salve Bom dia para quem é de bom dia boa tarde para quem é de boa tarde boa noite para quem é de boa noite sou professor Flávio dodete online tô trabalhando com vocês aqui as obras literárias da Universidade Federal de Uberlândia já é acho que a quarta obra que eu tô gravando é a terceira obra que eu tô gravando hoje a gente tá trabalhando uma peça de teatro da Hilda hilst escritora Paulista que viveu grande parte da vida dela em Campinas São Paulo minha conterrânea é uma das grandes escritoras contemporâneas do Brasil aí eu descrevia
poesia conto crônica e teatro eu percebo que nos últimos aí creio eu 10 anos ela virou uma figurinha o Enem é a poesia dela é uma poesia muito como é que eu posso dizer é a poesia da Hilda ela tem um estilo muito forte Ela tem uma visão só que a poesia dela é muito original Hoje a gente vai falar do teatro dela você sabe lembrar que a Universidade Federal de Uberlândia ela tem o hábito de cobrar de variados gêneros literários então nós temos poesia conto romance teatro esse ano tem um filme esse ano tem
um disco álbum da Adriana Calcanhoto tem o filme Bacurau do Kleber Mendonça Júnior eu tô me divertindo bastante tô achando muito legal as obras tô conhecendo coisas que eu não conhecia né Por exemplo o próprio Daniel manduruku que é o autor do livro Caraíba né uma leitura que eu achei bastante interessante é a poesia do livro Terra Negra gostei bastante qual Adriana Calcanhoto que eu não tinha um hábito de escutar também tão interessante é legal é o vestibular ele abre a gente para novas visões novas percepções e eu acredito que para você que está fazendo
vestibular deve ser um estímulo a mais né não ficar só naquela coisa dos livros clássicos não ficar só naquela eu vou evitar bater então para você não ficar lendo sua obra clássica só poesia clássica né aquela coisa de José de Alencar e tal Machado tem Machado mas tem contos do Machado que não são os contos mais famosos então além de fazer conhecer novos textos novos autores novas linguagens também sai da monotonia do mesmo gênero né daquela mesma proposta habitual Eu acho interessante e que eu vi ouvi dizer ouço dizer vejo né é que o vestibular
da Ufa ele tem as suas particularidades em ciências humanas em linguagem não sei te dizer hoje um professor de física comentou comigo que é meio chatinha prova de física então te convido também a estudar a prova né não ir com mesmo a preparação que você tem para o Enem né mas pensar que está fazendo um vestibular diferente e que a literatura ela tem um peso Nossa é poxa é um vestibular que se eu não me engano pede 9 ou 10 obras E essas obras Elas podem fazer a diferença Um Bom desempenho na primeira etapa que
é fechada e na segunda etapa que é aberta pode desempatar a concorrência para você que está prestando por exemplo um curso concorrido como medicina Tá então vamos firmar a atenção aí nessas aulas elas estão disponíveis no portal do net online você pode voltar a parada print do quadro tá quando você quiser aparecer nas lives eu tô à disposição pensando em fazer uma live de revisão relâmpago assim falar 10 minutinhos de cada livro perto da prova que que vocês acham não é uma boa ideia né para quem já tá preparando os estudos as leituras chegar no
último penúltimamente penúltimo dia a gente fazer um encontro virtual aí e tirar alguma eventual dúvida né que que vocês acham tô com vocês né a gente do Dead online tá é junto de vocês para acabar conquistar essa vaga na Universidade Federal de Uberlândia uma faculdade tradicional o ensino de excelência beleza não coloque todas as suas apostas no Enem é bom ter um plano b e para que eles também que o é o plano A então Conte com a gente chega de lero lero e vamos para aula e o da Rio se teatro teatro contemporâneo né
não é não tá mais inserido no modernismo então a gente pode a gente pensar na história do teatro brasileiro pensar em teatro pós-moderno eu acho que questão de historiografia não é o caso a gente tem aqui cair no texto a gente tem que entrar no texto Então vamos lá teatro moderno moderno Não no sentido de modernista igual a gente estuda na literatura brasileira mas um teatro da segunda metade do século 20 beleza lembra que o teatro no Brasil é ele começa a se tornar moderno com Nelson Rodrigues com o livro vestido de noiva só um
minutinho com livro com a peça vestido de noiva do Nelson Rodrigues inaugura o teatro romântico teatro moderno no Brasil aí o desapego terreno preparado aí o da já entra quando o teatro moderno tá instituído no Brasil em oposição ao teatro romântico do século 19 Tá então vamos lá essa peça se você for comprar essa edição aqui da lpm Pocket vem duas peças o verdugo e a morte do Patriarca você vai ler apenas o verdugo se você quiser ler a outra claro fica à vontade mas a peça ela vai estar pedida para vestibular é o verdugo
bom essa peça de 1969 que que isso vem a sua cabeça 69 né é uma peça que ela é escrita no auge no plena em plena ditadura militar lembra que 68 é o ano mais complicado segundo os ele Ventura é o ano que não terminou então é nítido que há e se escreve essa peça em consonância com o que está acontecendo tá com o cenário com o contexto político cultural do Brasil é uma época complicada é uma barra pesada então 69 engajamento político afinal de contas é escrito em plena ditadura militar beleza tá isso não
é opinião Isso é fato essa peça vai sofrer pressões vai sofrer censuras tanto que ela não vai ser montada só fica o texto ela só vai ser montada depois da ditadura só depois que não tem abertura política personagens alegóricas os personagens não são indivíduos eles são modelos de comportamento então é o cidadão um a mãe o filho O Noivo o juiz então eles não tem individualidade eles representam comportamentos posturas beleza o teatro e este ano quero ver cair a máscara do homem então a gente vai ver esse movimento do desmascaramento da retirada da aparência para
investigação da Essência Maravilha fica atento para esse movimento aí a gente vai ver cair a máscara cair a máscara da mãe cair a máscara da filha a máscara do verdugo a máscara do juízes a máscara do carcereiro a máscara do filho todo mundo tem uma máscara aí que vai cair e vai revelar algo geralmente ruim geralmente crítico não é fácil mas em alguns casos revela uma Face boa uma Face solidária uma face humana influência do escritor Sueco para o lagrift eu não sei falar sueco você me desculpe se pronuncia assim que tem esses dois pontinhos
aqui eu inclusive para colocar esse a com dois pontinhos eu tive que dar um recorte de cola do Google porque eu não sei colocar esses dois pontinhos no teclado do meu computador lágrima que existe na sua casa imagina se alguém passa e ver você olhando para computador pô é plágio Não não é plágio esse escritor que foi premi nobre de literatura é uma referência para ela tá de uma literatura humana de uma literatura humana no sentido de buscar a essência a bondade a solidariedade do ser humano e ela lê o conto ela se interessa pelo
conto e transforma o ponto em teatro então não é plágio porque há uma reformulação há uma releitura a uma transformação de um gênero para o outro aí ela também traz a ideia do verdugo para um contexto do país dela que tá vivendo um momento de crise Tudo bem então ela reinventou um texto ela recriou ela transformou não cabe aqui esse julgamento de plágio antes a gente pode pensar até como uma homenagem né ao padre Vou tentar de novo lager lager lager que viste lager é um tipo de cerveja que é uma das referências dela beleza
fiquei curioso para ler esse autor fiquei curioso inclusive para ler teatro escatológico trocar o microfone que ainda tô com um probleminha aqui só um minuto bom desculpa a interrupção aí para melhorar o som espero que você esteja resolvido melhor é o termo escatologia muito legal esse termo porque o senso comum ele pensa escatologia como algo que está ligado aos fluidos né Aos fluidos do corpo fezes sangue urina enfim pus né Essa coisa do nojo só que a palavra noite também tá ligado a sofrimento então a palavra escatologia ela pode tanto se referir aquilo que é
nojento né aquilo que é que é desgrusting né como uma doutrina que tá ligado ao apocalipse sim escatológico tá ligado a concepção de fim então o teatro que pensa em situações limites né em situações finais que as coisas vão até o fim e que sim que tem a morte né que tem a violência tem aquilo que é degradante então a gente vai pensar como a ideia de excremento e doutrina de futuro isso não é específico do verdugo mas a ideia do teatro dela explorar situações limites situações é assim que sugerem um sentimento apocalíptico sabe de
juízo final de julgamento final isso a gente consegue reconhecer no verdugo e a busca do homem Generoso amoroso né bondade é uma expressão de um otimismo é uma crença na bondade do ser humano a esperança é um monte de treta é um monte de maldade é um monte de injustiça de violência mas é sobre existe sobre sobrevive perdão uma mensagem de otimismo de crença nessa solidariedade o homem é bom né o homem Originalmente é bom e o teatro riosiano que é resgatar que é revelar essa bondade beleza engajamento políticos personagens representam instituições ou comportamentos são
alegorias o desmascaramento a influência do escritor Sueco essa ideia da situação Apocalíptica da situação final do julgamento final e a busca da generosidade da Solidariedade da Bondade beleza verdugo que palavra né verdugo significa Carrasco é aquele quem convida pelo Estado de aplicável violência institucionalizada é aquele que pune é aquele que mata é o indivíduo responsável pela execução da pena de morte e outros castigos corporais é o indivíduo Cruel que infringe maus tratos mas vamos pensar que o verdugo ele é parte de uma instituição Ele trabalha por estado a gente voltar para Idade Média né para
Idade Média Europeia você vai ver verdugos como braços armados né do estado do das monarquias dos governos era aquele é encarregado de matar de torturar de enforcar de tirar a própria vida então é o carrasco aqui você tem uma imagem essa imagem que eu encontrei na internet para me parece a mais antiga é uma reprodução de algum livro aí um sujeito que está pressa a dar o golpe a decapitar uma mulher é esse Golpe Final aí esse golpe [Música] definitivo tá então é um ofício Cruel a representação é simbologia da violência né Toda instituição Todo
o estado ele se transforma nessa figura individual do verdugo o verdugo é o braço que segura a espada do estado da instituição o todo e a parte o verdugo é aquele que puxa a corda né que representa o castigo imposto pelo Estado lembra que esse indivíduo não faz isso por vontade própria ele é empregado ok Olha aí o da riot é sensacional deixa eu contar um pouco da história daí o dela surge na poesia é muito cedo ela ela chama atenção pela sua beleza física pela sua pela sua excelente para uma moça belíssima talentosíssima culta
que estudou em colégios que sabia idiomas que Lia literatura europeia só que aí quando ela tem 30 e Poucos Anos depois de namorar o Vinícius de Moraes e viver uma vida social intensa uma vida literária intensa ela percebeu que ela deveria viver para literatura E aí ela se retira para o interior de São Paulo para minha querida Campinas onde eu vivia a maior parte da minha vida e exatamente em Barão Geraldo Onde fica a Unicamp e lá ela vai ter a casa do Sol que foi a sua moradia uma casa enorme que salva Engana ela
tinha dezenas de cães eu não vou falar o número mas é uma coisa assim a louca dos cachorros sabe e lá ela faz a produção intensa escreveu muito e Ela vivia nessa casa e ela recebi escritores que moravam com ela jovens escritores escritores que é como se passassem por estágios caiu da rios Então ela é uma figura folclórica em Barão Geraldo hoje a casa do sol ela é um museu ela é uma instituição ela é uma Fundação que guarda a obra completa daí o da rios que está sendo intensamente estudado né pesquisada não é à
toa que ela tá no vestibular da ufe tá sendo é reconhecida como a grande escritora brasileira inclusive ser próxima de você reconhecida por contemporâneos como a lixa Fagundes falar essa é e o da riot tá uma grande escritora não tem a fama que tem uma claríssima uma lixa mas ela não é menos importante Nem Menos talentosa não se faz esse tipo de comparação né cada um é cada um aí ela na belíssima Casa do Sol entretida com a sua produção intensa escreveu muito a obra dela além de qualidade é uma obra de quantidade Ok suas
personagens são homens de antes são homens diante de homens numa situação limite foi o que eu chamei de apocalíptico escatológico em celas porões colégios religiosos ou ao pé do patíbulo que Aonde se Executa os mortos né ou mesmo na praça onde amarram se prisioneiros aos postes ele surgem cobertos pelas máscaras sociais que Hilda teimará em arrancar fica atento isso essência e aparência a máscara do personagem vai cair tá o eu oculto sobre a aparência Beleza o juízo carcereiro Monsenhor o Papa Madre superior inquisidores Em contrapartida não tem a generosidade a bondade e a esperança o
estudante o menino trapezista o poeta que são personagens que se contrapõem essa a esses mascarados né que representam a injustiça violência truculência maldade são criaturas dotadas de almas e tolidas como pássaros em gaiolas do seu verdadeiro voo Você tem o personagem que tem alma em oposição aquele que foi desmascarado e revela a face da brutalidade a face da violência não se esqueça que essa peça é escrita na ditadura militar então tem a esperança né de que o jovem o novo vai trazer uma renovação não vai se render é um sistema nefasto a um sistema truculenta
um sistema arbitrário que foi a ditadura militar no Brasil que perseguia os artistas que perseguia as obras não vamos discutir aí a nossa questão política mas que houve censura tanto que vários artistas e várias vários textos Incluindo aí o verdugo foram censurados foram proibidos de virar público beleza se você resolveu ler o verdugo nessa edição aqui você vai encontrar esse texto da leusa Araújo grande conhecedora da obra da Hilda grande pesquisadora tem dois textos introdutórios muito bons aqui eu não tenho tanta teoria sobre a Hilda em casa eu tenho mais textos dela obscena Senhora de
enfim eu não tenho estudo sobre ela porque ela é uma autora nova então eu não tenho exatamente muita teoria sobre ela então essa edição me ajudou muito a preparar a aula porque tem dois textos muito bons aqui de introdução tem um sobre a Hilda a história dela a história dela com teatro e tem um segundo que é sobre as duas peças que estão nesse livro ó vamos pensar aqui nos personagens e aqui a gente vai cair dentro da peça aqui a gente vai entender as relações eu vou explicar os personagens e já vou mostrar como
que ele se articulam meio que Resumindo enredo da peça para você não creio que a uva pedir confirmação de leitura de enredo mas para analisar diálogos tá porque teatro é feito com diálogo lembra que o teatro não tem narrador que tem narrador é o gênero épico narrativo romance conto e quem tem a voz no gênero lírico na poesia o eu lírico e quem tem a voz no gênero teatro o personagem Então você vai ter que ver diálogos entre os personagens e analisar interpretar esses diálogos na primeira etapa alguma coisa mais simples Até quem sabe ligando
com outro texto e na segunda etapa uma questão aberta tá com mais profundidade Beleza então olha só é até interessante aqui que aqui tá mais ou menos dividido de acordo com os dois momentos da peça a peça é dividida em dois atos seriam parte seria um capítulo mas como a gente tá falando de teatro duas partes dois momentos tem o primeiro depois fecha o palco fecha a luz aí volta um segundo momento transformado em outros cenário no primeiro momento a gente tem uma casa uma casa de família numa vila ela usa que um termo bonito
quer ver aqui moram numa vila do interior em algum lugar triste do mundo né Isso é alegórico esse lugar triste do mundo pode ser que cheiramobim pode ser Campinas pode ser Uberlândia pode ser Dallas pode ser pensar no lugar triste no mundo não sei a Islândia enfim tem tanto lugar triste né porque a ideia de tristeza ela é bastante subjetiva mas aqui nos faz pensar que um lugar triste do mundo pode ser os países da América do Sul que estão enfrentando ditaduras no século 20 né então é uma vila qualquer e alegórico porque porque pode
ser se aplicar várias situações ela não vai falar exatamente que é Brasília O que é São Paulo é uma vila qualquer só que aí que acontece a carapuça serve e a gente identifica com o contexto brasileiro o verdugo é um homem na flor da cidade 50 anos né uma idade bonita uma idade boa é e ele é o carrasco só que ele tá indeciso porque dessa vez ele não quer executar o trabalho dele ele não quer matar o homem que ele tem para matar o seu serviço é matar um homem só que esse homem específico
ele não quer matar porque porque ele sentiu algo ele sentiu algo diferente com esse homem ele sentiu que esse homem tinha algo diferente algo humano que diz ao coração dele ele falou não sei esse homem é diferente eu peguei na mão dele ele sente bondade ele sente Esperança ele sente algo diferente ele começa a questionar se é correto ele matar esse homem aí tem a mulher 45 que ela fala sempre com tom risgo Ela é bem chata essa mulher como você não vai matar marido Como assim você não vai matar por quê Porque o emprego
é o dinheiro ela quer dinheiro ela não tá nem aí quem vai morrer não tá nem aí quem que ele vai matar porque ela quer o dinheiro dane-se o outro que importa é dinheiro para família nisso ela é apoiado pela filha sim papai você tem que matar nós precisamos do dinheiro precisamos comprar coisas novas a filha quer se casar para elas se casar o pai precisa de dinheiro para né para o casamento dela e ela tem um noivo esse noivo é um personagem abobalhado ele é inclusive um contraponto humorístico é aquele personagem bobo que todo
mundo vai rir no teatro ele tem um tom abobalhado ele só fala obviedade só fala paz Macedo é um personagem que ninguém respeita tá ele vai ser xingado pelo filho vai ser xingado pelo verdugo porque ele é um puxa-saco é um bobão tá é uma personagem ridículo isso não é minha opinião embora seja mas olha lá tem sempre um sorriso idiota né Esse aspecto abobalhado para o cinema beleza e tem um filho o filho ele tá a favor do pai o filho quer saber quem é o homem o homem que o pai tem que matar
o filho quer saber porque que o pai não quer matar o homem o filho quer ouvir o pai então aqui a gente tem uma crise doméstica filho do lado do pai filha e noivo do lado da mãe tá do que que vem essa crise mataram ou não matar Como verdugo estão acompanhando Tá vou falar mais devagar como verdugo está reticente está receoso em executar sua vítima e a mulher e a filha e o noivo querem o dinheiro dessa execução eles vão ser pressionados por dois juízes e aí a mulher sugere a possibilidade dela vestir a
roupa de verdugo e ela matar o homem no lugar do Pai olha isso já que você não vai matar eu mato é importante é o dinheiro os fins justificam os meios então eles vão receber a visita de um juiz velho e um juiz novo os jovens mais velho olha a questão de alegoria o juiz aqui Tá calor aí vou colocar o ar para a gente juiz velho e Juiz novo percebe que não são indivíduos não é os seus é o seu Antônio não é o juiz Luiz Bragança não sei o quê Carlos Estevão não é
o novo e o velho porque porque essa instituição arbitrária da justiça que julga as liberdades né lembra aquela escrita no momento de exceção ela vai se perpetuando ela vai se renovando então novas e velhas vozes reproduzem a injustiça em contraponto esse juiz jovem nós temos o filho o filho é um cara bacana é um cara bondoso tem essa coisa mariquista que que é maniqueísmo é o bem contra o mal a justiça contra injustiça a liberdade contra opressão Então vamos pensar aí que é o mundo contra o verdugo e o filho tá carcereiro que é o
cara que tá com a vítima no cárcere o juiz velho juiz jovem que vão até a casa da família que querem convencer o verdugo a matar a sua vítima de qualquer jeito chegam a oferecer dinheiro mais do que ele já recebe a gente tem milhões para te dar se você matar ou seja o juiz os juízes eles percebem essa essa excitação esse medo do verdugo só que eles sabem que esse homem é perigoso pelo que ele representa ele como exemplo ele como liderança ele pode inflamar ele pode é contaminar a população daquela Vila com suas
ideias ou seja esse homem pode ser uma arte esse homem pode ser um herói ele pode colocar a população contra o poder contra a justiça contra o governo por isso ele tem que morrer rápido a população tá começando a desconfiar que esse homem é bom que esse homem é diferente até o verdugo não quer matar o homem então a gente está numa situação limite né Um carrasco que não quer matar entendeu Um carrasco cuja função é matar só que isso não quer matar porque porque ele entra nessa crise Por que matar esse homem o que
que ele fez para morrer é justo matá-lo é certo matá-lo beleza então olha lá cidadãos esses personagens eles são vozes São pessoas que ficam no palco então eles vão ficar falando no segundo ato blá blá é bem desordenada essas falas mas é como se você ouvisse o burburinho da rua como se fosse uma multidão falando e dois homens coiotes depois eu vou explicar são personagens que tem a cabeça de Coiote e o corpo de homem tá detalhe o homem que é o cara que vai ser morto ele tem que ser alto e os homens coiotes
tem que ser alto porque é alto né esse alto É no sentido físico são figuras que no teatro a gente está lendo o texto uma peça de teatro aí você vai ver imaginar como seria a peça no palco são homens que a presença física é imponente né que não aquela grandeza aquela força Eu por exemplo eu tenho 1,79 de altura mas eu falo que eu tenho 1,80 entendeu porque né 1,80 é diferente de 79 ou seja eles têm essa presença de palco né são figuras grandiosas fisicamente e alto também a gente pode pensar de elevado
de um caráter elevado tá essas informações que aí o da Rio te dá é o diretor da peça que vai ter que se virar ele vai ter que achar atualizar será um vistos como pessoas grandes íntegras fortes Beleza então o primeiro ato a crise dentro da casa até que a mulher resolve sair para matar o homem no lugar do marido no lugar do verdugo aí o segundo alto vira uma confusão o segundo ato é a população falando várias vozes primeiros elas querem saber o que aconteceu se é justo matar o homem Porque que o verruga
não o verdugo não quer matar o homem depois começam a se manifestar querem sangue a população quer sangue Tá eu vou dar spoiler tá bom que já facilita a população não aceita essa excitação do verdugo não aceita que o filho do verdugo defenda o verdugo E aí a população vai matar o filho verdugo linchado porque a população amasse racional Sem consciência ela quer sangue nesse primeiro ato nesse primeiro momento eles vão chegar a amarrar o verdugo e o filho com uma corda para que eles impeçam a mulher de fazer a justiça de fazer a execução
aí o segundo ato eles estão na cidade o carcereiro dizendo prejuízo Temos que matar o homem logo porque o pessoal tá falando muito cidadão está falando muito aí o que acontece o verdugo e o filho conseguem cortar corda e ir para cidade aí vira aquela cena Confusa a mulher fantasiada de verdura o governo de verdade chega junto do filho e aí fica aquela aquela saia justa o juiz o que que tá acontecendo porque que ele não quer matar o homem mas o homem é bom homem é ruim e aí fica aquela confusão o verdugo tenta
defender o homem o homem não consegue se explicar dizer qual que é o motivo dele e aí a população fala então Mata logo mas para matar o homem é importante primeiro evitar que o verdugo e o filho defenda um homem então eles são mortos tá a fúria da humanidade A Fúria da sociedade vai contra aqueles que querem a justiça você tem que entender esse sentido simbólico tá vamos ver aqui agora mais mais demorado bom então a peça é dividida em dois atos como se fosse partes capítulos Capítulo não parte e é bem simples a estrutura
na primeira no primeiro ato a gente tem uma apresentação da situação você vai conhecer a família do verdugo você vai ver a divisão que tem na família do verdugo porque o verdugo ele tá excitante relutante em fazer o seu serviço ele simpatizou com homem Ele tá em dúvida sobre a [Música] a validade de se matar aquele homem por que que ele vai fazer aquele ato de violência e aí você vai ver que parte da família maior parte a mulher a filha e o boboca do genro vamos falar não mas você tem que fazer seu trabalho
porque por causa do dinheiro e o filho não o filho fica do lado do pai mais pai me fala do homem Eu acho que eu tô te entendendo né eu tô entendendo seus motivos o filho fica do lado do pai e a mãe o noivo né o gênio e a filha querem dinheiro mesmo que esse dinheiro venha do sangue né venha da violência Então os dois juízes na casa né aquela aquela negociação aquela coisa sólida tentando convencer o verdugo a fazer o seu trabalho que é essa assinar o homem até que a mulher se oferece
para ir no lugar do verduga ela é corpulenta Ela é grande então como o governo usa uma máscara ela iria fazer no lugar dele o verdugo não sabe se vai fazer o serviço o pai sabe que é imundície tocar naquele homem que é errado que é sujo quer dizer Leal tocar naquele mas não tem porque ele morrer verdugo mas esse homem eu não quero matar aí a mulher mas não é você queimar Quem vai matar é a lei tá vendo lei se obedece lei você não discute então o braço do estado que faz a violência
ele tá livre de culpa de responsabilidade porque a violência vem do Estado quem atira quem Quem puxa a corda do enforcado quem nasce empunha a espada é o estado Tá mas diretamente é o sujeito é o cidadão então estado coloca um cidadão para violentar outro cidadão para matar outra cidadão para aprender outro cidadão para torturar outra cidadão o segundo ato o verdugo e o filho vão se amarrados porque eles se rebelando aí eles vão amarrar vai chegar o carcereiro eles vão prender os dois eles vão ficar amarrados e eles vão para Cidade porque a população
tá muito arisca a população tá muito agitada e eles vão com esse sentido de fazer a justiça entre aspas de matar esse homem e a mulher vai como verdugo então tá aquela a segunda o segundo ato perdão é uma confusão você tem várias vozes soltas do cidadãos entendeu E aí o verdugo e o filho conseguem desamarrar os laços as cordas e eles vão para a cidade para Praça Então vamos ver que quem tá lá não é o verduga afinal de contas o verdugo de verdade Aparece na praça vamos descobrir que a mulher que tá fantasiada
de verdura Então olha lá frase Então morre já tá no final desculpa já só contar mais um pouquinho aí fica aquela discussão o verdugo não consegue né convencer de que ele acha que não é correto matar o homem o homem também não se defende ele não se explica o homem acha que ele não tem que ficar dando satisfação tá errado porque que ele vai morrer porque as ideias dele contaminam a população e a população ela vai ser contaminada não pelas ideias do homem mas pelo Desejo de sangue pelo Desejo de violência e aí como o
verdugo resolve proteger o homem não ninguém vai tocar nesse homem só que aí a população já foi atiçada a população já foi manipulada ela quer sangue e aí a população vai para cima do homem e do verdugo então Carrasco conjunto de sua vítima enquanto o filho foge Então morre começa a andar pauladas no homem e no verdugo cena de intensa violência frases soltas dá uma no olho de cavalo toma você também seu porco terminam a chacina recuam vagosamente silêncio esticado descendo partido vê se o homem e o verdugo lado a lado mortos doideira né Um
carrasco tem uma crise de consciência Ele pergunta qual que é a razão Qual que é o sentido Qual que é a validade do seu ato só que o sistema tá tão instituído né Tá tão enraizado que não importa tem que matar e não se discute E aí o ao tentar defender a sua vítima o verdugo vai ser morto junto com ela né impressionante cidadão é mas foi assim é agora já acabou então a população que ela vai se manipulada pelos juízes ela vai se manipulada pelas suas crenças né de que aquele que tá preso a
nossa ainda voz aquele homem ela Condena o homem sem ouvi-lo ela Condena o homem pautado em seus preconceitos em seu desejo de sangue é é o linchamento mesmo né o linchamento tem muito linchamento gente tem lixamento todo dia é terrível isso sabe tem uma coisa da Psicologia de massa pega ladrão não sei o que que as pessoas vão junto e começam a bater e começam né nossa na Índia tem muito no Brasil tem muito linchamento Então essa coisa né de uma Fúria né de uma violência que ela se dava um comportamento coletivo E aí os
homens coiotes esses personagens são muito interessantes eles são personagens alegóricos são homens que entram com a mão para trás você não vê as mãos deles e eles têm a cabeça de coiote de lobo esses homens eles são altos então eles vão entrar em cena eles vão entrar em cena como se eles não tivessem vendo os personagens atrás deles eles vão olhar para a plateia assim ó o personagem olha para plateia Vamos pensar que isso aqui é um Palco tá aqui tem uma parede aqui tem outra e aqui tem o fundo essa aqui seria a quarta
parede a parede que separa a ação do palco da plateia Quando eu olho para você vamos pensar que eu sou um ator eu tô aqui ou não sei o que quando eu olho para você eu quebro a quarta parede na medida certa linguagem né porque quando o ator olha para plateia ele tá declarando que ele sabe que isso aqui é teatro afinal de contas eu tô quieto isso aqui é uma realidade é uma fantasia do teatro olhar para plateia a plateia não faz parte dessa fantasia então quando ele olha para plateia porque ele vai estender
a fantasia plateia ou seja aí a plateia vai entender que o ator assume que tá no teatro está entendendo olhar para plateia é quebrar essa fantasia aqui é quebrar esse mundo particular dos atores saiu dele a plateia passa a participar do espetáculo os homens coiotes são a consciência de classe os homens coiotes representa politização do Povo então quando o homem Coiote olha para plateia como se perguntasse se perguntar né só com o silêncio você acha certo o que aconteceu você acha que o homem tem que ser morto sem poder se defender e só porque a
lei disse que assim o que que o homem fez ele não fez nada ele é morto por suas ideias o que sugere o que um período de exceção uma ditadura em que as pessoas eram mortas por pensarem diferente do Poder Só por isso é porque robô nada só porque pensa diferente e aí olhar para plateia e falei você da platéia que lado que você tá do lado do verdugo do homem do filho ou do lado de todos os outros personagens o cidadãos aproximam-se perigosamente do partido o juízes descem nesse instante entra na praça os dois
homens coiotes estão vestidos da seguinte maneira calça e camisa comuns cabeças e rosto de lobos mãos para trás porque que eles estão com as mãos para trás não quer que você veja a mão dele ainda ficam de frente para o público examina o público fixamente olha para o público depois olha para o partido Onde está o morto e o verdugo morto também tem-se a impressão de que não foram visto por nenhum dos cidadãos nem pelo juiz Olha que legal os atores Parece que eles não veem os homens coiotes só as pessoas da plateia apenas o
filho do werdugo da impressão não só de que os conhecem mas o que esperava Olha que doido os homens coiotes colocam a plateia como cúmplice do filho os homens coiotes colocam a plateia como cúmplices do verdugo você tem que estar do nosso lado a gente acabou de ver um linchamento a gente acabou de ver uma cena de injustiça de opressão de ditadura legal esse recurso cênico né um personagem que só é visto pela plateia isso é visto pelo único personagem que sobra vive discorda da Injustiça do Absurdo que aconteceu você entendeu se você entendeu você
voltar essa parte que ela é muito importante eu imagino uma questão sobre os homens coiotes se explicar esse recurso cênico um personagem dois personagens chegarem não serem vistos pelos outros e quebrarem a quarta parede para conversar com a platéia conversar no sentido de olhar né que a gente não conversa só por palavra você conversa também não olhar tá apreciação crítica junto à mistura das instâncias públicas e privadas pode-se notar uma crise de identidade em alguns personagens o verdugo que já não sabe mais o sentido da sua profissão ele não sabe mais porque matar por ordens
do Poder para que matar tá certo mas tá tá certo colaborar com essa violência instituída a mulher também entra numa crise não não importa quem se mata eu quero dinheiro a filha também ai pai mata lá importante você pôr dinheiro em casa ou seja dane-se os outros dane-se a razão dando-se a justiça o que eu quero é dinheiro então que ajuda a compreender o teatro como linguagem política denunciador a gente tem várias linguagens políticas denunciadoras Os Contos do Machado de Assis a poesia da Cristiane Sobral Terra Negra né o livro O Caraíba do Daniel munduru
o verdugo a lista tá carregado Onde Aqui tá a lista de obras que tem essa proposta política justamente por ensinar a troca dos valores e dos papéis sociais sobretudo a partir da relação mediada pelo dinheiro já que ao final os discursos se igualarão aos figurinos e tudo passará a ser mascaramento e disfarce explico atenção dramática da peça ocorre quando o verdugo se recuse executar o personagem revolucionário Por acreditar em seus dizeres e não por concordar juntamente com cidadãos com a sua morte né O Carrasco Deixa de ser O Carrasco do estado para se colocar como
homem para colocar como sujeito que pensa e fala Poxa tá certo matar esse homem só por ele ser revolucionário porque não escutar esse homem Será que esse homem não dá certo junto a troca de figurinos aparecem outros recursos teatrais que formalizam a relativização do homem o carrasco passa a ser vítima né o povo que antes respeitável e proteger o homem agora vai entrar naquela loucura coletiva influenciado pelo juízes pela pelo fato do verdugo refogado desistir de fazer o seu trabalho aí o povo de passa a querer a querer violência mostra que o povo também não
tem o seu lugar é marcado a sua ideologia o seu pensamento definido o povo também está suscetível esse engano essa relativização disparada pelo dinheiro como a luz que serve a criação de sombras e Cortes metonímicos metonímico é parte pelo tudo Lembra que eu te disse que a luz não mostra a mão dos homens coiotes a peça termina com os homens voltando para cena E aí eles mostram as mãos e as mãos são garras Ou seja é a força da Justiça A Força da revolta é a força da revolução os homens coiotes que já optaram o
filho né que eles estão indignados com a injustiça com a morte do homem e do e do verdugo eles podem vir a fazer a sua justiça fazer a sua revolução né como Resistência total integralização do sujeito ao escambo das mercadorias mata obedece que importa é o dinheiro né é o sujeito virar mercadoria o sujeito virar o que um assassino por profissão ele matar por dinheiro então o sujeito vira a arma nesse sentido ele vir a mercadoria o sujeito já não é mais Quem puxa é o gatilho sujeito é o revólver é E aí aparece o
filho que fala não não vamos ouvir o homem não tenta defender o pai o filho é aquele que não cai nesse discurso da multidão na Fúria da multidão o filho que abre a cabeça o filho é o que enxerga e fala Opa eu vou ser diferente dessa multidão burra enfurecida então filha o jovem o jovem a esperança no mundo apressou no mundo tirânico numa ditadura a esperança renovação vem da Juventude Então as figuras jovens em que se depositam uma potência transgressor ao desenvolver da trama sua ação mais comum é repensar a interpretar o discurso ali
ele é o ponto né esse esse menino esse filho do velho ele é herança dessa luta o verdugo entrou em crise foi morto porque não é permitido a ele ter crise mas o filho escapou o filho é o futuro o filho é Esperança aqui quer ver Ah não gente eu vou ler para vocês eu achei que eu tinha colocado na apresentação aqui a mulher a filha e o noivo começam a arrastar o corpo do verdugo para fora de sino para um instante olham para o filho do verdugo Este último fica imóvel olhando para os homens
coiotes em seguida olha pela última vez o corpo do pai anda em direção aos homens encara-os o filho vira para os homens coiotes objetivos e fala vamos o filho não volta para a cidade o filho não volta para casa o filho vai com os homens coiotes tá entendendo então que o filho é um dissidente que agora ele vai ser um revolucionário que ele vai seguir o caminho o caminho do homem que o pai não quis matar os homens coiotes atravessam uma pequena Praça junto com o filho do verdugo quando estão saindo um foco de luz
violenta Olha como a luz ela é uma linguagem fortíssima no teatro a luz esconde e a luz revela até agora a luz estava escondendo agora a luz vai mostrar incide sobre as mãos dos homens coiotes as mãos estão os cruzadas na altura dos rins e deve ser visto claramente que são patas de lobo com grandes garras a revolução vai chegar os homens coiotes o filho eles vão tomar a cidade e o juiz o carcereiro né Vão tudo cair diante do Desejo do povo que a Revolução até o povo quer enganado vai abrir os olhos para
essa revolução Esse é um teatro político é um teatro que a escrita em plena ditadura militar que não foi encenado por motivos óbvios né não poderia com a censura mas de uma forma alegórica ou seja metafórica agarra uma metáfora o verdura uma metáfora ele propõe Então essa desobediência da ordem imposta pela ditadura a conscientização a rebeldia contra opressão contra tirania a revolução tá é um livro é uma peça de linguagem política é uma alegoria política escrito no momento de ditadura a esperança está no jovem né e a esperança ela vai fazer com que os coiotes
mostrem as suas garras espero que eu tenha gostado É um livro relativamente fácil tranquilo de ler excelente uma hora deitado uma sentada você lê e espero que você acerte as questões na primeira na segunda etapa vai ter que elaborar mais o raciocínio mas na primeira acho que vai ser bem tranquilo que está estruturado sobre teatro sobre personagens sobre os discursos né sobre talvez a luz sobre a quarta parede tá tudo aí na aula para você boa leitura e até tchau