Boa noite pessoal tudo bem com vocês hoje estamos aqui no nosso terceiro encontro né do ciclo de psicanálise educação no subterrâneos da Cultura eu Eduardo voltolini hoje temos a honra de recebê-lo aqui nessa Fala conosco eh aa fala vai se seguir com voltolini falando o que Ele preparou e a gente no final abre PR as perguntas vocês podem mandando no chat eu vou colocando aqui na ordem BOL muito obrigada pelo aceite É uma honra receber você aqui conosco viu espero que possamos construir mais a partir de aqui muito obrigada Edu pode você bom eu vou
então boa noite a todas todes todos eu vou brevemente né Acho que Professor Rinaldo já é é bastante conhecido da maioria imagino de quem agora tá nos acompanhando ao vivo e quem vai nos acompanhar também Reinaldo voltolini é psicanalista é professor da faculdade de educação da USP com pós-doutorado em psicopatologia e psicogênese na universidade de Paris 13 é autor de diversos livros e artigos eh capítulos de livro que versam principalmente sobre psicanálise discurso pedagógico e o mal-estar na educação é um dos coordenadores do atuais do leps o laboratório de educação e psicanálise da USP eh
que vai organizar em novembro entre os dias 7 e 9 o 15º colóquio internacional de psicanálise de educação cujo título né o tema na verdade é o título é dessa conferência então também é um uma espécie de convite né que a gente pensou aqui para continuar o papo lá em novembro né então Rinaldo É uma honra receber você aqui a gente tá muito feliz né Isso foi a gente desenhou isso assim já com né foi um dos primeiros nomes que que apareceu quando a gente pensou nesse ciclo e também quero agradecer além do ipep né
Por disponibilizar o espaço o canal o coletivo abra cadabra né e a rede de pesquisa em psicanálise sem cultura do fórum e do Campo lacaniano de São Paulo né Então queria agradecer aí essas duas instituições e e passar a palavra né imediatamente aí para você e agradecer mais uma vez né pela pela disponibilidade e disposição em tá aqui conosco hoje obrigado muito bem boa noite a todas todos também foi com alegria que eu recebi o convite aí do Eduardo da Suzane nos encontramos lá em outras ocasiões mas numa em particular no iea fazendo uma discussão
sobre pical educação dali surgiu essa proposta essa ideia de que estejamos aqui hoje para discutir um tema desse Campo né que é o campo que esse espaço Tem trabalhado essa articulação entre educação e psicanálise e aí assim que Eduardo me falou da possibilidade pensei que podia introduzir aqui o tema que a gente vai trabalhar vem trabalhando nos últimos 2 anos a gente organiza esse colóquio internacional do lepse bi anualmente e coloque onde a gente convida enfim parceiros de pesquisa de do Brasil e também de alguns países como a França e a Argentina que estarão lá
conosco em novembro como Eduardo adiantou as datas para trabalhar o tema da escola contemporânea e com esse título que eu propus inclusive paraa nossa conversa aqui hoje a nova ordem escolar então A ideia é que eu desenvolvo um pouco alguns elementos que eu pensei eh esse tema é muito amplo tem várias possibilidades e ângulos de abordagem mas escolhi alguns eixos principais pra gente poder trazer aqui elementos em seguida ter uma conversa um pouco mais eh direta e informal aí na parte do debate tá bem uhum bom título a nova ordem escolar né Eh e de
saída pela sua própria forma ele ancia uma espécie de mudança de paradigma né quando a gente diz uma nova ordem a gente tá dizendo que uma outra ordem tá caindo em função de uma nova que tá surgindo né on de que Nova Ordem escolar estaríamos falando e se ela de fato tem a ver com a quebra de um paradigma eh que é o que condiciona digamos assim que a gente possa chamar uma ordem de uma nova ordem no caso aqui a nova ordem escolar né bom tornou-se habitual no Brasil falar em crise da escola mas
sempre pensando a partir de uma precariedade do funcionamento escolar né Sempre que a gente associa a palavra crise à escola a gente pensa uma precariedade que é sempre muito característica de várias instituições brasileiras em particular a escola mas o que vou querer apontar aqui com esse termo a nova ordem escolar que não se trata de uma crise está sob o ângulo da precariedade embora é claro a precariedade tem todo o seu papel aí a gente eventualmente até vai falar dela aqui mas quero deslocar um pouco o Centro para um outro ponto de crise que tem
a ver não com a crise da forma escolar tá ou da forma que é por onde a gente poderia pensar a questão da precariedade mas a crise da própria institucionalidade escolar quando a gente diz a nova ordem escolar é para dizer que a institucionalidade da escola tá em cheque fruto de algumas mudanças que são sociais não são internas à escola mas a escola vai receber particularmente o impacto delas e vou já adiantar os termos embora em seguida A ideia é desenvolvê-los Mas já adianto os termos que compõem o núcleo CME né o fulcro dessa crise
digamos é aquilo que em termos psicanalíticos ul Lacan escreveu sobre a forma do discurso do capitalista mas que a gente pode encontrar em outros autores com com o termo de atravessamento do neoliberalismo nas instituições tá alguns autores em particular que eu vou est me remetendo a eles o tempo inteiro Cristian laval com o famoso livro a escola não é uma empresa acho que talvez aí no Campo da sociologia da educação a a obra mais completa e mais aguda para apontar a entrada do neoliberalismo no campo da escola da institucionalidade escolar tá um outro autor também
francês o François Dub que escreveu um livro que se chama o declínio da instituição no qual ele também trabalha a tese de que a institucionalidade escolar está em jogo e depois alguns outros autores como rorge loss que também escreveu vários textos e livros sobre esse declínio da institucionalidade da escola ao qual vou tá me referindo hoje aqui mas claro a partir de um recorte psicanalítico nenhum desses autores que eu citei até aqui são psicanalistas a gente tem procurado pensar isso a partir de alguns recortes psicanalíticos que nos ajudam a pensar a questão do sujeito então
A ideia é chegar aí mas em princípio vamos Vamos tentar entender um pouco de que de que ordem é essa mudança ou dita mudança de paradigma né bom o que há de comum em todos esses autores a que eu tava me referindo é a ideia de localizar a institucionalidade escolar como iniciando-se ali num projeto grego aliás de onde de cuja vem a nossa palavra moderna e contemporânea escola né que é projeto grego da escoler escolher em grego né se tivéssemos que escolher uma boa tradução seria a ideia de ósseo né veja que de cara parece
paradoxal justamente porque já estamos num tempo que o tempo do time es money né que interpreta o ósseo necessariamente como um defeito não uma virtude né o óseo seria a perda de tempo se o tempo é dinheiro o óseo só pode suar como perda de tempo né vou deixar essa metáfora no ar Porque é ela que vai nos pautar aqui o tempo inteiro para discutir essa passagem de um modelo de uma escola do Ócio não por acaso para uma escola do negócio né E a própria palavra negócio já traz no seu CNE A negação do
óo né então nós vamos trabalhar vai lá justamente com esse binômio ósseo negócio que é o que nos permite pensar esse salto da chamada Nova Ordem escolar bom Por que a ideia de ócio né o a a escola então desde os gregos ou essa ideia de escoler desde os gregos significava algumas coisas eu vou destacar uma no eixo da temporalidade né que se a gente diz eh o ósseo a gente tá falando da possibilidade de um uso do tempo que esteja do lado da contemplação mais do que do lado da ação todo mundo deve se
lembrar de uma famosa frase aristotélica de que o do Ócio nasceu a filosofia né ou seja o ócio entendido aí não como um tempo desengajados não queria dizer Inicialmente um tempo perdido um tempo não gasto na ordem produtiva o óo queria dizer um tempo tomado um tempo permitido para que fora das necessidades produtivas ou seja econômicas se pudesse dar o tempo da contemplação bom podemos fazer um salto direto com a nossa escola Moderna e contemporânea esse tempo da contemplação seria aquilo que é a atividade básica diríamos a atividade definidora da escola por que digo atividade
definidora da escola se você hoje em dia perguntar para 10 pessoas vamos vamos dizer 10 professores Qual é a atividade que define a escola nove entre 10 responderão aprendizagem né função da escola é promover aprendizagens bom essa ideia já tem a ver com essa mudança de paradigma de uma escola do óo pro para uma escola do negócio porque não dá para dizer que a atividade definidora da escola é a aprendizagem embora é claro que a aprendizagem esteja aí entre as preocupações diria até entre os efeitos da escola tendo a pensar mais a aprendizagem como efeito
do que como um objetivo eh entretanto ela não é atividade definidora da escola uma vez que pode se aprender fora da escola pode aprender em vários outros ambientes eh a aprendizagem não é objetivo exclusivo da escola e aliás muitas vezes pode não se aprender na escola e vejamos sem que necessariamente isso signifique automaticamente um fracasso del Vamos tentar pensar o seguinte que a atividade funcional né atividade definidora da escola é o estudar não é o aprender Isso define a escola enquanto institucionalidade mas vamos entender o que é o estudar né que é diferente por exemplo
aprender língua e estudar língua posso aprender inglês e é diferente de estudar inglês quem faz Faculdade de Letras por exemplo estuda inglês não apenas aprende inglês quem faz faculdade de línguas aprende inglês né Ou pelo menos é a finalidade é o objetivo que que é o estudar o que define o estudar exatamente essa operação temporal né que implica tomar um objeto qualquer da cultura qualquer nesse sentido podemos pensar em qualquer disciplina que existe no no currículo escolar tomar então um objeto qualquer da cultura tirá-lo da sua função na cadeia produtiva para poder contemplá-lo de diferentes
ângulos podemos pegar uma maçã uma maçã na cadeia produtiva é uma fruta que serve para alimentar-se etc etc etc mas se nós já retiramos essa cadeia produtiva então a condição para estudar que nós não AC comamos né se a gente consumir o objeto ele não nos resta mais como objeto de contemplação então quando a gente retira esse objeto da sua posição na cadeia produtiva e o situa num lugar de contemplação eu posso olhá-lo de diversos ângulos eu posso pensar a maçã do ponto de vista da física tem a famosa anedota lá da maçã que cai
na cabeça do Newton né eu posso pensar a maçã do ponto de vista da literatura eu posso pensar a maçã do ponto de vista da matemática eu posso pensar a maçã do ponto de vista da língua portuguesa eu posso pensar a maçã de todos os ângulos a condição de que eu não como um objeto na cadeia produtiva né então o ato de estudar tem a ver com a suspensão do valor do objeto na cadeia produtiva para que ele ganhe um valor de objeto de contemplação essa função ela é específica da escola mesmo quando ela se
passa em espaços externos à escola enquanto organização mas ela tem a ver com a institucionalidade da escola e aprender é um efeito possível ou não do estudar nem sempre que a gente estuda a gente aprende Às vezes a gente aprende Dias semanas meses ou anos depois que estuda né quando é que a gente pode dizer que aprendeu um autor como n por exemplo né Hegel por exemplo ou então aqui mais próximo de nós Lacan por exemplo né depois de anos de estudo e é realmente depois de anos de estudo ele exige da gente um estudar
uma capacidade uma paciência de contemplar nós sabemos que esse tempo embora seja da do Ócio e não é um tempo desaj né não é um tempo em que a gente está e não fazendo nada né como é a perspectiva interpretativa do óo a partir da do paradigma do time is money né ele implica que a gente ten um engajamento mas que esse engajamento não esteja as voltas com resultados imediatos se você tiver que estudar lacam para responder a uma prova sobre lacam amanhã ou na semana que vem provavelmente você não vai eh aprender nada de
Lacan e provavelmente vai desenvolver um desgosto pelo texto do Lacan como a maioria de nós já teve essa experiência na sua escolarização com textos riquíssimos Profundas obras culturais que nos foram apresentados na linha da aprendizagem do desempenho né ou seja em vez deles serem apresentados como oferta cultural eles eram apresentados como demanda escolar a ideia da escola como demanda escolar e não como oferta cultural vinha sendo combatida no interior do do debate pedagógico nos anos 80 anos 90 toda aquela primeira revolução que nós chamamos de revolução metodológica da escola né se a escola seria construtivista
se a escola se oporia ao modelo Tradicional em nome de um modelo mais Progressista em que o aluno tivesse como protagonista do processo toda essa discussão que quem acompanhou o debate pedagógico conhece bem ela é típica dos anos 80 anos 90 na escola brasileiraa representava uma primeira tentativa de revolução metodológica a partir dos anos 2000 a gente começa a virar virar a a mesa em cima disso então nós saímos de uma revolução metodológica Aí sim talvez a gente pudesse pensar numa revolução metodológica e a partir dos anos 2000 a gente começa a conviver com uma
pressão vinda de fora da escola para a escola e que na minha opinião não merece ser chamada de uma revolução Nem uma mudança de paradigma porque ela vem como uma forçagravitacional e a Inovação tem como a gente tem também tem a ver como a gente passa do antigo pro novo mas são duas formas diferentes de passar do antigo pro né a renovação é modo de passar do antigo novo por metabolização do antigo então surge o novo de uma metabolização do antigo isso está dentro de uma perspectiva que a gente chama cronológica tá nesse sentido o
tempo faz o seu papel Como dizia o Lacan de causar entropia no discurso né o tempo causa entropia no discurso de modo que mesmo que um discurso começou funcionando bem ele não funcionará bem para sempre né plac dizia isso a propósito do discurso do mestre discurso do mestre estabelece uma ordem e Essa ordem mesmo que sendo boa de início ela vai começar a ratear lembremos a diferença entre Freud e os freudianos entre Lacan e os lacanianos entre Jesus Cristo e os cristãos para não parecer que isso só só ocorre no espaço da psicanálise né que
vai haver uma entropia discursiva né os mestres são fundadores eles fundam uma coisa nova uma nova ordem a Cristã por exemplo inclusive é responsável pelo nosso calendário né estamos aqui contando 2024 anos depois de Cristo né então se instaura uma nova ordem mas em seguida essa nova ordem que a gente chama de instituinte surge um tempo instituído que tende a causar entropia no discurso ele vai rateando vacilando vacilando até que ele cede espaço a uma renovação desse discurso podemos pensar isso no interior das línguas também por exemplo as chamadas línguas mortas né o grego o
latim elas morrem em função de que outras vão metabolizando essa língua e eh fazendo com que surja uma nova mas uma nova que nasce da metabolização da antiga quando se tentou fazer no plano das línguas uma coisa que não era dessa ordem por exemplo o Esperanto o Esperanto é uma língua que não nasce da metabolização de nenhuma outra ele nasce como um acordo comunitário né Vamos criar uma língua que não seja tributária desta ou daquela ou daquela outra língua embora Claro que ela vai ter que compor-se de elementos de línguas que já estão aí mas
que não pudesse ser dita filha desta né e com ela propor a paz mundial né bom quantas pessoas vocês conhecem que falam esperando no mundo pouquíssimas porque esse é o problema da Inovação versus a renovação então digamos estamos diante daquilo que a gente chama de reforma tecnológica da escola se na década de 80 e 90 estávamos diante da revolução metodológica hoje década de 2020 ou desde 2000 né nos anos com mais ênfase em 2010 2020 começamos a passar por isso que é da Ordem do digamos ou da reforma tecnológica que institui o novo ao modo
sugico temos que Inovar ver se me faço Claro na diferença entre renovação e inovação na renovação surge ou emerge da entropia do antigo na inovação Nós não estamos mais na Perspectiva cronológica estamos na Perspectiva que eu tenho chamado de cronica nós temos uma cessação do do do tempo enquanto elemento de produção da mudança discursiva para tentar instaurar uma ordem que não nasce do antigo mas que tenta opor-se ao antigo com a ideia de novo por isso que o meio Educacional os os meios sociais em geral mas o Educacional o escolar em particular é muito assediado
pela ideia de inovação todos aqui que refletem sobre educação ou mais ainda que estiverem no chão da escola sabem do tipo de demanda que é tem que Inovar tem que Inovar tem que Inovar e a escola ainda aparece comparativamente às outras instituições sociais como uma instituição anacrônica né todos conhecem as anedotas a ideia de que a a escola nossa escola é do século XIX o aluno do s o professor do século XX o aluno do século XX essa é uma anedota comum que os educadores ouvem no sentido de dizer olha escola tem que se modernizar
como se a escola já não viesse se modernizando acabei de falar na década de tenta havia toda uma reflexão sobre modernizar a escola mas do ponto de vista metodológico hoje a ideia que se des modernizar é tecnologizar né é a entrada de digamos ditos recursos tecnológicos como a tela eh e e toda a extensão do que a tela trá junto com ela né ou a ideia mesmo de que a escola tem que ir se adaptando aos interesses de do mercado né não não no sentido apenas de comprar os produtos que o mercado vende mas no
sentido de preparar seus alunos para um mercado competitiva e concorrencial então a gente está às voltas com uma escola em que por que que estamos chamando ela de escola do negócio não é apenas porque circula esse dinheiro e muitos interesses ali Todos sabem que a educação é um grande mercado né de venda de produtos o campo da formação de professores é onde mais se vende produtos tá cursos para formar para atender alunos de inclusão cursos para formar para entender como trabalhar com alunos com autismo cursos para formar isso aquilo aquilo outro né Há um grande
mercado de vendas de produtos na educação mas não é disso que estamos falando Chamando a escola do negócio a escola do negócio é aquela que entende o aluno como já convocado a uma posição concorrencial competitiva como se já ali na escola ele não tivesse tempo para contemplar Mas ele já estivesse numa perspectiva de investimento assim que a gente ouve pais por exemplo preocupados em que os filhos aprendam línguas muito precocemente para ter uma capacidade concorrencial né a ponto de criar angústias aflições na família desse ponto de vista do desempenho Então essa escola vai criar necessariamente
eh fracassados né não todos mas como vocês sabem isso é de uma lógica interna não dá para ter um jogo em que todos são vencedores se nós estamos numa escola competitiva e concorrencial alguns vencerão e a imensa maioria perderá né Como diz um slogam americano the first is the first the second is Nothing né O primeiro é o primeiro o segundo não vale nada isso é inclusive slogan de muitas escolas particulares no sentido de que eles dizem de estimular a capacidade do aluno de se dedicar se envolver para concorrer no melhor da sua forma né
uma reação a isso paraa gente não pensar que isso isso é modelo hegemônico Sem dúvida né não sou só eu Rinaldo a partir das minhas pesquisas que estou falando mas todos esses autores que me antecederam e que são referências para mim com quem dialogo e que tava me referindo no início aqui da nossa conversa também estão testemunhando a mesma coisa esse modelo economicista da educação inclusive pensado assim pelo pela ocde né isso não é meramente digamos sintonico isso foi projetado como tal pela ocde e espalhado exportado o mundo afora como um modelo né a escola
realmente voltada para o mercado para o preparo para o mercado né esse modelo é certamente hegemônico mas ele não é homogêneo como vocês sabem em toda a época tem a cultura e a contracultura então h também reações a esse modelo a principal delas no nosso tempo e por isso tem me dedicado também em termos de pesquisa esse tema é a perspectiva da educação inclusiva né a educação inclusiva é a antítese da escola economicista né Elas por isso ela é tão alvejada entre outras razões aí que tem a ver inclusive com com questões políticas locais do
Brasil os últimos 4 anos de governo bolsonarista que foram desastrosos do ponto de vista da política inclusiva Mas para não entrarmos nesse particular que tem a ver com a política local no mundo inteiro educação inclusiva surge como reação à educação concorrencial e competitiva porque na concorrencial e competitiva o paradigma É voltado para a vitória do mais forte né uma escola competitiva concorrencial vocês conhecem famoso slogam da meritocracia né ganha quem teve mérito de ganhar a perspectiva inclusiva é o antônimo disso sentido de que é um olhar para o mais frágil e ouçamos bem isso para
o mais frágil não para o mais fraco tá não se trata de uma qualidade do sujeito ser mais fraco se trata de uma vulnerabilidade do vínculo ser mais frágil então educação inclusiva uma que seja digna desse nome porque o que é praticado nas escolas contemporâneas com o nome de educação inclusiva é uma protocolização médica medicalizante por isso cheia de Diagnósticos patologizantes e com Protocolos de atendimento como se a escola fosse uma clínica de atendimento de alunos com transtornos então para transtornos do do déficit de atenção imperativ idade o protocolo é colocá-los na primeira fileira dar
mais tempo de prova fazer prova adaptada para os que têm transtorno de ansiedade generalizada provas adaptadas e possíveis flexibilizações da rotina escolar para os que tê teia projeto aba etc etc né todos esses protocolos protocolos inclusive escritos por médicos né esse esse gênero de literatura tem circulado cada vez mais entre os educadores que são os guidelines são livros escritos por médicos para ensinar os professores a ensinar as crianças com transtornos forçosamente coloquei o nome em inglês porque ele circula em inglês guidelines né são guias turísticos para trabalhar com alunos com transtor eles circulam cada vez
mais é uma literatura eh escrita por médicos para professores e que tem interessado os professores no sentido de que elas são indicativas de um procedimento a fazer com esses alunos né então a gente tem todo uma questão a discutir aí uma das Mesas do colóquio vai ter Justamente a ver com essa discussão que é a medicalização na educação que é um braço importante dessa escola economicista né E aí podemos ir rápido no exemplo porque é fácil entender de que maneira a medicalização anda de braços dados com essa escola concorrencial e competitiva é que a medicalização
na escola e notem bem que eu estou usando o termo medicalização e não medicação tá medicação continua sendo um procedimento padrão e definidor do trabalho do médico e que eventualmente é necessária todos nós quando consultamos ao médico se nós temos um verdadeiro problema a gente espere que ele possa nos ajudar com medicação por exemplo entretanto quando digo medicalização tô dizendo de um processo que vai além da presença da medicação mas que atinge um modo de compreensão do trabalho escolar então a medicalização anda de braços dados com esse paradigma da escola competitiva e concorrencial em que
sentido sentido de que o remédio é pensado aí como estratégia para que o sujeito possa retomar um caminho de aprendizagem vocês devem se lembrar o Michel fouc é autor importante na análise desse problema ele vários livros se dedicou a pensar a genealogia do discurso médico né e num livro em particular lá que eu recomendo bastante para mim uma referência um livro que se chama os anormais é onde o Michel foca faz uma análise profunda da do início da própria ideia de inclusão e da participação do discurso médico nisso e aonde ele mostra que o discurso
médico desde o seu início teve dois papéis né um terapêutico e outro pericial papel terapêutico todos conhecemos né o Tent tá AL criar o sofrimento patológico dos seus pacientes com os recursos que o médico dispõe a medicação é o principal deles já a perícia tem a ver com aquele papel do médico que consiste em dar ao paciente um laudo que vai ter consequências administrativas e institucionais vamos pegar o caso mais típico do perito hoje em dia se você vai pro INSS porque tá com algum alguma doença vai ter um médico perito que vai te analisar
do ponto de vista de uma Sabatina né ele não vai te fazer um exame médico ele vai tentar checar se a tua patologia é suficiente para justificar aquele Lud que tem consequências no no no setor produtivo né Você vai entrar paraa coluna das despesas vai sair da coluna da receita né no caso dos Trabalhadores no caso dos alunos os laudos são a presença pericial do do do médico na escola que os laudos definem destinos administrativos né se esse aluno vai ter prova adaptada ou não se esse aluno vai ter sei lá os professores chamam de
uma facilitação no processo de avaliação né e muitas vezes esses laudos podem levar consequências mais significativas do ponto de vista da adaptação escolar inclusive causando efeitos colaterais hoje a gente ouve muitos professores dizendo olha Rinaldo tem alunos dizendo assim como eu faço para conseguir esse laudo né que esse laudo que o meu colega tem traz benefícios né como eu faço para conseguir esse como se o laudo passasse a ser desejado como uma espécie de salvo conduto do processo escolar né então tô dando esse exemplo só pra gente ver como a escola competitiva e concorrencial vai
fazendo digamos sua seus efeitos entre eles efeitos colaterais digo porque isso não era o o efeito alvo da escola concorrencial mas a medida em que vai se casando com algumas possibilidades entre elas a medicalização a gente vai vivenciando esse tipo de efeito né meso se a gente pegar na mídia você já devem ter visto como limite é tênue ent uma propaganda de remédio uma propaganda de analgésico por exemplo o limite é tênue entre a função terapêutica e a função produtiva né uma propaganda de analgésico com frequência diz assim você vai ficar parado aí o dia
inteiro com essa dor de cabeça você vai ficar parado aí o dia inteiro com essa crise menstrual vai perder um dia com isso tome este analgésico né então o limite é ter a gente pergunta assim esse esse analgésico serve para curar ou Serve Para retomar produtividade dá para entender em que terreno estamos ess sentido na escola é parecido comentemos aqui uma coisa que poderia parecer anedótica mas não é a prescrição de ritalina que é a principal droga administrada para aqueles que TM o diagnóstico de TDH ela é uma prescrição feita pela maioria dos médicos com
o uso de segunda a sexta seja os as crianças são dispensadas do uso desse remédio no sábado e no domingo bom pensem isso qual outro remédio vocês podem suspender o tratamento no sábado e no domingo né um remédio de pressão um remédio do coração um remédio pro seu diabetes você pode suspender isso no sábado ou no domingo por que que você pode suspender a ritalina no sábado e domingo que sábado e domingo não tem escola então esse remédio é paraa criança ou é paraa escola o limite é tênue não estou aqui defendendo que o remédio
é só paraa escola mas ele é tênue entre a função terapêutica e a função produtiva então a escola concorrencial e a escola eh competitiva isso que a gente tá chamando de a nova ordem escolar que é digamos a ordem neoliberal da escola ela rompe com esse padrão grego E aí já me encaminho pra gente amarrar aqui nossa discussão e poder abrir o debate ela rompe veja ela não metaboliza essa escol grega e todas as suas evoluções ao longo da história ela rompe né uma espécie de cronofagia como se a gente pudesse acabar com o tempo
zerar a escola e começar uma escola a partir de uma ordem que é Empresarial é economicista concorrencial competitiva esses vários adjetivos que a gente vai encontrando nesses autores que eu citava mas que vão digamos nos indicando que a escola agora cumpre uma função que não é mais a de fazer uma oferta cultural não é mais a de trabalhar a dimensão do conhecimento e não é mais as três funções né Eh trabalhar a dimensão do conhecimento realizar uma oferta cultural e formar o cidadão era uma escola voltada para formar consumidores e produtores no mercado então a
lógica é a do mercado né a gente pode ver o mesmo só para ter a impressão de que isso é é uma questão cultural como a prpr adianta n a crise da escola mes crise da cultura só que a escola se ressente mais dessa crise da cultura porque ela é por definição uma instituição ligada ao conservador não entender que a a escola é uma instituição conservadora ou reacionária tá é ligada à conservação porque a escola necessariamente parte do passado né ela parte do que nós acumulamos gerações anteriores bom rompe-se com esse projeto grego de uma
escola centrada né na tradição para ir na direção de uma escola voltada digamos para eh dizia né da crise da cultura Qual é a crise da cultura atual é aquilo que o Lacan escrevia no discurso do capitalista exatamente como a produção do indivíduo o que o que acontece na agem de uma sociedade organizada pelo discurso do mestre para uma sociedade organizada pelo discurso do capitalista hegemonicamente tá gente não homogeneamente que acontece é uma inflação do indivíduo uma deflação do sujeito esse ponto que queria terminar com ele para que a gente alimente nosso debate né é
uma inflação do indivíduo e uma eh digamos eh qual seria melhor palavra uma desidratação do sujeito la escreve isso no discurso do capitalista o indivíduo é esse elemento único elemento Digamos que estamos falando de uma concepção atômica né ele seria o o uma parte do átomo né e a ideia é justamente que ele possa fazer parte de uma grande engrenagem E o que mais importa aí é a engrenagem e não o sujeito isso vai sendo visto em todas as dimensões no campo Clínico por exemplo é a Vitória dos coaching sobre os analistas no campo Vitória
eu digo em termos paradigmáticos tá gente não é que eles são mais eficientes eles não são nem um pouco mais eficientes Mas eles são mais adaptados a esse espírito do discurso do capitalista A ideia é treinar indivíduos não é analisar sujeitos no campo da Medicina por exemplo Hoje seria impossível o Michel Foucault escrever o livro A História da loucura ele teria que escrever o livro A História da droga adicção podemos entender isso rapidamente a diferença da sociedade do mestre do capitalista porque na época do Foucault do lacam um pouco antes Inclusive a do Freud o
anti-homem era a desrazão né louco quem atingisse a razão era o anti-homem né Hoje é certamente o drogadito quem trabalha aqui se por acaso tiver gente que trabalha no no na área da saúde certamente Tá vendo como a área da saúde toda a política de saúde mental da cidade do estado de São Paulo por exemplo mas do Brasil de maneira geral tá se reduzindo a política de álcool e drogas né como se a loucura ou a Psicose fosse um fenômeno como é controlável administrável por medicação fica em menor escala Por que que o drogadito hoje
é o Anti homem na cultura organizada pelo capitalismo porque ele ameaça desorganizar o consumo a figura da drogadicção ameaça desorganizar o consumo E se o louco era uma ameaça ao campo da razão o drogadito é uma ameaça ao campo do consumo porque Ele comete um pecado em termos de consumo ele não varia de objeto né todos vocês aqui eu inclusive compramos vários objetos o drogadito como figura né ele tende a comprar sempre o mesmo objeto e o tempo todo e e tende também a ficar disfuncional pro campo produtivo então ele não se torna por acaso
a figura do anti-homem ele tá profundamente adaptado a esse sistema que o Lacan escreveu de discurso do capitalismo né Tanto que não por acaso Charles mman parceiro do Lacan dizia que a droga é o objeto perfeito do capitalismo né move mercados imensos justamente por ser eh clandestina né mercado paralelo ela é nunca assumida pelo mercado verdadeiramente aqui ou ali no mundo ela recebe uma liberação mas ela nunca é assumida pelo mercado a questão é mantê-la em circulação ela é extremamente rentável causa altos níveis de dependência e Mas por que que ela é o objeto perfeito
do mercado né porque ela gera no sujeito a necessidade só dela E dela o tempo todo né nesse sentido ela é o objeto perfeito do mercado e por isso ela ameaça a organização do mercado Então veja aí estamos exatamente diante dessa dessa dilemática que o lac institui entre o sujeito que desidrata o indivíduo que se inflaciona n isso que a gente pode ver como crise da Cultura vai se refletir na escola do seu modo particular com o agravante e aqui encerro com agravante de que a escola é um lugar é o lugar por definição da
Constituição do sujeito público não é da Constituição do sujeito tal como a gente está habituado a discutir psicanaliticamente com lac aí vai ser um impacto maior justamente porque a lógica do indivíduo entrando aí compromete a do sujeito não vou me alongar nesse assunto que isso certamente daria tema para mais uma conferência mas a ideia é que a gente a partir daqui com esses elementos que eu trouxe a gente possa debater um pouco com as questões de vocês ouvir ponderações pra gente seguir conversando é isso Rinaldo Muito obrigada muitas coisas por aqui eu vou começar com
a questão da Débora ela coloca Sou professora em uma escola da rede Municipal de São Paulo e o número de crianças com laudos de tea vem crescendo cada vez mais como Rinaldo vê esse surto de autismo Oi Débora Débora e eu nos conhecemos de outras de outros cruzamentos eh Débora pronto surto de autismo já é um jeito de de dizer de como essa questão tem sido tratada né e de fato Acho que tudo bem a gente tem usado um outro nome mas tá nesse mesmo espírito que você tá chamando de surto de autismo que é
de digamos a a epidemia de autismo e a glamor zação do quadro né então vamos lá primeiro eh interna a própria discussão médica o autismo como vocês sabem surge lá com o ker em 43 E naquela época a estimativa era mais ou menos de um para 1000 né hoje as estatísticas chegam Inclusive a gente viu aí se anunciado em rede nacional na na Rede Globo que a a cada 20 minutos Nasce Uma Criança autista bom de onde se tirou essa cifra se tirou essa cifra dessa eh estatística atual de que seria um para 47 né
como é que chegamos de um para 1000 a um a um para 47 bom obviamente com alargo da definição do quadro isso não tem a ver com o fato de que o mundo de lá para cá gerou mais autistas né tem a ver com o alargamento do quadro os que defendem o alargamento do quadro costumam dizer assim agora a gente conhece melhor o quadro Então antes já tinham autistas que não tinham chance de ser diagnosticados como tal aqueles que criticam o alargamento do quadro em grande parte os psicanalistas mas não só para não parecer que
a luta de psicanalistas contra médicos ou neurocientistas ou psiquiatras né o próprio debate interno ao campo médico pediatras e psiquiatras tendem a entrar bastante em confronto com relação a essa ideia de que houve bom tanto a ampliação de número de estatística né para autistas como o aumento de outros quadros como TDH e tudo mais tá há um debate entre pediatras e psiquiatras normalmente porque os pediatras costumam ter uma visão mais holística mais Global da criança e não vão eh dar tantos diagnósticos assim então Débora te diria primeiro esse Boom de autismo evidentemente tem a ver
com alargamento do quadro Esse é o dado mais estatístico Depois tem um segundo dado cultural que é isso que a gente tá chamando de glamor do quadro glamor que é dizer deixou de ser um estigma em alguns casos passa a ser até visto por algumas pessoas como um um associar-se a esse nome pode ser um índice de genialidade ou de excepcionalidade né que faz com que algumas pessoas queiram aderir voluntariamente um terceiro elemento que a gente tem que levar em consideração é obviamente a política de saúde mental e as suas relações com o mercado psicofarmaco
né Não só psicofarmaco mas todo o mercado ligado aí aos psicofármacos por exemplo os as terapias cognitivo comportamentais que andam sempre em parceria com os médicos né hoje em dia é muito comum o médico a partir do momento que ele diagnostica um transtorno ele receita uma medicação e Terapia comportamental cognitiva né então há todo um interesse também econômico de Laboratórios e de grupos para que esse esse pacote né de tratamento pros transtornos seja fomentado e para que ele se fomente né tem que criar clientes possíveis né então você aumenta o o número de Diagnósticos aumenta
a quantidade de Diagnósticos para que respondam mais agilmente ao mercado ou aquilo que o mercado oferece então O que explica esse Boom de autismo na minha opinião a gente tem estudado esses três fenômenos é isso agora as consequências disso muito complicado porque vocês sabem a a psicanálise tem uma tradição de estudo do do autismo injustamente marcada pelo fenômeno eh beheim né como vocês sabem foi a única coisa que os não psicanalistas retiveram da psicanálise sobre o autismo né pelin disse ã que o autismo tinha correlação com as mães geladeiras coisa que quem disse primeiro foi
o Léo cer psiquiatra criador do do diagnóstico outros autores psicanalistas contemporâneos do Bruno Bet como rosine Robert Le já diziam que não tem nada a ver com mães geladeiras né inclusive ao contrário o pacto o laço entre pais e mães e crianças autistas tendia a ser mais eh fomentado isso a grosso modo né se for o caso depois entramos em detalhes nesse debate do do Roberto mais recentemente Henrique Lohan jean-claude maleval aqui no Brasil Cristina kupfer outros autores que foram enfáticos em mostrar que não se trata de psicogênese de mãe geladeira né mas apesar disso
o debate reteve como posição da psicanálise a ideia de que a psicanálise culpabiliza mais então isso atrapalhou muito atrasou a nossa as possibilidades de debate mas há livros e discussões recentes bem mais interessantes que recuam a psicanálise no debate eu acho importantíssimo que a psicanálise se situe no debate do autismo para restituir ao autismo aquilo que eu acho que o maleval brilhantemente situou como o título do livro dele e que eu acho que é a grande questão né pensar o autismo como diferença autística é o título do livro dele e não como um transtorno uma
patologia um distúrbio neurodesenvolvimental todas essas outras terminologias que aparecem na constelação da discussão do autismo seguindo na pergunta da Débora a gente tem a pergunta do André eh André Guedes de Toledo ele fala parabéns pela fala Sou professor da rede estadual de São Paulo e gostaria de saber como professor Rinaldo interpreta a presença da tecnologia plataformas EA nesse quadro de crise brigal então na minha opinião tudo depende vamos lá vamos pensar a tecnologia de dois ângulos aqui né durante a minha fala desenvolvi um deles vou apenas citar para poder desenvolver o segundo aqui com você
a partir da tua pergunta tua pergunta me inspira a pensar o segundo ângulo primeiro ângulo é Esso de o que fez com que a tecnologia chegasse à escola e E aí eu acho que não há não há como nos enganarmos que fez a tecnologia chegar na escola não é que a escola precisava da tecnologia a tecnologia precisa da esc a gente pensa veja é a mesma coisa né Eu sou da de uma geração que nasceu sem o celular então eu vivi a chegada do celular e quando o celular chegou as pessoas diziam assim nossa agora
eu posso avisar alguém que o pneu do meu carro furou né E a pessoa não fica nervosa lá do outro lado pensando que eu morri né ou que aconteceu um acidente vai ligar pra polícia pro IML para quem que vão ligar porque eu tô atrasado né Olha gente eu vivi Essa época e eu sei dizer bem como funciona alguns aqui Talvez tenham vivido também devem se lembrar o que que acontecia com o lado de lá as pessoas ficavam um pouco aflitas mas diziam deve ter furado o pneu né Deve ter dado uma Pan no carro
bom daqui a pouco chega a notícia eliá se usava esse provérbio né notícia é ruim ou no News good News né se não chegou nenhuma notícia é porque a notícia é boa hoje a tecnologia nos permite avisar de cara né você manda um WhatsApp Ó o meu pneu furou aqui vou demorar um pouco mais mas começa um outro tipo de aflição né deu o tique azul lá do outro lado e ele não me respondeu né Por que não me respondeu que que será que aconteceu que não me respondeu né o Ou seja a aflição tá
no sujeito né a tecnologia não resolve o problema do sujeito não resolve a conflitualidade do sujeito às vezes até a tecnologia acelera o problema do sujeito conto para vocês uma passagem do próprio Freud quando uma mãe escreve a ele uma carta dizendo o senhor tá aí fazendo um combate ao Progresso dizendo que isso no texto malestar da civilização que o progresso ele é paradoxal mas é graças ao Progresso que eu posso receber um telegrama do meu filho que chegou bem de trem lá para onde ele foi né ele manda um telegrama e eu fico sabendo
que ele chegou bem e o Freud ironicamente mas com a sutileza que era típica do Freud diz assim bom mas também dá para dizer minha senhora que é graças ao Progresso que criou o trem que o seu filho se afastou da sua cidade né o Freud Claro não tava criticando o progresso o Freud não era um antiprogressista ele tava tentando mostrar o caráter paradoxal do Progresso que tô dizendo isso André porque é comum se vender a tecnologia na escola aí entro no segundo eixo como se fosse um recurso a mais um recurso a mais para
o professor bom Quem Vai recusar um recurso a mais né quem vai ser contra um recurso a mais se você levantar qualquer palavra contra tecnologia você é imediatamente identificado como um tecnofobicos certamente por alguém que é um tecnofilo que nós não estamos na posição nem de criticar a tecnologia nem de amar a tecnologia né o tecnofobicos estamos na posição de pensar em que lugar discursivo a tecnologia entra essa é Nossa questão eu não acho André a ver o que você acha mas eu não acho que a tecnologia entra num lugar discursivo que é de um
recurso a mais ao professor eu acho que a tecnologia entra como uma imposição ao professor para que ele se adapte a el ponto número um ponto número dois é falsa essa ideia de que a tecnologia é uma ferramenta no sentido de que do outro lado tem um artesão que pode usar a ferramenta como ele quer né de outro lado nós sabemos Né desde a revolução industrial do outro lado não tem mais artesão tem um operário de quem se espera que opere uma máquina que lhe é dada né no caso aí a tecnologia de modo que
em geral se inverte o professor vira um recurso da tecnologia e não a tecnologia um recurso do professor não vou entrar nesse debate aqui porque ele também longo mas veja normalmente a presença da tecnologia na escola é sob duas formas a plataformização do ensino e a gamificação nesses dois casos a gamificação e a plataformização do ensino nos dois casos o professor é um operário do sistema né bom se estimula que ele seja criativo que ele mesmo Crie os games mas veja ele mesmo cria os games ou seja Tem que criar games precisamos acabar um pouco
com essa ideia Ela me parece ingênua de que a tecnologia é um recurso que o professor usa ou não usa se ele quiser ou usa como ele quiser para adaptar-se à suas aulas vocês viram a eh decisão recente do governo estadual de São Paulo de usar a inteligência artificial para programar as aulas né o chat GPT em particular ou seja isso tudo tá dentro de um projeto que vai fazendo da tecnologia uma espécie de substituição do trabalho docente não esqueçamos se trata de Inteligência Artificial né inteligência artificial na Revolução Industrial as máquinas substituíam o braço
do homem na Inteligência Artificial a máquina vem para substituir o cérebro do homem não mais o braço então é preciso que a gente Olhe com cuidado e parcimônia paraa entrada da tecnologia na escola né e o último comentário então diz respeito a um comentário que o Antônio nova que é um especialista da educação faz muito interessante ele diz cuidado com essa história de que a tela é um aperfeiçoamento da lousa que até ela seria um recurso mais complexo mais atrativo a velha lousa que é eh digamos assim depressiva e entediante né E aí o Antônio
nova diz uma frase bem interessante ele diz assim a lousa é uma estrutura vazia onde a gente põe algo a tela é uma estrutura cheia de onde a gente tira algo a tecnologia não é extensão do trabalho docente ela é reforma do trabalho docente Então essa ideia de que a tecnologia é um recurso do professor ela é ingênua e ela é ingenuamente vendida como forma da tecnologia deitar e rolar na escola né Não estou dizendo com isso que o professor não possa fazer um bom uso da tecnologia desde que ele não bote a tecnologia para
substituí-lo a tecnologia como espaço de acesso à informação é excelente a tecnologia como elaboração de imagens né Eu me lembro que na minha na época de Infância para ir à escola para ver uma imagem o professor passava o livro circulando entre as carteiras para todo mundo olhar a imagem né hoje você faz isso com clicar de dedos isso é um avanço interessantíssimo que a gente pode usar então eu diria que a tecnologia entra na escola de um bom modo quando ela serve para recursos de imagem acesso à informação mas digamos o trabalho do professor não
é acessar Informação trabalho professor é metabolizar Informação trabalho do professor é formação não é informação pros alunos lá na USP Eu costumo dizer assim Se vocês acham que o trabalho professor é de informação virem jornalistas porque o trabalho quem trabalha com informação é jornalista o professor para o professor A informação é um meio para um outro fim o fim é formação essa função professor não pode deixar substituir pela tecnologia né se isso acontece a gente tem uma inversão completa aí eh do jogo su Tem mais alguma pergunta senão eu queria fazer alguma assim tá me
segurando Mas pode fazer pode fazer a gente dá preferencia sempre a quem tá né online assistindo porque enfim eh Nossa Renaldo fiquei com várias questões vou tentar fazer uma assim pra gente continuar a conversa né primeiro primiro agradecer aí o André e a e a Jana são colegas do grupo de pesquisa lá da USP né do do grupo eh de estudos e pesquisa em educação e pensamento contemporâneo né do Professor José Sérgio Carvalho estão acompanhando aqui então agradecer a presença aí do do pessoal eh bom a a gente tá lendo né na na rede de
pesquisa lá do fórum eh o seminário 17 né E aí a gente voltou a um texto seu antigo de 2000 que é bom recomendo a quem tá nos Assistindo ainda não leu né que é do contrato pedagógico ao ato analítico e e lá assim a gente estava né às voltas com com os discursos né E aqui quando você fez a fala aqui né essa essa essa ruptura né Essa cronofagia do discurso do capitalista o discurso do mestre né não tem mais um uma rotação né de uma renovação né algo que tem ali então um novo
um antigo se a gente p né des lá das nuvens né do aristófanes gente passando pela eh ali pelo pelo gargantua né do Rabel também tem essa oposição do novo antigo até enfim a gente vai pegando aí essas figuras na para pensar na história do pensamento ocidental isso tá colocado né como uma renovação do pensamento metodológica mesmo né enfim e aí você tem agora essa ideia de uma nova ordem escolar é uma ruptura né então para pensar aí com com Lacan ali a partir dos discursos né a gente não Como como é que funcionaria assim
para pensar essa passagem né já que ela ela é disruptiva né ela como é que giraria o discurso do eh do mestre pro discurso do capitalista aí né Tem uma passagem também que é o de um discurso eh da impotência ou da da da impossibilidade para pra impotência né para pensar um pouquinho mais assim a gente tem eh a ideia do do do nosso Então acho que exigia um pouco de de de tradução né porque a ideia do do ciclo também é poder aproximar um pouco né assim questões que são interessantes aos professores professoras e
aos psicanalistas né como é que essa passagem Se daria assim pra gente pensar Talvez um pouco mais aí eh com a psicanálise né acho que a han Ar Nos ajuda muito a pensar isso né os autores que você trouxe no início né o laval depois o deber mas como é que a gente pensaria isso um pouquinho mais assim em termos analíticos né com com lacam com os discursos eh para enfim queria te ver um pouquinho mais sobre sobre essa esse movimento né disruptivo assim cronofen eh escolar Tá talvez possamos pensar isso com mais profundidade ali
durante a minha fala só citei um elemento do que se modifica do discurso do mestre pro do capitalista né que é digamos a a passagem da organização tendo como cé sujeito para uma organização que tem como C indiv Mas vamos pensar isso com mais detalhes dentro da própria lógica lacaniana né digamos a gente tem dentro da da psicanálise a tendência a demonizar um pouco o discurso do mestre porque Inclusive a psicanálise é o avesso do mestre né o seminário 17 exatamente chama isso avesso da psicanálise se você desenha os discursos né o do mestre é
o avesso do da psicanálise mas como gosto sempre de lembrar no os meus textos o avesso não quer dizer que a gente é anti discurso do mestre né o avesso é o outro lado do mesmo pano né só há análise porque há mestre discurso do mestre é o discurso do cifr momento por isso que permite a psicanálise instituir-se como prática do deciframento se a psicanálise vai ficando ameaçada no discurso do capitalista é porque o discurso do capitalista é o único dos discursos escritos pelo Lacan que não tem a avesso veja o do universitário o avesso
é o da estérica o do mestre o avesso é o do analista Qual é o avesso do discurso do capitalista não tem EC propositalmente escreve como não tendo porque ele diz esse é um discurso que funciona como antid discurso no sentido de que ele trabalha contra o laço social então quando a gente diz podemos fazer uma ação rápida com o campo da educação a relação da educação é de mestre discípulo sempre foi não entendida na chave autoritária ou seja hierárquica porque mestre discípulo o Lacan tira da teoria hegeliana né é a dialética do mestre dis
do Senhor do escravo né dialética do sen do escravo não tinha nada a ver com uma dimensão de hierarquia Não não pode ser lida na chave do poder ela tem que ser lida se a gente quiser em termos arendi dianos na chave da autoridade que que Hegel tá escrevendo e Lacan eh importa paraa discussão analítica né é a dialética do reconhecimento né como é que uma consciência reconhece outra consciência veja eu só posso me dizer aluno Se eu estiver diante de alguém que eu autorizo como professor como mestre para explicar rante aos alunos eu sempre
costumo dizer assim olha se se você conjugar em primeira pessoa não é mais autoridade ninguém pode dizer eu sou autoridade autoridade só se conjuga em terceira pessoa eu acho você autoridade eu te autorizo a ser meu mestre é uma relação de consentimento Como diz a né na relação de autoridade funciona a lógica do consentimento não a lógica da imposição e da opressão então no discurso capitalista desaparece a lógica do consentimento estamos na lógica da sedução e lembremos ederi e seducer vem do mesmo radical mas com uma pequena diferença né educere é conduzir alguém de um
lugar a outro e seducer é conduzir alguém a um lugar que eu quero a alma do capitalismo é a propaganda e a sedução no discurso do do do capitalista o lacam escreve isso de algum modo porque ele escreve um circuito fechado né nos outros quatro discursos o circuito não fecha por causa daquela dupla barra que ele coloca entre o lugar do gozo e o lugar da verdade então as setas fazem assim assim assim e aqui ela não fecha né ela não completa um circuito e o fato de que o circuito seja interrompido é o que
possibilita que ele se instaure como um discurso né quando o Lacan escreve uma uma alteração das setas né porque ele escreve as setas de um modo que ela fecha um circuito se vocês olharem na escrita do discurso do capitalista a seta vai do lugar do agente paraa verdade do lugar da Verdade para o outro do lugar do outro para o gozo e do lugar do gozo para o agente fecha um X tá Ou seja a dupla barra que separa o lugar do gozo o lugar da Verdade desaparece isso escreve o quê escreve essa circularidade mórbida
né portanto pulsão de morte ou seja no discurso do capitalista estamos mais do lado do gozo do que do desejo isso tem tudo a ver com o que estamos falando sobre a escola na escola é um lugar de goze né mas o goze como um imperativo sugico né você tem que gozar desejar supõe uma temporalidade que implica o futuro né é a falta e o correr atrás de no desejo a lógica do desejo é uma lógica em que eu conservo o objeto no gozo Eu consumo o objeto assim que eu entendo a frase do Lacan
em que ele brinca com os termos em francês em francês o efeito eh homofônica né em português fica um pouco diferente mas ele diz o capitalismo é aquilo que anda tão bem sobre rodinhas anda tão bem que se consome que se consuma em português não dá homofonia consome consuma né mas em francês é consome consome né anda tão bem que se consome que se consuma consuma termina né se esgota morre é algo mórbido que constrói o discurso capitalista n Ou seja você vai ficar preso Num circuito aliás por isso e por causa dessa leitura do
discurso capitalista que eu tenho chamado a nossa época de contemporânea meus amigos historiadores Ficam bravos porque você não pode chamar de de contemporâneo uma época porque contemporâneo quer dizer o momento que nós estamos vivendo como é que você vai chamar a próxima época né eu digo tudo bem entendo o seu argumento é forte em história mas em psicanálise faz sentido chamar de contemporâ na nossa época porque nós estamos presos no presente presos num tempo que rompe com o passado e que se pretende já ser futuro contemporâneo como prisão num presente circuit né como se escreve
no discurso do capitalista onde o que se busca é o gozo e o gozo implica pagamento do sujeito né a gente vê isso bem no fenômeno da drogadicção quando o sujeito tá no auge da droga adicção ele já descreve não sentir mais prazer no uso da droga Ele só não pode parar Então essa tendência do não pode parar nos UFLA a todos nós o tempo inteiro é o que permite o Bin shugan por exemplo filósofo coreano escrever a sociedade do cansaço né que que diz a sociedade do cansaço é uma sociedade que tá cansada de
correr atrás da cenoura amarrada na cabeça do burro aquela que você nunca alcança se você ganhar A Batalha levante-se para a próxima né E levante-se para próxima e paraa próxima e paraa próxima então esse processo causa uma uma atratividade né pro campo do gozo então que o lacão escreve no discurso do capitalista é a tendência a que não se Invista no laço né o outro é concorrente não é não é objeto de desejo não é é objeto causa de desejo tá ele pode ser objeto de desejo mas ele não é objeto a causa de desejo
ele pode me seduzir e aí eu quero consumi-lo mas amá-lo é complicado né Tanto que uma das coisas que o Lacan escreve lá no television é justamente que o capitalismo complica as coisas do campo do amor educação supõe amar né um outro artigo que eu escrevi um tempo atrás também que circulou bastante que é a pedagogia esquecida do amor que é um artigo Justamente que eu trabalho essa ideia de como vai saindo do campo da profess da relação professor aluno a relação amorosa professor não é mais alguém a ser interessante pro aluno mas é é
alguém a ser interessado pelo aluno né então tudo que é da Ordem do campo do amor vai sendo repelido do campo pedagógico que o professor deve ser um bom estimulador das potencialidades do aluno e desenvolver o máximo do indivíduo para turbin na disputa capitalista então três coisas se escrevem no discurso capitalista que são importantes a gente compreender A primeira é a seta que vai que inverte né E vai do lugar do agente pra verdade que anula a possibilidade do inconsciente né o dinco faz essa interpretação de um modo brilhante ela diz olha hoje a recursa
da psicanálise não é mais a mesma da época do Freud a época do Freud se contestava psic porque ela levantava o recalcado né deixa esse recalcado quieto aí não se mexe nisso hoje se contesta a psicanálise não mais ao modo neurótico né não levante o recalcado mas ao modo perverso ela disz eu sei que é assim mas mesmo assim essa é a frase do perverso né Gessé MEC né eu sei que é assim mas mesmo assim nós vamos fazer diferente eu sei que tem inconsciente essas coisas de todas mas nós vamos controlar o comportamento porque
é isso que faz turbinar no mercado etc etc então a seta que vai do lugar do agente paraa verdade significa que o agente se supõe em condições de determinar a verdade e não a verdade determina o agente Então não é mais um agente agido como era nos quatro discursos né um discurso do ista que é o quinto discurso ele é um agente que supostamente controlaria a verdade a minha opinião que a gente vê nesse debate eh neurociência versus psicanálise né segunda coisa a seta que fecha o circuito como eu dizia aqui para vocês né esse
é o segundo elemento que muda na escrita do discurso capitalista ou seja o circuito se fecha e portanto ele é sem saída como a gente pode ver isso no campo político veja qual qual partido pode ideologicamente fazer oposição ao capitalismo até a década de 80 era o socialismo os partidos de esquerda hoje somente os ecologistas e mesmo assim olhe lá né porque são os os ecologistas do desenvolvimento sustentável né que a ideia de vamos indo devagar a gente pode tirar o pé do do acelerador para não bater logo ali na frente né a gente vai
indo devagar para bater mais tarde lá na frente Por que os ecologistas porque a única coisa que poderia fazer limite ao desenvolvimento capitalista é o fim do próprio desenvolvimento ameaça ao próprio desenvolvimento capitalista falta de recursos naturais Então não é mais uma posição política mas é o risco de Fim da Terra então nessas circunstâncias esse circuito fechado não tem saída política a saída ou é Econômica ou não terá saída e o terceiro elemento é que no discurso do capitalista se escreve uma seta direta que vai do objeto para sujeito né então é o objeto que
determina o sujeito não mais o sujeito que determina o objeto nos outros discursos o sujeito sempre no objeto em que sentido de que o objeto a é aquele produto da operação significante que constrói ao mesmo tempo o sujeito barrado né L das quatro letrinhas que formam os quatro as quatro letrinhas do discurso S1 e S2 S barrado e azinho né o S1 e S2 vai gerar operação em cima de S barrado e embaixo de azin no mesmo gesto se produz sujeito e objeto capitalismo tenta inverter isso criando um sujeito adequado ao objeto é objeto reificado
pelo mercado né então construo celular e o celular cria seu público alvo você passa a se definir por aquele que precisa de celular ou por aquele que precisa de um objeto que tá posto pelo mercado e com isso tenta-se eliminar me perdoe um pouco de Lacan aqui mas pra gente rápido ao pon eliminar o fato de que a relação sexual não existe o que o Cap o discurso capitalista propõe é que a relação sexual existe ou seja há o objeto que complemente o sujeito é só uma questão de você ter os meios de acessá-lo você
tiver dinheiro a felicidade estará garantida para você mesmo que a gente veja exemplos flagrantes do contrário de gente muito rica deprimida infeliz lógica que é óbvio que aliás até o contrário né se você pode ter tudo o que quer isso vai terminar mal né um consolo para nós que não podemos ter tudo o que queremos mas certamente vai terminar mal se você tem tudo que quer na educação e para terminar iden né o o o próprio dedicar-me a aprender né como dizia a gente vai ter um prazer de aprender lacam anos depois né para ISO
preciso ter a paciência e a dedicação de ler o Lacan até compreender as chaves dele Lacan Hegel os filósofos alemãos alemães em geral são muito complexos Kant Depois de alguns anos você vai o ter o prazer disso né Essa dedicação que posterga o prazer pro futuro a escola não tá mais eh tolerando os educadores não toleram mais que o prazer fique postergado pro futuro é aqui agora então isso põe Num circuito que é de gozo mais de gozo do que de desejo então na escola na análise em todos os campos a gente tá vendo efeitos
do que o discurso do capitalista coloque eu acho que Lacan foi brilhante na escrita dele o que traduz exatamente como deixamos um paradigma do mestre que mesmo que a gente possa condenar o mestre D interior da psicanálise sem fazer juízo de valor a sociedade organizada pelo mestre é uma sociedade da ordem né e a sociedade do capitalismo é da organização não é da ordem Então tudo tem que estar organizado por isso excesso de avaliações excesso de coisas que ficam Corrigindo o rumo das organizações a escola mesmo ela tem que ser cada vez mais organizada ela
é cada vez mais organizada e cada vez menos institucionalizada elada cada vez mais controlada avaliada reformada e cada vez menos ela cumpre sua missão de transmissão do conhecimento transmissão do conhecimento enquanto objeto da Cultura né agora Rinaldo assim a minha cabeça acho que de quem tá nos ouvindo assim tá fervilhando de coisas eu queria Então Su Não sei se você queria colocar mais alguma pergunta mas eu queria eh reiterar né o de novo o convite que eu fiz no início para quem talvez chegou depois aí no meio do da fala do Rinaldo eh esse aqui
essa essa conferência essa terceira conferência desse ciclo foi na verdade também um convite né Eh pro seminário que vai acontecer em novembro entre os dias eh 79 desse ano aqui lá na USP né o o 15º eh colóquio internacional do EPS de educação e psicanálise e cujo título é eh o tema da conferência né ou melhor cujo tema é o título da conferência que é a nova ordem escolar então o Rinaldo hoje trouxe aí alguns elementos pra gente começar a pensar nisso então queria reiterar o convite né pra gente continuar essa conversa então em novembro
eh Rinaldo queria assim te agradecer imensamente foi um prazer escutá-lo eh agradeço novamente em nome do ipep eh do Abracadabra lá do fórum né do campo lacaniano agradecer a todos que participaram aqui e que vão ver depois então Eh agradecimento assim imenso para você Rinaldo obrigado mesmo viu pela pela disponibilidade e por fazer a gente pensar aqui vai continuar eh reverberando né Amanhã a gente vai se encontrar lá no no no encontro da da rede de pesquisa para falar sobre isso a gente vai rever a fala e vai continuar pensando né pistas que você deixou
pra gente queria agradecer imensamente ótimo bom Eu que agradeço o convite oportunidade tanto de tá aqui ampliando né o ciclo de debates da gente com mais gente encontrei aqui Fi vendo as leituras várias pessoas que eu conheço mas outras que ainda não conheço bom porque a gente amplia o ciclo de pessoas envolvidas com essa discussão que eu acho realmente urgente e encontrasse com a urgência dela era cada vez menos tabulada no interior da escola né a gente vê outro gênero de discussão e discussões como essa vão ficando cada vez mais eh enfraquecidas no interior da
escola então é bom que espaços como esse que vocês estão organizando sejam espaços de divulgação B que vocês atinjam o máximo possível de gente interessada ou Possivelmente interessada nesse debate muito obrigada Renaldo bacana um abraço para todas Um abraço pessoal boa noite