Planejar com a paisagem: do conflito à congruência | Luciana Martins Schenk | TEDxSaoCarlos

[Música] eu agradeço a oportunidade muito bom dia bom planejar com a paisagem do conflito há congruência nós temos uma questão séria no brasil 85% a nossa população mora nas cidades ea gente pode pensar que isso não foi planejado mas não se engane muitos processos de planejamento acontecem o problema é como eles acontecem eu mostro para vocês o programa minha casa minha vida um grande processo de planejamento só que a questão aqui é que o processo de planejamento ele focou muito nas questões da habitação do teto sobre a cabeça das pessoas a ciência de um modo

geral pra evoluir como evoluirão elas acabaram por é se especializar e a especialização tem um ônus e um bônus o bônus é que se especializando elas evoluíram com muito mais rapidez o ônus é que nesse processo de especialização elas perderam a complexidade elas perderam a capacidade de ver as coisas nas suas localidades no que diz respeito às idades isso é uma questão muito séria por exemplo esse é o minhocão em são paulo ele é fruto de uma época em que se planejou uma questão relacionada à circulação a tal tac era questão de circular que circular

era preciso mas o problema é que isso não levou em conta muitas coisas que aconteciam ao redor desse lugar certo então a minha perspectiva que é pensar que a paisagem pode ser um lugar onde diferente saber e se encontram a paisagem se lugar profico que encontra não apenas as questões físicas do território da geografia física os rios a vegetação o relevo os ventos mas também contra as questões sociais as questões de cultura de patrimônio de memória e desenvolvimento também porque cidade sãs e belas são cidades onde o investimento também se interessa muito mais o meu

campo a deeper tease que a questão da arquitetura da paisagem que em outros países é uma graduação em separado mas no brasil participa da arquitetura e do urbanismo como uma chave ela quer justamente construir a convergência entre as questões da natureza e as questões do artifício da cultura que é o que está representado aí a direita e isso esse campo disciplinar em um campo disciplinar que tem uma história por exemplo em 1901 fundo acirrada do primeiro com o primeiro curso de arquitetura da paisagem mas a idéia da arquitetura da paisagem é muito anterior ou seja

o pac é projeto de frederick 11 e é o pai do meu campo disciplinar esse sujeito teve uma epifania quando foi visitar a inglaterra encontrou os primeiros parques e chegou à conclusão que parece ser uma coisa muito importante para a cidade terem e eu pergunto a vocês por que um pai que é importante apenas para a gente passe a fé é importante por isso mas é importante também porque ele soma duas coisas fundamentais para o meio campo disciplinar que a associação das questões de infraestrutura da cidade drenagem renovação de ar é a questão da temperatura

e as questões sociais a questão do encontro a questão do lazer ea questão da saúde que são muito importantes só que o onze de lhe deu o pulo do gato em boston onde a professora ivone foi estudar porque gosta é uma cidade fantástica e maravilhosa porque ela tem um sistema de parques muito interessante que muito pouca gente sabe foi gerado por ano o mistério na viragem do século 19 para o século 20 e que tinha uma questão fundamental boston estava perdido de doenças justamente ocasionada pela água ele ele pensou todo um sistema de drenagem baseado

no fluxo das marés que passaram esgotar essa água suja para o mar e salvou a cidade das suas doenças boston é hoje o que é porque há um determinado tempo a sua população e os seus gestores acreditaram que pudesse ser diferente olha só e ele fez isso de um jeito muito interessante porque ele já tinha lhe a presença de uma água salobra então quando ele vai fazer boston ele não está pensando no mesmo registro estético do central park ele está pensando em algo que é construído com a realidade então o meu campo disciplinar nunca deixou

de ter o fenômeno nas suas questões eu mostro agora para vocês essa cidade que nós adotamos há muito tempo e que mora no nosso coração são carlos está no estado de são paulo e no estado de são paulo o que vocês estão vendo são duas manchas a mancha de fato ocupada ea mancha que está por organizar e aí mora um uma questão muito importante como se quer planejar essa cidade qual é a nossa relação por exemplo com as águas estão vendo aí nós moramos no privilégio nós não tomamos água servida de nenhuma outra cidade que

significa ninguém aqui toma esgoto de outra cidade atualmente tratado toda a água que é capturada no próprio município e no lençol aqüífero ou seja isso é ouro puro ea gente tem que não só valorizar mas nos tornarmos um exemplo ou seja não é só que o capital da tecnologia é a capital do privilégio ambiental também só que isso não está sendo construído ao longo do tempo de um modo a digamos inteligente e eu vou tentar explicitar isso pra vocês eu participo do gpu que é um grupo de planejamento a partir dos parques urbanos são é

uma atividade voluntária que me une a professora renata burro peres da federal e que tem o professor tundisi que está à frente da secretaria o nosso é padrinho digamos assim porque ele nos fomentou esse grupo existe os estudantes estão conosco e vários profissionais é um grupo interdisciplinar nós temos a participação de biólogos ecólogos geógrafos estamos construindo isso que vocês vão ver que eu chamo de cartografia complexa vejam eu estou juntando aqui a hidrografia de são carlos isso aqui é uma cartografia dos espaços livres e de recreio está gravado no nosso plano diretor isso é terra

pública certo muitas vezes com qualificação muitas vezes sem qualificação isso aqui é são os parques públicos que foram gravados que foram objeto de um decreto em janeiro de 2017 saibam que eles existem no papel mas não existem de fato em nossa tarefa é justamente colocar isso dentro de um sistema ou seja a nossa pretensão é fazer com que tudo isso talvez um dia seja realidade na cidade de são carlos isso que vocês estão vendo são as áreas de especial interesse ambiental elas também estão gravadas e essa gravação ela tem a ver com a necessidade legal

de deixar essas terras ou é sem a o processo de urbanização acontecendo sobre elas ou ela se ela tenham elas têm um papel ambiental importante quando eu amo todas essas cartografias eu tenho uma prima o primeiro desenho que esse desenho aqui é um desenho das potenciais áreas de intervenção ou de projeto design uma das traduções da palavra design é projeto certo agora vejam do planejamento que é quando eu ainda estou usando isso seja uma perspectiva de visão de topo de sobrevoo como a cartografia que eu chamo de fria eu tenho um segundo movimento que está

indo na direção do projeto e o projeto é o desenho do cotidiano é o desenho por exemplo do kartódromo é o desenho de pacs como eles são na cidade esse trânsito de escalas que vai do processo de planejamento urbanismo ataque até o processo de projeto que é onde o arquiteto o desenhador urbano está ou paisagista eu tenho um trânsito de escalas e eu queria dizer a vocês que o grupo esse grupo do qual participo e todos os alunos e profissionais que estão juntos estão empenhados em fazer isso acontecer eu mostro um exemplo que já foi

feito apenas fazendo um pequeno parêntese para vocês verem esse acordo a grafia mais antiga que eu tenho da cidade de são carlos como vocês podem ver foi um plano diligentemente feito da de cima para baixo de norte a sul de leste a oeste uma cartografia de grade colocada num relevo como desse tipo o que acontece aqui e aí eu volto pega um ganchinho daqui do começo da minha fala né dentro das áreas de especialização as pessoas que pensaram drenagem durante muito tempo pensaram drenagem de um jeito muito muito muito objetivo a água vai do meio

fio para a boca de lobo da boca de lobo para os canos às vezes as galerias e direto para o rio isso é uma questão é que contemporaneamente pode ser muito melhor trabalhada certo quando eu falo os parques eu penso também num sistema de drenagem de microdrenagem muito mais sofisticado e que ali espaços livres bacanas as praças as ruas com possibilidade de drenagem anterior da gente chegar no ponto mais baixo então vejam como todas essas coisas vão-se juntando eu mostro para vocês também que esse fenômeno por exemplo de construção de uma cidade que foi ao

partir do passar dos tempos se impermeabilizando muito é uma questão de época e só que hoje a gente precisa pensar fora da caixa e pensar fora da caixa significa pegar todas as caixas e misturá los olha lá o processo de canonização de são carlos e a resposta porque a gente construiu as enchentes porque à época esse era a melhor solução só que isso aqui é algo que se construiu a enchente não é culpa do rio nós ocupamos as vazias portanto a gente só tem uma resposta quanto mais a cidade cresce mas ela sempre me a

brisa e mais o aumento a a mancha de inundação só que eu possa agregar a questões muito interessantes nesse processo de criação de pacs essa é a enchente de 2018 2015 me contem pense um pouco sobre isso alguém já colocou na ponta do lápis quanto já se perdeu se a questão for econômica em toda essa sucessão de enchentes que aconteceu desde aquelas fotos antigas até essa pois bem mostra vocês então como é que esse processo se faça é um processo que escolhe alguns quadrantes eu tô ali em cima na federal e aqui do lado na

direção do campus 2 aquela mancha vai ser estudada em termos de uso se é comércio ela vai ser estudado em termos de densidade ou seja estou indo na direção do projeto e aí esse projeto ele vai estar justamente entre o kartódromo e o câmbio e essa área aqui daqui até aqui certo e vocês vão ver agora que é uma área suscetível já nos dias de hoje há grandes enchentes essa é uma chuva de uma hora que causou extra essa esse pac ele foi feito por uma ong uma organização é 100 é uma associação da comunidade

bota ap portanto e esse pessoal que hoje em dia amou cip está tentando justamente um futuro diferente para esse lugar então imaginem que dentro daquela grande cartografia eu escolhi uma bacia hidrográfica aponta um lugar e faço esse projeto esse projeto agrega questões que estão ligadas a uma ciclovia essa ciclovia uma ciclovia de passeio que anda em volta do kartódromo mas ela pode se conectar grande ciclovia todos esses lugares que vocês estão vendo em laranja são lugares que agora estão numerados junto com a ciclovia que vão receber intervenções a questão aqui é e do lugar mais

naturalizado à esquerda em cima até o mais artificioso que é o kartódromo a idéia é que a água que possa ser visitada olhada e que a população crie justamente uma afetividade pela água que a gente consiga compreender que a água não é só algo que é um desastre mas é algo que faz parte da nossa vida a questão aqui é que essas esses lugares de mitigação que são esses lugares que foram enchidos net cheios de água eles não são o melhor lugar mas foram os possíveis passa agora algumas imagens pra vocês o kartódromo eu já

conversei com quem fez esse projeto eles toparam fazer esse tipo de alteração sé aqui é aquela praça à direita aquela praça da descida do cno que também pode ser usado hoje em dia é só um estacionamento de carros não é e aí eu tenho esses lugares sem água e com a água o próprio kartódromo sem água e com a água e aí esses lugares eles vão justamente funcionando como essas estruturas em que eu vou retendo a água os cálculos foram feitos eu tenho um time muito essa é a sede da amor que também vai ter

ali uma estrutura ao básico das questões de drenagem é você conseguir fazer essa aqui é na altura da república vazio onde tem uma transposição e aqui vocês têm um momento em que você pode ver a o que eu mencionava era justamente essa idéia de que você precisa diminuir a velocidade da água até ela chegar no ponto mais baixo você tem que criar oportunidades dela percolar e você tem que criar um lugar de encontro e lazer da população para que ela possa ver essa água e viver um outro tipo de vida que está ligado justamente a

questão isso aqui é no meio do bosque do cambuí onde essa organização já faz várias vivências ambientais a gente pensou pra eles em um mobiliário quando as crianças pudessem se encontrar os adultos e tudo mais vejam bem agora tentando reunir todos os pontos para vocês a entenderem porque eu sou uma defensora do pensar fora da caixinha e pensar com a paisagem como um elemento aonde todos os saberes podem se encontrar ea gente construir um futuro comum em outro registro imaginem que eu converso com as pessoas da saúde e que elas possam participar desse processo de

projeto com as pessoas da educação com as pessoas por exemplo da cultura e do lazer percebam que toda essa cartografar ação ela pode gerar espaços muito ricos ligados à população de são carlos retê água renovar os ares e fazer de fato uma revolução muito obrigado [Música]