Avaliação da Aprendizagem Cipriano Luckesi Série Encontros

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Concurso Professor (Educação Infantil e Fundamental 1)
Video Transcript:
[Música] [Música] Professor CPR Luque a avaliação é certamente um dos temas mais polêmicos mais doloridos mais traumáticos pros educadores brasileiros e especialmente nessa época onde se rediscute a escola desde as suas bases e o senhor é uma das pessoas mais autorizadas a falar sobre esse tema é pessoas que mais estudou publicou livros faz palestras ah inicialmente queria que senhor se apresentasse nosso professor professor que tá assistindo a gente para contar um pouquinho de como é a sua articulação com a questão da avaliação C eu meu vínculo com esse tema da avaliação vem de 1968 eu
era estudante universitário ainda quando comecei a estudar esse tema e eu fiz uma disciplina com padre Jesuíta que se chamava gode do Baqueiro e ele então come nessa questão dos Testes ele tem um livro chamado testes projetivos e psicométricos e eu comecei a estudar esse material a partir daí eh eu era estudante universitário ainda a partir daí então quando me formei comecei a trabalhar com produção de testes quantificação de testes aí eu já estava na Bahia aí eu tinha saído de Salvador estava na Bahia era década de 70 foi quer dizer 68 que eu comecei
a estudar com ele 70 eu tava na Bahia né e a partir de 72 eu trabalhei numa instituição chamada irdeb Instituto de Rá fusão educativa da Bahia e aí eu trabalhava com produção quantificação qualificação de testes e eu passei 4 anos trabalhando nessa área técnica da produção de testes e vagarosamente já nesse período eu comecei a discutir as questões filosóficas políticas pedagógicas sociológicas da da avaliação né bom em 76 eu saí dob deixei de trabalhar com essa questão técnica e aí só entrei por essas temáticas mas a filosofia da avaliação a sociologia da avaliação a
política da avaliação psicologia da avaliação Então são 32 anos seu primeiro livro foi em que época sobre esse tema livro mesmo o primeiro texto assim mais denso vários capítulos foi de 84 agora os primeiros artigos que eu publiquei sobre avaliação são de 74 depois 76 depois 79 agora 84 foi que eu organizei o material e esse livro que Tá circulando mais hoje que alguns eu já tirei do mercado né que eram livrinhos menores esse que tá circulando hoje que é da da Cortez é uma coletânia de textos que eu escrevi ao longo do tempo né
e em 95 organizei sobre uma forma de livro o senhor er Doutor nesse tema também é o meu doutorado é em educação na área de filosofia e história da educação mas a minha tese de doutoramento é sobre foi sobre a avaliação da aprendizagem ela tem um título que é assim avaliação da aprendizagem escolar Sendas percorridas que é um estudo da História eh da história pedagógica da avaliação do século X ao século XX Então vamos pegar daí avaliação da aprend O que significa então avaliação da aprendizagem é é um uma uma especificidade da área da avaliação
né a avaliação Então ela funciona igual para todas todos os objetos PR empresa pra política pra escola para enfim né não importa muito objeto a avaliação sempre vai ser a mesma coisa o objetivo da do ato de avaliar é conseguir vamos dizer assim diagnosticar mas experiência OB ter um resultado mais satisfatório então o que que o médico faz quando o cliente vai ao consultório ele eh diagnostica avalia portanto eh E propõe alguns encaminhamentos que permitam uma obtenção de um resultado mais satisfatório que é a saúde do cliente no caso da avaliação da aprendizagem é a
mesma coisa diagnosticar a aprendizagem que está ocorrendo diagnos os elementos que estão confluindo para essa aprendizagem tomar decisões que auxiliem esse processo de melhoria dessa aprendizagem e na perspectiva de obtenção de um resultado mais satisfatório então tanto na empresa na política na religião ou na própria aprendizagem o objetivo da avaliação é propiciar decisões que produzam resultado mais satisfatório Tá certo então em nossa escola hoje falar que a gente trabalha sobre avaliação ou avaliação ainda é um estágio mais à frente do que aquilo que nós sabemos fazer quando aplicamos uma prova ou quando Pois é essa
daí é uma uma experiência que que nós temos que é um pouco uma confusão um pouco um equívoco né Eh de certa forma nós dizemos assim que nós praticamos avaliação na escola porque tem um sistema de avaliação tem uma um boletim escolar boletim escolar tem a vi o dia de avaliação os instrumentos de avaliação e assim por diante todavia genericamente falando sem distinguir a escola de Luiz de João ou a escola x ou y o que nós fazemos é praticar exames e então há um equívoco entre entre o ato de avaliar e o ato de
examinar nós de fato chamamos de avaliação e praticamos exames daí a necessidade que nós temos de distinguir vamos dizer assim o que que é examinar e o que qu é avaliar pra gente poder compreender na prática na prática escolar onde é que está essa esse equívoco entre o ato de examinar e o ato de avaliar o que que é examinar exatamente então Eh o ato de examinar ele tem três características básicas primeiro lugar o ato de avaliar ele é pontual né significa assim que o quando nós estamos examinando eh interessa o que está acontecendo aqui
agora não interessa o que estava acontecendo antes nem o que vai acontecer depois então vamos dizer assim numa perspectiva de construção interessa o que estava acontecendo antes interesse o que está acontecendo agora interesse o que vai acontecer depois mas do ponto de vista do exame não o exemplo mais simples do de nós compreendermos o que que é o exame a característica pontual do exame é o vestibular interessa o que que o aluno Sabia ou não sabia se ele era competente Não era nem se ele vai ser competente importa o desempenho dele aqui agora nessa prova
se ele for mal aqui mesmo que ele fosse ótimo antes ele não não entra na universidade ele é pontual né na sala de aula tem uma coisa assim um aluno termina de fazer uma prova ele entrega o professor e ele sai antes dele sair na porta da da sala de aula ele se lembra de que ele respondeu mal a questão número 4ro aí ele volta e diz assim professor eu confundi a resposta da questão número 4 posso responder de novo posso consertar a minha prova todos os professores dizem não eu já fiz esse teste no
Brasil inteiro todos dizem não né em conferências e assim por diante por quê Porque mesmo 30 segundos depois que o sujeito terminou de responder não serve mais o conhecimento dele porque Só servia naquele momento né pontual por outro lado os exames são classificatórios eles classificam em aprovado reprovado se tem uma escala de notas vai de 0 a 10 então é 2 3 5 8 10 né E E então classifica Definitivamente a vida do sujeito tem um histórico escolar tem uma ficha na escola tem a média de notas que se faz na na escola então o
que que acontece que a o o aluno fica classificado para sempre nessa posição né e o exemplo mais típico de classificação é assim um professor eh trabalha uma unidade em si num conteúdo aí ele aplica um instrumento né terminar de aplicar o instrumento ele corrige o aluno obtém por exemplo numa escala de 0 a 10 ele obtém nota dois aí o professor disz para ele assim rapaz se foi mal né teve um desempenho ruim mas você estuda e vai vamos fazer uma outra avaliação Aí o menino estuda estuda estuda vem faz uma nova avaliação ele
responde um novo instrumento aí ele op tem Nota 10 no país inteiro eu já perguntei isso em todas as conferências que eu já fiz né Pergunta assim aos professores que nota que você daria se ele tirou dois antes e 10 Depois Que nota você dá para ele é é invariável seis porque soma o dois antigo com o 10 agora divide por do dá seis faz a média Aí eu pergunto assim mas se ele não sabia e agora ele sabe por que você não pode dar 10 por causa dessa característica classificatória então ele tá preso naquela
nota dois e não a possibilidade dele manifestar uma qualidade nova que ele adquiriu então por isso que eles são os exames são profundamente classificatórios avaliação já é um processo mais humano então ol é é o a a acho que a terceira característica dos exames e aí eu faria ah clarear as características da avaliação a terceira a característica dos exames é de que ele é seletivo então o exame eh coloca fora uma parte ou uma grande parte da população escolar né se a gente olhar o vestibular por exemplo na minha universidade que é a Universidade Federal
da Bahia nesse ano de 2000 nós tivemos 45.000 candidatos por 3.750 vagas então 41.250 candidatos teriam que ficar fora 3.750 para dentro então o exame seleciona bota muitos para fora e Uns poucos para dentro na sala de aula tem acontecido a mesma coisa a média de aproveitamento de números de alunos na na na educação brasileira ela tem sido eh em média 35% na no ensino fundamental no ensino médio quer dizer cada 100 alunos 65 não tem acesso a série subsequente então o que que acontece que os exames são seletivos eles são excludentes né por outro
lado a avaliação tem três características que são eh exatamente Opostas as três características dos exames então por exemplo o ar de avaliar é não pontual O que que significa isso significa que enquanto os exames cortam aqui e agora a avaliação leva em consideração o que estava acontecendo antes o que está acontecendo agora e o que pode vir acontecer depois depis então no ato de examinar a gente diz assim para alguém você não sabe mas no ato de avaliar a gente diz assim você ainda não sabe porque depois pode vir a saber meia hora depois 15
minutos depois um ano depois mas ele vai vir a saber se houver um trabalho educativo para ele né segunda característica por oposição aos exames enquanto os exames são classificatórios a avaliação É dinâmica então a avaliação não classifica ela diagnostica o que está ocorrendo para que haja a possibilidade de uma melhoria Então se deram muitos nomes à avaliação Então se diz assim que a avaliação é diagnóstica que ela é formativa que ela é dialética que ela é dialógica que ela é mediadora todos esses nomes Eh esses adjetivos que são atribuídos à avaliação todos eles são redundantes
Porque sendo avaliação Obrigatoriamente ela tem tem que ser mediadora dialética dialógica formativa etc etc então cada autor deu um nome um adjetivo a sua forma de entender a avaliação mas em todo caso a avaliação sempre tem essa característica da dinâmica porque ela propicia uma condição mais satisfatória né e a terceira característica que eu acho que é fundamental sinalizar é de que a a a avaliação é includente ela é inclusiva Ela traz para dentro enquanto que a prática do exame pode colocar alguém para fora você não sabe está reprovado sai a avaliação diz assim rapaz você
não sabe ainda mas vem para dentro que eu vou te ajudar a saber né então a avaliação é inclusiva ela sempre traz para dentro então as três características do ato examinar são exatamente Opostas as três características do ato de avaliar e pelo que eu entendo quer dizer na escola pelo menos na escola que nós imaginamos com uma escola mais eh inclusiva a examinar deve ser uma coisa não como hoje que é regra mas como exceção e e avaliar deve ser a postura mais permanente do educador então repara eh de fato a postura do educador deveria
ser permanentemente de avaliar né e não de examinar na medida em que o educador ele tem um papel do quê de acolher o educando nutrir o educando sustentar o E permitir que ele se desenvolva né ao passo que se eu pratico o exame eu coloco fora se eu coloco fora como é que eu ajudo alguém a se desenvolver então o papel do educador a meu ver é um papel de inclusão E aí se o ato de avaliar é o ato de inclusão o que corresponderia verdadeiramente ao papel do educador seria Ah o ato de avaliar
e não o ato de examinar daí que vem a expressão avaliação amorosa que o senhor couve é eu na nesse livro avaliação da aprendizagem escolar eu incluí um último capítulo que se chama assim avaliação da aprendizagem escolar um ato amoroso né Só que essa palavra amoroso ou amorosidade ela não pode ser confundida nem com pieguice né e nem com paixão uma coisa é paixão que é o arroubo do da ah FR diz assim que a paixão é o limite entre a sanidade e a loucura né ex ente porque a gente não tem estribeira na paixão
Faz Loucuras não é isso que eu tô chamando de avaliação como ato amoroso nem a preguiça dizer assim ah tudo tá certo tudo tá ótimo Não é isso o ato amoroso é um ato de acolhimento né na medida que eu incluo educando com as dificuldades que ele tem com as incertezas que ele tem com as dúvidas que ele tem com a a os limites que ele tem né eu incluo eh isso que é o ato amoroso e mais do que isso eu está ciente de que o meu papel é est dando suporte para que essa
criança esse adolescente ou esse adulto ele se desenvolva mais ele se torne mais senhor de si mais autônomo mais independente então o Ata amoroso aí no sentido de inclusão [Música] professor do ponto de vista histórico de onde vem essa tendência pro exame que que está presente nas nossas escolas bom a gente precisa observar o seguinte que a pedagogia que predomina na nossa escola vamos dizer assim a pedagogia predominante genericamente falando é claro que existe muitas exceções né Ela é uma pedagogia que foi sistematizada no século X junto com com a emergência da sociedade burguesa então
nós temos assim o o a sociedade burguesa ela ela vem se fazendo desde o século XI quando começa as primeiras feiras os primeiros Burgos que era o o ideal do comerciante livre né a possibilidade ir numa feira e vender o que quisesse comprar o que quisesse né isso começa com As feiras no século 12 13 e com com mercantilismo no século 15 16 14 15 16 se cria acumulação chamada primitiva do Capital que vai permitir gerar a revolução industrial no século XV e a emergência da sociedade burguesa então a escola que nós conhecemos agora é
a escola sistematizada no século 16 e o modelo de exame o sistema de exame que nós conhecemos ele também foi sistematizado no século X então quando era estudante de história da educação eu pensava assim ouvia falar assim Aristóteles criou uma escola peripatética no século V antes de Cristo portanto é 25 séculos aí eu ficava pensando assim como é que é ensinar 50 pessoas caminhando peripatos significa andar né então andar com 50 alunos por Jardim para lá e voltar com 50 como é que era isso ficava imaginando né e depois eu descobri que Aristóteles durante anos
sucessivos da vida dele teve um aluno só que foi Alexandre ele podia andar no Jardim sentar conversar bater papo olhar o passarinho a folha né essa escola onde um professor ensina muitos que se chama escola simultânea é do século 16 para cá e foi nesse período do século X que se montou montou esse modelo de exames que nós conhecemos o modelo de exame escolar exame existia né pro exército selecionar soldado etc na China por exemplo tem informações sobre exames para selecionar soldados para exército 3.000 Anos Antes de Cristo mas esse modelo de exame escolar Que
nós conhecemos ele é do século 16 então Eh foi a sistematização da pedagogia católica e da pedagogia protestante com Jesuítas com Jesuítas do ponto de vista católico e com comênio que ele era um bispo da do segmento dos irmãos morávios que hoje é Checoslováquia Então tinha uma comunidade chamada dos irmãos morávios ele era um bispo dessa comunidade Então essas duas eh sistematizações pedagógicas a dos pades Jesuítas e a de comênio foi que eh propiciou esse tipo de de exame que que nós praticamos hoje a escola jesuítica ela funcionava já nos moldes dessa escola que nós
conhecemos existiam provas orais existiam provas escritas como é que funcionava então a ordem dos pades Jesuítas ela foi fundada em 1534 e e ela foi ela era uma sociedade civil pra divulgação da fé católica Porque o protestantismo começava a emergir ela foi fundada em 15 1534 1515 Lutero tinha fixado as as Tais teses contra a Igreja Católica né nas portas da catedral de de wiberg né E então o que que eu n o fundador da da ordem de jesuí queria ele queria pregar a fé cristã criou Essa sociedade civil mas em 1540 6 anos depois
ela foi reconhecida como ordem religiosa e se transformou na hoje Companhia de Jesus 1548 eles começaram a trabalhar com educação e até hoje estão trabalhando com educação e aí eles construíram muitos colégios no mundo inteiro né Não só na Europa mas na China na Índia no Japão nas Américas né que que era o período dos dos descobrimentos eh e com esses colégios eles se perguntavam assim como é que nós vamos administrar isso tudo pelo mundo inteiro aí começaram a criar Normas em 1599 eles publicaram a última versão dessas normas que se chama rácio studiorum em
latim significa o ordenamento dos estudos essa esse documento era um documento de regras Então qual que era a conduta do professor de lógica o professor professor de retórica o professor de Filosofia o professor de gramática também do aluno aluno de gramática o aluno de filosofia o aluno de moral e assim por diante né e e e Então tinha capítulos existem capítulos da rudor específico para exame escrito exame oral pras provas provas escritas a forma de correção As bancas né e nessas normas tem algumas coisas que nós estamos fazendo até hoje por exemplo eh diz assim
eh o aluno Dev vir pra sala de aula trazendo todo o material do qual necessitará para fazer suas provas para não ter que solicitar nada a ninguém começar das provas Deve existir um silêncio não se deve falar mais com ninguém terminado de fazer a prova o aluno deve entregar a prova ao prefeito de estudos não Deverá retomá-la a não ser depois de corrigida se dois alunos sentarem juntos deverar prestar atenção sobre maneira esses dois alunos porque um poderá copiar do outro e daí não se sabe quem foi que fez a prova e quem copiou a
cola tem 500 anos então no mínimo né No mínimo então o o o a r studiorum definiu esse modalidade essa modalidade de exame As bancas examinadoras que hoje tem nós temos nos mestrados doutorados as seleções para pra universidade está na Rudi Então essa modalidade de exame foi um lado a lá por outro lado os protestantes né através de comênio sistematizou também um um modelo de de exame um modelo de examinar né com escreveu um livro que se chama didática Magna e foi publicado em 1632 na língua Teca em 1657 ele ele traduziu pro latim aí
se desou pelo mundo inteiro né e ele diz a mesma coisa tem uma frase que tá na didática Magna que nós professores dizemos muito PR os nossos alunos é assim estudem que senão vocês vão ver minha prova é para valer como ele fala isso na didática né então é uma repetição desse modelo então o professor também precisa conhecer comenos além de piag hoje em dia então repara eh eu acho que é importante disso tudo que a gente tá falando é importante duas coisas um eh observar que eh a pedagogia comeniana pedagogia jesuítica elas permaneceram como
uma tradição apesar de todos os outros teóricos que foram rompendo você falou em piag com piag com Maria Montessori com João di e com Paulo freira e tantos outros que romperam com a pedagogia tradicional mas a pedagogia tradicional permaneceu E aí vale a pena que toda educador conheça rud dioro né e não só conhecer or mas conhecer os efeitos da rud dioro como vale a pena conhecer eh comênio e os efeitos de comênio na história da educação então por exemplo do da da raça estudi ou da pedagogia jesuítica a gente não pode esquecer Eh vamos
dizer assim que um dia de de Educação na pedagogia jesuítica era um dia extremamente disciplinado Então como os colégios eram internos né os primeiros colégios e por muitos anos acho que por séculos né foram internos ou semnos um menino acordava 5 da manhã tinha toalete as orações um pouco de ginática e começava as aulas Então tinha uma aula de hora em hora cada aula Era assim uma oração uma preleção do professor exercícios correção do exercício tirar dúvida do exercício outra oração aí um intervalinho de 5 minutos e começava a outra outra aula oração preleção exercício
correção de exercício tirar dúvida e assim inteira né na parte da tarde os alunos tinham que estudar o que tinham aprendido de manhã e na parte da noite nas academias que eram as academias dos grupos de alunos né as pequenas sociedades dentro do colégio eles eram obrigados a discutir de noite o que tinam aprendido de manhã estudado de tarde e no sábado eles faziam a Sabatina Sabatina era a prova da semana de tudo que tinha se estudado durante a semana e se chamava Sabatina Exatamente porque corria no sábado hoje nós até chamamos assim Sabatina independentemente
ser no sábado na segunda ou na terça mas para a pedagogia jesuítica era sempre no sábado então a pedagogia jesuítica era uma Pedagogia da disciplina era não é né ela continua sendo claro que eles renovaram muito mas ela continua sendo uma uma Pedagogia da disciplina né por outro lado tem comênio das coisas que nós herdamos de comênio aprendemos de comênio estamos ainda utizando de comênio né que é a versão protestante da pedagogia do século do século X do século X então comio ensina coisas que são muito interessantes Por Exemplo foi comio que criou as reas
reha é um objeto que a gente leva para dentro da sala de aula do mundo real para que a criança o adolescente manipule aquele material e Aprenda com a realidade Então vamos dizer assim eu vou ensinar em biologia posso levar um coração de boi no açogue compro um coração e levo vou lá partir abrir vai ver ventrículo vai ver as conexões As veias etc etc né a enfim eh ou sei lá qualquer outra coisa Isso se chama reha isso foi comênio que que trouxe para dentro da da sala de aula porque comênio havia estudado os
empiristas ingleses que são filósofos que estão dizendo assim é preciso conhecer a realidade a partir da realidade material a partir da experiência então isso é um débito que nós temos a com né ou o livro ilustrado com foi o primeiro a fazer um livro ilustrado né Eh também o comio propõe que haja uma educação mista de homem e mulher juntos ele defendeu no século X a educação feminina que isso é uma é um er uma revolução né então tras coisas positivas agora tem algumas negativas né que estão presentes na nossa na nossa prática educativa e
tem a ver com avaliação e tem a ver com o exame né certamente porque ele tava atrás também da eficácia né El ele tava querendo que os alunos aprendessem e as primeiras formas que ele encontrou foram essas formas mais exigentes né De acordo com o tempo dele né Pois é então aí citando uma frase de de Hipócrates né que uma das coisas que Hipócrates fala que o indivíduo para se desenvolver ele precisa prestar atenção nas coisas como ele toma essa frase diz assim para que o aluno aprenda ele precisa de prestar atenção naquilo que eh
que tá ocorrendo E se o aluno tiver distraído ele não aprende então para fazer com que o aluno preste atenção o com diz assim use todos os recursos que estão disponíveis motivação e convite e também Gere o medo e aí então vem alguns exemplos que a gente usa ainda hoje por exemplo na aprendizagem da Leitura com diz assim mande todos os alunos abrirem o livro começa a chamar Aluno por aluno Não se preocupe se o aluno estiver lendo bem Vá passando de aluno em aluno de aluno em aluno até você encontrar aquele que não sabe
esse que não sabe deve ser objeto desqualificação por parte do professor se não servir para esse aluno essa qualificação vai servir para todos os outros porque eles terão medo e prestarão atenção né então o medo era um recurso eh fundamental para fazer com que o aluno eh se comprometesse com a sala de aula e nós usamos isso de outras formas o aluno faz uma pergunta a gente diz assim Veja uma pergunta idiota que ele fez ah não podia fazer uma pergunta mais interessante Então o que que acontece que nós continuamos usando essa modalidade comeniana comenio
tem uma frase sobre os exames que ele diz assim que aluno não se preparará suficientemente bem para as provas Se ele souber que as provas são para valer aí os nossos professores eu já disse isso algumas vezes na minha vida felizmente aprendi não dizer mais né mas já disse isso cuidado hein as minhas provas são para valer se vocês não estudarem vocês vão vão ir mal né que é uma ameaça permanente sobre isso é comeniano tá na didática Magna isso e diz que também provas tem provas que não são para valer né quando você diz
que algumas são para valer outras tá dizendo que outras não são Deia existir outras que não são para valer exatamente Tá certo sim tem uma coisa interessante que eh o comênio tem um outro livrinho bem pequenininho chama-se leis para boa rotação da escola que é semelhante a rast estudió né E neste teu capítulo sobre os exames ele disse que deveria haver exame na escola de hora em hora dia em dia semana em semana mês em quinzena em quinzena mês em mês semestre em semestre ano em ano então o aluno faria a prova o tempo todo
e além disso O com diz assim que todo o município toda a prefeitura todo distrito deveria nomear um personagem chamado escolarcapa e aplicar em cada escola para saber se a escola tá funcionando bem que é semelhante é o nosso o nosso Exame Nacional de curso atualmente no Brasil chama o famoso provão né e e imagino que todas essas regras elas vieram em função de um tipo de de convivência um tipo de relação social que existia nessa época na escola de hoje a gente precisa disso ainda para para ter ser tão semelhante com essa época então
repara a gente tem que observar o seguinte o século X o século X que tá na emergência vamos dizer assim na consolidação no início da consolidação da sociedade burguesa Eh esses séculos conviveram como uma coisa que era o fim da da Inquisição Então qual que era o meio de controlar o cidadão para ele não ser herético era inquisição denunciar pra inquisição da igreja católica sujeito era julgado sem muito direito à defesa era condenado e era sancionado publicamente numa praça pública Então ele era degolado ele era eh colocava um torniquete no braço na cabeça e apertavam
até o sujeito morrer ou então ele era queimado numa fogueira então era tudo muito trágico uhum com o nascimento da modernidade isso vagarosamente foi cedendo lugar pra disciplina então o os exames na no início do no decorrer do século XV do século X e até hoje ele é um forte instrumento de controle disciplinar baseado na punição no medo especialmente no medo Especialmente na ameaça né então se você você olhar o que que um professor faz usualmente ele vai sempre est ameaçando então estude senão vocês vão ver o dia das provas Cuidado que eu faço prova
difícil minhas provas são para valer ou então tô preparando umas questões que são muito interessantes vocês vão ver no dia da prova esse conteúdo de hoje conteúdo de prova são muitas falas dos professores que vão ameaçando e caminhando para esse disciplinamento exame se tornou um instrumento de controle da classe basicamente né com certeza então tem tem 30 anos que eu faço conferência nesse país sobre avaliação já andei por todas as capitais por muitas cidades do interior né e a pergunta que o professor sempre me faz assim se eu não tiver as provas como é que
eu controlo o aluno como é que eu faço ele estudar né Essa é a grande pergunta porque sempre as provas foram usadas como um recurso de disciplinamento E isso não é a toa Além da questão da Inquisição era uma questão assim de que o século X 17 18 e 19 são séculos disciplinares então ah no século X a gente tem o primeiro manual de civilidade manual de civilidade é um manual que regimenta a vida familiar agora a gente tem um livro aí na rua que se chama assim na sala com Danusa né que ensina como
sentar Como usar o guardanapo Como usar o gafo faca era isso um manual de disciplina familiar o primeiro deles é de 1545 a a gente tá século X E aí veio o disciplinamento da escola do hospital da cidade do exército etc etc então séculos de disciplina agora eu fico imaginando que o aluno se ele se baseia sua aprendizagem em função das notas em função desse instrumento de Corão a ess essa forma de examinar ela não afasta o aluno do Prazer do conhecimento também ou seja quando ele passa a estudar por causa da nota automaticamente ele
não cria uma resistência pelo Ender ele só aprende por eh pode ser cobrado por isso não tem uma função anti pedagógica eu eu pessoalmente penso como você tá pensando que ela tem uma função anti pedagógica né quantos de nós você eu eu acho que mais do que você e outros mais do que eu ainda em termos de idade vivemos essa essa essa forma radical de examinar e de pressionar através dos exames né ela gera um desprazer Então se numa conferência a gente Pergunta assim para as pessoas eh se lembre faça algum depoimento relativo a um
ressentimento que você tem de uma nota que você teve de uma prova que você todo mundo tem todos têm um ressentimento tem uma lembrança dolorosa em vez Então a educação ter uma um caminho prazeroso Alegre tem sempre essa coisa mais pesarosa Mas isso não é de graça também nós vivemos dentro de uma sociedade e que ela é marcada pela culpa o castigo e o desprazer então tem frase assim no dia a dia que diz assim tudo que a gente consegue sem sacrifício não vale nada né então uma coisa para ser boa tem que ter sacrifício
ou então você tá num ambiente social de trabalho de amigos ou então Eh especialment de trabalho aí tem alguém muito alegre conta caso brinca conversa né aí o outro que tá incomodado com a alegria do daquele que tá contando exuberante assim hoje é de alegria amanhã vai ser de choro é um ditado que tá na então é como se a vida só pudesse ser na base do sofrimento e os exames servem muito para isso né para dizer assim no fundo no fundo é como seu professor ou a educação dissesse Assim vocês podem brincar hoje mas
amanhã vocês vão chorar porque vai ter o exame né então ela tem muito esse lado doloroso e desprazeroso né E é claro que atua negativamente do ponto de vista eh da motivação do estudo da motivação da criatividade da motivação da inventividade E cria também uma um mito em torno do erro né desumaniza o erro como se não fosse legítimo errar né como se não fosse uma é o erro entra sempre na coisa do castigo né todo erro teria que ter um castigo que vem da da da nossa tradição ocidental Judaica e Católica ao mesmo tempo
né que tem essa coisa pesar o pecado original Ah o inferno o castigo Divino pelo pecado enfim essa essa esse jogo né de de erro culpa e castigo né que tá tá sempre em jogo na nossa experiência Agora eu preciso acrescentar que essa permanência dos exames não é só porque ela surgiu no século X é porque essa modalidade Responde ao modelo de sociedade que que que tava Nascente no século X mas que hoje ela tá consolidada que é a sociedade burguesa Então se a gente olhar a sociedade burguesa ela exclui né a vamos dizer assim
5% da população tem dinheiro 95% Não tem dinheiro tem uns 25% a classe média que trabalha muito se lasca para ter um dinheirinho ter o pão em casa o leite etc né 70% da população é marginalizada que que fazem os exames a mesma coisa tem alguns que são os exímios hum uns 30% aí mais ou menos que os outros são supostamente os ignorantes porque eles não ultrapassam os limites dos exames e disser sentido o professor também não é avaliado o professor também é examinado também com certeza pelos critérios com certeza com certeza primeiro na formação
né na nossa formação quantas vezes nós fomos examinados eu gosto de fazer um estatística que é meia jocosa né mas ajuda a gente compreender isso imagine um aluno de de de oitava série no ensino fundamental ele tem nove disciplinas no ano letivo um ano letivo tem quatro bimestres né de dois em dois meses ele tem uma nota eh no primeiro bimestre ele tem pelo menos um teste e uma prova nesse sistema de exame no segundo também no terceiro também se são eh num ano ele tem pelo menos oito exames por cada disciplina se são nove
são 72 exames oficiais durante um ano letivo agora acrescente aí os chamados teste surpresa teste relâmpago o nome já é terrível teste surpresa é uma coisa boa mas um teste surpresa na escola é uma tragédia relâmpago É a coisa do qual nós todos tememos porque ele bate e mata E aí me chama esses testes de surpresa de Relâmpago somando isso tudo nós temos 100 testes oficiais 100 provas oficiais num ano letivo para uma criança o ano letivo tem 200 dias se são 100 provas oficiais é como se fosse um dia sim um dia não de
prova imagine em 15 anos de escolaridade são 7 me 7 anos e meio de provas né então é demais né é demais então Professor luques pra gente sair desse modelo da examinação ah a gente começa a pensar também numa nova escola e uma nova escola pressupõe Uma Nova Visão da educação e do aluno o que que busca avaliação a verdadeira avaliação que ser humano que se Procura então pra gente eh falar de avaliação eh e na contraposição dos exames importa a gente observar o seguinte que os exames eles estão ados na pedagogia tradicional né então
a pedagogia tradicional é essa pedagogia que tem seu assento no século XV no século X e essa pedagogia ela tem como fundamento uma um entendimento filosófico do ser humano de que eh o ser humano é dado pronto então aquela ideia de que o exame é pontual aqui e agora esteja pronto aqui e agora porque é isso que vale a ver com isso esteja pronto né esse é o assento filosófico da pedagogia tradicional então aí o exame dá adequadamente se eu concebo o ser humano como pronto o exame exige que o sujeito esteja pronto pontualmente né
E esse entendimento do ser humano eh Pronto está no nosso dia a dia então por exemplo ditados populares Como assim filho de quem é filho de peixe peixinho é pau que nasce torto morre torto aquele sujeito é tão ruim que se for queimado a cinza ainda é ruim e frases semelhantes a essa que são ditados populares é de Pequenino que se torce pepino como é que é É de Pequenino que se torce pepino ah de Pequenino que se torce exato se torce pepino exatamente Então são frases que revelam essa postura n por outro lado no
ensino o professor de quinta série diz assim eu queria meus alunos prontos na quinta série tem que chegar pronto primeiro ano do ensino médio tem que chegar pronto na universidade ele tem que chegar todo mundo que a gente pronta né esse é o fundamento da da pedagogia tradicional né e com esse fundamento eh os exames são adequados porque eles são pontuais agora paraa avaliação que é dinâmica que é construtiva que tem uma perspectiva de de processo os exames não funcionam então e nem funciona essa para trabalhar com com avaliação é preciso também uma pedagogia que
conceba o ser humano em construção em movimento dinamicamente sendo construído então aí a gente tem que tomar também uma outra direção pedagógica eu prefiro chamar assim uma pedagogia construtiva que não necessariamente ela é construtivista mas por exemplo a pedagogia do Professor Paulo Freire é construtiva porque ela tem uma visão caminho histórico pedagogia histórico-crítica é construtiva a pedagogia piagetiana é construtiva a pedagogia montessoriana nesse sentido de que ela não não não toma o ser humano como um ser pronto mas como um ser em movimento e se eu admito que a avaliação como nós definimos lá atrás
nessa fala aqui que a avaliação é um um ato que subsidia a obtenção de um resultado mais satisfatório do que ele está ocorrendo agora eu só posso buscar esse resultado mais satisfatório se eu tiver entendimento que é possível ter esse resultado mais satisfatório que portanto tem a ver com o movimento tem a ver com a construção então a pedagogia também para funcionar com avaliação não pode ser a pedagogia tradicional tem que ser uma pedagogia que tem uma outra base que leva em consideração o movimento de desenvolvimento do ser humano a possibilidade dele se autoc construir
assim por diante porque a avaliação subsidia a construção O senhor já escreveu também que o ser humano se desenvolve por dois princípios organizativo e formativo ou melor formativo organizativo nessa o que que isso significa Então dentro dessa perspectiva que tava falando de que o ser humano é um ser em desenvolvimento Então tem um autor inglês el criou uma área de psicologia que ela se abriu também PR educação de um livro dele chamado correntes da vida ele diz assim que o ser humano se desenvolve através de dois princípios um é o formativo e outro é o
organizativo que que é o princípio formativo é o eixo o eixo de autodesenvolvimento então cada um de nós busca uma autonomia né cada um de nós busca um um A nossa tendência natural vamos dizer assim é de buscar autonomia né então a gente é nasce tá dependente da mãe depois começa a andar começa depois vai pra rua depois o grupo de amigos depois a vida profissional a vida adulta os nossos pais morrem a gente permanece então o caminho da Autonomia né esse é o eixo então o que que é o princípio formativo é cada um
se tornar independente e autônomo só que a gente não se torna Nenhum de Nós nos tornamos independentes e autônomos sozinhos mas sim na interação com o outro nãoé e essa interação esses que compõem o meio ambiente as pessoas e parentes pais e tios avós professores vigários administradores todos esses que compõem o nosso entorno compõe o princípio eh organizativo Só que alguns têm papel especial o educador tem um papel especial como princípio organizativo pro seu aluno porque ele vai acolher o aluno ele vai ensinar o aluno ele vai confrontar o aluno ele vai ajudar o aluno
tá se organizando né ganhando sua forma para ser um cidadão autônomo e qual é o papel do professor nesse dentro dessa Nova Visão de escola Quais são as atitudes básicas de um professor desse ponto de vista da avaliação em relação ao aluno então eu eu penso o seguinte que eh em primeiro lugar o professor é aquele que acolhe o aluno do jeito que ele é branco preto Gordo Magro Vermelho Punk ele acolhe o o aluno né sábio não sábio com dificuldade com facilidade ele acolhe além de acolher ele precisa nutrir com seu saber com a
sua experiência com o seu conhecimento com seu afeto né Mas além de nutrir ele precisa de confrontar então o que que é confrontar e poder diagnosticar aquilo que tá ocorrendo com o aluno e está sinalizando para ele Ó Será que não tem outra possibilidade Será que você está fazendo o melhor caminho para você será que não tem outra possibilidade E aí que entra avaliação ou seja diagnosticar aquilo que está ocorrendo e poder est sinalizando dialogicamente para essa criança esse adolescente ou esse adulto como é que ele pode estar se organizando então o que que a
avaliação faz ela diagnostica para reorientar então numa pedagogia construtiva o papel do do do do do educador é acolher nutrir sustentar né a experiência e com confrontar O Confronto no confronto que tá a avaliação confronto não quer dizer antagonismo ele é mais um jardineiro e menos um juiz exatamente então o o na pedagogia tradicional e na experiência tradicional há um antagonismo entre educador e educando Não é disso que eu tô falando tô falando do do confronto É confrontar amorosamente no sentido de que eu posso acolher o que tá ocorrendo e tá sinalizando para ele que
tem outra possibilidade né ao passo que não antagonismo é isso que você fez não vale nada isso é uma bobagem veja que idioti veja que coisa horrível que você fez e aí é o antagonismo Né Prof Professor cicen tudo isso é é perfeito assim faz muito sentido eu acho que todo educador sabe sente o quanto isso é verdade mas eu imagino também que Deva criar uma certa inquietação nos professores que que escutam essas palestras porque certamente demanda uma uma um envolvimento uma doação uma atenção maior do professor para todas as as questões que envolvem avaliação
no dia a dia da escola O senhor vê condições que um professor com como qualquer outro professor do Brasil qualquer região mude sua atitude e e passa passe a adotar a a visão do do avaliador e não do examinador você sen vê essa possibilidade bom possibilidade existe agora é difícil porque vamos dizer assim as nossas condições de ensino as condições materiais de ensino a quantidade de alunos na sala de aula Ah enfim tudo que tá em torno dificulta muito praticar um um ato de avaliação construtiva né então 50 alunos 60 alunos na sala de aula
esses fatores os baixos salários né esses fatores todos estão presentes nessa dinâmica ao lado dessas coisas do dia a dia essas coisas Eh vamos dizer assim as condições materiais de ensino né Eh a gente tem uma uma questão fundamental que que atravessa aí que é a tradição dentro do qual está situada a nossa educação a nossa educação como ela se assentou no século 16 1 18 19 chegou até agora Ela tem uma característica fundamentalmente Iluminista e a visão do Iluminismo é de que a aprendizagem é conceitual não é aprendizagem pra vida não é da conduta
né e mas é só cognitiva então o que que ocorre num num num num teste é que o indivíduo repete conceitos mas ele não sabe pra vida e muitíssimas vezes uma aprendizagem que se deu na escola o sujeito tirou nota 10 ele na conduta ele não leva nada pro dia a dia então recentemente recentemente uns TR anos passados vi no jornal que um professor de ética do curso de direito no Paraná foi preso como estelionatário então ensinava a ética conceitualmente ele sabia tudo direitinho né Mas na vida prática ele era um estelionatário um criminoso então
Eh conhecimento e vida não se juntam aí chega para avaliação pra gente levar em consideração esses elementos da vida para formar o cidadão e não só repetir os conceitos numa provinha É muito mais fácil Pedir para que ele repita o conceito numa provinha e corrija do que tá atendo a dinâmica desses fatores todos para além de prestar atenção no conhecimento trabalhar para que esse conhecimento se transforme em condutas do dia a dia então é muito mais trabalhoso existe ex Exige uma necessidade de vínculo de comprometimento da relação professor aluno muito diferente daquela do professor chegar
lá na frente senta no seu birô no seu estrado ele faz a sua fala faz a sua conferência e pronto e aí depois com uma provinha para ver o que que sobrou então é como você diz é muito mais trabalhoso claro que é muito mais trabalhoso e isso vai exigir uma formação que ainda infelizmente as nossas universidades né e as nossas escolas de formação do magistério que funcionaram até agora que não vão funcionar mais porque a lei Eh vamos dizer assim transformou todo todo toda a formação pedagógica ensino superior eh ela ainda é iluminista ela
ainda trabalha com o conceitual Então vagarosamente a gente vai ter que est formando gente que esteja comprometido com essa nova forma ou com essa nova com uma forma mais verdadeira e mais humana de ensinar de Educar né que leva em consideração conhecimento e vida Isso vai exigir formação de gente aind e mudar essa postura quando a gente fala em passar de de exames para avaliações implica em mudar os instrumentos ou a prova o os recursos que normalmente o professor usa também pode ser instrumento de avaliação repara não necessariamente nós precisamos de mudar os instrumentos agora
nós precisamos mudar a postura de uso né então Eh o que que os instrumentos fazem os instrumentos detectam dados da realidade Quais são as realidades é a realidade da aprendizagem do aluno ele aprendeu ou ele não aprendeu ele sabe ou ele não sabe ele tem informação ou ele não tem ele faz análise ou ele não faz não é então o instrumento seja ele uma prova escrita com questões abertas ou questões fechadas ou um teste uma redação uma monografia ou uma arguição oral todos eles são recusos assim deixa eu ver como é que ele está manifestando
a aprendizagem que ele teve qualquer instrumento faz isso né então paraa avaliação também é necessário se eu vou eh se eu vou eh vamos dizer assim qualificar dados da realidade para Tom Tom uma decisão de como essa realidade pode vir a ser melhor então eu preciso de coletar dados dessa realidade então eu vou precisar de instrumentos e os instrumentos podem ser esses mesmos que estão aí o que vai ser diferente é a postura em vez de eu usar Esse instrumento como uma prova para aprovar ou reprovar eu vou usar esses instrumento como manifestação da conduta
do aluno o desempenho do aluno para diagnosticar se ele tá tendo um desempenho satisfatório ou não se ele tiver um desempenho satisfatório ótimo ou o que pode ser feito ainda para ele melhorar mais e se ele tiver um desempenho insatisfatório o que que vai ser necessário fazer para que ele saia dessa insatisfatorias instrumentos A questão está na postura os exames tem muito a ver com uma postura autoritária Eu sei eu comando eu julgo eu defino eu professor eu educador na avaliação tem uma postura muito mais dialógica eu tô aqui do seu lado para você aprender
tô te ajudando Olhe isso Olhe aquilo veja aquilo estude mais isso tô aqui do do teu lado para te ensinar isso para você dar um passo à frente então a a a a avaliação volta aquela aquela questão que eu dizia ela é construtiva né bom para um para um professor pess que quera dar o primeiro passo nesse sentido acho que é é começar por um bom planejamento né para avaliar também existe que se planeje eh como fazer isso ao longo do ano em quantas vezes e de que forma eh como o professor pode começar a
planejar uma nova avaliação é eu eu diria assim eu concordo com você que é pelo planejamento mas acho que tem uma coisa antes do planejamento que é o professor se sentir incomodado com aquilo que ele faz porque se ele tiver incomodado e achar que tá tudo bem aquilo que ele faz que ele tá correto que ele faz o melhor que pode que é isso mesmo que não tem outra saída O que é isso é correto ele não vai mudar então acho que uma primeira coisa fundamental é o professor se senti incomodado né com aquilo que
ele faz com os atos que ele tem com a conduta que ele tem com a relação que ele tem com os alunos Essa é a é a questão básica que vai propiciar a Mud interna se ele tem uma disposição de mudança interna Aí sim vem o planejamento que é se eu quero fazer uma coisa nova Qual é a decisão que eu tomo para fazer ter essa experiência nova ter esse caminho novo e aí o planejamento que é o ato decisório pelo qual o o eu o educador ou quem se propõe a fazer uma coisa nova
vai ter que se dedicar porque o planejamento é um ato de decisão né decisão diante das condições existentes o que que se pode fazer pro Futuro Então esse é um ato fundamental onde vai se planejar utilizando uma determinada teoria pedagógica seja piagetiana freiriana montessoriana seja lá qual for né que que esse educador essa escola seja mais vinculado né essa teoria aí planejar aí conteúdo que vai se trabalhar as habilidades que vão ser devem ser adquiridas né os exercícios que vão ser praticados as condutas disciplinares que vão ser necessárias então o planejamento é um um ato
fundamental A partir dessa disposição e do desejo da mudança se o planejamento não for relativamente bem feito dificilmente a gente vai poder num dado momento dizer assim eu tô avaliando e avaliando o quê que resultados se eu não planejei aí qualquer coisa que vier pode ser bom ou pode ser ruim ou eu posso no meio do caminho dizer assim ah não era isso que eu queria ou era isso que eu queria ou era outra coisa que eu queria mas eu não tenho nenhuma clareza do início que é o planejamento Então quando você diz assim iniciar
por planejar Eu concordo com você na medida que haja um incômodo anterior né da da necessidade da mudança e esse planejamento pode incluir um diálogo com os alunos ou seja os alunos podem ajudar por de alguma maneira a colher os critérios e os instrumentos da avaliação então eh acho que duas coisas que a gente tem que falar né uma é que ou até três né uma que o planejamento é necessário Como dizia anteriormente que é um ato decisório né E como ele é um ato decisório é ele que define aquilo que nós vamos construir Ou
pelo menos que desejamos construir no decorrer da ação e aí no no caso da ação pedagógica Portanto ele é um ato eh cientificamente conduzido e politicamente conduzido e Tecnicamente conduzido Então tem que ter uma ciência pedagógica que sustenta esse planejamento ten que ter uma ideologia política que me faz comprometer com esse ato de planejar e de Executar a educação e por outro lado uma técnica consistente de planejamento né Eh porque o planejamento vai permitir exatamente o que que eu vou avaliar vou avaliar resultados que eu defini como como eh projeto como sonhos como desejos né
então planejamento tem que ter um Rigor acho que um Rigor científico um Rigor ideológico e um Rigor técnico agora isso não necessariamente ele precisa ser feito só pelo professor a tradição escolar é de que o professor faça o planejamento ele que e até usualmente Neme se faz planejamento né usualmente é mais preenche um formulário que vem da direção da escola ou da secretaria tem lá objetivos conteúdos atividades etc mas sem muito comprometimento verdadeiro com com esse ato decisório do ponto de vista científico do ponto de vista político ideológico e do ponto de vista técnico preenche
e depois esquece né mas o planejamento seria um ato um ato consistente porque ele vai encaminhar a e vai encaminhar a avaliação né Aí você traz a fala assim e e seria de ser feito o planejamento deveria ser feito ou poderia ser feito só pelo educador ou no diálogo entre professor aluno da forma como a escola está montada né quando o professor começa a trabalhar com os alunos o ano letivo já tá em andamento então ele tem que chegar com um pelo menos com um planejamento prévio pronto eu acho que nada impede até saudável que
ele venha dialogar com seus alunos sobre esse planejamento prévio porque vamos dizer assim eu vou trabalhar com alunos eh da oitava série mas quando inicio o semestre o ano letivo em março o professor já tem que ter ter feito o planejamento para iniciar o seu trabalho então ele tem um planejamento prévio Mas isso não impede de jeito nenhum e é saudável que ele venha dialogar com os alunos O que não quer dizer que eu acredito assim que o aluno Deva definir mesmo porque ele não tem eh um um aporte teórico uma visão teórica e prática
daquele conteúdo com o qual ele vai trabalhar para ele tomar decisões mas ele pode partilhar e pode dialogar porque aí entra um papel do educador como aquele que por estar mais desenvolvido mais organizado Ele deve estar chamando convidando a dar um passo à frente a passo que se o planejamento for feito só no nível do aluno Qual é o convite que o aluno vai se fazer a ele mesmo para dar um passo à frente então pode ser dialógico claro mas o educador tem um papel fundamental nesse planejamento a meu ver inclusive de manter o Rigor
daquilo que foi planejado porque avaliação não pode ser confundida como vale tudo né isso então manter o Rigor na execução né e manter o Rigor na dos resultados porque de de de alguma forma ou De toda forma a educação deve não só ser processual Mas ela tem que manifestar resultados que são os estágios e os patamares de desenvolvimento do educando Imagino que todo Professor Deva perguntar para você mas eu posso abrir mão da nota é possível abrir mão da nota na sala É muita pergunta sobre isso como você tá dizendo em todo lugar se fala
e se pergunta isso como que que eu faço para dar nota eu pessoalmente digo assim dê nota não é e a Razão de de falar meio simpl M dê nota é porque a nota é só uma forma de registro a a função da nota é registrar o caminho d o testemunho social de que esse aluno fez um caminho dentro da escola e ele obteve determinados resultados resultados positivos então se eu se eu eu poderia registrar essa nota ou melhor resultar esse registrar esse percurso de aprendizagem do aluno através de um relatório escrito de um de
uma resenha escrita mas historicamente se escolheu uma forma sintética e simbólica de eh registrar o resultado da aprendizagem através de símbolos numéricos então o dois não é qualidade dois dois é um símbolo numérico que registra uma qualidade da aprendizagem E aí eu fico pensando assim se um aluno ele foi ensinado ele foi acompanhado por um processo de avaliação ele foi reorientado ele foi acompanhando ele foi produzindo eh eh estágios sucessivos de resultado O que que a gente precisa ficar naquela miazinha então quro com com 6 10 dividido por 2 dá c e eu não posso
dizer assim olha na minha escola o cons M aluno ser aprovado no final do ano é n Ele veio pra escola ele se interessou ele se dedicou ele investiu ele aprendeu não aprendeu uma maravilha não é uma excepcional aluno do ponto de vista qualitativamente superior mas ele é um aluno que aprendeu tudo que é necessário que não se D el sem sombra Dea nenuma oess porque quer ter um papel na mão que se chama prova Contando os pontinhos item por item para fazer uma miazinha no final e dar pro aluno mas se ele tem um
desempenho relativamente adequado porque não dá sete se for sete ou oito se for oito porque aquilo é só um registro do percurso o que ocorreu historicamente que a nota passou a ser a própria aviação né na na rá studiorum da qual nós falamos anteriormente os você diziam o seguinte que a o resultado da aprendizagem de um aluno podia ser registrado ou dizendo assim que ele era eh reprovado aprovado ou Médio eram os três três níveis o reprovado não podia ir pra classe subsequente o aprovado ia e o médio ia pra classe subsequente mas com a
possibilidade ele voltar para anterior era um purgatório é um purgatório exatamente a ideia é essa chamava-se mediania mas aí ele diz assim que esse essa aprendizagem esse resultado também podia ser registrado em números de 0 a se é 0 1 2 3 4 5 6 e com o tempo isso passou a ser de zer a 10 e a nota passou a ser o fator mais importante do que o diagnóstico e aí então toda essa essa preocupação que nós temos com a minha nota que o aluno pergunta ou o professor diz assim você tir uma nota
baixa ou o professor usa nota como recurso de ameaça e coisas semelhantes o senhor acredita que uma avaliação mais amorosa mais inclusiva possa gerar indisciplina à medida que os alunos não tenam medo mais de de de ser reprovado repara dificuldades nós vamos ter né porque toda a tradição da qual nós nós vios a tradição familiar na qual a gente vive é uma tradição muito disciplinada né externa se não tiver o vigilante ali a gente não obedece né tá aí visível a corrupção no Brasil não tem a vigilância sobre o dinheiro dinheiro soma né quando quer
ter a vigilância é tão difícil como a gente tá vendo Então a na nossa sociedade na sociedade burguesa a a vigilância passou a ser uma coisa fundamental né E aí tá no sangue já desde a criança até o adulto que tem a vigilância então se não tiver a vigilância parece que não vai ter aprendizagem não vai ter resultado então uma conduta mais amorosa é uma conduta mais construtiva ela vai demorar um tempo pra gente pra gente investir e produzir essa experiência na sociedade eu acho que nós educadores não não podemos temer essas dificuldades porque afinal
de contas nós não somos nós educadores não somos nem detetives nem Delegados nada disso nós somos educadores Então se um aluno trapassar eu acho que vale a pena trabalhar com ele essa atitude de trapassar e não por simplesmente castigar colocar fora expulsar da escola ou coisa semelhante na a atitude amorosa vai dar mais trabalho mas ela será profundamente mais construtiva porque o educando na medida que ele seja acolhido e confrontado a partir dessas atitudes da trapassa do desvio da indisciplina da do não cumprimento de uma tarefa etc na medida que ele for ele vai internalizar
a qualidade nova por um desejo dele e não por simplesmente porque o professor tá dizendo o diretor tá coibindo o pai tá ameaçando coisas semelhante então é mais trabalhoso Com certeza mas profundamente mais os pais devem se envolver também porque Imagino que os pais guardem na memória aquele aquele tipo de avaliação aliás aquele tipo de exame que é o mais tradicional possível ele não estranha quando o filho dele começa diz que por exemplo não tem prova que ou que a prova é diferente ele não vai cobrar do professor Uma postura mais rígida repara eh os
pais nós eh nós pais e os nossos pais ainda foram formados na tradição jesuítica né então a mentalidade que tá presente nos adultos nos pais e na nas gerações anteriores é essa mentalidade de que a prova tem que ser dura para castigar para indivíduo obedecer para ele aprender e assim por diante então para uma prática avaliativa numa escola verdadeiramente avaliativa os pais precisam ser educados ou re re educados para eles entenderem isso que a escola tá querendo fazer porque por princípio se eu fui educado no modelo de de de de escola onde a autoridade onde
a disciplina imposta externa e aversiva foi a que predominou é isso que eu vou querer reproduzir e querer que seja reproduzido pro os meus filhos né Então eu penso que o pai os pais precisam ser educados as escolas deveriam aproveitar o que se chama reunião de Pais e Mestres exatamente para fazer isso levar conferencistas debates diálogos estudos né dentro da escola oferecendo isso pros pais para estar mediando né acredito que os meios de comunicação poderiam fazer isso para levar para dentro das famílias né essas discussões como fica a reprovação dentro desse conceito de avaliação ela
continua existindo em princípio não deveria existir a reprovação em princípio né Se eu tivesse condições materiais de ensino adequadas não existiria reprovação com o sistema de avaliação porque a cada dia se estaria buscando um resultado mais satisfatório todo dia estaria se construindo mais a aprendizagem então chegaria no final de letivo já que a escola é seriada de ano em ano com uma qualidade que esse aluno seria Obrigatoriamente promovido porque ele aprendeu ele manifesta um desempenho todavia como a gente tá no no no nós estamos numa fase de trânsito estamos com condições de ensino inadequadas insatisfatórias
infelizmente tem reprovação ainda porque se um professor trabalha com 60 alunos e ele não nem consegue dar atenção a todos porque são muitos e ele não pode acompanhar alguns não atingirão o mínimo necessário de conhecimento então V existir reprovações mas não por causa da avaliação e não por causa da pedagogia mas por causa das condições materiais ensino mas mesmo assim a reprovação não é como jogar alguém de volta pro inferno é uma reprovação onde o aluno aprende mais sobre sobre si mesmo e mais do que isso se se um professor mesmo com 50 alunos na
sala de aula ele tiver Atento e construir um um bom instrumento de coleta de dados paraa avaliação que seu teste a prova um bom bem feito com linguagem Clara precisão com conteúdos essenciais aplicado com amistosidade corrigindo etc etc ele vai est eh eh reorientando os alunos a partir desse diagnóstico ele vai estar construindo não é eh mesmo que seja para 60 alunos ele estará dando um feedback estará dando um retorno de onde é que eles tiveram maior carência onde é que eles têm necessidade de estudar mais de buscar mais caminhos de aprender mais então o
o o com um processo de avaliação nós diminuímos muito a reprovação ainda que possa continuar ocorrendo num nível muito menor e e também a mentalidade do educador vai mudar muito né que ao invés de estar atuando em função do castigo tá atuando em função da alegria que é completamente diferente certo até em função da nova não tão nova mas da da última LDB as escolas devem agora encaminhar um projeto pedagógico devem formul um projeto pedagógico a avaliação deve ser um capítulo especial desse projeto não é a própria leja tem capítulos especiais para Ou pelo menos
artigos fundamentais pro Ensino Fundamental pro Ensino Médio para ensino superior né então eu acredito que em qualquer projeto pedagógico deveria eh não só em função do espírito da lei Mas em função do próprio do próprio caminho da prática pedagógica do projeto pedagógico Nós deveríamos ter em cada projeto pedagógico uma uma sistemática de avaliação que é diferente de uma sistemática de exame como nós eh definimos aqui anteriormente e a Lei dá bastante liberdade para que cada escola escolha suas formas de avaliação né muito a a a última lei diretriz de base de educação abriu todas as
portas para avaliação e avaliação processual avaliação contínua eh promoção progressiva reaproveitamento escolar eh avaliação a partir da maturidade do educando para ele ser inserido numa série subsequente então a lei abriu muito as portas eu acho que depende de nós educadores eh não temermos as portas que a lei abriu poder utilizar essas portas que a lei já abriu nós educadores temos um hábito de dizer assim não dá para fazer um sistema de avaliação porque a lei proíbe a lei não tá proibindo nada a lei está aberta né ainda sobre os instrumentos de avaliação o que o
professor pode pensar mais para enriquecer sua suas formas de avaliação e e quando que ele deve usar o exame porque eu imagino que o exame tem essa utilidade específica né sim então repara eh o acompanhamento do processo da da construção do do conhecimento da aprendisagem da conduta dos valores ela vai implicar em ter instrumentos de acompanhamento né então Eh existe agora uma uma experiência chamado os portfólios por exemplo né que é ir acumulando as tarefas que o aluno foi fazendo ele vai construindo um portfólio o professor e o aluno vão dialogando a partir disso o
o aquilo que tem de positivo aquilo que tem de negativo aquilo que pode melhorar né que é um instrumento a ser utilizado porque é um instrumento de acompanhamento e construção né Eh existe uma outra experiência agora que são chamados diários né então o o próprio aluno faz um diário diz assim eu estudei tal lição de matemática Não entendi tais coisas compreendi tais coisas inventei tais coisas e depois ele entrega esse diário o professor lê dá muito trabalho isso mas é muito rico porque depois o professor responde no próprio diário Observe isso Observe aquilo Observe aquilo
então é são modalidades que a gente pode estar nós educadores podemos estar manipulando não só manipulando podemos inventar muitas outras que são recursos de estar Eh vamos dizer assim acompanhando educando no seu processo de construção feiras eh trabalhos feira de ciência arguição teatralização eh teatro escolar eh excursão e depois relato da Excursão eh tudo pode ser muito útil pro processo de avaliação porque o objetivo da avaliação não é aprovar ou reprovar é construir então eu posso diagnosticar para construir através do portfólio através do diário através do teste se ele for utilizado como recurso e coleta
de D para avaliação do caderno de de que o aluno vai preenchendo e fazendo durante a vida escolar das tarefas que ele vai cumprindo da convivência dele então tudo isso serve tudo isso é muito útil né pro processo de acompanhamento de construção e tem lugar nisso também o exame Pois é essa era outra parte da sua pergunta né se tem lugar o exame tem seu lugar na medida que nós falarmos do exame e da avaliação no início dessa dessa nossa conversa dessa nossa fala aqui claro que o exame tem algum lugar né Eh na vida
social tem muitos lugares então por exemplo eh o Banco do Brasil vai fazer um concurso a Caixa Econômica vai fazer um concurso a Secretaria Municipal de Educação vai fazer um concurso ela tem 30 vagas para tem vagas para 30 30 profissionais só que existem 3.000 candidatos ela não pode pode assimilar 3000 candidatos o que que ela vai fazer um exame para selecionar 30 profissionais PR as 30 vagas e evidentemente aqueles que nesse exame tenham um melhor desempenho seja um desempenho escrito seja um desempenho na conduta não necessariamente um exame precisa ser uma prova né certa
vez eu vi lá em Salvador um concurso para professor que durou 60 dias então fez uma prova escrita fez uma prova de redação depois ele teve uma semana de aula ele deu aula junto com os colegas ele foi avaliado e assim por diante foram muitas atividades durante 60 dias pelas quais ele passou passou sendo examinado fo um exame porque chegava no final uma seleção mas só que não era só uma prova escrita mas é um exame então o exame tem suas utilidades e na na não no no não tem sua utilidade assim no processo de
um ano letivo no processo da construção aí não tem utilidade nenhuma agora no momento de de de avaliar eh a configuração o perfil de desempenho de alguém o exame tem sua utilidade porque é naquele momento eu estou demonstrando o perfil que eu já produzi então por exemplo a no âmbito da Medicina por exemplo Sociedade dos anestesistas a sociedade doss infectologistas a sociedade dos sei lá pneumologistas dos cirurgiões etc eles têm um chamado Exame de Ordem né então o sujeito mesmo sendo médico mesmo ali sendo um profissional já bem sucedido para ele pertenci Essa sociedade receber
um documento um testemunho de que ele é competente na área da naquela área ele faz um exame de ordem então ele é útil e em experiências como por exemplo muitos países europeus tem um chamado exame de Ensino Médio quando o aluno termina o ensino médio ele faz um exame geral sobre os conhecimentos e as habilidades de um ensino médio para configurar o perfil que ele já tem né não necessariamente isso tem que ser para aprovar ou para reprovar Pode até ser para isso né mas é mais para permite configurar um perfil e dizer assim esse
sujeito tem já esse perfil construído né enfim Professor lues Nesse contexto de transformação da escola onde a escola começa a procurar novos parâmetros novos paradigmas a a variação pode ser a semente pode dar o start desse processo ela pode ser um instrumento de transformação então repara qualquer qualquer ponto que a gente tome da prática educativa ela auxiliaria fazer esse caminho agora como avaliação nos últimos 40 30 40 anos não só no Brasil mas na Europa nos Estados Unidos na Rússia né vários lugares no Canadá vários lugares do mundo na América Latina e ela tem sido
um foco de de atenção muito grande pelo fato da dela ter ficado da da avaliação ficada muito vinculada ao exame e ao autoritarismo que traz o exame ela pode ser umum instrumento fundamental de transformação porque pra gente praticar para nós praticar uma avaliação é preciso mudar a a pedagogia Portanto o planejamento a execução né da prática pedagógica precisa mudar o projeto pedagógico e assim por diante então a avaliação Obrigatoriamente ela conduziria um conjunto em torno dela um conjunto de outros fatores educacionais deveriam ser ser modificados Então ela pode ser um um canal né um canal
de convite a transformação a modificação a renovação e a busca de uma nova modalidade de escola [Música] l [Música]
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