O recordar , repetir e elaborar de Freud

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hoje nós vamos ter a grata presença do Professor Carlos que é mestre em psicologia professor de psicanálise Então seja bem-vindo Professor Carlos primeiro assim na sua casa aí desde o início eu agradeço é bom sou Carlos né tenho aí né uma caminhada na clínica psicanalítica tem formação em psicologia mestrado em psicologia e o Freud é um autor assim que é muito me interessa há muito tempo né Tem esforçado tem uma leitura bastante ativa dele assim né E aí vamos né vamos tratar desse tema aí desse texto do Freud Recordar repetir elaborar e também vamos falar
da alguma coisa da compulsão a repetição né um outro tema que vai aparecer mais forte no final da obra do Freud dos anos 20 para frente melhor dizendo né mas esse texto Recordar e pedir elaborar não teve 1914 é um texto fundamental da Clínica essencial e eu acho que eu diria assim é um texto Clínico por Excelência assim né quem quer saber como é que a clínica funciona né esse é um texto assim que ele sintetiza eu acho que muito bem Como que é o movimento da Clínica né os passos o Freud é muito didático
nesse texto é um texto é um texto que tem inserido naquilo que a gente daquilo que se convencionou chamado os escritos técnicos Freud né com conjunto de que vai ali dos anos 10 até 1914 915 e é um texto que fala do que a gente faz o próprio título ele traduz o movimento da do que que é uma análise né Recordar repetir elaborar mas geralmente a gente brinca assim que é a coisa não é exatamente essa né seria mais ou menos Recordar repetir repetir repetir repetir elaborar e assim né transitando Essa dimensão desses três termos
né nesses três conceitos do Freud são três conceitos mesmo né a gente pode tratar elas assim que dão um título do texto A gente pode ver esse movimento né Por exemplo no recortar é essa dimensão do da situação analítica em que o paciente vai vai pensar a respeito de sim né vai associar livremente vai analisar os seus pensamentos espontâneos e o analista tá ali como alguém que vai ter outro papel nesse nessa divisão do trabalho como ele fala é muito curioso isso essa expressão né Tem uma divisão do trabalho algo que a gente vai se
aprofundar daqui para daqui a pouco mas tem essa dimensão recordar tem uma arqueologia do sujeito ali ele vai se pensar a história dele e o Freud vai dar condições né da gente perceber dá condições meta psicológicas né de como que o aparelho que funciona de como que essa a história do sujeito tem um poder não só não é o passado do que ele tá falando é o poder atual que aquilo que no passado determina as vivências dele aqui agora e esse sujeito não se dá conta disso ele tá cego diante dessa compreensão dessa disposição daquilo
que move e o repetir esse movimento né ele exercer a queixa básica de toda pessoa que chega geralmente para nos ver olha não sei o que acontece minha vida está sempre andando mesmo lugar as minhas parece que eu sempre me relaciono com as pessoas assim parecidas os relacionamentos fracasso o meu trabalho aí o chefe sempre enfim se vocês tiverem oportunidade de estar na clínica né Vocês vão se dar conta disso como que a dimensão da repetição geralmente é aquela condição que o paciente mais se queixa ele sente ele percebe ele nota às vezes ele até
usa a palavra parece que tudo vamos dizer assim é o a dimensão trágica do nit né É tudo é um Eterno Retorno do mesmo né e isso é uma desgraça Isso é uma tragédia né eu não consigo sair desse círculo eu elaborar falar desse título é ver como que ele esses três conceitos se arranjam né elaborar elaborar é aquela é uma dimensão um conceito importante né a ideia tem a ideia dentro a palavra em alemão tem a dimensão de trabalho dos trabalho tem tradutores inclusive que traduzem por elaborar Então esse é essa dimensão do elaborado
pela elaborar essa dimensão de travessia aquilo que se repete é aquela situação do passado enquanto que o pelaborá é sujeito Se conseguisse projetar com o futuro para ele poder ser quem ele é para ele poder se desvencilhar das suas amarras psíquicas ampliar a Sua percepção de mundo interno e externo lidar com bivalências o mundo não é Preto no Branco elaborar fantasias fantasias inconscientes expectativas é interessante porque as pessoas acham que psicanálise ela só trata o passado e na verdade a psicanálise ela tem um diferencial que é trabalhar o passado mas associado a esse presente que
está nessa compulsão a repetição dos nossos pacientes pessoas às vezes fala assim né Fátima é muito comum a gente ouvir Nossa mas é psicanálise só fala do passado e na verdade não está relacionado só o passado porque o que você faz hoje é o reflexo do que você foi lá atrás a gente vive uma era que tudo que você recebe de informação a base Freud construiu Mas o que você recebe de informação isso são agregado coisas relativamente ao que você está vivenciando experiênciando né o ser humano ele tá assim o tempo todo né trazendo coisas
novas sofrimento angústia Então eu acho que era importante a pessoa entender isso né é Professor Carlos O que que você acha dessa afirmação das novas neuroses ou coisas assim né os novos Sofrimentos que tipo a gente poderia se perguntar né Que tipo de modalidade de repetição ela se constituem e tem diferença com neurose com a neuroses obsessivas eu acho que elas são questões que a gente vai colocar perguntas extremamente importantes né são modalidades de funcionamento e como que essas modalidades incidem sobre determinados tipos de Sofrimento às vezes mascarada isso que a Regina apontou muito interessante
também da questão do passado do presente do futuro porque muitas vezes né as pessoas são tamanho que que eu faço com isso né como você psicanálise fosse uma espécie assim de filme de filme policial já batido assim né todo mundo sabe o que que tá lá no passado tem um complexo de Édipo aqueles filmes assim todo mundo sabe que o mordono é o assassino E aí que graça não o processo é cada um constituiu isso né Então essa tá essa situação aí e para liberar para o futuro para que a pessoa pode ser pode vir
a ser aquilo que ela aquilo que no passado deixa ela presa e não deixa ela funcionar não sei quem ela é poder ser outro funcionar de outro jeito poder usufruir da vida como diz o Freud ele tem duas afirmações que parecem muito interessantes a respeito disso assim né o mundo tanto mais pessimista e visual o objetivo da psicanálise tirar o sujeito da miséria neurótica e trazer para ele para o contato da infelicidade comum da infelicidade né do mal estar na civilização etc outro momento ele fala uma coisa também que ele fala numa filha dele a
Ana pergunta isso Ana froid e o pai que que qual que é o objetivo da psicanálise né você estudou aí a alma humana por tanto tempo e ele pensa ele fala olha o objetivo é poder o sujeito poder amar e trabalhar aí também não tem só nesse sentido restrito do trabalho cotidiano né mas poder se sentir inserido na cultura fazer alguma coisa né poder amar poder tá ligado com outro ser humano eroticamente ou internamente tá ligado eroticamente consigo né então objetivos da psicanálise esse esse texto Recordar repetida elaborar Traz algo do que já lá o
Freud 1914 percebia como o movimento do psiquismo né do contato do ser humano como que isso é um texto que a gente ainda como vai a obra do freudindo é muito válida para pensar claro que Também vieram os autores depois dele que ampliaram a coisa sofisticaram mais de algum jeito né Mas o que eu quero dizer nessa talvez até um introdução é que como esse texto é uma síntese né do processo analítico né de como que ele fala do que a gente faz na análise com paciente né E aí a gente pode pensar assim né
o Recordar ele ele tem as suas modalidades vai mostrar o froid nesse texto né Como que o recordar tem essas modalidades né ele aparece um sintomas e aparece em sonhos ele aparece nessas dimensões indiretas não ditas de algo lá que precisa ser recordar o sujeito não se dá conta né e como que a repetição fala do drama da vida humana então e a elaboração confere essa possibilidade do sujeito atravessar tudo isso né entrando né Um Pouco Mais especificamente no texto né é interessante porque aí o Freud vai apresentar uma ele falou olha eu a gente
já tá no momento da psicanálise que eu percebo que tem duas fases numa primeira fase a situação era mais ou menos assim a recordação ela tá ligada com aquilo que o frete é lá de Catarse o abração e isso tudo era dinamizada através da Hipnose então a hipnose era técnica né até Vamos colocar Assim entre 1895 ou talvez um pouco antes até 1897 a hipnose era essa técnica que fazia essa junção através através do Hipnose sujeito e a recordando a partir da orientação do psicanalistas do Freud e aí ele encontrava lá um conteúdo recalcado e
aquilo fazia uma comoção uma reação catarses né uma palavra do grego que tem a ver com essa dimensão de purgação isso vem da tragédia grega né quando os gregos assistiu o teatro eles tinham Catarse porque porque eles o herói trágico vivia aquilo que eles não poderiam viver e a gente faz isso até hoje assistindo um filme não é assiste um filme e a gente se põe se projeta no personagem sofre os seus dramas sem precisar viver esses dramas diretamente então a Catarse vem dessa situação vem também da Medicina né Essa dimensão de purgação de reação
emocional e que no contexto psicanalítico se referia a ideia de que se ao encontrar lá aqueles Qual que é a Gênese do sintomas traumática que me faz lembrar de alguma coisa que eu não quero lembrar então quando eu junto aquela Lembrança com a emoção pronto catais juntos aqui nos pode né então tem uma reação aquela reação que eu não pude ter naquele momento daquela situação eu tenho agora eu recupero às vezes é a primeira fase do Freud depois ele vai abandonar hipnose e aí ele vai começar a gente pode se inscrever mais ou menos ali
por volta de 1899 né o caso Dora por exemplo Fred atende o caso adoro em 1899 mais publica só em 1905 se eu não me engano ele vai vai escrever a Interpretação dos Sonhos né o seu tratado dos sonhos vai vir uma série de textos em que ali vai dar cara mesmo da psicanálise vai estruturar coisa de uma maneira que tá aí até hoje E aí isso que ele chama de uma segunda fase teria essa situação em que ele o paciente fala dos seus pensamentos espontâneos e o analista interpreta o analista identifica inclusive nesses pensamentos
espontâneos na associação livre as resistências e o paciente e interpreta as existências e o paciente ele vai o trabalho do paciente vai ser Superar as existências continuar o processo e deixar os pensamentos de vida Então aí é o que ele fala aí aí Cidade visão do trabalho psicanalítico de um lado o paciente ele vai associar livremente o analista vai escutar vai fazer uma escuta flutuante né Sem interesse focar muito naquilo em outra coisa deixar coisa ruim identificar as existências do paciente Baseado Em Quê naquilo que ele percebe com uma inibição do paciente então vai se
instaurando ali desse trabalho também uma dimensão que pode falar da Resistência aquilo onde o paciente fala fala mas chega um ponto ou ele para ele guarda silêncio ele gagueja ele troca palavras ele ou ele mesmo pode falar disso eu não quero contar cabeça resistência algo não ao mesmo tempo que algo quer ser lembrado e precisa e vai encontrar um caminho como ele diz a Interpretação dos Sonhos né ele usa uma epígrafe da interpretação dos sonhos ele usa um poeta o Virgílio o poeta Romano que do texto da Eneida né que fala do herói do Herói
grego e diz mais ou menos assim aquilo que não puder se mover ou chegar ao céu ou chegar aos Deuses se moverá pelo rio aqueronta que era o rio subterrâneo né que é uma metáfora do inconsciente aquilo que não puder chegar nos de cima vai se mover por baixo então o Freud vai percebendo como que ao mesmo tempo que algo quer ser revelado algo se faz se revelar Inclusive a revelia doeu o sujeito da consciência outras forças e contra isso tentar reprimir isso vão se defender e resistir então você vê que o Fred tá contando
para gente como que nós seres humanos somos seres divididos nós não o nosso eu não é uma coisa unitária a nossa dimensão interna ela é fragmentada ela ela briga entre si né conflita interessante quando você fala da Catarse né porque o Freud quando vem lá do charcó ele realmente traz a hipnose né quando ele pega na ó e me parece que quando ele começa a ter essas percepções de que a hipnose não era um grande método porque primeiro porque as mulheres se apaixonavam por ele ainda não sabia trabalhar com isso né depois porque realmente é
ele viu um fenômeno se repetindo né ele trazia o tal da Catarse mas o repetir não parava né que tem lá uma mulher que uma paciente que tem dificuldade amamentar o filho Aí ele vai lá hipnotizar ela dá uma sugestão e é isso E aí tudo bem funcionou com aí daqui a pouco ela tem outro filho e aí a coisa vai perdendo vai enfraquecendo eu acho que isso é um ponto essencial a hipnose ela ela tinha essa dimensão de não tinha essa dimensão investigativa que ele vai descobrir era curativa era uma cura que não era
era temporária né porque não ia na estrutura da coisa você falou nessa ferida original aí que você disse né que é o que tá lá atrás né que vem na libra Associação de ideias não é que foi embaixo que é uma das grandes Sacadas dele não sei o que não sei o que é maior na obra se é a livre Associação se são os sonhos o que que você acha eu acho que as duas né as duas obras acabam se cruzando Floyd inteiro né você já falou isso também falo sempre além dele ter sido o
pai da psicanálise ele também ele escrevia né então ele não sou médico é ele também colocava em prática a sua obra através da escrita o que não é uma coisa tão simples né então o fato dele escrever e o fato dele ter essa nossa esse monte de obra que a gente vê aí né até a ideia mesmo é fazer esse projeto do psicanalizando para trazer todas as obras de Freud mas mesmo assim é muita coisa né então eu acho que tudo isso vai fazer com que ele se torne é uma sumidade mesmo no papel dele
como o pai da psicanálise e tem uma pergunta que eu gostaria de fazer porque eu acho que os nossos alunos eles têm até dificuldade a gente precisa também fazer uma compreensão né quando você fala Carlos de repetir Recordar elaborar são três são três sintomas né Vamos colocar dessa forma que ocorre no inconsciente do paciente né do nosso paciente a pergunta é esses três ele ocorre simultaneamente ou não você conseguiria explicar para os nossos alunos em que papel e como isso é difundido na mente se isso é simultâneo assim no movimento do paciente né isso diria
que não eu acho que a primeira vista o paciente ele vai vir sobre a queixa de que ele repete grosso modo né ele vai se queixar de alguma coisa e aí a gente vai escutar a gente vai perceber vai dizer assim sobre a ideia de que é possível que haja repetição a gente vai escutar o paciente o que que será que se repete e que pode ser Nem ser tão óbvio ao longo da ideia da repetição com analista percebendo as nuances falando olha você viu isso aqui você pensionista aí vem talvez o que ele já
me chama de Insight olha recordação Olha é Curioso o paciente Talvez possa dizer algo assim é curioso você dizer isso para mim porque eu me lembrei disso eu já vivi algo assim me viu agora isso na mente então isso vai ser um processo e vai se constituindo como eu brinquei né que tem a ideia de Recordar repetir repetir repetir repetir elaborar tem a elaboração talvez é a nossa a nossa idealização na clínica nossa esperança coisa que o psicanalista tem que tomar cuidado né porque a gente pode cair naquilo que Freud diz de um desejo de
curar né de usar expressão que a gente já basta expectativa que o paciente acredita que os outros Lá fora tem com eles agora mais a doralista querendo que eles nos dá sorte então a elaboração é essa travessia essa caminhada e o que a gente pode oferecer para o paciente né E aqui bastante na clínica freudiana é a nossa escuta a nossa percepção a interpretação essa disposição
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