiros agora professor dentro desse contexto pegando aqui um pouco do que a gente ouve nos Bastidores ali no Ministério do meio ambiente faz sentido na avaliação do Senhor o governo do presidente Lula e tá discutindo de maneira tão intensa o por exemplo a exploração de petróleo na margem Equatorial Esse é um dos pontos de atrito muito grandes entre a tal da ala política do governo do presidente Lula e o Ministério do meio ambiente em especial a figura da ministra Marina Silva que vem Resistindo ali com muita firmeza há uma pressão para que essa exploração seja liberada eh como que o senhor interpreta Esse olhar que ainda permeia uma parte do governo federal a respeito da exploração de petróleo da relevância do petróleo dentro dessa estratégia socioeconômica do país sem DV dúvida e olha mais de 70% das emissões de gás de efeito estufa no mundo inteiro é a queima de combustíveis Fas petróleo primeiro lugar carvão em segundo lugar e gás natural em terceiro lugar então não há nenhuma dúvida né Nós já estamos atingindo 1,5 gra muito antes do que se pensava eh nós não podemos realmente continuar com as emissões porque nós podemos chegar em 2050 a 2,5 5 Gus de aquecimento isso é qu que o fim no mundo né porque nós vamos Se chegarmos nessa temperatura nós vamos passar de um monte de pontos de não retorno não é só a Amazônia Mas nós vamos provavelmente perder grande parte pelo menos 50% da Amazônia eh muito do Cerrado também eh nós vamos derreter o solo congelado lá da Sibéria Canadá e e Alasca chamado perma pró Vamos jogar uma quantidade gigantesca de gás carbônico e metano que tá lá congelada dezenas de milhões de anos eh e por exemplo com 2 gra Vai haver a Total extinção dos recipes de corais em todo o mundo perdendo uma gigantesca biodiversidade Oceânica Então nós não podemos de jeito nenhum então é lógico que eh nó nós temos que ir muito nessa direção de reduzir as emissões E como eu falei 70% das emissões ou mais de 70% É queima de combustíveis fósseis a transição energética tem que ser muito mais mais rápido globalmente um dado eh muito preocupante se a gente só continuar a explorar o que já está em exploração as minas de carvão os poos de petróleo e gás natural em 2050 ainda nós vamos estar emitindo 40% das emissões que hoje esses gases emitem impossível manter a temperatura abaixo de 1,5 se nós continuarmos assim então não é explorar novos Poços de petróleo minas de carvão gás natural novos não devia ter exploração de nenhum nós temos que parar a exploração do que já existem então a transição energética tem que ser muito rápida olha tecnologicamente energia solar eólica eh hidrogênio Verde hidrogênio Verde estamos lá construindo a primeira fábrica de hidrogênio Verde no Ceará ainda o hidrogênio verde é caro mas é o hidrogênio verde é parecido com o a energia solar energia solar 20 anos atrás era eh cinco vezes mais cara que hoje hoje é das formas mais baratas de energia elétrica do mundo e e também hidrogênio Verde vai cair quando tiver escala e Então essas formas de energias renováveis elas como eólica e solar elas são muito mais baratas aqui no Brasil os países com maior potencial dessas formas de energias renováveis elas já são 1/3 eletricidade energia solar eólica 1/3 do preço da eh termoelétrica a gás natural e também gera uma quantidade muito maior de empregos por exemplo eh energia solar gera quatro a oito vezes mais emprego para fornecer a mesma quantidade de energia que termoelétricas a a a combustíveis fósseis então isso aí economicamente faz num sentido socialmente também mas a transição tá muito lenta Então eu acho que todos os países do mundo tem que acelerar muito essa transição o Brasil tem toda a condição de ser um dos líderes dessa transição porque nós temos esse gigantesco potencial das energias renováveis isso logicamente o Ministério do meio ambiente também tem uma preocupação muito grande da exploração de petróleo eh no nos oceanos eh porque pode ter um vazamento ali como aconteceu algum tempo atrás ali no na no Caribe teve um impacto EC lógico muito grande então tem a preocupação também Ambiental de exploração de petróleo no fundo do mar mas eh Além disso o principal preocupação é que nós não podemos continuar com a queima de combustíveis fses aproveitando esse gancho que o senhor traz eh de transição energética eh eu queria uma avaliação do Senhor com relação ao andamento do compromisso do governo brasileiro com relação à emissão eh de carbono eh o o senhor avalia que as metas eh serão cumpridas que há eh eh um uma evolução por parte do governo brasileiro com relação às metas que foram estabelecidas olha com a grande redução dos desmatamentos em 2023 24 a gente tá indo realmente na trajetória que o governo colocou que é uma redução eh Grande até 2025 e depois uma redução contínua redução até 2030 como o Brasil se está comprometido a zerar todos os desmatamentos e todos os biomas eh até 2030 e aqui a gente tem que colocar com uma forma clareza é zeral desmatamento não é legal versus legal porque o Brasil já tem 3 milhões de qum qu em áreas de pecuária eh pastagens agricultura silvicultura a pecuária em média é de muito baixa produtividade 1,3 cabeças de gado por hect mais de 50% das áreas de pastagem aí quase 1,7 milhões de qum qu é p está estadoo de degradação então o Brasil tem que passar para uma Agricultura e Pecuária muito mais produtiva chamada regenerativa agricultura pecar regenerativas são muito mais produtivas são até muito mais lucrativas emitem muito menos e também são mais resilientes a esses eventos extremos como seca com ondas de calor Então esse é o caminho que o Brasil tem que ir zera desmatamento cria Grandes projetos de restauração de todos os biomas esse da Amazônia vai remover bilhões e bilhões de toneladas de gás carbônico então sim o Brasil hoje tem uma meta de zerar as emissões até 2050 eu acho que não só o Brasil todos os países do mundo vão ter que ser muito mais ambiciosos nessas metas se esperar para zerar em 2050 A temperatura vai passar de 2 g chegar até 2,5 então o Brasil tem essas condições E também o Brasil pode fazer a transição energética né E todas as nossas emissões em 2022 cerca aí de 20% põe a queima de combustíveis fósseis então o Brasil pode fazer porque Como Eu mencionei gigantesco potencial de energias renováveis solar eólica hidrogênio verde e várias outras formas por exemplo já se começa alguns países aí desenvolvidos Estados Unidos Japão a criar o potencial de tirar energia renovável dos oceanos Você tem o gradiente de temperatura eh nos primeiros 1000 m de profundidade dos oceanos tropicais você tem aí 22º 23º de diferença você usa essa diferença para fazer um um uma substância por exemplo eh um líquido ele vira gás e gera energia elétrica isso já existe no Havaí no Japão estão fazendo no Caribe o Brasil nas florestas na oceano tropical da Bahia até o Amapá tem um gigantesco potencial esse é mais um potencial de energia renovável essa energia até ela ela é 24 horas por dia é intermitente então esses são os potenciais todos os países T que ir nessa direção o Brasil pode liderar isso e tem uma outra questão permita me dizer poluição Urbana poluição urbana leva a 6 a 7 milhões de mortes por ano em todo o mundo poluição urbana existe no Brasil qual o principal fator da poluição urbana é a queima de combustíveis fósseis carvão petróleo o Diesel no Brasil tem muito menos queima de carvão mas tem quase todo o nosso transporte e ônibus caminhões são combustível diesel que gera a poluição urbana então zerar o uso dos combustíveis fósseis no transporte também vai melhorar muito a saúde de toda a população urbana mundial Então esse é mais um fator importante de não usar mais combustíveis fósseis por exemplo uma boa notícia o BNDS o ano passado iniciou um financiamento para a cidade de São Paulo comprar quase 3. 000 ônibus elétrico a cidade de São São Paulo tem 13.
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