A primeira coisa que tem que ficar claro é que era um golpe há muito premeditado. Os tambores sinistros da conspiração já haviam rufado, ruidosos, dez anos antes. Acontece que o tiro que arrebentou o coração do Vargas desferido por ele próprio, também atingiu a cabeça dos golpistas, especialmente dos coronéis golpistas.
Só que eles só precisaram de mais um ano para que os rumores sinistros insidiosos da conspiração de novo começassem a se alardear. E em 1955 eles tentaram impedir a posse do JK. Sim, o Juscelino Kubitschek era considerado comunista pra eles, mas daí teve o primeiro golpe legalista da história do Brasil.
Você já viu aqui, é o golpe do Marechal Lott, que daí fez com que o Juscelino tomasse posse. Aí em setembro de 1961, depois que aquele ridículo daquele Jânio Quadros renunciou, tomou o poder pela constituição, chegou à presidência pelas regras da constituição, o João Goulart, o Jango, e aí eles tentaram de novo, tentaram de novo o golpe, mas o Brizola fez eles engolirem o golpe deles com a legalidade. Mas eles sempre continuariam conspirando contra a legalidade, conspirando contra a Constituição, e aí finalmente em 31 de março de 1964 eles enfim conseguiram derrubar dois herdeiros à esquerda do Vargas, o próprio João Goulart e o cunhado dele, o Leonel Brizola, né?
E qual foi a justificativa, qual foi a explicação? Eram duas! O espectro do comunismo, a ameaça comunista, e a restauração da democracia.
Sim, sim, essa gente imunda, esses canalhas, eles deram o golpe militar de 1964 em nome da democracia, e é simplesmente inacreditável que quase 60 anos depois do golpe ainda existam canalhas por aí pedindo a volta da ditadura, ou então dizendo que não foi um golpe militar. Então na primeira parte desses três episódios sobre o famigerado golpe militar de 1964 você vai ouvir essa história com a ponderação, com equilíbrio, com a leveza e com, acima de tudo, com a substância que só mesmo esse canal Buenas Ideias isento, a apolíneo e olímpico poderia te dar. Então vem, vem comigo, vem comigo ver como é que foi história sórdida, essa história sórdida.
"Que cara dura! Que cara dura! Ainda tem canalha que defende a ditadura".
Inacreditável, né? Ainda tem canalha que defende a ditadura e que diz que não houve um golpe militar e que nem houve ditadura no Brasil, foi "ditabranda", o que que tu faz com essa gente? E é o seguinte cara, não é uma questão de esquerda ou de direita.
É uma questão de dignidade e decência contra a imoralidade. O que que o brasileiro diz quando gosta de alguma coisa? Que que o Brasil diz quando gosta de alguma coisa?
Que que o Brasil diz? "Legal, legal". Mas como é que o brasileiro escolhe a palavra legal se esse sempre foi um país afeito à ilegalidade?
Então o que tem ficar claro, o que tem que ficar claro é que essa direita golpista brasileira e uma porção grande do Exército Brasileiro são a favor da ilegalidade, são contra a Constituição, são contra a democracia, e é fácil ver isso quando você desvenda a arqueologia do golpe militar de 64, e é isso que a gente vai fazer aqui, a arqueologia do golpe, porque o golpe em si, que foi brancaleônico, que foi patético. . .
eu falei "vem cá ver coisa sinistra" lá no início do episódio, mas foi uma ópera bufa, foi ridículo, foi que nem o golpe militar de 1889, um monte de milico perdido, não sabendo nem pra onde tavam indo. ["Eu vou postar no meu Twitter que eu estou perdida"]. Uns milico ridículo, incompetente, assessorados por uma burguesia imunda e repugnante.
É isso que tem que ficar claro. E eu vou te contar essa história com todo esse equilíbrio e toda essa moderação. O que se passou no entre setembro de 1961, que é quando enfim o João Goulart toma posse como presidente do Brasil constitucionalissimamente e a queda dele em 31 de março de 1964, e infelizmente foi mesmo em 31 de março de 64, porque deveria ter sido em primeiro de abril, e, primeiro de abril, o dia da mentira, o dia dos bobos, o dia patético, o dia duma piada sem graça, mas foi 31 de março.
. . O que se passou na verdade foi um confronto, um choque entre duas visões diferentes de política e, acima de tudo, diametralmente opostas de economia.
Foi um golpe basicamente econômico também, foi um golpe pra concentração de renda, pro arrocho salarial. De um lado havia proposta de reformas de base do João Goulart, né? Que era chamado de uma forma de comunismo, o que é patético, né?
É patético essa acusação de que o "espectro comunista", de que havia uma ameaça comunista no Brasil é vomitativa, é repugnante, ela tem que ser repudiada porque ela é mentirosa, e aí tu vê canais, canais desprezíveis como aquele Brasil ParaLerdos, dizendo "sim, sim, havia na Checoslováquia uma conspiração que ia influir na história do Brasil e apoiava o golpe, e apoiava a ditadura, com o advento da ditadura comunista no Brasil". Não, não, não, o que houve foi uma conspiração nos Estados Unidos, nos Estados Unidos, contra a democracia no Brasil, só que isso você só vai saber em outro episódio. Vai ter um episódio específico sobre a operação Brother Sam, sobre a forma como os Estados Unidos financiou os golpistas e como tinha uma frota preparada inclusive pra invadir o Brasil se houvesse resistência por parte do Jango, que não houve.
O Jango toma o poder e começa a ser cada vez mais pressionado por setores da esquerda do Brasil. Mas nenhum deles era comunista, comunista, no máximo ali as ligas camponesas do Julião, um pouco ali o Miguel Arraes, o governador de Pernambuco, mas era na verdade, cara, um populismo reformista, porque em algum momento da sua deposição em 1946 à sua volta ao poder em 1950, "nos braços do povo", o Getúlio Vargas se transformou de um caudilho tipicamente gaúcho, positivista, artiguista, se transformou num reformista populista, que começou a fazer concessões, quase migalhas ao povo, e disse num discurso que ficou famoso, "daqui a dez anos os trabalhadores estarão no poder". ["Juntos estamos e estaremos sempre, na alegria e no sofrimento, nos dias de festa como o de hoje e nas horas de dor e de sacrifício"].
E aí quando o ministro do trabalho dele. . .
Quem era o ministro do trabalho do Vargas? Que, era o ministro do trabalho Vargas? Era o João Goulart, cara.
O Jango Goulart era ministro do trabalho do Vargas em 1954. E ele assinou uma lei aumentando em 100% o salário mínimo. O salário mínimo sempre foi altíssimo no Brasil, as pessoas vivem nababescamente com salário mínimo, né?
Então era um salário mínimo totalmente defasado que ele aumentou em 100%, e isso foi considerado uma atitude comunista, e foi isso que começou também a iniciar a conspiração contra o Vargas, e em 1964 uma série de coronéis, uns coronéis nojentos, repugnantes, golpistas assinaram o "manifesto dos coronéis" contra o Getúlio Vargas. Tu sabe quem eram os coronéis que assinaram o manifesto contra o Vargas em 1954? Eram aqueles que virariam generais em 1964.
O Amaury Kruel, tu vai ver a participação dele no golpe. O Silvio Frota, que em 1977 tentou dar um outro golpe dentro do golpe dentro do golpe. O general Muricy, o general Odílio Denis, o cordeiro de Farias, o cordeiro de Farias, que tu na tua ignorância não sabe quem é, que era um revolucionário de 1930, um velho caquético, né?
E o Olímpio Mourão. Sabe quem era o Olímpio Mourão? Olímpio Mourão era um integralista, um canalha integralista, que tinha forjado o chamado Plano Cohen, graças ao qual o Vargas tinha dado em 1937 golpe do Estado Novo.
Apenas isso. Esses caras assinaram, em 1954 um manifesto contra o Getúlio. O Getúlio pá, se matou.
Aí houve eleições, né? Ficou o Café Filho um tempo, houve eleições, o JK ganhou as eleições e eles tentaram impedir a posse do JK, e liderados pelo Carlos Lacerda, que você já viu um episódio sobre o Carlos Lacerda aqui, nesse canal, e foram impedidos de dar o golpe pelo Marechal Lott, que sempre representou o lado luminoso do Exército Brasileiro, o lado legalista do Exército Brasileiro. Bom, daí tem os anos J J J, né?
Os anos JK, os anos Jânio Quadros, pateticamente, né? A UDN de porre, como se dizia, e aí a posse tumultuosa do Jango. E aí o Jango fica tentando fazer reformas de base, reformas populistas, acenar com migalhas, tentar melhorar um pouco a situação dos trabalhadores brasileiros, dos desvalidos brasileiros, tentar diminuir esse abismo social que sempre houve no Brasil.
O Jango nunca foi, jamais seria comunista. O Brizola não foi, jamais seria comunista, esses caras são mentirosos, eles já faziam fake news, eles são sórdidos, e eles não passarão, eles querem repetir a história todos esses anos depois, mas não vão, mas também o Jango começou de certa forma digamos assim a provocar, né? Porque ele queria aprovar o chamado pano trienal, eram as tais reformas de base, né?
E ele queria forçar o congresso a aprová-las. Então numa sexta-feira 13, sexta-feira, 13 de março de 1964, ele convocou o famoso comício da Central do Brasil, e na frente da Central do Brasil, aqui no Rio de Janeiro, na avenida Presidente Vargas, ele discursou enfaticamente do lado da belíssima mulher dele, a Maria Teresa, né? Clamando por reformas de base e aí sim, havia uma multidão ali com bandeiras vermelhas, exigindo inclusive a legalização do Partido Comunista, que estava na ilegalidade, exigindo reformas de base, exigindo reforma agrária.
E ele assinou como Reforma Agrária. . .
Sabe qual foi a reforma agrária que ele fez? Sabe qual foi a Reforma Agrária? Ele desapropriou terras improdutivas que ficassem do lado de ferrovias e rodovias federais.
Pelo amor de Deus. Daí ele estatizou as quatro únicas refinarias nos postos de gasolina que não pertenciam a Petrobras. Mas ele ameaçou de fazer a reforma bancária, a reforma bancária, pros bancos lucrarem MENOS do que lucram e sempre lucraram no Brasil, e a reforma urbana, que era a diminuição do preço dos aluguéis.
Aí ele levantou contra ele todos os grandes empresários brasileiros, os banqueiros brasileiros, e os proprietários de imóveis brasileiros. E aí quando ele fez essa esse comício, né, que foi considerado assim o advento do comunismo no Brasil, 13 de março de 1964, se iniciou um movimento contra ele. ["Um pedaço de terra para ele trabalhar, um pedaço de terra ele cultivar"] E aí, no dia 19 de março, ou seja, seis dias depois do comício da central do Brasil, se reuniu em São Paulo, se articulou em São Paulo a Marcha com Deus da Família pela Liberdade.
Cara, dá vontade de vomitar! O Deus deles não me interessa, a família deles também não me interessa. Tomara que seja uma família disfuncional.
Mas o problema está no nome "pela liberdade". Era uma marcha que se dizia pela liberdade e que era a favor da ditadura. Essa marcha, que contou com quinhentas mil pessoas, foi organizada por um deputado repugnante chamado Cunha Bueno, só podia ser da família Bueno, impressionante, Bartolomeu Bueno, esse tipo de gente, e pelo padre Patrick Petton, que era um padre americano que tinha inventado uma cruzada chamada "família que reza unida permanece unida", e as grandes articuladoras dessa marcha foi a União Cívica Feminina e a Campanha da Mulher pela Democracia, campanha da mulher pela democracia, e aí elas saíram nas ruas, ela e as empregadas domésticas delas, que elas obrigaram a ir, com uma faixa "vermelho só o batom", "o Brasil não será uma nova Cuba", uma coisa desprezível, repugnante, e a gente tinha que saber o nome de uma por uma, uma por uma dessas mulheres que saíram defendendo a "liberdade" e aí o Brasil teve VINTE ANOS de ditadura!
Uma por uma, o nome dessas mulheres, assim como a gente tem que saber um por um do nome dessas pessoa que saem em Copacabana, que saem na avenida Paulista, que saem no parcão em Porto Alegre dizendo "volta a Ditadura Militar", essa escória, essa gente horrorosa e imunda que deram essa marcha. Essa marcha começou porque no dia 13 de março o o Jango, dentre as outras coisas, dentre as várias coisas que ele tinha dito, ele disse o seguinte, "os rosários da fé não podem ser levantados contra o povo". Sabe por que ele falou isso?
Porque o Brizola foi dar um comício, foi dar uma palestra em Belo Horizonte no início de março de 64 e várias, dezenas, centenas de senhoras da sociedade mineira, da "família tradicional mineira", foram lá com seus rosários e impediram aquele diabo comunista de falar. E o Jango disse "olha, não é, os os rosários não podem ser erguidos contra uma manifestação de um político, que é governador do Rio Grande do Sul". Aí o tal padre Petton e essas organizações femininas, que eram todas financiadas com dinheiro da Aliança para o Progresso, eram todas financiadas pelo IPES, que era o Instituto de Pesquisas de Estudos Sociais, criado no Rio de Janeiro pelo Golbery do Couto e Silva com dinheiro dos Estados Unidos, com sede na Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, no edifício Avenida Central, para conspirar contra a democracia no Brasil.
Ele conseguiu grampear telefones de três mil apoiadores do Jango, tá? O governo Jango era um governo instável, era. O próprio Jango era um gênio da política?
Não era. O Brizola era o cara mais calmo do mundo? Não era.
Mas o seguinte, eles estavam ali democraticamente eleitos. Então, se tu não quisesse a presença deles no poder ia até eleições de 1965, ganhasse deles nas urnas, afastasse o projeto reformista deles, porque é inacreditável que dez anos depois do suicídio do Vargas estivesse no poder um outro estancieiro de São Borja, um estancieiro de São Borja, um terra tenente, um dono de grandes propriedades de terras que nem o Vargas, que era um estancieiro de São Borja, lembrando que São Borja era uma das missões jesuíticas lá no Rio Grande do Sul, você já viu a história das missões aqui, né, as chamadas repúblicas comunistas e cristãs dos guaranis. "Comunista", dos Guaranis!
Claro, eles vieram desse berço do comunismo, o comunismo cristão dos jesuítas, e esses dois estancieiros, que eram meio caudilhistas e que eram meramente reformistas com uma pitada de populismo foram vistos por essa direita repugnante, desprezível, nojenta, que nunca deu NADA pro Brasil, NUNCA deu. . .
Só retrocesso, só abismo social, só concentração de renda, só arrocho salarial, porque além de tudo são incompetentes, são ineficientes. Essa direita conspirou, aliado aos militares, contra esses dois populistas, chamando eles de comunistas. Os principais conspiradores civis foram Carlos Lacerda, essa figura desprezível, e o Magalhães Pinto, um banqueiro vomitativo, careca, dono do Banco Nacional, concentrador de renda, e que já tinha assinado o manifesto dos mineiros contra o Vargas em 54, que tinha sido contra a posse do JK em 55, que tinha sido contra a volta do Jango que estava na China, em visita oficial, em 61, ou seja, um golpista, um golpista, né?
E o Ademar de Barros, governador de São Paulo, o cara que inventou a frase "roubo, mas faço" e que tinha chegado ao poder em São Paulo indicado pelo Filinto Muller, que era o torturador número um do regime do Vargas, porque são vários Vargas, né? Já falei aqui, o Vargas é que nem o Bob Dylan, qual é o Vargas? O Vargas Folk, o Vargas Rock, o Vargas Gospel ou o Vargas Country, né?
Então, teve o Vargas ditador. e ditador inclusive pior do que qualquer desses ditadores de 64, que depois, como eu já falei, voltou em 1950, como um líder populista e trouxe junto com ele o Jango, que agora vai ser derrubado, derrubado por esses civis, do qual fazem parte também o Ildo Meneghetti, que além de tudo é patrono de um time lá de Porto Alegre que não é o Grêmio, que era o governador do Rio Grande do Sul, golpista, que sempre foi golpista! E aí então esses caras, essas mulheres, esses governadores golpistas, essa direita ligada a bancos e a dinheiro, essas mulheres com suas empregadas domésticas, saem à rua em protesto contra o governo Jango.
Mas faltava o quê? Faltava o braço militar. O braço militar está envolvido nessa história desde 50.
. . Desde a derrubada inclusive do Vargas em 1946, quando Vargas foi afastado por um movimento militar, e quem tomou posse no lugar do Vargas foi o Marechal Dutra, e quem é o Dutra?
O Dutra é o cara que tinha lutado na segunda guerra lá na Itália, tinha se aproximado dos militares americanos e criou o a Escola Superior de Guerra no Brasil, a escola superior de guerra, baseada num modelo de War Colleges, para criar militares esclarecidos, e o exército brasileiro exatamente como na golpe republicano de 1889, estava dividido entre duas grandes vertentes. A primeira vertente era chamada de "os modernizadores". Os modernizadores apoiavam o modelo "segurança com desenvolvimento", que significava concentração de renda, arrocho salarial, apoio ao grande capital internacional, apoio aos bancos, apoio às grandes fábricas e apoio incondicional aos Estados Unidos.
O outro lado era o lado tradicionalista do Exército Brasileiro, que na verdade era a linha dura, era a linha golpista, eram os caras que queriam tomar o poder mano militare. Desse lado dos modernizadores faziam parte o Orlando e o Ernesto Geisel, que eram irmãos, o Golbery do Couto e Silva, o único gênio urdido na história do exército brasileiro até hoje, e o general Muricy. E os tradicionalistas eram o Costa e Silva, o grande cara da linha dura, o grande golpista que tomaria o poder, quase que afastando dali o Castelo Branco, o Olímpio Mourão, e o general Odílio Denis.
Esses caras queriam realmente tomar o poder mano militare, mas exatamente como no caso da proclamação da república faltava um cara que unisse essas duas tendências, né? O Exército Brasileiro em 1889 estava dividido entre os tarimbeiros, que eram os militares de carreira, e os "científicos", que eram os tais tenentes, os caras que queriam um projeto reformista pro Brasil. Quem os uniu foi o Marechal Deodoro.
Nesse caso, quem os uniu foi o Marechal Alencar Castelo Branco, que era um militar legalista e que era contra o golpe e que disse "o exército brasileiro só sairá da caserna e só se aventurará, só se lançará numa aventura golpista, se a sociedade civil brasileira assim o quiser". E aí houve a tal marcha da família clamando pelo golpe. Mas aconteceu também o fato de que o Jango acabou interferindo na dita hierarquia militar.
Qual é a base do exército? É o respeito a hierarquia. Por exemplo, é impossível tu achar que um capitão vai mandar num general, né?
Imagina um capitão mandando num general, seria assim um capitão desqualificado, expulso do exército, um militar horroroso, com uma carreira PIII mandar num general, tipo assim o Liquinho Panzuello! Não pode acontecer, é uma questão de hierarquia, e foi então que o Castelo Branco disse "não, agora chega". Se uniu com o próprio Cordeiro de Farias, conversou com todos e disseram "é hora de dar um golpe".
Essa, como eu falei, é só a primeira parte da história do golpe de 64, foi a arqueologia dele, depois você vai ficar sabendo como foi os dias 30, 31 e 1o, né? Até a decretação do AI-1, em outubro de 1965, quando daí se diz que realmente não vai ter eleições e o Brasil mergulha de fato na ditadura, e vai saber num terceiro episódio como é que o grande irmão do norte, como é que o Estados Unidos, supostamente "a maior democracia do planeta" conspirou, incentivou e derrubou o governo Vargas, inclusive com o apoio do John Kennedy, aqueles que tem imbecis que acham que era um homem bom, e que tomou um monte de terra da máfia, foi morto pelo Sam Giancana, e morto continuará. Quem não continuará morto, quem continuará vivo e pregando pela legalidade, pela constituição e pela democracia é o seu, o meu, o nosso canal Buenas Ideias.