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muito boa noite a todas todos e todes é um prazer estar aqui novamente em mais uma atividade da campanha Nacional em defesa das ciências humanas na educação básica eu sou a professora Maria Lima Sou coordenadora da campanha sou atual Presidenta da Associação Brasileira de ensino da de história e eu componho o comitê diretivo que tem os colegas da colegas da abex da anpu da aprof e da anpof eh se reunindo aí para dirigir esse coletivo composto aí por um grupo de trabalho que criou né em 2022 a campanha né esse grupo contém hoje em torno
de 30 pessoas que eh dos quatro Campos disciplinares e a partir de discussões em torno da preocupação que todos esses problemas eh que estavam sendo causados pela pelo processo de implementação da lei 13400 15 Nós nos reunimos para conversar e aí surgiu a necessidade de criar essa campanha que procurou ao longo dos últimos 2 anos incidir no campo das políticas educacionais promover uma aproximação entre essas associações fortalecendo a bandeira de defesa da profissionalidade docente a defesa da especialidade eh da formação no campo das ciências humas para atuar em sala de aula então nós estamos aqui
com mais essa atividade frente a agora eh a eh promulgação dessa lei a nova lei eh do do ensino médio a 14 495 de 2024 eh que foi editada aí no dia 31 de julho eh passado então Eh Nós nos reunimos aqui eh trouxemos eh representantes das associações para problematizar essa lei em relação eh à nossa a nossa existência na educação básica a nossa atuação profissional na educação básica então eu quero inclusive agradecer a a professora Fabiana Lessa que é mestranda do CEFET professora de filosofia do Colégio Pedro I que está nos dando apoio operando
a sala muito obrigada professora e eu vou passar a palavra pra professora Maria auriene que é docente também da Educação Básica na rede pública do Ceará e é doutoranda eh do programa de educação eh da Universidade est do Ceará professora auriene vai mediar a nossa mesa e aí ela vai apresentar a os palestrantes hoje da da pessoal que vai falar em nome das associações boa noite ai obrigada pela sua presença e por ter aceito o nosso convite viu muito boa noite Eu que agradeço imensamente poder participar dessa mesa mediando com pessoas tão importantes para essa
discussão que tem sido uma das discussões mais importantes né da não só da educação né porque esse tema ele diz respeito a na verdade a toda a sociedade né só uma correção professora eu não sou doutoranda né eu acabei de de concluir o mestrado Mas vai dar certo eh bom eh a próxima pessoa a falar será a professora Maria Lima Ela já apresentou-se um pouco né para vocês a professora Maria Lima tem um currículo é muito vasto e também uma enorme participação também nas lutas eh sobretudo em relação a essa questão do novo ensino médio
né então ela é professora associada da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul professora da pós--graduação presidenta da abé que é a Associação Brasileira do ensino de história coordena a campanha Nacional em defesa do currículo das ciências humanas na Educação Básica eh coordena o projeto interinstitucional a formação de professores no contexto das políticas educacionais a implementação e as relações entre o novo ensino médio a bncc e a BNC FP 2023 a 2026 eh e ela atua né em diversos temas sobretudo eh relacionado a políticas educacionais curriculares para o ensino médio reeducação das relações étnico-raciais eh
e currículo Doo currículo e ensino de história currículo e formação de professores para Educação Básica muito boa noite professora Maria eu agradeço imensamente poder estar aqui com vocês a palavra está com você eu retorno então para falar um pouco com vocês hoje eu fiquei encarregada de apresentar eh um comparativo entre a lei 3415 2017 e a nova lei que é a 14945 de 2024 né eu vou projetar para vocês aqui uma sistematização que eu fui construindo tá deixa eu aumentar isto aqui certo ótimo ISO tá aqui aí pronto então eh uma coisa importante né Eh
nós nós temos aí o processo de instituição eh disso que ficou apelidado como novo ensino médio a mídia construiu essa narrativa do novo né Eh essa lei 13415 que é fruto de uma MP a mp 746 de 2016 que foi a primeira uma das primeiras medidas do governo temer eh no momento né que ele entra no governo a partir de um de um golpe né jurídico midiático parlamentar aí que a gente tem que vai eh destituir a a a presidenta Dilma Roussef né essa lei é não é à toa que ela vai ser a primeira
medida mais urgente que o temer Vai tomar no seu governo ela vai trazer na realidade ser resultado de todo um processo que vem acontecendo ao longo dos anos eh de contr contrarreforma né de grupos mais conservadores e grupos empresariais também articulados eh para eh tomar conta mesmo das políticas educacionais e dos cursos públicos num processo gradual e intensificado de privatização da educação pública no Brasil né então nós temos essa lei como fruto aí de um trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo dos 4 5 anos anteriores aí a do 2017 e que vão resultar aí
numa mudança profunda da estrutura eh da do ensino médio que a gente conhecia eh rumando para um processo de desestruturação eh da tanto da formação dos jovens né e das Jovens quanto eh da própria profissão docente então uma ressignificação do que que é ensinar né do que que é conteúdo do que que é conhecimento Enfim uma avalanche né e uma desestruturação também eh da da própria da própria organização de funcionamento do ensino médio atingindo nesse processo de eh obrigatoriedade aí do do do de entrada do do itinerário formativo técnico eh obrigando até um processo de
desr estação do próprio promovendo né o processo de estruturação dos institutos federais um modelo de Educação de eh educação técnica profissional no na Perspectiva integrada né Eh que foi construído ao longo dos últimos 20 anos eh em debates amplos envolvendo toda a sociedade e um modelo de sucesso inclusive em termos de formação dos nossos jovens e Jovens nosssas jovens e nossos jovens então Eh nós temos aí essa lei como esse processo aí e também desestruturados um movimento organizado eh em torno do processo de transformação eh do ensino médio que vai estar acontecendo desde 2003 não
é promovido 2002 mais ou menos eh em torno das discussões do currículo que o MEC vai promover e que vai levar Inclusive a formulação de uma série de leis e dentre elas a própria criação dos institutos federais Então essa lei ela é um Marco porque ela vai atacar de vári as formas né a estrutura eh do sistema educacional no Brasil e com incidências e decorrências para educação superior né na articulação inclusive com a bncc então nós temos aí eh eu trouxe para vocês um quadro né Eh em que nós mostramos uma primeira modificação que acontece
eh na lei 13415 na LDB eh vai modificar o artigo 24 né eh dizendo da instituição da carga horária mínima anual pro Ensino Médio de 1000 horas com ampliação progressiva para 1.00 no prazo de 5 anos o a previsão é que até 2022 todo o ensino médio no Brasil tivesse essa carga horária de 1400 horas né esse artigo 24 né Eh ele vai ser modificado numa pequena coisa que vai ser eh vai manter a ideia de carga oral mínima anual pro Ensino Médio de de 1000 horas né com ampliação progressiva até chegar a 1400 porque
a maior parte do ensino médio no Brasil não vai conseguir fazer essa ampliação você vai ter uma grande parte do no Brasil de escolas que vão ter o ensino médio em tempo parcial né eh e aí o que que se acrescenta que a partir de agora o que vai regular e ajudar a a a a a instituir esse processo de ampliação eh são os prazos e metas estabelecidos no pelo pne então é outra discussão que nós precisamos prestar muita atenção né o pne foi construído pela conai né a partir de várias reuniões nacionais que nós
tivemos o ano passado nós construímos uma proposta foi entregue pro governo essa proposta no entanto nós tivemos aí toda uma pressão também dos de vários grupos né de de poder aí ligado a empresariado e etc que vai eh criar um novo projeto de lei pro pne nós tivemos a ampliação do prazo do pne atual que venceu agora em junho né vergonhosamente porque o governo anterior simplesmente ignorou o bne e ele venceu sem ter sido eh substituído né Por o novo Eh por uma nova lei eh foi estendido o prazo até dezembro de 2025 e está
tramitando agora a lei do novo pne então isso é algo que nós precisamos prestar atenção né muita atenção procurar incidir procurar estar atenta essa discussão porque isso vai ter impactos nesse processo de implementação e vai trazer lá também uma série de metas estratégias eh pro processo de implementação que vai impactar fortemente a escola tá então nós recomendamos muita atenção e nós na campanha vamos promover debates e discussões sobre essa questão a outra eh questão que nós temos aí que modifica o artigo 24 a integralização curricular poderá incluir a critério dos sistemas de ensino projetos de
Pesquisas envolvendo os temas transversais né então aqui eh se dá abertura para essa questão que é uma questão que já a gente discutia isso já na no no processo de debate Na maioria da qualidade do ensino médio né de que o ensino médio precisava fomentar esse trabalho de pesquisa né situado aí nessa nessa eh nesse espaço da escola eh com as características próprias considerando as características próprias da Juventude né como um elemento potencializador da aprendizagem e da da significatividade dos conteúdos trabalhados na escola né então isso se mantém né no no no PL na na
nova lei eh também no artigo 24 eh no inciso primeiro parágrafo sétimo a integralização curricular poderá incluir a critério do sistemas de ensino projetos e pesquisas envolvendo temas transversais que compõe os currículos de que trata o caput desse artigo né então esse Esses são dois elementos que se mantém E aí nós temos aqui o artigo 36 a que é um dos mais afetados aí por pela eh pela reforma toda que foi promovida pela lei 13415 né e eu quero chamar a atenção para você de vocês né Eh o o caput desse artigo na lei 13415
ele diz a base Nacional comum curricular definirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio conforme diretriz do Conselho Nacional de Educação nas seguintes áreas de conhecimento Então essa é a grande modificação que eh essa lei vai fazer na estrutura que vai instituir a organização da ura do ensino médio em áreas de conhecimento né que vai ser uma coisa que eles vão trazer do currículo que é a base Nacional comum curricular tá então vocês vejam eles amarram a base com as áreas que foram constituídas na base A a base Ela traz esse modelo já dos
PCN os pcns também tinham eh eh eh eram a organização curricular era em área né e isso vai se manter e fortalecer dentro da base Nacional comum curricular só que que a diferença é que do PCN para bncc as especificidades eh da da da dos Campos disciplinares desaparece né é uma interdisciplinaridade sem disciplinas e isso é um dos pontos mais Absurdos que nós temos nessa lei né porque ela vai promover todo um processo de desestruturação dentro da escola no processo de atribuição de aula por exemplo né Eh para vocês terem uma ideia na lei 14
945 esse artigo foi inteiro eh revogado né porque ele foi e palco aí ele é um dos pontos nodais em cima dos quais nós aqui por exemplo da campanha trabalhamos né que porque a a ideia di área apaga a a a questão dos componentes disciplinares né e dentro desse formato que foi dado aqui e vejam que aqui nós temos também um golpe violento né porque Filosofia e Sociologia perdem o status até de componente que já é um problema se tornar componente né de disciplina para componente né E vai vão se tornar estudos e práticas seja
lá isso o que seja porque a gente não não sabe o que até hoje o que significa isso estudos e práticas de Filosofia e Sociologia de artes e educação física e etc né então vocês vejam abre-se uma brecha processo de desprofissionalização que é absurdo dentro dessa lei esse eh então aqui a gente tem também como elemento para chamar a atenção né o parágrafo né do artigo 36 a os currículos do ensino médio deverão considerar a formação integral do aluno de maneira a adotar um trabalho voltado paraa construção do seu projeto de vida e para a
sua formação nos aspectos físicos cognitivos e socioemocionais vejam que aqui eu quero chamar muita atenção de vocês tá esse elemento vai permanecer na nova lei mais um novo artigo tá não se fala vida ser um componente curricular tá isso não se fala em legislação alguma essa coisa de transformar projeto de vida em componente e depois em disciplina é um processo que acontece no na implementação e isso é esse processo de transformação e disciplina já é um indício do tipo de ação que as Fundações e empresas né educacionais eh visam com esse processo de reforma né
então prestem muito atenção né quem é que dá essas formações Deó competências socioemocionais que estão diretamente atreladas a projeto de vida né Isso está diretamente associado com essas com a ação eh dessas Fundações que vendem pacotes aí que se associam os governos para poder fazer as formações dos professores e também vão ocupar o tempo das Crianças com uma disciplina né então transformam isso que é deveria ser um princípio ou um objetivo que poderia ser colocado paraas disciplinas eles transformam isso num espaço à parte tirando o tempo das disciplinas para essa coisa que se torna uma
disciplina semte conteúdo né porque não existe conteúdo científico de projeto de vida então a gente vê aí o indício do processo de form de de transformação do que que a gente entende por conhecimento dentro da escola e por conteúdo também né Nós temos aqui o outro eh você vai ter a revogação então daquele 35 a totalmente na sua integralidade que eu acabei de mostrar para vocês e aí nasce o 35B que é totalmente novo e que vai remodelar tudo que tava ali no 35 a Hum então vocês vejam até agora eu tô mostrando para vocês
que a lei ela continua a mesma coisa certo então Eh alguns indícios aqui de que houve algumas transformações em função da eh incidência que os movimentos eh fizeram né que o movimento organizado de professores fez né junto ao ao tanto ao congresso ial quant ao Ministério da Educação né mas de maneira geral quando a gente compara as duas leis a gente vê que houve até um aprofundamento de alguns princípios que regiam a lei 3415 que é uma lei do temer e é uma lei fruto de um golpe né então Eh aqui no capuccio do 35B
o currículo do ensino médio será composto por formação geral básica e itinerários formativos né E aí o parágrafo segundo diz serão assegurados aos estudantes oportun unidades de construção de projeto de vida então vejam caiu o 35 a matou a ideia do projeto de vida mas voltou aqui na realidade reformulado ressignificado e aproximado das questões relacionadas à participação política e a preparação para o tal mundo do trabalho que eles chamam agora mundo do trabalho né Isso é é um sinal inclusive da incidência que os movimentos fazem que aí não é mercado de trabalho a gente tá
falando de mundo do do trabalho que é uma defesa que nós fazemos quando se fala de preparação desses jovens não é para o mercado nós temos que prepará-lo para a vida em sociedade e para o mundo do trabalho O trabalho como um princípio organizativo aí das relações dentro do ensino médio né E aí vocês vejam que aqui você não tinha essa essa aproximação eles fazem essa aproximação aqui eles promovem que na realidade é o que Visa esse eh ensino médio que a gente tá vendo aí implementado né Essa aproximação de um certo eh mercado de
trabalho porque é isso que eles querem né de certas demandas empresariais que vão se impor para o ensino médio e que vão ser fonte de norteadores para reestruturar o ensino médio a outra uma coisa importante né é que a gente isso já é fruto mesmo das pressões né o ensino médio será ofertado de forma presencial e assim em casos excepcionais se usar eh os recursos eh mediados por tecnologia isso é muito importante então não se coloca essa ideia de ensino remoto nem de eh de EAD na Perspectiva sem conceitualização e etc Então se limpou um
pouco o meio de campo em relação a essa questão eh mas eh como eu disse aqui a gente tem essa aproximação aí das discussões do eh da das competências socioemocionais né Elas continu aí dentro como um elemento importante inclusive e fornecendo elementos paraa formação dos próprios professores que agora também tem formação para o professor desenvolver sua competência socioemocional a gente já tá tá tendo isso no Brasil né em alguns estados eh a gente nós temos aqui eu tô controlando o tempo tá gente tô olhando aqui direitinho eh o artigo 35B também que é novo inclui
aqui no parágrafo quarto para Fin de cumprimento das exigências curriculares do ensino médio em regime de tempo integral excepcionalmente os sistemas de ensino poderão reconhecer aprendizagens competências e habilidades desenvolvidas pelos estudantes em experiências extracurriculares tá e dentre essas experiências eles listam aqui conclusão de cursos de qualificação profissional então eles estão Eh aí esse é um dos itens né que foi muito problemático né Esse reconhecimento de aprendizagens em estágio de curso de qualificação profissional significam um processo de precarização da formação porque se esse menino pode complementar a carga dele né substituir horas que ele faria estudando
né por alguma coisa que ele está fazendo fora da escola né que não está no currículo n nós estamos falando de uma precarização total aí do da formação do ensino médio né a gente tem também do lado dos professores um fortalecimento do processo de desprofissionalização pelo enfraquecimento da legitimidade do trabalho dos especialistas licenciados nessa etapa porque você passa a atribuir legitimidade para pessoas que não estão no sistema educacional que não tem habilitação eles estão fora então você diz que esse menino se trouxer o certificado desse curso sabe se lá qual né para dentro da escola
ele pode ser validado e pode compor as horas de Formação né além do que a outra coisa gravíssima disso é a indução a trabalho infantil se considerarmos que há muitos né que iniciam o ensino médio com 14 anos por exemplo então houve denúncias Como por exemplo o coletivo agenda eh infâncias e adolescências invisibilizadas denunciou né Eh que a lei dá margem para legalização do trabalho infantil no país vejam que que coisa é uma das coisas mais absurdas que tem nessa lei né E aí eh nós temos a questão da carga horária né que foi o
a coisa que mais pegou na mídia que mais se debateu que mais apareceu que a gente viu aí né Eh a carga horária ela foi PR eh de 1800 que tinha na 13 415 pra formação geral básica que é a a a as são as horas dedicadas aos conteúdos que eh vem instituídos pela bncc né e eh foi para 2400 horas né articulando a bncc com a parte diversificada tá E aí eu quero só passar direto para cá porque aí entra o que a gente quer debater em relação à questão das ciências humanas né Nós
temos aí o artigo 36 a que foi revogado e o seu Capucci falava daquelas áreas né E que que nós tivemos agora nessa nova lei hum é o capuc da do 35d né Vocês viram eliminou o a e depois desdobrou tudo né Eh a base Nacional comum curricular do ensino médio estabelecerá direitos e objetivos de aprendizagem conforme eh diretrizes do Conselho Nacional de Educação nas seguintes áreas de conhecimento tá e vejam que o que que tá diferente de uma lei para outra e que isso é indício do processo de incidência que todos nós fizemos nesse
processo aí né o desdobramento do quais são eh os campos disciplinares que compõem essas áreas tá então a gente tem aqui no caso de ciências humanas vejam que nós temos olha ciências humanas e sociais aplicadas integrada por filosofia geografia história e sociologia então a gente institui efetivamente vai ter que ter lá né quer dizer isso tudo claro vai depender do processo de implementação também e das nossas pressões nesse processo de implementação de garantir né as disciplinas lá tá E olha gente a gente tem atualmente no processo de implementação um uma transformação dessa noção tá você
está desaparecendo das matrizes curriculares a palavra disciplina e isso é muito sério tá porque isso significa o a base do processo de desprofissionalização porque é na disciplina que nós construímos a profissionalidade dos nossos Campos disciplinares é a disciplina de História de sociologia de Filosofia de geografia que vão levar a construção e ao nascimento dos cursos de licenciatura não é o contrário né exe muito essa ilusão de que a universidade surgiu primeiro depois foram os professores que vão não é foi Educação Básica as escolas que surgiram primeiro a necessidade da escola que levou à criação dos
cursos de licenciatura né então a profissionalidade docente nos campos disciplinares é constituída a partir das disciplinas e na medida que nós perdemos esse status Nós perdemos eh a a a a especialização Porque qualquer pessoa pode dar com qualquer formação aula de ciências humanas por quê Porque nós estamos falando de comp componentes de história é um componente né então ele tá compondo o currículo Então ele pode ser ministrado por qualquer pessoa e isso tem se efetivado na prática nós temos visto isso é a continuidade do processo de precarização que já existia antes da lei né antes
da lei a gente chegava para pegar aulas de história e as pessoas se obrigavam a gente a pegar aulas de Filosofia de geografia etc porque senão você não não pega o pacote todo né e os cursos de licenciatura colocava uma aula de Geografia no seu currículo uma aula de sociologia e por causa dessa disciplina que você fez um semestre você podia pegar e tava habilitado A pegar essas disciplinas nós ficamos anos lutando para que isso acabasse para Que professor de sociologia pegasse aula de Sociologia professor de história pegasse aula de história e assim por diante
porque nós precisamos de especialistas Isso é uma das garantias do direito à educação ter aula com especialistas habilitados licenciados e a reforma do ensino médio essa lei né E tinha na lei 3415 e continua agora ela não favorece a a essa atuação isso daqui é a brecha que nós encontramos para poder continuar incidindo lá no processo de implementação e dentro das escolas pela garantia da exigência da formação específica desses profissionais que vão ministrar aula nesses nessas disciplinas que não são chamadas disciplinas aqui no Mato Grosso do Sul por exemplo elas estão sendo chamadas de unidades
curriculares o nome disciplina nas matrizes sumiu né o outro elemento né Eh o artigo 36 eh terminando já o artigo 36 ele vai trazer pra gente no caput então lá na lei 13415 que o currículo do ensino médio será composto pela base nacional com curricular e por itinerários formativos e que os itinerários TM o mesmo nome das áreas da bncc tá e com o quinto aqui que seria um itinerário de Formação técnica profissional que é o grande filão de entrada das parcerias público-privadas na eh nas escolas né E se apropriando aí dos dos das verbas
eh públicas aqui na nova lei esse artigo recebeu uma nova redação então nós temos o quê os itinerários formativos articulados com a parte diversificada de que trata o caput 26 terão carga horária mínima de 600 horas ressalvadas as especificidades da formação técnica e profissional e serão compostos de aprofundamento das áreas do conhecimento ou de Formação técnica e profissional então o que que nós temos nós temos esses itinerários formativos previstos como aprofundamento gente e essa palavra aprofundamento ela é uma coisa muito importante pra gente eh se atentar porque é por aí que nós temos que batalhar
para que continue dentro dos itinerários incidir a necessidade da formação especializada Se nós queremos itinerários formativos que sejam de aprofundamento E que sejam eh que gerem disciplinas interdisciplinares nós precisamos ter profissionais dos Campos que estão previstos aqui nessas áreas e está lá em cima quando detalha as áreas eles estão lá tá é preciso que tenha profissionais especializados licenciados que na interlocução né na dentro da sua realidade escolar construam esses itinerários formativos de forma significativa então eu aqui entendo que isso é outro lugar que nós podemos incidir nós estamos incidindo lá né então quando coloca história
geografia filosofia geografia eh eh sociologia eh como os que compõe a as ciências humanas nós prevemos agora no processo de implementação um aumento da carga horária desses professores na atribuição de aulas por quê Porque aumentou de 1800 para duas 400 horas aumentou de 3 horas semanais a formação geral básica eh diárias para 4 horas né então nós vamos ter um aumento da carga dos professores e aí os professores e professoras precisam também começar a participar mais intensamente desse debate para para poder constituir essas tais unidades curriculares que estão sendo constituídas como itinerários formativos essas unidades
precisam ser construídas num processo discipl interdisciplinar de diálogo entre os profissionais dos Campos disciplinares né então isso é uma coisa que nós não estamos conseguindo na reforma porque as unidades vê construídas da secretaria de educação né porque recebe subsídio lá do governo federal as secretarias constróem os documentos e os professores só entram para atuar aplicando aquilo né Então esse é um lugar que a gente pensa aqui poderia ser um lugar de incidência e pra gente poder começar a ressignificar porque nós estamos numa disputa né numa disputa de projeto né formativo dentro da escola está sendo
ressignificada a escola em todos os sentidos né uma gramática aí do poder que está sendo eh instituída a partir das noções dos do campo Empresarial estão invadindo né a a escola e ressignificando o que que se chama de conhecimento né então Eh esses são os elementos gente que eu gostaria de chamar a atenção e eu gostaria de abrir também eh pra gente pensar algumas questões que nós podemos passar a fazer a partir de agora que são cruciais além de acompanhar a discussão do pne continuar defendendo os nossos Campos disciplinares porque nós temos aí eh milhares
de professores formados aí licenciados atuando sendo obrigados a ficar dando a de projeto de vida que não tem conhecimento nenhum que é uma coisa absurda né é pegar educação financeira E por aí afora E essas aulas eh das unidades dos dos itinerários que são também um absurdo né então eh a gente a gente precisa continuar reafirmando a necessidade de que a nossa formação seja respeitada e considerada na reformulação né E nós precisamos eh eh entender também que eh a esse processo todo vai acontecer por conta de um de uma eh desprofissionalização que está prevista né
porque isso é o que está previsto por essa lei né e continua na na lei 14 eh 945 que é um processo de de desabilitação mesmo dos professores que estão em atuação de desvalorização né E isso tem endereço eh o Daniel cara numa fala na semana passada ele trouxe alguns dados que assim deixa a gente chocada né porque a defesa dos tinos formativos com aquela carga maior né e uma uma diminuição da formação geral básica significa também né Eh que é mais fácil manter o o o desequilíbrio na tribulação de aulas entre professores concursados e
professores temporários né porque o grande objetivo era que os itinerários formativos fossem liderados né lecionados Por professores temporários então no processo de implementação a defesa desses dessas secretarias de educação pela manutenção da 13415 da reforma do ensino médio tinha relação também com termos aí econômicos né com economia de recursos né E aí Ele trouxe o Daniel cara trouxe um dado que é possível era possível com que estava acontecendo economizar de 50 a 60% dos recursos de manutenção e desenvolvimento do ensino nas redes Estaduais de educação e aí esse dinheiro ia para onde né é a
grande Pergunta também né Vocês Veja uma uma precarização do da da da educação ofertada à classe trabalhadora eh uma destituição da profissionalidade dos profissionais eh do nosso campo e ainda esse dinheiro que vai aí ser deslocado quando deveria estar aqui então Eh eu coloco para vocês né Nós precisamos eh enfrentar isso no cotidiano no miudinho começar a afirmar e reafirmar que ainda interdisciplinaridade não se faz sem disciplinas né obrigatoriedade da formação especializada precisa ser defendida ela é parte da garantia do direito à educação né Nós precisamos negar o uso cotidiano da gramática Empresarial dentro da
escola Nós não somos equipes nós somos coletivos porque atuamos em instituições públicas somos servidores públicos e temos que atender a população e não a clientela O estudante não é clientela da escola ele é um cidadão exercendo um direito que é o direito à educação e que o Estado tem obrigação de fornecer né E nós podemos dentro dos estilos formativos promover esses debates com as crianças e com os jovens ali precisamos parar de chamar conteúdos de habilidades os professores já estão falando Ah então para esse para essa discip tá prevista habilidade gente não é habilidade nós
ensinamos conteúdos o que ensinamos conteúdos né Então essa ressignificação ela precisa ir mudando esses esse esse vocabulário Empresarial precisa ser combatido no miúdo da escola e nós as ciências humanas temos muito recurso para fazer esse combate né Eh e fechando né na escola nós precisamos retomar a noção de conhecimento e parar de falar que a função da escola é formar competências temos que afirmar no cotidiano o projeto das profissionais e dos profissionais de educação a Escola de Educação Básica pública tem como objetivos maiores dar acesso ao conhecimento científico validado pelas comunidades científicas em diálogo com
saberes efetivos das Comunidades né né E para haver essa mediação é preciso haver profissionais especialistas licenciados né então defendendo aí a a nossa formação não Por uma questão eh de defesa aí do do nosso peixe né mas e sim de garantia do direito à educação e de garantia de direito também de quem investiu anos da sua vida numa formação especializada para chegar e ser desrespeitado no chão da da escola dessa forma é isso meus queridos Muito obrigado muito obrigada professora Ana desculpa Professora Maria eh sempre com falas muito potentes né muito importantes vários comentários aqui
no chat né concordando com a sua fala Professora Maria Eh agora vamos Professor Egberto Melo eh Professor Dr Egberto lá da Universidade Regional do Cariri a Urca né Professor Egberto meu conterrâneo aqui do Ceará eh ele tem experiência em ensino e pesquisa na área eh ele é da área eh do ensino de história né o professor uberto lá na Universidade do Cariri eh e ele também tem experiência no ensino de História na pesquisa no ensino de história e também na pesquisa de Formação eh de professores atualmente ele compõe a diretoria Nacional da ampu que é
a Associação Nacional dos professores de história e ele é diretor do GT da ampu e do ensino de história e formação profissional então Professor Egberto o que nos resta fazer depois aí da aprovação do novo ensino médio Obrigado professora au só fazendo uma correção né na verdade eu sou diretor de formação profissional da ampul né Não Não mais do GT até já fiz parte do GT tá e a gente tem feito inclusive um trabalho muito interessante do GT de ensino de história e educação né ligado a ampul ligada à diretoria de formação profissional e ligada
a diretoria de Educação Básica tá eh eu queria eu eu vou começar pela a pergunta que a auriene fez né porque foi de fato um pouco que eu procurei intitular eh a minha a minha fala né lei 14945 2024 o que nos resta fazer né então pensar um pouco e aí depois dessa exposição maravilhosa que a Maria Lima fez né o que nos resta fazer diante de tudo isso tá antes de mais nada eu gostaria de saudar todas as pessoas que nos acompanham por aqui gostaria de agradecer imensamente pela oportunidade de poder partilhar este momento
com os companheiros e companheiras dessa luta que a gente vem travando já aí de longas né na luta em defesa das ciências humanas saudar aqui o professor thgo de Jesus representando aqui a abex a professora Neusa Aparecida de Oliveira perz representando a Prof FIB Prof de galira representando aof e a professora Maria Lima representando a AB e claro saudar aqui a nossa querida Maria auriene que está fazendo essa mediação em nome da campanha Nacional em defesa das ciências humanas gostaria também de agradecer enormemente a a trabalho aqui né nos bastidores da Fabiana Lessa lá do
CEFET que nos tá dando aqui esse apoio técnico tá bom bom eu gostaria de começar fazendo aqui uma reflexão sobre o o que é uma construção curricular né Toda conção curricular e vocês devem ter percebido aí pela fala da Maria isso ficou muito claro toda construção curricular ela é necessariamente atravessada pelas disputas e pelos mais variados interesses né evidentemente que nessa luta almejamos sempre ganhar tudo que acreditamos se o ideal todavia numa sociedade e numa disputa democráticas as conquistas são quase sempre parciais e sempre as possíveis para o momento então eu entendo que foi o
possível para o momento foi o que nós conseguimos nesse momento eu entendo que nós nessa construção curricular avançamos mas em alguns aspectos Nós perdemos também né porque toda construção curricular é um jogo de verdades com regras nem sempre visíveis que vão ganhando sentido até se Norma e se normalizar então por exemplo quando a Maria chamou a atenção aí para essa gramática essa nova gramática curricular né ela ela acaba passando por um processo que se a gente não tiver cuidado ela vai se normatizando né E se normalizando então a gente vai trocando conteúdo por por competência
por habilidade então é um processo de normalização que nós precisamos compreender se é exatamente isso que nós queremos né eu diria que essa luta do Ensino Médio tem ainda um longo percurso pela frente nosso papel portanto é o de problematizar e unir forças todas as forças em busca do que acreditamos ser uma educação mais justa para todos e para todas sabemos que a Vitória plena é quase impossível né Principalmente para quem não está nas estruturas do Poder institucional do estado no caso nós né não é fácil lutar contra Poderosas Fundações que garantiram inclusive acento nas
entranhas do Ministério da Educação e do Poder Legislativo do estado brasileiro posso dizer sem medo de errar Que diante das atitudes golpistas do Poder Legislativo e das manobras do presidente da Câmara doss deputados e do relator do pl 5230 2023 que agora transformou-se em lei depois de passar pelo processo do Senado ir pros vetos e voltar para o congresso né tivemos avanço em relação ao que era chamado o novo Ensino Médio agora já o antigo novo ensino médio né mas também tivemos derrotas em relação ao que gostaria que fosse aprovado creio por exemplo que uma
das grandes derrotas e que está diretamente ligada ao ensino de história e porque não dizer as ciências humanas foi a definição do espanhol como uma segunda língua apenas opcional conforme a disponibilidade das redes sobre a alegação que isso teria elevados custos diante da carência de professores ora fosse esse o problema iríamos ter que tirar do currículo por exemplo física e química considerando que nós temos uma carência enorme de professores dessas disciplinas Creio que não é esse o caso né se não tem professores Vamos formá-los então o presidente Lula tem repetido diversas vezes que educação não
é gasto é investimento Então vamos fazer ler o discurso na prática vamos formar por não professores de espanhol e garantir o ensino de história nas redes de Educação Básica para nós historiadores que temos procurado pelo menos uma boa parcela avançar cada vez mais com as epistemologias do do Sul como forma de resistência à hegemonia do Norte Global o ensino de espanhol é uma idade básica e necessária na luta contra a supremacia do neoliberalismo mais de 200 anos atrás vamos lembrar o velho barbudo Marx já nos dizia até agora os filósofos mas mais não fizeram do
que interpretar o mundo de formas diferentes a questão é transformá-lo essa a primeira tese sobre fbar do velho e bom cmax está mais do que evidente que nenhum país da América Latina se transforma sozinho Se quisermos transformar teremos que transformar a América Latina como todo e para transformá-la precisamos reinterpreta mas não a luz da história eurocentrada na colonialidade e no pensamento conservador moderno legitimador do patriarcado do racismo e do capitalismo precisamos reinterpretar transformar e reinterpretar novamente a nossa própria transformação em formas coletivamente variadas a partir das epistemologias do Sul e um destes coletivos como bem
destacou a professora Maria Lima né Nós somos um coletivo an de tudo um desses é a América Latina portanto espanhol é básico para todos nós né a luta pelo ensino de espanhol na Educação Básica é antes de tudo uma luta política curricular Se quisermos formar juventudes que se comprometam em fugir da metáfora do pensamento único de 1984 Jorge temos que pensar em aprender espanhol a exus da língua inglesa como língua estrangeira reforça a centralidade da colonialidade da modernidade eurocêntrica do capitalismo Mais especificamente do neoliberalismo do patriarcado e do racismo Como eu disse antes o currículo
é uma disputa permanente mesmo depois de finalizado continua sendo uma relação de poder e é isso por isso que nós estamos aqui virão agora as normativas complementares e nelas devemos atuar para enfrentá-las e vermos em que podemos avançar mais por exemplo a permissão para EAD como a a Maria Lima citou aí de forma ampassã eu gostaria de de destacar né lá diz o seguinte conforme for regulamentado né com o uso de equipamentos tecnológicos e tal se se nós não formos vigilantes as Porteiras serão facilmente abertas com as regulamentações frouxas e fáceis de serem burladas Então
temos que ser vigilantes e temos que estar mobilizados nesse sentido o mesmo vale para o notório saber e eu não vou aqui entrar na discussão porque eu acho que Maria Lima já bem Trabalhou isso aí o incentivo por exemplo a educação de tempo grau eu considero importantíssimo né não restam dúvidas que na na atual realidade o aluno tem apenas 4 horas de Formação não dará conta das necessidades contemporâneas todavia é preciso definir melhor o que estão chamando de educação ou escola de tempo integral são duas coisas diferentes se eu quero que o estudante passe 7
A 9 horas por dia no espaço escolar eu preciso criar condições minimamente satisfatórias para preencher esse tempo com qualidade e aí vou citar aqui o meu Ceará o Ceará é um exemplo Nacional dessa corrida para ampliar as escolas de tempo integral atualmente só para vocês terem uma ideia a rede estadual de ensino possui 512 escolas com cargo área estendida dessas 512 367 São escolas de ensino médio em tempo integral isso equivale quase por uma fração de décimos a 72 da rede 132 São Escolas Estaduais de ensino profissional 12 são escolas do campo e uma escola
família agrícola a escola e eu conheço algumas delas que são excelentes aqui no Ceará que são escolas de tempo integral mas há outras com estruturas extremamente precárias inclusive e talvez principalmente do ponto de vista espacial eu não posso garantir qualidade de uma educação em tempo integral se eu não tenho os espaços inclusive de de convivência social deve-se portanto ter Cuidado para não criar escolas como se fossem espaços de Campus de concentração e eu vou para uma outra questão para chegar mais próximo da discussão sobre o ensino de história e as Ciências Humanas e aí considerar
avançar um pouco inclusive na discussão que Maria Lima colocou para nós o aumento da carga horária da formação geral básica não deixa de ser uma derrota à reforma teme Mendonça Mas precisamos ficar vigilantes em relação ao processo dessa carga horária estão previstos como a Maria falou 1000 horas para o ensino médio distribuídas em 200 dias letivos a cada ano com previsão de ampliação para 10000 horas anuais conforme abro aspas tá lá na lei os prazos e as metas estabelecidos pelo plano nacional de educação por isso eu quero aqui reforçar o que a Maria Lima disse
sobre a importância de nós estarmos inseridos nesse processo Porque eh nós tivemos toda uma construção na conai e agora vem o plano nacional de educação e se nós não estivermos inseridos nesse processo com certeza esse processo vai ser desvirtuado porque há de considerar que as Fundações Com certeza está estaram lá né portanto Nossa mobilização É no sentido de garantir que esse aumento de carga horária consid a importância das ciências humanas no processo de formação dos jovens que passarem pelo ensino médio não se trata apenas de fazer com que o ensino médio se torne mais interessante
ess é um discurso né bem comum repetidas vezes inclusive nos governos que esses seguiram ao governo temer né Essa Ideia de que o o ensino médio precisa ser interessante é evidente que o espaço escolar deve ser sempre interessante atrativo e afetivo mas isso só fará sentido Se for para formar com qualidade e aí temos que definir o que que nós estamos chamando aqui de qualidade Acho pouco provável que consigamos reverter de imediato a lei depois de já ter sido sancionada mas ainda podemos investir em algumas frentes dentro da própria lei podemos considerar por exemplo o
artigo 36 que Maria Lima já destacou que trata das 600 horas dos itinerários formativos que serão abre aspas compostos de aprofundamento das áreas do conhecimento no mesmo artigo destaca que o Conselho Nacional de Educação com a participação dos sistemas estaduais e distritais de ensino elaborar lá as diretrizes nacionais de aprofundamento de cada uma das áreas de conhecimento e aí é aquilo que Maria Lima acabou de dizer né essas áreas T que ser garantidas sempre na Perspectiva da disciplina de forma interdisciplinar mais a partir da disciplina temos aí portanto uma frente de ação considerável e importantíssimo
junto ao Conselho Nacional e aos sistemas estaduais e distrital para que estas orientações considerem as discussões mais recentes sobre o ensino de ciências humanas no nosso caso no campo do ensino de história nesse sentido os objetivos de ensino de história seja na formação básica não como área mas como disciplina como bem Maria já já pontuou ou nos itinerários formativos de aprofundamento devem considerar a pluralidade de vozes e sujeitos no processo de formação de nossa sociedade precisa considerar a diversidade das reivindicações dos movimentos sociais que tem como princípio o direito às diferenças esses objetivos precisam criar
condições curriculares de uma história ensinada que promova a educação intercultural antiracista e antissexista as questões são muitas Ainda temos que considerar a base nacional para a formação Inicial e continuada de professores os projetos pedagógicos dos cursos de licenciaturas os projetos pedagógicos de de cada escola e de cada rede Nossos programas de disciplinas e nossas práticas em sala de aula em todas essas frentes devemos considerar os diversos grupos sociais que ao longo da nossa história tem sido vítima da opressão e das mais variadas formas de injustiça e que precisam não apenas serem representados mas que possam
se representar conforme se identificam no mundo e na história creio que é Assim estaremos possibilitando um ensino das ciências humanas com vista à descolonização do pensamento que possa descolonizar Nossa forma de agir e de ser não se trata de negar completamente a racionalidade moderna mas de desmon umentar é preciso encontrar forma para que os trabalhadores subal ou mesmo excluídos de toda a possibilidade de existência os imigrantes os afrodescendentes os povos indígenas ribeirinhos povos das florestas povos das águas enfim as mulheres a população lgbtq ap mais dentre tantas outras sintam-se parte da história que possam o
ensino de sua própria história é preciso desconstruir toda forma de conhecimento que legitime as mais variadas formas de opressão então para finalizar eu volto à questão Inicial que nos resta fazer penso que seja nas práticas cotidianas da sala de aula ou nas lutas políticas dentro dos territórios das reformas que devemos considerar o cenário de resistência a chamada razão neoliberal romper as nossas fronteiras epistemológicas articular a diversidade de saberes e nos Reinventar não conforme a flexibilidade e o empreendedorismo da nova razão do mundo mas conforme a necessidade da multidim dos processos educativos penso que é um
pouco por aí e aí passo a palavra para enfim a au Vai comandar aqui muito obrigada Professor Egberto agora nós vamos para a fala do Professor Edgar Lira Professor gala graduada em Engenharia Química tem mestrado e doutorado em filosofia pela PUC do Rio de Janeiro onde ele atua como professor e pesquisador tem experiência na área de filosofia contemporânea especialmente em problemas éticos políticos e pedagógicos vinculados à atual hegemonia tecnológica recentemente lançou o livro o esquecimento de uma arte retórica educação e filosofia no século XX atua como colaborador no mestrado profissionalizante em filosofia e ensino do
CF eh do Rio de Janeiro e integra o GT ensinar a filosofia da anof Associação Nacional de pós--graduação em filosofia ele também assessorou o MEC na elaboração das duas primeiras versões do documento da bncc Professor Edgar eh obrigada obrigado [Música] você me ouve bem Maria me ouve bem tá então eu te agradeço enfim a apresentação agradeço a Fabiana e pelo trabalho nos Bastidores a Maria Lima e a todos os colegas enim presentes eh eu vou fazer uma fala mais livre e mais curta tentando chamar atenção para algumas especificidades que são fruto aí da minha própria
experiência eu tenho trabalhado com formação de professores desde 2007 e tive na luta lá pela obrigatoriedade disciplinar da filosofia e da sociologia em 2008 e em 2015 recebi o convite para integrar a equipe que elaborou né que tava convocada para elaborar eh as primeiras versões da base Nacional comum curricular e eu fiquei nessa equipe até a deposição da presidenta Dilma né quer dizer era um documento bastante participativo havia 130 e poucas pessoas enfim nessa equipe ela tava totalmente estruturada em cima dos direitos e objetivos de aprendizagem né se entendia educação como garantia de direitos e
quando veio o golpe parlamentar que trouxe o temmer ao poder é a medida provisória 746 que já foi mencionada aqui eh a lei 13415 eh a bncc teve que ser totalmente reformulada Enfim no segmento ensino médio e essa terminologia das eh habilidades e competências foi então tomada como Carro Chefe quer dizer reeditando lá o governo do Paulo Renato enfim o o os parâmetros curriculares nacionais etc com esse tipo de léxico né Essa gramática que no meu modo de entender tem muito mais a ver com com a ideia de Mundo do Trabalho do que de garantia
de direitos né curioso que agora na recém-aprovada lei 14495 quer dizer os dois léxicos comparecem né as competências e habilidades permanecem na modificação do artigo 35B Parágrafo 4 né e os direitos e objetivos eh de aprendizagem aparecem quer dizer no mesmo artigo 35d no caput né e no artigo 36 parágrafo sego B né então elas convivem quer dizer a base Nacional continua com essim com essa gramática de competências e habilidades e nós vamos ter que ressignificar isso aí ao longo do tempo eu acho que não é uma mera questão terminológica como os colegas já evidenciaram
né bom essa minha vivência eh eu fui na verdade relator do do das ciências humanas do ensino médio da primeira versão da base aquela que gerou chamada consulta pública pelo Portal e eu já convivia n nessa época a Dilma era presidenta né com esses interesses muito muito eh digamos Vorazes né quer dizer do do empresariado não vejo o problema que o empresariado se faça ouvir não é mas não como voz hegemônica obviamente não é quer dizer a ideia é que nós professores enfim nós formadores de professores sobretudo pessoal do chão da escola quer dizer do
ensino público não teríamos competência não é para renovar o ensino médio dentro de um projeto de educação eh afinado com com os desenvolvimentos tecnológicos no Século XX e e o processo que entrou pelo governo temer e depois seguiu adiante foi um processo de silenciamento mesmo né a gente via na mídia apenas os os as vozes das tink Tanks né das Fundações enfim falando em Finlândia falando em Austrália né Falando sei lá em Chile no melhor dos casos quer dizer como se eh um pedantismo mesmo né quer dizer como se fosse simplesmente uma questão de importar
quer dizer modelos evoluídos né quer dizer modelos que teria mais chance dar certo aqui na nossa querida Pindorama eh e agora com digamos o o a reeleição do presidente Lula quer dizer se esperava que que esse esse estirão né que começa lá no governo temer que ele sofresse um golpe mais forte no sentido de de de de de uma revogação e obviamente isso não aconteceu porque a eleição do atual presidente foi fruto de uma negociação quer dizer de um eh de uma série de pactos enfim com com vários setores da da da da sociedade necessários
a evitar qu dizer mais um governo e enfim bolsonaro né que teria sido alguma coisa impensável pelo menos para mim né Mas então Eh houve toda essa discussão eu eu parabenizo todos os colegas envolvidos na luta eu acho que alguma coisa sim se ganhou com a aprovação da da 14 495 e assim como os colegas anteriores falaram a gente tem que discutir agora quer dizer o que que a gente faz né me parece tendo a concordar que a l luta vai ser nos Estados né nas escolas eh no dia a dia enfim a partir do
conhecimento da lei não é quer dizer também no foro Nacional junto ao ao CNE não é a quem caberá emitir legislações complementares e e legislar sobre itinerários formativos Enfim tudo isso tá aí previsto na 14 495 não é essa digamos assim esse ganho de de de de carga horária né paraa Fundação básica né para 24400 horas ela enfim é é é de fato um um progresso né de fato um a vareira em alguma medida a gente percebe que há uma série de exceções possíveis que podem reduzir esse eh essa carga horária bruta para 2100 ou
mesmo para 1800 horas envolvendo aí quer dizer uma série de abatimentos né E isso tudo precisa ser muito bem regrado eh porque Justamente eu eu vejo essas disputas né do empresariado quer dizer de uma certa mentalidade com na melhor das hipóteses como eh uma disputa por um modelo de educação né um modelo neoliberal que que produz a mão de obra enfim que mas no No pior dos casos me parece um um uma disputa por mercado né Por parcerias público-privadas por por venda de AD por venda não é quer dizer de serviços que de alguma maneira
possam eh ser eh ressignificados pela propaganda como serviços progressistas né como serviços que tornam a escola mais interessante etc então é muita atenção tem que ser enfim eh prestada a isso inclusive porque o ensino superior nos serve de lição né hoje asos maiores universidades eh do Brasil em termos de eh de número de alunos universidades EAD né como a universidade Norte do Paraná Universidade Paulista Universidade estad Sá Universidade norve de Julho e tantas outras enfim que apostaram fortemente nesse modelo então quando se fala lá em em eh ensino mediado por tecnologias eu fico com sinal
Amarelo aceso né Eu acho que a questão tecnológica ela é inevitável quer dizer ela é um um um um momento histórico né indep passável mas a maneira de resolver isso não pode ser trivializada eh com vistas ao ao lucro de grupos que nada t a ver com com educação pública com bem-estar social comum e com o futuro do do país né bom eu já vou me encaminhando pro final eu acho que essa luta ela ela vai depender muito de organização e nesse sentido eu festejo quer dizer na minha área área da filosofia quer dizer a
ressurreição do Fair profil né Eh o o afro eh FIB né que que enfim vai eh ter uma Fala logo adiante né A abfi que tá posta em discussão agora eh no evento bianual da Associação Nacional de pós-graduação e filosofia qual a qual eu pertenço né E todas essas entidades juntas eu acho que podem trabalhar tanto para pra garantia enfim dos nossos tempos de aula e da nossa qualidade de trabalho no chão da escola quanto junto ao pne né eh convém sempre lembrar que a nossa luta não é apenas uma luta curricular o currículo é
uma é um pedaço da coisa né a gente tem que lutar por melhores salários tem que lutar por tempo de descanso né Por por reconhecimento social né a gente tem que lutar por eh capacidade de ir e vir à escola né tem que tem que lutar por por merenda né Por refeições temos que lutar por uma série de coisas que viabilizam né logisticamente materialmente eh o essa troca enfim eh de experiências de conhecimento e pensamento quer dizer em sala de aula né vou fazer duas pontuações especificamente paraa filosofia pro pessoal da filosofia porque eu acho
que nós precisamos nos entender internamente e nos assim nos fortalecer né o equacionamento das nossas diferenças porque disso vai vai depender a nossa força na luta por vir né então nós temos aí um primeiro ponto que é a questão de como é que o cânone filosófico né quer dizer até então hegemônico vai conviver curricularmente daqui para diante com as vozes emergentes né com o as epistemologias do Sul com os feminismos com o pensamento ameríndio né com o pensamento africano e mesmo o pensamento oriental e etc né né quer dizer talvez seja uma boa eu não
gosto muito do termo Mas enfim não me ocorre outro melhor uma boa janela de oportunidade inclusive pra gente discutir o que que a gente vinha fazendo com Canon quer dizer até então e a partir daí eh repensar e aprofundar o problema da necessidade da Filosofia na formação básica né O que que ela deseja ser pode ser e como é que ela pode vir a ser enfim isso que eh que Pretender ser né n à luz desses acordos quer dizer internos e também interdisciplinares porque a filosofia tem que dialogar com a história com a geografia com
as Ciências Sociais enfim para que e também com com as outras né com a matemática com a língua portuguesa e etc e o meu último ponto tem a ver com uma questão que é ao mesmo tempo didática cultural e logística né que é o problema do avanço das redes sociais quer dizer das noas as tecnologias que nos invadem que o bicente né fazem parte das nossas existências Eu tenho um projeto enfim numa escola da Rocinha do cton seno né que fica na base da favela da Rocinha no Rio de Janeiro projeto financiado pela fapes é
um núcleo de Cultura digital e lá junto com auxiliado pelos colegas da Ciências Sociais que são muito melhores em pesquisas de campo do que a nós da filosofia não é nós tentamos entender os hábitos digitais dos alunos e a gente tem descoberto coisas muito importantes né do ponto de vista de como é que eles se informam como é que eles estudam como é que eles acessam a rede como é que eles se divertem enfim como é que eles se orientam [Música] né a base Nacional tá cheia de sugestões não é de que esse digamos assim
essa essa hegemonia tecnológica precisa precisa ser pensada mas eu convoco os colegas da filosofia não é e também os das outras eh ciências humanas sobretudo quer dizer a levarem maximamente a sério quer dizer esse desafio eh eu uma coisa anecdótica episódica a gente estereotipa muito né Pensa que conhece a juventude eu tô falando de uma favela né tô falando de um o Esse colégio ele tem 90% dos alunos morador hoje daquela região a gente encontra ali os alunos vidrados na Bet Nacional né ou mesmo comprando criptomoeda quer dizer assim contar com a questão do dos
jogos enfim todo um tipo de formação de subjetividade quer dizer que precisa da nossa atenção eu acho que disso depende inclusive o convívio na sala de aula a didática enfim não são alunos do século XIX não é quer dizer são subjetividades em ebulição e na qual se conjuga a caristia né a falta de recursos a precarização com uma uma hip exposição a questões eh hightech né os celulares estão em todas as mãos né enfim temos aof agora no mês de setembro final de setembro início de outubro Espero que essas questões também sejam tratadas elas precisam
de muita muita muita atenção nós temos hoje a a 2338 né que é a lei que pretende disciplinar a inteligência artificial no Brasil tramitando no senado é uma lei de autoria do atual presidente do Rodrigo Pacheco eu tive a oportunidade que o trabalho com filosofia da tecnologia além de trabalhar com formação de professores examinar essa lei e discutir etc junto com os colegas da área de informática de computação e etc e pasm há duas menções à educação na lei que regul inteligência artificial no Brasil uma delas completamente inespecífica não é eh enfim como é que
nós vamos conviver com o chat GPT não é Com todas essas inteligências artificiais generativas que vem com força né que de alguma maneira impactarão qualquer tipo de projeto formativo eh que nós possamos levar adiante eu vou ficar por aqui porque eu acho que ainda tem colegas para falar senão ficará Enfim uma sessão muito longa essa nossa e eu eu também tô louco para ouvir né Muito obrigado Muito obrigada Professor Edgar muito interessante eh a gente vai agora eh vamos continuar com a discussão né de filosofia nossa próxima convidada é a professora Neusa Aparecida eh professora
Neusa Aparecida de Oliveira Perez ela é presidente da apri que é associação de professores e professoras de de Filosofia e filósofos e filósofas do Brasil ela é graduada em história com habilitação e filosofia especialista em ensino de filosofia especialista em História oral paleógrafo do no Museu da imigração de São Paulo membro do Nadi núcleo de Antropologia do direito da USP conselheira da apos Sindicato de professores eh de São Paulo Boa noite bem-vinda professora Neusa A fala é sua obrigada eh primeiro agradecer a Maria né Professora Maria por este convite por organizar esta essa nossa conversa
né Eh também por fazer parte da campanha né de estar de estarmos Juntas e juntos nessa luta né que é para nós ela é ental né como eh você disse Maria eh isso é um coletivo né E se é um coletivo nós vamos pensar Juntas e juntos e eh estudar maneiras de de eh entender essa essa realidade né que a gente está vivendo e e e também eh traçar formas de resistência né para essa luta eh eu coloquei aqui o título né da minha fala eu acho que não foi bem esse mas eh o que
eu quis dizer eh foi isso como pensar a filosofia depois da sanção do presidente Lula na lei 14 945/2021 não temos respostas né eu creio que eh O Professor Edgar que me antecedeu que também é de filosofia eh também não tem resposta Mas vamos eh discutir vamos conversar e vamos eh estudar uma forma né de de eh de enfrentar essa realidade a verdade é essa eh a partir da experiência com a implementação em 2021 aqui em São Paulo no governo João Dória da reforma do ensino médio eh nós podemos fazer uma análise do quão desastrosa
foram para a educação básica na escola pública estas mudanças eh é preciso lembrar a Maria já citou Eu acho que eu s colocado isso mas vou repetir eh é preciso lembrar que as reformas efetuadas estão calcadas na base Nacional comum curricular 2015 eh no governo temer construída já com muita discussão contrariando os seus PR 2017 até aqui percebemos que não há mudanças substanciar nas alterações pois o que é fundamental para o ensino da filosofia é o retorno da sua obrigatoriedade enquanto disciplina né com carga horária em todos os anos do ensino médio e ministrada por
professores graduados para tampo e estas necessidades projetos de lei 5230 14945 não alteraram né Eh houveram emendas eh pedindo né a alteração e a obrigatoriedade mas eh essas essa essas emendas foram levadas para o Senado Federal e nem sequer foram analisadas e discutidas quando a voltar para o congresso Nacional sua aprovação ocorreu de forma int tempestuosa a lei 400 eu tô falando da Lei eh 14.945 em menos de um minuto Artur Lira declara aprovada em relação à 13.415 as mudanças feitas na 4945 são pequenas não dá um caráter de reforma propriamente dita mantém quase na
íntegra a reforma do governo Temer a nossa análise parte da aplicação destas reformas na sala de aula junto aos professores alunos e comunidade escolar o que temos é o caos em que se tornou educação pública brasileira com o nível de ensino rebaixado carreira do professor precarizada e a e a perda que a sociedade civil sofre no geral dentro de uma lógica neoliberal de construção de um estado mínimo acelerou-se as privatizações terceirizações e a introdução da iniciativa eh público-privada no sistema de educação Para viabilizar este projeto mudanças curriculares retiraram ou diminuíram a quantidade de aulas ligadas
a uma formação humanizadora em especial as aulas de filosofia em detrimento de uma formação técnica pseudo profissionalizante estas mudanças nem oferecem de fato uma formação profissional nem permitem a a formação plena do indivíduo tornando capaz de analisar sua própria realidade e buscar a transformação da sociedade a escola pública tornou-se lugar de contenção dos problemas sociais e é lá que as crises explodem o professor é o alvo direto dos descontroles emocionais comuns na nossa juventude e neste sentido podemos inferir ao reducionismo nos eh currículos construídos a partir desta desta neoliberal a questão central para entender eh
o cotidiano escolar eu eu eh fiz essa pequena introdução Mas o que eu quero trazer aqui paraa discussão eh para nós eu acho que a Maria já já fez uma análise bem eh profunda né a respeito da Lei 1494 C mas eu gostaria de trazer aqui paraa nossa eh discussão eh o o o o o que acontece na escola o que tá acontecendo na escola a eh o que nós estamos vendo são eh professores eh adoecidos Nós estamos vendo eh a carre carreira do professor precarizada né ou como disse a Maria ela tá sendo desmontada
né aqui em São Paulo eh desde 2011 com a criação da Lei 193 Que que foi criada para eh contratação de professor eh de forma emergencial eh essa lei ela foi sendo ano a ano até se tornar de fato a forma de contratação que o estado eh efetua hoje nós temos na rede eh acho que mais de 50% dos professores são contratados precariamente dessa forma eh precarizada né Eh sem direitos né Sem eh num primeiro momento eles eram contratado por tempo né por tempo determinado eh o ano passado foi feito um concurso para efetivação desses
professores mas esse concurso ele foi feito com base na lei que institui essa eh nova carreira que é essa forma eh precarizada de contratação do professor O que significa que esses professores que estão sendo efetivados que vão ser efetivados daqui até o final do ano eles vão continuar com a a carreira precarizada né então isso eh reflete dentro da sala de aula porque eh o professor ao não ter segurança no seu emprego né ele não pode ter eh esse eh ele não tem a segurança no emprego ele não tem eh eu acho que não é
só a segurança no emprego né É só é é a própria formação dele né ele passa a questionar a sua própria formação né E isso Eh tá sendo eh tá acontecendo não só no Estado de São Paulo a gente vê que isso também acontece em outros estados essa forma de contratação área que que foi instituída a partir do Estado de São Paulo ela também acontece em outros estados né então isso eh leva o professor a desenvolver eh síndromes n eh enfim é uma é uma é uma situação que né que leva a gente que leva
eh quem está próximo do professor também a viver essa angústia né Eh com referêncial ensino em si o que nós vemos também eh os alunos né não tem eh ao não ter essa segurança né Essa essa esse ensino né de de de qualidade eh parece que também não tem a sua não tem uma eh não ver perspectivas né dentro do do seu estudo então eu acho que são essas são essas questões né que eu eh gostaria de trazer para cá eh são Paulo nós estamos eh vivendo agora eh a tentativa de implantação da escola C
militar A escola cívico-militar é uma ela foi foi criada no governo eh bolsonaro com a a um objetivo de eh conter né a violência né dentro da escola aqui em São Paulo o projeto do do Tarcísio ele coloca né Eh policiais aposentados dentro da escola né num primeiro momento ele não não diz eh não é na parte pedagógica é na parte de segurança né da escola mas nós sabemos muito bem né que que esses eh policiais a serem eh inseridos no sistema educacional ele acaba também influenciando na parte pedagógica né Eh esse projeto de lei
do do Tarcísio eh ele foi já foi foi considerado né inconstitucional e mesmo assim ele insiste em querer implementar nas escolas aqui em São Paulo eh na eh acho que foi [Música] eh acho que foi Rio Grande do Sul que ele foi considerado também a a a o considerou como inconstitucional esse a a implementação desse desse projeto né mas mesmo assim o tacisio tenta implementar aqui né Nós vemos eh esse projeto como uma forma de silenciamento né é uma tentativa de silenciar porque através da da da da justifica inativa de manter a disciplina né a
disciplina militar que é uma é uma medida lá do tempo da ditadura que ele recuperou de o o bolsonaro recuperou depois eh o presidente Lula eh suspendeu esse projeto no início do ano e ele agora eh recupera esse projeto e tenta implementar aqui em São Paulo né Então essa eh eh eh é uma luta que a gente tá travando aqui né em São Paulo contra a militarização da escola pública né Eh uma outra uma outra medida também né que a gente vê que que que também tem desgastado a saúde do professor é a plataformização do
ensino né hoje nós vemos eh tudo é feito através de plataformas desde o controle eh de presença do aluno até as plataformas de ensino que são oferecidas ao professor e ele é obrigado a trabalhar com essas plataformas na na da sala de aula então tudo é feito através das plataformas o professor ele não tem mais eh a liberdade de cátedra ele não é eh ele não tem a oportunidade de ele ensinar o que ele eh o conteúdo né que ele tem preparado que ele eh eh ele foi formado né para passar como ensino pro aluno
então Eh para nós né isso eh é desastroso né essa essa as medidas tanto a plataformização como a eh militarização da escola né Eh é é é o que tem acarretado né nos professores um grau muito grande de adoecimento né Eu acho que eh Maria se você auriene eu vou devolver para você a fala muito obrigada professora Nea eu fiquei bastante nervosa desculpa e aí acabei não desconcentrando desculpa vamos agora ao professor Dr thgo de Jesus Esteves eh Ele é professor titular de sociologia do centro Federal de educação tecnológica o CEST do Rio de Janeiro
docente permanente do mestrado profissional de sociologia em rede nacional Prof sócio no polo da Universidade Federal de Juiz de Fora vice-presidente da abex que é Associação Brasileira do ensino de Ciências Sociais tem atuado principalmente nas áreas de reforma do Estado gerencialismo reformas educacionais avaliação interna e sistemas de ensino eh na Educação Básica e superior administração da educação políticas públicas educacionais avaliação Educacional Educação Básica e superior e ensino de sociologia ele também é membro do coletivo em defesa do ensino médio de qualidade Eh boa noite professor Tiago a fala boa noite Muito obrigado Maria uninet pela
pela Generosa apresentação bom boa noite bom dia boa tarde para todas todos e todes inicialmente eu queria agradecer ao convite feito pela coordenadora da campanha Nacional em defesa das ciências humanas na Educação Básica Professora Maria Lima para que a Associação Brasileira de ensino de Ciências Sociais eh compusesse essa mesa juntamente com as entidades irmãs a Associação Brasileira de ensino de história representada pela professora Maria a Associação Nacional de história representada pelo professor Egberto a Associação dos professores e professoras de Filosofia e filósofos e filósofas do Brasil representada pela professora Neusa a Associação Nacional de pós--graduação
em filosofia representada pelo Professor Edgar e Esperamos que em breve venha Se somar con nessa luta a Associação Brasileira de ensino de filosofia a befi que será fundada né no mês de outubro bom também agradeço a mediação da professora Maria auriene e ao auxílio fundamental nos Bastidores né infelizmente as pessoas não conseguem acompanhar da professora Fabiana bom eu vou falar um pouquinho né dessa lei 14.945 de 2000 e 24 né e o que vale para quem tá no chão da sala de aula né que eu acho que é um debate que por vezes acaba um
pouco negligenciado a gente acaba falando né sobre o contexto que levou essa aprovação o histórico o que que aconteceu né o o o processo de tramitação no Parlamento as diferentes incidências né Eh na lei mas o fato é que agora a gente tem né não mais um p L mais uma uma lei e que passa essa lei passa a ter validade então a gente eh percebe né que até mesmo por conta enfim de toda a precarização do trabalho que a gente sabe dos professores da Educação Básica que muitos e muitas eh eh não conseguem acompanhar
todos esses desdobramentos então a minha fala eu estruturei ela de modo a esclarecer eh os professores e as professoras né os interessados os pesquisadores pesquisadoras os próprios estudantes e responsáveis eh de de pontos que de fato vão gerar eh alterações no chão da sala de aula ou seja eh impactos para aqueles E para aquelas que tão eh nas salas de aula da Educação Básica que estão nas salas de aula do ensino médio no nosso país eh eu vou começar falando assim pontuando três pontos que eu considero que são fundamentais que a gente faz esse debate
né sobre ensino médio sobre a a a a reforma do ensino médio né do novíssimo ensino médio Enfim acho que a gente vai precisar de algumas definições ainda é precisam saber bom primeiro lugar tá pessoal nós eh quando a gente tá falando eh de ensino médio e dos impactos a gente tem que saber o seguinte que 85% dos Estudantes matriculados no ensino médio eles estão nas redes estaduais isso quer dizer que uma pequeníssima parcela desses estudantes coisa de 3% tá nas redes Federais e aí um pouco mais de de 10% 12% eles estão nas redes
privadas então assim o grande Impacto que a lei eh 14.945 tem é sobre os estudantes das redes estaduais né que a gente sabe que a rede Federal ela não foi eh tão impactada os institutos federais os colégios de aplicação Colégio Pedro I né eles não alteraram eh a sua grade curricular eles não deixaram de ofertar nenhuma disciplina nenhum conteúdo pros seus alunos e na rede privada a mesma coisa né Ou seja a rede privada também mantém eh eh tudo como antes ou seja preparando os seus estudantes para ingressar eh no ensino superior tá isso é
é é o primeiro ponto segundo ponto é a o termo A nomenclatura ciências humanas e s oficiais aplicadas é que que foi mantida né Nós chegamos a fazer uma incidência chegamos a Air que um senador da República propusesse uma alteração dessa nomenclatura tá eh mas enfim a a a a Senadora professora dorinha que era relatora eh no senado optou por manter o que foi mantida infelizmente na Câmara dos Deputados eh essa nomenclatura esse termo É muito problemático né É muito problemático por quê porque primeiro é um termo que surge justamente com essa reforma né um
termo que surge lá com com a bncc e não existe esse simplesmente não existe essa terminologia ciências humanas e sociais aplicadas eh eh na literatura acadêmico Cent cífica tá o que a gente tem por exemplo Ciências Sociais aplicadas elas ela trata de áreas do conhecimento eh eh que não tem relação alguma com a geografia com a história com a filosofia ou com a sociologia né ela trata de Economia direito serviço social e aí por aí a gente vê o quanto é problemática né ou seja eh eh pode ter chegar um momento onde isso pode ser
questionado por exemplo daqui a pouco a gente ter advogados assistentes sociais eh psicólogos dentro eh eh da sala de aula então eu vejo eh eh já começo falando que a nomenclatura adotada ela é bastante problemática eh e terceiro e Último Ponto dessa breve introdução eu queria chamar a atenção de vocês o seguinte para que a publicação da lei 14.940 D5 ela ocorreu sem nenhum tipo de Cerimônia comunicado imagem ou uma única postagem nas redes sociais seja da presidência da república do Ministério da Educação ou do ministro Camilo Santana Eu acho que isso demonstra isso fala
muito sobre todo o processo de tramitação e todo mal que essa legislação vai fazer paraa Educação eh eh notadamente ação pública brasileira né então ou seja o fato de que não houve cerimônia não houve comunicado não houve foto não houve festa não houve nada eh eh demonstra muito bem o constrangimento né se é que se é que é possível falar em constrangimento eh eh dos das nossas dos poderes da República com esse texto que foi aprovado tá bom E aí eh a gente trata agora né da da da da da Lei propriamente dita bom queria
e iniciar falando que o presidente Lula ele veta ou seja ele exerce seu poder de veto sobre o texto que foi aprovado na Câmara dos Deputados então ele veta o parágrafo terceiro do artigo 44 e o parágrafo único do artigo 12 bom esses dois parágrafos eles tratavam dos processos de seleção de estudantes para o ensino superior enfim tratavam do Enem uma vez que o Enem é o maior eh mecanismo de seleção de estudantes pro ensino superior eh no Brasil né ao vetar esses parágrafos foi garantido que os conteúdos avaliados eh nos processos seletivos pro ingresso
no ensino superior sejam somente aqueles dispostos na formação geral básica isso é Artes biologia educação física filosofia física Geografia História língua inglesa língua portuguesa matemática química e Sociologia bom com isso foi excluída a possibilidade de serem avaliados os itinerários formativos que constituem a parte diversificada do currículo como queria o relator o deputado Mendonça Filho então a gente eh tem um ganho é visto que a gente sabe que na verdade os processos seletivos para ingresso no ensino superior o unem são uma grande política indutora de currículo né Não só na educação privada mas também na educação
pública então a gente eh tem eh nesse sentido a gente tem uma conquista a lei 14.945 ela Manteve a divisão das disciplinas ou Como chamam né dentro do que a do que a a a Maria e o Edgar chamaram a atenção né dessa dessas novas nomenclaturas né as disciplinas ou os componentes curriculares em dois blocos distintos um Bloco Eh denominado formação geral básica e o outro bloco denominado é itinerários formativos eh em relação aos itinerários formativos o artigo 36 eh foi disposto eh uma significativa mudança em relação a legislação anterior Pois estes passam a ser
compostos por aprofundamentos na área do conhecimento na respectiva área do conhecimento né Eh eh lá eh ciências humanas linguagens Ciências da Natureza ou matemática ou na área de Formação técnica e profissional E aí eu chamo Atenção para isso né até porque o ministro Camilo Santana em algum Em algum momento ele disse que ele gostaria que 70 % das matrículas eh do ensino médio fossem na educação profissional e tecnológica bom com essa redação que tá na legislação Esperamos que arremedos disciplinares que vinham sendo criados pelas redes de ensino como empreendedorismo brigadeiro gourmet bolo de pote RPG
ou Quem Quer Ser Milionário não tenam mais espaço no currículo do Ensino Médio Mas a gente vai ver daqui a pouco que e isso pode não ser verdade Infelizmente como também já foi destacado a língua espanhola ela foi excluída e aí a responsabilidade é do deputado Mendonça Filho eh eh Que redigiu que foi o redator né Desse texto na Câmara né a deputada a a Senadora professora Dorinha eh retomou essa obrigatoriedade e ele novamente mais uma vez retira né Eh o que é como destacado extremamente grave E aí eu chamo atenção o seguinte que a
possibilidade dos respondentes né dos candidatos do Enem escolherem a língua espanhola como opção de idioma estrangeiro e assim eh eh se conseguir né que as redes mantenham o espanhol eh tá com dia tá com os dias contados né isso não Tá previsto na lei sequer a manutenção do espanhol no bom eh a oferta das 12 disciplinas que compõe a formação eh geral básica quais são essas 12 disciplinas mais uma vez Artes biologia educação física filosofia física Geografia História língua inglesa língua portuguesa matemática química e Sociologia tá essas 12 disciplinas elas estão ainda que elas estejam
previstas na formação geral básica elas estão previstas né de acordo com as áreas do conhecimento quatro áreas do conhecimento eh só que a gente tem um problema aí né para mim Talvez um dos grandes vários problemas nessa lei Mas enfim um dos graves problemas uma das graves distorções aqui é que a lei apesar de definir as 12 disciplinas ela não define um quantitativo mínimo de al nem estabelece uma distribuição dessas disciplinas pelas séries do ensino médio tá então assim mais uma vez tá gente e não tá dizendo a lei diz o seguinte que as redes
Elas têm que ofertar essas 12 disciplinas ao longo do ensino médio ela não diz né ela não não coloca um quantitativo mínimo por exemplo uma luta histórica Nossa é da abex que é o estabelecimento de no mínimo dois tempos de aula em cada série para cada disciplina tá porque nós entendemos que esse é o é é o tempo mínimo para que um professor e com uma professora possa trabalhar adequadamente possa trabalhar com qualidade eh eh os conteúdos da sua disciplina junto com os alunos né então Eh com isso continua sendo possível uma das mais graves
distorções que temos vivenciado no campo Educacional brasileiro que é por exemplo o fato de uma rede de ensino ofertar uma única disciplina com seis tempos em cada uma das séries e uma outra disciplina lá e aí e eh nós da sociologia e e os colegas as colegas da filosofia né da pessoal das Artes também eh da Educação Física quase sempre somos vítimas eh nesse nessa distribuição de cargo horário a gente pega e fica lá com um tempinho de aula algumas vezes dividindo duas disciplinas dividindo um único tempo de aula numa única série né então isso
é possível que se continue a gente lembra por exemplo hoje inclusive foi foram divulgados os dados do Ideb o índice de desenvolvimento da Educação Básica no qual eh um dos componentes desse índice é a prova né uma prova que os alunos fazem uma prova de português e de matemática e aí ou seja as redes para que possam aumentar essa nota elas reforçam eles dão enfim o quantitativo de aulas de português e matemática em detrimento das outras eh disciplinas outra grave distorção ignorada na lei número 14 1945 e que está desmotivando e adoecendo muitos professores e
professoras do ensino médio é relativa à formação adequada para ministrar as aulas do itinerários eh formativos nesse sentido eu destaco que eh alguma que as disciplin em sua na grande maioria das redes não foi estabelecida Qual é a formação Inicial que os professores e professoras têm que ter para ofertar as disciplinas dos itinerários formativos isso tá levando pessoas muitos dos quais né Eh formados ou seja ados eh alguns pós-graduados com mestrado com doutorado com pesquisas consolidadas nas suas respectivas áreas de Formação a terem que dar aula de conteúdos para os quais Não tem qualquer tipo
de Formação por quê porque simplesmente as redes não estabeleceram Não definiram Qual é a formação do professor para lecionar determinada disciplina determinado eh conteúdo curricular né ou seja E aí a gente tem esse esse surgimento dessas disciplinas brigadeiro caseiro bolo de pote RPG Quem Quer Ser um Milionário e aí eh eh São colocados os professores que deveriam estar lecionando as disciplinas científicas humanistas eh humanísticas filosóficas eles são colocados para dar essas aulas mais uma vez para o qual eles não foram formados para tal bom ainda em relação aos itinerários formativos o par parágrafo 2B do
artigo 36 da Lei 14945 ele estabelece que o Conselho Nacional de Educação com a participação dos sistemas estaduais e Distrital de ensino elaborará as diretrizes nacionais de aprofundamento de cada uma das quatro áreas do conhecimento a serem considerados nos itinerários formativos bom chamo atenção disso para para ponderar algumas questões bom primeiro lugar eh a luta por o ensino médio de qualidade ela não termina com a promulgação da Lei 14145 ou seja nós temos ainda muita luta temos ainda muitas batalhas para vencer seja no Conselho Nacional de Educação seja nas diferentes redes estaduais e nesse sentido
eh eu eu eu digo aos professores e as professoras que estão nos vendo que estão nos ouvindo nesse momento que vocês podem contar com abex que vocês podem contar com a campanha eh Nacional pelo Direito das ciências humanas na Educação Básica e vocês podem contar com cada uma dessas associações dessas instituições que estão presentes aqui na luta pelas ciências humanas na luta na verdade por todas as 13 disciplinas incluindo o espanhol porque nós vamos brigar nós vamos lutar para que nas redes e para que o Conselho Nacional de educação nos respeite nos Ouça e proponha
legislações que vão eh nos de fato nos beneficiar E aí eu destaco a recente recomposição do Conselho Nacional de Educação pelo presidente Lula e pelo Ministro Camilo Santana ou seja uma recomposição trágica tá trágica Por quê Porque dos 13 conselheiros são 22 no total dos 13 conselheiros substituídos que pertencem ao nosso campo eh de debate que pertencem a a ao nosso campo de discussões que estão junto com a gente eh emb buído de buscar um ensino de qualidade para todos e todas nós só temos três conselheiros um grupo A gente já tem que ver eh
qual quais vão ser as movimentações desses conselheiros e um outro grupo um pouco maior né Eh são pessoas no ligadas ao setor privado tá então eu chamo Atenção para isso bom a depender da regulamentação eh estabelecida pelo Conselho Nacional de Educação e pelas redes eh estaduais e distritais nós podemos ter a repetição da situação vivenciada nas escolas públicas que oferta o ensino médio ou então podemos avançar no sentido das disciplinas dos itinerários formativos possibilitarem que as escolas intensifiquem os conteúdos das disciplinas de Formação geral básica ou seja isso não é um campo dado é um
campo em disputa a gente pode ter uma manutenção do que atualmente a gente tá vendo aí dessas disciplinas desses arremedos curriculares que não tem qualquer relação com qualquer disciplina científica humanística ou filosófica ou de fato a gente pode observar um aprofundamento eh dessas áreas eh ainda em relação a carga horária do ensino médio Eh preciso fazer alguns esclarecimentos e aqui eu peço a atenção de vocês porque eu considero essa parte bastante eh fundamental considero essa parte é bastante Eh vamos dizer importante tá dessa legislação por que isso porque Foi estabelecido no artigo 35c que a
carga horária mínima destinada à formação geral básica seria de 2400 horas entretanto no artigo 36 que trata dos itinerários formativos eh eh está definido que a carga horária mínima desses itinerários são de 600 horas o que totalizaria 3000 horas pro Ensino Médio e modelo de 3 anos né 1000 horas em cada ano tá só que no parágrafo único do artigo 35c é Claro ao afirmar que no caso da formação técnica e profissional a mesma que o ministro Camilo Santana Santana afirma querer levar a 70% das matrículas nas redes públicas tá no caso da formação técnica
profissional prevista no inciso 5 do capt do artigo 36 dessa lei a carga horária mínima da formação básica será de 2100 horas então gente não são 2400 ou seja para que pros estudantes que vão fazer o ensino técnico e Profissional ou seja para aquela parcela mais que que mais precisa mais vulnerabiliza da nossa sociedade esse grupo de estudantes eles não vão ter 2400 Mas eles vão ter 2100 horas apenas calma porque tem mais tá tá eh é possível ainda que essas 2100 horas sejam reduzidas em 300 horas da carga horária da formação geral básica ou
seja 300 horas da formação geral básica podem ser retiradas e destinadas ao aprofundamento de conteúdos da base Nacional comum curricular diretamente relacionados com a formação técnica profissional oferecida Ou seja a lei número 14.000 945 abre a possibilidade de que as redes ofertem um mínimo de 10000 horas de Formação geral básica prosos seus alunos O que vai impossibilitar que eles concorram em igualdade de condições com outros estudantes notadamente os da rede Federal e os e das redes privadas por uma vaga nas universidades eh brasileiras a educação e ad ela também não está descartada como já foi
dito por alguns colegas eh isso porque houve a manutenção do texto da câmara eh no senado a professora Dorinha havia limitado o que seria esse ensino emergencial as possibilidades de ensino emergencial né então houve a manutenção na câmara do texto que prevê um ensino emergencial mediado por tecnologias e por que que isso é temerário porque Qual é a definição de emergência a gente não pode esquecer que os nossos governantes são sempre bastante criativos no que se refere à educação né então então por exemplo uma Será que a a a não realização de concurso público para
suprir a falta de professores efetivos pode ser considerada uma emergência Esse é um exemplo Esse é uma dúvida né do quanto do quão negativa pode ser isso né e e daqui a pouco a gente pode ver a EAD se alastrando nas redes eh estaduais bom aí partindo pro fim né muitos trechos dessa lei eles carecem de regulamentação do Conselho Nacional de Educação das redes dos conselhos estaduais e a gente precisa sim se mobilizar né alguns dos nossos colegas eh destacaram o texto eh do Plano Nacional de Educação falaram da conai eu só destaco o seguinte
o texto contrariando que o que foi dito na conai o ministro Camilo s ele não encaminhou pro Congresso Nacional o texto aprovado pela conai ele encaminhou um outro texto com base naquele retirando eh eh eh pontos que nós que estivemos na conai que aprovamos o texto final da conai considerávamos como sendo fundamentais por exemplo a as questões relacionadas ao meio ambiente a educação ambiental aos grupos eh minoritários a própria revogação eh da reforma do ensino médio obrigatoriedade do ensino de todas as disciplinas obrigatoriedade que as disciplinas fossem ensinadas por pessoas com formação eh específica eh
nessas áreas eh no caso da da das ciências humanas nós aprovamos na conai eh que as redes seriam obrigadas a ofertarem em todas as séries as quatro disciplinas né filosofia Geografia História sociologia mais Artes e isso não foi encaminhado pro Congresso Nacional eh bom por fim a lei 14945 ela mantém os mesmos problemas da legislação anterior Isto é a lei 13415 de 2017 uma vez que a Profundas desigualdades educacionais permite a do ensino médio à distância estimula o repasse do fundo público paraa iniciativa privada e negligencia os estudantes da educação profissional e tecnológica assim afirmo
sem qualquer medo de errar que dentro de pouco tempo estaremos novamente debatendo uma outra reforma e aí eu não sei do que que a gente vai chamar né seria do novo do novíssimo do atualizado ensino médio Então pessoal eh a luta nossa ainda continua temos muito o que discutir muito o que debater muito o que lutar e podem contar sempre com as nossas associações que estão aqui hoje Reunidas nessa noite muito obrigado pela atenção de todos e todas muito obrigada professor Tiago eh tiveram vários comentários aqui no chat as pessoas parabenizando concordando com as falas
alg professores colocaram suas experiências né a partir das falas eh dos convidados e houve também uma pergunta eh para o Professor Edgar né a pergunta da Taí Pereira ela pergunta Edgar também considero o debate sobre o canho filosófico fundamental para o fortalecimento de nossa área queria saber como você vê a articulação entre a escola e Universidade nesse sentido eh aproveito também professora de já peço que você faça considerações finais eh ao final de responder após responder a pergunta da thí e em seguida também a gente passa às considerações finais dos demais convidados da mesa seguindo
né a ordem eh das falas que já foram feitas aqui anteriormente Professor gar obrigado aan eu vou ser bastante breve quer dizer tanto pelo adiantado da hora quanto pela eh impossibilidade assim de discutir mais profundamente eh a pergunta da Thaís né bom eh de cara eh o a emergência quer dizer dessas vozes né femininas ameríndias africanas e enfim elas são absolutamente legítimas e bem-vindas né A questão é como é que elas passam a conviver com um cânone que durante décadas e décadas e décadas foi euroc centrado né e o que que você faz você simplesmente
para de ensinar Hegel né você não não fala mais de Aristóteles porque Aristóteles não conseguia cidadania estrangeiros mulheres e escravos né enfim Então eu acho que a gente tem aí talvez uma oportunidade na na necessidade de equacionar essa questão para revisitar as nossas práticas históricas em relação ao cânone né em que medida eh nós nos posicionamos mais ou menos criticamente em relação a os filósofos e filósofas que escolhemos estudar né em que medida quer dizer a simples escolha de uma ou outra ontologia ou epistemologia digamos assim um elemento de de doutrinação queer dizer o de
aculturação né E como é que irrigar eh digamos essa essa Fortuna crítica canônica né com com esses nó com essas vozes emergentes pode de alguma maneira eh arejar digamos assim a relação da filosofia com o mundo né Eu acho que essa é Esse é o melhor dos desdobramentos E aí eu me dirijo à última parte da questão da thí como é que isso funciona no eixo universidade e escola eu acho que isso vai fazer bem né Isso vai de alguma maneira obrigar a universidade quer dizer essa Universidade que forma Mestres e doutores né que tem
uma história que remete lá ditadura aos anos 1970 com a criação das agências não é a olhar de uma forma um pouco mais atenta pro ensino básico a tentar superar o forço que ainda caracteriza essa relação entre entre universidade e escola né Eu acho que essa convocação quer dizer da Universidade Na necessidade de reformular enfim o cânone essa essa possibilidade dele olhar para pro chão da escola né de alguma maneira pode ser quer dizer um caminho para um diálogo menos Acadêmico da filosofia com o resto da sociedade né quer dizer uma necessidade de encontrar relações
com a alteridade enfim de sair dos seus lugares comuns históricos e enfim o pior dos cenários por óbvio né Thaís é se gerar um antagonismo que que racha a nossa comunidade ao meio né quer dizer Oxalá isso não não esteja no radar de ninguém não é qu dizer Oxalá a gente possa enfim encontrar aí um um ecumenismo Talvez né quer dizer um acolhimento ainda que tenso né Eh que possa de alguma maneira ajudar a filosofia a a cumprir o papel que ela tem a cumprir nesse mundo aceleradíssimo né E carente de pensamento crítico e reflexivo
eu me despeço agradeço demais o convite enfim parabenizo pela iniciativa enfim e que mais é dizer que eu aprendi de mais com as sínteses e análises que vocês ofereceram Muito obrigado professora auriene caiu então eu vou retomar aqui o papel fazer o papel de mediadora eh a nossa ideia ela ela a oriene queria propor uma pergunta pra mesa então eu vou eu vou fazer a pergunta Tá colegas e aí eu começo a fazer já as considerações ah voltou ia fazer a sua pergunta auriene retoma aí a mediação já falei que você vai fazer uma pergunta
para nós e a gente vai começar e e fazer as considerações finais Pois é tive um problema aqui acho que teve foi uma queda de de internet eh bom eu gostaria nas considerações finais que vocês pudessem falar se vocês já anam eh impactos dessas reformas no processo das licenciaturas né no processo dessa formação Inicial eh dos professores e também queria saber de vocês eh Se vocês acreditam que com a atual lei né a 14945 se Há a possibilidade por exemplo do PNLD ser revisto e a gente voltar a ter eh os livros por disciplina que
eu acho que é um um seria né uma conquista nesse sentido de de garantir efetivamente que as disciplinas eh realmente aparecessem né eh de uma maneira mais efetiva eh na sala de aula eh obrigada E aí nós vamos começar na ordem né auriane da das falas eh eu queria retomar gente primeiro eh dizendo que as falas foram muito interessantes porque elas foram muito complementares e eh cada um também trazendo à tona aspectos diferentes eh que essa lei coloca porque é uma é um debate muito denso não é uma debate fácil né e eu acho que
eh na fala do Professor Edgard do professor Thiago Eh ficaram Claras né Eh ficaram Claros eh como que eh existem uma série de fatores que estão em jogo aí né então nós temos uma série de enfrentamentos como professor Egberto colocou né a lei ela é resultado de enfrentamentos dentro de uma arena política né dentro de uma sociedade democrática e ela sempre é um resultado precário aí eh de desse enfrentamento e ela sempre pra gente vai significar alguma perda né então Eh no nosso caso como foi colocada A análise a perda é muito grande porque nós
estamos justamente no grupo né de oposição que está sendo combatido por muito por muito do conteúdo que tá sendo colocado nessa lei né Eh a professora Neusa traz pra gente eh a estão dessa perspectiva aí de de uma de um aprofundamento até dessa reforma eh dentro do contexto de São Paulo que tá vivendo uma tragédia né em termos do campo da educação eh depois do Paraná que continua também vivendo uma tragédia terrível né um aprofundamento aí eh dessa Reforma em perspectiva neoconservadora horrorosa né eh e aí ela vai também falar da conjunção dessas duas questões
que é essa perspectiva neoconservadora com essa perspectiva neoliberal que vem através dessas novas políticas educacionais e que vão resultar num grau de precarização tão extremo né que eh o adoecimento hoje é uma coisa uma das coisas mais comuns que nós estamos vivendo eh no campo da educação né Eh São Paulo foi precursor nisso eu morava em São Paulo inclusive na década de 90 e eu vi isso nascendo né esse processo de aumento do número de professores afastados por doença Eh Ou seja física ou mental né então isso hoje é uma realidade do país então São
Paulo exportou isso pro país né São Paulo exportou todos os fundamentos da reforma que nós assistimos hoje no ensino médio e junto com isso todo a o grau de precariedade então reforçando uma coisa um dado que a professora Nilsa citou né hoje nós temos eh temporários eh nas redes do país para vocês terem uma ideia em 2013 eram 230.000 eram 31% da rede hoje em 2023 eles são 356.000 então os os temporários se tornaram maioria em 2022 e o número de temporários cresceu 55% em 10 anos nós temos hoje uma rede nacional de 668 mil
professores da rede estadual sendo que 350.000 professores tinham contratos temporários e 15 das 27 unidades da Federação tem mais temporários do que concursados Mato Grosso do Sul tem 67% da rede de temporários né Minas Gerais tem 80% de professores que são temporários então nós já nós quer dizer a a reforma do ensino médio faz parte desse processo de privatização né E aí a o impacto né disso auriene na formação eh na educação superior uma coisa que é muito importante a gente entender né Eh historicamente é a escola quem dá o tom do que a universidade
faz né então a gente tem ess ilusão de que a gente pode inverter essa relação tá eu acho que isso é uma ilusão tá Por quê Porque a a a a escola é um lugar de enfrentamento de disputa de projetos formativos né projetos societários né na formação dessas crianças e jovens que nas últimas três décadas quatro décadas principalmente a partir do do Consenso de Washington em 1980 e depois da da da conferência de jonen né Eh na Tailândia nós vamos ter aí eh o o processo de transformação da educação em mercadoria oficialmente né a a
a educação instituída como espaço de expansão aí do mercado de futuros inclusive da Bolsa de Valores naquela época né um espaço de investimento eh o Banco Mundial se torna financiador das conferências e vai disseminando esses valores empresariais gerencialistas dentro das conferências mundiais e paga bastante dinheiro né peso em Ouro pro secretários pros pros ministros de educação pros ministros dos vários né das Finanças ministros de vários Campos que vão participar aí eh financiados pagam muito dinheiro para Consultores internos dentro dos países para poder chancelar o discurso que essas conferências vão produzir né E aí a educação
vai se tornar esse espaço de disseminação desses valores né E vai se tornar a grande mercadoria eh e o grande dentro desse grande processo de reformas que o estado vai viver e que o Brasil vai sentir bastante aqui eh nos últimos 40 anos e aí esse processo todo de privatização Então já já é de longa data então a transformação da maior parte dos professores das redes em contratados já é parte disso e a reforma do Ensino Médio já vem contando com isso ela é mais um elemento desse processo junto com a bncc né então auriene
o que que acontece em termos de formação de professores a universidade ela sempre esteve atrelada a esses projetos né socioeconômicos né de alguma forma dando resposta aos projetos de poder de uma elite né então nós que estamos aqui fazendo esses discursos nós somos pessoas que estamos na contracorrente disso queremos colocar a universidade como um bem da população né um bem público da população mas nós sabemos que as Universidades são instrumentos de perpetuação do Poder das elites dominantes e continua muito fortemente quando a gente olha paraa USP quando a gente olha para outras universidades pelo país
nós vamos ver toda a gramática de poder das perspectivas neoliberais instaladas nas universidades nós não falamos mais em pró Reitoria de extensão né Nós falamos para Reitoria de extensão e inovação nós não falamos mais em pesquisa nós falamos pesquisa inovação empreendedorismo tecnologia ISO essa gramática tá instituída na universidade nós temos agentes das Universidades Nossa grande maioria intelectuais de ponta agindo a favor de tudo isso que está acontecendo né e na no caso da ufms por exemplo nós já temos eh eh eh eh graduações aqui que já estão instituindo disciplinas de empreendedor ismo inovação dentro dos
seus currículos de licenciatura né Isso já está sendo instituído edital 35 que pegou que pagou paraas universidades pros consórcios fazerem cursos de pedagogia é dentro da Perspectiva da bncf que foi revogada agora 2 2019 né vai colocar disciplinas de projeto de vida empreendedorismo e protagonismo juvenil etc põe isso no currículo tá eu tenho lá eu tenho lá a matriz curricular do curso de pedagogia que tá aqui na minha universidade tá que não é na faculdade porque a gente não deixou ISO entrar aqui mas tá lá numa agência de educação à distância ligada diretamente à Reitoria
né Então veja eh eh os cursos e eh de a reformulação dos cursos de licenciatura faz parte desse pacote tá agora não é porque fazem parte que a gente vai deixar isso acontecer então existi um grande movimento Nacional né já existe né já há há mais de 5 anos né Resistindo a a todo esse projeto né então tem muitas universidades no país que ainda não aderiram a isso a esse projeto Mas e esse projeto continua batendo como água em pedra até chegar uma hora que ele vai conseguir remodelar se a gente não não conseguir manter
a resistência e tá muito difícil manter dentro da Universidade porque o produtivismo que nós estamos sendo submetidos né Principalmente na pós-graduação eh e os pessoal dos ifs também com uma sobrecarga de trabalho absurda né e e precarização da estrutura né então é é difícil resistir mesmo né né mas a gente tá acreditando que tem que continuar incidindo e esse é o lugar por isso que as associações e e tem científicas T se mobilizado tanto nos últimos tempos né porque a gente percebeu que se a gente não se mobilizar e não sei o que vai acontecer
com a gente dentro das Universidades né então a coisa tá muito complicada mesmo então é todo um pacote que tá muito relacionado e eu acho que a gente tem que perceber que assim as reformas da licenciatura elas vêm da educação básica para cá né e é se a gente não aprender a dialogar com a Educação Básica e fazer incidência lá com os nossos colegas através de Sindicato através das associações fortalecer esses debates dentro das escolas né Nós vamos ser derrotados né Não adianta porque o governo mostrou agora muito fortemente o quanto ele passou por cima
dos movimentos das associações com essa lei por exemplo né agora nós temos que continuar fortalecendo a aliança Universidade escola educação básica para poder fazer esse enfrentamento e juntar movimentos sociais e juntar sindicato e fortalecer na defesa do direitos da educação eh da educação como direito no país porque isso tá sendo muito combatido nessas reformas do Estado né então acho que é é um pouco isso e a questão do livro didático eh a gente o ano passado inclusive o que levou a formação da campanha da do GT da campanha foi justamente em 2022 no início de
2022 quando o MEC ameaçou fazer um livro de ciências humanas para o ano né E aí a gente entrou na briga né as associações todas né ampu Egberto tá aí a gente foi para cima falou assim não vamos separar esse negócio aí espera um pouquinho né então quer dizer já existe um movimento interno na intenção de fazer livros de humanidades Então a gente tem que ir ficar batendo na na na na contramão aí dessa coisa para eh poder manter esses esses livros eh para reverter essa coisa do livro de ciências humanas né eh Só que
no caso do ensino médio é mais complicado porque eles deram um golpe quase de morte né porque eles acab tiraram as disciplinas né e e e essa coisa de falar em componente é muito absurdo né porque você não garante que vai ter a disciplina lá dentro o o Thiago a fala do Thiago Foi muito esclarecedora nesse sentido né os itinerários formativos junto com a bncc eles esmagam a profissionalidade do docente dos dois lados e eles abrem paraa precarização Total junta aí o notório saber aí vem lá da educação técnica a a desprofissionalização total né Eh
diminui o número de concursados aumenta o número de de contratados E aí a coisa vai eendo então nós temos que incidir Nessas questões né Nós temos que ir para cima nesse plano nacional de educação que não é o que a conai colocou né Essa nova lei o projeto de lei precisa se apropriar dele tem um monte de questões colocadas ali onde a gente pode incidir né e precisamos ir fortalecer Essa aliança com a Educação Básica com sindicatos para poder continuar lutando como O Thiago falou mesmo né Eh não foi na na na na na no
fim dessa lei aí que a coisa acabou não muito pelo contrário nós temos nós temos muita luta pela frente e aí eu quero me despedir de todos e todas e todes convidando vocês a fazerem parte do GT da nossa campanha e também a construir um fórum Nacional eh para discutir essas questões relacionadas às ciências humanas na Educação Básica pensando o fortalecimento dessa relação Universidade escola nessa perspectiva horizontal nós somos todos profissionais da educação defendendo o bem público e a melhoria da qualidade da educação ofertada às camadas populares do Brasil obrigada gente bom ok então eu
vou aqui também já dar encaminhamento aqui para paraa minha despedida antes eu queria rapidamente ah só para mim eu sou me sinto contemplado com a fala da Maria em relação às questões que a auriene colocou queria só lembrar assim dois pontos rapidamente um é que a gente ainda Precisa se debruçar melhor inclusive sobre o parecer que diz respeito a a a a normativa de Formação inicial dos Professores Tá em licenciatura licenciatura enfim licenciatura plena né porque lá a Aparece tanto eh disciplina e área muito mais área né assim várias vezes fala formação na área formação
na área então Eh Porém tem um um uma brecha que fala da autonomia da universidade e é por aí que a gente tem que brigar ou seja garantir nas nossas instituições que nós não tenhamos formação de professores em ciências humanas porque já tem Universidade que tem formação de professores em ciências humanas né então assim mais é é na a gente tem que se apegar a autonomia universitária para dizer assim não o nosso curso é em história é em geografia é em sociologia é em filosofia enfim né Então essa briga ela vai ser muito interna né
Muito interna em nossas instituições E aí Claro eh essa parceria com a educação básica ela é fundamental nesse processo mas o parecer ele dá essa margem para formação em áreas e não na disciplina né e fala também muito como Maria disse no componente né no e não e não na habilidade Enfim então é uma coisa eu acho a inclusive assim você fez uma pergunta que a precisaria de uma outra eh uma outra Live uma outra mesa para discutir mas essencialmente seria isso né e uma outra outra questão que me parece importante em relação à formação
de professores é a formação em AD Isso é um problema Seríssimo eh recentemente nós começamos a mergulhar analisar nós dampo estamos analisando aí um curso gente que é pavoroso o curso é terrível O curso tem o programa eh que ele ele vai dizer que é formação para uma história cristã o projeto do curso é de formação para uma história cristã para forma formar professores que ensine uma história cristã isso é muito terrível aí vamos lembrar o seguinte só pra gente ter um dado eh recentemente e foi recentemente esta semana o governador do meu estado Governador
eu humo do Estado do Ceará prometeu num no culto evangélico A deve ter acompanhado essa discussão que iria eh iir Bíblias para as escolas cada escola do estado iria ter uma Bíblia e pasme isso já passou pelas comissões na Assembleia Legislativa hoje hoje hoje então em uma semana assim a toque de caixa você daqui a pouco vai ter uma lei do estado que é o meu Vel inconstitucional inclusive né porque você quebra a ideia da laicidade eu até fiz uma publicação eu digo ó Então vai ter que botar o alcorão vai ter que botar todas
a a a a das mais variadas eh religiões né só das religiões protestantes porque não existe uma Bíblia são várias bíblias né então você teria aí no mínimo aí por baixo 37 livros sagrados para colocar em cada escola então se vai colocar um vai ter que colocar os outros né então para vocês verem caminho que nós estamos seguindo aí eh se engana quem pensa que a luta tá só começando Essa é a grande verdade Então nesse sentido eu me despeço fazendo minhas as palavras da da Maria Lima da importância da gente somar nessa luta porque
a resistência ainda tem que ser muito grande pode ter certeza agradecer a organização a Maria Lima o professor Ed Lima Lira desculpa a professora Neusa perz e o professor thgo Esteves todas falas maravilhosas e vou concordar a aprendi muito hoje à noite pode ter certeza e agradecer a a Fabíola aqui também a Fabiana desculpe pelo apoio técnico aí dado tá bom Um abraço a todos auen Obrigado pela a mediação bom eu vou eh completar a fala anterior Eu por acaso ontem li um artigo publicado pelo Christian linberg lá da anof no qual eu era informado
de que a gente já teria cria um novo edital do PNLD e que a coisa não tava mais por área mas sim por componentes né não era disciplina mas era componente mas eu não tive oportunidade enfim de olhar eu acho que se isso se confirma dizer merece toda a atenção com relação à formação de professores eu acho que a luta começa pelo reconhecimento da profissão de professor né como uma coisa que é tão importante quanto pesquisa ata né quer dizer não como um um colega de segunda categoria quer dizer como tantas vezes a gente vê
quer dizer nas instituições de ensino superior né a remuneração acadêmica para os formadores e professores né e para aqueles que se devotam né ao ensino básico ao chão da escola a problemas dessa ordem é muito baixa em relação a turma do qua umar a turma que que buscam a produtividade internacional esse paradigma tem que ser quebrado né e eu acho que isso é mais forte ainda hoje com a entrada das chamadas knowledge machines né quer dizer essas novas eh inteligências entre aspas que estão transformando a produção do conhecimento Universitário inclusive acelerando o produtivismo não é
tem vários estudos aí sendo publicados com relação a à Nova economia da produção de artigos acadêmicos que que a luz da minha análise momentânea piora o quadro que já era difícil quer dizer anteriormente então vocês têm toda a razão a luta tá mal começando né e é a história do ciso essa pedra não vai parar de rolar em cima da gente não vamos ter que continuar com essa história toda um abraço aí querido em todos vocês eh e gostaria de agradecer também né a Maria ao Professor Edgar o Egberto o Tiago auriene a Fabiana que
tá na técnica né agradecer a todos eh pela oportunidade né de estar aqui e e dizer que a profi também está eh junto nesta luta né E que eh nós da da pro FIB nós não [Música] eh somos contra a fragmentação né nós achamos que a só a unidade né das entidades a unidade das lutas é que pode levar a alguma vitória né em em Absoluto em absoluto defendemos qualquer tipo de fragmentação tá então eh eh eu acho que eu preciso dizer isso né porque nós eh Aqui estamos em duas entidades que representam a filosofia
né então se nós não tivermos essa unidade nós não vamos para lugar nenhum fragmentar e cada um desenvolver a luta a sua luta num lugar separado não não vai levar a lugar nenhum né então nós precisamos dessa unidade sim eh com referência ao PNLD eh realmente eh já foi eu acho que já foi até lançado um edital pro pro para 2026 e os livros serão por disciplina eu vi uma uma live com a a Valdirene acho que é a Valdirene que é coordenadora do da sebb da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação onde
eh ela falou que realmente os livros serão por área para 2026 né então eu acho que isso isso já é uma é uma grande conquista né Para nós que que eh defendemos o ensino por disciplina e não por área né Eu acho que o grande problema da bncc ela o grande não um doss grandes né problema que existem muitos mas é a divisão por área né a a divisão quando eh divide por área acaba descaracterizando as disciplinas e nesse caso a filosofia perdeu e perde muito por isso né Eh então acho que é isso agradecer
né e reforçar né a a a a a permanência da apr FIB nessa luta obrigado boa noite a todos bom eu eu fazer aqui algumas pontuações com base nas perguntas Espero ser bastante conciso e rápido tá eh bom Primeiro lugar eu queria chamar a atenção de todos todas e todes porque a gente na educação básica e nas licenciaturas na formação de professores e professor nós temos dado 10 passos para trás e dois paraa frente e a gente acha que esses dois passos que a gente tá dando pra frente é um avanço Então acho que esse
é o a primeira questão né e não é um avanço a gente tem que perceber que a gente só tá eh só só vem tendo perdas atrás de perdas atrás de perdas independente do governo acho que isso é algo é triste de dizer mas eu acho que também é revelador e é importante da gente dizer né Eh bom o PNLD sobre o PNLD bom o PNLD ele é uma política indutora de currículos Como é o Enem nesse sentido eu vejo eh como um grande avanço O Retorno dos livros disciplinares Em substituição aos livros às coleções
multidisciplinares entretanto o o problema tá nos detalhes né E aí eu trago uma uma ação para para para para que a gente fique eh eh indignado e fique de olho né porque é o seguinte esse edital do PNLD que foi eh eh recentemente divulgado pelo fn eh de ele de fato ele traz né Essa O Retorno dos livros disciplinares Entretanto a escolha vai ser por meio de coleções Então a gente vai ter uma coleção de ciências humanas onde vai ter lá um livro de filosofia um livro de História Um de geografia e um de sociologia
Só que tem um pequeno detalhe tá eh no PNLD anterior a esse de 2021 os livros de história e de geografia todos e todas aqui devem lembrar eles eram eh livros anuais né ou seja vinham Três livros um livro pro primeiro ano um livro pro segundo terceiro e o livro de filosofia o de sociologia eram volumes únicos nesse novo modelo os quatro livros né Cada E aí não só n de nossas áreas mas de todas as outras eles são em formato de volume único e isso no caso da história e da Geografia implica uma redução
né do quantitativo de páginas e por consequência no quantitativo de conteúdos Então se por um lado a gente tem uma vitória que é o Retorno dos livros disciplinares por outra a gente vai ter uma derrota em especial pra geografia e pra filosofia que é a redução do da quantidade de conteúdos a serem trabalhados eh nesses livros como eu disse a gente dá 10 passos para trás e dá dois para frente bom É uma pena que alguns professores do magistério superior em especial dos cursos de bacharelado ignorem o que tem ocorrido no ensino médio ignorem As
Reformas educacionais que a gente vem sofrendo que também impactam eh o magistério superior que também impactam a educação superior a drástica redução do quantitativo de estudantes nos cursos de bacharelado em Ciências Sociais filosofia história e geografia inclusive com o fechamento de alguns cursos segundo o que a gente vem acompanhando demonstra essa urgência de que esses professores ou de que ao menos alguns desses professores acordem do seu profundo sono né as licenciaturas têm sido afetadas seja pela perda de estudantes ou pela adequação de de conteúdos aos itinerários ou a pressão pela adesão às normativas vindas do
Conselho Nacional de Educação como por exemplo a resolução do Conselho Nacional de Educação número 2 de 2019 a qual a a beex se posicionou contra e é contra eh esse tipo de de normativa esse tipo de resolução bom eh por fim nossas entidades e coletivos eles apontaram os problemas da lei número 13415 e também como pode ser visto né pode ser recobrado estamos apontando os problemas da lei número 14 1945 e aí eu chamo a atenção eh pela última vez de vocês para que a gente Observe muito bem quem é é a favorável Quem foi
favorável Quem bateu palmas para essa eh lei 14945 são os mesmos grupos que apontaram que disseram que a lei 13.415 de 2017 era um grande avanço e que depois se mantiveram em Total completo absoluto silêncio e que agora dão vivas a essa no nova reforma eh contra esses grupos que nós estaremos eh eh entrincheirados eh Muito obrigado eh mais uma vez e boa noite a todos e todas vamos fazer o encerramento agora né então agradeço queridos queridas e querides a presença de vocês aqui assistindo e dos colegas com falas tão importantes né dando aspectos fundamentais
desse debate em breve nós teremos novos debates aqui e vamos convido vocês a entrarem lá no Instagram da campanha né conheçam também a página no Facebook Curtam o nosso canal inscrevam-se fortaleçam a nossa campanha um grande abraço e boa noite boa noite
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