Relativismo Etnografia Alteridade / Franz Boas e Bronisław Malinowski

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Kamila Thais Da Silva Figueira
Por que a Antropologia é a ciência da Alteridade? Para responder a essa pergunta, expliquei o método...
Video Transcript:
oi oi gente meu nome é camila sou professora de sociologia mas hoje nós iremos falar sobre antropologia por quê que é antropologia é conhecida como a ciência da alteridade o que é alteridade eu vou responder essas perguntas hoje com base no conceito de cultura para franco boas também vou falar um pouco sobre a etnografia de malinowski iremos inclusive fazer algumas questões resolver algumas questões da unb e do enem vão mais antes de falar da antropologia de franz boas eu preciso voltar um pouquinho naquela minha aula naquele meu vídeo sobre as teorias deterministas o século 19
e evolucionistas da antropologia também do século 19 vocês vão lembrar que nós vimos aqui que a antropologia evolucionista acreditava em uma ideia de evolução única para todas as culturas todas as culturas percorreram o mesmo caminho que a cultura europeia percorreu que sentido haveria uma linha única desenvolvimento e que a partir dela as outras culturas seriam classificadas e hierarquizadas estes pensamentos foram considerados pela antropologia culturalista como etnocêntricos a principal reação ao evolucionismo iniciou-se com os estudos do franz boas esse alemão era na verdade estudante de física e geografia entre 1883 e 1.884 ele precisou fazer uma
expedição para o extremo norte do canadá a expedição tinha o objetivo de traçar o estudo cartográfico da região e ela e franz boas acabam direcionando seus estudos para a antropologia a gente sabe né antropologia muito melhor que a física mesmo ciências humanas é muito melhor que as ciências exatas a gente já sabe boa só comprovou isso para a gente brincadeiras à parte gente não ia deixar passar piadinha mas o fato é que franz boas fica muito entusiasmado com que ele tá obs e ele vai entrar em contato com os inuítes os inuítes são partes de
etnias indígenas que habitam as regiões árticas do canadá groelândia e do alasca popularmente eles também são conhecidos como esquimós ele percebe que para entender a cultura do outro aqueles que a gente considera é diferente da gente na verdade é um processo muito mais complexo do que a teoria evolucionista indicavam boas percebe que para de fácil compreendermos a cultura do outro mas precisamos nos apropriar dos valores dos sentidos que o grupo estudado dá para suas práticas ou seja aqui ele vai se desvinculado os parâmetros eurocêntricos que permeavam as teorias evolucionistas da época é assim que ele
inaugura o relativismo cultural para boas cada cultura deve ser analisada a partir dos seus próprios termos e para os evolucionistas todas as sociedades teriam a mesma trajetória de forma inexorável aqui a trajetória de cada cultura é relativizada e retirada de um trajeto único e hierárquico de desenvolvimento os então refuta a ideia de que uma cultura está acima é mais envolvido ou superior a outra já que cada cultura tem o seu próprio desenvolvimento a sua própria evolução parte-se do pressuposto que cada cultura vai seguir um caminho em função dos diferentes processos históricos que ela tem enfrentado
todas essas idéias constituíram que hoje a gente chama de antropologia culturalista eu já ia me esquecendo de falar que boas era de origem judaica e que no final do século 19 havia um contexto antissemita crescente no governo de bismark e é por isso que o bolos vai migrar para a américa do norte nos estados unidos ele vai se tornar professor da universidade de columbia onde o seu pelo resto da sua carreira considerado um dos precursores da antropologia culturalista estadunidense o legado de boa será interpretado como uma crítica às teorias evolucionistas ea ideia de raça bom
mas vamos falar mais um pouquinho sobre o relativismo cultural na luta contra o racismo e contra o etnocentrismo o relativismo cultural é fundamental uma ferramenta interessante para gente desconstruir é isso preconceituosos e romper com classificações hierárquicas mas se a premissa do relativismo cultural é examinar toda e qualquer a cultura a partir dos seus próprios termos isso significa que a gente tem que aceitar tudo e qualquer coisa qualquer hábito qualquer costume tudo tá certo pode tudo quem perguntou isso foi ao nb em 2018 na primeira etapa do paes o significado da concepção do relativismo cultural visa
expressar a ideia de que quaisquer valores possam ser aceitos uma vez que eles são sempre relativos à p o mesmo cultural não significa aceitar tudo o que qualquer cultura faz o produz mas se entender como e porque cada cultura faz o que faz quem é ou não favorecido e como essas práticas podem gerar também opressões não é aceitação de tudo de maneira indiscriminada não é isso mas é a compreensão de que cada sistema cultural tem uma lógica tem seus próprios sentidos e significados são sistemas eficientes dentro daquele grupo que sim pode gerar dominação violência mas
que mesmo assim pode ser legitimado dentro daquela sociedade ou por uma parcela daquela sociedade além da antropologia estadunidense culturalista nós temos também a antropologia inglesa no início do século 20 bem preocupada em romper com as teorias evolucionistas malinowski que é um dos representantes dessa corrente ele nasceu na polônia mas mudou-se para inglaterra o paralisou seu principal interesse estava na noção de função social em seu trabalho de campo nas ilhas de tobrian no pacífico ele buscou entender como as instituições culturais particulares funcionavam na manutenção da vida dos indivíduos para ele as necessidades biológicas dos indivíduos como
alimentação reprodução e proteção eram resolvidas e elaboradas em questões culturais e sociais como casamento plantio e as trocas de alimentos entre parentes o conceito de família ea própria formação da família ou seja para cada necessidade fisiológica do ser humano haveria uma resposta na cultura e essa resposta na cultura que iria suprir a necessidade básica e humana fisiológica por isso que o antropólogo deveria mesmo era estudar o cotidiano da sociedade o cotidiano daquela sociedade que iria indicar as funções sociais e assim o antropólogo deveria buscar compreender o modo de viver característico de cada sociedade na introdução
de seu livro publicado em 1922 os argonautas do pacífico ocidental ele revoluciona a antropologia propondo uma nova forma de etnografia esta nova forma e até hoje a principal forma de coleta de dados dos antropólogos a etnografia se baseia no contato e na convivência entre o antropólogo e o grupo estudado é um método que depende do trabalho de campo trabalho de campo é o deslocamento físico e geográfico do pesquisador para o local no qual se encontra o grupo estudado só uma ressalva a gente nem sempre esse local vai ser distante vai ser numa aldeia vai ser
em outro país vai ser numa ilha não nem sempre hoje nós temos vários estudos antropológicos conhecidos como etnografias urbanas então essa bus é diferente para se entender o outro esse que é tão diferente de mim na verdade hoje ocorre na nossa cidade mesmo esse outro não necessariamente ele tá tão distante de mim ele pode estar na minha cidade está na minha esquina ele tá na frente do meu bairro na frente da minha rua vencem sobre isso quem é o outro que tá na sua cidade a etnografia se baseia no contato direto intenso na convivência entre
o antropólogo e o grupo estudado esse contato ele é prolongado e nesse contato que o pesquisador vai buscar compreender os sistemas simbólicos e os significados os sentidos da duelo grupo para as suas práticas a ex nó grafia envolve a observação participante que é justamente um observação atenta e detalhada de todas as práticas e como eu disse observação participante o pesquisador também vai partes e das práticas dos costumes da vida daquelas pessoas é de fato uma imersão na cultura do nativo e aqui gente a ideia de nativo é justamente do grupo que está sendo estudado tá
bom não necessariamente como eu já havia dito a gente tá falando só de povos indígenas de uma sociedade muito longe de alguém que é muito distante nativa aqui pode se encontrar do lado do seu bairro a etnografia não é um método exclusivo da antropologia essa forma de geografia inaugurada pelo polonês marinópolis mas hoje ela é usada pela psicologia pela própria sociologia por jornalistas e até mesmo por grandes empresas que têm usado esse método para entender melhor os seus consumidores e avaliar de maneira mais eficiente o seu mercado voltando para a antropologia ea alteridade você não
falou ainda de alteridade você falou que evolucionismo aí falou de franz boas e aí falou do malinowski aí falou de a cenografia é quando você falar de alteridade calma gente nós já falamos de alteridade aqui de maneira indireta o prefixo latino alter da palavra alteridade significa outro a alteridade a compreensão do outro do diferente praticar alteridade é perceber a diferença é reconhecer a diferença as particularidades e as singularidades do outro vamos para a questão do enem questão de 2015 quanto ao choque de civilizações é bom lembrar a carta de uma menina americana de sete anos
cujo pai era piloto na guerra do afeganistão ela escreveu que embora máximo em seu pai estava pronta a deixar morrer a sacrificá-lo para o seu país quando o presidente bush citou suas palavras elas foram entendidas como manifestação normal de patriotismo americano vamos conduzir uma experiência mental simples é imaginar uma menina árabe maometana é praticamente lenda para as câmeras as mesmas palavras a respeito do pai que lutava pelo talibã não é necessário pensar muito sobre qual teria sido a nossa reação zizek bem-vindo ao deserto do real são paulo bomtempo 2003 antes de vermos as opções qual
seria a nossa reação provavelmente a gente ia se indigna talvez em todo mundo mas a grande maioria das pessoas ou a grande maioria dos estadunidenses iriam se indignar no mínimo eles não iriam entender o choro daquela criança pelo pai afinal é o talibã né fala sério grupo terrorista quando a gente deixa um pouquinho de lado tudo que a gente conhece tudo que a gente sabe sobre o talibã será que a gente consegue entender melhor a reação daquela filha que tá lendo a carta do pai eu acho que sim praticar alteridade é reconhecer no outro as
suas particularidades as suas singularidades mas também é reconhecer as suas olá princesas é reconhecer que o outro também é um ano é reconhecer a humanidade do outro e inclusive a partir disso se ver no outro você consegue se ver no outro então choro daquela menina pode ser compreendido e não ser ridicularizado por que é uma filha chorando pelo seu pai é só isso então a diferenças e particularidades entre as culturas sim mas também há semelhanças é através do contato com o outro que eu consigo inclusive me reconhecer a existência do outro da sentido também a
minha existência vamos voltar agora para questão a situação imaginária proposta pelo autor explicita o desafio cultural do ou da da prática da diplomacia do exercício da alteridade da expansão da democracia da universalização do progresso da conquista da autodeterminação bom não pode ser a letra a porque nós não temos nada falando sobre relações diplomáticas aqui o oi tá choro da menina da filha seria a letra b como a gente já sabe expansão da democracia também não faz sentido não é um texto que tá falando sobre política sobre direito universalização do progresso também não faz sentido com
o texto não tem nada relacionado ao texto e conquista da autodeterminação também não pode ser porque afinal de contas o texto não fala sobre direitos próprios de uma nação de um estado de uma cultura direitos e autonomia liberdade de um grupo não é sobre isso texto eu espero que vocês tenham gostado dessa aula porque como sempre me deu muito trabalho vocês não tem noção ai gente bom é isso curtam essa aula se inscrevam no canal compartilhem dúvidas críticas e sugestões escreve para mim um beijo
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