Olá, boa tarde, meu amor. Quando eu vi meu neto com aquela ferramenta enorme, não consegui me segurar. Nunca imaginei que, aos 40 anos, minha vida daria uma reviravolta tão inesperada e proibida.
Eu, Helena, sempre fui considerada a avó preferida pela minha família: mãe aos 17, avó aos 35. Eu era jovem o suficiente para entender as gírias modernas e mais velha o bastante para oferecer conselhos sábios. Ou pelo menos era isso que eu pensava.
Minha vida sempre foi um pouco fora dos padrões. Engravidei jovem, lutei para criar meu filho sozinha e construí uma carreira como designer gráfica. Aos 40, eu me sentia realizada em muitos aspectos, mas algo ainda faltava.
Talvez fosse a emoção da juventude, a adrenalina de novas experiências. Mal sabia eu que estava prestes a vivenciar algo que mudaria tudo. Tudo começou quando meu neto Lucas veio morar comigo para cursar a faculdade.
Com 23 anos, ele era a imagem viva do seu pai, meu filho, na mesma idade: alto, olhos verdes penetrantes e um sorriso que iluminava qualquer ambiente. Mas havia algo mais nele, uma maturidade e uma intensidade que me intrigavam. — Vó, você tem certeza que não vai ser incômodo eu ficar aqui?
— Lucas perguntou enquanto descarregava suas malas do carro. Eu sorri, ajudando-o com uma caixa. — Claro que não, querido!
Vai ser ótimo ter companhia. Mal sabia eu o quanto essas palavras se provariam verdadeiras e perigosas. Os primeiros meses foram tranquilos.
Lucas se adaptou bem à rotina da casa, dividindo seu tempo entre os estudos e pequenos trabalhos freelance que fazia pelo computador. Eu tinha uma vida normal, trabalhando como designer gráfica em home office, ocasionalmente saindo com amigas para um encontro. Foi numa noite de sexta-feira que as coisas começaram a mudar.
Eu havia cancelado um encontro, preferindo ficar em casa. Lucas também não tinha planos, então decidimos assistir a um filme juntos, algo que não fazíamos há semanas devido às nossas agendas ocupadas. — Que tal um vinho para acompanhar, vó?
— Lucas sugeriu, já se dirigindo à cozinha. — Ótima ideia! — respondi, acomodando-me no sofá.
Observei-o se mover pela cozinha, notando como sua camiseta abraçava seus músculos de uma forma que desviei o olhar, me repreendendo mentalmente por tais pensamentos. Lucas voltou com uma garrafa e duas taças, sentou-se ao meu lado, mais próximo do que o habitual. O calor do seu corpo era perceptível e um aroma suave de seu perfume chegou até mim, despertando algo que há muito tempo estava adormecido.
O filme era um drama romântico, cheio de cenas intensas e apaixonadas. A cada gole de vinho, sentia minha mente ficar mais leve e meu corpo mais consciente da presença de Lucas ao meu lado. Em uma cena particularmente ardente, percebi que Lucas tinha ficado tenso.
Olhei de relance e notei que ele me observava, não a tela. Nossos olhares se encontraram e, por um momento, o ar pareceu ficar eletrificado. — Vó.
. . — ele começou, sua voz rouca.
— Lucas. . .
— eu interrompi, sem saber o que dizer. Antes que pudéssemos continuar, o telefone tocou, quebrando o momento. Era minha filha, mãe de Lucas, checando como estávamos.
A conversa foi breve e desconfortável, a culpa pelo que quase aconteceu pesando em cada palavra. Depois disso, as coisas mudaram sutilmente. Havia uma tensão no ar, uma eletricidade que parecia crescer a cada dia.
Peguei-me observando Lucas quando ele não estava olhando, admirando a forma como sua camiseta abraçava seus músculos ou como seus olhos brilhavam quando falava sobre seus projetos. Lucas, por sua vez, parecia estar sempre por perto, oferecendo-se para me ajudar com tarefas domésticas, perguntando sobre meu trabalho, criando oportunidades para estarmos sozinhos. Uma tarde, enquanto eu trabalhava em um projeto no meu escritório em casa, Lucas entrou para pedir ajuda com um trabalho da faculdade.
— Claro, querido. O que você precisa? — perguntei, virando minha cadeira para encará-lo.
Ele se aproximou, inclinando-se sobre mim para olhar a tela do computador. O dorso do seu peito roçou meu ombro e senti minha respiração falhar. O cheiro dele me envolveu, uma mistura de sabonete, loção pós-barba e algo unicamente Lucas.
— É esse layout aqui — ele disse, sua voz baixa e próxima ao meu ouvido. — Não consigo fazer ficar bom. Tentei me concentrar na tela, mas era impossível com ele tão perto.
Virei meu rosto para falar com ele e percebi que nossos lábios estavam a centímetros de distância. O tempo pareceu parar. Vi o desejo em seus olhos, refletindo o que eu sentia.
Sabia que deveria me afastar, dizer algo, quebrar aquele momento, mas meu corpo não respondia. Lucas foi o primeiro a se mover, fechando a distância entre nós. Seus lábios encontraram os meus, hesitantes no início, mas logo o beijo se aprofundou, anos de desejo reprimido explodindo de uma só vez.
Minhas mãos encontraram seu pescoço, puxando-o para mais perto. As dele exploravam meu corpo com uma urgência que me deixou sem fôlego. Cada toque era como fogo em minha pele, despertando sensações que eu pensava estarem muito adormecidas.
Quando nos separamos, ofegantes, a realidade do que tínhamos feito caiu sobre nós como um balde de água fria. — Não. .
. Isso não pode acontecer — falei, minha voz trêmula. Lucas se afastou, passando as mãos pelos cabelos em um gesto de frustração.
— Eu sei, mas não consigo parar de pensar em você, vó! Em nós. A palavra "vó" me atingiu como um soco no estômago, lembrando-me brutalmente da nossa relação, do quão errado era o que estávamos fazendo.
— Lucas, eu sou sua avó. Isso é errado em tantos níveis. .
. — Eu sei — ele respondeu, sua voz carregada de emoção —, mas não me importo. O que sinto por você é real.
Nos dias que se seguiram, tentamos manter distância um do outro. Eu me afundei no trabalho, aceitando mais projetos do que podia. Lucas passava mais tempo fora de casa, chegando tarde e saindo cedo, mas a tensão entre nós era palpável.
Cada vez que nos cruzávamos na cozinha ou na sala, o ar ficava carregado de desejo não realizado. Nossos olhares se encontravam. E demoravam um pouco mais do que deveriam.
Cada toque acidental era como uma corrente elétrica. Uma noite, não aguentei mais. Ouvi Lucas chegar tarde, provavelmente pensando que eu já estaria dormindo.
Saí do meu quarto e o encontrei na cozinha, bebendo água. Nossos olhares se encontraram e, sem dizer uma palavra, nos movemos um em direção ao outro. O beijo foi desesperado, cheio de desejo reprimido e culpa.
"Isso é loucura," murmurei entre beijos. "Eu sei," Lucas respondeu, suas mãos explorando meu corpo com uma familiaridade que me assustava e excitava ao mesmo tempo. "Mas não consigo ficar longe de você.
" Fizemos amor ali mesmo, na cozinha. Nossas roupas estavam espalhadas pelo chão. Era errado, era proibido, mas era intenso e apaixonado como nada que eu já tinha experimentado antes.
Lucas me tocava como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo; cada carícia, uma mistura de reverência e desejo ardente. Depois, deitados no sofá da sala, a culpa começou a se infiltrar. "O que estamos fazendo?
" Lucas, perguntei, minha voz embargada. Ele me puxou para mais perto, beijando minha testa. "Não sei, vó.
Só sei que nunca senti nada assim antes. " Os dias que se seguiram foram uma montanha-russa de emoções. Tentávamos resistir, realmente tentávamos, mas era como se uma comporta tivesse sido aberta e agora era impossível conter a correnteza de desejo entre nós.
Encontrávamos momentos e lugares para nossos encontros clandestinos: no banheiro, enquanto o chuveiro abafava nossos gemidos; no meu escritório, tarde da noite; até mesmo no carro, estacionado em um lugar isolado. Cada vez que estávamos juntos, eu jurava que seria a última. Mas então Lucas, ao roçar sua mão na minha durante o jantar, toda a minha resolução se dissolvia.
A culpa me corroía. Como eu podia fazer isso? Ele era meu neto, filho do meu filho!
Cada ligação da família, cada foto nas paredes, era um lembrete doloroso do que estávamos fazendo. Uma noite, após mais um de nossos encontros apaixonados, Lucas quebrou o silêncio pós-coito com uma sugestão que me gelou até os ossos. "E se contássemos para a família?
" Ele disse, seus dedos traçando padrões em minha pele nua. "E se fugirmos juntos? " Sentei-me abruptamente, o choque evidente em meu rosto.
"Lucas, você enlouqueceu! Isso destruiria a nossa família! " Ele se sentou também, seus olhos intensos fixos nos meus.
"Mas como podemos continuar vivendo assim, escondidos? Nos sentindo. .
. Eu te amo, Helena. " O uso do meu nome em vez de 'vó' me atingiu como um raio.
Era a primeira vez que ele me chamava assim desde que tudo começou. "Eu também te amo, Lucas," admiti, sentindo lágrimas se formarem em meus olhos. "Mas isso não pode continuar.
É errado em tantos níveis. " "Quem decide o que é certo ou errado? " Ele argumentou, sua voz apaixonada.
"Somos dois adultos consentindo. Não estamos machucando ninguém, exceto toda a nossa família! Se eles descobrirem.
. . " Retruquei.
Ficamos em silêncio por um longo tempo, a realidade de nossa situação pesando sobre nós. "Como poderíamos continuar? Como poderíamos parar?
" Os dias que se seguiram foram tensos. Tentamos manter distância, mas era como se nossos corpos tivessem vontade própria. Um olhar, um toque acidental, e estávamos de volta nos braços um do outro, consumidos por uma paixão que parecia incontrolável.
Foi numa tarde de domingo que tudo mudou. Estávamos na cozinha, preparando o almoço juntos, quando a campainha tocou. Antes que pudéssemos reagir, ouvimos a voz do meu filho, pai de Lucas, vinda da sala.
"Pai, Lucas! Vocês estão aí? " O pânico nos atingiu como uma onda.
Nos afastamos rapidamente, tentando parecer o mais normal possível. Mas quando meu filho entrou na cozinha, tenho certeza que ele sentiu a tensão no ar. "Oi, pai," Lucas disse, sua voz um pouco mais aguda que o normal.
"Não esperávamos você hoje. " "Eu estava passando perto e pensei em fazer uma visita surpresa," ele respondeu, seus olhos se movendo entre nós dois. "Está tudo bem por aqui?
" "Claro, querido," respondi, forçando um sorriso. "Só estávamos preparando o almoço. Quer se juntar a nós?
" O almoço foi uma tortura. Cada olhar trocado entre Lucas e eu parecia gritar nosso segredo. Meu filho fazia perguntas casuais sobre nossa rotina, sobre os estudos de Lucas, e cada resposta parecia uma tira, mesmo quando era verdade.
Depois que ele foi embora, Lucas e eu nos encaramos, a realidade de nossa situação finalmente nos atingindo com toda a força. "Não podemos continuar assim," falei, minha voz trêmula. Lucas assentiu, lágrimas brilhando em seus olhos.
"Eu sei, mas como podemos parar? Como posso viver sem você agora? " Não tinha resposta para isso.
A verdade era que, por mais errado que fosse, eu não sabia como voltar atrás. A ideia de não ter Lucas em meus braços, de não sentir seus beijos, suas carícias, parecia insuportável. Naquela noite, fizemos amor uma última vez.
Foi lento, apaixonado; cada toque, uma despedida. Tentamos memorizar cada detalhe, cada sensação, sabendo que seria a última. Na manhã seguinte, Lucas anunciou que ia se mudar para um dormitório no campus.
A decisão doía, mas sabíamos que era necessária. Precisávamos de distância para superar isso, para tentar voltar à normalidade. Enquanto o ajudava a fazer as malas, cada objeto que guardávamos parecia carregar uma memória de nosso tempo juntos.
O silêncio entre nós era pesado, cheio de palavras não ditas e promessas que nunca poderíamos cumprir. Quando chegou a hora, nos abraçamos uma última vez. "Eu te amo," ele sussurrou em meu ouvido.
"Eu também te amo," respondi, minha voz embargada. "Mas às vezes, o amor não é suficiente. " Observei o carro de Lucas se afastar, levando-o, parte do meu ser.
Sabia que nada seria como antes; nossa relação, nossa família, tinha mudado irrevogavelmente. Nos meses que se seguiram, tentei retomar minha vida normal. Mergulhei no trabalho, passei mais tempo com amigos, até tentei alguns encontros, mas nada preenchia o vazio que Lucas havia deixado.
Nos eventos familiares, nossos olhares ainda se encontravam, carregados de tudo que tínhamos. Vivido de tudo que nunca poderíamos ter, era uma dor constante, um lembrete do preço que pagamos por nossa paixão proibida. Um ano após a partida de Lucas, recebi um convite para sua formatura; meu coração se apertou ao pensar em vê-lo novamente, em estar no mesmo espaço que ele, sabendo que não poderíamos estar juntos.
No dia da cerimônia, me sentei ao lado do meu filho e sua esposa, observando Lucas receber seu diploma. Ele estava lindo, maduro, seus olhos brilhando de orgulho e realização. Nossos olhares se cruzaram por um breve momento e senti meu coração dar um salto.
Após a cerimônia, durante a recepção, Lucas se aproximou de mim. "Oi, vó", ele disse, sua voz suave. "Oi, querido", respondi, tentando manter a compostura.
"Parabéns pela formatura. " Ficamos em um silêncio desconfortável por alguns segundos, o peso de nossa história pairando entre nós. "Podemos conversar em particular?
", Lucas perguntou. Finalmente, assenti e nos afastamos discretamente da multidão. Encontramos um canto tranquilo no jardim do campus.
"Como você está? ", ele perguntou, seus olhos verdes me estudando intensamente. "Estou bem", menti.
"E você? " Lucas suspirou. "Honestamente, tem sido difícil.
Não passa um dia sem que eu pense em você, em nós. " Senti minha respiração falhar. "Lucas, eu sei.
" "Eu sei", ele interrompeu. "Não podemos voltar atrás, mas queria que você soubesse que o que vivemos foi real para mim, o mais real que já senti. " Lágrimas se formaram em meus olhos.
"Para mim também", admiti, "mas temos que seguir em frente. " Lucas assentiu, um sorriso triste em seus lábios. "Eu consegui um emprego em outra cidade", ele disse.
"Acho que a distância vai ajudar. " Meu coração se apertou com a notícia, mas sabia que era o melhor. "Estou orgulhosa de você, Lucas.
Você vai fazer coisas incríveis. " Nos abraçamos e, por um momento, todo o amor e desejo que sentíamos um pelo outro ameaçou ressurgir, mas nos afastamos antes que pudesse acontecer algo. "Adeus, Helena", ele disse, usando meu nome mais uma vez.
"Adeus, Lucas", respondi, sentindo como se uma parte de mim estivesse partindo com ele. Os anos foram passando; Lucas construiu sua carreira na nova cidade, eventualmente se casando e tendo seus próprios filhos. Eu continuei minha vida, focando no trabalho e na família.
Nos víamos ocasionalmente em reuniões familiares, sempre mantendo uma distância respeitosa, mas o olhar que trocávamos sempre carregava a memória do que tínhamos vivido. Hoje, aos 60 anos, olho para trás e penso naquele verão intenso e proibido. A culpa ainda está lá, assim como o arrependimento pelas mentiras e pelo risco que corremos.
Mas também há uma parte de mim que se recusa a se arrepender. O que vivi com Lucas me ensinou sobre a intensidade do desejo, sobre a complexidade do amor e sobre os limites que a sociedade impõe em nossas emoções. Foi errado, foi perigoso, mas foi também a experiência mais profunda e transformadora da minha vida.
Às vezes, quando estou sozinha, permito-me reviver aqueles momentos em minha mente: o toque de suas mãos, o calor de seus beijos, a conexão que sentíamos. É uma memória agridoce, um segredo que carregarei para sempre. Lucas e eu nunca mais falamos sobre o que aconteceu; é um capítulo fechado em nossas vidas, um segredo compartilhado que nos une e nos separa ao mesmo tempo.
Mas, às vezes, quando nossos olhares se encontram em uma reunião familiar, vejo neles o reflexo daquela paixão que uma vez nos consumiu. Sei que o que fizemos foi errado aos olhos da sociedade e da moral. Sei que corremos o risco de destruir nossa família, mas também sei que, por um breve momento, experimentei um amor e uma paixão que muitos passam a vida inteira sem conhecer.
E, talvez, no final, essa seja a maior lição que aprendi: que o amor, em todas as suas formas, é uma força poderosa e imprevisível que, às vezes, nos leva a lugares que nunca imaginamos e nos faz questionar tudo o que achávamos saber sobre nós mesmos. Enquanto observo minha família crescer, vejo Lucas com seus filhos, sendo o pai amoroso que sempre soube que ele seria. Vejo a vida que construímos separadamente, as escolhas que fizemos, e, embora haja uma pontada de e se em meu coração, sei que fizemos a escolha certa.
No final, nossa história permanecerá para sempre como um segredo: um verão de paixão proibida guardado nas profundezas de nossos corações, um lembrete de que a vida é complexa, que o amor nem sempre segue as regras e que, às vezes, o maior ato de amor é deixar ir. E assim, com o peso desse segredo e a riqueza dessa experiência, continuo minha jornada, uma mulher marcada por uma paixão proibida, mas determinada a viver cada dia plenamente, carregando comigo as lições de amor, desejo e sacrifício que aprendi naquele verão inesquecível com meu neto.