MPOX já é uma emergência internacional e casos aumentam no Brasil. Estamos diante de uma nova epidemia? No vídeo de hoje eu vou te contar tudo o que você precisa saber sobre esse novo surto de Mpox.
Como a mpox é transmitida e o que ela causa? Precisamos mesmo nos preocupar com a Mpox ou isso é exagero da mídia? E o mais importante: como você pode se proteger?
A Mpox deixou todo mundo apreensivo quando a OMS declarou pela segunda vez uma emergência de saúde internacional. Mas a verdade é que essa doença não é nova e desde que chegou no Brasil, a transmissão nunca parou. Você sabia?
Então por que ela só chamou a atenção da mídia nos últimos dias? Será que dessa vez tem algo diferente? Pra entender o que está acontecendo no mundo, vamos descobrir o que de fato é a MPOX?
Mpox nada mais é que a abreviação da antiga monkeypox ou varíola dos macacos, Ela teve seu nome alterado pela OMS porque carregava vários estigmas. Primeiro que a doença não é transmitida pelos macacos e nem veio deles, só foi detectada pela primeira vez em macacos. E segundo, que ela teve origem e circula há décadas na África, onde a população negra já sofre preconceito racial.
Perpetuar o nome “dos macacos” poderia reforçar essa discriminação. Fato é que a Mpox não é uma doença de agora. Os primeiros casos em humanos aconteceram na República Democrática do Congo na década de 70, e desde estão aumentam ano após ano.
Mas foi só em julho de 2022 que o mundo realmente conheceu a mpox. Foi quando ela se espalhou para vários países fora da África, incluindo o Brasil e se tornou uma Emergência Internacional pela primeira vez. Você lembra disso?
Na época eu fiz vários vídeos explicando o que significa esse estado de emergência, algo que coloca as autoridades de saúde em alerta para que a situação não escale em uma epidemia. O estado de emergência durou quase 1 ano, com mais de 87 mil casos registrados no mundo e 140 mortes até maio de 2023. A boa notícia, se é que tem um lado bom, é que por causa da emergência, o entendimento da mpox evoluiu um pouco mais do que era quando ela só afetava países africanos.
Então olha só o que nós já sabemos: A Mpox começa com pequenas feridas ou manchas vermelhas na pele e que podem vir acompanhadas de febre, dor de cabeça, dores no corpo, calafrios, fraqueza e, em alguns casos, linfonodos inchados, as famosas ínguas. Só que depois de alguns dias, o número de feridas aumenta e elas podem cobrir o corpo todo, gerando dor e coceira, para só então, formarem casquinhas e desaparecerem. A maioria das pessoas vai sair ilesa, mas em alguns casos a doença pode ser grave e levar à morte, especialmente de crianças, pessoas imunossuprimidas, grávidas e seus bebês.
O grande ponto pra você ficar atento é que as feridas podem ser muito sutis, parecidas com pequenos machucados do dia a dia. Olha só essa aqui: Esse homem teve febre e cansaço 7 dias após o contato íntimo com uma pessoa infectada e no oitavo dia apresentou só uma bolhinha no pé e outra no dedo, mais nada. As feridas se desenvolveram, estouraram e depois cicatrizaram.
Agora me conta se você iria desconfiar de mpox se visse uma coisa dessas… Se ele não tivesse buscado ajuda, poderia ter transmitido a doença adiante. Mas afinal, como a mpox é transmitida? A principal forma de transmissão da mpox é através do contato próximo com pessoas infectadas.
Aqui galera, eu estou falando de toques na pele de pessoas com ou sem feridas aparentes, beijo, contato íntimo e sexual, abraços e falar cara a cara com alguém infectado. Muita gente me pergunta se o contato com objetos contaminados pode transmitir. E sim, o que os estudos mostram é que o vírus da mpox pode sobreviver por algum tempo em objetos contaminados com fluidos corporais, como suor e saliva.
Então ele pode ser transmitido se você beber em copos contaminados, comer com talheres que alguém que tem mpox usou e se compartilhar lençóis e roupas contaminadas. Mas aqui eu preciso fazer um adendo. Os estudos que avaliam a presença do vírus em superfícies são feitos em ambientes que têm pessoas infectadas com mpox, como hospitais, clínicas e as casas que essas pessoas moram.
Ali a quantidade de vírus nas superfícies vai ser muito alta naturalmente. Agora, se você tá preocupado em pegar o vírus tocando no ferro da academia, experimentando uma roupa em uma loja ou comendo com talheres higienizados em um restaurante, é bastante improvável que esses objetos estejam contaminados. Isso porque é muito difícil que alguém com mpox tenha passado ali e que o vírus ctenha sobrevivido nessa superfície Então por mais que a mpox seja uma emergência internacional, o número de casos é pequeno e comparando o ano de 2022 com agora, a situação parece melhor.
Parece… Eu já vou te falar porque mesmo nesse cenário, a situação precisa de atenção, mas eu preciso te tranquilizar dizendo que a chance de você usar um objeto contaminado por aí é muito baixa. A transmissão por superfícies é improvável e deve ser uma preocupação somente para profissionais de saúde e pessoas que convivem com quem está com mpox, beleza? ] E essa informação já vale o seu like no vídeo.
Mas peraí, se os casos estão menores que em 2022, por que a mpox chamou tanto a atenção a ponto da OMS declarar emergência internacional? Será que a mídia está fazendo tempestade em copo d’água? O grande problema galera é que apesar de os casos estarem baixos no mundo, desde setembro de 2023, os casos de Mpox estão aumentando cada vez mais rápido na África, especialmente na República Democrática do Congo e dessa vez a situação tem um agravante.
O vírus que circulou por lá nas últimas décadas entre humanos sofreu mutações, o que gerou uma nova cepa chamada 1b. O que preocupa é que antes a maioria dos casos na região do Congo era em adultos, principalmente entre trabalhadores do sexo e pessoas que têm contato íntimo com vários parceiros. Mas com o avanço da transmissão, isso está mudando.
Cada vez mais pessoas estão se infectando a partir do convívio familiar próximo com pessoas infectadas, sem saber inclusive. Hoje, o grupo mais afetado são crianças e adolescentes de até 15 anos, que são muitos vulneráveis e ter uma mortalidade que pode chegar a 8%, o que é bastante preocupante. E mais do que isso.
A Mpox já está se espalhando por países próximos do Congo que nunca tinham registrado casos dessa doença antes, incluindo Uganda, Burundi, Quênia e Ruanda. Só em 2024, foram confirmados mais de 3 mil e 600 casos em 14 países da África. Mas o que deixou o mundo em alerta foi quando a nova cepa de Mpox foi detectada na Tailândia e na Suécia em agosto de 2024.
Na Tailândia e na Suécia, os casos foram em pessoas que estiveram na África e se infectaram lá. É uma boa notícia, não temos transmissão de Mpox acontecendo de pessoa para pessoa em outros continentes… AINDA. Só que o risco existe e no momento em que isso acontecer, o Mpox pode sim virar uma pandemia.
Esse foi o gatilho que fez a OMS declarar, pela segunda vez, uma emergência de saúde pública internacional. E essa emergência inclui o Brasil. Tanto que no domingo, dia 25 de agosto, um viajante que chegou pelo aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, apresentou sintomas característicos de Mpox.
Você viu essa notícia? Isso é uma evidência que o Brasil já começou a vigilância aeroportuária, que é muito importante para que a mpox não se espalhe no país. Será que nós estamos em risco de mais uma epidemia de Mpox no Brasil?
Nós que estamos fora da África precisamos nos preocupar? E o mais importante: como você pode se proteger? Eu sei que as informações que eu trouxe são pesadas, mas ainda existe uma luz no fim do túnel.
Como os membros do canal já sabem, eu sempre trago a realidade das informações primeiro com dados científicos para que você se proteja e melhore a sua vida. Eu já vou te contar alguns motivos sobre porque não devemos nos desesperar, mas se você se identifica com essa minha missão, clique no botão seja membro aí embaixo e apoie o nosso trabalho a partir de R$2,99. Cada apoio financeiro faz muita diferença para que eu e a minha equipe consigamos produzir mais conteúdos gratuitos para milhões de pessoas como esse aqui.
Motivo Número 1 pra você não se desesperar. Apesar da mpox nunca ter deixado de circular no Brasil, a situação é estável sem grandes aumentos desde 2023. No Brasil, o grupo mais afetado não são as crianças ou grávidas, mas principalmente homens de 18 a 39 anos, o que pode ser um reflexo do grupo que foi infectado primeiro lá em 2022: homens que se relacionam com homens e têm mais de um parceiro sexual.
2. Apesar da mídia falar que essa é uma cepa mais grave e até mais transmissível, nós ainda não temos informações científicas e concretas sobre isso. Como a maioria dos casos ainda acontece na região do Congo, onde as condições de saúde pública são mais precárias, a mortalidade do vírus pode estar muito mais altas do que se os casos acontecessem em países mais preparados, com diagnóstico e tratamento corretos.
. Número 3. O Brasil ainda não teve nenhum caso da cepa 1b da Mpox.
O informe semanal mais recente do Ministério da Saúde mostra 188 casos suspeitos, com 39% deles no estado de São Paulo, mas todos causados pela cepa 2, a mesma que chegou aqui em 2022. Número 4. O Brasil criou um Centro de Operações de Emergência da MPOX e está investindo em vigilância aeroportuária e testes diagnósticos.
Lembra aquele caso de Guarulhos que eu citei? Não era mpox O cara foi isolado e testado rapidamente, o que é um alívio. E uma evidência de que a vigilância está funcionando.
Postos de atendimento e hospitais já foram alertados sobre o risco de epidemia e orientados a fazer teste de Mpox em qualquer pessoa que tenha sintomas suspeitos. Todos os laboratórios do país, públicos ou privados, são obrigados a notificar o resultado dos testes de Mpox e também as amostras positivas têm que ser encaminhadas para o sequenciamento genético. É o sequenciamento que vai indicar quando e se a cepa 1b do Mpox chegar no Brasil.
E número 5. Existe vacina. Quem é profissional de laboratório, portadores do vírus HIV, pessoas imunossuprimidas e pessoas que tiveram contato com infectados por Mpox, podem se vacinar de graça contra a doença.
A vacina está sendo direcionada para essas pessoas porque hoje elas estão em maior risco. Não tem necessidade de vacinação em massa porque a doença não se transmite tão rapidamente assim a gente consegue rastrear os casos e também esse grupo mais vulnerável é vacinado de forma estratégica para evitar a proliferação dos casos. E o Ministério da Saúde já está negociando a compra de mais vacinas para o caso de faltar.
O grande problema, pessoal, que eu preciso falar pra vocês é que enquanto isso, países africanos continuam sem acesso a doses suficientes. Isso vai fazer com que a doença continue se espalhando para lá e é uma situação que pode escalar. Mas no fim das contas, pra você brasileiro, a situação exige apenas cautela, não é uma preocupação extrema.
Então se liga porque você pode se proteger seguindo essas medidas aqui: Se possível, evite contato próximo com outras pessoas. Higienize as mãos regularmente e evite tocar nariz e boca ao sair de casa. Se você teve contato sexual com novos parceiros, fique atento aos sintomas e às feridas, que costumam aparecer nas regiões do corpo que tocaram a pessoa infectada.
E se você achar quee stá com sintomas compatíveis de mpox, procure uma unidade de saúde e informe se você teve contato próximo com alguém pra que essa pessoa também faça o teste. A Mpox não vai ser uma nova COVID, galera. Ela até pode escalar, mas o modo de transmissão é mais lento, e o risco é menor, do ponto de vista de saúde pública.
Mesmo assim, a OMS mandou uma mensagem clara: gestores e profissionais da saúde precisam ficar atentos. Muito mais do que aumentar a vigilância e proteger sua própria população, o que nós mais precisamos hoje é de um esforço global para interromper a mpox nas regiões mais vulneráveis: os países africanos. Senão, vamos continuar enxugando gelo e gerando um alerta atrás do outro sem nunca resolver o problema de fato.
A boa notícia é que o Brasil parece que não está de braços cruzados só esperando pelo pior. Me conta aí se as informações desse vídeo te tranquilizaram. E assiste esse vídeo aqui, onde eu faço um alerta, aí sim, bastante sério, sobre o risco das apostas online para a saúde pública.
Um grande abraço, cuide de você e da sua família e diga Olá, Ciência. Tchau.