Oi gente boa Tudo [Música] bom Eu sou médica e eu fiz a minha formação na Universidade de São Paulo depois eu fiz a especialização em geriatria depois mais residência em geriatria e gerontologia depois cuidados paliativos e intervenções em luto e essas especializações me Trouxeram a chance de trabalhar no meu cotidiano com pacientes eh que vivenciam uma situação que ameaça a continuidade da vida eu tenho um livro que se tornou um grande bestel no Brasil e tá aí traduzido para oito línguas já que se chama morte é um dia que vale a pena viver e o
título desse livro é o título de um tdex que eu participei há 10 anos atrás precisamente vai fazer 10 anos agora em 2023 e que ainda hoje acaba se tornando um grande sucesso de [Música] acessos aí tem mais de 35 milhões e meio de visualizações onde eu falo de cuidados paliativos e a gente tá aqui nesse workshop arte e ciência dos cuidados paliativos eh com temas direcionados preferencialmente para Profissionais de Saúde porque em breve a gente vai abrir as inscrições para um curso de formação avançada de profissionais de saúde que queiram se aprofundar no aprendizado
na nas competências e nas habilidades de cuidados paliativos cuidado paliativo para quem não sabe é uma área da assistência que vai prestar os cuidados necessários para um ser humano que adoeceu de um diagnóstico né Tem uma doença que ameaça a continuidade da vida dele e que por conta disso vivencia muito sofrimento e o tema de da segunda-feira foi comunicação e o tema de hoje vai ser gerenciamento da d e de outros sintomas quando a gente fala né desse processo eh de Diagnóstico nós imaginamos que boa parte das pessoas acaba buscando o médico por conta de
alterações no funcionamento do seu corpo então a pessoa tem sinais ou sintomas e ou sintomas que fazem com que ela perceba que tem algo de errado acontecendo no corpo dela e ela acaba indo buscar o médico por conta disso e ela pode por causa desse processo diagnóstico descobrir que ela tem uma doença muito grave e quando você tem a suspeita de uma doença muito grave você já começa o seu processo de Sofrimento se você tem essa suspeita por conta de um sofrimento físico você vai ter dois grandes Sofrimentos simultâneos no processo de expectativa do diagnóstico
você vai ter o sofrimento físico que já tá acontecendo porque a doença tá se manifestando no seu corpo e tá alterando alguma função tá te trazendo algum tipo de desconforto e você vai ter o sofrimento emocional da expectativa de descobrir qual é o resultado daquele exame que foi feito que o médico solicitou para dar o nome sobrenome daquela doença que você tá vivenciando então a gente não vai falar de Sofrimento só quando a pessoa tá morrendo Tá bom então cuidado ativo não é uma área de eh abordagem né Desse Sofrimento só na hora dos 5
minutos da prorrogação final do segundo tempo embora no nosso país quando as pessoas têm acesso a cuidados paliativos elas acabam tendo um acesso muito tardio numa fase muito avançada de doen E aí o que a gente tá tentando fazer com que o mundo compreenda não é só no Brasil né a gente tá tentando fazer com que o mundo inteiro compreenda que o sofrimento ele não chega só na hora de morrer ele tá acompanhando a gente durante todo o o a trajetória toda a toda essa jornada de adoecimento quando a gente fala de gerenciamento e dor
e de dor e de outros sintomas nós estamos falando de um espaço de grande privilégio da Medicina porque o gerenciamento da dor e de outros sintomas necessariamente passam por uma etapa medicamentosa uma etapa farmacológica o gerenciamento de dor e de outros sintomas tem espaço não farmacológico quem que vai prover este cuidado são os profissionais de saúde que atuam em conjunto com a medicina para aliviar esse sofrimento Então você tem uma dor Você pode ter medidas não ecológicas de alívio da dor que vão ser oferecidas por profissionais especializados como fisioterapia por exemplo quando você tem perdas
de função vai ser um processo ainda mais trabalhoso de adaptação a essa PDA de função junto da fisioterapia junto com a terapia ocupacional Por exemplo quando você tem uma alteração dentária que você tem dor não adianta só dar remédio para dor você tem que ter uma ação não farmacológica que é outra tratamento dentário que a gente vai cuidar do que está causando aquela dor e não é um tratamento médico é um tratamento odontológico então separando o gerenciamento em não farmacológico e farmacológico nós vamos ter a primeira parte da Integração das equipes multiprofissionais não se faz
cuidado paliativo sozinho eu posso ser uma médica muito esperta posso me dedicar discutir o caso com fisioterapia discutir o caso com farmacêutico com a nutrição com eh a psicologia com qualquer profissional de saúde que se faça presente necessário nesse processo de alívio do sofrimento mas eu sozinha não posso fazer cuidados paliativos eu posso aliviar o sofrimento da parte que me cabe deste latifúndio de conhecimento mas eu não tenho todos os saberes primeiro aprendizado então que eu queria trazer hoje gerenciamento de dor e outros sintomas não se faz a sós se faz de uma forma multiprofissional
o ideal seria a gente até trabalhar conceitos né o o interprofissional o multiprofissional e o o transdisciplinar né quando a gente fala das do do do do cuidado que tá eh permeado em todos os saberes a gente tá falando de uma equipe que que tem uma maturidade para viver isso do transdisciplinar do Trans profissional mas o que a gente vai ter no dia a dia de fato é o trabalho multiprofissional que pode se tornar algo muito potente através da capacidade de comunica ação que foi o que a gente conversou na segunda-feira você vai alcançar um
sucesso extraordinário estrondoso magnífico abismal Se você soubesse comunicar com todos os profissionais que são necessários pro alívio do sofrimento do seu paciente o gerenciamento então não pode ser feito por uma pessoa só ele pode ser liderado por uma pessoa isso ele pode mas não necessariamente o médico então para trabalhar em Cuidado paliativo você não pode ser um médico que tem uma fragilidade egóica que precisa sempre ser a tua a última palavra então se se o profissional médico tem uma fragilidade egóica onde ele tem a necessidade de suportar eh o privilégio ou não sei se às
vezes é é medalha ou é Cruz né mas Vamos considerar que a pessoa considere privilégio de tomar a última decisão de dar a última palavra talvez não seja um espaço muito qualificado para um médico desse desse n porque nós precisamos nós médicos nós profissionais da Medicina precisamos nos relacionar com os outros profissionais da área da saúde de um modo igual somos diferentes em competências diferentes em responsabilidades mas nós não somos maiores ou melhores ou mais poderosos do que qualquer outro profissional de saúde beleza esta é a realidade dentro do cuidado paliativo é claro que a
gente vai ter uma cultura nós temos que lidar com uma cultura que dá esse privilégio da última palavra pro médico Isso não vou discutir isso é real e eu dizer que o paciente precisa fazer um determinado tratamento eh tem muito mais poder de confiança no paciente se um outro profissional de saúde disser a mesma coisa todo mundo vai querer saber a opinião do médico e aí o médico a médica o profissional da Medicina precisa se colocar a serviço do bem maior que é a felicidade do paciente a vida boa do paciente como que a gente
consegue isso vamos dar um exemplo aqui que eu já citei aí em outras em outros encontros e eh diz respeito a você conhecer as pessoas da sua equipe e favorecer que este paciente tem acesso a quem pode ajudar você a resolver o problema porque todos nós nos auxiliamos nessa resolução de problemas né seesse alívio do sofrimento então eu eu tenho paciente que tem dor e eu olho a minha volta e sei que tem um fisioterapeuta maravilhoso tem um terapeuta ocupacional maravilhosa e que essas duas pessoas T saberes que se tornam potência na minha ferramenta medicamentosa
E aí por causa dessas pessoas eu consigo fazer bom uso do medicamento que eu tenho saber eu eu tenho a sabedoria e o conhecimento para prescrever e posso usar numa dose menor então com Menos efeitos colaterais utilizando esses recursos eh profissionais junto comigo ou quando eu trabalhava no hospice hospice para quem não sabe é uma unidade de cuidados paliativos exclusivos é um um espaço institucional mas também pode ser um espaço filosófico de cuidados Mas vamos pensar que é um lugar físico um hospice eh é um espaço que tem um contexto de suporte mais complexo do
que uma casa do que no domicílio tem uma equipe exclusiva que provê esse cuidado paliativo de maneira integrada e o paciente é encaminhado para esse espaço para alívio do seu sofrimento em todas as suas dimensões ele não tem condição de ficar em casa e não tem mais necessidade de ficar dentro de um hospital geral quando eu trabalhava nessa unidade eu fazia admissão do paciente então a admissão era sempre feita no primeiro dia logo na chegada por três profissionais médico enfermagem medicina enfermagem e serviço social esses eram indiscutíveis não tinha como você escapar dessas três avaliações
a seguir entravam os outros profissionais dois que aleatoriamente estavam sempre vinculados ao processo do Cuidado dos pacientes que eu cuidava eram o Capelão e a psicóloga quando o paciente chegava eu fazia avaliação eu já me ocupava de introduzir estes profissionais na pauta da intervenção do Cuidado então chegava lá paciente né fazia admissão eu examinava explicava as primeiras ações o que que eu tinha de projeto para alívio do sofrimento do paciente e aí eu chegava e explicava olha hoje a tarde o senhor vai conhecer a Renata que é a nossa psicóloga e vai conhecer dependendo do
dia porque eu o Capelão não ia todos os dias mas dependendo do dia podia ser naquele dia mesmo ou no dia seguinte e amanhã o Senor vai conhecer o padre arizu que é o nosso Capelão E aí seu João podia dizer ah não preciso da psicóloga não não Capelão também não preciso não D Ana obrigada não preciso não e eu imediatamente respondia com o meu sorriso latifundiário Que bom que o senhor não precisa mas não é algo que o Senhor tem necessidade é um presente para senhor o senhor vai conhecer duas das melhores pessoas deste
planeta você não vai negar conhecer duas das melhores pessoas desse planeta o senhor vai adorar conhecer a Renata o padre arizu e aí Que bom que você não precisa deles vai ser um um bônus desse Cuidado que o senhor vai receber aqui quando eu apresento pro paciente dois profissionais que fazem parte da equipe do cuidado paliativo eu tenho a autoridade como médica que é uma autoridade que que me é ou na verdade eu tenho que receber essa autoridade iG ela abaixo eu não tenho como discutir que ela não existe eh não não tenho como dizer
que não existe existe uma autoridade que a cultura diz que o médico tem quando a médica diz que estas pessoas são indiscutivelmente necessárias e eu apresento esses profissionais com este poder de persuasão que que acontecia esses dois profissionais eram extremamente bem recebidos ai você que é Renata ai a doutora falou de você ontem para mim muito prazer olha não tô precisando de psicólogo não e aí tá aberta a porta para essa psicóloga interagir com o paciente uma vez que ela já chegou com o tapete vermelho e que qu pôs o tapete vermelho fui eu então
o médico ele precisa estar a serviço de um espaço de acolhimento de trazer esse profissional que vai fazer a parte não farmacológica ser bem-vindo na história não é passa lá e marca com a psicóloga não ah vai vir a psicóloga aqui ah Senor não precisa Ah tá bom se sen precisar chama ou chamar o psicólogo só quando o paciente começa a chorar e você não dá conta de observar as lágrimas dele durante um período e fazer se acolhimento quando você não tem uma infraestrutura de equipe deste porte de raciocínio deste porte de compreensão fica muito
mais difícil você fazer o gerenciamento de dor e cuidados eh para controle de sintomas tem um outro aspecto que eu quero trazer aqui como important para todo mundo refletir de que o médico não pode se tornar um sintomatología tinha uma história interessante na casa do cuidar que vale a pena contextualizar aqui que era assim eh que até vou Esclarecer aqui para o povo todo para não ter nenhuma dúvida eh tinha gente que perguntava assim PR mim mas Ana tem você não tem um curso especial para médicos falei não não tem curso especial para médicos não
mas tem que ter um curso especial para médicos porque afinal de contas é um conhecimento diferenciado entendo que alguns aspectos realmente é um uma área de conhecimento que é diferente não é diferenciada sendo diferente talvez tenha as suas nuances específicas que vão ter necessidade de aprofundamento não tenho nenhuma dúvida mas isso vai acontecer depois que você aprender a trabalhar em equipe Porque se o médico já entra na história se achando diferenciado e olhando em volta e acreditando de que não há nada que a equipe multiprofissional saiba que o interessa nós já partimos direto já é
uma tem assim uma uma seta escrito fracasso é por aí entendeu fracasso do cuidado paliativo é só pensar isso acreditar que existe algum profissional na equipe que tenha um conhecimento diferenciado e que ele precisa de uma discussão privilegiada para poder fazer com que o paciente realmente tenha alívio do seu sofrimento não vai ser por aí o curso é para todos os profissionais de saúde que vão acessar a possibilidade de aliviar o sofrimento de uma pessoa que tá vivenciando uma doença que ameaça a continuidade da vida aí eu respondo não não tem espaço diferenciado não tem
um curso especial para médicos ah teve uma um aluna uma vez que era que uma é uma uma médica e ela se sentia Muito desconfortável de estar entre profissionais de outras áreas que não há medicina e aí me chamou atenção veio me dar um feedback o que tem de gente que adora de me dar adora me dar feedback é um negócio inacreditável E aí eu dei o feedback para ela falei assim olha Talvez esse curso não seja para você você precisa fazer um curso de uma pós--graduação médica não o curso de pós-graduação de Cuidado paliativo
um curso de pós-graduação de Med ca paliativa é muito milp ele consegue enxergar muito pouco do que é um sintoma e acaba Formando profissionais sintomatologia remédio e isso não traz para o paciente uma qualidade de excelência no alívio do sofrimento dele e muito menos não dá a ele a chance de viver uma uma vida que realmente vale a pena viver você precisa desses saberes compartilhados que são complementares e que precisam ser validados entre si e que o primeiro que precisa estar a serviço da equipe multiprofissional é o profissional médico então isso pode ser dolorido ouvir
mas é a verdade quando você coloca profissionais de outras áreas para darem aulas para médicos a gente percebe que estes médicos acabam se tornando muito mais capazes de fazerem boas escolhas dos Remédios e precisam ter muito menos trabalho para gerenciar efeitos colaterais de doses mais altas justamente porque olham à sua volta e percebem que tem profissionais incrivelmente qualificados que facilitam muito a vida do paciente e a vida do médico em relação a controlar a dor e outros sintomas de Sofrimento no gerenciamento da dor que que nós vamos ter que eu tenho de notícia para todo
mundo eu já falei isso em várias lives e vou falar mais nessa aqui no Brasil a gente não morre de câncer a gente morre de dor porque o Brasil é um país que com consome morfina abaixo do nível médio do mundo inteiro tá Por que que a gente consome menos do que a média Porque nós não temos formação para fazer o manejo das medicações que aliviam a dor forte dor Severa opiáceos morfina conhecido como morfina tá o opç mais conhecido é a morfina muitos médicos no nosso país sabem eh o que sabem da morfina é
o que a vizinha sabe a pessoa leiga sabe a respeito da morfina ou seja nada só sabe o que sai nas manchetes que vendem mais notícias Ou seja a manchete que vende mais notícia é a manchete que traz mais notícias olha que louco nós falamos famos na segunda-feira sobre a arte de dar maisas notícias talvez quem tenha mais condição eh de dar maisas notícias é a a mídia né porque aí se sai no jornal sai na revista uma mar notícia todo mundo compra se sai na televisão coisas horríveis violência todo mundo vê então as pessoas
elas gostam de ver as Maas notícias dos outros mas quando a gente vai falar da uma notícia de que esse gerenciamento não pode ser feito exclusivamente por médicos E que esse uso da morfina precisa ser aprendido porque os médicos não sabem usar morfina aí você entende porque que a população brasileira tá numa situação tão grave de Sofrimento os médicos não sabem prescrever morfina Eles não sabem manejar opiáceos nãob sabem lidar com os efeitos colaterais não sabem titular a dose do analgésico porque se a gente for tratar todo mundo com a mesma dose a gente vai
intoxicar algumas pessoas e a gente vai deixar outras com muito sofrimento porque a dor é uma experiência individual e ela é uma experiência descrita pela pessoa que sente a dor não tem nenhum exame que a gente vai fazer que vai medir a dor de alguém você tem que acreditar a pessoa falar que tá com dor você tem que acreditar que a pessoa tá com dor é antiético usar Placebo para tratamento da dor é errado deveria na minha na minha opinião humilde opinião crime crime é de Ono dentro da Medicina se usar Placebo para tratador por
que que se usa Placebo para tratador porque os profissionais de saúde da Medicina não sabem tratar porque não aprenderam a tratar e acham que sabem tratar o ignorante mais perigoso é aquele que pensa que sabe quando a gente fala de titular a dose nós estamos falando de uma área de conhecimento muito bonita e e específica dessa área de conhecimento titular a dose é você aos poucos encontrar a dose que alivia a dor do paciente e que tenha um resultado satisfatório na opinião do paciente houve um tempo em que se acreditava que o bom controle de
dor era aquele alcançado quando o paciente diz que tem zero de dor só que existem situações que para alcançar zero de dor você tem que aguentar muito efeito colateral e é por isso muitas vezes que os pacientes têm medo de aceitar o analgésico Porque existe um uma ganância no resultado do tratamento e eu falo que nós temos que mudar isso não pode ser uma ganância no resultado do tratamento tem que ser uma ambição de alcançar um excelente resultado no tratamento e esse excelente resultado quem diz que alcançou não é o médico não é o profissional
de saúde quem diz que alcançou um excelente resultado é o paciente gerenciamento de dor ele diz respeito a um conhecimento do uso do medicamento e do tipo de dor que o paciente tem porque tem determinados tipos de dor que não respondem ao tratamento com morfina E aí você vai dizer mas Ana Cláudia tem dor que a morfina não trata tem dor que a morfina não trata por exemplo dor neuropática paciente tem uma dor neuropática você pode dar para ele um tijolo de morfina ele intoxica e continua com dor porque se você não sabe o mecanismo
da dor Se você não sabe o mecanismo de ação do analgésico você não vai ter condição de escolher o melhor remédio na melhor dose que encontre o melhor resultado Esta é uma área de conhecimento muito específica do Cuidado paliativo não só dentro do Cuidado paliativo então Então se você for se especializar em tratamento da dor certamente você vai ter este conhecimento também só que quando a gente fala sobre gerenciamento da dor e você vai pro lado exclusivamente biológico você acaba perdendo a chance de ter um controle de excelência Porque você não sabe olhar para os
outros fatores que comprometem e intensificam ou aliviam a experiência de dor quando você falha na comunicação com o paciente sem explicar para ele o motivo pelo qual você tá escolhendo Este remédio ou Este remédio ou este profissional para poder fazer uma ação não medicamentosa o paciente não adere ao tratamento eu já disse outras vezes que o que percorre a distância entre o a receita médica e a boca do paciente a distância que esse comprimido percorre chama-se confiança mas infelizmente no nosso país em algumas situações talvez mais frequentes do que a gente gostaria que fosse o
que faz o paciente tomar o comprimido ou aceitar a medicação injetável é o desespero e um paciente entrar em desespero por causa do sofrimento físico significa que ele está mal cuidado todo paciente que passa mais do que 72 horas num hospital com dor intensa ele está mal cuidado 90% das queixas de dor n em qualquer fase na verdade mas vamos nos prender com a questão do Cuidado paliativo 90% das Dores causadas por adoecimento de um uma patologia que ameaça continuidade da vida esteja al em que fase for no início da doença na metade ou no
final 90% a gente consegue aliviar com medicamento só 10% vai precisar de uma intervenção ao redor disso mas menos 10% vai precisar de um procedimento lá um bloqueio anestésico uma ablação com neurocirurgião tem que fazer alguma intervenção 90% vai ter alívio satisfatório com analgésicos e adjuvantes que são medicações que que potencializam a ação dos analgésicos é imperdoável que uma pessoa permaneça com dor dur durante um período prolongado por causa da inabilidade do médico em prover o alívio deste sintoma e por que que este cara faz isso eu não consigo imaginar que alguém faça isso de
propósito mas as pessoas se acostumam a fazer coisas erradas elas se acostumam a ver o sofrimento e não se importar eles fazem isso por dois motivos um não sabem tratar dois tem medo de o neurocirurgião ele não vai ter medo de abrir o cérebro de uma pessoa porque ele sabe que para ele cuidar fazer uma cirurgia curar uma pessoa pela cirurgia ele tem que abrir a cabeça da pessoa e existem riscos para você fazer isso só que esse risco eles acham que tudo bem você pegar um cirurgião um cirurgião de digestivo ele sabe que para
ele tirar a vesícula ele tem que abrir o doente existe um risco em abrir o doente ou por laparoscopia ou por cirurgia aberta ele sabe que tem que fazer anestesia para isso e o anestesista sabe que existe um risco do anestésico o oncologista ele vai fazer quimioterapia no paciente ele sabe que a quimioterapia tem efeitos colaterais e e que existe risco desses efeitos colaterais trazerem problemas à Vida do paciente só que disso ninguém tem medo o cirurgião ele não vai contraindicar uma cirurgia porque ele tem medo de abrir a barriga do paciente o anestesista ele
não vai contraindicar uma anestesia porque ele tem medo eh que o paciente eh fique intubado Du 3 horas a gente não deixa de tratar uma pessoa porque a gente tem medo dos riscos daquilo que a gente tá fazendo porque tudo tem risco minha gente boa tudo nesta vida tem risco viver é muito perigoso Guimarães Rosa ele chegou a se formar médico então o que ele fala tem um conteúdo técnico também né viver é muito perigoso di isso ninguém tem medo agora da morfina meu anjo todo mundo tem Pânico de morfina não morfina não Por que
que as pessoas têm Pânico de morfina porque as poucas vezes que Elas tiveram notícias que alguém tomou morfina é a morte aconteceu logo em seguida por que que a morte aconteceu logo em seguida porque as pessoas deixam para prescrever o analgésico na hora de morrer quando já ficou insuportável quando o paciente está no desespero aí faz o analgésico pior do que você fazer o analgésico só na hora de morrer é você fazer o analgésico na hora de morrer numa dose tóxica que Ceda o paciente e aí eu vou falar da outra ponta do gerenciamento de
dor e outros sintomas que é quando a gente vai chegar no momento onde o ento não é mais possível de ser feito quando ele não é mais possível de ser feito significa que o paciente tem um sintoma refratário ao tratamento um sintoma refratário ao tratamento é um sintoma que está levando o paciente ao desespero porque já foi tentado muito caminho para aliviar aquele sintoma e o e este caminho não foi encontrado não houve sucesso nisso E aí você tem a clássica indicação a única indicação de sedação paliativa sedação paliativa é um procedimento de alta complexidade
que vai ser utilizado como último recurso no gerenciamento da dor e de outros sintomas que são refratários ao tratamento E aí a sedação ela vai proporcionar ao paciente uma redução do nível de consciência a ponto dele chegar num espaço de alívio daquele sofrimento daquele sintoma que tá muito difícil aí é outra coisa que a medicina não nos ensina aliás ensina coisas surrealmente estranhas gente boa sedação paliativa adivinha com que que a gente deveria fazer sedação a gente faz com sedativo já tem legenda mas existe uma quantidade imensa indecente de médicos que utilizam o efeito colateral
do analgésico para sedar o doente o analgésico a morfina ela tem como efeito colateral da só que ela só vai ser um ela só vai oferecer um sono muito profundo se ela tiver num dose muito alta e aí se você dá uma dose muito alta na fase final de vida do paciente que é uma dose desproporcional pro al livro da dor ou da falta de ar porque falta de ar a gente trata com morfina também se for uma dose desproporcional à necessidade do paciente ele realmente pode ter a morte dele acelerada por conta do efeito
colateral desse analgésico e aí é por isso que as pessoas têm tanto medo porque a hora que foi prescrito a morfina paciente morreu ele podia est num processo ativo de morte já e a morfina só acompanhou o processo ou ele pode ter recebido uma morfina numa dose tão alta porque o médico queria cedar o paciente só que ele não usou um sedativo Ele usou um analgésico em dose alta para ter um efeito sedativo Isto é errado Isto é falta de conhecimento Isto é erro Grave sedação se faz com sedativo e a indicação da sedação paliativa
é falei do Cuidado convencional daquele sintoma na sexta-feira a gente vai falar de de últimos dias de vida e a gente vai falar sobre todos os sintomas que podem acompanhar esse período quando você usa o sedativo você reduz o nível de consciência mas na prescrição do paciente tem que ter pelo menos um mínimo de histórico de tratamento convencional qualificado para aquele sintoma que que acontece com a maioria das situa a maioria dos pacientes eles estão com dor contínua não toma mal toma uma Dipirona um Tramadol que é um remédio de baixa potência eh H opiáceo
também mais de baixa potência e aí do nada ele vai ser sedado por que do nada porque não houve titulação da dose da morfina ou de outro opiáceo forte para aliviar aquela dor de cara o paciente foi sedado paciente que foi sedado por náuseas incoercíveis paciente náusea e vômito direto e aí foi ser dado por isso mas quando você vai ver a prescrição o paciente não recebeu o antiemético correto para aquela situação exemplo disso o paciente tem enjoo Por gastroparesia que que é gastroparesia quando o estômago tá paradão estômago tá Sabe aquela sensação de empachamento
Ah eu preciso tomar um remédio para melhorar essa sensação de empachamento Então essa sensação de tá empachado é a sensação que traz pro paciente essa percepção de que não esvazia o estômago não esvazia o estômago chama gastroparesia um nome técnico gastroparesia você precisa usar um remédio antiético que é um remédio anti enjoo que é procinético olha só como tudo tem legenda Olha que legal tem umas coisas meio paradoxal na medicina mas tem umas coisas são muito fáceis e eu falo controlar sintoma é muito fácil é muito fácil muito muito simples estômago está parado a gente
usa um pr cinético que é para ele mexer né para ele movimentar procinético beleza melhora a nuse só que não tem os remédios da moda aí inventa um remédio novo tipo um remédio que vai agir eh num receptor lá de estamina que é o onda cetona nada a ver com gastroparesia mas é o remédio da moda aí o médico não aprende a fisiopatologia da náusea Você pode ter náusea eh por conta do labirinto não tem gente que tem labirintite que vomita Você pode ter náusea por gastroparesia se o estômago tá parado você tem náusea Você
pode ter náusea por exemplo por quimioterapia que tem uma ação lá nos quimiorreceptores no sistema nervoso central se você tem fisiopatologia diferente do sintoma você precisa conhecer a farmacologia do remédio que você vai usar ó que genial Então tá parado pró cinético beleza só que não aí o médico não sabe porque que o paciente tá tendo aquele aquela náusea Qual a fisiopatologia daquele sintoma põe tudo no saco do do Câncer tudo é por causa daquela doença a doença que o paciente tem o câncer a doença cardíaca a doença rinal a gastr enfim a doença que
o paciente tem tudo vai para conta da doença ninguém pensa ninguém raciocina o a fisiopatologia daquele sintoma dá qualquer remédio o remédio da moda não funciona seda tá errado isso quando você tem prisão de ventre que é um drama também dentro do cuidado paliativo por quê Porque o opiáceo gente a morfina prende o intestino is ser um efeito colateral ai mas então não pode usar o piá porque prende intestino Ah tá você não pode usar quimioterapia porque dá aplasia de medula porque cai leucos cai hemoglobina o paciente precisa de sangue Ah então vai proibir quimioterapia
por causa disso não isso tudo bem Lar neuto prena febril magina faz parte do processo da quimioterapia quem vai reclamar disso ninguém reclama agora a prisão de ventri quea a morfina causa pronto isso daqui é uma tragédia nenhum oncologista eh hematologista ou qualquer profissional de saúde que lida com pacientes com câncer tá disposto a dar morfina e lidar com o efeito colateral chamado prisão de ventre faz sentido isso para vocês para mim nunca fez Nossa não vamos indicar uma neurocirurgia porque afinal de contas vai ter uma cicatriz na cabeça do paciente gente ai que difícil
isso não pode indicar cirurgia abdominal porque dói a cicatriz não não pode isso então os efeitos colaterais de qualquer procedimento Tudo bem pode ser uma tragédia o efeito colateral Mas tudo bem agora a prisão de ventre do opiáceo nosso é contraindicação formal de usar o opiáceo tenha dó você precisa saber manejar esse efeito colateral então eu costumo dizer a mão que eu nem não sou só eu costumo dizer né porque eu aprendi isso então Alguém disse isso muito antes que eu e para mim é uma das coisas mais sábias que existe a mão que prescreve
o opiáceo é a mesma mão que prescreve o laxante senão será a mesma mão que vai quebrar o fecaloma Porque se o paciente não recebe lachance laxante ele vai fazer prisão de ventro vai ficar tudo Paradão lá dentro e aí as fezes ficam empedradas e isso é muito sofrido pro paciente e é sofrido também para quem tem que fazer a quebradeira desta pedra de cocô que que acontece com o médico que não sabe manejar isso ele não sabe que a fisiopatologia do efeito colateral na farmacologia desse do desse remédio os receptores que vão ser afetados
né na farmacologia do do da morfina mecanismo de ação dela vai agir em receptores e alguns receptores são de dor e outros receptores são do funcionamento do intestino e quando a morfina vai pros receptores do funcionamento do intestino esse intestino fica mais Paradão Sabe aquele barulhão que a gente escuta na barriga que fica fazendo BL é movimento peristáltico movimento peristáltico é um movimento que faz com que o intestino funcione beleza a morfina vai lá e fica mais lento Então as feses não vão pra frente elas ficam paradas que que a criatura da Medicina À vezes
a criatura da nutrição também às vezes a criatura leiga também né Por porque todas as criaturas que não sabem cuidados paliativos fazem esta bobagem vai lá e fala vamos dar fibra ai gênio você vai dar fibra pro paciente que não tem o intestino com peristalse funcional boa ele vai fazer um bolo de fezes ainda maior aí ao invés de ter pedras ele vai ter montanhas de cocô parado isto não é uma coisa sábia tá completamente errado então você vai utilizar um laxante irritativo já tô dando um monte de dica na Live aqui hoje você não
vai usar o laxante que vai aumentar o bolo de fezes Isto é ignorância então a ignorância pode pertencer a sociedade como um todo mas é o profissional de saúde especialmente o médico isto não pode ser um privilégio nosso temos que aprender a controlar sintomas de uma maneira sábia com quem tem conhecimento tem habilidade de competência para fazer isso por isso que eu falo que o cuidado paliativo não é qualquer um que faz vocês podem me chamar para fazer uma neurocirurgia pode me chamar eu passei eu fiz faculdade de medicina na Universidade de São Paulo eu
tive estágio na neurocirurgia todos os estágios que eu passei eu decidi que eu ia aprender como se eu fosse virar aquela profissão virar aquela especialidade então eu tive a chance de fazer acompanhar uma neurocirurgia eu juro para vocês que tive só que eu não acho Prudente que me chamem para fazer uma neir cirurgia porque provavelmente não vou fazer um bom trabalho eu sei fazer cirurgia de apêndice fiz fiz várias cirurgias de retirada de apêndice eh na minha formação no internato porque De novo tava numa faculdade muito boa professores maravilhosos eu tive aulas incríveis de técnica
cirúrgica e depois quando passei pelo Hospital Universitário entrei em campo cirúrgico e ajudei numas retiradas em retiradas de apense só que eu não recomendo que vocês me chamem para agendar uma cirurgia de retiradas de apense porque de novo provavelmente eu não devo não vou ter competência para fazer um bom trabalho então não dá para acreditar que todos os médicos sabem fazer cuidados paliativos sem nunca terem assistido uma aula sequer de cuidados paliativos sendo que todas as vezes que se depararam com paciente em final de vida foi por menos de 5 minutos ou às vezes nem
entraram no quarto porque ouviram que eram um paciente em cuidados paliativos e que não tinha nada para fazer então se durante toda a formação médica o que se sabia sobre cuidado do paliativo era nada a fazer significa que quem não estudou não sabe fazer nada a respeito deste assunto então por isso que a gente precisa de formação e de boa nós estamos num tempo que não saber já é imperdoável Tá bem então eu espero que vocês tenham condição de buscar esse conhecimento mais breve possível Desde dezembro já é uma lei de que todas as faculdades
de medicina ofereçam a formação da disciplina de cuidados paliativos para todos os estudantes da graduação de medicina deste país isto não está acontecendo em todas as faculdades de medicina e eu nem quero acreditar que seja só por má vontade porque provavelmente não tem professores em número eh suficiente para poder dar essas aulas então ele as faculdades estão se mobilizando em busca de poder ofertar este conhecimento Na graduação mas nós estamos em 2023 até que isto de fato aconteça nós vamos precisar de talvez décadas Então quem já é médico agora e não sabe nada disso do
que eu trouxe hoje ficou todo mundo assim nossa é isso é sério Ai nossa nunca pensei nisso então gente boa tá todo mundo muito atrasado para ir atrás Desc e o paciente que tá morrendo ele não tem tempo de esperar a gente se tocar de que tem muita coisa pra gente aprender tá bom oi gente boa Esse aqui foi o conteúdo da segunda aula e eu espero também que vocês tenham gostado tanto quanto da primeira eu gravei mais um trechinho para dar de novo alguns recados finais O primeiro é que na sexta-feira às 9 horas
da manhã vai ser liberada a terceira aula do workshop essa aula é muito importante e o tema vai ser cuidados fundamentais nos últimos dias aproveito também para lembrar que na segunda-feira nós vamos abrir as inscrições para pós-graduação cuidados paliativos multiprofissional da casa do cuidar e as vagas vão ser limitadas por conta do número de tutores e das revisões individuais das tarefas para entrega de cada aluno para que você já possa tá pronto né bem preparado para se inscrever caso você tem interesse tem um botão aqui embaixo onde você pode clicar e vai abrir sobre todo
né vai abrir para você eh ter acesso a todos os detalhes da ps e também para entrar no grupo de pré-inscrição quem tiver nesse grupo vai receber um link uma hora antes da abertura das inscrições pro público geral e caso você acredite que algum colega de profissão também pode se beneficiar desse conteúdo do workshop vou ficar bem feliz se você pudesse compartilhar esse conteúdo com essa pessoa um beijo e até a próxima aula eu sou dermatologista há mais de 20 anos formada a Universidade Federal de Goiás atuo aqui em Goiânia fiz residência também de clínica
médica mas sempre sentia falta de algo mais na na minha formação profissional eu tinha sempre um sonho recorrente que eu tava opção vestibular de novo pra medicina e era um sonho que vinha quase toda semana eu não entendia Porquê meu primeiro contato com a Ana Cláudia Foi depois de uma pera importante que eu tive na minha vida e a morte passou a ser um enigma e eu queria ler todos os livros queria entender porque aquele vazio é tão grande e encontrei numa instante a morte é um dia que vale a pena viver achei provocativo integrante
não queria que a morte valesse a pena e quando eu me debrucei no livro eu descobri que ali tava a medicina que eu buscava né E desde então eu venho seguindo a Dra Ana vendo o quanto é grandioso a gente poder ajudar outro e aceitar a nossa finitude e dar dignidade até o último suspiro de vida o quanto esse curso me enriqueceu encontro o ser humano né hoje eu me sinto uma pessoa melhor com vontade de aprender a cada dia mais eu virei eh aluna eterna da casa cuidar porque já tô em outros cursos também
tem me res vencido enquanto profissional enquanto pessoa e eu acredito que seja um curso para todos da área da saúde o quanto engrandece o quanto nos dá novas ferramentas para poder entrar em conexão com aquele paciente que precisa de nós e como é tão bonito olhar para uma pessoa e não só paraa sua doença o quanto isso nos Nobre o quanto essa conexão eh é fundamental para que a gente possa ter um vínculo maior com aquele familiar com aquele paciente e que possa dar um sentido de vida então hoje eu não tenho mais sonho de
fazer medicina de novo porque eu me completei e é um curso que eu aconselho a todos sou da área da saúde que façam que mergulhem e e é um universo de muita gente boa e de muita gente linda que eu não sabia que existia nesse mundo nesse pequeno cordel quero muito expressar minha imensa gratidão a casa do cuidar que vem me ensinando que paliar é amar fiquei sabendo do curso de pronto me inscrevi buscava entendimento para tudo que eu vivi na doença da minha mãe compaixão maior nunca vi na consulta de uma doutora e nas
lições da anam inscrita eu já estava ansiedade era o que eu sentia começou com uma plenária logo no primeiro dia tinha gente de todo canto curso multidisciplinar profissional de todo jeito para aprender e para ensinar senti logo confiança era onde eu devia estar tinha médico psicólogo tinha advogado também fizio fon todos em busca do bem veja só tinha pastor e Padre minha alegria foi Além Eis que numa das aulas uma palestra ia começar dei de cara com Padre Fábio meu coração faltou pular que surpresa genuína ele exa a cantar tem Henrique tem Maurício e a
Cris tão amorosa tem Flavinha tem Rodrigo e o sa com sua Rosa encantando a todos nós tanta prazerosa Ana Cláudia Quintana Arantes para nós doutora Ana dedicação contagiante sabedoria que emana nos ensinou com louvor mais forte que qualquer droga quem cura mesmo é o amor e que o primeiro cuidado é aliviar sofrimento e dor sobre cuidados paliativos eu queria entender aprendi bem mais além do que eu podia prever eu entendi que a morte é um dia que vale a pena viver e que na nossa finitude Ninguém merece sofrer entendi que é essencial da dor física
cuidar da dor mental e espiritual emocional e familiar são as cinco dimensões que devemos sempre avaliar se o curso foi importante na minha vida profissional meu amigo me escute foi muito além do pessoal me senti transformado nunca vi nada igual aprendi a tratar doenças sem e com medicação doses e drogas diversas terapia e até sedação mas o maior aprendizado foi sobre a compaixão esse sentimento nobre que mais parece magia nos faz agir com clareza muito além da empatia nos dá segurança e paz como as notas de uma melodia me dê só mais um minutinho sei
que vai me perguntar você indicaria esse curso não carece nem questionar eu lhe digo se inscreva logo antes da inscrição acabar independente do que faça da profissão que Exerça saiba que sua vida vai mudar dia me chamo Maria Antônia sou pediatra 42 anos atuo diretamente na área de enfermaria clínica de maternidade na recepção de recém-nascidos e acompanhamento até é alta e o Ti Neonatal com os nossos muito pequeninos eh o que me levou a buscar o curso em cuidados paliativos na casa do cuidar foi a necessidade de ampliar a a minha capacidade o meu entendimento
e desenvolver habilidades H na abordagem de todo esse processo de acompanhamento do nosso pacientinho né quando temos um diagnóstico para o qual Ainda não temos uma solução de cura e acompanhá-lo até sua derradeira despedida eu fui ao curso com uma série de perguntas e dúvidas em busca de uma receita né uma receita uma resposta um modo de abordar as soluções as situações e encontrei na verdade um baú de novas questões de novas dúvidas de novas novos questionamentos Mas o que foi muito interessante é que ao longo do curso junto à equipe extremamente qualificada extremamente acolhedora
toda a nossa dor e a nossa angústia de aprender e de saber [Música] e Nós aprendemos ou eu pelo menos aprendi que não existe uma receita final que nós vamos construir junto com a família e junto com o paciente A melhor solução possível para aquela situação e esse aprendizado ele amplia o nosso Universo de entendimento de participação junto à aquele paciente e num aspecto de aprendizado muito mais positivo de toda aquela dor muitas vezes quando temos um diagnóstico para o qual Ainda não temos condições de alcançar a cura as famílias e nós próprios como médicos
nos nos voltamos a dor a doença e esquecemos que há uma vida permeando todo esse processo e não investimos nessa vida é como se esquecê da vida que está acontecendo em meio à aquela dor então na casa do cuidar eu aprendi a olhar pra vida eu aprendi a olhar para os sorrisos as alegrias as conversas os sonhos os desejos né que existem junto ao meu paciente apesar da dor então todo esse olhar mais ampliado todo esse olhar mais integrativo na medida em que a morte é uma etapa da nossa existência acolher essa morte acolher esses
momentos finais no processo de vida é algo para o qual eu ainda não estava habilitada apesar de lidar com ela e de lidar com as doenças terminais de doenças enfim que não não alcançamos a cura Infelizmente não temos esse recurso para todas as situações muitas vezes não havia em mim ainda essa abertura n Ah eu tive oportunidade há muito tempo eu venho acompanhando pais que estão se despedindo dos seus filhos e eu tive oportunidades bastante significativas eh com crianças com diagnósticos incompatíveis com a vida aonde o aprendizado do curso me auxiliou a conversar com os
pais sobre a vida que estava acontecendo até que a morte chegasse e isso oportunizou a esses pais momentos de uma troca profundamente amorosa com aquele filho apesar da realidade da Despedida que existe para cada um de nós a qualquer momento nenhum de nós sabe quando a nossa hora vai chegar focar na vida e na relação amorosa que pode existir enquanto ela está aí é que é o Real sentido dela esse é o sentido da vida viver amorosamente com aqueles que estão à nossa volta ah e principalmente na nossa profissão quer dizer termos esse olhar da
vida que permeia a doença o foco não é a doença o foco é a vida Então apesar dos cuidados paliativos estarem ligados à morte numa cultura geral eu pude aprender dentro da casa de do cuidar e no nosso curso que a vida é que é o foco do tratamento então o alívio da dor o alívio do sofrimento deixar o nosso paciente mais confortável possível para que ele possa Viver a Vida para que ele possa falar do seu desejo mesmo que ele seja um Pequenino bebê de 500 700 G ele não pode diretamente falar para nós
mas seus pais estão ali e seus pais são as os os interlocutores desse processo então acolher esses pais ouvi-los ajudá-los a entender a dimensão desse processo que está acontecendo essa dimensão Sagrada e transcendental de Viver viver enquanto a vida está aí né então eu só tenho a agradecer a casa do cuidar eu não poderia em alguns minutos falar de todo o meu aprendizado só tenho agradecer a equipe de professores a tutoria a a nossa em especial ah se ela tiver oportunidade de ouvir esse vídeo aos colegas ah haviam poucos pediatras na nossa turma mas eu
aprendi muito com os geriatras né e foi muito RIC esse aprendizado todo eu só tenho agradecer e sugiro aos nossos colegas médicos das mais diversas especialidades que façam o curso eh sen não para trabalhar com paciente mas para si para trabalhar com a vida [Música] [Risadas] [Música]