[Música] bom dia bom [Música] dia vamos iniciar sejam todos todas e todes bem-vindos bem-vindas bem-vind começo fazendo uma breve autodescrição como parte da nossa política de inclusão e acessibilidade sou uma mulher negra com cabelos de dred um rabo de cavalo tô com uma gargantilha Dourada um brco de búzios e um blazer estampado colorido é com muita honra e alegria que abrimos presencialmente e por transmissão via canal no YouTube A solenidade de comemoração dos 70 anos da Escola Nacional de saúde pública Sérgio Arouca da fundação Osvaldo Cruz reparação histórica desigualdades e a construção do Comum Este
é o tema dos 70 anos da ensp essa celebração é motivada por entendermos ser fundamental desenvolver ações que enfrentam as injustiças voltada a grupos populacionais historicamente vulnerabilizados no Brasil que promovam a Equidade e combatam a discriminação racial que se interseccionam com exclusões ligadas à classe às identidade de gênero as pessoas com deficiência dentre outras camadas de exclusão que implementem políticas orientadas pelo ideário democrático com ações efetivar o racismo sexismo capacitismo assegurando de maneira equânime contribuindo para melhoria a melhores condições de vida para ampliar a diversidade social na participação de diversos segmentos em todas as esferas
de atuação institucional reflete internamente nosso empenho em busca de uma ética da reparação que se traduza numa agenda capaz de fortalecer e aprimorar o compromisso presente desde Nossa criação com uma saúde pública equânime e efetivamente Universal e assim seguir fazendo juiz a nossa trajetória como instituição que contribui historicamente para o pensamento crítico no campo da saúde coletiva Assim como para as políticas públicas e para cidadania os dias 3 4 e 5 de setembro teremos várias atividades temáticas sociais e culturais para comemorar o aniversário da escola no auditório nas tendas na sala 410 no espaço do
segundo andar lembramos que este evento está sendo traduzido para linguagem Brasileira de sinais Vamos assistir agora o vídeo institucional da ensp 70 anos m [Música] ela é criada com esse conceito de formar os profissionais que vão atuar particularmente nas unidades de saúde eh do antigo Cesp do serviço especial de saúde pública que eh se cria eh Na década de 40 como para ajudar no saneamento da região Amazônica onde se produzia a borracha pro esforço de guerra dos Aliados contra o nazismo nazi fascismo né e contra o eixo digamos então a a escola surge depois do
Cesp ela quando termina A Guerra Não sei que começa se organizar uma escola para formar profissionais que vão atuar nesse sistema então do Ministério da Saúde não o sistema único de saúde que vem muito depois a ESP foi assim e é uma instituição que me formou eu fiz os meus cursos aqui eu cheguei com 26 anos muito jovem recém-formada Tinha terminado a faculdade eh de Medicina na Bahia e me mudei pro rio para fazer uma residência na uer soubemos de um curso de saúde pública que fazia aqui no segundo semestre era o semestre inteiro o
dia todo e eu me inscrevi nesse curso de sanitarista que foi uma coisa assim surpreendente para mim porque eu não tinha noção nenhuma àquela época dessa questão do Estado como parte fundamental das políticas públicas eu não tinha noção se esse curso me ensinou isso me ensinou que não há condição de você mudar o perfil de saúde de uma população sem políticas públicas estatais vigorosas Então aprendi ali eu tive a grande oportunidade de ser aluno da escola ali foi uma uma um momento de inflexão muito grande não só como profissional da fio Cruz eu diria e
falo para todos na verdade que eu sou o que eu sou hoje como da fio Cruz nas diversas e atividades aí pelas quais eu fui responsável por conta da minha formação de sanitarista na escola nacional de saúde pública fui me formando como cidadão e como profissional aqui nessa casa na fio Cruz como todo né e depois na esp vou te falar eh como mudou minha visão de sociedade e da própria instituição F Cruz quando eu cheguei aqui na escola em 92 eu chego aqui e começo a encontrar com os autores isso para mim foi a
maior emoção porque eu lia e quando eu começo o meu primeiro dia de aula meu primeiro dia de aula já foi com um professor que era um autor de um dos livros que eu tinha estudado pra prova e daqui a pouquinho eu falei assim pera aí não É só esse daqui que é autor são vários autores que estão aqui dando aula pra gente e aí aos poucos eu fui lidando com a grandiosidade dessa escola se criou um programa de Formação em saúde pública que foi se espalhando pelo Brasil todo e eu mesma dei muitas aulas
nesses cursos que em todo o estado foi criando escolas de saúde pública e criando um sanitarismo porque os cursos de saúde pública da ensp formataram uma visão comum um ideário comum de sanitarismo no Brasil eu me lembro que eu era ainda jovem eu fiquei muito emocionada ao perceber o que a enp tinha feito sabe foi uma coisa muito muito muito importante e muito bonita e foi a base do SUS porque o papel da escola de saúde pública é tão historicamente tão importante desde 75 quando a escola de saúde pública faz um projeto Pioneiro no mundo
que é uma rede de de cursos descentralizados gente ela começa um curso no Pará e outro no Rio Grande do Sul nos extremos do Brasil Esse é o caldo dos anos 70 né que vem se expressar nos anos 80 com a criação a organização logo após a queda da ditadura e a nova república e comina com a oitava conferência a oitava conferência digamos é o ápice e dali todas essas coisas acumuladas elas chegam à Constituição de 88 eu não tenho dúvida nenhuma quando se pensa em esp pensa em SUS quando se pensa em ensp se
pensa na reforma sanitária quando se pensa em ensp a gente pensa na formação dos nossos sanitaristas com a presença do aroca como presidente da fio Cruz do é Cordeiro como presidente do inamps estamos falando de 85 em 86 faz a oitava conferência nacional de saúde e a escola de saúde pública fez uma imensa mobilização liderada obviamente pelo aroca em que nós todos ali participávamos da organização das conferências municipais e conferências Estaduais de saúde que chegaram à conferência nacional de saúde com 5.000 pessoas vinda de eleições de representantes nos municípios e nos Estados quer dizer um
processo altamente democrático né e bonito evidentemente que a fio Cruz não tem monopólio desse pensamento mas há de se reconhecer que Sérgio aroca foi fundamental para isso a partir da escola e depois a partir da própria presidência da fio Cruz né Foi difícil o aroca Virar presidente quer dizer não foi difícil foi uma loucura Porque nós não tínhamos o direito de escolher um presidente não era dito não era permitido e nós resolvemos fazer uma não é uma eleição uma decisão sem direito a a a escolher a gente resolveu escolheu o baroca você ele queria e
a gente queria E aí nós lutamos fomos lá no castelo eh dizer que a gente já tinha escolhido o presidente o presidente não podia ser escolhido tinha que ser uma decisão do Presidente da República do ministro da saúde bom por fim o movimento foi tão grande que o ministro eh acabou aceitando a escolha da fio Cruz e designou o aroca presidente e o aroca fez uma revolução na fio crruz todo mundo conhece essa história eh isso é uma coisa assim eh maravilhosa que a fio Cruz tem que a gente conseguiu Criar e que na verdade
eu digo que ela as bases Eu sinto que foram plantadas aqui na esp porque foram essas pessoas que levaram isso para a presidência as pessoas da esp foi até no começo um pouco incompreendido por outros setores da Fiocruz mas depois todo mundo viu como era importante a gente desenvolver esse processo de democracia interna foi na escola que surgiu surgiram os primeiros movimentos de adoção desse modelo de governança democrática que a gente experimenta até hoje foi lá que se discutiu eleição para diretor eleição para presidente da fio crruz e a partir dali irradiando um processo que
eh hoje permanece e que é a garantia da nossa sustentabilidade ao longo desse tempo todo tempos tão difíceis que a gente atravessou e conseguimos sobreviver por conta dessa desse processo democrático de gestão quando eu cheguei aqui ainda não era eh a escola nacional de saúde pública Sérgio aroua depois que se torna né a escola nacional de saúde de saúde pública Sérgio aroua e Eh claro que isso foi um Marco porque Sérgio aroua era o a figura era o representante era o pai do SUS é porque Sérgio Arouca eu acho que é Extrem amente simbólico e
mais ainda simbólico para essa escola e eu acho que vincular o nome do Sérgio Arouca à escola eu acho que fortaleceu ainda mais essa ideia de que eh o SUS o SUS nasceu aqui nessa escola eu acho que a Fiocruz se engrandece com Sérgio aroca né evidentemente que ainda que ele seja um Pensador da Saúde Pública o Sérgio oroc engrandeceu a Fiocruz engrandeceu o SUS ele não era só um líder que a gente ouvia com muita atenção Ele era de uma afetuosidade tremenda e Eu recordo que de imediato o Jorge bermudes propôs que a escola
passasse a chamar escola nacional de saúde pública Sérgio aroca uma proposta do bermudes que foi imediatamente acolhida obviamente pelo conselho da escola e por por todo o por toda a comunidade da fio [Música] [Música] Cruz nossos estudantes né Eh vem vem para cá para aprender com quem faz né que as pessoas estavam construção do projeto político estavam no dia a dia na assistência ensino e pesquisa integrada então o grande desafio é esse também eh a gente está o tempo todo aperfeiçoando né tentando aperfeiçoar esse projeto que Sérgio aroca né e tantos outros construíram aqui para
para nossa Fiocruz mas particularmente paraa nossa escola todas as pessoas que passaram por aqui deixaram né sua marca seu legado né os trabalhadores em todos os níveis né de comprometimento isso que acho que é uma marca da escola comprometimento de todas e todos com e e é a construção do sistemico de saúde eh com a saúde pública e com a saúde coletiva cada funcionário ele foi a construção do que a gente tem hoje nada seria sem todos eu acho que isso a Fiocruz T de muito bacana essa compreensão de que somos todos nós juntos que
fazemos a diferença porque nós temos um sistema democrático de participação e isso dá um sentido de coletividade para nós penso sempre a a a a Escola Projeto a escola o meu sonho dessa escola cada vez mais pujante sempre atrelado aos Desafios que se colocam pro Brasil no campo da saúde pública isso me ajuda um pouco a enfileirar os meus diversos sonhos e um deles é que a escola possa reafirmar o seu papel Nacional estamos trabalhando para isso juntos mas sobretudo também numa perspectiva internacional futuro é essa enp que consegue de fato abraçar mais as suas
as suas causas construir mais pontes e aí quando eu falo construir pontes é estabelecer uma relação mais próxima com a sociedade no sentido de realmente eh conseguir eh responder ao que de fato a sociedade ela vem precisando ter de resposta pelo menos para uma garantia de maior qualidade de vida de maior acesso e sobretudo de mais Equidade logicamente a gente olha a escola mas olha ela dentro dessa instituição que a fus vai fazer também 125 anos o ano que vem né e a gente sabe que a gente tem um papel importante na sociedade quando a
gente está falando né de todo esse processo histórico do racismo estrutural de enfrentar o capacitismo lgbtq e fobia e o machismo estrutural também nessa sociedade então Trazer isso para um debate onde ensino e pesquisa possam né estar juntos onde as ações ali na ponta na atenção primária possam de fato fazer esse enfrentamento também no dia a dia a inspe do Futuro ela tem que tá plantada na sua história ela tem que beber dessa história que ela tem que é de uma riqueza enorme Eu acho que o que ela tem de mais importante é a sua
raiz sua alma que é uma alma de profundo compromisso social e isso é que fará ela descobrir quais são os passos que ela tem que dar para continuar sendo importante Vital paraa população brasileira é mais do que justificado celebrar-se para que esses 70 anos marque como qualquer data e qualquer femd Marque um reinício uma reafirmação de princípios que a escola pode fazer ao rememorar seu passado tá pensando o futuro também o que é a coisa mais importante num efeméride não é a celebração de feitos do passado e sim tá bem fizemos isso tudo estamos felizes
estamos comemorando e o que que nos espera o que que a realidade nos demanda pro Futuro né que essa para mim é é o pensamento que deve presidir as comemorações de 70 anos o que que nós vamos fazer daqui para diante gente [Música] vou te amar eu sei que vou te amar [Aplausos] dando início à programação vamos chamar os componentes da mesa de abertura convidamos Ana Estela dade secretária de informação e saúde digital representando o Ministério da [Aplausos] Saúde convidamos o presidente da fundação Osvaldo Cruz Mário Moreira [Aplausos] o diretor da Escola Nacional de saúde
pública Sérgio Arouca Marco [Aplausos] Menezes a coordenadora do escritório da opas no Brasil Socorro grosss [Aplausos] o Presidente do Conselho Nacional de saúde Fernando [Aplausos] pigato a coordenadora de Equidade diversidade inclusão e políticas afirmativas cedipa da Fiocruz Hilda Gomes [Aplausos] a representante da comissão permanente de diversidade e Equidade da ensp Maria José Sales a representante do comitê de acessibilidade e inclusão da pessoa com deficiência Laí Costa o presidente do sindicato nacional dos trabalhadores e trabalhadoras da Ah desculpa Presidente hoje quem tá representando é a Lucia Helena Silva daf vice-presidente o representante dos trabalhadores e trabalhadoras
no Conselho deliberativo da ensp Régis Souza e as representantes de sente Lidiane bravo e Liliam Silva [Aplausos] com a nossa mesa formada Peço que todos fiquem de pé para execução do Hino Nacional [Música] ouviram dois pirangas marchas plácidas e um povo herói cobrado r an e o sol da liberdade em Rai flúidos brilhou no céu da pátria nesse instante se o penhor desta igualdade conseguimos conquistar com braço forte em teu seio ó liberdade desafia o nosso peito à própria morte com Pátria am idolatrada salve salve Brasil um sonho intenso um raio vivido de amor e
de esperança a terra desce se em teu Formoso céu risone lípido a imagem do Cruzeiro resplandece Gigante pela própria natureza esas forte Padre do color su e o teu futuro es essa grandeza Terra dorada entre outras Miles com Brasil op am doos filhos desses soles bti pátria amada Brasil [Música] deitado eternamente nesso esplendido ao som do mar e a luz do céu profundo fuguras do Brasil florão da América iluminado ao sol do novo mundo do que a terra mais garr Deus olhos lindos Campos tem mais flores nossos bosques tem mais vida nossa vida no teu
seio mais amores é Patri salve salve Brasil de amor eterno seja símbolo o laru ostentas estelado deica o verde louro desta flâmula mais no futuro e glória no passado mas serves da Justiça clava for morte terás que o filho teu não Forge a luta n teme que te adora a própria morte Terra Dourada entre outras milas do Brasil R Pat amada dos filhos desse sol Gentil pátria amada Brasil [Música] [Aplausos] vai vai dar certo vai dar certo agradecemos a presença de todas todos e todes vamos assistir agora ao vídeo da ministra da Saúde ní Trindade
Lima eu acho melhor colocar muito é com mu alegria mas lamentando muito não poder estar com cada uma cada um de vocês que me somo a todos na comemoração dos 70 anos da Escola Nacional de saúde pública para Parece que foi ontem que participei com colegas da casa de Osvaldo Cruz do livro sobre o 50 anos da INSP que teve como título uma escola para saúde hoje o tema dos 70 anos é reparação histórica desigualdades e a construção do Comum um tema desafiador mas que mostra a atualização do projeto histórico da escola nacional de saúde
pública em sua história tantos nomes importantes e queridos eh da minha relação pessoal da minha relação de trabalho passaram e levaram o nome de Sérgio aroca mostra bem a vocação da escola atualizada em cada momento lembro também muito bem e aproveito para cumprimentar o diretor Marco Menezes Marquinhos Como chamamos e a toda a equipe de direção da escola nacional de saúde pública bem como a toda a comunidade de professores de pesquisadores de técnicos de analistas eh de estudantes tão importantes na vida da escola também os cidadãos e cidadãs usuários do Centro de Saúde enfim essa
comunidade Ampla que é a escola nacional de saúde pública de fato uma escola para saúde uma escola para cidadania para mim que agora ocupo o cargo de ministra da Saúde contar com a escola nacional de saúde pública Sérgio aroca tem sido fundamental essa colaboração tem se dado em várias frentes vou mencionar apenas algumas em toda a área de atuação da secretaria de gestão do trabalho educação e saúde a ensp tem sido uma das principais instituições colaboradoras também quando fazemos e todo o trabalho relacionado ao cuidado integral à mulher novamente temos a ensp como referência como
é o caso de toda ação que estamos realizando para o cuidado integral à gestante seja na área da Equidade de base éo racial seja seja Quando pensamos no trabalho de direitos humanos de pessoas com deficiência em todos os departamentos da escola nacional de saúde pública e em sua tradição de formação de profissionais para o sistema único de saúde e profissionais para o sistemas de saúde da América Latina dos países africanos em cada uma dessas ações está presente a grande força de uma educação voltada para os desafios do presente e para a construção do Futuro São
muitos os desafios atuais nos campos de atuação da INSP uma escola que foi fundamental também para a criação da Associação Brasileira de saúde politiv e para tantos movimentos na saúde essa importância se atualiza a cada momento contar com a ensp é fundamental para pensarmos o futuro da saúde o futuro da sociedade e o futuro das políticas públicas equitativas em nosso país Obrigada ensp Parabéns pelos seus 70 anos é com muita alegria Vamos assistir ao vídeo do diretor da organização Panamericana de saúde opas Jarbas Barbosa é um motivo de muito de alegria a escola nacional de
saúde pública a ensp da Fiocruz está comemorando 70 anos essa é uma instituição que ao longo dessas sete décadas tem tido um relacionamento com a organização Panamericana da saúde e tem desempenhado um papel fundamental na formação de sanitaristas de pessoas que T atuado na construção do Sistema Único de Saúde do Brasil eu mesmo pessoalmente fui aluno da da ensp nos cursos decentral ados que a ensp organizava eh fiz a especialização em saúde pública depois a especialização em epidemiologia que era um uma oportunidade única para que sanitaristas eh fossem formados n regiões Nordeste e Norte no
momento que nós não ainda não tínhamos ainda os cursos eh em instituições desses estados a ensp pode contribuir e tem contribuído muito para fortalecer o SUS para para que se consiga no Brasil efetivamente cumprir o mandato constitucional de garantir acesso universal para todas as pessoas a buscar fazer com que o SUS encontre alternativas de melhora do acesso de remoção de Barreiras de identificação de grupos que não estão sendo eh alcançados de novas estratégias para que a gente possa avançar primeiro com uma saúde universal para que se consiga realmente acesso eh à saúde para que nós
construamos uma atenção primária da Saúde fortalecida Renovada que não é só aquela atenção primária da época de almaata mas uma atenção primária abrangente que inclua a promoção vigilância eh tratamento e diagnóstico de doenças transmissíveis não transmissíveis e que seja a porta de entrada e a organizadora de uma demanda eh para os setores secundários terciário de maneira a termos uma rede integrada é também importante que nós possamos avançar com algumas agendas importantes na eliminação de doenças por exemplo que é uma das prioridades do meu mandato quando nós olhamos aí o Rio de Janeiro eh tem uma
das maiores incidencias de tuberculose da região né então que novas estratégias a gente deveria estar implementando na em cidades Como o Rio de Janeiro em cidades como Lima utilizando novas tecnologias as novas ferramentas disponíveis para que esse quadro possa se reduzir rapidamente né da mesma forma a própria questão das doenças não transmissíveis né que nós temos aí cada mais ou menos né 30% 33 34% de mortes preveníveis por doenças não transmissíveis que ocorrem no Brasil e na região das Américas porque essas pessoas com diabetes com hipertensão não são diagnosticadas de maneira eh precoce e não
tem acesso muitas vezes a medicamento não tem um protocolo adequado de acompanhamento que Garanta com que essas doenças sejam controladas então eu diria que os desafios são enormes hoje para para a saúde né temos um quadro complexo que vai desde os impactos do câmbio climático até a transição demográfica até as dificuldades do subfinanciamento eh dos sistemas de Saúde ao problema do de como formar Profissionais de Saúde com eh todas as habilidades e conhecimentos que nós precisamos hoje e a a ensp Sem dúvida nenhuma é uma ferramenta fundamental que tem o Brasil e também é parte
da cooperação que a Fiocruz tem com outros países da da região e do mundo numa cooperação sulsul para seguir fortalecendo e criando eh sanitaristas pessoas da área de saúde pública da área de saúde coletiva que tenham essa junção do compromisso com a saúde da população o espírito crítico e os conhecimentos para a apontar alternativas e conseguir efetivamente melhorar a qualidade de vida e a saúde das pessoas do Rio de Janeiro do Brasil e da região das Américas parabéns a ensp a direção da ensp a todos os ex-diretores da ensp aos alunos ex-alunos da ensp os
funcionários todos que fazem essa instituição exemplar que é a escola nacional de saúde pública [Aplausos] bom com a palavra a secretária de informação e saúde digital representando o ministério da saúde Ana Estela dade obrigada muito bom dia a todas e todos eu queria cumprimentar presidente da fio Cruz Dr Mário Moreira cumprimentar diretor da enf DR Marco Menezes também a representante geral da opas no Brasil Socorro Gross Fernando pigato Presidente do Conselho na naal de saúde demais autoridades aqui na mesa nominadas quero fazer um cumprimento muito especial aqui ao Dr José Noronha que foi foi meu
colega de ministério secretário da SAS já Lúcia solto que hoje além de enp é da assessoria assessora especial da ministra Presidente cebes enfim parabenizar a vocês todos aqui Cristiane vice-presidente de de ensino e parabenizar docentes eh todos que fazem a história docentes técnico-administrativos eh alunos que fazem a história da ensp a a maior escola de saúde pública da América Latina né e do Brasil tem um papel fundamental no movimento sanitário brasileiro eh foi fundado em 54 59 começou a oferecer seus cursos aqui Vimos um vídeo muito bonito com Paulo bus que também foi diretor e
da Maria Maria do Carmo Leal que também acho que foi a única diretora mulher da ensp Quero trazer a vocês um abraço muito especial e tô muito honrada tanto de est no no no aniversário da inspe de 70 anos quanto de tá aqui a pedido e representando a nossa querida ministra Nísia Trindade né que eh estaria aqui certamente mas hoje está numa atividade numa agenda internacional do G20 o Brasil tá presidindo o G20 esse ano e ela tá em Natal fazendo essa agenda e por isso me pediu que viesse trazer esse abraço né então enfim
eh só de só de falar de Sérgio aroca né da escola da da homenagem de de ter tido Sérgio aroca como diretor da Escola e a partir de 2003 com a sua perda ele tá eh eh no nome da escola eh vi aqui na na na na no vídeo Antônio Ivo também que eu acompanhei Antônio Ivo quando era diretor foi um dos diretores longevos trouxe a questão da educação à distância Acho que mais firmemente pra escola de saúde pública a escola ela nucle pelo Brasil todo descentralizando os cursos para formar gestores Brasil afora Elis andrias
Parabéns pela ensp e tá aqui presente também temos conosco alguém que saiu por aqui também que é a Paula Xavier né que tá na diretoria do hoje então parabéns a todos vocês que orgulho pro Brasil que orgulho pra América Latina ter a escola nacional de saúde pública viva viva fio [Aplausos] [Música] [Aplausos] Cruz convidamos a falar a representante de cente Lidiane bravo obrigado bom dia bom dia a todos todas e todes saudações a todos representantes da mesa de abertura sou bravo uma negra de cabelo crespo cacheado na altura dos ombros na cor preta e estou
usando um vestido longo na cor mostarda e acessórios Dourados sou decente do doutorado acadêmico em saúde pública e pesquisadora no grupo de pesquisa sobre racismo e saúde integrante do coletivo negro fio Cruz Agradeço pelo convite para compor a comissão de curadoria do aniversário de 70 anos da Escola Nacional de saúde pública e com como representante do coletivo negro fio Cruz que desde 2018 reúne estudantes e profissionais da fio cruz com vistas a avançar nas discussões e fazer frente ao racismo nas dimensões institucional estrutural e das relações interpessoais com ênfase no campo da saúde vocalizo a
importância deste compromisso institucional com a promoção da reparação histórica enfrentamento às desigualdades e a conu de um comum que a instituição siga compromissada com a concepção de uma escola de saúde pública que incentive a diversidade e a pluralidade bem como a produção de saúde e Bem Viver a partir do conhecimento e das epistemes dos grupos populacionais historicamente vulnerabilizados Desejo a todos vocês boas vindas e que tenhamos excelentes debates e reflexões ao longo desses três dias de comemoração dos do aniversário da [Aplausos] escola convidamos a falar representante de cente Liliam Silva Bom dia a todos todas
e todes meu nome é Lan Sou representante acadêmica do programa de saúde pública e meio ambiente sou uma mulher branca estou com uma blusa preta com a logo da da enp no crachá e o símbolo dos 70 anos tenho cabelos negros acima do ombro e preto de olhos pretos também primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade e o espaço de fala Nós Alunos por meio da representação de sente e cumprimento e Agradeço também a banca a toda a mesa composta e os que nos assistem no momento ao longo dos seus 70 anos a escola de saúde
pública Sérgio tem se destacado como centro formador de profissionais de saúde dos mais variados níveis de pós--graduação para mais diversas atuações com produção científica e técnica de diferentes áreas e linhas de conhecimento isso faz com que nós tenhamos uma transformação do campo da saúde coletiva com diferentes áreas e interdisciplinaridade entre os nossos cursos hoje eu tenho o prazer a honra e o peso de representar o nosso corpo estudantil nessa mesa de abertura de uma nata tão importante paraa nossa escola a expectativa é que os 70 anos da ensp seja um Marco um ponto na história
onde a escola passa a ser reconhecida pelo seu caráter reparador o tema do da nossa aniversário não é por acaso junto aos seus 70 anos nós teremos a primeira Jornada acadêmica de cente da ensp e seu tema é do SUS e para o SUS desafios limitações e potencialidades dentro dessa jornada dentro do nosso papel como disz sente Nós também temos a reparação da nossa história e a reparação das desigualdades frente à nossa escola uma idade científica organizada totalmente por alunos tendo um corpo decente totalmente diverso e plural eu tive o prazer de organizar e coordenar
essa jornada com meus colegas representantes Bruno Leia e Paulo representantes do programa de saúde pública programa de epidemia e programa de bioética respectivamente e isso é um avanço na nossa reparação da escola dando ênfase construindo um espaço em maior peso do corpo de sente que é o principal ponto da nossa escola aqui que é a partir de hoje tenhamos certeza de que a basee da ensp é reparação de desigualdade um papel que deve ser exercido por todo o público não só o administrativo mas também o docente e o decente que venham os próximos 70 anos
mais justos igualitários e nos enchendo de orgulho muito obrigada passamos a palavra para o representante dos trabalhadores e trabalhadoras no Conselho deliberativo da Souza Bom dia a todos Vou me aoescrever homem Pardo cabelos curtos e grisalhos lisos e utilizando um óculos com aros pretos e sou já esqueci a fala aqui mas vamos iniciar aqui bem é é um prazer enorme estar aqui representando os funcionários os trabalhadores trabalhadoras da casa cumprimento toda a mesa cumprimento todos os que estão presentes e todos que estão nos assistindo também eh gostaria de falar que desses 70 anos da Escola
20 anos eu participei como aluno e como Servidor da casa eh tema tão importante né falar sobre a desigualdade social né que que é o é o tema dessa semana né o que falar né preparei reflexão na verdade eu preparei uma reflexão né a desigualdade social sendo ela racial de gênero etária ou Econômica eh já vem de muito tempo mas a reflexão que eu trago hoje é mesmo após 136 anos da abolição da escravatura continuamos com um problema histórico e social que está presente não apenas no preconceito da cor em si mas nas relações hierárquicas
de gênero e econômica a construção de um caminho comum eh Para mim seria um mundo sem desigualdades com mais respeito mais justo e um Brasil melhor eu eu gostaria de concluir a minha fala fazendo uma citação aqui do Bob Marley que é enquanto enquanto a cor da P for mais importante que o brilho dos olhos sempre sempre haverá [Aplausos] guerra passamos a palavra a representante do comitê de acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência Laí Costa Bom dia a todas todos e todos e eu vou cumprimentar o Marco Menezes em nome dele todos os integrantes
da mesa e tô vendo Fabrício aqui tô representando o comitê em nome dele a todo mundo que consegue est aqui com a gente vou me audio descrever sou uma mulher baixa gente por isso que eu levantei né eu fico enfiada na cadeira sou uma mulher baixa Branca cabelo encaracolado um pouco acima do ombro tô de Batom Vermelho óculos de armação vermelha um blazer preto eu tô usando o Bottom do aniversário de 70 anos da enp e um bottom de um Zé Gotinha na cadeira de rodas porque se a gente não erguesse tanta barreira a participação
das pessoas com deficiência na sociedade seria mais natural elas ocuparem espaços na função de trabalhadores eh de saúde então assim gente eh eh me honra muito e me deixa eu sou servidora aqui da casa eh e e é nessa escola aniversariante em que é gestado o nosso comitê pela inclusão e acessibilidade da pessoa com deficiência ele é gestado pela vontade democrática de pessoas nas unidades diversas eh que trabalham horizontalmente pela pauta eh reconhecendo que tem muita violação de direitos reconhecendo que as as oportunidades de participação são desiguais e também reconhecendo que nós todos aqui todas
e todes pessoas sem deficiência nós compomos esse sistema que oprime que exclui e que deixa morrer e naturaliza a morte de pessoas com deficiência então gente assim me dá muito orgulho ser servidora dessa casa eh uma casa cujo missão é o compromisso com a melhoria da qualidade de vida da população é uma casa que é regida por valores como Equidade diversidade eh como uma educação eh paraa emancipação da população né nada mais importante então quando a gente celebra essa trajetória de 70 anos obviamente a gente tá celebrando uma trajetória institucional né Eh em que participaram
várias gestões várias trabalhadoras vários vários trabalhadores então Eh né assim não somente Essa gestão de hoje ocupada pelo Menezes mas eu acho eu também queria falar dessa gestão né gente porque eh porque acho que que marca esses anos recentes assim um compromisso inegável com a questão da justiça social com o reconhecimento que a gente não vai formar trabalhadores pro SUS que a gente acredita e quer Eh sem fazer reparação histórica sem olhar as desigualdades sem olhar os estigmas que marcam e produzem desigualdade eh e produzem violência em vez de cuidado no nosso SUS em que
Pese a intenção não ser essa acho que também não importa muito eh então enquanto comitê Fiocruz pela inclusão e acessibilidade a gente a gente congratula a gente parabeniza é a coragem dessa escola por reconhecer essas desigualdades desigualdades que a gente reproduz aqui dentro também né Eh e jogar luz sobre elas no aniversário o Paulo bus termina o vídeo né Mais ou menos ali al falando assim ah o que que a O que que a realidade nos demanda pro Futuro gente a gente tá em período eleitoral né eh não sei se vocês estão acompanhando mas não
devem estar também mas esse nessas eleições Você tem uma participação um pouco menor eh de candidatos e candidatas com deficiência e quem consegue chegar lá tá meio marcado por homens brancos paulistanos com deficiência física a gente precisa atuar para mudar essa realidade e eu acho que essa escola que Lu pensamento conhecimento pode ser um parceiro nisso eh Parabéns paraa nossa escola eh parabéns para essa trajetória e acho que a gente tem que fazer muito muito muito mais do que a gente tá fazendo [Aplausos] Obrigada passamos a palavra a a vice-presidente do sindicato nacional dos trabalhadores
e trabalhadoras da Helen Sila saudações a todas todos e todes É com grande emoção que me dirijo a vocês hoje nesse Marco tão especial dos 70 anos da nossa querida escola nacional de saúde pública S ara eu quero também saudar a mesa diretos estão presente o presidente da nossa da da fio crruz o diretor da nossa escola e todos aqui que estão presentes eu eu Saúdo quero me autodescrever eh eu sou meu nome é Lúcia Helena eu sou a minha profissão é serviço social Sou assistente social eu tenho 69 anos eu sou preta a minha
roupa eu estou com um blazer azul marinho um vestido vases n branco preto e verde formando flores eu tenho também p da de 70 anos uso um óculos de de aro Azul tem um brinco de ouro algumas coisas de ouro também para poder ficar um brilho melhorzinho e eu vou e tô muito feliz de estar aqui né o tema deste aniversário reparação histórica desigualdades e a construção do Comum nos lembra da dívida ancestral que temos com aquelas e aqueles marginalizados e Sub Sub subalternizados de ontem de hoje do aqui e agora do mundo afora sou
negra Sindicalista servidora aposentada da ensp gestora e assistente social sinto-me profundamente conectada à história de luta e resistência que marca essa instituição Aqui Diante de vocês quero hoje me definir sobretudo como militante apaixonada do SUS Como cria desta casa que desde a sua Fundação se mostrou e se tornou mais do que uma escola foi um espaço de construção de um projeto Nacional de saúde enraizado nos principais nos princípios da Equidade justiça e inclusão a enp nasceu para ser Vanguarda da luta para consolidar um sistema único de saúde inclusivo e justo nossa luta nunca foi pouca
é uma jornada de começos e recomeços tanto mais depois de anos Tais cruéis para os direitos humanos e direitos dos trabalhadores e trabalhadoras na saúde e no trabalho terríveis desigualdades se se desdobram mostrando que a a nossa luta por melhores condições de trabalho e valorização profissional são essenciais a verdadeira dignidade essenciais aos direitos humanos nosso sindicato asfoc luta para que essas Bandeiras sigam de pé e fortes neste movimento nosso presidente Paulo Garrido nosso querido e combativo Paulinho está em brasilha na na luta com os servidores servidoras federais implicados na saúde na ciência e na tecnologia
como eu Paulinho também é servidor da na ensp e é militante dos direitos humanos e vocês nos conhecem nós somos ensp Não desistimos jamais vamos seguir cobrando e cumprindo dos termos de acordo realizado nas mesas específicas contra o congelamento e corte de verbas nas áreas sociais e pela convocação e manutenção da mesa de negociação central com o conjunto dos Servidores e servidoras federais nosso compromisso é feito na na convergência da fé no SUS e no serviço público não tem fim não tem não tem hora o que a gente tem é estofo é história porque esta
escola que não apenas diploma sanitarista ela forma lutadoras e lutadores pela Equidade pela justiça e pela democracia para um Brasil com mais ciência mais saúde e mais vida neste momento nos deparamos com o início do período eleitoral para nossa presidência e sabemos que a candidatura única implica grandes expectativas que nesse processo fortaleça a nossa unidade e o compromisso com os valores que sempre guaram a ensp pela vida pela dignidade e pela justiça social exos do DNA da fio cruz por fim queremos valorizar a importância de trazerem o o tema da reparação e desigualdade com a
presença maravilhosa de uma grande referência como Carla aco Neri que todos que todos possam aprender com essa preta incrível Feliz aniversário para a ciência para a saúde para o Brasil Feliz Aniversário querida INSP escola de vida escola de toda vida Feliz Aniversário para [Música] [Aplausos] [Música] nós Desculpa me perdi nas palavras bom passamos a palavra representante da comissão permanente Equidade Daia [Música] [Aplausos] jos Bom dia a todos a todos e a todos ó eu soudo mundo chama de eu soua tade de carioca porque eu nasci em Minas Mas mora muitos anos no Rio e meu
instrumento dentro do da saúde é o saneamento é o saneamento Eu trabalho com saneamento no departamento de saneamento eu tô no Rio há 34 anos vim um dia fazer o um curso aqui entrei na fi Cruz falei que nunca mais ia sair daqui e não saí tô lutando porque a aposentadoria chega né tá linda então eu vou me descrever Eu sou uma mulher negra de pele preta os óculos eh sou da idade da enp e isso aí bom é com imenso Imensa alegria que eu sou professora decana que sou dessa escola estendo isso para outras
colegas que aqui estão também que são professores decanos represento tô representando nessa mesa a comissão permanente de diversidade e Equidade eu e a Roberta gondinho também pesquisadora dessa casa o colega e junto ao comitê de prée Equidade de gênero e raça e outros colegas que aqui estão Eu gostaria muito de parabenizar todos os trabalhadores e trabalhadoras a pela dedicação diária pela construção de práticas de em prol da melhoria das condições de vida da população essa celebração é de todos nós não é de um é de todos nós para comemorar essas sete décadas a escolheu o
tema reparação histórica desigualdade e construção do Comum essa temática foi escolhida como o intuito de se elaborar internamente ações para a redução das injustiças contra determinados grupos sociais valorizar a cultura dessa parcela da população promover a igualdade combater a discriminação racial e implementar política de conformidade com demandas democráticas combatendo o racismo combatendo o sexismo e o capacitismo e é justamente para isso que a comissão permanente de diversidade e Equidade foi criada instituída inicialmente através de um grupo de trabalho ela tem o objetivo de apoiar a direção da escola no desenvolvimento de políticas e ações orientadas
pelas diretrizes de valorização das diferenças da Ampliação e do aprofundamento do debate sobre as desigualdades e a diversidade no cotidiano da escola a comissão tem caráter propositivo e sua atuação se debruça em torno das três políticas institucionais em vigências na Fiocruz em articulação com os espaços institucionais que buscam implementar ações que assegurem a efetivação dessas políticas Entre esses espaços estão o comitê de Equidade de gênero e Raça o comitê para inclusão e acessibilidade das pessoas com deficiência ordenação de Equidade diversidade inclusão e políticas afirmativas a cedipa e o Centro de Apoio ao disente recentemente a
comissão se reuniu com o conselho deliberativo da ensp com intuito de apresentar sua atuação e debater estratégia para vencer as pautas da escola com as pautas da escola entre os encaminhamentos desse encontro ficou definida a realização de uma oficina de trabalho para debater estratégias de ações que considerem as principais diretrizes e eixo das três políticas institucionais urgentes n f Cruz nesse momento a comissão está trabalhando na para organizar essa oficina de trabalho e em breve vai divulgar e pede a o envolvimento de todos os trabalhadores da nesse trabalho é importante que todo trabalhador da da
se envolva nessa discussão só assim nós vamos eh fazer aquilo ali reparar a reparação históricas nas contas de desigualdade e construir o comum dessa forma os temas que estamos discutindo nesses 70 anos precisa e deve estar em discussão em todos os espaços da escola e da comissão permanente eh a comissão está aqui para apoiar ampliar e potencializar essa discussão para que juntos tenhamos uma inspe antirracista que luta pela Equidade de gênero e que luta por acessibilidade e diversidade desejo Vida Longa [Música] [Aplausos] ensp Vida longa Zezé também né bom passamos agora a palavra a coordenadora
de Equidade diversidade inclusão e políticas afirmativas cedipa da Fiocruz Hilda Gomes Obrigada Bom dia todas as pessoas presentes desculpem eu tô com um pouquinho de alergia então minha voz tá meio roua Eu sou uma mulher negra Meu cabelo é trançado tranças nagô que são presas à cabeça uso brinquinhos brancos tora de preto com colar e um quimono preto com folhagens eu também fui batizada pela comunidade surda sinalizante em Libras língua brasileira de sinais unindo polegar indicador e fazendo movimentos circulares na altura da maçã do rosto é um prazer enorme estar aqui eu toda a mesa
você ser breve Porque tudo que foi dito é reforça a importância da ensp eu tenho orgulho de ser fio Cruz pela importância que nossa instituição representa para o Brasil no campo da Saúde ciência ensino tecnologia e serviços todos esses eixos de atuação encontam reverberação interna na excelência do trabalho realizado e desdobramentos em parcerias acordos e cooperações internacionais Hoje é mais um grande dia de celebração e fiz questão em trazer e repetir aqui a frase que apresenta o aniversário da escola nacional de saúde pública Sérgio Arouca carinhosa e intimamente conhecida como ensp são quase 70 anos
Formando profissionais e gerando conhecimentos e práticas em busca da promoção do direito à saúde e da melhoria das condições de vida da população a excelência da ensp tem contribuição decisiva para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde o SUS é uma escola viva dinâmica pulsante e que nos surpreende o tempo todo com novos cursos eventos debates projetos programas e atividades culturais essas ações se articulam com o objetivo de aprofundar as análises sobre o contexto socioeconômico político Educacional do país e pautar a conquista da promoção da Saúde como elemento essencial no enfrentamento às desigualdades sociais étnico-raciais
de gênero e que afetam as pessoas com deficiência como coordenadora da Equidade diversidade e inclusão e políticas afirmativas da Fiocruz me Uno e me congra aos comitês institucionais pró Equidade gênero e raça idade inclusão das pessoas com deficiência coletivo negro e a todos os outros grupos criados por meio da capilarização e transversalização dessa agenda que está preocupada em ampliar a diversidade na instituição e unir forças contra as violências e violações de direitos que prejudicam a saúde da população brasileira faço minhas as palavras da Lúcia E para finalizar gostaria de acrescentar que considero também muito necessária
estratégica e viceral temos a d Carla coene Para a conferência de abertura representando a intelectualidade feminina Negra Nos brindando com provocações proposições muito conhecimento e produção de saberes que tenhamos um ótimo evento pra gente também obrigada [Música] a palavra ao Presidente do Conselho Nacional de saúde Fernando pigato Oi bom dia bom dia e eu sou um homem branco poucos cabelos grisalhos os poucos que ainda restam uso óculos tô aqui com uma camisa marrom e um casaco preto os botons aqui do Conselho Nacional de do Zé Gotinha indígena no mapa do Brasil e agora ganhei o
presente também o boto nos 70 anos da ensp e queria cumprimentar aqui eh vou citar todas as pessoas sem dizer o cargo senão já vai meu tempo mas é importante nominar né pela representatividade desta mesa né o Óbvio Presidente Mário o Marco Ana Estela que estava conosco até há pouco Socorro ailda Laí a luena a Maria José Zezé O Régis a Lidiane e a Lilian e com certeza essa mesa caberia mais representações porque o desafio da gente é constante de cada vez a gente eh enfrentar os desafios que não são só do presente que são
os desafios históricos né de um país desigual e portanto a eh a felicidade de poder est aqui num espaço que é considerado também uma extensão da nossa casa a Doutora Socorro diz que A opas lá é a extensão da nossa casa mas aqui na Fiocruz também dizem a mesma coisa então nós temos né mais de uma casa isso é importante pro Conselho Nacional de saúde nesse espaço onde nós lançamos os relatórios né tantas outras atividades né mas ultimamente né para pegar o período que a gente tá aí né a a presidindo o conselho o relatório
da 8ª +8 a 16ª conferência nacional de saúde lançamos aqui e o relatório da 17ª conferência nacional de saúde também lançamos aqui eh eu fiz uma busca porque eu gosto sempre quando eu vou em algum lugar fazer uma referência Como é que tá a nossa relação com esse espaço ou com a instituição enfim aonde a gente tá indo e a busca no site do Conselho que não faz muitos anos Ele tá foi renovado obviamente não é de toda a história do Conselho Nacional de saúde né mas Des dos últimos anos a gente tem 75 eh
notícias vinculando a ensp acho que isso mostra né de que a nossa relação não é uma relação casual a gente tem procurado cada vez mais intensificar né essa relação essa proximidade não só não somente com a Fiocruz com outros espaços aqui dentro da Fiocruz também o canal saúde que é um parceiro nosso de muito tempo né que tá em todas as nossas uniões ordinárias e a gente tem a construção a participação efetiva da Fiocruz e de quem tá na Fiocruz quem faz a Fiocruz acontecer e com a ensp não é diferente dos processos de fortalecimento
do Sistema Único de Saúde e do próprio controle social e a reafirmação da participação social a conquista que a gente teve agora na Assembleia Mundial da Saúde de Que participação social agora tem que ser garantida em todos os países tem a participação da da Fiocruz a atuação que a gente faz de fazer com que cada vez mais a gente tenha conselhos locais de saúde funcionando em todo o país para chegar no território como a gente tem que chegar tem a participação da enp da Fiocruz e portanto não é por acaso que nós agora e fui
autorizado aqui pelo Marco a anunciar né estamos aí efetivando algo que a gente já vem construindo há muito tempo também porque a gente sabe que o espaço da academia é um espaço importante que tem que est cada vez mais vinculado aos territórios e temos um projeto ousado que vai se efetivar agora até eh o final desse ano que é o nosso mestrado profissional em participação e controle social em saúde essa parte para aplaudir essa não tinha combinado com vocês mas essa é a parte e que não é só isso que vão ter várias especializações enfim
porque a gente acredita realmente né que uma escola que tem né Essa vocação precisa cada vez mais também fazer com que a gente que atua no controle social faz a participação social acontecer Esteja também contribuindo trocando né saberes conhecimentos experiências neste âmbito dessa escola tão importante a escola nacional de saúde pública Sérgio Arouca que não é por acaso que tem esse nome portanto reparação histórica desigualdades e a construção do Comum é algo sim muito presente que resgata o passado e que direciona o futuro para essa escola Vida Longa ensp Vida longa fio Cruz Viva o
SUS passamos a palavra à coordenadora do escritório da opas no Brasil Socorro GRS eh bom dia bom dia dia a todas as pessoas que hoje acompanham esta comemoração e celebração dos 70 anos de uma eh uma escola uma escola de de saúde pública mais que uma escola de saúde pública de uma instituição que tem que tem um legado de compromisso pela democracia e pela socialmente transformação noola mais mais escolao sociedade comun que transforma priment presente Cruz AM morea pato Presidente do Conselho Nacional de Conselho Nacional Neste País um conselho que também eu quero parabenizar a
pigato publicamente novamente e pela luta para que nós tenhamos pela primeira vez na história uma resolução na Organização Mundial da Saúde da de reconhecimento da participação social para construção de saúde em nossas populações e f [Aplausos] realmente op potic laor comunit muito importante parao nção hist [Música] Barb Orico qu você tem histrico am0 um contexto no Brasil e na região das Américas latino-américa muito difícil um contexto onde a maioria dos países e tinham ditaduras um contexto onde os jovenes que tinham pensamentos diferentes a uma ditadura eh eram perseguidos uma luta pela pelos direitos os direitos
comunitários os direitos da Saúde os direitos de ser aconteceram enton a escola de saúde pública tem um histórico também em nossa América Latina e quando nós falamos de histórico na América Latina falamos dessa construção e quando fal de Sérgio deoca fal de uma pessoa muito importante também em nossa América Latina Sérgio também essa filho da opas foi consultor da opas na Nicarágua 1980 tava penso que não me autod descr Mas eu sou uma pessoa não exatamente celebrando os 70 anos que tem mais próximo uma pessoa idosa e não tenho não tenho que cabelo branco porque
tenho tinturado já não sei que qual a cor meu cabelo mas uma pessoa que tem um histórico também então quando Sérgio eh ficou na Nicarágua na Costa Rica em Honduras recolheu essa centroamérica difícil porque uma centroamérica em guerra centroamérica difícil uma centroamérica que procurava um espaço também de na sociedade e na centroamérica também que tinha uma revolução das mulheres também nessa época então para nós a escola e o nome Sérgio é na centroamérica é muito importante e n Sérgio na opas também J também queela escola e foi o motor e continua sendo o motor na
defensa Del direito à saúde e na construção do SUS o SUS o sistema único de saúde no Brasil foi um sistema que nasceu em um momento inverso em América Latina Porque no momento que se cria o Sistema Único de Saúde está no processo de destrução de todos os sistemas que exam na América Latina porque foi momento liberalismo então quando acontecia a criação do Sistema Único de Saúde era o momento de neoliberalismo em todos os outros países e foram poucos países que Conseguiram manter os sistemas que tinham e não mudar a isso que era e o
a pessoa a pessoa é uma intervenção ou eh a saúde É na mercadoria e foi muito complexo nessa época realmente manter o que os países lograram manter e a engp realmente for um pilar na construção do SUS continua sendo um pilar em o que tem sido a defensa do SUS e só posso dar um exemplo a pandemia de covid-19 na pandemia de covid-19 a escolindo essa força da pesquisa das intervenções Realmente nós Brasil teríamos mais mortes que o milhão de mortes que nós tiv que conhe Hoje realmente para nós referente esola tambar amé Latin continua
sendo motor Crol e penso que que nsis para o futuro o mundo tem mado e penso tem n a situação do jovem complexa e encontrar esse caminho que NS encont no passado como Jenes penso que responsabilidade que todos temos e que esola essa renovação que sempre tem feito encontra esse momento hoje nós queremos como organização Panamericana da Saúde parar os 70 de escola f que pris 70 ainda mais dessa escola uma escola enganada no Brasil mas também na região das Américas no mundo muito obrigada parabéns e Vida longa para bom Eh gostaríamos de agradecer a
mensagem recebida pelo ex-diretor e atual vice-presidente Hermano Castro agradecer a presença Juliano Lima diretor executivo da Fiocruz que hoje assim como a escola tá [Música] aniversariando a Silvia Mota diretora da creche da fio Cruz Marcos José de arújo diretor da Maurício Zuma Medeiros diretor de biomanguinhos Paulo da Andreia diretor do ioc Priscila Ferraz diretora executiva de junta da Fiocruz aipe da [Aplausos] ar [Aplausos] Eduarda agradecemos também Elisa Andre ex-assessora de comunicação da [Aplausos] coordenador de saúde e ambiente da Fiocruz e agradecemos a vereadora Luciana boit a Tatiane Araújo representando Vereador Chico Alencar José Noronha do
cees Júlio Pedrosa da [Aplausos] opas agora com a palavra diretor da Escola Nacional de saúde pública Sérgio arauca Marco Menezes bom dia bom dia bom dia bom dia todas todos e todes eh Sou Marco Meneses um homem branco pele morena cabelo preto liso estou aqui hoje usando uma blusa branca com blazer azul marinho o botton aqui de 70 anos a nossa escola e também o boto aqui do Zé Gotinha eh na cadeira de rodas então Eh quero iniciar aqui cumprimentando a mesa nosso Presidente Mário Moreira Eh quero também cumprimentar Socorro grosss Hilda Gomes a Zezé
a Laí aena L quero saudar também aqui a nossa ministra n o diretor da opas Jarvas Barbosa também que deixaram aqui uma mensagem para nós quero cumprimentar todas todos e todos que estão presentes que estão nos acompanhando nas autoridades que estão já foram citados aqui cumprimentar aqui a mesa né nossos intérpretes de libra também que estão aqui eh dizer assim tô muito emocionado porque eh quero eh agradecer yasm né pelo vídeo né toda a equipe porque um vídeo muito emocionante né Essas pessoas todas que apareceram ali eh me ensinaram muito né eu sou dessa sou
egresso como aluno dessa escola me formei aqui eh posso dizer assim como sanitarista e aprendo todo dia n como tô aprendendo aqui hoje mais uma eh um momento muito emocionante mesmo então eu quero cumprimentar também deixar aqui registrado né meus agradecimentos não só por essa todo empenho nessa atividade né mas toda a parceria já nessa gestão Nossa do nosso conselho deliberativo todas e todos que estão aqui presentes eh dos parceiros do Conselho deliberativo da Fiocruz né das parceiros e das parceiras né do dia a dia quero posso deixar de falar aqui da comissão organizadora desse
evento são muitas pessoas que compõem a comissão vou aqui eh no nome da Roberta gordinho da Maria Helena Mendonça e da Lidiane agradecer muito pelo empenho de vocês por esse evento por essa atividade eh cumprimentar também aqui todas né a direção da escola né a nossa direção Então a nossa vice-diretora Fátima Rocha Enir Caetano Luciana Dias Eduardo Melo mol e quero cumprimentar também aqui e saudar pela comissão em nome dessa estrutura toda que vocês estão vendo aí que tem uma série de atividade na comemoração de 70 anos pelo nosso gabinete né que ficou trabalhando junto
com a comissão né se dedicaram muito a Renata colasso a Luciene e o Felipe e toda a estrutura lá do gabinete da que nos ajuda a tocar o dia a dia né então aó Carina Vinício Alícia Lucinho tinha que falar todos assim mas muito mais né todos os trabalhadores trabalhadoras dessa escola estudantes né os alunos dessa escola quero saudar todos vocês porque ela é construída no dia a dia com a participação de todos eu vou ser muito breve porque logicamente a gente quer ouvir também né vai nosso Presidente mas eh a nossa Doutora Carla ciren
com quem eu agradeço muito muito mesmo eh ter aceito o nosso convite ter aceito está aqui conosco nesses 70 anos então assim falando rapidamente né Eu já foi falado né Toda eh os 70 anos das escolas né nas décadas que eh de construção do 70 anos o vídeo acho que mostra muito bem isso né E essa mesa aqui também quem me antecedeu já colocou muito qual a importância da escola né nessas décadas de dedicação na formação na pesquisa na construção da saúde pública do maior sistema público de saúde do mundo que é o SUS da
saúde pública da saúde coletiva com do pensamento crítico mas que carrega essa responsabilidade de enfrentar os desafios impostos pelas desigualdades históricas e que ainda persistem na nossa sociedade eh é um momento de celebração mas também é um momento da gente refletir né não é to que a gente traz esse tema Mas é uma reflexão também que parte de vários aspectos né Presidente Mário eu acho que eh a gente tem colocado os desafios do SUS desafios estruturantes do SUS podemos dizer assim recentemente a gente fez um um amplo debate com a sociedade né o nosso Observatório
do SUS né Eduardo junto com abrasco organizou uma série de debates eh propondo ações olhando pros eh pros desafios históricos estruturantes do nosso SUS então a gente falou da regionalização a gente falou do financiamento de uma forma muito concreta E propositiva então acho que esse é o papel da nossa escola né de propondo ações olhando pra realidade pros avanços que precisam ser feitos na sociedade no SUS e um desses pontos n a gente falou n e propôs que acho que é o grande desafio né a gente tá falando aqui de uma escola com 70 anos
que é feita no seu dia a por seus trabalhadores e trabalhadoras a gente falou do grande desafio hoje que é a gestão de pessoas gestão do trabalho no Sistema Único de Saúde a gente falou da carreira suz e a gente não pode deixar de falar aqui que a gente tá vivendo um momento muito importante da nossa instituição também que é a luta dos trabalhadores e trabalhadoras pelo pela justa recomposição salarial e pela valorização da nossa carreira Então isso é muito importante também eh a nossa escola segue atualizando né e a gente tá aí constantemente né
avançando no debate em vários espaços coletiv que temos né no lato no estrito Censo todos os fóruns da nossa escola atualizando nosso projeto político pedagógico por Grande Desafio que temos hoje na nossa sociedade né desafio sanitário que passa por uma discussão de como aprofundar isso para dentro da academia dentro das instituições públicas dentro da formação né a gente tá falando aí do grande desafio eh da emergência climática da crise hídrica né e eh como isso afeta e dificulta ainda mais né O que temos que avançar no combate à fome no nosso país Então são questões
que passam né Por exemplo a transição demográfica que vivemos hoje envelhecimento da nossa população ou seja são várias questões né do ponto de vista sócio ambiental e que a escola vem se atualizando sim né o nosso projetoo pedagógico hoje né busca atender né a essas demandas mas também fundamentalmente né numa perspectiva de fortalecimento dos sistemas de saúde né Não só no nosso país como já foi colocado aqui também cumprimos um papel importante na América Latina e principalmente nessa relação sul-sul né que é hoje uma questão central né da volta do nosso país nas discussões mundiais
bilaterais e tem colocado isso como grande desafio e a escola tem cumprir um papel importante né que é um papel histórico eh Sem dúvida os dados mais recentes colocam pra gente um grande desafio né a gente pode falar do último relatório brasileiro das desigualdades pode falar dos dados do IBGE mais recente né que falam que e demonstram né que a gente tem avançado né mais de 40% eh tem saído da da população brasileira saiu da extrema pobreza isso é um grande avanço mostra como é importante a democracia como é importante a gente voltar a ter
política pública preocupada com a com a saúde pública com a saúde coletiva com os direitos sociais então nessa perspectiva também esses mesmos dados né esses mesmos relatórios mostram o quanto a gente precisa ainda avançar né a concentração de renda é absurda nesse país a gente precisa de fato avançar ter um avanço importante né numa perspectiva de uma reforma agrária Então acho que ess são questões quando a gente tá falando de saúde pública de saúde tá falando de reparação histórica né E tá falando de uma atualização pedagógica no noss do projeto político pedagógico na nossa escola
passa sim por falar desses pontos passa sim colocar esses desafios né para o governo para a sociedade e a gente quer construir isso juntos eh acho que a nossa ministra já falou né Essa é uma instituição inquieta né acho que é uma característica da nossa escola então por isso que nesse momento de enfrentar esses desafios profundos e complexos a gente coloca e chama para reflexão sobre a reparação histórica desigualdades e constitução do comum e aí eh essas injustiças a gente sabe que elas não são apenas resquícios do passado mas realidades que continuam a moldar a
vida de milhões de pessoas em nosso país então a gente tá falando aqui que precisamos né Presidente Mário avançar não só n nossas políticas internas mas na discussão com o SUS com a sociedade eh na luta antirracista pela igualdade de gênero na sensibilidade de inclusão da pessoa com deficiência dos direitos dos povos originários nesse país enfim da nossa diversidade enquanto povo brasileiro a gente sabe que repare essa injustiça ela exige ações concretas políticas públicas que toquem nesses pontos e que avançam que avancem ações e a gente né Nós da escola de saúde pública todas e
todos então estamos aqui no dia a dia engajado na construção na reconstrução do nosso país junto com as políticas colocadas por esse governo eh para fechando aqui eu queria citar aqui um pensamento uma uma colocação que julgo muito importante que tem a ver com essa discussão que estamos fazendo aqui hoje né que é a da reparação histórica desigualdades e a construção do comum de que comum é esse que a gente tá falando né então vou falar aqui da filósofa fo ativista professora e escritora de Jamila Ribeiro quando ela fala do Comum ela fala o comum
é o espaço onde podemos reimaginar e construir um futuro mais inclusivo para todas todos e todos então quero desejar né para todos nós todas que estamos aqui que construímos essa escola essa instituição essa fio Cruz no dia a dia que a nossa ensp né ao longo dos 70 anos e que fez da transformação coletiva o seu lugar sigamos sigamos avançando na construção desse comum um lugar onde saber se alinha com a Luta pelos direitos pelos Direitos Humanos onde a academia possa profundar sua relação com a sociedade com os movimentos civis da sociedade civil organizada Como
já falou aqui por exemplo o pigato eh um lugar um comum onde eh a academia se Abra para os grupos populacionais historicamente vulnerabilizados na nossa sociedade e onde a ciência é colocada a serviço da vida e da Democracia Parabéns enche parabéns a todas todos e todos que constróem essa linda história que construíram essa linda história dessa nossa escola Obrigado com a palavra o presidente da fundação Osvaldo Cruz Mário Moreira eh Bom dia a todos todas e todes eu vou iniciar minha fala pela minha autodescrição eu sou um homem de 63 anos eh pelarda bem morena
barba branca cabelo em transição de preto para grisalho eh uso óculos de armação Escura Tem Unos olhos bem escuros também negros eh Estou vestindo um paletó cinza uma calça azul marinho e uma camisa azul Clara uso aqui o Pim do Castelinho da fio Cruz e também eh o botton de comemoração dos 70 anos da Fiocruz ensp ensp fio Cruz eu misturo de propósito sempre marquin nós somos constituídos de várias unidades e a fio Cruz é inspi is é uma coisa muito bonita né de se comemorar eh eu eu primeiro queria iniciar eh eh celebrando eh
a audiência desse auditório eh que passou pela minha cabeça aqui vários momentos que a gente experimentou juntos coletivamente aqui nesse auditório da escola de saúde pública que tem tradição de sediar grandes debates nacionais e grandes debates institucionais também aqui nesse auditório se decidiu muito a respeito da fio Cruz muito aqui nesse auditório aprovamos muitas proposições de políticas públicas de construção do estado brasileiro enfim é um auditório que tem uma vibração muito positiva e de fato há de se comemorar assim a beleza a gente estar aqui hoje Marquinhos eh com todo mundo aqui ligado e também
quem nos acompanha pela pela internet pelo pelo pela internet eu queria aqui cumprimentar a mesa Marco Menezes é diretor da Escola meu amigo Socorro gros outra pessoa que quem temos interagido muito né Socorro não do só do ponto de vista da institucionalidade das nossas relações mas uma amiga também uma companheira de luta Hilda que conhecia há pouco tempo mas somos companheiros de Presidência e fazend um excelente trabalho Muito obrigado pelas suas falas também desafiadoras e que a gente tem escutado com muita atenção a turma pro lado de cá agora a Maria José Sales o Souza
a Lúcia Helena a Lidiane bravo e a lam Silva e aqui ao meu lado bem ao meu lado aqui colado comigo o grande amigo Fernando pigato Presidente do Conselho Nacional de saúde representação da nossa sociedade no Sistema Único de Saúde e eu sempre aqui eu não uso de forma vaga o adjetivo de amigos porque é interessante como nessa luta nossa do cotidiano diária no compartilhamento de valores de princípios e também de sonhos a gente também estabelece relações afetivas e que fazem toda a diferença nessa fio Cruz isso é um ponto importante que é uma escola
que fez a minha cabeça literalmente né como eu disse ali no vídeo a surpresa o vídeo daquela colocado daquela maneira emocionante como Maquim falou mas eu devo repetir as palavras que lá fiz de que a a essa escola que para mim é uma escola de saúde pública mas é acima de tudo uma escola de cidadania a gente forma cidadãos sanitaristas que são hoje engajados na luta por um estado mais justo inclusive mas também eh para para mim do ponto de vista da minha experiência pessoal foi um divisor de águas eu já trabalhava muitos anos em
biomanguinhos antes de vir para eh cursar aqui o mestrado em saúde pública e de fato a percepção do SUS se amplia a compreensão do Sistema Único de Saúde eh eh se acontece quando Eu frequentei essa escola como aluno e depois várias vezes como colaborador e e orientando e participando de bancas de mestrado e doutorado eh 70 anos são de fato eh uma trajetória muito importante e aí eu faço um primeiro comentário que para mim é muito claro a trajetória da escola nacional de saúde pública eu acho que ela influencia e é influenciada pela construção do
estado brasileiro nós temos plena eh eh eh eh consciência disso que desde a sua criação o nosso debate aqui a em torno de um estado democrático de direito mas de bem-estar social onde a saúde é o elemento central de cidadania então nós estamos na luta pela construção desse estado mas a esse estado a sua configuração o debate em torno dele também influencia a escola e eu vou tentar desenvolver um pouco eh essa ideia ao longo da minha fala eh já disse aqui eh eh Marquinho e pigato e todos que falaram Socorro as a a as
escola é um dos centros mais importantes do pensamento sanitário brasileiro e com uma forte influência mundial também Socorro destaca que eh a nossa com país da da América Latina mas eu diria que mais recentemente até com países da África também a escola tem um papel fundamental no na na na no debate com outros países nas cooperações estruturantes em torno de sistemas de saúde na formação de quadros sanitários também tanto no no Brasil na América Latina e na África e temos consolidado e inclusive ampliado as ações eh nessa direção é um dos centros mais importantes também
na na formação de sanitaristas entre os quais Como eu disse esse que vos fala não tenho dúvida nenhuma disso que hoje eu vou a reuniões no Ministério da Saúde Ministério da Ciência e Tecnologia em outros Ministérios reuniões com departamentos grupos de pesquisa fora da F E não é raro ao contrário é comum encontrarmos pessoas que foram alunos dessa casa então de fato eh não é só uma questão de escala mas Evidente a escala também é importante mas a qualidade de quadros que a Gente Tá formando para serem trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Único de Saúde
sejam como gestores dirigentes Ministro às vezes secretários de estado mas também trabalhadores e trabalhadores do Sistema Único de Saúde e eu acho também que a fio Cruz chega aos seus 70 anos eo foi muito bem falado pela Duca e pelo Paulo bu A Professora Maria do Carmo e Professor Paulo bus eh e que a fio Cruz chega aos 70 anos mas com uma vitalidade intelectual muito grande isso é muito importante Marquinho eh e eu vou provocar um pouco isso ao longo do tempo e eh e é importante que essa vitalidade seja um mais de uma
das forças motrizes dessa escola porque os desafios são grandes né Nós estamos num governo de reconstrução eh um governo democraticamente eleito com um projeto Progressista mas que tem minoria no congresso nacional isso é muito importante de nós falarmos eh Há uma dificuldade muito grande de se levar à frente às políticas de estado inclusivas porque elas se deparam com o congresso que é conservador nos costumes e com uma agenda muito prejudicial ao sistema único de saúde e ao mesmo tempo neoliberal e que vocês imaginam a dificuldade que é um governo que conta com um pouco mais
de 70 deputados e e e enfrenta uma agenda neoliberal buscando força nas alianças nas nas alianças conjunturais e mais permanente mas é disso que se trata e eu faço essa explicação aqui essa puxamos vocês essa reflexão pelo pelo que o Marquinhos comentou sobre a uma certa eu diria frustração da Fiocruz na negociação do da da sua carreira e da reposição salarial e que a gente tem que ter percepção que o jogo é muito maior do que a gente imagina é um jogo de disputa inclusive pelos fundos públicos né Congresso Nacional se apropria de uma boa
parcela da dos recursos da saúde e o mercado pressiona o governo por uma política fiscalista em detrimento de uma política desenvolvimentista na construção de um estado Então esse é o panorama eu diria que esse é um dos grandes Desafios que estão colocados aí à nossa frente eh temos também como Socorro mencionou e Jarbas Barbosa também grandes desafios de ordem global né a pandemia foi uma tragédia que se abateu sobre o mundo e de forma mais dramática mais contundente sobre aqueles países menos desenvolvidos né Eh eu sempre falo isso eh naquele momento era salvo se Quem
Puder e o mundo se deparou com uma dificuldade muito grande de enfrentar de forma equitativa aquela emergência a maior emergência do nosso tempo né que levou muitas vidas embora e eu diria boa parte delas desnecessariamente e a o acesso à vacina para mim é o exemplo mais claro disso no pico da pandemia quando o o o número de morte estava na na no pico da curva 25% da população mundial havia adquirido 75% das vacinas disponíveis no mundo então o que que acontece hoje eu acho que o mundo despertou para o fracasso dessa estratégia porque a
estratégia imunizou parte da população o vírus continua circulando e produzindo Novas cepas Novas eh cepas de de de de preocupação e fazendo com que o vírus circulasse mesmo entre as pessoas vacinadas Então foi um fracasso Então eu acho que hoje o mundo na Perspectiva da Saúde global é um mundo que fortalece o multilateralismo e que é bom que Fortaleza porque essa é uma defesa que o governo brasileiro faz também de resgate do multilateralismo e a saúde no multil ismo é Central absolutamente Central ela tem uma força de cooperação uma força de de organização de todos
os países que fazem parte da Organização Mundial de Saúde e eh e fazendo pronto um pouco eh um um um diálogo com os nossos desafios aqui da Fiocruz da escola nacional de saúde pública eh esse mundo multilateral vê a Fiocruz como exemplo a focuz é um exemplo de uma instituição de ciência e tecnologia que reúne diversas atividades e que é muito difícil de explicar mundo a fora não é trivial a gente explicar o que é essa instituição O que é a escola nacional de saúde pública que tem cumprindo um papel fundamental estamos agora discutindo projetos
no âmbito da América Latina projetos na África nós estamos já com Moçambique por exemplo estruturando um programa um programa de pós-graduação e saúde coletiva saúde pública e também uma escola nacional de saúde pública naquele estado é a expectativa da África da União africana que a mesma experiência seja levada pro continente Africano né que ex um grande desafio colocado para fio Cruz onde a escola terá um papel fundamental como a gente organiza além da rede que a gente já tem com vários países de ambos os continentes também estruturar uma rede panafricana de saúde pública isso tá
na pauta vocês verem a o quanto essa pandemia trouxe em escala mundial uma preocupação de ter um sistema Sistema de Saúde Mais resilientes sistemas de ciência e tecnologia menos desiguais para que o mundo possa enfrentar situações de emergência e novas pandemias que segundo especialistas só se trata de definir no tempo em que chegam porque elas chegarão eh o um outro eh desafio e que parece um tanto quanto paradoxal mas não é é a gente lidar com esses desafios de saúde Global tratando o mundo como um só sem eh eh eh eu diria Barreiras científicas tecnológicas
de políticas públicas e tudo mais mas também com a preocupação de trabalharmos num território como o pigato chama atenção nós passamos por um momento de inflexão e ainda bem Positiva em que de fato hoje o governo brasileiro eh entende que a boa política pública é aquela política pública discutida com quem se beneficia dela é uma política pública formulada também por aqueles que se beneficiam daquela política e a escola faz isso muito bem como Marquinho citou aqui pigato também as relações com o Conselho Nacional de saúde nós temos que olhar para dentro dos territórios é Um
Desafio muito grande eu eu penso a partir da minha experiência própria aqui trabalhamos muito fortemente perto das favelas aqui do nosso entorno que tem características totalmente diferentes de organização que portanto de engajamento mas é assim dá trabalho mas é isso que a gente vai ter que fazer pensar o Brasil a a a partir dos territórios a partir das populações que mais precisam me refiro especificamente às periferias as favelas mas não somente os povos originários a os povos da água da floresta nós temos que produzir política pública com eles e não para eles ISO a gente
tem que romper um paradigma inclusive da ciência né Qual a ciência com quem a gente faz ciência e lembrando que a escola é uma escola de ciência produção de conhecimento produção de evidências científicas e formulação de políticas públicas Então esse é um ponto que eu destaco como um ponto muito positivo da escola mas é Um Desafio ainda em torno da saúde pública da produção um outro desafio também que eu queria colocar eu não vou colocar só desafios não Depois eu vou entrar nas congratulações e os parabéns mas é um ponto importante que se coloca como
escola é o envelhecimento da nossa população nós vivemos mais ainda bem menos pela pela melhoria das qualidades de vida mas sobretudo pelo avanço da da Medicina das biotecnologias que fazem com que doenças antes não curáveis passam hoje a serem doenças de bom convívio até de cura eu eu p que nós nós temos dois desafios de grande monta e que nos traz uma grande responsabilidade mesmo Enquanto instituição de ciência e tecnologia que somos e a tem que pensar nisso refletir e apontar caminhos para lidar com isso nós vivemos com um quadro de doenças marcadas pelo subdesenvolvimento
as doenças ditas negligenciadas que afetam mais as populações vulnerabilizadas e no Brasil é importante esse quadro mas também agora vivemos com aquelas doenças ditas do envelhecimento as doenças cardíacas neurodegenerativas metabólicas e por câncer por aí vai que coloca sobre o sistema de saúde um peso muito grande um peso do ponto de vista sanitário de inclusão de acesso essas pessoas mas também um peso econômico importante porque considerados os preços com que os Novos Produtos chegam ao mercado alguns deles eu diria pornográficos que são absolutamente inaceitáveis do ponto de vista de saúde pública e que o governo
tem introduzido na base da judicialização e tudo mais então temos aí também esse desafio do envelhecimento da população brasileira e como que o Sistema Único de Saúde lida com isso mas ao mesmo tempo adicional e subjacente a isso estamos presenciando um avanço e inimaginável da ciência e da produção da e da produção e e desenvolvimento de novas tecnologias que impactam diretamente o sistema de saúde é inegável não dá pra gente pensar hoje em saúde pública sem pensar no avanço científico e tecnológico que afeta a vida das pessoas pro bem e pro mal não digo só
o avanço científico tecnológico no desenvolvimento de medicamentos por exemplo de novas vacinas de novos procedimentos protocolos médicos que são importantes também mas novas tecnologias que afetam a população como um todo inclusive tecnologias que pioram as condições de vida mas estamos aí num processo de acelerado desenvolvimento científico eu eu diria a a a a secretária eh Ana estava aqui falando na da da de de dos aspectos de como a essa revolução digital pela qual a gente passa pode ajudar o Sistema Único de Saúde eu acho que está ajudando por exemplo a inteligência artificial é um é
um dado de realidade que nós temos que nos apropriar dela na melhor maneira é possível esse é um desafio para nós todos ela interfere no ensino na pesquisa no desenvolvimento tecnológico na inovação na gestão também então é um é um é um problema e e enquanto a gente não lida com isso de uma forma propositiva e nos apropriamos disso de maneira que a gente melhore as nossas contribuições pro Sistema Único de Saúde uma outra questão importante também é o governo hoje do presidente Lula é é um governo de reconstrução mas eu eu sempre qualifico e
eu com uma licença poética de de de requalificao essa palavra reconstrução porque é uma reconstrução que não pode ter em perspectiva apenas a gente voltar o que éramos há 8 10 anos passados é muito mais do que isso é muito mais do que isso pelo que eu tô tentando passar aqui para vocês hoje nós temos um mundo diferente nós temos um país diferente do ponto de vista social demográfico o Brasil é totalmente diferente daquele país contemporâneo ao início do pensamento da reforma sanitária ao início da formulação do Sistema Único de Saúde nós temos hoje um
mundo diferente do ponto de vista demográfico social aprofundamento da nossa do nosso abismo que separa a nossa população basicamente em duas Marquinho citou aqui um absurdo um absurdo processo de concentração de renda e ao mesmo no tempo empobrecimento da população questões heranças aqui como foram ditas ainda raciais de gênero de assédio de opressão às minorias Esse é o país de hoje não melhorou como a gente imaginou que melhoraria e eu digo inclusive que os últimos 6 anos de governos que antecederam o governo do presidente Lula foram decisivos para isso para que a gente recu recuasse
então não se trata de um governo de reconstrução se trata de um governo que precisa avar em relação ao que fomos no passado porque o país precisa disso E aí pronto eu já eu começo a aqui eh falar da escola da escola da Saúde de saúde pública Sérgio aroca dessa escola que forma eu diria eu não sei se vocês têm estatística disso mas milhares de mestres e doutores Com certeza espalhados pelo Brasil e pelo mundo mas nós vamos ter que repensar o nosso sistema único de saúde numa perspectiva do seu fortalecimento numa perspectiva de reafirmação
dos seus princípios dos seus valores mas pensar também um sistema único de saúde que dialogue com essa nossa nova sociedade com essa Nova Condição Mundial de Saúde esqueci de falar também um desafio importantíssimo que é a questão das mudanças climáticas estão bate a nossa porta e que nós temos que introduzir nos nossos na nossa agenda de pesquisa na nossa agenda de ensino como é que a gente lida com isso tá todo mundo aprendendo a o Consenso é que a interferência do clima das mudanças climáticas na saúde é hoje inegável mas como a gente lida com
isso do ponto de vista das suas relações com a saúde coletiva com a saúde do indivíduo e com a própria resiliência dos sistemas de saúde das estruturas de saúde a gente vai ter que aprofundar e eu acho que é um bom tema também eh para escola e por fim então eu vou encaminhar pro fim senão a Zélia já começa a me olhar ali minha chefe gabinete com mas é um dia assim e assim de muita alegria mesmo eh eu queria aqui reafirmar na condição de presidente da Fiocruz que eh eh invertendo um pouco as palavras
que Paulo bus cunhou durante uma campanha a presidência da fio Cruz de que nós temos muito orgulho de sermos Fiocruz mas na verdade a Cruz se orgulha muito da escola se orgulha muito da ensp isso é importante a gente registrar aqui e eh tenho plena confiança plena confiança mesmo que a escola eh a partir da sua trajetória como bem disse Duca ela tem que pensar a Fiocruz a partir da sua história mas Paulo Bush também desafiando Para o Futuro tem todas as condições de enfrentar esse debate de um novo país de um novo mundo e
contribuir decisivamente para que a gente tenha um estado democrático de direito sobretudo de bem-estar social então é essa a minha última palavra queria aqui dar um viva a ensp Viva o Sistema Único de Saúde bom bom dia bom dia bom vamos prosseguir daremos agora início à conferência reparação histórica desigualdades e a construção do Comum convidamos à mesa a professora dout Carla acotirene ela é Doutora em estudos feministas pela Universidade Federal da Bahia é uma importante voz no debate público a partir de seus estudos sobre temas como feminismo negro interseccionalidade racismo estrutural e Equidade de gênero
dentre suas publicações destacamos os livros interseccionalidade Opa Prada racismo e sexismo institucional tomando bonde nas penitenciárias femininas e o mais recente é fragrante fojado doutor vossa excelência para coordenar a mesa chamamos Roberta Gondim docente pesquisadora do departamento de planejamento de administração da ensp atua na docência e pesquisa voltadas para análise de políticas públicas especialmente no que se refere estudo das desigualdad étnicos raciais em saúde com foco na questão do racismo e saúde subalternidad e processos de vulnerabilização de grupos sociais passamos a palavra a professora Roberta G dia acho que ainda é bom dia por 10
minutos ainda é e Bom dia a todas as pessoas presentes eu quero presentes tanto aqui né fisicamente quanto em remoto e e eu quero começar eh agradecendo muito pelo dia de hoje e me autod descrevendo eh eu sou uma mulher amazônida negra de pele clara que estou aqui nessa casa tô vestindo uma um vestido de estampado de forma geométricas tem o cabelo negro devidamente pintado encaixado na cor na na altura dos ombros e Eh quero compartilhar com vocês muito do porquê dessa minha alegria quando por não ser daqui do Rio de Janeiro quando eu aqui
cheguei né direto eh para essa casa que eu considero como minha casa eu sou filha dessa casa eh a escola nacional de saúde pública estava comemorando 40 anos né então hoje no aniversário de 70 a gente olha para trás e é muita história não só né Não só a nossa mas é a história de muitos e muitas de nós que por aqui eh e inscrever a sua a sua trajetória que hoje estão conosco e muitos outros que não mais estão então é em nome dessas pessoas com que construíram a nossa história que eu quero saudar
eh esse evento né de 70 anos eh da nossa da nossa instituição eh eu quero agradecer principalmente a direção da minha escola que nos provocou né nos provocou para estar junto pensando esses 70 e possivelmente os 70 mais ou muito mais que 70 eh que virão eu já antecipo fazendo eh imitando um pouco a nossa decana Zezé eh dizendo vida longa ensp que sejam 70 e 70 mais Eh quero agradecer pelo convite né de pensarmos essa festa e que foi possível junto com muitos e muitas outras colegas e dessa casa e também eh da nossa
vivência na Fiocruz que pensaram eh esse momento que é de congraçamento eh porém além do congraçamento seguindo a tradição dessa nossa escola é também o momento de reforçar a nossa tradição que é uma tradição de compromisso social é a tradição de transformação eh social em busca daquilo que nos move daquilo que nos movimenta enquanto eh Profissionais de Saúde militantes pesquisadoras e pesquisadores professoras e professores que é a busca pela Equidade em saúde e aí é nesse sentido né em busca por essa Equidade em saúde que nesse momento de congraçamento comemoração e compromisso eh desenhamos esse
esse essa esses três dias né uma semana inteira né desenhamos esses três dias ser em torno daquilo que nós nominamos como reparação histórica desigualdades e a construção do Comum eu tenho certeza que eh essa essa nossa marca ela só é possível porque ela se Ancora na história que essa escola vem construindo e eu tenho certeza que continuará construindo E aí não poderíamos deixar eh de trazer para esse momento com esta bandeira com esta agenda eh de receber mu muita ala e um tanto de emo caro como palestrante na comemoração dos nossos 70 anos da Escola
Nacional de saúde pública Obrigada Carla por estares [Aplausos] [Música] conosco ocasião a contribuição de Carla ao pensamento crítico em especial para as Ciências Sociais No que diz respeito a análises do estado da sociedade e das políticas públicas vem assumindo grande relevância para o nosso próprio Campo que é o campo da saúde coletiva Carla nos oferece aportes político e epistêmicos muito potentes amiga a leitura da realidade brasileira e sequentemente em relação às condições de vida e de saúde de populações que são historicamente marcadas pelas desigualdades e pela destituição de direitos pela destituição do estatuto de humanidade
simetricamente colocado de uma maneira ontológica independente do do corpo que portamos eu faço especial eh destaque a essas chaves que Carla nos nos presenteia a noção de interseccionalidade ancorada eh em perspectiva histórica também nas bases né na leitura das bases do escravagismo da colonialidade do capitalismo e do sis hetero patriarcalismo né que Funda a nossa ideia de nação infelizmente e essa essa chave essa leitura que Carla eh nos apresenta de mundo muito nos tem apoiado nas análises e proposições no campo da saúde coletiva pois agrega em si né como pesquisadora né Carla agrega em si
como pesquisadora como pensadora como militante e somada à vivência de mulher negra em especial como profissional de saúde e do SUS que Carla é seja muito bem-vinda muito bem-vinda mesmo a ensp Fiocruz e a palavra é toda sua [Aplausos] obrigada Bom dia a todas as pessoas presentes em nome do meu ori e da minha família ancestral eu quero agradecer a oportunidade de estar numa terça-feira que dentro da filosofia de terreiro consagramos a força e ímpeto de Ogum para que abra para caminhos contra coloniais caminhos esses que a gente pode muito bem perceber a partir do
momento que o assentamento da nossa presença Negra e contra os epistemicídio reverbera nesses 70 anos da Escola Nacional de saúde pública então eu Saúdo a escola parabenizando as nossas resistências dizendo que para mim né A escola é uma mais velha e ela sendo uma mais velha ela de fato consagrou o pensamento crítico que existe no Brasil e no campo do SUS eu enquanto profissional de saúde profissional de atendimento integrado e alguém que sim entende que o racismo institucionalizado precisa cada vez mais ser enfrentado no âmbito da produção do conhecimento então quero saudar a pesquisadora Roberta
né goldim E todas as pesquisadoras pesquisadores equipes e núcleos acadêmicos Que se esforçam eu sei ainda que a gente tenha falado de assentamento contra Colonial a gente sabe muito bem que o terreno onde assentamos essa força contra Colonial é um terreno brancocentrico aut referenciado a partir da brancura e seus propósitos de negar as nossas autoridades discursivas então eu Saúdo a casa porque permite a gente fazer esses assentamentos também vou me autodescrever estou aqui né com uma blusa rosa sou uma mulher negra de cor preta estou com cabelo black um batom marrom e um sorriso no
rosto muito muito muito feliz muito muito muito muito feliz mesmo de estar com vocês no dia de hoje eu penso inclusive que no que diz respeito à autoridade do conhecimento e aí eu preciso saudar realmente o presidente né dessa casa e também o diretor só para nominar né o Dr Marcos Menezes e o Dr Mário Moreira citando esses oboró que com certeza fazem as falas que fizeram aqui graças as iaba como a nossa querida Roberta né que tem feito o ilá de olar atravessar essa casa Saúdo a obrigada suação suação suação mesmo então emente conhecidas
as razões pelas quais estamos hoje no aniversário da escola nacional de segurança pública conversa não sei por is Ela estuda a segurança pública eu vou até ficar de pé para eu não me confundir mais vou porque a escola nacional de saúde pública e não foi um erro porque saúde pública e Segurança Pública conversam muito perto porque o racismo institucionalizado nesse país ele ele tem feito o racismo institucionalizado nesse país o racismo institucionalizado nesse país Ele conforma a dimensão de saúde pública em patamar de igualdade com segurança pública professora Todas aquelas e aqueles que não são
alvos da violência letal perpetrada pelo Estado na dimensão de Segurança Pública acaba na cadeira de rodas e aí a gente sabe muito bem porque estamos falando de capacitismo estamos falando de uma dimensão que que é ineficiência do estado e deficiência que não é só aquela que existe em termos de humanidade Mas aquela que foi adquirida a partir do momento que o menino da favela tomou um tiro na perna e virou o capenga que é perseguido pelo Estado diariamente é por isso que é importante a gente pensar saúde pública e Segurança Pública ainda minha irmã porque
saúde pública tem feito com que nas audiências de Custódia que hoje são a porta de entrada do do encarceramento em massa nesse país sirva para que vários racistas né tendo ali o locos de branquitude a crítica por exemplo consiga negociar com os operadores do Estado uma condição que não vai impetrar a condição de criminoso mas sim a condição de alguém que tem problema psiquiátrico então eu sempre penso saúde pública em patamar de igualdade com segurança pública nós pessoas que somos usuárias de substânci e que vimos até aqui né como a maconha foi criminalizada sabemos muito
bem que dependentes de substância né passam pela Ótica do estado na segurança pública sendo reconhecidos como criminosos quando na verdade alguns destes e eu não estou falando dos usuários dessa substância são considerado assim porque o estado não consegue ver a necessidade de uma atuação no campo da Saúde enquanto os racistas vocês nos chamam de macaco de macaca né de nega preta do Bozó de pessoas destituídas de inteligência e todas as vezes que esses racistas são flagrados em em em relação aos crimes né que cometem eles conseguem né l o do médico de psicólogo de psiquiatra
então é muito importante a função dessa escola em entender as dinâmicas do racismo e entender que racismo e categoria raça não é recorte da real raça não é recorte raça é uma categoria estruturante pra gente entender a desumanização estrutural Aqui estamos colocados e colocadas a partir do projeto colonial de 1492 e que permanece nos dias atuais através da colonialidade sendo alguém que atua no campo do Sul Global eu reconheço a necessidade ainda da escola cada vez mais trabalhar as rupturas epistem olgas com o norte Global com os Estados Unidos e com a Europa ocidental e
incorporar cada vez mais os saberes do sur da Periferia mundo os saberes de lélia Gonzales os saberes de Sueli Carneiro os saberes de Beatriz Nascimento os saberes que estão no sul Global antes mesmo do campo decolonial colonialidade e modernidade se chamarem desta maneira como os primeiros a reposicionar a América Latina como lugar do conhecimento lugar potente Então eu preciso saudar e gostaria que vocês também saudasse o ímpeto de lélia Gonzales porque vocês tal qual lélia Gonzales também o tempo inteiro estão se reposicionando como pessoas que não são a lata de lixo da sociedade somos pessoas
que TM um conhecimento que esse conhecimento não pode ser colocado a nível de objeto de estudo mas sim de autoridade discursiva e de uma autoridade que tem nome e sobrenome e pensar Exatamente Essa reparação histórica né a meu ver é pensar por né o estado democrático de direito tem tanta dificuldade em incorporar as contribuições do movimento negro do movimento das mulheres negras dos movimentos LGBT que ia mais Por que essa dificuldade não é quando a gente pensa em reparação histórica a gente está se referindo ao conjunto de ações que devem ser entendidas pelo Estado no
sentido ampliado professora sociedade civil e sociedade política da qual as ações afirmativas configuram um retrato também onde a própria estratégia jurídica através de transversalidade através da ferramenta interseccionalidade que eu comporto em termos de escrit precisam estar presente em todas as burocracias do Estado toda vez que a gente nega as contribuições filosóficas epistemológicas e ainda né o conhecimento produzido pelas mulheres negras a gente está cometendo sim racismo institucional porque o racismo estrutural né ele virou uma palavra chave a qual a gente menciona Mas a gente não combate no âmbito das instituições não combate a gente não
Combate o racismo institucionalizado como bem cunhou Hamilton e Cico na década de 60 nos Estados Unidos porque a gente não presta atenção nas práticas sistêmicas anti negros essas práticas sistêmicas se dão a partir do momento que existe toda uma burocracia em relação aos nossos pleitos dentro dos espaços de produção do conhecimento quando as nossas autorias viram leitura complementar e não leitura de disciplinas obrigatórias no âmbito da nossa formação intelectual vira ainda racismo institucionalizado toda vez que nós que somos profissionais de saúde eu vou me colocar enquanto uma profissional de saúde que já me vi várias
vezes cometendo racismo institucionalizado E aí você vai dizer como assim Carla paradoxal você indivíduo cometendo racismo institucionalizado eu vou dizer para vocês toda vez que a gente Veste uma farda ou veste a proposta institucional né de onde a gente tá se filiando enquanto projeto ético-político a gente deixa de representar a si mesmo então todas as vezes que as escolas né de saúde pública todas as vezes que a academia deixar de incorporar dentro do seu formato de instrumentalização teórico intelectual epistemológica política né as nossas perspectivas a tendência é que esses profissionais venham a falhar e eu
já falei vá várias vezes né quantas vezes eu deixei né de pensar na possibilidade de trocar um plantão com uma colega de trabalho exatamente para est dando uma palestra que do ponto de vista de classe trabalhadora daria para mim não só estatus de estar num espaço como esse como também Em contrapartida um salário melhor do que aquele que nós trabalhadores da da Saúde conseguimos ganhar todas as vezes que estamos fazendo né os nossos plantões no Sistema Único de Saúde então toda vez que vocês que são Profissionais de Saúde colocam atestado médico né existe a possibilidade
de Dona Joana se tornar mais pobre nesse dia que ela não foi atendida pelo seu trabalho né instrumentalizado E antiracista então todas as vezes que eu disse assim hoje eu não vou dar plantão no subúrbio de Piripiri eu sou de Salvador eu contribuí para a palação daquele território também eu contribuí para que o estado né ao dizer que existe uma feminização da pobreza e que a gente na verdade precisa chamar atenção para a palpação das mulheres Fizesse com que as mulheres negras se tornassem mais pobres naquele dia porque dona Joana Roberta ela pegou exatamente três
conduções para ir para Upa onde eu trabalho o neto dela ficou na casa da vizinha que também tambem deixou de trabalhar no horário porque eu não fui trabalhar olha olha só como funciona a sistemática do racismo racismo não é apenas essa retórica que a gente diz né o seu cabelo é feio você é preta você é incompetente isso também é um desdobramento ideológico do racismo a partir da discriminação racial mas o racismo é a prática que nós a partir do momento que não fomos preparados para atender as populações indistintamente independentemente da sua cor raça complexão
física território Estamos fazendo com que uma população continue vivendo uma vulnerabilidade social todas nós que estamos projetadas a partir de um projeto ético político precisamos resgatar do ponto de vista histórico O que significou para nós o colonialismo e o que significa para nós ainda termos a sentença de que fomos o último país a abolir formalmente a escravização que a nossa democracia e olhando a constituição né cidadã é um é um aparato ainda muito muito fragilizado ao contrário né da nossa ensp escola nacional de saúde pública que completa 70 anos a nossa experiência de Constituição cidadã
ela ainda tem os seus percalços porque nós pessoas negras não conseguimos viver a condição de saúde como vai dizer elizabe Pinto saúde né segundo a Organização Mundial de Saúde Ela implica num bem-estar físico mental social espiritual psicológico eu ainda coloco nesses termos mas para nós pessoas negras estruturalmente não dá para viver a saúde nessa dimensão holística e integral não dá para viver não dá para viver porque as instituições elas não foram Preparadas para entender as nossas presenças como pessoas que têm orixá e que podem muito bem usar a conta de orixá quando vai ao trabalho
quando está tentando se reconectar com as suas epistemologias bantos e epistemologias e orubá a gente diz que o estado é Laico mas todas as unidades que nós eh entendemos como capazes de prestar um serviço de saúde pública tem ainda um Marco de Penitência de penitenciária e de Santos católicos quando na verdade estamos denunciando o tempo todo essa luta nossa em relação às práticas que não deve reverberar em termos de intolerância religiosa e racismo religioso mas também não pode fazer com que o estado tenha seus santos católicos em detrimento aos nossos orixa então todas as vezes
que entramos numa unidade de saúde também adoecemos um pouco mais eu enquanto prof ional de saúde sempre fui testemunha das vezes que Os porteiros que os seguranças que a equipe de classificação de risco não estavam Preparadas para entender que a comunidade indígena também tem sua medicina que precisa ir no leito oferecer todas as condições de cura e recuperação em termos de saúde para quem está enfermo para quem está internado mas a gente não consegue preparar os nossos profissionais para isto Diferentemente do que acontece por exemplo com os padres com os pastores com toda a comunidade
neopentecostal que sequer passa por uma admissão nas unidades de saúde porque tem todo o aparato né de autoridade e legitimidade humana né como bem cunhou o que a gente entende no repertório decolonial como colonialidade do ser essa galera né eu vou mencionar dessa forma tem autoridade para ir no leito prestar né todo o resgate de saúde que se interessa em termos de espiritualidade não de religião ou de religar como a gente vai falar de saúde entendendo que se estamos falando de bem-estar físico né a nossa população e vocês conhecem muito bem a política de saúde
da população negra é uma população que é convidada o tempo todo a se conectar com excesso de açúcar e o o excesso de sal como um bem discutiu o historiador o pesquisador do movimento negro eh Joaquim e também o nosso pesquisador que é filiado ao Instituto chiv bico e eu vou lembrar o nome dele agora quando ele vai dizer para nós que o açúcar tem uma conexão direta com o trabalho nos Canaviais eu enquanto assistente social eu não posso abordar o Diabetes presente na população n negra sem entender que a reparação histórica também tem a
ver com esse trabalho que foi submetido à população africana que vive na diáspora eu não posso falar de dieta saudável para os meus usuários do SUS sem entender que para Carlinho negão que é meu pai né Não dá para acordar 7 horas da manhã e montar um prato colorido de frutas e de salada porque para ele a raça é Informante do gênero gênero não é sinônimo de mulher gênero é a condição pela qual exercemos a nossa masculinidade E feminilidade então toda vez que eu abordo os homens de classe trabalhadora insuma homens negros no SUS eu
preciso entender que ele realmente vai bater o prato de mocotó e de feijoada às 7 horas da manhã porque ele vai trabalhar pesado ele vai trabalhar 12 horas ele não vai realmente fazer uso né essas discussões que estamos propondo aqui e que chega também a ser elitista no sentido de dizer faça um prato colorido ele vai dizer Carla você jura mesmo que eu vou conseguir bater a laje comendo uma frutinha uma frutinha com duas duas maçãs e alguns legumes a mais não não Carla 7 horas da manhã eu preciso é do Mocotó mesmo porque eu
sou homem de verdade ou seja o que eu estou tentando demonstrar para vocês é que essas orias de análise são categorias importantes pra gente entender a realidade que estruturas desigualdades sociais da qual o racismo é estruturante eu preciso entender para todos aqueles e aquelas né que vem a problemática da violência autoinfligida eu preciso entender que para o homem preto paraa mulher preta que acorda todos os dias e ver sua mão de obra recusada nas relações produtivas do capitalismo é interessante Em algum momento desistir sim da vida principalmente o homem negro Por que principalmente o homem
negro porque numa estrutura patriarcal o homem negro ele entende segundo o Dr Davidson ncos que apenas o homem branco tem o falo ele não tem poder estrutural o homem branco tem o pênis apenas ele não tem nas relações de gênero e portanto rosean não tendo esse poder ele não consegue lidar com a força que existe na identidade de gênero das mulheres negras e de classe trabalhadora e moradora das favelas que diz o seguinte quem é o homem dessa casa Sou eu ou você porque para mim você tem que mijar baixado porque sou eu que pago
a luz sou eu que pago a água sou eu que boto o gás dentro de casa gênero realmente é sinônimo de fragilidade e de subserviência das mulheres de maneira geral não mas no entanto esse projeto né Colonial que data 1492 e que foi discutido por Maria lugones e ainda né dentro da nossa crítica de Colonial merece um contraponto Exatamente porque estabelece que a visão segundo a doutora nigeriana o oron o Yumi é mais importante do que os outros sentidos acaba fazendo com que a omia do corpo a morfologia e a fisiologia marquem gênero como uma
categoria descritiva e não como a categoria analítica pra gente perceber como o corpo se insere nas relações sociais então todas as vezes que nós dentro de uma estrutura capitalista né tendemos a colocar a nossa mão de obra para participar das relações produtivas somos interceptadas interceptadas pela categoria raça inclusive sendo Trabalhadores de saúde que tentam minimamente né visitar um domicílio E é esbarrado né acabamos sendo esbarradas e esbarradas pelos racismos de outras populações que entende na minha casa você não vai entrar você com esse cabelo não vai entrar na minha casa para fazer a visitação em
termos né de de locos com a saúde então entender as desigualdades sociais perpassa para nós né o reconhecimento do racismo como uma categoria de poder Que estrutura as relações o reconhecimento que o estado a partir de 2001 na conferência de Durban né assumi o compromisso de combater as violências correlatas a intolerância religiosa e ainda utilizar estratégias como a coleta do quesito raça cor para que a gente entenda o tamanho da população e é por isso que a gente não pode cair em modismos das redes sociais por exemplo eu tava aqui fazendo a autodeclaração né e
Auto eh descrição E aí eu disse assim gente olha só como é importante a gente dizer a nossa raça e também a nossa cor de pele mas no entanto né quando a gente deixa de de entender os instrumentos jurídicos e os instrumentos operativos que temos no âmbito das políticas públicas para monitoramento avaliação e formulação O que que a gente faz a gente transforma a categoria preta numa categoria Universal isso foi muito muito problemático no período da pandemia professora que foi um período por exemplo que estourou né uma narrativa de que negro errado e que preto
é o correto obviamente que nós sabemos que a categoria identidade negra é uma categoria que foi construída na luta antirracista e que reúne portanto Os autodeclarados Pretos e autodeclarados pardos mas a dificuldade que se entende hoje com a categoria parda faz com que boa par célula da população Não passe por essa autodeclaração no momento que está na unidade de saúde e isso compromete o diagnóstico da Saúde da população negra muitos homens brancos né e muitos homens brancos que não TM uma branquitude crítica acabam se descrevendo como pardos ou como amarelos esquecendo-se que a população amarela
é a população que vem do continente Asiático e isso compromete fundamentalmente também a nossa concepção de quais vulnerabilidades em saúde acontece dentro daquele território a gente precisa entender que as categorias jurídicas são categorias importantes para o estado regular as relações sociais repare que no que diz respeito infância adolescência e Juventude a gente entende que a idade e a geração são marcadores objetivos por mais que uma menina de 15 anos tem um corpo né desenvolvido ninguém vai negar que ela é adolescente dentro do estatuto de criança e adolescente se eu tenho 28 anos do ponto de
vista jurídico eu sou uma pessoa jovem Mas por que no que diz respeito ao Estatuto da Igualdade racial a gente tem tanta dificuldade em reconhecer pretos e pardos como a população negra parece problemático né eu insistir nessa colocação mas eu penso nos prejuízos que nós estamos hoje né reconhecendo na nas ações afirmativas e cotas raciais dentro da Universidade exatamente por conta da categoria Pardo porque não é eh a soma de negros e pardos se você está se autod declarando pardo e eu reconheço que no norte do país de fato existe um contingente maior de pessoas
indígenas e que o movimento negro nesse sentido acaba abocanhando essa população também a gente precisa dialogar com os Ministérios da Igualdade racial e os Ministérios e o ministério dos povos originários e não solapar algo que está ali descrito no Estatuto da Igualdade racial isso também tem a ver com a nossa dificuldade de regular as desigualdades sociais porque o estado acaba perdendo um vetor importante objetivo para entender quais políticas precisam ser implantadas para eh corrigir as assimetrias raciais ainda em relação à reparação histórica né considero importante ainda dentro da nossa formação a gente eh incorporar e
eu vou muitas vezes usar essa palavra incorporar a interseccionalidade que é a categoria que eu trabalho fundamentalmente sem interseccionalidade a gente não consegue pensar em reparação histórica a gente não consegue reconhecer as desigualdades estruturais e a gente não consegue construir um comum Por que a interseccionalidade é importante porque na conferência de Durban né em 2001 ali as nossas intelectualidad na África do Sul entendeu que os especialistas em políticas públicas precisariam de um documento que fosse sulear a construção desses aparatos em termos de monitoramento e de de avaliação então a interseccionalidade acaba sendo uma hermenêutica sensível
da qual a gente coloca o racismo em patamar de igualdade com o capitalismo e em patamar de igualdade com o patriarcado do contrário a gente diz que o problema é social mas a gente precisa ver o recorte de raça e gênero não é isso que a gente fala e quando a gente recorta raça e gênero a gente perde o tamanho da realidade Afinal eu não vivo né Essa condição hoje apenas porque eu estou Desprovida dos meios e modos de produção eu sou pobre é porque eu sou negra e não inverso eu não estou Negra por
conta de ser pobre mas se eu não tenho as condições hoje né de um Bem Viver em termos de classe trabalhadora já que a classe trabalhadora já é uma relação dicotômica em relação à burguesia e a essa Elite né que domina As instituições exatamente por conta do fundamento racial e quando a gente faz essa investigação a gente vai pro âmbito do Resgate histórico de como se construiu essa ideia de intersecionalidade que sim foi cunhada por kimberlin censon nos Estados Unidos uma jurista né Negra estadunidense mas que aqui no Brasil olha de novo né a nossa
tentativa de sempre reposicionar o lado norte Global como mais interessante mais criativo e mais autorizado a circular e ser difundido no mundo antes da Kimber censon fazê-lo a lélia Gonzales aqui no Brasil já tinha feito todos os esforços para mostrar a inseparabilidade do racismo e do sexismo na cultura brasileira ela mesma demonstrou pra gente né que o Brasil seria um adolescente neurótica ela que também psicanalista por o Brasil né essa nação a qual é fruto de estupro né de indígenas e ocupação ilegal por consequência ela tende a lembrar apenas do que diz respeito à universalidade
mas que não tem a ver com a construção do Comum durante o carnaval onde todas nós todos nós dizemos não somos brasileiros somos apaixonados e apaixonadas pela bunda né da brasileira e É nesse momento segundo lélia Gonzales é que a gente consegue perceber que o kundo a estrutura linguística que faz boa parte de nós sermos ridicularizados e ridicularizadas Porque falamos na Bahia frete seco ou como eu mesma falo no meu trabalho fragrante fojado né tem a ver com uma resistência e um pertencimento Que estrutura a nossa língua portuguesa e portanto protuguesa como vai dizer lélia
Gonzales né No entanto o kundo que tem a mesma estrutura linguística que possibilitou a gente a chamar atenção da bunda é esquecido todos os dias que a gente tenta falar o nosso preto GS queer seja no momento que a gente tá ali em contato com os usuários do SUS e estamos o tempo todo corrigindo porque não se está falando dentro da Norma considerada culta né dentro da Norma considerada autoridade do conhecimento e linguística que foi trazida por nós a partir do momento que sofremos um processo Violento de colonização e de colonialidade do Saber permaneci nos
dias atuais então lélia Gonzales ela precisa ser mencionada em todo o nosso currículo para que a gente possa combater o epistemicídio epistemicídio esse que também não deve ser descrito nos moldes que trouxe Boaventura de Souza o português mas sim no dispositivo de racialidade mencionado por Sueli Carneiro Afinal esse dispositivo de racialidade é que comporta o genocídio do negro brasileiro esse genocídio do negro brasileiro se dá na dimensão intelectual na dimensão política na dimensão institucionalizada na dimensão ainda ficcional onde nunca aparecemos a partir de uma releitura e obras onde os nossos nomes possam ser citados com
a relevância que os nossos nomes merecem né eu Carla ciren por exemplo eu sou sou fruto da reconfiguração demográfica das Universidades produzidas pelo governo Lula sim o governo Lula sem o governo Lula eu não estaria aqui mas eu continuo concordando com Sueli Carneiro que entre a esquerda e a direita nós precisamos reconhecer a nossa Negritude a nossa Negritude é um dispositivo de organização em termos de identidade Mas também de revanches na na construção dos espaços partidários não é professora Luciana porque estamos o tempo todo dentro de uma correlação de forças onde a gente diz mais
uma vez mas precisa eh fazer honrarias as negritudes desse partido Mas a gente nunca consegue ser eleito né como presidente e presidenta né do país ainda que a experiência né de democracia mais recente tenha dito para nós que a a nossa Dilma Rousseff deveria chegar a essa cadeira do executivo mas é tão eh importuno né para uma sociedade patriarcal racista e capitalista lidar com as categorias raça e gênero em termos de identidade que acabamos sendo engolidos e engolidas pela categoria Classe A gente diz que raça classe e gênero vive em patamar de igualdade mas a
gente Sempre coloca o projeto de classe na frente das perspectivas pana africanistas por exemplo e das perspectivas de libertação das mulheres em qualquer lugar do mundo então a interseccionalidade como eu bem disse como ferramenta teórico metodológica e prática cunhada em 1989 por kimberlin crinon ela vem exatamente para permitir a nós uma sensibilidade analítica toda vez que estamos desenhando a política pública e ainda segundo kimin cren né ela serve como metáfora para o o o entendimento Acerca das Avenidas identitárias segundo Kimber cren né pra gente entender o lugar das mulheres negras né o lugar das mulheres
indígenas e homens indígenas é necessário a gente conceber que aqui existe uma Encruzilhada nessa encruzilhada o que acontece é que o aparato anticapitalista vem com todo seu instrumental marxista tentar socorrer essa pessoa que está aqui acidentada porque o fluxo do capitalismo do racismo e do hétero patriarcado acaba fazendo com que a colisão dessas estruturas produzam uma violência que não é atendida não h não há Socorro epistemológico para essa pessoa que está aqui por quê Porque todas as pessoas que vêm com aparato do anticapitalismo vem a partir de um referencial de classe para dizer Nossa foi
aqui que chamaram a gente por conta do trabalhador que está acidentado geralmente o trabalhador Branco representa todo o processo né de socialização das nossas possibilidades de viver sem opressão de classe e com comunhão né de bens e oportunidades geralmente é o trabalhador branco como vai falar do boar a brancura é um marcador p psíquico que até em termos de libertação da condição do capital e do neoliberalismo mais recente é sempre esse homem branco que vai representar todos os trabalhadores e aí o que que acontece esse acero intelectual chega aqui e diz Nossa eu vim aqui
socorrer um trabalhador mas eu tô vendo que é uma mulher né Eu queria socorrer o trabalhador Universal Mas como foi a mulher acidentada é melhor chamar o movimento feminista E aí chega aqui o movimento feminista e diz Nossa temos como histórico o sufragismo temos toda uma teoria de Simone Bou voir de John Scott temos uma perspectiva de libertação de todas as mulheres Então vamos socorrer essa mulher aí quando chega aqui nossa gente vocês chamaram eh o movimento feminista para socorrer uma mulher mas a gente tá vendo aqui uma negra então é melhor chamar o movimento
antiracista o movimento antiracista vem com todo o seu repertório né de luta contra Colonial luta contra a estrutura racista e diz Nossa a gente veio aqui socorreu o negro mas aqui existe e está precisando de Socorro teórico epistemológico filosófico e político uma mulher negra a gente não tem condição de socorrê-la a epistemologia feminista Negra ela vai chamar atenção exatamente para esse ponto nem todo negro é homem nem toda mulher é branca a mulher negra ela tem mais dificuldade de ser socorrida em termos teóricos filosóficos epistemológicos Exatamente porque a gente tende a hierarquizar as categorias analíticas
e as próprias ferramentas discursivas que são capazes caso elas fossem intercruzadas socorrer As populações que são afetadas pelos efeitos do colonialismo neocolonialismo no continente africano e colonialidade que permanece até hoje quando Kimber cron ela Cunha esse termo ela está mencionando a experiência das mulheres na década de 60 que trabalhava na General motor e não conseguia colocação no mercado de trabalho todas essas mulheres chegavam para o juiz para dizer Nossa a General motores é muito racista a gente não tá conseguindo trabalhar aqui então a corte dizia como é que a General motoris é racista se os
negros trabalham na General motores se referindo a quem aos homens exatamente Então as mulheres voltavam as mulheres negras e diziam assim poxa mas a gente não tá conseguindo né emprego a gente não tá conseguindo colocar a nossa força de trabalho nesse espaço então a General motores é sexista vamos denunciar a General motores pela ideologia machista da qual o sexismo acaba discriminando as no nossas presenças mas aí os juízes diziam não a General motris não é sexista Afinal as mulheres trabalham na General motores quem são essas mulheres exatamente então a interseccionalidade vem para mostrar que essa
identidade que eu estou apresentando para vocês ela está interceptada simultaneamente pelo marcador de raça de classe de gênero de território minha identidade religiosa eu não consigo separar uma dimensão da outra dimensão a identidade ela vem exatamente para demonstrar olhando pra Matriz de poder Colonial que as desigualdades só existem porque não Somos reconhecidos em relação às nossas diferenças sendo que diferença é uma relação de poder da qual eu sou diferente de você porque você também é diferente de mim mas a matriz de poder Colonial ela estabelece que o hem Branco Sis heterossexual ele é o normativo
porque estamos dentro de um escopo que é cosmovisão ocidental ou seja o que os olhos entende como não sendo idêntico é exatamente a identidade a identidade passa portanto a ideia de que todo mundo que não é idêntico ao homem branco Sis heterosexual é considerado portanto diferente e essa diferente se essa se transforma em desigualdade dentro da nossa perspectiva de Cosmo percepção tratada por oon o Yumi a gente lida com os sentidos porque compreendemos que visão Paladar tato e audição estão em patamar de igualdade com os olhos é por isso que a gente respeito os corpos
das pessoas trans dentro da Universidade Porque não são os sentidos dados pela cosmovisão accidental não são os olhos que devem definir a identidade das pessoas mas os olhos a partir do momento que são centralizados como mais importantes do que os outros sentidos eles acabam produzindo as desigualdades porque esses grupos ficam ali né na trincheira do reconhecimento da sua própria humanidade de quem são em termos de subjetividade não existe subjetividade sem a representação com que a sociedade espera do outro em termo de anatomia morfologia e fisiologia estamos falando de gênero gênero surge ali no campo das
ciências biológicas na década de 50 e 60 com John mon e Robert stoler mas ele é reposicionado dentro da teoria feminista como uma categoria analítica porque nós vivemos dentro de uma experiência do ponto de vista biológico vai dizer o er que omi onde desses 46 cromossomos apenas um estaria diferenciando Quem são homens e quem são mulheres no entanto essa diferença que sequer é percebida a olho nu serve exatamente para determinarmos quem serão os homens quem serão as mulheres e quem serão os condutores das relações de poder Isso serve ainda pra gente perceber a os discursos
de fertilização é muito comum que a gente diga não é possível que esse foi espermatozoide mais rápido como se o óvulo fosse passivo e ficasse ali esperando né o espermatozoide penetrar são esses discursos que são construídos né dentro do campo da ciência que transforma as mulheres na parte frágil na parte submissa na parte Obrigada na parte eh populacional que compõe hoje né dentro das vidas que foram retiradas o grupo que está como quinto né do mundo em feminicídios a gente fala de genocídio né da população negra entendendo apenas a violência policial como esse fenômeno que
arranca as nossas vidas como bem descreveu eh a Chile bembe né mas é necessário que a gente compreenda que A negação dos direitos sexuais e reprodutivos no âmbito da Saúde também faz com que as mulheres desapareçam de maneira forçada dos seus em relação à própria vida é importante que dentro do movimento antiracista a gente que fala tanto de violência policial e eu me coloco como uma dessas intelectuais é importante dizer que as mulheres negras são 86% delas né vítimas de violência dentro do ambiente doméstico Exatamente porque elas não querem chamar a polícia para dentro de
seus territórios o nosso amor a nossa comunidade é tão grande que a gente vítima vai aproveitar para prender meu marido dar tapa na cara do meu filho e ainda chamar meu sobrinho de maconheiro por mais que hoje quatro ou cinco plantinhas fêmeas de validação de que somos maconheiros e maconheiras mas não funcionam assim por que não funciona assim Luciana porque se a oralidade é o fundamento do conhecimento dos africanos da filosofia banto a experiência moderna Colonial tirou a oralidade desse lugar de conhecimento e de poder discursivo porque a escrita acabou substituindo esse lugar para nós
e mainha sabe muito bem disso O que ela disser no dia de hoje não precisa est escrito em lugar nenhum porque ela tem palavra ela abriu a conta na quitanda de seu João e ela sabe muito bem que quando sair a bolsa família ela vai pagar o que ela tá devendo mas no entanto a escrita né dentro desse repertório de colonialidade do saber ela vai fazer com que diante de um flagrante fojado de um menino né que é usuário de maconha que está lá com as cinco plantinhas quatro plantinhas fêmeas dele de maconha o policial
diga não ele não tava com quatro eh plantinhas de de maconha na verdade ele tava com balança de precisão Na verdade ele tava com 5 Kg de cocaína na verdade quando os negros se juntam não é porque está exercendo a condição de um bunto fosica filosoficamente eu sou porque você é na verdade quando os negros se juntam é porque há uma associação ao tráfico quando os negros se juntam na verdade é porque há o concurso de pessoas dentro do Repertório linguístico do direito então não adianta a gente dizer que a maconha está descriminalizada se é
a versão escrita do policial que terá validade dentro do Estado o estado que tem suas normas e suas concepções jurídicas de validade e autoridade do conhecimento é por isso que vivemos um encarceramento em massa e somos a terceira maior população de pessoas negras pretas e pardas privadas de liberdade porque a nossa palavra não vale de nada inclusive quando damos entrada nas unidades de saúde porque fica o dilema eu vou chamar a polícia ou eu vou chamar o médico eu sou profiss de saúde e percebo que isso acontece de maneira sistemática entra um jovem negro baleado
as minhas colegas assistentes sociais que não foram Preparadas dentro né do escopo que eu estou mencionando aqui de intelectualidade negra e apenas coloca a classe como uma condição fundamental entende ele deve ter roubado e aí ele tomou um tiro é melhor chamar a polícia eu não vou sair daqui para atender mas eu que sou fruto do movimento negro e entendo que raça en forma a classe Compreendo que que o médico deveria sair do conforto onde ele está para atender o jovem negro né e eu preciso estar preparada também para fazer a notificação que conceba o
estado essa alta letalidade que deve ser combatida Afinal a cada 23 minutos um jovem negro perde a vida da mesma forma que as mulheres negras né somos o quinto do mundo em feminicídios também perdem a vida por quê Porque no final de semana onde ocorre maior violência né no âmbito doméstico nós pessoas negras e de classe trabalhadora usamos mais substância como álcool né para esquecer que lá fora a vida tá louca que a gente não consegue trabalho mas é nesse final de semana que o trabalhador policial diz assim eu tenho mais o que fazer minha
senhora eu estou atrás das drogas a senhora acha mesmo que eu vou agora dar atenção à senhora em termos de relação público privado por os homens negros serão mortos no espaço público e as mulheres de maneira geral serão mortas dentro do ambiente doméstico e mortas principalmente porque nenhuma delas é doida e eu não tô sendo capacitista eu tô só usando a expressão que a gente utiliza em Salvador né Bote Fé nas malucas ela não vai trazer a polícia para dentro da comunidade se essa mulher ainda for flagrante e passar por uma monitoração eletrônica ela também
tende a morrer dentro das repercussões da comunidade porque o monitoramento eletrônico como medida cautelar também tá fazendo com que o estado que é um aparelho opressor né repressivo vinha para dentro da comunidade Então essa mulher também precisa sair da comunidade para preservar não só as relações produtivas do território mas também preservar a própria sobrevivência da parte masculina que está dentro do território então sem a interseccional sem a interseccionalidade como sensibilidade analítica que eu estou mencionando eu não consigo perceber esses elementos que estruturam as relações de poder que são desiguais sem a interseccionalidade eu que também
discuto sistema prisional desde 2004 eu não consigo perceber as insuficiências da Lei Maria da Penha no meu trabalho de 2 e 2008 né que foi a monografia lei Maria da pen de 2006 eu percebi por exemplo que a cadeia seria uma miniatura da sociedade a cela portanto é um ambiente doméstico como o estado ele opera a privação de liberdade a partir da cosmovisão ele acaba encarcerando as pessoas sem considerar os sentidos Dos próprios corpos E aí acaba jogando nas celas homens que seriam lidos dentro da sua própria identidade como pessoas trans ou como mulheres dentro
de celas onde esses homens acabam estuprando violentando e submetendo as leides né dentro da literatura da cadeia ou da sociedade dos cativos como vai dizer Sykes aá toda a sorte de violência mas como a lei de execução penal Luciana é de 84 e a lei de execução penal fala de remissão de pena Fala de indulo de bom comportamento o que é que vai acontecer com essas mulheres que estão dentro da cela dentro de um contexto de violência da qual a Lei Maria da Penha deveria retirá-la dos braços do agressor o estado acaba entendendo professora que
ela não tem Bom Comportamento porque ela está brigando na sela que ela tem disciplina Que ela não merece remissão de pena e nenhum benefício previsto na lei de execução penal porque a gente conhece mais a Lei Maria da Penha Afinal a violência contra a mulher aberta a todas aquela inclusive que está em situação de rua debaixo da ponte é ela sabe muito bem que o companheiro dela não detém os meios e modos de produção Pode não ter o documento de identidade Mas sabe muito bem que a mulher é a única propriedade que ele tem para
circular dentro daquele território em busca de uma substância que ele queira ou qualquer privilégio que é aberto a todos os homens independentemente de serem burgueses ou estarem sem as condições de mínimamente vender a sua força de trabalho então a cela sendo esse ambiente doméstico ela vai fazer com com que ainda assim as mulheres continuem sendo estupradas violentadas e Abusadas pelo que estamos chamando ali de piolhos ovados por quê Porque o estado trabalha com a dimensão dos olhos se anatomicamente morfologicamente fisiologicamente você é reconhecido como mulher você não vai ter as suas garantias em termos de
identidade de gênero reconhecida dentro daquele espaço e daí você pode muito bem ter estuprar violentar as outras porque na verdade você não foi socializado como a parte feminizada da experiência daquele espaço estão compreendendo até aí mas eu pergunto ainda para vocês por que a gente conhece mais a Lei Maria da pen do que a lei de execução penal eu diria para vocês que a gente conhece pouco a lei de execução penal porque quem tá privado de liberdade é a população negra a gente difunde a Lei Maria da Penha Não apenas porque é uma experiência universal
de opressão subordinação e exploração das mulheres mas porque também as mulheres brancas e hegemônicas estão submetidas ao patriarcado com uma estrutura que existe em patamar de igualdade ao capitalismo e ao racismo como bem descreveu sou tru no seu discurso de 1851 em Ohio nos Estados Unidos é desse entendimento de sou que eu entendo o que é gênero e não a partir do repertório e das teorias feministas onde gênero está ali né alocado dentro da contribuição das mulheres brancas principalmente da Europa ocidental e dos Estados Unidos por quê Porque sou JN TR no discurso de improviso
ela vai perguntar e eu eu não sou uma mulher ao fazer essa pergunta primeiro S tru está dizendo pra gente que por mais que é escrita tenha mais relevância do que a oralidade a gente consegue tomar o nosso conhecimento a partir da oralidade porque naquele cenário as mulheres brancas não queriam que S tru falasse então ela vai perguntar ainda né Eu não sou uma mulher por quê Porque eu tive 13 filhos e a maioria foi vendida para escravização S neit tru nesse momento ela demonstra para nós né que o primeiro trabalho de exploração que a
humanidade conhece é o trabalho de parto porque as mulheres negras as minhas ancestrais elas foram estupradas e trabalharam no parto de maneira compulsória e não ficaram com a mercadoria que elas produziram assim como hoje as mulheres negras não podem dizer né vítimas de desaparecimentos forçados de seus filhos de dizer Esse filho é meu ela não é propriedade a mulher negra não é propriedade do filho porque ele pode ser morto a qualquer momento ele pode ser alvo dessa violência letal a que estamos falando dentro dos territórios ou até mesmo dentro dessa sistemática de necropoder que a
Chile bem mencionou então S neit tru ela antecipa Inclusive essa discussão sobre necropolítica sobre racismo institucionalizado porque ela está dizendo para mim primeiro que não dá para entender direito sexual e reprodutivo sem a experiência racial não dá para eu entender por exemplo gênero sendo sinônimo de mulher sem compreender como disse seu jit tru que as mulheres negras nunca foram ajudadas a pular poças de lama nem a subir em carruagens Então ela pergunta e eu eu não sou uma mulher Então ela está dizendo para mim que gênero é uma construção social a partir de raça da
mesma forma que se genera uma construção a partir de raça uma construção social a idade geração participam desse elemento de sociabilidade humana onde as mulheres negras de territórios palpados elas não vão experimentar Seguridade Social saúde previdência né qual outro saúde previdência e assistência por quê as condições à quais somos colocadas diar pelo racismo colocam no nosso semblante a ideia de que somos muito velhas mas só temos ainda 40 anos de idade quem apanha todo dia não tá com o mesmo semblante de quem pode fazer botox a cada se meses mas o estado ele não vai
compreender que você envelheceu sem o marcador idade geracional do ponto de vista objetivo isso é desde a lei sexagenária que a gente coloca a categoria idade dentro de um elemento objetivo da qual raça participa e transforma a nossa aparência a forma como somos vistos vistas tratados e recepcionados dentro das instituições eu posso garantir para vocês que minha mãe que tem hipertensão diabetes e agora né teve mais uma AVC tá na cadeira de rodas né Eu Posso garantir para vocês que ela aparenta ter mais do que 64 anos eu preciso dentro das Ferramentas que eu tenho
discursivas no campo da saúde meu irmão que sequer fez mestrado e doutorado já me chamou atenção eu vou compartilhar para vocês só para vocês entenderem ainda mais o significado de saúde enquanto bem-estar eu ia entrando na na minha casa né para visitar minha mãe e aí meu irmão falou assim Carla você tá trazendo uma pessoa desconhecida e m tá tocando de roupa na sala aí eu falei isso foi uma grande lição para mim assim sabe até para eu prestar mais atenção nos meus plantões ele falou assim Carla manha fica com vergonha quando você entra assim
e ela tá trocando de roupa cuidadora está dando banho nela eu falei gente eu sou uma profissional de saúde como é que eu não tenho essa sensibilidade analítica né de perceber que mainha quer manter a representação de si mesma de uma mulher forte que não depende de ninguém como é que eu trago alguém para dentro da casa dela para V ela sendo trocada né de fralda sendo higienizada meu irmão que não passou pela faculdade que me deu essa lição ele ainda disse para mim Carla isso você se preocupa tanto né em manter manhã com o
cabelo trançado aí eu falei É mas isso não é gênero Carla eu falei é verdade isso é uma construção também de feminilidade a partir do meu repertório afrocentric e ele disse assim para mim é isso Carla eu percebo né que você coloca eh mãe nessa condição de que mesmo né menos capaz de circular em relação a seus domínios de dona de casa ah quero manha com cabelo trançado vou mandar deixar outra trora fazer a unha del mas aí meu irmão di assim mas Carla mha queria falar contigo que ela tá com inflamação e fou mim
sendo que você que é mulher por que ela não dividiu isso contigo meu irmão também falou isso para mim Aí eu falei não sei porque manã não falou isso comigo e é isso Carla dentro da sua formação antiracista você também acaba universalizando a experiência das mulheres sem tomar o experimento subjetivo de como as mulheres vive mainha agora tendo essa limitação após o AVC ela tem outras condições subjetivas que implica numa escuta sensível né que eu deveria ter aprendido muito bem na minha formação mas eu nesse lugar de intelectualidade eu já quero achar que posso dispor
de todos os conhecimentos e o tempo todo meu irmão traz isso para mim dizendo eu sei que você aprendeu isso com Foucault mas eu não sei nem queem é Foucault Car então então toda vez que eu tô de plantão eu presto atenção à sala vermelha sabe eu presto atenção à sala vermelha porque eu percebo que se a gente não tiver atenção e racismo institucional tem a ver com isso né racismo institucional tem a ver com o conjunto de práticas inoperancia desatenção não gosto de usar essa palavra negligência de nós prestadores de serviço né aos usuários
porque eu preciso entender que dona Joana Ela Quer que feche né a parte da sala vermelha onde ela tá sendo atendida pela enfermeira mas eu enquanto assistente social às vezes eu vou lá faço evolução do prontuário e não tenho essa atenção que a interseccionalidade tanto permite né para mim apurar em termos de dignidade Humana porque a partir do meu do momento que meu irmão chamou atenção desse comportamento meu ciu para eu também prestar atenção em relação ao atendimento que eu tenho na saúde inclusive em relação a nutric Como disse Laila África né a forma que
hoje temos de manter a colonização mesmo sem perceber é através do estômago dos Ultra processados né dos embalados dos transgênicos é assim que a gente mantém a colonização a partir do estômago já que não temos acesso a uma literatura literatura no campo da saúde em relação ao iam de Ogum em relação ao milho em relação às agriculturas e às formas que africanos e indígenas se conectam com seus ancestrais então eu diria até que estamos mais conectados e e conectadas aos colonizadores do que aos nossos próprios ancestrais porque a gente até incide a opinião de que
é bom comer feijoada né Toda semana só que Ogun come feijoada uma vez no ano gente uma vez no ano ogum come feijoada lá em casa feijoada de Ogun ele sempre gosta de Ame ele sempre gosta do que vem da terra como possibilidade da gente manter o poder Vital tal então já cam encaminhando para finalizar tem quanto dia tem hora né que eu tô vendo assim né é importante para nós dentro desse projeto intelectual feminista negro resgatarmos as categorias analíticas que foram desenvolvidas no repertório decolonial de Fran fanon de lélia Gonzales recuperarmos a interseccionalidade no
âmbito das políticas públicas para que a gente entenda até nos serviços né eu pedi sua identidade por eu quero saber sua idade e isso vai servir como marcador e diagnóstico do que está acontecendo em termos de saúde então eu pedi sua identidade porque eu também vou dizer sexo né masculino ou feminino eu tô perguntando a sua cor preto Pardo branco amarelo indígena exatamente para eu também ter um diagnóstico o estado entender sobre quais condições né de vulnerabilidade Experimenta a população a condição de diabetes de hipertensão ou de qualquer tipo de vulnerabilidade como eu bem disse
que tem idade tem corpo tem classe social e tem território Então essas categorias são importantes pra gente ter o cenário no entanto a gente pula quando é autodeclaração né de raça cor porque a gente dis não eu vou perguntar qual cor raça de alguém e a pessoa vai se ofender não é verdade eu canso de reclamar com minhas colegas elas diz não eu olho assim eu já tô vendo que a pessoa é parda ou eu tô vendo que a pessoa é amarela isso prejudica não só as estratégias orçamentárias como a transversalidade né e a intersetorialidade
como também prejudica as políticas públicas de maneira geral no que diz respeito à reparação histórica e também correção das desigualdades porque a gente quer o quê uma igualdade da qual as diferenças sejam reconhecidas como bem disse Scott né o oposto de igualdade não é diferença o oposto de igualdade é desigualdade e a desigualdade Só existe porque as diferenças não são tomadas de maneira a respeitar a dignidade humana e a diversidade Afinal somos todos diferentes uns em relações aos outros o branco não é a norma e a branquitude Como diz Lourenço Cardoso né ela sendo crítica
ela vai compreender que a tarefa de enfrentar o racismo não é a tarefa das pessoas racializadas dos negros e dos indígenas a tarefa é do conjunto da sociedade se a branquitude ela é crítica ela reconhece inclusive seu privilégio a herança colonial que permitiu que essa branquitude se tornasse o ponto de vista né de presidente de diretor de condução de todos os espaços que são diversos Mas sempre tem um homem branco engravatado na frente representando toda a humanidade obrigada obrigada obrigada prof e Camila tem informes aqui sobre a parte da tarde e os outros dois dias
por favor um segundinho só eu sei que já tá muito tarde ah tem um bolo ela vai falar rapidinho sim bom Boa tarde gente agradecemos a todas todos e todes convidamos para o bolo dos 70 anos da escola no rol da entrada no rol de entrada e vamos retornar às 2:30 tá para continuar a programação de aniversário ai gente menina [Aplausos] [Música] parecendo n