O Que é o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) - Kemi Brito [Ep. 082]

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Eslen Podcast
Se você tem interesse em obter conhecimento acadêmico útil para seu dia a dia em diversas áreas, con...
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salve salve pessoal sejam todos muito bem-vindos a mais um episódio aqui do wesling podcast ó o Mateus falou que tá funcionando e não sabia que funcionava também então já vou pedir o seu like deixe o like aqui no nosso Episódio para que o YouTube entenda que esse conteúdo relevante encaminhe para mais pessoas e também se inscreva no canal E compartilhe o nosso podcast já estamos aí batendo próximo ao episódio número 100 e é uma grande honra e um prazer conseguir e trazer essas informações de qualidade para vocês hoje nós temos um tema de episódio que
muita gente pediu já há bastante tempo que é transtorno obsessivo compulsivo e como minha convidada de hoje eu tenho a honra de receber a Kemi Brito que é psicóloga de formação e também é supervisora operacional na clínica bhealth para quem não sabe eu sou sócio de uma clínica interdisciplinar em saúde a gente já tem quase 100 psicoterapeutas e 2000 e poucos pacientes ativos e a Kemi é a nossa supervisora operacional e e é um prazer enorme recebê-la aqui obrigado pela presença veio de longe obrigado pela presença Kemi Eu que agradeço tá nervosa um pouquinho nervosa
por est na frente do wlen da lanari mas acho que as coisas vão fluir não fica tranquila é só um bate-papo que tem umas 100.000 pessoas assistindo mas é super de boa depois do minuto 50 fica mais fácil Fica tranquilo brincadeira e transtorno obsessivo compulsivo O que é o transtorno obsessivo compulsivo pra galera que tá assistindo porque muita gente fala assim eh ah eu tenho toque porque eu tenho que conferir não sei qual tal coisa o que que é o que não é o que a galera acha que é e o que que de fato
é o toque uhum eh de fato isso é um mito muito comum né eslen as pessoas costumam achar que o toque é um diagnóstico que é fácil de ser identificado e que a pessoa comum pode chegar e dizer ó Fulano tem toque perfeito mas a a gente já começa com o primeiro mito sobre o toque aí nessa esfera o toque ele é um transtorno psiquiátrico que até pouco tempo ele não tinha um bloco próprio ali um capítulo próprio no dsm ele tava incluso dentro dos transtornos ansiosos mas se percebeu que apesar da ansiedade ser um
fator predominante dentro do transtorno obsessivo compulsivo existiam outras especificidades que caracterizavam mais o transtorno obsessivo compulsivo como por exemplo as obsessões e as compulsões perfeito as obsessões e as compulsões elas estão presentes em outros transtornos mas quando se trata do toque existe uma relação entre elas né então Eh as obsessões tem uma relação Direta com essa compulsão o o indivíduo ele eh tem um comportamento ali na intenção de Minimizar um sofrimento ansiedade com coisas que às vezes beiram até um absurdo assim ol diz mas não tem uma relação direta entre esse pensamento e esse comportamento
que tá sendo executado em alguns casos existe uma relação só que até nesses casos como por exemplo em casos de lavagem né o indivíduo tem medo de ah peguei nessa mesa vou pegar Germes que é um que é um é um comum né comum e aí eles vão e lavam a mão aí a pessoa diz ah mas tem uma relação então entre Essa obsessão e essa compulsão mas quando se tá trata do toque isso é exagerado é pesado não é simplesmente vou ali lavar as mãos É vou passar qu 5 horas lavando as mãos até
chegar ao ponto de ferir sangrar mesmo e de causar algum problema mais mais grave digamos assim né E aí já tomando como essa questão do dos mitos um outro mito muito frequente é que o toque é um transtorno raro hoje a gente já sabe que não é bem assim né que o toque ele atinge entre 2 A 3% da população geral e aqui no Brasil existem dados que que comprovam que em média 3 A 4 milhões de pessoas e podem estar podem ser acometidos aí pelo aí no caso quando você diz assim essa porcentagem Isso
quer dizer realmente o transtorno de Fato né não é pessoas que acham que Ou seja é uma pessoa que tem o transtorno e que prejudica a qualidade de vida o trabalho Total isso isso porque traços você perguntou qual seria a diferença entre o transtorno e o traço o traço normalmente é quando a pessoa ela preenche alguns critérios mas não há uma gravidade não é em termos de tempo de intensidade né então por exemplo eu sei que você é muito organizado né então uma pessoa que é ali muito organizada ela é meio metódica mas caso as
coisas não estejam 100% ali simétricas Como aquela pessoa espera aquilo pode gerar um desconforto mas não um sofrimento tão intenso no toque a gente vê um sofrimento exagerado mesmo algo potencializado ali sabe E aí quando eu falei contigo no WhatsApp eu até falei assim Esley eu posso lhe explicar porque eu escolhi falar sobre o toque né então por que eu escolhi falar sobre o toque Há alguns anos eu participei de uma supervisão com um grupo de pessoas e como eu no meu primeiro ano atuando na área Clínica eu atuo ali desde 2015 na área Clínica
no meu primeiro ano atuando na área Clínica eu atendi um caso de toque só que na época eu estava em uma outra abordagem que não tinha uma base científica eu não me sentia segura eu pensava até em desistir da Psicologia nessa época qu perdão qual ano que foi em 2015 mais ou menos né então não não estava muito segura ali e eu recebi um caso de um paciente que ele tinha uma necessidade muito grande de ter certeza sobre as coisas então ele tava na na escola ele estudava num Escola Militar que era muito rígida metódica
e o tempo inteiro ele se questionava Será que eu falei alguma coisa errado ele repetia isso com muita frequência e quando ele chegou para mim no consultório como não existe uma base eu vim ali do interior do interior da Bahia pra gente conseguir fazer alguma especialização era um sacrifício a gente tinha que juntar um time para conseguir trazer né então eu não entendia muito bem o que era aquilo fiquei muito confusa não fazia ideia do que tempos depois que eu vim parar e pensar queele paciente tinha toque então naquela época eu não ajudei muito B
esse paciente quando eu tava nessa supervisão há alguns anos atrás eu já entendia um pouco mais sobre o toquio que eu busquei estudar sobre isso e dentro do grupo com mais ou menos 10 profissionais quando a colega falou sobre o caso para mim era muito claro que era um caso de toque clássico ali clássico daquele que a gente bate o olho e diz Zé toque não tem como não ser E ninguém no grupo falou sobre isso da possibilidade de ser toque falaram sobre algumas mas porque eram profissionais de outras abordagens só que não tinham prática
com relação ao paciente com toque né E aí quando eu sinalizei pra colega essa possibilidade Olha eu acredito que seja um caso de toque né você já ouviu falar na epr essa colega falou que nunca tinha escutado falar na epx que é o tratamento padrão ouro para toque e aí desse dia em diante eu fiquei muito incomodada com relação a isso eu comecei a observar que poucas pessoas na internet Falavam sobre isso né a gente vê muita gente falando sobre ansiedade sobre TDH principalmente sobre depressão mas poucas são as páginas na internet que falam sobre
o to É verdade verdade eu cheguei Inclusive a gente tá no episódio 70 e poucos e é um podcast mais tem meio que de tudo mas realmente de saúde mental por conta de ser da área e a gente nunca conversou sobre toque exato e eu mandei mensagem pro Jean um tempo depois falando assim jan eu queria um curso sobre de só sobre o toque algum curso de formação Você tem como me indicar ele falou que você falando isso eu realmente não me recordo de ninguém que faça um curso só sobre o toque aí eu falei
para ele eu vou procurar alguns e te mando para você me dizer se tem algum que seja de confiança e aí todos os cursos que eu encontrei eram com base em psod cência Olha só todos né um único da Cristiane bortoncello que foi e orientanda do aham era um curso mais sério que o Jean falou assim esse aqui é de confiança Vai nele né porque eu queria saber como é que tava sendo passada essas coisas do toque O legal é que ali dentro do curso a gente tem bastante supervisão que é uma coisa que as
pessoas não procuram e é o que melhora mesmo a prática então onde como isso justifica eu ter escolhido essa temática para o podcast e o toque ele não é mais um transtorno considerado raro como eu te falei ele é um transtorno que ele acomete princi ele é precoce né ele acomete Principalmente as crianças e os adolescentes e quanto mais cedo eh essa sintomatologia aparece mais grave é o toque né então existe a possibilidade ali de maiores comorbidades de até uma comorbidade relacionado ao transtorno de TIC por exemplo então ele é muito é muito mais grave
é um transtorno que não é raro ele é muito mais grave ele acomete cada vez mais pessoas jovens e ele é um transtorno crônico ele não tende a remitir sem o tratamento e e hoje Segundo a OMS ele é considerado uma das 10 doenças mais incapacitantes do mundo sendo comparada Inclusive a esquizofrenia Olha só então na minha cabeça era assim tá uma coisa tão grave assim que acomete as pessoas jovem e pode seguir até o resto da vida dessa pessoa e a gente não tá falando sobre isso né eu falei não ah aproveitar a oportunidade
é um excelente tema um excelente tema e muita gente realmente me pede e muita gente me pergunta mas assim a gente tem que escolher as talhas que a gente enfrenta então eu já falo sobre muita coisa TDH rotina então a gente acaba não falando muito outra coisa que me pede muito é autismo eu trouxe o lucelmo para falar aqui mas então diz para nós assim Kemi e o que que caracteriza exatamente o transtorno obsessivo compulsivo tá é o sujeito ter uma prejuízo por conta de de de rituais assim sim é o as principais características ali
quando a gente vai diagnosticar um paciente com toque é a presença de obsessões ou e compulsões né pode ser um ou outro e Eles tomam um tempo considerável da vida do sujeito diariamente ali em média uma hora por dia e traz prejuízos para diversas áreas não dá para Ah só tenho toque no meu convívio social em caso eu não tenho toque não ele traz eh prejuízos em diversas áreas da vida do sujeito é importante também que o psicólogo se atente se essas características elas não existem por conta de alguma medicação de alguma substância e vem
aí o diagnóstico diferencial também para ver se não é um transtorno de ansiedade na verdade que tá sendo confundido E aí vem para essa questão da característica específica que você me pergunta tá como é que a gente vai diferenciar Então a gente tem as obsessões e tem as compulsões as obsessões são pensamentos repetitivos involuntários cansativos que tomam ali a mente dos sujeito é um pensamento intrusivo e cola feita um chiclete né os pacientes falam muito isso eu não consigo tirar isso da minha cabeça eu tenho uma paciente que ela quando tá conversando comigo ela começa
a fazer assim com a cabeça eu já sei tem algum pensamento ali que tá causando muito incômodo para ela né E você vê que existe uma Qual que é a maior porcentagem é só obsessão ou sempre vem junto não alguns pacientes apresentam mais só as obsessões alguns pacientes as compulsões e alguns apresentam os dois e o mais curioso do toque é que o toque tem muitas dimensões né eslin E aí é como se a gente estivesse lidando com diversas doenças dentro de uma só porque essas dimensões elas vão migrando Às vezes o paciente ele tá
só ali na fase da verificação às vezes ele tá na fase da Lavagem às vezes ele tá na fase da simetria então ele é um transtorno complexo justamente porque o paciente vai migrando não tem uma coisa fixa digamos assim o cara não fica só com o toque de sujeira ele vai ele ela normalmente há uma migração para outros tipos de dimensões E aí é uma coisa que a ciência traz Será que o toque é uma doença só é um conjunto de doenças dentro de uma né E aí em termos de obsessões mais comuns que a
gente tem são as dúvidas eternas né os franceses antigamente chamavam o toque da doença da dúvida porque eles querem ter certeza eles têm uma necessidade de ter certeza sobre tudo assim ter certeza é simv né só que para nós que não temos toque é tranquilo tá bom não sei se vai dar certo aqui o podcast com deixa deixa eu te falar um negócio ô Kemi eu tenho uma pira eu eu não tenho toque Talvez eu tenha traços Aham Porque assim eu tenho uma pira assim muito se você perguntar pra minha noiva ela vai explicar com
mais propriedade eu tenho uma uma questão com agenda entendeu vou te dar um exemplo um exemplo que aconteceu ontem ontem hoje de manhã eu ia eu tenho eu tenho que correr 12 cm Amanhã eu vou dar uma palestra em Balneário Camburiu e normalmente eu faria o meu longão amanhã de corrida só que eu vou fazer hoje depois do podcast só que eu ia fazer de manhã aí ontem eu deitei dormi 9:30 da noite mais ou menos aí eu fiquei assim falei cara Amanhã de manhã eu tenho que acordar 5 para fazer o longão porque depois
eu tenho reunião não sei o quê aí eu decidi não fazer o longão de manhã eu levantei da cama fui no meu escritório abri o computador e mudei na agenda eu não precisava ter feito isso cara aham e e é assim com tudo se eu tô num lugar e eu mudo alguma Claro que não tô pedindo um diagnóstico aqui né eu tô te dando um rolê de certeza eu preciso mudar a tarefa na agenda senão eu não consigo prestar atenção no negócio mas você tem noção que eu não consigo prestar atenção Tipo se eu tô
aqui com você eu falo assim não vou correr mais hoje depois do podcast vou amanhã que é melhor eu e você tá falando eu tiro aqui ó eu mudo na agenda e eu boto aqui porque eu me sinto seguro parece que me dá uma segurança aí a gente precisa avaliar até que ponto isso não é uma ansiedade ou uma cobrança excessiva sim mas é é é isso no volume máximo no volume máximo É extremamente exagerada É um sofrimento muito grande exemplo um exemplo de obsessão o a gente tem como as obsessões mais comuns pensamentos blasfemos
né relacionado à religião a questões sexuais eu tinha um paciente que ele às vezes Tinha alguns pensamentos da possibilidade dele eles ele quando tava excitado ele pensava em homens tá só que kem o que que caracteriza porque pode chegar um paciente falando isso e de fato Sei lá o paciente não se aceita ou algo do tipo O que diferencia o paciente que tem toque de um paciente que talvez não aceite por exemplo aqui aquele pensamento é a relação prazer sofrimento paciente que ele tem toque ele sofre com aquilo sabe então é o paciente que fica
muito mal não tem assim ah Em alguns momentos ele sente um tesão naquilo ali que ele tá falando não ele sofre muito com aquilo então essas obsessões mais comuns seriam relacionadas já conteúdos sexuais essa dúvida interminável que eu tava te falando né o se falou dessa situação agora um paciente cont toou que iria me perguntar iria continuar insistindo nisso entendi que não pera aí mas deixa eu entender isso aqui melhor ele prec ele precisa ter certeza absoluta daquilo sabe ele tá aqui conversando com você ele te diz assim eslen eu te falei alguma coisa estranha
entendi se eu te perguntar isso agora você vai me dizer não queem você não falou nada estranho a gente vai seguir com podcast o paciente com toque ele vai me perguntar várias vezes pera aí não mas deixa eu ter certeza entendi e ele sai daqui e ferrou fica com ele fica o dia todo ruminando com relação tal por isso que era muito confundido com ansiedade realmente né ansiedade Imagina que deve existir uma sobreposição grande né o cara com toque tem transes de ansiedade também deve ter uma tem a comorbidade sim é uma comorbidade uma das
comorbidades mais comuns Então a gente tem a obsessão né que seria esse pensamento chiclete ali que cola na mente do paciente e aí em resposta a Essa obsessão na maioria dos casos a gente tem uma compulsão essa compulsão diferente da obsessão ela é voluntária um processo de escolha né o paciente escolhe agir de determinada maneira visando reduzir Aquela ansiedade aquele sofrimento aquele desconforto tipo pegar o celular e Anotar na agenda seria o Eu sinto que você quer que eu te dê um [Risadas] diagnóstico basicamente isso só que de uma maneira exagerada né então a gente
tem aí como compulsões comuns essa questão da Lavagem inclusive quando a gente fala de toque a primeira coisa que vem na cabeça das pessoas é essa questão da Lavagem né em filme né na cultura pop sim sim traz muito essa questão da Lavagem Só que até essa lavagem como eu te falei é excessiva né uma lavagem que o paciente chega a se ferir mesmo a ter problemas de pele chega a sangrar porque ele não passa Ah o paciente demora demais no banho 30 minutos não ele demora 4 5 horas tomando banho uma vez eu atendi
um paciente com toque que ele ele tinha que Era exatamente isso Tipo antes do banho ele passava álcool em gel no banheiro inteiro Era um negócio complicadíssimo assim ele ele um turno da manhã da semana todas as manhãs era para tomar banho era bem bem bem bem complexo Uhum é isso é é um nível muito complexo um nível que assusta mesmo nééé mas mas assim desculpa gente interrompendo pra gente construindo junto Fica tranquilo o cara quando lava ou vai lá conferir se desligou o fogão de forma né e ou fica perguntando se tá se deu
alguma coisa errado ele fica meio que tipo a obsessão aumenta ansiedade ele faz um comportamento o comportamento reduz a ansiedade funciona funciona dá uma sensação de e o problema é esse o problema dele manter esse ritual é que ele vai reforçando essa ideia no cérebro né pô me causou alívio porque que eu não vou fazer e aí a gente entrando já fazendo o link com com o próximo fator que eu ia falar relacionado ao toque são as compulsões mentais as compulsões mentais a gente fala pouco dela nas redes sociais Mas elas são as piores ao
meu ver assim por quê Porque são compulsões que não são visuais se o terapeuta ele não fizer uma anamnese bem assertiva ele não fizer as perguntas corretas ele não vai identificar e normalmente a própria família o paciente tem uma dificuldade em identificar que existe um problema ali porque o que que são essas compulsões mentais rezar por exemplo rezar de maneira excessiva ou pegar um pensamento negativo e transformar em um pensamento positivo que que tem de ma em rezar Uhum uhum ah não tô com sensação estranha eu vou rezar o dia inteiro Tá o que que
tem de de tão grave assim então esse paciente ele reza ele sente a sensação de alívio e ele não consegue perceber que existe algo disfuncional problemático ali naquela relação então a compulsão mental ela costuma ser a que dá mais trabalho pra gente identificar dentro do do setting terapêutico e ela é uma das principais responsáveis pela demora dos pacientes para buscar ajuda terapêutica existe existe um estudo científico que ele mostra que do aparecimento dos sintomas até esse paciente receber o diagnóstico de toque leva em média 11 anos caramba cara o bipolar uma vez eu li um
que mostrava que era 15 Olha só muito tempo tempo ní quando se trata de um de um transtorno que ele não remite com um tempo sem o tratamento adequado então o paciente vai vai viver aquele sofrimento ali por muito tempo e no toque tem um componente acho que talvez um pouquinho diferente dos outros porque o paciente ele aprende né isso daí tudo vai no cérebro vai virando memória vai fixando ele começa a aprender a fazer os rituais Imagino que quanto mais distante do aparecimento mais difícil é o tratamento porque El já mais difícil é o
tratamento já virou meio que uma rotina né sim tanto que quando a gente eh um paciente que recebe alta por exemplo às vezes eles perguntam essa questão da quando a gente tá trabalhando a prevenção a recaída tá e se eu remitir e aí a gente precisa explicar a diferença entre remissão e lpso né que remissão Realmente eu recaí preciso retomar o tratamento e lápis é aquela escorregadinha que eu dou repito um padrão Mas não é nada grave retomo eh o padrão que o padrão estabelecido pós terapia eh esse lapso ele é muito comum dentro do
paciente com toque porque como é um comportamento que já virou hábito às vezes eles se pegam fazendo sem nem perceber exato examente repetindo ali o ritual imag experientes mentais seja mais difícil ainda né Uhum exatamente os mentais são os piores né voltar toda hora Imagina aí não venho de uma família religiosa que fala que rezar é maravilhoso Passei o dia todo rezando qual é o problema que eu tenho não tenho problema nenhum né E aí além das compulsões mentais a gente tem um outro Um Outro fator que é o responsável o principal responsável pela incapacitação
no toque que são as evitações né então esse paciente ele passa a evitar lugares objetos e pessoas pelo receio mesmo de que aquela obsessão se confirme né Sei lá eu vou num eu vou na naquele naquele mercado alguém da minha família vai morrer né porque o paciente ele tem um pensamento mágico ele acredita que o pensamento dele realmente tem poder e que ele pode vir ali a matar a mãe porque foi naquele mercado então não posso mais ir no mercado porque se eu for no mercado alguém da minha família vai morrer aí esse paciente ele
passa a evitar estar em determinados locais ou estar com determinadas As pessoas só que o grande problema da evitação nem é só essa esse distanciamento dos ambientes o grande problema da evitação é que esse paciente ele passa a evitar as coisas por já por sofrer antecipado com o tempo que ele vai gastar para executar o ritual Então pensa tem um paciente que ele sabe que se ele sair de casa quando ele voltar ele vai ter que ficar 5 horas tomando banho Ah entendi já se cria todo uma claro claro vou sair imagina o quanto isso
não impacta em experiência de trabalho e por exemplo Imagina você veio da Bahia para cá se você tivesse toque com limpeza ia ter que pensar pô vou ter que passar num hotel vou entrar no avião vou pro aeroporto você nem vem começa a te impactar né isso vou perder tanto tempo fazendo esse ritual que é melhor não ir você falou isso eu lembrei de uma paciente que ela não fazia xixi fora de casa né ela dizia que se ela fizesse xixi fora de casa ela ia engravidar ela achava que se sentasse ali numa privada ela
ia engravidar Então você tenta explicar porque as pessoas às vezes pensam assim não vamos explicar para essa pessoa que ela não engravida você explica tudo não adianta né dentro da cabeça dele existe uma lógica que ele tem certeza que aquilo ali pode acontecer então essa paciente ela começou a não ela não fazia xixi nos banheiros públicos depois ela já não fazia xixi nem no na casa da família por exemplo então ela agora só fazia xixi em casa ela passou a a não beber mais água quando ela precisava sair porque assim ela não ia precisava assistir
na rua só que ainda assim tinha vezes que ela sentia vontade de fazer aí o que que ela fez ela parou de trabalhar porque quando ela ia pro trabalho ela tinha que voltar correndo para casa inicialmente o pessoal do trabalho entendeu um pouco o problema dela e deixou ela trabalhar Home Office depois já não dava mais ela tinha que voltar e aí quando ela chega até mim ela já não tá mais saindo de casa porque não tinha como como é que eu vou sair você ti vontade de fazer x não vou fazer né Então veja
que a evitação ela acaba sendo a maior causa de incapacitação porque o paciente deixa de se relacionar com outras pessoas deixa de trabalhar deixa de estar em vários ambientes por receio do que vai acontecer né mas aí de novo Eh paraa evitação pro contexto isso aqui é um acho que é um aprendizado barra dica que fica para todo mundo que tá em casa aí pessoal geralmente em qualquer transtorno psiquiátrico quando a pessoa busca uma ajuda profissional é quando ela tá no pico de incapacidade ou de né de problema que aquilo ali tá gerando raramente alguém
busca quando tá começando ou se sente meio mal e vá buscar ajuda geralmente a pessoa espera não ter mais outra saída e busca ajuda para nós profissionais da da Psicologia por exemplo somos treinados a a resolver o tentar resolver o problema e lidar com o problema manejar o problema mesmo num num momento de crise só que a gente acho que parte da Educação do podcast aqui parte da nossa da nossa missão com a psicologia brasileira e com a sociedade nesses conteúdos gratuitos é orientar o pessoal de casa a tentar buscar antes porque é um favor
que você tá se fazendo Uhum Então eu imagino que nesse caso quando chega no contexto de evitação que começa a dar esses problemas de não poder sair ou evitar ir aqui passar no mercado e tal é quando o paciente chega para você Sim correto exatamente só que aí ele já passou por todo o histórico de de contingência de reforço de aprendizagem né então Digamos que é um quebra-cabeça mais complexo de desembaralhar do que se fosse lá no comecinho então fica a dica né pro pro pessoal de casa né ah Normalmente quando o paciente ele busca
já nas fases iniciais é uma criança ou um adolescente né No meu caso eu não atendo criança mas atendo adolescente Então os pais observam que tem algo ali que talvez está bem disfuncional e bu essa ajuda eh mais cedo digamos assim mas quando se trata do adulto muitas vezes eles deixam chegar a níveis realmente já preocupantes digamos assim deixa eu só te presentear aqui que me que a arm te mandou um presente eu esqueço de fazer no começo do podcast depois eu te dou ele ali tá são duas blusas de treino e pro pessoal que
tá em casa e quiser comprar roupas esportivas com desconto E que ao mesmo tempo são excelentes roupas tecnologia que permite você ir no momento mais profissional como eu tô aqui vestindo uma roupa da Army e depois você sair PR eventualmente já do trabalho e tá na correria para treinar você pode entrar lá no site da Army e adquirir uma peça com desconto tá Se você usar o cupom eslen basta usar o cupom eslen lá no site da arm que você consegue desconto E então a pessoa busca realmente o o tratamento geralmente quando tá com o
ápice do problema né sim isso e e isso eles normalmente tendem a buscar na fase adulta quando o problema já tá bem agravado quando ele já tá tendo prejuízos significativos em diversas áreas da vida digamos assim o adolescente Eu imagino que seja porque os pais mandaram os pais os pais os pais normalmente percebem que há um nível de Sofrimento muito grande ali e tendem a buscar o atendimento porque Ah não é é um eu acho que ele é ansioso normalmente o os pais vem com essa demanda Olha eu acho que ele é um paciente ansioso
E aí depois que a gente vai percebendo um padrão de ritual ali e fica Claro que não É só ansiedade que na verdade é um toque ali que a ansiedade vem como resposta né a a essas obsessões digamos assim e quando que o que saiu do guarda-chuva da ansiedade a gente depois tem que entrar em tratamento que acho que acho que é interessante Ah mas quando que surgiu quando que ele saiu do guarda-chuva da ansiedade foi no foi no foi no último D no o o dsm C saiu hein o dsm5 foi quando ele saiu
do guarda-chuva da ansiedade do 4 por5 ele começou a ser um transtorno independente a ter um bloco próprio tá E aí depois disso você sabe se tem algum tipo de métrica de aumento ou diminuição no mundo ou tá estabilizado eslen eu não não sei essa informação mas eu sei eu sei que que hoje como eu te falei né era um antigamente se falava muito desse toque serrado e agora os estudos científicos já trazem essa informação de que não é mais considerado tão raro assim que é um problema preocupante digamos assim e como é que trata
a galera que tá com qual que são os tratamentos em termos de psicoterapia indicados tá antes de eu entrar posso falar só de mais duas características que são importantes no toque tá uma outra característica importante é são as neutralizações né então o paciente ele desenvolve um padrão de emparelhamento pensei em Deus ou pensei no demônio preciso pensar em Deus andei pra frente Preciso andar para trás então eles começam a emparelhar comportamentos na intenção de Minimizar esse sofrimento e um outro padrão que é bem importante assim são os fenômenos sensoriais você me perguntou o qu me
pode ter só obsessão ou só compulsão os fenômenos sensoriais são um exemplo de só compulsão por exemplo o paciente ele fala que ele sente um desconforto muito grande que ele não sabe de onde vem não tem nenhum pensamento associado à aquilo e ele começa a a desenvolver um padrão de comportamento na intenção de Minimizar aquele desconforto e ele precisa executar aquele comportamento até esse desconforto passar então eu tinha um paciente que ele dizia que sentia essa sensação de vazio ele não sabia explicar muito bem e ele tinha um botão mágico ele ficava apertando esse botão
mágico na dentro do bolso dele né um botão Imaginário e ele tinha que ficar apertando esse botão até essa sensação passar então normalmente é uma coisa bem exagerada também né E aí só pra gente fechar essa parte das características características que são bem relevantes ali também seria que esse paciente ele se torna hipervigilante então ele tá atento o tempo inteiro aos estímulos para perceber se ele fez alguma coisa errada o paciente tá dirigindo ele pensa acho que eu atropelei alguém e ele precisa est atento para ter certeza se ele atropelou ou Não atropelou alguém né
E além disso há uma lentificação muito grande do paciente com toque que é uma coisa que interfere muito nas relações sociais porque esse paciente como o ritual precisa ser algo muito detalhado ele leva esse padrão para outras coisas na vida dele então é um paciente muito lentificado na execução dos comportamentos sabe então então é as características além de obviamente da obsessão e da compulsão você tem a evitação neutralização lentificação a lentificação a o o emparelhamento seriam as neutralizações e os fenômenos sensoriais e os fenômenos sensoriais perfeito eu não sabia dessa dos fenômenos sensoriais uh eh
não se fala muito disso hoje já existe inclusive uma escala pra gente avaliar se o paciente apresenta fenômenos sensoriais porque eles são mais comuns ali no período da da adolescência por exemplo sabe mas é uma característica que é muito importante e é por exemplo uma característica que se a gente não investigar muito bem também não vai vir perfeito porque não tem uma obsessão ali que tá precedendo o e às vezes nem o paciente não sabe direito não quando a gente fala de simetria por exemplo aqui não que é tudo lisinho mas simetria se você atende
num consultório que não é simétrico o paciente bate o olho ali ele sente uma sensação de desconforto e ele precisa executar algum padrão de comportamento às vezes piscar revirar a cabeça enfim ele precisa executar alguma ação para poder Minimizar porque ele não vai ter como ir lá e resolver o problema de simetria né modificar por exemplo a estante que tá atrás de você um exemplo né então é um padrão de comportamento que tende a Gerar muito sofrimento Porque qualquer coisa ao redor pode disparar isso não existe algo Ah não é aquele pensamento é aquela situação
pode ser você já atendeu algum desses você atende muita demanda de toque imagino né você já atendeu algum assim que o toque eu sei que é muito delicado falar isso e e e até em algum nível um pouco polêmico Mas você já atendeu algum paciente de toque que entre muit muitas aspas o toque ajudou ele tipo na profissão ou em algum lugar e ele teve resistência de tratar porque nenhuma área da vida era era útil não eu já atendi muitos casos de toque religioso onde o paciente me falava ele tinha um Insight ali muito baixo
sobre como aquilo poderia prejudicar a vida dele porque mas eu só tenho uma relação m boa com Deus isso me faz bem ali dentro da minha comunidade religiosa digamos ass realmente o religioso é comum Olha só ele é muito comum dá um pouco mais de contexto para nós desse religioso porque acho que é curioso pro pessoal assim tipo você não tá dizendo aqui que pelo amor de Deus né que Deus é ruim não mas dependendo do nível melhor vou refazer minha pergunta você acha que esse toque religioso ele existe porque com mais frequência porque nós
vivemos numa sociedade muito religiosa E aí meio que é o objeto que que tá ali pro cérebro direcionar o toque quando a gente fala de causas o fator ambiental ele é crucial No que diz respeito ao toque né então levantando uma hipótese muito assim do do que eu observo eu penso que como a gente vive numa sociedade que essa questão da religião tá bem raizada né Isso deve tá assim esse número que a gente vê com relação ao tanto o toque religioso como agressivo como blás femo de conteúdo sexual né quando a gente vai analisar
o contexto da família num anamnese e fazer um detalhamento normalmente essa pessoa vem de uma família que tinha uma certa rigidez com relação a isso né tinha uma visão muito preconceituosa com relação a a parte sexual por exemplo era uma família que vivia dentro da igreja eu já tive assim a maioria dos meus casos foram de toque religioso sabe e existe aí um grande problema no tratamento porque eles aprenderam a vida toda que aquilo ali era o certo né Teve um caso que uma vez eu levei até numa supervisão da BH era uma Eu Já
atendi criança hoje em dia eu não atendo mais porque meio complexa essa questão com os pais então eu preferi como eu migrei completamente pro online e não atendi mais criança mas essa mãe ela era muito participativa no tratamento Só que até a forma de ser participativa às vezes pode afetar o o paciente sem que os pais percebam como assim a paciente ela tinha alguns pensamentos e ela me dizia kem eu vou ser castigada por Deus por por conta disso que eu penso e a gente trabalhava exposição mental em cima daquilo ela ficava mais aliviada e
a mãe me dava um suporte em casa dizend ó filha eu não rezo sempre eu não faço T coisa Sempre E aí uma vez a mãe dela disse assim para ela filha Deus ele é muito bom ele vai te perdoar por isso que você tá pensando então pra mãe ela tava ajudando filha não ele vai te perdoar Fica tranquila mas pra menina como é que chegou Então realmente isso que eu tô pensando é horrível exato Exatamente é horrível se Deus tem que me perdoar é eu entendi a ajuda da mãe mas acho que foi pouco
atravessado então às vezes quando vem de um contexto familiar muito rígido com relação a isso quando a gente pega um paciente com toque religioso que a gente vai detalhar ali o o histórico familiar sempre vai surgir ali o fator religioso presente na fund e geralmente é isso O Ritual é ficar rezando bastante é rear é repetir frases ao contrário por exemplo né então eu amo a Deus eu amo o demônio não eu amo a Deus e aí eu preciso ficar repetindo essa frase do Eu amo a Deus eu amo a Deus até me convencer eu
tinha uma paciente que ela tinha em casa um livro que na capa tinha um demônio né E aí ela não conseguia olhar para esse livro que ela dizia assim se eu olhar para esse livro eu vou est pecando e aí um dia ela me mandou uma foto um vídeo dela gargalhando do lado do do livro né ela disse agora eu já sei que ele não não me afeta né mas é todo um processo Até que esse paciente entenda isso né que que tá tudo bem ele se expor aquilo ali que não existe nada de errado
existem estudos científicos que mostram que 79 % das pessoas TM pensamentos muito similares ao dos aos do toque a gente tem esses pensamentos intrusivos bem similares só que o que é que difere essa a pessoa que tem toque da que não tem toque eu e você a gente passa esse pensamento pela cabeça a gente olha aham vida que segue né o paciente com toque não ele vai olhar para esse pensamento e ele vai ruminar ele vai se achar uma pessoa terrível e vai ter que executar ali algum comportamento para se sentir mais aliviado com relação
a aquo e qual que é o tratamento que a gente tem com essas para essa galera hoje o tratamento padrão ouro é o a a epr né no caso atcc só que uma atcc diferente da padrão né uma atcc somada e a epr quando a gente fala sobre a história do tratamento lá atrás a gente começou com a psicanálise sendo o tratamento ideal né e a psicanálise trazia que o toque ele provavelmente era derivado de conflitos do ciente que aconteceram ali na infância digamos assim e aí lá atrás o Freud ele tem um um paciente
que é bem famoso é um caso muito famoso do hernest né o o homem dos Ratos Uhum que ele uma vez ouviu de um Capitão que existia uma forma de tortura que era pegar roedores e colocar na parte íntima da da pessoa que tava sendo torturada e quando ele escuta essa história automaticamente ele pensa na na esposa dele ele colocando esse roedor roedor na parte íntima dela E aí ele acha aquele comportamento assim absurdo ele se acha a pior pessoa do mundo por ter pensado dessa forma né então é a primeira história que surge assim
que a gente percebe a possibilidade de que provavelmente aquele paciente ali tinha toque uma uma outra história legal é quando a gente fala da religião que você falou eh existem alguns estudos que leva lam a possibilidade de grandes religiosos do passado como Martinho Lutero por exemplo e se percebe que talvez existia ali a presença de pensamentos obsessivos e por isso eles faziam aquelas eh o alto flagelo né aquelas penitências muito nessa intenção de expulsar esses pensamentos que eles não sabiam muito bem Como como lidar então ali no início a gente tem a psicanálise como esse
carro chefe e o o Ele desenvolveu um tipo de tratamento nessa intenção de trazer a ao consciente esses conflitos do inconsciente só que não houve um resultado promissor né E aí havia um desestímulo com relação aos pacientes mas também com relação a quem aplicava a técnica né E aí diante disso mais à frente mais ou menos ali no em 1966 o meer ele tem dois casos bem sucedidos aplicando a terapia cognitiva mas na época não não se deram muita atenção só eram dois casos né E só em 1970 que alguns cientistas Ingleses começaram a aplicar
a epr eles inclusive Foram contra a crença da época porque se acreditava que se o paciente fosse exposto ao fruto da obsessão dele ele poderia psicozen sobre neur epr é exposição com prevenção de resposta com prevenção de resposta isso então eles pensaram não vamos expor essa galera vamos testar aqui o que é que sai disso e a partir dessa exposição eles observaram que os pacientes tinham uma melhora de 70% Só que ainda assim eles falaram assim ah quando quando a gente para o tratamento eles regridem que será que tá acontecendo nessa época eles ainda não
tinham conhecimento das compulsões mentais aham essas neutralizações Eles não sabiam que as crenças de alguma forma poderiam interferir ali dentro do processo e é quando eles passam a investigar E aí incluem as técnicas cognitivas dentro do tratamento E aí sim eles percebem uma melhora efetiva e percebem uma melhora efetiva no longo prazo né então ali mais ou menos no fim dos anos 70 eles já tinham testado em média 200 pacientes e perceberam que o tratamento ideal seria de fato atcc somada a epr né Aham E aí eles observavam ali um de 20 a 30% dos
pacientes obtinham uma melhora significativa com com o tratamento da da da exposição com prevenção de resposta e como é que funciona esse tratamento mais ou menos normalmente no início do tratamento a gente faz o diagnóstico do do toque com o paciente e a gente vai começar a avaliar quais são as dimensões do toque que esse paciente tem então o c Deó eu trouxe até aqui o livro dele para mostrar no final que é um livro ótimo principalmente para aquelas pessoas que estão com dificuldade de buscar o tratamento ainda ele é bem mastigadinho ele detalha bastante
ele tem um uma ficha de de sinais e sintomas né em que tem os blocos ali de cada uma dessas dimensões Então a gente vai avaliar Qual a dimensão que esse paciente está naquele momento a partir disso a gente vai construir com o paciente uma lista gradual de Exposição Então vou psicoeducar o paciente primeiro para ele entender o que é o toque porque normalmente chega ali um paciente que ele não compreende nada do toque que ele tem um Insight super baixo com relação ao toque pacientes que vem da psicanálise inclusive costumam dar um trabalho muito
grande porque são pacientes que ele vem muito resistente ao diagnóstico com alto nível de criticismo com Insight lá embaixo ele não compreende muito bem ele não aceita o diagnóstico por ele tem medo de se expor quando você com relação à psicanálise normalmente é porque dentro do tratamento em psicanálise é visto como uma neurose né visto de uma outra forma então quando são pacientes que passaram muito tempo dentro da psicanálise para ele entender dentro do viés da terapia cognitiva é um pouco mais complexo sabe a gente normalmente esse terapeuta ele vai ter que gastar um tempo
muito grande na psicoeducação para que esse paciente compreenda primeiro o modelo cognitivo para depois ele compreender o que é o toque e aí ele realmente avançar dentro desse tratamento então a gente identificou esse padrão psico educou o paciente corrigiu as bases neurobiológicas Porque sem isso o paciente não vai aprender né então normalmente esse paciente como ele vem no nível de ansiedade muito grande é um paciente que ele não dorme direito é um paciente que não pratica exercício físico é um paciente que tem uma rotina completamente desorganizada e se alimenta super mal e há um processo
de resistência muito grande aqui nessa etapa pra gente adaptar essas bases né até que eles entendam que ó se não corrigir isso aqui a gente só vai enxugar gelo né um processo corrigimos as bases neurobiológicas e agora a gente vai pra exposição a gente vai lá e faz uma escadinha gradual de Exposição e esse paciente vai passar a se expor as obsessões dele sem fazer o ritual né então por isso que a prevenção de resposta o caso de uma de uma compulsão mental por exemplo paciente que ele ele reza muito que ele substitui os pensamentos
tem uma técnica da da TCC que eu acho bem legal que é a história horrível das minhas técnicas prediletas na verdade quando o paciente Ele tem muito receio de se expor a um pensamento a gente pede que ele escreva uma história horrível Mas ela precisa ser muito horrível mesmo com aquele conteúdo né uma vez uma paciente escreveu que a ela se casou com Hitler E aí ela matou geral matou a família dela inteira então conteúdo bem denso e pesado mesmo quando esse paciente ele escreve e ler essa história a primeira vez o nível de ansiedade
vai lá para cima ele fica muito ansioso é desconfortável até se a gente pedir para ele ler na sessão o nível de desconforto é grande o paciente respira não consegue ler direito mas o ideal é que a gente pea não se exponha deixa a ansiedade ir até o topo e depois você vai observar o que é que vai acontecer essa ansiedade ela vai descer de forma gradual sem que você né não precise eh emitir ali o o a compulsão né sem que você precise fazer o ritual então o paciente lê a primeira vez essa história
horrível ele fica extremamente ansioso numa segunda vez ele já não fica tão ansioso assim numa terceira vez ele já tá bem menos ansioso na quarta na quinta quando chega na décima vez o paciente já tá contando a história rindo né então ele já lê aquilo ali se acabando de dar risada achando super cômico E aí é onde acontece o fenômeno da habituação que é o que a gente busca com a epr né que esse paciente ele se exponha Tanto à aquele estímulo ansiogênico que chegam da determinado momento que aquele estímulo já não desperta tanto já
não gatil a ansiedade dele assim né então ele se dá conta de que ele não precisa mais emitir aquele ritual porque essa ansiedade vai baixar em algum momento e no caso de um paciente por exemplo que tem at toque de limpeza eh chega um momento que o paciente sei lá ele tem que passar álcool na mesa sempre antes de trabalhar em casa chega o momento que o psicólogo o terapeuta trabalha com ele um plano de ação tipo hoje você vai trabalhar sem passar alco na mesa sim e vai aguentar a ansiedade aham obviamente depois de
todo o processo de Educar né e tudo mais e tal então no caso esse da história horrível um exemplo Mas dependendo do toque vocês vão organizando de acordo com Onde tá o a obsessão e a compulsão sim a história horrível ela normalmente vai funcionar melhor com o paciente que tem uma compulsão mental paciente que tem uma compulsão relacionada à limpeza ou algo do tipo a gente vai ter que estruturar para ele não fazer aquela coisa né E às vezes a gente vai fazer isso como é de forma gradual a gente vai estabelecer um tempo olha
hoje você vai chegar do trabalho e você vai ficar sei lá 10 minutos sem lavar a mão né até que a gente chegue a um momento que ele não vai mais lavar a mão você lá vai dormir sem lavar a mão e às vezes Zen a gente vai precisar servir de espelho pro paciente né então um paciente que é super Não não posso tocar nisso eu vou pegar Germes não é legal aí chega lá a psicóloga uma uma vez numa supervisão eu vi uma psicóloga falando que fez isso achei sensacional Ela diz que o paciente
todo passando gel na na mesinha dela tal ela pegou a sola do pé passou a mão e meteu na língua Ele olhou Como assim por que você fez isso ela porque eu quero te mostrar que não tem problema ele mas você vai adoecer tal e depois ela mostrou para ele Ó tô bem não tive nenhum problema né então muitas vezes a gente vai precisar servir de espelho para esse paciente para ele perceber olha realmente a minha psicóloga entrou ela não lavou a mão então vou tentar segurar aqui um pouquinho e não vou lavar a mão
né então quando se trata de uma compulsão em termos de comportamento a gente vai ter que estabelecer um um um prazo ali de forma gradual para que esse paciente não Execute aquela ação só que aí tem um ponto importante às vezes esse paciente ele deixa de fazer o ritual mas ele passa a fazer um ritual encoberto Como assim a a gente estabelecer o tempo ali né Ó você vai passar meia hora sem lavar a mão só que esse sentido da meia hora não é para que o paciente fique ali 30 minutos 20 minutos 10 minutos
é vai viver tua vida e dali a meia hora você tem alguns pacientes que eles colam no no acordo e aí eles passam a fazer um ritual meio que por debaixo do pano encoberto Qual é o ritual eu tô fazendo a contagem não é que eu tô vivendo a minha vida eu tô aqui esperando a meia hora para poder ent disfuncional Quanto é tão disfuncional quanto ele não tá tá trocando né a compulsão aham E aí se o se o terapeuta ele não tá atento a esse movimento esse paciente ele não vai evoluir no tratamento
porque ele não tá de fato eh lidando com o desconforto dig é eu ar risco de dizer que ele até vai ficar tranquilo assim em aumentar mais 10 minutos porque ele já tem um uma amuleta ali no outro lado né Aham e a ideia é justamente elevar o nível é meio é meio contraintuitivo para quem tá assistindo mas quase como se para tratar envolvesse ele se expor a um a um desconforto né tipo para melhorar o desconforto tem que se expor um pequeno desconfortante se expor ao desconforto exatamente a intenção da TCC E porque é
que normalmente as pessoas perguntam mas a medicação não resolve o problema do toque a medicação ela normalmente entra em cena para reduzir um pouco essa ansiedade até para que esse paciente consiga engajar no tratamento porque às vezes o nível de ansiedade do paciente é tão alto que el não consegue engajar no tratamento então a medicação entra em cena ela reduz um pouco essa essa sintomatologia Mas vai ser a TCC que vai educar esse paciente para que ele aprenda a lidar com o desconforto né então o paciente ele precisa aprender a lidar com desconforto ele precisa
lidar aprender a lidar com ansiedade porque na vida vão existir determinadas situações que vão pedir Vai pedir isso dele perfeito né então se esse paciente ele não aprende a lidar com desconforto tratamento foi em vão e você vê muito muita necessidade ou casos graves Como é que é o a a introdução do psiquiatra nesse não é o o a medicação ela se torna necessária principalmente em casos em que o a gente não está lidando com um toque puro né Uma das coisas que eu escuto muito quando eu falo sobre o toque com as pessoas é
assim nossa o toque é fácil de tratar né só aplicar exercício faz ali o protocolo e tá tudo certo e não é bem assim muitas vezes a gente lê ali o o o manual do Cord deol a gente lê o protocolo e a gente esquece que é o que ele tá trazendo ali é um caso muito clássico e esse caso clássico ele normalmente é um toque puro paciente só tem toque né mas o que chega pra gente nos consultórios não é um toque puro é um toque com comorbidades um toque que já tá que o
paciente já tá vivenciando aquilo ali há muito tempo já tá no nível de rigidez muito grande né um paciente que tem uma vida completamente caótica um paciente que tem hábitos péssimos Então esse paciente normalmente ele vai precisar do auxílio da medicação Porque somente com o tratamento em TCC ele não vai evoluir E a depender da comorbidade na verdade a comorbidade vai ajudar a piorar o caso por exemplo um paciente que tem toque e depressão esse paciente ele não tem vontade de fazer as coisas Muitas vezes ele fica ali deitado na cama né não não sente
muito prazer com as coisas da vida e daí você vai lá e passa um epr para esse paciente você agora precisa se expor você agora sem fazer ativação comportamental antes sem tratar a depressão A gente não vai conseguir expor esse paciente né então muitas vezes a gente vai precisar focar na comorbidade primeiro para depois conseguir avançar no no toque e aí a medicação nesses casos elas ela costuma auxiliar muito paciente tem uma melhora significativa para pelo menos engajar no no tratamento sabe só que mesmo com a inclusão da medicação a gente tem alguns casos que
não apresentam um avanço né hoje o as medicações utilizadas para o tratamento com toque são os inibidores seletivos da recaptação da serotonina e alguns casos mais graves os antipsicóticos E ainda sim tem alguns casos que não avançam de forma alguma e aí é necessário Às vezes o internamento para fazer uma atcc assistida somada a medicação né porque uma atcc assistida porque às vezes é um paciente que tá com inversão do do padrão do sono é um paciente que fica acordado à noite dorme de dia é um paciente que não consegue engajar sozinho ali na na
exposição então a gente interna esse paciente e esse paciente vai fazer os exercícios ali no dentro do internamento em casos mais graves ainda de pacientes que não reagiram à medicação né não reagiram a TCC muitas vezes é necessário passar pela cirurgia mesmo né então assim casos que já se usou de tudo casos extremos aí o paciente vai precisar passar pela cirurgia mas a gente tem resultados muito bons assim da somatória da da medicação com a TCC 70% dos pacientes apresenta uma melhora significativa e essa melhora é observada até depois da alta terapeutica né É eu
imagino que o que uma das coisas mais importantes pro paciente que tem toque é a psicoeducação né que para quem não sabe o que é é o psicoterapeuta explicar para ele tanto que é o transtorno quanto como que funciona a engrenagem do funcionamento dele né tipo como que a engrenagem dele Funciona porque isso é um é um aprendizado que ele vai levar pro resto da vida dele e de certa forma ele tá tendo substrato ali para conseguir no aperto quando não quando não tiver mais na terapia conseguir meio que manejar o comportamento dele mesmo né
por ele ter informações uhum ao contrário por exemplo de um paciente que chega sem saber nada resistente tem ideia nenhuma de como que funciona aham que é um dos especificadores inclusive do diagnóstico né a gente observa se o paciente ele tem um Insight pobre ele tem nenhum Insight ou ele tem um bom Insight o paciente que tem um bom Insight o prognóstico é muito melhor exato do que o paciente que tem um Insight pobre ou que tem um Insight muito baixo né que é justamente essa capacidade de entender o que ele tem de acreditar que
aquilo é um transtorno porque o paciente que tem um Insight ausente às vezes ele não acredita que que aquilo é um transtorno Ele acha que aquele padrão de comportamento é normal aí se diz que claro que o nível Educacional ele não é necessariamente determinante mas até tem autores e livros de TCC que mostram que o nível Educacional é um eh Digamos que é um fator que aumenta a probabilidade de funcionar a terapia quando Ou seja que eu quero dizer assim quando o cara tem um nível de educação mais alto tem uma chance maior de funcionar
né Uhum ele vai pegar mais o que tu tá explicando para ele el vai ter mais capacidade de entender né se o paciente ele não compreender o que é o toque ele não compreendeu O que é modelo cognitivo ele não compreendeu O que é o tratamento ele dificilmente vai avançar é claro que o terapeuta tem as suas artimanhas de tentar adaptar o discurso né quando você falar com um cara sei lá um caminhoneiro ou um doutor em sei lá em biotecnologia de Harvard você vai adequar o discurso de acordo com cada um deles então o
terapeuta ele tem essas ferramentas de fazer né mas não tem como se o cara tem mais capacidade de pegar as ideias é é mais fácil né muito mais fácil o paciente quando ele vem com o nível de compreensão melhor ali ele avança de maneira muito mais significativa tanto é que da minha experiência agora não de dados científicos o paciente adulto ele T de a avançar mais rápido do que o paciente o adolescente por exemplo o adolescente ele tem uma resistência maior ele tem uma dificuldade de compreensão maior ele se sente muito culpado ele se se
pune muito por tá agindo daquela forma tem tem uma paciente que ela me fala sempre ela fala assim você não sente mais orgulho de mim né porque eu tô repetindo esse padrão e digo ele não não tem problema não tem problema eu sei que é difícil eu sei que é assim né Então essa validação por exemplo esse acolhimento ele é crucial dentro do tratamento da pessoa com toque perfeito perfeito e você hoje você Digamos que você qual que seria a maior desinformação dentro do toque na sua opinião em termos de rede social mito que que
você acha que assim que a galera fala fala fala e você pensa Hum isso tá atrapalhando o negócio uma é essa que o toque É raro né que como eu falei no início a outra é que o essa Eu vi numa entrevista na televisão e eu queria correr e me jogar embaixo da cama que o toque é é um transtorno que só acomete crianças e adolescentes né E na verdade o dado Não é esse eh a a maioria dos casos realmente é acontecem ali na infância e na adolescência mas existem muitos casos que eh o
o paciente é acometido ali entre os 18 e 20 anos e excepcionalmente ainda existem casos ali por volta dos 40 anos que normalmente está relacionado a alguma lesão cerebral ou algo do tipo então o toque não é um transtorno do neurodesenvolvimento né Ele é um transtorno psiquiátrico que acomete aí pessoal ao longo da vida mas a maioria dos casos acontecem na infância e na adolescência uma outra coisa também que costuma causar muito problema com relação ao toque é as pessoas começarem a olhar para esse comportamento como uma coisa boa né nossa a pessoa que tem
toque ela é muito organizada né Então as pessoas começam a falar não a pessoa que tem toqu ter toque é bom eu queria ter toque porque as pessoas são organizadas elas mantém tudo em ordem só que aquilo tem um custo psicológico muito grande né e não só psicológico em termos de relações sociais é uma das coisas que mais prejudica o nosso trabalho é a acomodação familiar por exemplo né a acomodação familiar ela tá presente em outros transtornos mas no toque ela é um problema o que é que seria a acomodação familiar acomodação familiar é quando
a família passa a viver o toque com o paciente como assim ela passa a manter aqueles rituais com o paciente Então os pais chegam para mim e dizer assim que minha minha filha fica muito ansiosa Como é que eu não vou dizer ela não Reze mando ela rezar minha filha fica muito ansiosa e ela me pergunta mil vezes a mesma coisa ela me pergunta se ela falhou é 1 vezes as mil vezes eu vou responder porque eu não quero ver ela ansiosa Então os os pais os cônjuges né ali as pessoas próximas na intenção de
não ver aquela pessoa sofrendo tanto elas passam a aceitar e a fazer até os rituais junto com a pessoa né Então tinha um caso por exemplo de um idoso que a gente fez noso no noso supervisão sobre toque que ele já não tinha mais contato com ninguém da família porque ele tinha esse medo eh relacionado aos Germes então ele começou como ninguém pode abrir as janelas porque se você abrir as janelas eu vou me contaminar então a família não abria as janelas agora ninguém pode sentar no sofá porque se sentar no sofá a gente depois
vai ter que fazer um processo de limpeza com o sofá Então ninguém Senta no sofá agora eu não posso mais receber visita em casa ele passou a ser uma pessoa sozinha porque a família com para que ele não sofresse começou a aderir os rituais né e o maior problema que a gente tem ali com relação ao tratamento com toque é dois contextos familiares um é um contexto invalidante que acha que aquilo é absurdo né não é um absurdo que você esteja agindo dessa forma eh isso aí é só é força de vontade faça você consegue
né Isso aí é algum problema religioso que você tem peça perdão a Deus que vai dar certo então de um lado a gente tem uma família invalidante uma família que vive em conflito e do outro a gente tem uma família que Eh vive o ritual com o paciente né que faz o ritual que acolhe ali e aí quanto mais esse paciente faz o ritual mais forte o toque se torna se eu tenho alguém da família que tá validando isso então meio que o trabalho dos o trabalho dos psicoterapeutas também envolve trazer os na verdade imagina
que seja um ponto necessário quase né é primordial tem como né você trabalha a pessoa ela sai da terapia volta vai para convívio onde todo mundo meio que vai ser conivente com aquele negócio né Aham se até dá para entender os pais né cara eles não querem que a pessoa sofra é super compreensivel caros também aham não é é sobre essa questão da necessidade de ter certeza mesmo uma das orientações que a gente dá dentro de um processo de psicoeducação é o acordo de responder só uma vez né então isso é passado pro paciente para
que ele entenda para que ele perceba que olha minha mãe não tá fazendo isso porque ela não gosta de mim porque ela me odeia minha psicóloga também não tá fazendo isso porque ela não gosta de mim mas ele elas estão fazendo isso porque isso é o que vai eles gostam de usar esse termo enfraquecer o toquei né então a gente tá lutando contra o toque juntos e aí para os pais é muito difícil quando eles vêm para uma sessão de orientação comigo eles dizem Kim mas ela veio e me perguntou mais três vezes e eu
tive que dizer lembra a gente combinou que a partir de agora eu só ia te responder uma vez né então é um processo de educação P educação eles também e Eles também precisam lidar ali com o desconforto de ver o paciente sofrendo mas depois o próprio paciente agradece perfeito Não exatamente você vai acabar lidando sua qualidade de vida melhora muito né você fica mais independente imagina começa a abrir espaço para um monte de coisa importante na sua vida para você fazer e tal né então isso é é interessante Tem mais algum ponto que você acha
que vale a pena a gente lev tá sobre o toque a a questão dos dos Desafios né você falou que com relação ao ao tratamento em si eh eu eu te disse que a medicação somada a terapia apresenta aí umas 70% de melhora né mas que ainda assim existem 10% dentro do toque dos casos que não apresentam melhora alguma e isso é uma coisa que vem uma interrogação mas por que isso acontece E aí a gente precisa olhar tanto para o diagnóstico como para o tratamento como para a questão medicamentosa para saber se tudo isso
foi feito da maneira correta então dentro dos Desafios diagnóstico o que a gente vê são muitos profissionais despreparados para diagnosticar o toque né então como eu te disse esse exemplo que eu te falei não é um exemplo pontual que alguém chegou para mim e disse assim ah trabalhar o toque é fácil não é só aplicar muitos psicólogos que eu converso tem essa visão na belf hoje a gente tem profissionais bem capacitados para atender o toque né puxando sardinha aqui pr pra nossa empresa então eh a gente vê profissionais que não não tem condições não não
conseguem fazer um diagnóstico diferencial que demoram para fazer esse Diagnóstico como eu te falei entre o aparecimento dos sintomas até o diagnóstico a gente tem um dado aí de de uma demora de pelo menos 11 anos e além da dificuldade do do diagnóstico do toque alguns pacientes têm uma uma dificuldade ou alguns profissionais têm uma dificuldade em diagnosticar também as comorbidades o que Acaba atrapalhando esse processo a gente tem aí 76% dos pacientes apresentam como comorbidade o transtorno de ansiedade generalizada eh fobia ansiedade social eh 63% bipolaridade e depressão de 23 A 32% apresentam eh
tepo né transtorno de personalidade obsessiva compulsiva e ainda tem os casos de 30% que apresentam um transtorno de TIC ou seja o toque puro ele é o mais difícil de encontrar geralmente por isso que você fala que não adianta aplicar só exposição com prevenção de resposta porque o toque puro de 10 no teu consultório três vão ser toque puro no caso de 10 com toque três vão ser puro ex exatamente então não adianta focar só Ah não li ali o manual no Manual tem dizendo que é só aplicar a epr Não é bem assim e
até falando sobre essa questão do protocolo né hoje a gente vê o protocolo ele é extremamente importante não tem como dizer que não a epr ela é fundamental dentro do do tratamento do paciente com toque mas o que eu vejo é que muitos profissionais eles esquecem que a gente tem protocolo para transtornos Mas a gente não tem protocolo para pessoas né Então aquela pessoa que chega até o consultório aquela pessoa com toque ela é totalmente diferente de uma outra pessoa que já adentrou ali o meu consultório com toque alguma dessas pessoas vão apresentar distorções cognitivas
consideráveis crenças disfuncionais bem enraizadas outra pessoa já não vai apresentar essas distorções cognitivas Então as técnicas cognitivas por exemplo não vão surtir tanto efeito nesse tratamento algumas pessoas vão ter as bases neurobiológicas bem ajustadas algumas não né algumas pessoas vão ter esse problema da acomodação familiar algumas não como é que eu identifico isso através do detalhamento eu preciso detalhar a história de vida desse paciente eu preciso identificar o que pode estar atrapalhando esse processo para Eu Me direcionar para aquilo ali porque se eu ficar só na aplicação de atividade esse paciente não vai avançar né
então se eu não tiver um detalhamento eu vou ficar presa a essa ideia de que o protocolo resolve o problema e o protocolo ele não me fala para eu olhar pro sono do paciente uhum né então é importante que a gente olhe para isso então essa questão do diagnóstico a o paciente que tem um Insight baixo ausente ou ou ou inexistente esse paciente ele vai dar muito mais trabalho eu vou ter que trabalhar com mais foco ali na psicoeducação se vem com uma família que tem um uma questão relacionada a uma acomodação familiar grave processo
psicoeducativo constante com essa família em casos onde o paciente ele tá ali incluso na dimensão de de religiosidade agressividade ou de conteúdo blasfemo são pacientes que eles vão chegar extremamente resistentes ao ao tratamento ele vai ter vergonha de falar isso com o paciente já aconteceu de eu ter que iniciar o processo terapêutico um paciente com toque onde ele escrevia para mim e me enviava ou foto me enviava pelo WhatsApp o que ele tava pensando porque na sessão ele não conseguia falar entendi entendi não imagina o cuidado que você tem que ter com o vínculo terapeuta
Num caso desses né não não não tem como a gente fazer um tratamento com paciente com toque sem uma aliança terapeutica bem formada existem estudos que mostram isso que o paciente que ele eh passa por um processo onde houve uma aliança terapêutica bem formada Ele tem ele tem menor chance de Recaídas do que um paciente que passou por um processo onde não houve uma aliança terapêutica real sabe então assim aliança terapeutica não tem come ch imag que você tá aí falando comigo e vem na sua mente Ah quero ter relações sexuais com a minha mãe
pr pra gente não tem toque pensamento nada a ver passou né mas pro paciente que tem toque Ele olha para aquele pensamento como é que eu vou falar isso para essa mulher uhum como é que eu vou dizer PR el Exatamente é é exatamente vai me achar que eu tu vai achar que eu tô doente sei lá que eu sou um cara maluco então tu tem que ter essa essa abertura e muitas vezes se você realmente vai reto no protocolo e seco no protocolo você não fez a psicoeducação necessária você não criou vínculo pro paciente
conseguir se abrir com a com o profissional então e outra outra coisa que eu fico pensando Num caso desses assim porque o Jan ele bate muito no ecletismo técnico de você conseguir pegar componentes de outros protocolos e integrar dentro da sua intervenção desde que faça sentido com a sua formulação de caso uhum Aliás se você é um profissional estudante de psicologia no primeiro comentário fixado tá o nosso link do Instituto de Psicologia baseado em evidências onde você aprende uma formação completa em psicologia Clínica convido vocês aí a a a a conhecer basta clicar aqui no
link do primeiro comentário e eu fico pensando assim claro que esse ecletismo técnico não é um ObaOba fazer de qualquer jeito mas por exemplo desfusão cognitiva num paciente com toque não seria uma coisa que eventualmente poderia ser interessante são coisas que já vem sendo estudadas na verdade né É porque é meio que o cara tentar abrir aquele pensamento né lidar com ele ou saber que ele chegou ali e conviver com ele com aquela obsessão aham um processo de aceitação não hoje e Existem duas linhas que estão sendo estudadas para agregar ao tratamento com toque uma
delas eu não vou saber lhe falar muito bem mas se você chamar o Iago B ele vai arrasar que é a rbt né a rbt ela tem se mostrado bastante eficaz em casos de pacientes com toque que são muito perfeccionistas ou muito rígidos e até pacientes que têm dificuldade em se relacionar socialmente então a rbet ela vem para flexibilizar mais aí esse paciente esses níveis tão rígidos assim e ao mesmo tempo para aumentar essa intolerância incerteza que o paciente tem e para facilitar os processos muitas vezes já aceitação mas também de para facilitar a comunicação
assertiva desse paciente para dizer o que ele tem porque o paciente com toque Ele tem muita dificuldade de falar que tem toque ele tem vergonha de falar e muitas vezes verbalizar sobre isso vai ajudar na manutenção dessas relações Principalmente quando se trata de relações de trabalho né então a rbt ela é uma das linhas que vem sendo estudadas e a outra é a terapia cognitivo processual né então hoje já já vem-se falando aí sobre essa a questão de trabalhar o processo de aceitação com o paciente de aderir a uma exposição com base em valores né
porque se a gente pega aí essa questão da vida significativa a chance do paciente engajar dentro desse processo seria maior E aí a terapia cognitivo processual ela ela soma várias estratégias diferentes eh visando ali trabalhar os processos subjacentes do paciente explorar Transform formação de esquemas cognitivos e emocionais né então é um um um último congresso que a gente teve aqui da da Psicologia baseada em evidências se reforçou muito isso sabe do o quanto trabalhar os valores com o paciente com toque seria primordial para que ele avançasse e é uma coisa que eu falo muito com
os meus pacientes eu não tô aqui com vocês para tratar transtorno a gente tá aqui para agregar uma vida significativa para dar sentido a essa vida né então é o que a a traz muito bem que legal provavelmente é o futuro aí com relação a é e a galera da Psicologia tem que começar a aprender cada vez mais a não ficar só abordagem abordagem protocolo protocolo porque isso isso tá começando a a ser repensado dentro da ciência né ah aham eh Kimi Diga aí quais são as suas redes pra galera te achar e imagina que
você Produza o conteúdo lá para educar a galera sobre toque aonde que eles podem te encontrar é e Brito underline e o outro local que eles podem me encontrar é na behal né aqui na descrição Também quem precisar de ajuda aí com atendimento psicológico e lá no ipbs oit estaremos lás exatamente estaremos lá tá temos empolgado temos bem empolgado para esse evento aham e obrigado pela sua presença mostra o livro aí que você trouxe pra galera Ah sim o livro do cordioli é vencendo transtorno obsessivo compulsivo essa essa aqui ó esse livro do cordioli é
um livro foi direit ah ele é um livro que ele é é um manual né ele serve tanto para pacientes como terapeutas e ele é um livro que ele é muito mastigado sabe paciente pode comprar também ele pode comprar e o e o cordioli ele até traz isso que ele não é um livro com viés para que você faça um autodiagnóstico mas se é um paciente por exemplo que ele tem dificuldade em acessar o processo terapêutico seja por questões financeiras ou por problemas ou aqui é um excelente caminho para iniciar o processo psicoeducativo e também
para iniciar a epr porque ele traz algumas atividades ele faz alguns Quiz com relação a conhecimento mas ele também traz uma estrutura para que esse paciente ele comece a identificar as possíveis dimensões que ele tem e como ele pode fazer esse processo expositivo legal legal bem bonita a capa do livro bastante é ótimo obrigado pela sua presença Espero que daqui algum tempo a gente consiga fazer mais um para trazer umas atualizações pra galera acho que Sistema de Saúde Mental sempre são interessantes Principalmente quando vem pessoas competentes nas suas Áreas aqui falar né frente a tanta
desinformação que a gente tem na rede eh pessoal se inscrevam aqui no canal compartilhe esse episódio com quem você acha que tem interesse e nós nos vemos na semana que vem obrigadão
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