[Música] Queridos irmãos e irmãs, com imensa gratidão, celebramos a festa de São João Bosco. São João Bosco tem uma marca na história da salvação de nossas almas. Nós, de Cuiabá, certamente estaríamos todos no caminho do inferno se os filhos de Dom Bosco não tivessem vindo evangelizar nossas terras.
Nossa Paróquia, que também foi fundada pelos Salesianos, tem como padroeira Nossa Senhora Auxiliadora, aquela que tudo fez na vida de São João Bosco. Quem foi São João Bosco? Um menino pobre que nasceu no campo, na zona rural de Tuim, norte da Itália.
Esse menino tinha uma mãe viúva, muito virtuosa: mamãe Margarida. Foi ela quem ensinou o pequeno Joãozinho a contemplar Deus nos acontecimentos. Quando acontecia de sair à noite, ela mostrava o céu e dizia: "Vejam as estrelas, foi Deus quem as colocou lá.
Se o céu é lindo assim, como não será? " [Música] Deus! Depois, acontecia uma tempestade, e mamãe Margarida, então, dizia para as crianças: "Vejam o poder de Deus!
" [Música] Uma chuva de granizo que se perdia a colheita e ela dizia: "De Deus devemos aceitar tudo, porque Ele é muito bom conosco. Porém, para os maus isso é um castigo. " Quando, no inverno, a neve lá fora fazia com que a família se reunisse ao redor do fogo para se aquecer, ela dizia: "Com que gratidão devemos ser para com Deus!
Deus cuida de nós. " E assim, João Bosco cresceu vendo nos acontecimentos naturais uma mão invisível, sobrenatural, que tudo governava. E assim ele foi crescendo, também querendo estudar, conhecer as coisas.
João Bosco tinha uma memória prodigiosa; ele era verdadeiramente um gênio. Só da leitura de um livro, é como se ele escaneasse o livro; já estava tudo na memória. Mas o seu irmão mais velho, Antônio, colocava grande dificuldade para que ele estudasse.
A mãe, com grande sacrifício, arranjou um jeito dele continuar os seus estudos. E, nessa busca dos estudos, João Bosco conheceu um seminarista do primeiro ano de teologia que depois será canonizado: São José Cafasso. São José Cafasso foi, para São João Bosco, um modelo de sacerdote, ou seja, essa realidade de ter sempre um trato elevado, uma conversa que fala de Deus.
São José Cafasso tinha um grande apostolado na formação do clero, e é na escola de São José Cafasso que São João Bosco irá crescer e formar o modelo do seu sacerdócio. Na morte de São José Cafasso, Dom Bosco, que já tinha iniciado a sua obra, confessa que se sente órfão. São José Cafasso foi um modelo prático e apostólico para São João Bosco, porque ele, além de cuidar dos padres, tinha uma visão de querer converter até as piores pessoas.
Ele passava noites, às vezes, na prisão com os condenados à morte e acompanhava os condenados à morte até a forca, porque ele queria não somente que eles fossem salvos, mas que aqueles criminosos que agora morriam fossem direto para o céu, sem passar pelo purgatório. Quantos desses convertidos prisioneiros, São Cafasso, ansiavam, desejavam, o dia da execução em que eles seriam enforcados para poder chegar no céu e ver Jesus face a face. Essa era a conversão que ele conseguia.
E São João Bosco acompanhou São José Cafasso, muitas vezes, nessas missões impossíveis daquele que foi apelidado como o padre da forca. No entanto, a formação de mamãe Margarida e o exemplo do seminarista Cafasso não foram suficientes; Dom Bosco precisava de mais. Então, ele foi entregue para ser educado por um outro padre diocesano, agora sim, padre, não só seminarista: o padre Calosso.
E aqui, uma virada importantíssima na educação de São João Bosco: ele, jovem adolescente, aprendeu verdadeiramente a rezar. São João Bosco mesmo diz que ele, antes, rezava, fazia as coisas seguindo o exemplo da mãe, o exemplo de São José Cafasso, mas ele não sabia por que fazia. Então, ele mesmo, aprendendo a rezar, aprendendo a meditar com o padre Calosso, ali ele começou realmente a sua vida espiritual.
O sobrenatural já estava lá em São João Bosco, desde os 8 anos de idade; Nossa Senhora já tinha escolhido, já tinha aparecido em sonho, já tinha dado a ele a missão de cuidar dos jovens. Mas era necessário, agora, os meios para fazer isso, e nos meios para fazer isso houve o ensinamento, o aprendizado da vida de oração. São João Bosco aprendeu a meditar, a rezar, a comungar bem, a se confessar bem com o padre Calosso, a tal ponto que agora o padre Calosso quis recebê-lo em casa.
Ou seja, o pequeno João Bosco morava longe; ele o recebeu em casa para que ele verdadeiramente aprendesse. E o padre Calosso disse: "Eu vou cuidar de você, vivo ou morto, eu vou cuidar do seu futuro. " Padre Calosso teve um infarto fulminante, um infarto grave, e ficou dois dias em agonia.
Em agonia, João Bosco pôde se encontrar com ele; ele entregou, olhou, chamou João Bosco, não podia mais falar. Entregou uma chave na mão dele; era a chave de uma gaveta onde estavam 6. 000 liras, uma quantia razoável naquela época, em que o padre Calosso dava dinheiro para João Bosco fazer seus estudos, continuar seu caminho para o seminário, porque era necessário dinheiro para pagar os estudos no seminário.
Quando chegaram os herdeiros, São João [Música] Bosco não quis o dinheiro; entregou a chave e deixou com os herdeiros do padre aquilo que iria garantir o seu futuro como sacerdote. No entanto, a riqueza maior ele já tinha recebido do padre Calosso. Uma das cenas da época: um dos vizinhos da casa dos Bosco, passando, viu João Bosco no sol; parecia dormir no sol.
Chamou: "João! " E ele nada. João falou mais alto; ele foi atrás.
Aí, quando chegou mais perto, viu que ele não estava deitado; estava, na verdade, ajoelhado, com o livro na mão, inclinado. Chamou: "O que tá fazendo aí, dormindo no sol? " E o Joãozinho responde: "Não estava dormindo; eu estava.
. . ".
Rezando, mas a oração dele já era tão elevada que ele tinha esse recolhimento sobrenatural, e tudo isso se deu porque ele aprendeu a rezar. Mas, claro, ele aprendeu a rezar, mas aprendeu também a ver Deus no mundo real, nos acontecimentos da Providência. Com a mãe, ele aprendeu sim que precisava ser apostólico; com o seminarista Cafasso, aprendeu a estar com Deus.
Com o padre Calosso, juntou tudo isso e, ainda jovem, antes de entrar no seminário, fundou a Companhia da Alegria, onde saía com grupos de jovens, fazendo teatros e passeios, evangelizando, rezando. Eles faziam esses grandes passeios com os jovens para evangelizar. O código da Companhia da Alegria era, verdadeiramente, cumprir o próprio dever: trabalhar, estudar, etc.
, não fazer nada que desagradasse a Deus, mas tudo isso com grande alegria. Nesse sentido, são João Bosco foi um grande discípulo, claro, distante, porque viveram em séculos diferentes; foi um grande discípulo de São Felipe. "Servia ao Senhor com alegria" era a marca registrada de São João Bosco.
Depois da morte do padre Calosso, São Bosco ficou um pouco órfão. O pároco que o sucedeu não dava atenção aos jovens, e aquilo, também, até os exemplos negativos, serviram para São João Bosco como um grande impulso, dizendo assim: "Veja, eu, quando for padre, vou dar atenção aos meninos. Eu vou falar com eles, eu não vou ser desses padres que passam pelo jovem e nada dizem, não cumprimentam, não dizem uma palavra, não dão atenção.
Eles precisam ser evangelizados. Jesus disse: 'Vinde a mim, as criancinhas; eu devo ir aos jovens. '" É com toda essa formação que são João Bosco entrou no seminário.
Estou dizendo isso para que vocês entendam que são João Bosco já estava muito bem encaminhado antes de entrar no seminário; ele já sabia. Aos 8 anos de idade, ele teve um sonho onde Nossa Senhora colocou toda a programação da sua vida, o que ele deveria fazer: converter os jovens, levá-los para o céu. Antes de aparecer Nossa Senhora, no sonho, apareceu Jesus.
É interessante que, no sonho de São João Bosco, apareceu primeiro Jesus, dizendo que ele deveria evangelizar as crianças não com tapas e socos, mas com humildade, fortaleza, bravura e mansidão. Quando Bosco perguntou para aquele homem iluminado, vestido de branco, ele disse: "Minha mãe disse que eu não posso ficar falando com estranhos. Diga quem você é.
" Então, Jesus dissesse quem ele era, e Jesus, então, se apresentou de forma esplendorosa, dizendo: "Eu sou filho daquela que tua mãe ensinou a saudar três vezes ao dia. " É um modo estranho de se apresentar, mas profundamente arraigado naquilo que era o hábito de uma criança saudar Nossa Senhora três vezes ao dia. Quantas vezes o pequeno Joãozinho foi visto, onde quer que ele estivesse: na roça, no pasto, cuidando de ovelhas?
Três vezes ao dia: seis da manhã, meio-dia e seis da tarde, tirar o chapéu e se ajoelhar para rezar. São João Bosco, depois, confidenciou para os seus salesianos que esse sonho dos 8 anos de idade não foi um sonho único; esse sonho se repetiu durante a sua vida e Nossa Senhora ia aparecendo, dando a ele a programação dos próximos passos, o que ele deveria fazer para ir conquistando jovens, para ir levando esses jovens ao céu. Nossa Senhora foi dando o caminho para ele, e eu gosto de pensar que, lá de longe, em Turim, sem que são João Bosco imaginasse, Nossa Senhora já dava essas instruções, tendo em vista que um dia tudo isso chegaria a Cuiabá.
São João Bosco não sabia, claro. Existe uma carta de São João Bosco que falou com o nosso arcebispo; na época, ele era somente bispo, Dom Carlos Luiz da Mur, que escreveu para São João Bosco pedindo padres salesianos para Cuiabá. São João Bosco morreu sem poder atender a esse pedido, mas São João Bosco morreu sabendo que Cuiabá existia.
Foi somente os seus sucessores, Beato Miguel Rua, que puderam, então, mandar os primeiros salesianos para Cuiabá. No entanto, lá atrás, quando Nossa Senhora, nos sonhos, ia aparecendo a são João Bosco e mostrando para ele os capítulos do seu caminho de evangelização dos jovens, sem que são João Bosco soubesse, Nossa Senhora nos via a nós, porque ela, do céu, vê os planos de Deus, vê as consequências dos pequenos e grandes atos que nós realizamos. Então, para nós, é uma grande alegria nós agradecermos a Deus esse santo, por esse grande dom que foi São João Bosco.
São João Bosco que mudou a história da evangelização de nossa cidade, do Mato Grosso, e que, no céu, continua nos abençoando para que nós continuemos a dar frutos daquilo que é sua obra evangelizadora.