Voto Feminino no Brasil

o Olá pessoas Eu Sou professora Ana Elise e hoje eu vou falar sobre o voto feminino no Brasil Bora para a aula e como vocês sabem aqui no canal sempre que eu tenho oportunidade eu falo sobre a história das mulheres no Brasil e pelo menos na parte europeia de forma geral tenham pensado aqui em fazer outros vídeos nessa temática de mulheres na América Latina então se você tem interesse por esse assunto deixa aqui no comentário aproveita já se inscreve aí para você receber as notificações dos vídeos novos que vão chegando se você ainda não está

inscrito bom para falar sobre o sufrágio feminino no Brasil eu vou voltar um pouquinho no tempo para falar sobre o Brasil do século 19 neste século nós temos diversas transformações diversas mudanças não só no Brasil mas também na Europa pós-revolução francesa após a Revolução Industrial Então essa modernidade aí entre aspas acaba influenciando também os acontecimentos históricos aqui do Brasil e no século 19 no Brasil não foi diferente a gente vai ter independência vamos o dobramento do primeiro e do segundo reinado até por fim chegar na proclamação da república em 1889 e É nesse contexto histórico

que nós vamos ter aí o surgimento de das primeiras mobilizações a respeito do papel da mulher dentro desse contexto da modernidade onde nós vamos ter mais sobre essas questões vai ser na imprensa bom lá para 1850/1860 esse modo de vida burguês europeu vai começar a ter influências mais fortes aqui no Brasil Então os periódicos jornais as revistas da época vão refletir essa questão E aí 1860 a gente tem o surgimento de um jornal dedicado às mulheres dedicado aos assuntos vamos ver assim femininos então m852 surgiu o jornal das senhoras esse jornal vinha com todo uma

editorial pensando numa valorização das mulheres é claro que colocamos no contexto histórico da que e a gente vai pensar numa valorização da mulher mais voltada para a questão espiritual para as questões domésticas ou seja questões relacionadas a vida da mulher como mãe como esposa na década seguinte de 1860 com o surgimento das causas Abolicionista a mulher vem com papel mais centrado arrecadar dinheiro arrecadar fundos para a organização do movimento abolicionista sem estar tão relacionada à a linha de frente vamos dizer assim da política mas de forma indireta ali usando a causa da Abolição como uma

forma de se colocar no discurso público e principalmente porque nesse contexto é ser abolicionista e pensar na questão da Abolição da escravidão também era visto com bons olhos principalmente pelas mulheres da elite brasileira a partir da década de 1870 outros jornais femininos foram fundados pensando muito mais na questão da mulher têm direitos iguais a educação essa educação com e quando os homens viria a principalmente para que a mulher pudesse ter uma formação que fizesse dela melhor esposa uma melhor mãe ainda não tão relacionado a outras questões emancipatórias ao mesmo tempo que existiam outras figuras que

escreviam em jornais que defendiam uma educação voltada para a questão da emancipação financeira da mulher e jornais que já começavam aí a ponto a o desejo pelo voto feminino transformações significativas vieram a partir de 1891 com a discussão da Assembleia constituinte para Nova Constituição da República é super interessante esse momento porque nós vamos começar a ter o início de debates a respeito da inserção da mulher na política porém alguns deputados e boa parte deles não concordavam com o fato da mulher brasileira poder participar então do voto ou até mesmo se candidatar a algum cargo político

isso porque a justificativa desses deputados vinham em torno o que a votação poderia levar ao fim ou até mesmo prejudicar o papel da mulher como mãe como esposa dentro da casa dela né dentro da questão doméstica nós temos um exemplo bem conhecido do deputado Barbosa Lima que defendia que o voto da mulher poderia acabar entre aspas com os alicerces da família brasileira então nós estivemos aí uma forte discussão e o voto feminino não foi inserido na Constituição de 1891 ou seja as iniciamos aí o nosso país a nossa República com essa questão o cidadão ele

vai ser considerado apenas o homem Alfabetizado o maior de 21 anos é curioso porque quando a gente pega ali o texto da Constituição de 1891 ela não deixa explícita ou não foi esplicita Du que a mulher não tinha esse direito nós temos ali apenas a ideia de que o cidadão teria esse direito ao voto essa questão da a citada diretamente também foi alvo para brechas e questionamentos sobre a nova constituição bom mesmo com isso o movimento pelo sufrágio feminino ou seja pelo direito ao voto das mulheres que não foi abandonado no início do século 20

nós tivemos aí a iniciativa EA mobilização de diversas mulheres que foram destaque e que contribuíram depois para combinar no voto feminino na década de 30 um exemplo é 1910 a fundação do Partido Republicano feminino feito por leolinda Daltro e Gilka Machado essas duas mulheres aí então de destaque vão fundar esse partido e Mesmo não tendo ali a o direito da participação política de votar e serem votadas a ideia das duas mulheres era fundar um partido que chamasse a atenção para a causa e para esta discussão é bem legal exemplo da leu linda porque ela passou

cinco anos como professora no sertão de Goiás ensina a etnias indígenas a língua portuguesa a Olinda tinha uma visão como professora de que a educação indígena deveria acontecer é o ensino da língua portuguesa deveria acontecer mas claro sem apagamento ou sem retirar as características culturais das etnias indígenas inclusive pensando que o ensino da língua portuguesa poderia muito mais contribuir para a integração dos indígenas no interior do Estado anel linda também tentou uma participação no Instituto Histórico geográfico e na discussão a respeito do que fazer com as etnias indígenas mas ela foi impedida de participar mesmo

assim a iniciativa do Partido Republicano foi bem importante para chamar atenção da sociedade para a discussão inclusive como professora Ale Olinda trouxe também uma discussão dentro de uma escola que ela lecionava lá no Rio de Janeiro chegando a fazer uma marcha com 90 mulheres em 1917 lá no Rio reivindicando esses direitos femininos em frente o Partido Republicano feminino desapareceu no final da década de 10 mas nós temos aí uma espécie de surgimento de uma nova figura importante para o movimento dos direitos das mulheres em 1918 que é aberto a luz ela era filha do cientista

do flutes se formou em biologia na universidade de sorbonne em Paris e de volta ao Brasil começa então uma iniciativa de reivindicação pelos direitos da mulher especialmente o voto feminino uma das questões muito fortes da metalúrgica essa questão da emancipação feminina em um artigo numa revista em 1918 ela vai dizer o seguinte a mulher não deve viver parasitaria mente de seus sexo antes deve tornar-se capaz de cumprir os deveres políticos que o futuro não pode deixar de repartir com ela aberta Lute sempre falava sobre as mulheres é se unirem ligas em associações e é por

isso que 1922 ela vai formar a Federação Brasileira para o progresso e essa Federação tinha várias questões a respeito do direito das mulheres mas como eu disse foco vai ser o sufrágio feminino Isso vai trazer diversas consequências para essa questão eu tô falando bastante aqui sobre essas mulheres mas é importante destacar que boa parte das mulheres da Federação Inclusive a própria Beta Lourdes que fazer a parte de uma elite Econômica brasileira e isso ajudava bastante de certa forma a elas poderem transitar dentro dos espaços políticos também de serem ouvidas é mas a gente não pode

esquecer que nesse mesmo contexto a década de 10 mas temos o surgimento do movimento operário aqui no Brasil que as mulheres trabalhadoras pobres que estavam nessas fábricas aqui também reivindicavam seus direitos também se organizaram de certa forma no entanto como a professora da Unicamp Margareth rago cita essas mulheres operárias elas faziam parte dos movimentos mais por conta da questão machista da época também foram deixadas de lado se tornar um líderes nesse movimento operário essa foi uma das grandes perdas para a discussão a respeito dos direitos do trabalho das mulheres e inclusive do voto feminino nesse

momento de toda forma mesmo fazendo parte da elite essas mulheres da Federação que eu comentei com vocês elas não deixavam de sofrer críticas por conta das suas indicações então é muito comum a gente vê nos jornais nas revistas charges que tiram sal que satirizam toda essa questão do movimento feminista principalmente pensando naquele mesmo argumento que eu comentei com vocês lá do século 19 de que o voto feminino iria masculinizar as mulheres ou queria fazer com que a família brasileira tradicional pudesse cair no fim por conta dessa participação das mulheres na política é até interessante pensar

que um dos argumentos das mulheres da Federação era de que não o voto não iria fazer com que elas perdessem tempo doméstico ou que não iria atrapalhar tanto assim até uma forma é uma certa conciliação com essas elites políticas para conseguir esses direitos bom mas então vamos avançar um pouquinho aí no século 20 no início da década de 30 o Getúlio Vargas toma o poder por meio da Revolta chamada Revolução de 30 e aí em 34 após a Revolução Constitucionalista nós temos a assembleia queria discutir a nova constituição brasileira EA Federação da Berta Lutz vai

ser muito importante para essa discussão do voto feminino e aí que nós vamos ter algumas condições para que essa mulher pudesse participar da política num primeiro momento em 1931 apenas as mulheres que seriam viúvas ou solteiras e que tivessem renda própria poderiam votar as mulheres casadas mesmo que tivessem renda própria só poderiam voltar com uma permissão do marido em 1934 dentro da discussão da Assembleia a Federação pressionou os deputados e principalmente Getúlio Vargas para alterar essa condição e Essas Mulheres foram então ouvidas e nós tivemos uma alta o código essa alteração do código chega em

1932 quando pela primeira vez as mulheres são alteradas em pé de igualdade com os homens para poderem votar e serem votadas a única exceção que vai ficar aí é a questão do voto dos analfabetos que nós temos que observar bem É uma questão importantíssima porque a maioria da população brasileira Nesse contexto inclusive as mulheres são formadas por pessoas analfabetas então ok temos uma grande conquista mas temos e devemos fazer essa observação com base nesse código de 32 nós temos então a eleição para a assembleia constituinte EA promulgação da constituição de 1934 a partir desse momento

as mulheres iniciaram então a sua participação na política a única questão aqui é que dentro dessa Assembleia constituinte Nossa tivemos uma mulher Eleita que foi a Carlota Pereira Queirós a Berta Lutz também é Eleita como vice trabalha durante um certo tempo para substituir 1D o e havia se ausentado mas nós temos aí então um início é dessa participação é interessante relembrar também que ao longo dessa década de 30 esse foi o primeiro momento mas em 1937 o Getúlio Vargas dá um golpe de estado instaura a ditadura do estado novo então essa a participação das mulheres

Neste contexto fica limitado e na década de 40 principalmente com o final da segunda guerra mundial toda aquela visão da mulher como esposa Mãe toda aquela visão dos anos dourados é do Papel feminino começa a ficar cada vez mais acentuada e forte então tem uma discussão sobre a participação política tem mais essa questão do Papel feminino e da de performar esse papel fica cada vez mais intensa na Constituição de 1946 o voto feminino permanece voluntário ou seja facultativo para as mulheres casadas ou que não exercem nenhuma profissão lucrativa ou seja e esse numa profissão remunerada

já em 1965 durante o período da ditadura militar o código eleitoral vai ser atualizado e a votação para as mulheres é tanto para voltar quando para se candidatar vai se tornar agora Universal o que também é interessante pensando que a gente está falando de um contexto de um governo autoritário por fim em 1988 com a nossa última constituição nós temos aí o direito ao voto para as mulheres e para os analfabetos como lei e aí a gente tem então de certa forma nessa constituição cidadã uma Plenitude ainda a participação da mulher na política é claro

o pessoal que para concluir aqui a nossa trajetória do voto feminino no Brasil é importantíssimo que a gente não deixe de problematiza algumas questões o voto feminino ele acontece né tanto voto contra a participação política porém infelizmente ainda no Brasil a gente tem uma situação de desigualdade imensa com relação às mulheres na participação política e eu vou dar alguns números daqui exemplo da última eleição que foi em 2018 em relação a proporção de pessoas que se candidataram em 2018 só 31,6 por cento das mulheres se candidataram quando a gente pensa na no total de mulheres

que exercem o direito ao voto e que estão penas aí no Exercício da Cidadania no senado por exemplo a participação política ainda é pequena mas nós tivemos um avanço importante em 2018 pela questão do número de mulheres eleitas que cresceu 52,6 por cento em relação à eleição de 2014 é importante ressaltar ainda mais que mulheres negras indígenas mulheres trans não possuem representatividade considerável dentro da Câmara dos Vereadores nas pequenas cidades dentro por exemplo da eleição dos deputados seja estadual ou federal e no Senado e mais ainda no executivo Federal então é Oi gente que a

gente fale sobre isso e pense Qual que é o papel da mulher dentro da política e para quê E para quê Nós precisamos aí estar nesses lugares e pensar nesse debate Então é isso Pessoal espero que vocês tenham gostado do vídeo de hoje se você se interessou pelo assunto e se você quer saber mais dá uma olhada nas playlists do canal se você tem alguma dúvida deixa aqui nos comentários e até o próximo