nesse mês especial a gente vai fazer uma parte mais interativa digamos e a gente vai responder várias perguntas que vocês colocaram aqui a partir de um vídeo do próprio canal das nossas redes onde a gente tá discutindo o lugar da mulher ou feminino ou esse campo tão complexo como gênero Então vamos lá se prepara eh eu vou eu vou citando Quem falou o qu tá bom E aí a gente vai aqui e aí vocês podem responder a tréplica a quadriplica e vamos nessa ta setso e me perdoa se eu não pronunciar exatamente correto tá bom
o nome da pessoa você acha válido se menos mulher estar Ok com isso por não se adaptar à Norma olha essa pergunta é tão fácil que eu acho que a equipe escolheu essa pergunta pra gente abrir aqui noss a nossa nosso vídeo de hoje porque primeiraa que que é se sentir menos mulher é menos em relação a um suposto mais se a gente supõe que a gente estaria num lugar de se sentir menos vocês sabem que a gente tá supondo também um mais e essa própria construção que a gente trabalha tantas vezes aqui decora essa
palavra anota no caderno e escreve com neon gigantesco tudo isso é Imaginário é esse é o coração do Imaginário o inário ele tem dois lados um interessantíssimo que é propriamente da criação de imaginar de criar imagens de fazer filme ideia poesia fórmula matemática imaginar a realidade de uma outra maneira Isso é incrível Então esse é o o melhor que a gente pode ter como humano que é uma espécie que imaginara ela é uma espécie imaginante o outro lado é a gente ficar então fazendo imagens normalmente binárias dualistas e que vão colocar valores que normalmente repetem
Exatamente Essa estrutura o mais e o menos o muito e o pouco o bem e o mal o certo e o errado por exemplo falo não não falo masculino feminino né a a própria civilização fez essa construção isso a gente discute aqui muitas vezes então a pergunta ó vou reler Vê vê vê com com esse paradigma vê o que que você pensa você acha válido se sentir menos mulher e estar Ok com isso por não se adaptar à norma é Claro é claro gente que quando a gente se sente menos em relação a um mais
a gente tá reproduzindo uma suposta Norma do que seria o mais e do que seria o menos é um padrão é uma Norma que tá colocada aqui ou seja Será que faz sentido a gente acreditar em mais e menos em Norma em padrão em modelos que vão dizer pra gente o que que a gente deveria ser não claro seja livre não tem o que a gente tá descobrindo hoje no contemporâneo e vocês vão ver que isso vai voltar eu tô me demorando mais nessa primeira porque ela serve de base conceitual para todas as nossas outras
caixinhas todos os nossos outros comens porque a verdade é que a gente tá no 21 agora podendo explodir esse esquema E que bom podendo se perguntar Afinal que Norma que padrão que modelo que ideais super egóicos para o eu chega né cada um vai se sentir mulher na sua singularidade se sentir homem pessoa humano na sua singularidade sem encaixe sem desencaixe sem se sentir mais ou menos castrado né mais ou menos fálico Amanda vilane instinto na maternidade e no feminino mito real achei muito boa essa pergunta mito real sim sim por quê Porque ele é
um mito ele é uma lógica mítica imaginária também que se aplica à realidade então a força do mito é essa pode ser mítico pode ser inv só que a partir do momento que é compartilhado por todos e forma uma cadeia de sentido passa a ter efeitos no real então aí a gente acredita nossa mulher instintivamente biologicamente tá nos hormônios ela foi criada para ser mãe criada para ser mulher para ser feminina doce ou do o cuidado e todas essas construções de novo imaginárias que comporiam que oraram dariam um ornamento ao que seria uma mulher ao
que seria o feminino e que hoje a gente diz É mesmo né Mas você lembra que a gente também discutiu aqui acho necessário manter esse parênteses que sim não vamos tirar também o Real a base né o real o órgão o organismo corpo toda uma base ancestral milhões de anos milênios em que a gente tem tem hormônio tem útero tem menstruação tem sangue e sim a gente tem um aparato para conceber e gestar a vida no interior do nosso corpo parir amamentar e seguir junto com a comunidade junto com os parceiros as parceiras e a
gente vai se perguntar então como maternar né E a gente tem a Line Dende como contribui a psicanálise com a libertação da mulher do ideal de ser mulher vocês estão escutando né a gente tá sendo coerente aliás vocês estão sendo muito coerentes e interconectados todos nós estamos na a mesma camada de sentido de interrogação porque é muito semelhante essa pergunta né e a psicanálise ela justamente vai investigar a um duplo processo um ela vai questionar esse ser mulher esse ser a priori a gente tá debatendo isso aqui né Eh como uma formação ideológica de que
a haveria uma essência um ser dito a priori e como a própria pergunta já coloca né Tem um ideal de um ser mulher sim é uma construção idealizante então a psicanálise ela questiona várias dessas ideias desses mitos ou dessa construção antiga de um Imaginário que estaria pautada na Essência suposta de um feminino em processos de idealização em processos de manutenção dos recalques e dos processos inconscientes pra gente ficar obediente né lembra quando Freud Dá Voz as estéricas no 19 na segunda no último quarto do século X de alguma maneira o Freud dá voz e destampa
uma tampa um caldeirão em ebulição para que e a gente pudesse se apropriar de lugar de voz de Desejo de corpo sexualidade e assim ela contribui imensamente para isso e até hoje a gente faz isso né a gente tá no primeiro quarto do 21 então 150 anos depois a gente tá com muito mais subjetivação apropriação de si do nosso corpo da nossa história do nosso desejo do nosso lugar político econômico social a voz né A Raquel Luna onde o vira serer do tornar-se mulher difere do virer de qualquer pessoa humana eh a a Raquel tá
fazendo uma referência ao nosso próprio vídeo de eh que foi o primeiro dessa série A partir da frase da a Simone de bovar não se nasce mulher torna-se né a gente se torna mulher então Eh aí ela é uma ótima pergunta será que esse vira ser esse tornar-se não é de qualquer semente eu que Acabei de perceber e de tá numa experiência disruptiva mentalmente também esteticamente enfim que me diz me mostra e me ensina que os pinguins eh que são duplas monogâmicas que criam um filho com um nome próprio e que alimentam esse um filho
não Elo subjetivo extremo n e que são mecanismos da natureza então sim Sempre tem um tornar-se um vir a ser que é aquela semente aquele aquela de partículas que esbarra conflita é acolhida naquele ambiente e humano um ambiente simbólico Por que que é diferente então o tornar-se mulher de tornar-se homem a priori porque esse caldo esse ambiente já tem imaginários antigos arraigados inconscientes do que seria um homem e uma mulher já tem desenho a priori a gente questiona a gente Interroga Às vezes a gente conflita escapa deles quebra o padrão quebra a expectativa Mas eles
existem então Eh é diferente por duas coisas o real do corpo é diferente menino menina os órgãos e como que a gente veio né o as sementes que tão ali e dois os e o universo simbólico tramado também são diferentes então é a especificidade é a graça da vida não tem um herói que é igual a outro herói uma heroína que é igual a outra heroína cada um é único e o Mateus bas qual é a causa que leva a mulher ser machista em determinado casos Então essa é uma pergunta muito boa porque a causa
é o que a gente tá comentando aqui a teia simbólica ela é sempre consciente inconsciente a gente introjeta a gente tá o tempo todo sem saber sem querer às vezes sem intenção plena a gente tá repetindo identificações in entes ó você não gosta daquele avô machista que é terrível e que fez sua mãe sofrer e com quem você se identifica e que TR jeitos e que falas Você às vezes se V repetindo daquele avô machista que trucid a sua mãe sendo você homem sendo você mulher vamos dizer que eu esteja dizendo de uma mulher né
você eh inconscientemente às vezes se identifica com o lado machista daquele seu amigo do pai do trisavô a gente tem privilégios num lugar de uma lógica patriarcal tem e mais do que isso mesmo você não tendo privilégios mesmo você sendo aspas uma mulher oprimida será que aquele desenho não te dá alguma igu momento imaginário de que você pode ser mulher mas vai ter um falo de cavalo branco forte potente para te resgatar para te salvar Será que você menino Oprimido também não vai ter um grande pai potente igualmente Salvador Será que você não vai ter
um mito que vai te salvar e vai fazer a América F forte de novo Ricardo Reis número um Não basta ser poeta Ricardo a número um eu tô brincando provavelmente é o nome do Ricardo existe um conceito universal de mulher não não e existe um conceito Universal imaginário de mulher talvez sim então você vê como que quando a gente usa a palavra conceito a gente tá num campo intrincado Porque sim a pergunta que eu te faria Ricardo Reis um é qual é o seu conceito Universal inconsciente introjetado de mulher é essa pergunta pergunta Clínica pergunta
né O que me vem o que me assim ó que que me abre os ouvidos ouvindo essa pergunta é rebater né E aí dizem né gente aí é engraçado Ah mas o analista nunca responde nada sempre devolve a pergunta é que essa tá incrível tá didática pra gente se a gente se interrogar né O que que é o autoconhecimento a autoanálise é justamente a gente investigar Qual é o nosso parad Imaginário Qual é quais são os nossos ocultos secretos conceitos inconscientes de uma totalidade por exemplo do ser mulher ou do ser homem e aí vem
o bougar marte a grande pergunta como lidar com homens e a sua imaturidade k Adorei essa Adorei essa risadinha porque olha ô bogar eu tô contigo nessa pergunta se você descobrir você me conta será que historicamente né a gente tinha uma ordenação essa cosmovisão esse ecossistema social eventualmente opressor mas também apaziguador do que é a vida do que é o mundo que funciona né homens aqui mulheres aqui determinados papéis sociais a divisão social do sexo do trabalho e da da da visão de mundo dos desenhos do que eu sinto do que eu sou do que
eu penso e aí a gente foi desconstruindo isso para alguns dá muita angústia a gente está vivendo isso agora já e a gente tem backlash a gente tem retroc lógicas reacionárias não não não não volta tudo isso é coisa de menino isso é coisa de menina todo esse debate ao desconstruir isso algumas partes estão mais maduras para falar olha ok É angustiante então perder essa visão ordenada de mundo mas que interessante é acho mais rico acho mais plural mais complexo vamos aí tanto homens quanto mulheres mas talvez pergunta sobretudo para os homens que tão num
lugar de ter perdido alguma estabilidade imaginária e estarem mais resistentes quanto a isso é uma hipótese válida entende eu não quero ficar num criticismo simplista vamos criticar mais os homens mas logicamente quando você tá aqui você perde imaginariamente e realmente lugares privilégios certezas será que isso não dá uma defesa e você resiste a crescer a maturar Então como lidar com isso vamos discutir on and on vamos continuar o debate não tem saída garotos não tem garotas também a gente vai fazer o luto do pai vai fazer o luto do falo vai fazer o luto do
superhi né e a Gabriela cos ser mulher tem uma influência biológica ou é muito mais uma construção social esse debate Gabriela Ele é bem interessante ele é bem antigo e a gente sabe que sim tem também uma influência biológica a gente não pode negar isso isso é o que muitas vezes a gente chama um real do dos órgãos dos átomos dos hormônios da bioquímica das proteínas da Gênese Mas mesmo a Gênese mesmo a genética a gente sabe hoje que a gente tem aqui o gene que a gente recebeu que é passado de pais para filhos
e a gente tem a epigenética a gente tem novas camadas de proteínas e aminoácidos que ancoram que conectam no Gênesis e no genes e transformam a expressão genética desse Gene vocês percebem que isso é revolucionário porque a gente tem uma espécie de davin Lavoisier lembra esse debate do 19 Então a gente tem hoje um neol Lavoisier a gente tem uma discussão de ponta na própria biologia e numa ideia de uma biologia quase psíquica isso é construção social isso é a tensão que a mãe grávida recebeu ou não daquela existência como é que a gente tá
com mais ou menos hormônio do stress no sangue durante a gestação tem mais cortisol tem esse efeito tem mais alegria tem mais serotonina como que a gente tá sofrendo ou não nesse Elo nessa interação nesse momento Alcântara Anne é mais difícil o processo de se tornar mulher do que o de se tornar um bom homem tornar-se homem ou mulher ou um homem que esteja fora daquele padrão clássico de homem mulher de um padrão clássico ou seja eh não binário trans enfim qualquer tipo de vir a ser homem ou um vir a ser mulher ele não
é sem conexão com o momento da história em que a gente chega na balada né na balada humana na na na civilização Então esse tornar-se homem hoje eu vou te falar falar gente não tá fácil não não tá nada fácil eu vou dar um pequeno depoimento pessoal eu prefiro assim tô muito feliz muito grata com os deuses com as deusas que me Trouxeram nessa vida como mulher tô tô assim é tem seus desafios é difícil tudo que a gente falou neste nosso próprio vídeo hoje e quando a gente vai diz di das outras várias camadas
de trabalho um trabalho mental carga emocional e opressões e tal Sem dúvida só que como posição subjetiva tá muito claro que o antigo paradigma não funciona tão bem não faz sentido você me dizer que mulher não pode isso ou não pode aquilo ou que tem que ser não pode dirigir um avião ter Terra votar ter palpite pensar discutir escrever então assim não faz sentido ou não só que não pode mas que deve cuidar acarinhar [Música] aceitar enfim toda esse esse lugar mais doce ou mais como a gente chama mulherzinha então eu diria que tá claro
o que a mulher pode e o que ela não precisa mais ser o que ela já pode conquistar e na verdade sempre poderia ter feito e o que que ela não precisa mais ser para sentir um ser humano uma subjetividade inteira plena no Exercício do seu corpo da sua sexualidade do seu desejo dos seus dons das suas potencialidades agora pro homem Você concorda que tá um pouco difícil porque é vivido como perda é vivido como Nossa a mulherada tá chegando com tudo eu tô acuado ou agora eu não sou mais o homem da casa quem
eu sou eu não sou mais o que paga a conta quem sou eu eu não sou mais o que sempre tem razão o que manda o que pode o que sabe o que dirige o que coordena Então quem eu sou nada né porque como a estrutura era essa para aquele que não tá aqui imaginariamente ele perde ele não é nada então como ser um bom homem como ser um homem interessante sentar nesse lugar de uma castração imaginária de uma perda de um né E esse tá sendo o grande luto no masculino como você ser um
sujeito também inteiro interessante exercendo seu corpo seu desejo sua potência sua cultura sua capacidade de pensar tudo sem ser escroto desculpa o português aqui sem ser opressor sem ser babaca sem ser infantil sem ser maniqueísta sem ser reacionário Você concorda que é difícil então Apaga todo esse sistema Vamos combinar que escuta Foi útil pra civilização durou uns milênios Tá mas agora move move on vamos pra frente vamos fazer outra coisa somos sujeitos e vamos lá o melhor que a gente puder né nossa tô até empolgada aqui poderia até ser o último vídeo já tá o
a última pergunta do nosso vídeo tá até longo mas não acabou segura aí mais um pouco vamos lá que tem a Raquel minaz como evitar a objetificação da mulher nas relações Ótima pergunta Raquel aqui vamos lá sendo sujeito né sendo sujeito sabendo-se ser sujeito autorizando-se como sujeito e tão sujeito que às vezes você pode brincar de se objetificar que agora eu vou complicar que eu gosto muito de um texto do inicot que chama justamente o uso do objeto o bebê aprende a fazer uso do objeto da colher do brinquedo da mãe e isso é sensacional
e o que é a boa mãe a boa a suficientemente boa good and of mother do winicott é aquela que se deixa a fazer pelo filho deixa-se ser o que o filho imaginar quiser ela brinca com isso por quê Porque ela tá Segura que ela é Ela é a mãe ela é adulta da relação ela é o sujeito Então quer brincar de mandar em mim filho manda bala quer brincar você precisa que eu morra que eu ressuscite que eu seja a b c j zebra manda bala no sexo que que é o de quatro de
cinco de de de oito de 10 tudo bem quer que eu dê assim assado que eu não dê que eu coma que eu beleza Vamos né Não pode ser interessante não pode ser livre então a gente pode brincar de ser objeto sem nunca se deixar objetificar acho que deu para captar um pouco e vamos fechar aqui com brubs haber ou brubs shaber ou algo assim que impressões a psicanálise pode dar sobre mulheres trans fechando tudo que a gente veio trabalhando agora já né sobre esse tornar-se um sujeito que esse é o desafio da vida né
gente é subjetivar se é criar-se é o tempo todo a gente tá se construindo se criando se compreendendo se remodelando isso é a vida e se no seu processo fez parte dele de verdade assim profundo para além das modas e tendências e lógicas libertárias mas se se para você for importante fazer uma transição a partir de uma base biológica de um sexo biológico e houve um trânsito que seja que seja então a psicanálise ela ela a a vamos dizer ela recebe todos os processos isso tá na própria no na própria posição radicalmente livre e talvez
mesmo libertária da psicanal é não ter regras nem padrões a priori muito pelo contrário a a o próprio território analítico é aquele de receber sujeitos que estejam em seu processo de busca transição construção sempre em direção ao seu mais viceral desejo é [Música] isso n