[Música] bom dia bom dia a todos bom dia B dia a todas Bom dia a todos ah fico muito feliz que hoje estamos no no terceiro evento do curso de extensão museus sujeitos e territórios em diálogo hoje o terceiro encontro é eh sobre o tema museus e comunidades eu sou apenas um moderador mas é um prazer para mim Eh que eu estou aqui dentro de tantos ilustres pessoas que fazem de fato um trabalho eh Fantástico eh não sei se todos já participar nos outros eventos gostaria de apenas eh explicar Talvez o também os trâmites ou
digamos a como como vamos trabalhar hoje eh eu vou apresentar cada eh dos eh dos apresentadores e temos um debor que também vou apresentar e cada um tem eh 15 20 minutos e depois o debate depois Eh vamos continuar dependendo eh que tudo se desenvolveu e eh nesse sentido vamos ter também uma sequência eh de das três pessoas mas eu acho que não precisa fazer a sequência vocês percebem essa sequência então é um grande interromper pode OK desculpa interromper eh é a voz de Deus aqui falando deusa feminina é o seguinte eu t vindo com
eco não sei se tá com eco para Tod estão ouvindo Eco também gente não então ok pode continuar e deve ser outra falha eu vou resolver aqui que bom que não tá para todos eu só quis evitar tivesse com para todo mundo Desculpa imagina-se só deusa tinha eco então isso fala também algo então Eh tô feliz que eh temos como primeiro primeiro apresentador o Marcos Tolentino eh do acero pajuba São Paulo em São Paulo ele é graduado e mestre em história pela Unicamp onde atualmente desenvolve o seu doutorado no programa de pós-graduação em história atuou
como pesquisador colaborador no projeto história e memória lgbtqia e mais no ABC na Universidade Federal do ABC é pesquisador e educador do aco bajubá e pesquisador na organização votel LGBT foi idealizador produtor e roterista dos podcast passagens só de ida e palanque vive com agb há 8 anos e desde 2021 escreve e fala publicamente sobre o tema Estou muito curioso muito ansioso te ouvir e então A fala é a sua eh Bom dia gente eh queria primeiro Agradecer o convite né de participar aqui do evento de poder conversar um pouco com vocês sobre o acervo
eh eu não sei se a apresentação tá passando aí já Ah agora foi e bom eu vou falar um pouco com vocês sobre essa trajetória no acervo né Eu acho que principalmente dos últimos 4 anos né para poder discutir um pouco essas noções propostas pelo evento eu acho que respondendo já uma pergunta que foi colocada pra gente antes das falas começarem que foi a questão da identificação enquanto um museu né E no caso da gente a gente articula uma ideia de que o acervo ele é um arquivo comunitário né né isso tem algumas implicações também
políticas e na prática né mas eu vou falar um pouquinho melhor sobre isso na apresentação bom o acero bobile é um projeto comunitário né um acero comunitário de registro de memórias das Comunidades LGBT mais brasileiras né a gente tem uma coleção que a gente tem uma informação de que essa coleção tem cerca de 4.000 itens né E materialidades muito diversas A grande maioria desses itens são impressos né tanto livros quanto revistas mas a gente também tem outras materialidades dentro dessa coleção né Principalmente de de de registros que não necessariamente foram no momento da sua produção
foram pensados como algo que deveria estar ou poderia estar em um arquivo né então a gente tem uma coleção por exemplo vasta de flyers de festas né de festas voltad para pessoas lgbts aqui em São Paulo entre o final dos anos 80 e início dos anos 2000 a gente tem uma uma coleção também por exemplo de camisetas de ativismo né a gente tá E aí é uma coisa também interessante dizer que a gente tá passando por um momento agora em que o acervo ele para além de se entender né enquanto esse espaço né de memória
sobre diversidade de gêneros né sobre diversidade de de orientação sexual a gente tem se entendido também enquanto um acervo de HIV aides né Por uma coleção que tem se formado nos últimos anos também voltada à questão da epidemia de HIV ID né os seus impactos né polític políticos sociais e culturais no Brasil mas também as respostas sociais a essa experiência né né Eh bom só para explicar um pouco o nome do Acervo né bajubá ou pajubá é uma variação linguística de um termo que quer dizer a mesma coisa né Ele é um substantivo de origem
africana né que significa assunto segredo conversa entre pessoas né é um termo do yorubá né e ele se referem a uma linguagem que era utilizada em alguns terreiros de Candomblé né no Brasil aí entre o final do século XIX e início do século XX né Eh a partir do início do século XX algumas pessoas principalmente jovens né em centro urbanos né Eh que a gente entende hoje em dia enquanto pessoas dissidentes de sexo e gênero né para não atribuir identidades a essas pessoas né identidades que a gente entende agora no presente né ela utilizavam essa
linguagem para poder se comunicar né E principalmente para não ser entendidos pelas pela polícia né então aqui por exemplo tem um registro de um de um livro que a gente tem no acervo né que é um livro produzido em 1938 né que foi fruto de um estudo né de medicina legal sobre essas pessoas de dentes de sexo e gênero que estavam circulando ali pelo Vale do Anhangabaú em São Paulo e já nesse livro já tem um glossário de termos que são o que a gente entende hoje pelo bajubá ou pajubá né então o próprio o
próprio nome do Acervo ele ele de uma certa maneira ele tenta reivindicar né o lugar de uma cultura de uma memória LGBT né Eh bom o aciro ele foi criado entre 2010 e 2013 né um período de criação aí por três pesquisadores homens brancos gay C gên né acadêmicos né que naquele momento eles eles se propuseram a juntar coleções que eles tinham né sobre cultura e memória LGBT a partir de processo de pesquisa acadêmico e a partir de eh da militância que eles tinham na universidade né Eh em 2013 é lançada a página no Facebook
começam a ser postado alguns primeiros itens que eles tinham ou que eles encontravam em cebos e antiquários e começa um processo de doação né esse primeiro momento do Acervo né entre 2010 e 2019 é um momento que o acb ele era entendido nessa ideia de um repositório né calcado num dever de memória né de tentar juntar esse material frente a uma a a um processo estrutural de esquecimento da memória e da história LGBT né em 2020 especificamente né quando o acev El já se encontrava aqui em São Paulo localizado no Galão cultural da casa um
o acev ele começa a se entender a partir de um outro lugar né E tem muito a ver com essa questão de se entender enquanto um arquivo comunitário fruto de um diálogo naquele momento com arquivo da memória trans da Argentina mas fruto também de um momento muito específico que foi a pandemia de covid-19 né Eh no momento em que o acero ele conquistou um espaço né para poder ser acessado para poder ser frequentado nas medidas sanitárias esse galpão da casa um ficou fechado e aí veio para o grupo de pessoas que naquele momento se articularam
ao redor do Acervo Eu sou uma delas né e a a maioria das pessoas que hoje em dia estão no projeto esse desafio de fazer um arquivo que se encontrava fechado cobrar sentido né porque o o o um acervo Ele só tem sentido se as pessoas acessam né e faem façam perguntas a partir desse acervo né então a gente veio esse desafio PR a gente foi nesse momento que o acev começou a se entender também como um espaço de produção cultural né um espaço formativo e de produção cultural eh em 2022 a gente se mudou
para o a sede do grupo de in sentiva vida essa foto aqui é uma foto da sala que a gente ocupa lá no give né o J é organização não governamental de Defesa do direito de pessoas que vem com hiva diz que atua aqui em São Paulo desde 1990 né então a gente tá dois anos aí nessa sala o que hoje também traz uma série de desafios né porque no último ano eu acho que a circulação que o acervo teve também a confiança no trabalho que a gente tem feito gerou um processo mais intenso de
doação né e a gente tá no momento em que essas doações que a gente tem recebido já não já não cabem nessa sala o que já O que impede também que a gente continue desenvolvendo o nosso processo de pesquisa interna então a gente tá num momento agora de reestruturação né e de entendimento desse projeto que tem crescido né Eh eu trouxe aqui para vocês a imagem de um item que a gente tem no acervo né que é uma reportagem chamada de título travesia um mundo sem fronteiras em São Paulo que foi publicado pela revista Eliel
em 1979 né em que um repórter se propôs propôs a investigar e a entender essas essas identidades travestis essas pessoas né Essas Mulheres princial maioria travesti de transsexuais estavam ocupando ali a região da República né e eu trouxe esse item porque os itens do eles colocam alguns desafios pra gente em relação à mediação cultural né a gente entende hoje em dia que a gente tem dois tipos de itens né itens que foram produzidos por pessoas lgbts mas em sua grande maioria são itens que foram produzidos sobre elas isso traz uma série de questões sobre a
linguagem utilizada sobre a falta de identificação sobre Quem eram essas pessoas né porque são são registros que lidos fora de contexto eles podem eh naturalizar algumas algumas visões estereotipadas algumas visões discriminatórias que ainda permanecem em relação a esses corpos né eu vou falar aqui só sobre alguns projetos que a gente fez nos últimos anos esse foi o podcast de passagem só de ida que eu acho que foi um momento de virada né de entender o acervo enquanto esse espaço de produção cultural também que foi um podcast que a gente fez em parceria com a casa
um em que a gente contou a história de 10 pessoas lgbts que migraram para São Paulo né E essa coisa de falar de migração e é uma coisa que eu quero trazer também que os projetos que a gente desenvolve no acervo Eles são muito fruto e das pessoas que se encontram ali né porque a gente entende que esse acero ele não é representativo por si só né Essa Ideia de representatividade ela vai se construindo a partir do acesso ao acervo e a partir dos diálogos que se estabelecem nele então a gente no acervo a gente
tem um processo muito mais de pensar questões do presente a partir daquele desses registros do passado do que por exemplo se propor a contar uma história do movimento homossexual Brasileiro né que geralmente é o lugar em que se cai essa ideia de memória e de História LGBT né Eh essa é uma foto de um mutirão de catalogar ação né que desde 2022 a gente começou a fazer todos os domingos e esses mutirões Eles foram importantes porque eles permitiram a gente conhecer o material que tinha dentro do acero né esse acero ele chega na gente praticamente
constituído né então foi a partir desses mutirões que a gente começou a ter um primeiro processo de entendimento do que é que estava nesse acervo mas também o que é que não estava né entendendo que as possibilidades de registro né de se registrar ou de ser registrado elas também são muito reflexo de questões de desigualdade de gênero desigualdade de raça e desigualdade de classe social e a partir desses mutirões começaram alguns processos de produção de projetos né Um deles é o porta de boate né o porta de boate foi uma ocupação que a gente fez
no Bananal que é um espaço de arte e cultura que tem aqui na barra fundo em São Paulo em que a gente a partir de itens do acev a gente se propôs a articular memórias do transformismo na noite de São Paulo né a parede a parede do Bananal ela foi ocupada por cópias né de itens do Acervo ou por inscrições de entrevistas que a gente já tinha feito com artistas transformistas né e em paralelo a gente fez uma programação pública em que a gente contratou cinco delas para contarem suas histórias em testemunhos públicos né Eh
Isso aqui é uma foto da de uma exposição que a gente fez na estação Pina né Eu acho que nos últimos anos o acero também ele tem ocupado esse lugar de colaborar com Exposições a gente acabou de fazer uma na casa do povo que foi o arquivo com IBR né que são Exposições montadas a partir de curadoria desses itens que a gente tem no próprio acervo né essa se propõe a falar sobre questões de violência né agora a gente tá participando da fugaz que é uma exposição sobre eh cultura visual dos anos 80 que tá
no CCBB do Rio mas que em determinado momento vai passar pelo de São Paulo de Brasília e de Minas Gerais também e é importante esses convite também porque o acero ele Tem se tornado também esse espaço formativo para as pessoas que estão no projeto né e é a partir dessa atuação no acero que algumas pessoas T se entendido em alguns lugares Como por exemplo o lugar de curadoria ou lugar da arte e educação né né Eh essa é uma foto de uma coleta de testemunho que a gente fez em 2022 com a marcian do Corinto
no memorial da residência de São Paulo né O Memorial da resistência de São Paulo é um espaço que a gente colabora e que a gente dialoga desde 2022 né veio o primeiro de um convite pra gente fazer um processo curatorial no centro de referência do memorial e entender como que esse espaço vinha articulando questões sobre experiências de gênero na ditadura disso a gente propôs uma coleta de testemunhos inicialmente quatro testemunhos entre eles o da Marcinha que tá resultando em uma coleção né que ano que vem vai ser lançada né que é uma coleção de testemunhos
que trata principalmente de experiências de pessoas lgbts no período da ditadura e da redemocratização mas não só né no entendimento nosso de que essa coleção ela se ela se propõe a pensar essas possibilidades de articular outras formas de vida em um período autoritário como período da ditadura né e também de diversificar esses relatos que estão no memorial da Resistência né pensando nessas Chaves de gênero raça e classe social né eh essa é uma outra prática que a gente tem que se iniciou no memorial também que são as coletas públicas de testemunho né as coletas públicas
de testemunho elas elas partem de um convite para algumas pessoas relatarem em público suas experiências e a partir disso com uma mediação o público participa nessa construção desse relato Chega ou fazendo perguntas ou então eh eh complementando esse relato com experiências próprias am amanhã a gente começa um projeto novo de coleta pública de testemunho né em parceria com o Instituto Vladimir Herzog em parceria com arquivo lésbico brasileiro em que a gente vai produzir três coletas públicas de testemunho sobre experiências de pessoas LGBT da ditadura né A primeira amanhã em Campinas dia 2 em Santos e
dia 6 aqui em São Paulo né que também é parte de um projeto maior que vai sair ano que vem de uma exposição e de um podcast sobre experiências de pessoas LGBT na ditadura né e por último né aqui também trazer um projeto que a gente faz que inclusive foi desenvolvida uma parte na casa do Povo no parquinho gráfico que são as oficinas de escrita e publicação né Elas se iniciaram a partir de um entendimento desse entendimento de que o ac rub bajubá também era um espaço de memória sobre HIV e aides né a gente
fez três oficinas até o momento em que as pessoas participam em que pessoas que não são pessoas publicadas né não são pessoas que se entendem nesse lugar como autoras ou como escritoras que participam de uma oficina mediada né A partir dessa oficina textos são produzidos e depois elas participam da produção dessa publicação né duas vezes a gente fez essa essa produção da publicação lá no parquinho gráfico e esses três livros né dois já foram lançados estão disponíveis na internet o poéticas de vida escritas de Cida e o tudo que eu deixei de dizer em voz
alta e o próximo também que vai ser lançado no final do ano são sobre experiências com HIV e ides né um com jovens né o segundo que foi esse tudo que eu deixei de dizer em voz alta foi uma oficina online então o perfil de pessoas foi muito diversificado e o que sai no final do ano é sobre experiências de mulheres com HIV e aides né e é justamente dessa percepção da gente de que eh entender que a produção criativa né a produção literária a produção artística ela tem um lugar importante em um projeto como
o nosso tanto para trazer mais pessoas para o espaço do Acervo mas também para produzir outros registros né que são experiências geralmente invisib invisibilizadas qu a gente fala por exemplo sobre epidemia de HIV e aides né então eu acho que para encerrar que eu acho que meu tempo já tá aí um pouco restrito eu queria trazer essa ideia né de que a gente se entende enquanto um acero comunitário é não só porque a gente tem uma coleção que ela é representativa sobre uma comunidade ou sobre algumas comunidades lgbts brasileiras mas sim porque a gente a
gente faz um esforço de tentar democratizar esse espaço do arquivo né entendendo que qualquer pessoa ela pode não só acessar o acervo né seja só pel sua curiosidade né ela pode tentar querer acessar esse material mas ela também pode participar da construção desse espaço né Desse fazer de um arquivo né Eu sou Historiador de Formação né hoje em dia eu acho que eu sou tem mais outras pessoas tem mais duas pessoas também que tem uma formação história mas isso não quer dizer que por exemplo os processos de pesquisa do acero Elas têm que passar por
mim né a gente entende que o ao é esse espaço formativo esse espaço em que as pessoas também podem eh pela sua curiosidade pela sua vontade pessoal né desenvolver processos de pesquisa e processos de criação né então eu acho que era isso aí eu queria também trazer só uma Uma Última reflexão né sobre a composição da mesa né pensando em museus e comunidades eu acho que a gente também tem que pensar em como a gente acaba não invisibilizando também outras trajetórias e outros perfis né querendo ou não nós somos uma mesa com formada por homens
e gêneros né então eu acho que é uma é uma problemática que a gente tem que colocar em discussão né Principalmente se tratando uma mesa sobre museus e comunidades acho que era isso obrigada eu PIS Ativar som desculpe eh agradeço muitíssimo e eh de fato eu tire muitas muitas perguntas mas temos outras pessoas que eh T prioridade e e também eu esqueci de me apresentar pelo menos gostaria de fazer isso mas pelo menos é um sinal que não sou totalmente egocêntrico e começo comigo então Eh meu nome é Jes p eu sou eh da do
departamento de história da eh da Unifesp eh colega amigo da da Ilana e me sinto muito honrado e feliz de estar aqui hoje eh com vocês mas para não eh usar muito tempo então continuamos com o nosso segundo convidado eh Guilherme Cunha eh retratista de domoro Bel Horizonte em Minas Gerais Minas Gerais ele é artista visual pesquisador e realizador cultural formado em artes plásticas pela escola guinard de Pittsburg state University é idealizador e coordinador do projeto retratistas do moro com o qual participou do Rumos Itaú Cultural da bolsa funat de estímulo à conservação fotográfica solang
uniga recebeu em o prêmio de preservação do patrimônio cultural resineiro do ifan o eh eh 30º prêmio Rodrigo Meo Franco de Andrade o prêmio pipa online e o prêmio spart de melhor exposição do ano então estamos muito muito curiosos também eh conhecer mais do seu trabalho e a fala é a sua obrigado bom Olá pessoal agradeço a oportunidade agradeço a oportunidade de falar né junto a iniciativas que a gente tanto admira que a gente ainda não conhece pessoalmente Muitas delas mas já conhece e acompanha né o os os trabalhos que vem sendo realizado eh e
é um prazer est aqui com vocês podendo partilhar um pouco né da trajetória do projeto retratio do humor do que que a gente vem na verdade aprend Endo com os acervos né com os quais a gente tem trabalhado nesses últimos 10 anos né agora em dezembro de 2024 na virada para 2025 o projeto trati do do Morro faz 10 anos então são 10 anos aí de escuta e de pesquisa e de vivências comunitárias junto a a um acervo de imagens que hoje tá somando aí por volta de 2 milhões de negativos né Eh com placas
de vidro né com negativos históricos ao ponto da gente tá hoje com algumas placas de vidro já eh que começam em 1946 sobre a história das populações de Belo Horizonte Principalmente as populações periféricas As populações de favela né Eh e eu gostaria de dividir um pouco com vocês né assim foi muito bom poder ouvir o Marcos do Acervo bajubá a gente já tinha ouvido falar muito do trabalho de vocês tá Marcos eh e foi muito bom assim ver todos os pontos de contato e a grande necessidade que existe da gente fortalecer as iniciativas de acervos
Independentes no Brasil porque existe um abismo histórico nesse país né Eh que cria uma perspectiva vamos dizer assim se não falsa né assim uma perspectiva incompleta do que é a história é o lastro simbólico Nacional né e que não presenta de forma alguma o que tá aí quero dizer né O que tá disponível e o que tá presente nos processos formativos que eu acho que o importante a gente entender isso assim né O que que tá sendo construído como se fossem camadas geológicas mesmo né O que que tá sendo construído nas instâncias de base da
Educação de base o que que as crianças estão acessando como informação né sobre o que representa o conjunto dos processos de expressão sensível cultural asas manifestações de pensamento né a somatória das manifestações de Pensamento desse país eh O que que tá sendo apresentado a elas então a gente vê que eh é urgente né Eh essa essa confluência dos acervos Independentes para se fortalecerem e para que a gente consiga apresentar um Panorama Mais amplo sobre essa perspectiva histórica múltipla e diversa do país né para que a gente tenha noções eh de historicidade mais lúcidas mesmo que
as pessoas tenham mais entendimento sobre eh a grandeza dessa dessa trajetória da população brasileira então Eh tá aqui junto hoje com todos vocês é muito importante paraa gente né e e tá podendo compartilhar a experiência então o que eu gostaria de compartilhar é o seguinte eh a gente trabalha no retratistas com basicamente quando a gente vai apresentar com duas formas de apresentação né uma que a gente mostra os bastidores do processo da metodologia do trabalho conta um pouquinho da história e mostra os bastidores e depois a gente apresenta um pouco de tudo aquilo que foi
possível problematizar com a vivência diante daqueles acervos né então tem dois momentos no retratio que um é o fazer né Eh o processo propriamente dito de conservação e preservação catalogação indexação enfim do de de garantia de sobrevivência do Acervo e o outro é tudo que a gente aprendeu convivendo com esse material eu vou por a primeira apresentação que a gente vai mostrar um pouco da trajetória do projeto e depois eu vou falar brevemente dessas problematizações e não vão aprofundar em cada uma delas mas é um pouco desse lugar assim de reflexão sobre a urgência do
fortalecimento dos acervos Independentes no Brasil que estão surgindo assim assim num volume ao ponto que a gente tem arriscado dizer que isso é um novo movimento artístico no Brasil né Eu acho que a gente tem que assumir tal qual né Não só artístico mas um movimento de historicidade assim de reflexão sobre os processos de construção histórica né Eh E se a gente se reconhece como um movimento a gente ganha uma força muito grande né então gostaria de começar a apresentação se o nosso colega da técnica puder colocar a obrigado eh bom então o projeto retratio
do Morro né ele tem por objetivo eh contribuir para construção de uma narrativa histórica né das imagens brasileiras num período mais recente a partir do ponto de vista de fotógrafos que viveram e trabalharam nas favelas comunidades do país entre 1960 e os anos 2000 que é mais ou menos o período que a gente mapei esses fotógrafos históricos que tiveram apartados né do Panorama eh da história das imagens brasileiras é onde que a gente vê que é uma iconografia que teve distante né do dos processos de construção do entendimento do que viria a ser a a
essa perspectiva das imagens no Brasil né então Teve teve tiveram eh construções de entendimento sobre a história da arte mas foi uma história da arte enviesada vamos dizer assim né porque enquanto a gente tava escrevendo eh em alinhamento com esse entendimento do que vem a ser arte a partir das perspectivas né assim do Norte europeis estadunidense né existia todo aí um conjunto de fotógrafos a gente tem também arriscado dizer que é um movimento artista a gente tem na verdade arriscado não a gente tem defendido que é um movimento de artistas que viveram e trabalharam nas
favelas que isso é um ponto muito diferente assim do que do que se encontra em relação a imagens né Eh produzidas em periferias no Brasil que normalmente são imagens de fotógrafos ou artistas que não vem desses próprios territórios então atualmente o o o retratio do Morro ele se detém né no processo de preservação restauração digital curadoria pesquisa e vivência Comunitária dos acervos dos fotógrafos João Mendes Afonso Pimenta e da moradora da comunidade da Serra Dona Ana Martins né que foi a pessoa responsável pela pelo surgimento do retratistas do m né Eh isso tudo surgiu né
o retratista do humor ele surge de uma iniciativa anterior né só para contar um pouquinho para vocês assim da história do do projeto eh que é um projeto chamado Memórias da Vila que deu origem a esse livro né Eh que foi a primeira iniciativa de contribuição paraa preservação de memória oral e visual né Desse patrimônio de fotografias e histórias narradas pelos moradores da Serra né foi uma demanda das principalmente das senhoras da comunidade a partir de uma convivência ali de mais de 15 anos a gente sempre ouviu elas dizerem a seguinte frase os nossos netos
não conhecerão as nossas histórias as nossas lutas paraa comunidade estar do jeito que tá hoje então a gente fez uma reunião né com os 12 líderes comunitários na associação comunitária da Vila Santana do Cafezal pra gente propor a construção desse livro para atender essa demanda né a gente colocou desculpa a gente colocou em votação né a a possibilidade da gente construir isso ali junto com a comunidade a gente teve a votação unânime dos 12 líderes então a gente eh redigiu uma ata e assinou esse documento histórico ali junto com eles e a partir disso a
gente fez o projeto Memórias da Vila que basicamente era retratar os moradores mais antigos ali da comunidade a gente criar esse lastro de memória dessas pessoas que lutaram pelos direitos civis ali do território né e gravar as suas histórias né os seus relatos né como como Marcos disse né assim não eram coletas públicas de testemunha eram coletas mais individualizadas mas nessa mesma perspectiva de ouvir Os relatos e ter esse lugar aí desse repositório de memórias orais né que pudessem ser acessados e no livro essas histórias foram transcritas Então já começa a desenhar um pouco ali
a metodologia do retratio do Hum E durante a produção do livro Memórias da Vila a gente encontra a dona Ana né E ela traz pra gente então Eh esse conhecimento de que havia ali na serra cerca de 10 12 fotógrafos que trabalharam desde a década de 60 que vinham trabalhando registrando o dia a dia da comunidade aqui é um exemplo de uma imagem que ficou icônica no projeto que é o aniversário da Renatinha né a Renatinha essa menininha de laço azul ali é bem atrás da garrafa de coca-cola que é uma foto do Fotógrafo Afonso
Pimenta foi uma das primeiras imagens restauradas pelo projeto retratio do humor então o o acervo exclusivamente do Afonso e do João desses dois fotógrafos da comunidade da serra porque o retratio começa hoje a absorver outros acervos também né a gente tá tentando fazer esse trabalho de ampliar a perspectiva de eh de salvaguarda dessa memória da população aqui principalmente de Belo Horizonte mas com a perspectiva que essa metodologia possa ser replicada em outros lugares também né Eh então então exclusivamente o acervo do João e do Afonso ele tem hoje estimado aí por volta de 2.300 imagens
né Eh eh e esse o o nosso objetivo é garantir a existência desse desse conteúdo aí dessa iconografia inédita e trabalhar isso como o Marcos muito bem disse que é importante ter os pontos de contato com as pessoas né Eh o acervo ele não pode a partir do momento que ele começa a ser preservado ele não pode sofrer aquela que a gente tem chamado de segunda morte né que ele vai ser preservado mas aí as pessoas perdem a possibilidade de de acessá-lo de vê-lo então a gente diz que é importante que o máximo de pessoas
que entrem em contato com essas imagens eh esse é o nosso objetivo né para que os imaginários possam ser habitados por essas imagens e a gente fazer esse reposicionamento de lç simbólico no país né assim outra outras paisagens outras mentalidades e paisagens mentais é o que a gente precisa de alcançar então eh uma apresentação Breve Aqui dos autores né o o João Mendes que ele vem de Apu para e patinga e em patinga ele consegue o seu primeiro emprego como fotógrafo aos 15 anos de idade e depois ele vem para Belo Horizonte consolida o seu
estúdio desde 1973 ele tá na mesma esquina com o estúdio fotom Mendes né onde ele fez aí ao longo desses desses últimos mais de 50 anos eh retratos 3 por4 retratos para carteira de trabalho eh as becas né que são os retratos das Crianças eh da da os form fos escolares das das escolas públicas ali da região que são mais de 23 escolas públicas ou imediatamente dentro da comunidade ou no seu entorno né entre escolas de nível infantil médio né Eh e até escolas técnicas então é muito importante a gente Entender esse processo formativo de
reconhecimento da intelectualidade da infância periférica que não existe esse registro né assim de exaltar a dignidade da infância da intelectualidade da infância periférica no Brasil o João já tá fotografando quatro gerações né o outro fotógrafo com que a gente Tem trabalhado muito próximo né o João e o Afonso Pimenta o Afonso também vem de um Arraial perto de São Pedro sauí né São Pedro sauí é a Vila mais perto da Fazenda de onde ele vem ele vem para Belo Horizonte Aos 9 anos de idade para morar com a madrinha dele e ali ele começa a
sua trajetória na cidade grande vamos dizer assim né então eles pegam esse processo de transição do campo paraa Metrópole né Assim que é um processo eh clássico da da formação das metrópoles brasileiras e ele vem pra Comunidade da Serra ele vem ali paraa favela do Cafezal que na época chamava Vila Santana do Cafezal ele conhece a família do João Mendes eles ficam muito amigos e ele começa a trabalhar com o João e a partir desse processo formativo com João Mendes ele é convidado pelo Misael Avelino dos Santos que é um dos fundadores da Rádio favela
e um dos criadores ali dos bailes Black Soul de Belo Horizonte junto com nerimar junto com outras figuras importantíssimas que também durante a ditadura militar né Eh eles criaram um movimento de resistência muito importante paraa expressão da da música Negra né da do em Belo Horizonte especificamente em BH e o Afonso registrou todo esse movimento então assim no no Acervo do João a gente tem eh uma coleção à parte que são as que são essas fotografias das Crianças formando na escola e no Acervo do Afonso a gente tem essa coleção a parte que é a
coleção dos bares Black Soul que durante 6 anos ele acompanhou os bastidores ali internamente nesse movimento então é é um registro sugeres aí desse desse movimento de resistência né que se soma aos movimentos de resistência das múltiplas expressões sensíveis durante o período da ditadura militar no Brasil né então aqui é um um exemplo da das fotos do Afonso aqui a gente mostra um pouquinho de como que a gente conheceu o acervo né dos retratio do morro junto com a dona Ana Martins que apresentou pra gente o seu acerbo de monóculos que são coleções das fotografias
particulares dela do dia a dia da sua família né é a dona Ana no centro da imagem junto com as suas crianças aqui a construção da casa dela né junto com os amigos no centro É o marido dela de calça laranja e blusa branca e aqui na extrema direita da imagem é o fotógrafo né um dos fotógrafos que acompanhava a família dela muito amigo da família dela que a gente vê assim que a importância desse lugar né comum do cotidiano do familiar né Assim você tem uma coleção muito grande desse trabalho desses desses dois fotó
do Joaquim do Geovan que acompanhavam a família da Dona Ana essa aqui é a mãozinha dela que a forma com que a gente veio a conhecer o acervo dela quando ela nos apresentou o trabalho deles né foi através desses monox foi assim que a gente conheceu o retratio do Hum então o nosso objetivo né Eh é trabalhar basicamente eh refletindo sobre as mudanças fundamentais nas formas de entendimento e percepção sobre a história recente das imagens brasileiras né sobre os modelos de representação das populações de favela e o regime de imagens utilizado paraa construção do lastro
simbólico Nacional essa expressão pra gente vai assim tá nos acompanhando o tempo todo que é esse entender o que que é esse la simbólico Nacional porque a gente assim percebe que a partir da construção desse lugar né Eh a gente cria as fronteiras do nosso entendimento do que é soberania Nacional do que é o lastro simbólico a gente fala de colonização simbólica também né Então os eixos principais né em torno dos quais a gente utiliza para poder refletir essas questões que a gente levanta aqui né quais as mudanças fundamentais né que essas imagens trazem paraa
Nossa percepção histórica das imagens eh os os eixos de reflexão que a gente propõe é o direito igual de existir o direito à memória o direito à própria história a desigualdade social e simbólica né Eh patrimônio e e o apartado dos Sentidos que a gente percebe que é algo que a gente precisa de de entender que aconteceu e acontece no Brasil e o outro eixo fundamental que é um eixo mais amplo que é a reflexão sobre imagem representação e identidade então a gente não vai entrar em detalhes a gente vai eu vou passar rapidamente aqui
para vocês verem eh o trabalho da nossa metodologia né então a metodologia eh do retratistas é um é uma metodologia que ela chama sistema modular de digitaliza ação armazenamento e Distribuição de imagem memória que é esse esse termo que a gente tá acoplando essas duas palavras para falar dessa que a gente tem chamado dessa entidade hiper complexa né com a qual a gente trabalha que é essa entidade imagem memória né e a gente tá trabalhando para poder eh a partir de diversos diversos Campos do conhecimento e ferramentas cognitivas e processos de aprendizado e vivências e
estruturas de pensamento de vários Campos conhecimento a gente tá trabalhando para poder garantir a preservação disso e a distribuição eh desse material Desculpa então Eh aqui eu vou passar de forma mais Eh vamos dizer assim mais panorâmica né Então essa é a metodologia do projeto todas elas são importantes mas a gente não consegue trabalhar com todas simultaneamente né Eh a gente fala que essa metodologia é uma metodologia de oportunidade né que de acordo com o patrocínio que a gente consegue ou a grana que a gente consegue levantar né a gente dá ênfase a a a
um grupo de atividades ou a outra mas todas essas atividades seriam as atividades necessárias pra gente garantir a existência desse trabalho né então aqui é um pouquinho dessa e a importância de trabalhar com método e de trabalhar com esse esse método que é quase didático assim também quando a gente vai apresentar é porque a gente tá ent a importância da difusão né Desse desses processos de preservação e Conservação que não são óbvios que são muito caros que os materiais são caros também que são custosos no sentido de pessoas e materiais e tempo né então a
gente tem tentado criar soluções possíveis para isso né para garantir também que outros acervos possam se fazer valer desse desses métodos que a gente vem criando desses métodos mais acessíveis que o projeto vem encontrando né então Eh isso aqui é um estudo sobre negativos também né que esse atlas de eh variações cromáticas e eh e e veladuras predominantes no nos acervos né que é uma coisa muito importante na fotografia que é o controle de cor e falando ainda mais de um conjunto de imagens no qual né a cor da pele faz parte da identidade da
expressão existencial das pessoas representadas Então a gente tem que tomar um cuidado assim Extra né e e desenvolver o metodologias para que a gente conseguisse ter esse controle de cor da forma com que fotógrafo intencionou a realização dessa imagem né então a gente faz um estudo muito profundo dessas questões dos danos que se incidem sobre negativos históricos como que a gente pode reverter isso né entendendo que a gente tá trabalhando com o material analógico que é um é um corpo perecível né todo papel todo negativo é um corpo perec vai ter alterações né na sua
estrutura íntima ali né nos seus elementos que são chamados de elementos cromogênicos né que dão origem à cor e como que a gente pode reverter isso então a gente tá saindo do universo analógico do pigmento Pro universo digital né então a gente precisa de entender como que essas conversões são feitas então aqui é um pouco do trabalho que a gente faz né pontuando Aí eh áreas específicas da imagem pra gente conseguir através de tabelas de diferência recuperar as cores da imagem então você vê que a gente sai aí da imagem da esquerda então primeira coisa
é tirar a a cor predominante né que é uma cor das eh que vem de fábrica nos negativos que aquelas aquelas camadas alaranjadas muitas vezes roxeados que tem nos negativos então a gente tira as cores predominantes que são eh questões industriais de fabricação do negativo depois a gente estuda a veladura qual que foram as cores que incidiram de acordo com os danos que o negativo sofreu esse dano pode eles podem ser vários assim né são danos por umidade por exposição à luz por agentes biológicos enfim são muitas muitos danos possíveis Então em vez da gente
tentar entender qual dano incidiu sobre aquele negativo o que a gente procurou trabalhar foi como que a gente pode reverter esse processo então a segunda imagem que ela tá mais azulada é a gente entender que tem uma veladura azulada sobre esse negativo que quando você converte pro positivo ela vira uma veladura meio Ocre isso é um caso específico que a gente precisa de subtrair daquela imagem para que ela ganhe essa dimensão de de restauro digital né porque um negativo depois que você que houve subtração de substrato né ou seja ele teve uma perda de cor
ou ele teve uma subtração mesmo do material do Negativo você não consegue restaurar o negativo em si o que a gente consegue fazer é restaurar ele já agora digitalmente né então para isso a gente trabalha com o controle de cor a partir da Ciência da cor a colorimetria né que se chama né com até processos de engenharia de cor o processo de digitalização a gente trabalha nele com o objetivo de criar os Masters digitais né que são representantes ou faimes digitais daquele negativo caso ele venha desaparecer historicamente a gente vai ter um representante digital ou
seja o equivalente daquele material analógico só que no universo digital sem nenhum tipo de filtro sem nenhum tipo de intervenção Inicial nele né então isso é é também algo muito importante porque você vai criando esse eh esse repositório de representantes digitais dentro de de um ambiente de preservação de arquivos digitais né Oi Gu desculpe eh só para dizer estamos já eh mais de 20 minutos se você poderia chegar ao a um final mas sem sem cortar autamente então para você pode terminar tranquilamente obrigado obrigado fazer Eu que peço Eu que peço desculpas eh eu vou
eu vou chegar ao final dessa apresentação que eu acho que ela ela eu eu passei alguns algumas informações importantes das questões conceituais do projeto só vou chegar ao final dessa apresentação porque aí a gente entende Qual que é o ob objetivo do projeto em si né então é é é importante entender assim as complexidades de lida com esses negativos porque você ser um acervo independente né E precisando de tantos Campos de conhecimento e profissões de e profissionais de áreas diferentes para poder preservar não é uma coisa óbvia é só pra gente entender assim os desafios
dos acervos Independentes então a gente até é também impactado pela presença de Agentes biológicos nos negativos né que como que a gente lida com colônias de fungos né assim a gente tá vendo aqui como que isso impacta os canais de cor da imagem né então Eh que incidem sobre os negativos essas interferências que a gente tá vendo essas ramificações são colônias de fungo que vão consumindo a imagem Então quando você vai restaurar uma imagem dessa não é um restauro uniforme que você só como se você levantasse uma película de cor sobre a imagem né você
vê que é uma coisa mais randômica e que apresenta uma série de desafios e pesquisas mais intensas sobre o comportamento desse lugar de transferência do ambiente analógico para ambiente digital Então esse aqui são alguns estudos que a gente tem feito para mostrar para vocês aí também ó lá como que a gente subtrai essas colônias de fungo dos negativos mantendo o máximo possível da da imagem original né isso aqui é um uma imagem microscópica das colônias de fungo e dos negativos pra gente ver como que eles vão consumindo das camadas de cor do negativo né à
medida que o fungo vai comendo O negativo a gente vai perdendo seletivamente cores daquele negativo que depois a gente tem que reconstruir ela digitalmente então tô chegando ao final aqui da apresentação só para mostrar pro público né que olha o negativo ele é um ambiente pigmentar né e ele é formado por todas essas camadas são microestruturais são camadas microscópicas do negativo e que a perda né da cor ela vem a partir da incidência do dano em cada uma dessas camadas depois que a gente traz pro ambiente digital aí nós estamos lidando com a luminância né
que aí é um outro sistema cromático que é um sistema tricromático né que a gente tem que conseguir fazer essa conversão de um lugar para outro e a última a último o último espaço que é para mostrar pro pessoal é que como que esse restauro é feito né então Ó aqui no campo da esquerda é a imagem original e na direita é a imagem restaurada né que a gente tem pensado é a restauração né a mesma coisa na imagem da Renatinha né então a gente pensa na Restauração não só como um campo técnico mas no
campo da poética e no campo eh da perspectiva histórica né mais política a gente pensa na Restauração a partir da lógica arquitetônica né porque é um ambiente de preservação né uma casa de preservação dessas imagens então se a casa tiver mofada com o telhado quebrado com as bases frágeis né com o alicerce danificado Logo logo ela vai ruir e ela não vai existir mais então A ideia é fortalecer todas as bases né da estrutura até o teto desse lugar de preservação de memórias orais e visuais para que a gente possa ter eh essas histórias completas
Então como que é a nossa metodologia de reconstrução né da memória afetiva então a gente gente usa a imagem então a imagem que tá no centro ela é um eixo em torno do qual gravitam as narrativas orais do Fotógrafo e as narrativas orais do fotografado para que juntas elas possam reconstruir essa história coletiva então quando a gente restaura uma imagem a gente entrevista o fotógrafo sobre aquela história e quando o fotógrafo identifica as pessoas que estão naquela imagem a gente vai até a comunidade em busca daqueles personagens e convida a pessoa a contar suas memórias
daquela situação então no pano de fundo daquela narrativa a gente vai reconstruindo uma história coletiva né então gente ess aqui só para mostrar um pouco como é que ficam isso tá nas últimas lâminas dapres presentação né e normalmente a gente tem tende a apresentar a fotografia junto com aquele áudio ou junto com aquela história transcrita né Então esse é um pouco o resultado desse trabalho que é o livro do retratista humor a gente editou eh recentemente aonde a gente tem 146 imagens 25 relatos né Eh dessa desse dessa dimensão da imagem como espaço de escuta
e a gente tem quatro biografias históricas que é uma das funções do projeto do retratio do humor que é resgatar a a trajetória de vida desses personagens históricos né então o livro é um pouco que compila esses 10 anos de trabalho do retratistas eh acolhendo essa metodologia toda que eu mostrei para vocês aí e agradeço muito a oportunidade de apresentar um pouquinho da metodologia do trabalho do projeto Guilherme muitíssimo Muitíssimo obrigado isso foi eh fascinante eu poderia mesmo ouvir muitas horas e tem várias perguntas eh mas é sempre essa dessa forma de um lado ficamos
feliz que juntamos várias pessoas e de outro lado Eh gostaríamos de ouvir cada um muito mais tempo então mas eh com isso já vamos paraa próxima apresentação do Benjamin serusi da casa do Povo em São Paulo ele é curador editor e gestor cultural suas pesquisas focam na busca por formas de atuação coletiva na ampliação da noção da de cultura e na redefini missão do que é uma arte engajada é diretor artístico da casa do povo foi diretor de programação do centro da cultura Judaica curador associado da 31ª Bienal de São Paulo curador chefe do projeto
Vila e itororo canteiro aberto e coordenador de coincidência intercâmbios culturais entre Suíça e países da América do Sul Muito obrigado então A fala é a sua obrigado Eu que agradeço muito obrigado Ah bom estar com vocês produção a minha apresentação tá tá funcionando aí olha que beleza Ah bom é muito bom estar aqui com vocês e de fato poder ouvir esses projetos Que acompanho admiro H há bastante tempo e de mais ou menos perto mas enfim eh acho que é os dois convidados de hoje tanto Mário quanto Guilherme tem um trabalho muito destacado né então
é é muito bom estar aqui e eu vou falar um pouco então da da casa do Povo A partir dessa temática né que museus e e comunidades e daí eu pensei essa pequena apresentação H vou falar uns 15 20 minutos e vamos ver ver se se contempla um pouco ah o tema de hoje bom para quem não conhece a casa do povo fica aqui em São Paulo no bairro do borre tiro que é um bairro Central aqui tem uma foto porque é sempre é bom já que esses encontros são online porque sempre é muito frustrante
porque a gente nunca sabe muito bem com quem a gente tá conversando quem tá ouvindo a gente ah e Mas isso é o prédio da casa que existe desde 53 é um prédio de cinco pavimentos tem um teatro no subsolo Ah e Essa foto foi um dia de um feira Tijuana que era uma feira de publicação de de artista e tem essa bandeira na fachada de um coletivo argentino que chama etc que eles criaram uma internacional terrorista eles acham que o que vai mudar o mundo não é o terror mas eu o error e eu
achei legal conversar com essa foto porque ela já mostra a relação da casa com o bairro portanto com comunidades que estão ali ah ao redor mas o que interessante da falar de e quando a gente pensa museus e comunidades Ah podemos ah discutir os termos né O que que é um museu que é uma comunidade Mas o que eu acho interessante na verdade de tentar pensar esses dois termos de maneira não separadas Ah é até difícil E pensar um museu sem comunidade e uma comunidade sem Museu sem memória na verdade os dois termos precisam ser
precisam ser entendidos como as duas facetas de uma mesma moeda hã e daí eu vou ter tentar explicar um Pou como isso se dá no caso ah específico da casa do povo não tem externalidade acho que não tem comunidade sem memória não tem trabalho de memória né Sem uma comunidade por trás e vou mostrar isso um pouco a partir da casa do Povo ã e por isso que enfim três partes rapidamente uma primeira parte que é mais sobre ah essa casa esse povo essa casa sem povo ah a segunda parte vai ser voltar para o
que a gente chama de povo da casa e a terceira sobre mediação e articulação a articulação Comunitária então começando eh a relação desse povo e desta casa eh isso é o mesmo lugar que eu mostrei antes ah ali Ah só que em 46 Ah então em 46 tem um povo que já tá ali no território formado por Imigrantes judeus e judias antifascista eh que já moravam no bairro do bor Retiro que começaram a vir da Europa do Leste nos anos 20 e 30 Ah muitos anos 40 como refugiados também e eles estão ali reunidos em
46 hã nessa Rua Três Rios no bor Retiro com essa placa em memória aos que morreram na guerra e a ideia do pessoal na época é que a melhor maneira de lembrar dos Mortos era de cuidar dos vivos então resolveram Resolveram fazer um monumento vivo ah Então não é exatamente o museu nós não temos acervos mas um espaço onde lembrar e agir né e onde tudo que a gente faz aqui toda ação uma forma também de lembrar e mas é bonito ver que de fato esse povo vem antes da casa e a casa portanto é
um reflexo dessa necessidade de se organizar como comunidade de esquerda antifascista ah em 46 e alguns anos depois em 53 ah ou seja 7 anos depois a mesma turma se encontra 15 M Acima do Nível do chão eh nesse segundo andar da casa do Povo reunida eh para celebrar a criação desta casa quando eu conheço a casa em 2012 eu encontro esse mesmo espaço assim ah portanto esvaziado do seu povo eu encontro uma casa sem povo isso o mesmo espaço reconhec o arco no fundo né eh do do do andar então era muito tocante de
ver esse prédio eh quase como o o o o rastro de uma comunidade claro que ainda tem uma Comunidade Judaica no território eh mas digamos o bairro mudou muito o bairro hoje tem uma presença mais forte eh coreana peruana boliviana Paraguai Então como que a gente pensa essa relação portanto desta casa com essas comunidades E aí que a gente foi eh olhando para esses espaços vazios e pensando que talvez uma forma bonita de resgatar eh eh qual é esse povo desta casa era a partir de uma ação eh que foi o relançamento desse jornal jornal
Nossa Voz esse jornal ele foi criado em 47 portanto antes da casa Abrir era um jornal ligado ao partido comunista eh que era a metade em português metade em Idis que é a língua falada por esses migrantes judeus e judias da Europa do Leste chama nossa voz em Tima e era um um um jornal que discutia a de política ah internacional e nacional muitas matérias em id não estavam em português era um jeito de driblar a censura infelizmente tinha também Na Comunidade Judaica pessoas à direita que eram informantes ah dops e traduziam as matérias eh
mais críticas do jido português inclusive o jornal foi preservado porque ele foi ah ah eh vigiado pela censura Ah e a censura guardava o jornal colocava um carimbo ali eh e arquiva e hoje todos os jornais da casa do Povo eh foram preservados pela repressão Ah estou no Arquivo Nacional então é curioso também ver como a repressão algumas vezes apaga e algumas vezes no no exercício de vigiar também e mantém ah algumas memórias que ela tenta destruir Ah mas enfim esse jornal existia E por que que a gente olhou para esse jornal porque a casa
do Povo Quando entrei nela em 2012 tava quase fechando tava no espaço muito precário não tinha hidrante extintor vários elementos fundamentais para uma casa funcionar então a gente pensou um jornal talvez é a melhor maneira de existir no papel e a gente relançou esse jornal Nossa Voz 50 anos depois do golpe porque o jornal foi fechado pelo golpe militar em 64 em 2014 resolvemos relançar o jornal mas o que que é relançar um jornal que não tem leitor e não tem notícia para noticiar Montamos um grupo no território com artistas designers pessoas de várias comunidades
que habitam o território ã para formar um comitê editorial E aí nossa e fazer o que Qualquer jornal faz e criar a notícia então a gente chamou artistas para fazer ações no território as ações viravam notícias que o jornal noticiava e que participava das ações EA ler o jornal para saber mais sobre aquela coisa da qual participou então era uma maneira ah de criar ao mesmo tempo a notícia e a comunidade eu o público leitor e a gente foi fazendo ações no território o amigo Car packer fez uma ação chamada dores crio na osvald de
Andrade de o o Cook janin e e abon suk fizeram uma oficina de tradução do Coreano para Português na própria casa do Povo vin também com a cerimonia do chá ah e o Bernardo zabalaga um artista boliviano propus uma ação que era uma espécie de Chaia uma ação tradicional boliviana que acontece à sextas-feiras na Bolívia para renovar os acordos com a patama e Através disso pro amor pros bons negócios e porque não com os mortos no caso da casa do Povo era para renovar os acordos com os mortos e daí essa Taia foi feita na
casa defum a casa toda e no final foi bonito porque tinha essa foto é como se a ação tivesse criado de fato um povo para esta casa um povo em Devir ah onde é um D judaico Comunista de imigrantes coreanos bolivianos um Devir boliviano de uma velha guarda Judaica que ali se mantinha então era interessante important ver como essa ação de fato formou comunidade né então eu digo isso porque é importante n que a comunidade não tá ali fora esperando o museu o Centro Cultural o espaço fazer um trabalho muitas vezes ela há de ser
criado através de programações e de ações que me leva o segundo ponto que que que que é esse povo da casa hoje né Então temos uma maneira muito fácil né de de lidar com os grupos que usam a casa e dando a chave ah da casa do povo e e hoje a casa ela é formada por cerca de de 20 coletivos do bairro de ativismo ou de arte que é uma coisa muito similar o que a casa fez em 53 quando ela abriu ela foi acolhendo o jornal nssa Voz grupos de teatro um coral grupos
de ativista então em 2013 14 a gente reinou isso S que são grupos do tempo presente então grupos de dança sim ah grupos de teatro mas também movimento livre secundaristas que ocupavam suas escolas um coral de mães coreanas Ah Umas rádio piratas bolivianas então aos poucos a gente foi acolhendo iniciativas dando a chave para elas para habitarem esse espaço Então hoje temos uma academia de Box antifascista que já existia que nasceu numa numa ocupação Palestina ah sírio e libanesa no centro de São Paulo que chamava Leila Khaled que era uma homenagem a inclusive uma tante
Palestina E e essa carha de box que nasceu lá depois veio paraa casa do povo ah porque nunca havia mais lá e Aqui cresceu na casa do povo que é interessante inclusive uma casa Judaica acho que nesse momento político tão e eh polarizado que estamos vivendo importante poder mostrar que uma casa Judaica pode estar engajado na L na luta pro Palestina sem deixar de ser uma casa Judaica que luta contra o antissemitismo e entende o que é Israel na sua complexidade eu acho que é bonito essas alianças possíveis nesse momento tão polarizado que estamos vivendo
Mas do lado da academia de Box tem também uma clínica de psicanálise tem também um grupo de ah dança fundado pelo chis Duarte tem também essas pinturas do movimento pass livre o relacionado movento pass livre que o Fred ravioli fez que convivem ali na foto com o coral de mães coreano e essas convivências improváveis vão acontecendo Então o piano do coral que canta Iris e uma foto do restif eh do empossamento do Lula eh em 2003 eh e outras obras inclusive num sua comunidade atravessa um espaço como essa obra da Renata Lucas que atravessa literalmente
três andares da casa do povo tem uma bandeira que vem Eh que fincada que vem esfaqueado um pouco o próprio prédio da casa do povo ah e daí eu queria entrar no assunto mais cabeludo que não dá muito para ver mas como trabalhar com essas comunidades diversas que ocupam esta casa do povo e que tem a chave da casa e programam o espaço né que o que é interessante é isso esse povo da casa esses grupos que usam a casa acabam programando também a casa do Povo Ah claro que tem as programações que a própria
casa faz mas hoje eu tô focando no que o povo da casa faz essa comunidade em construção constante então a gente fez um trabalho de redesenhar a governança como o poder é distribuído como as forças são distribuídos na estrutura da casa do povo que não adianta ser legal da porta para fora falando de tudo o que a gente tá falando luta antirracista eh questões ligadas ao movimento LGBT que IAP animais Ah não dá para falar de tudo isso da porta para dentro eh como o Mário bem lembrou eh eh acaba sendo um corpo eh eh
Branco Sis étero então há de se pensar como essa estrutura interna também distribui o poder para esse grupos que habitam a casa o legítima defesa grupo muito ligado a movimentos negros a casa su Carneiro que habitou a casa durante dois anos antes de ter a sua sede pronta Então como que a gente abre espaço de decisão mesmo para esses grupos e aqui que a gente começou a colocar no papel tudo que a gente tem que fazer então essa a lista ah tem que aprovar a identidade visual tem que definir a diretriz de locação Tem que
programar o espaço tem que conceber processos de gastos tem que admitir avaliar e demitir funcionários e a partir disso a gente foi desenhando um pouco uma governança Ok quem faz o qu quem programa eh qual o papel de um conselho fiscal eh de um colegiado da casa que reuniria ah pessoas dos grupos que usou a casa e da Equipe técnica da casa então a gente foi desenhando ah ah esses pratos para entender como que a assembleia que forma a base da casa do Povo delega poder para o conselho deliberativo que del poder para os grupos
que habitam a casa né ou de outra forma para mostrar a pizza não em pratos concêntricos mas uma espécie de de ah organograma feito de batatas ali né de pratos articulados entre eles como que se organizam o povo da casa o administrativo a programação e a própria estrutura mais institucional da casa do Povo né então isso era uma segunda parte vou avançando rápido que tem mais uns acho que 4 minutos uma coisa assim e antes me fala se eu tô passando ali para chegar nessa nessa última parte que tem a ver ah sobre mediação e
articulação Comunitária que na primeira parte o que eu quis falar era um pouco quem é o povo desta casa na segunda parte que eu quis falar é um pouco como que a gente constrói de fato uma comunidade a partir de vários grupos que vem usando o espaço né e a terceira parte Vai um pouco mais longe é questionar a ideia de público mesmo eh eu eu não gosto de pensar que nós temos um público alvo esperando ali fora para abrir as portas nós não temos público alvo nós não estamos vendendo iogurte sabor morango para pessoas
interessadas em consumir tal produto Estamos aqui no espaço de arte tentando de fato pensar eh prototipar O que é uma Utopia realizável como a partir das Artes a gente repensa a nossa relação com Raça com gênero com cidade com o poder eh então Isso significa também que temos que repensar a nossa relação com essa ideia abstrata de público e substituir a ela uma ideia concreta de comunidade só que de fato há um preexistente há um bairro ali ao redor da casa mesmo que a casa é produto do bairro digamos hoje esse bairro produz a casa
é um exemplo interessante para entender a nossa relação com o entorno que quebrar um pouco essa noção de mediação que muitos museus os centros culturais usam que sempre uma mediação de uma mão só é basicamente vem aqui dentro vem aqui no museu eu vou te explicar o que eu faço vou te contar como que a gente trabalha então em vez de fazer isso nós trabalho é quase que na outra mão ou pelo menos de Mão Dupla e vem aqui dentro para falar o que você quer que nós façamos dentro do que nós somos Então aí
é uma inversão interessante né do que que é a a relação com um dado território com um preexistente com as pessoas que vivem e trabalham ali perto a pandemia talve ess momento que isso a nossa ficha caiu todo mundo tava indo pro online é importante é lockdown é fundamental Nós não somos eh negacionistas mas ao mesmo tempo muita gente não podia ficar no lockdown então era importante entender como que a gente podia fechar um espácio 3.500 M qu no coração de um bar que tem um dos IDH mais baixo da cidade eh e fazer a
programação online para basicamente uma classe média média alta que tem acesso à internet tem tempo livre consegue manter sua renda e por isso poder acessar conteúdos digitais nós parecia descabido indecente fechar a casa do Povo nós começamos na pandemia em diálogo com a prefeitura a poder acolher cestas básicas distribuição de comida e montar vários nesse sentido e aí a gente montou por exemplo esse mão de direitos que convive ali com uma obra do Rodrigo Andrade né e a gente ajudava as pessoas a Acessar Ah o auxílio emergencial Porque as pessoas não tinha CPF não tinha
conta em banco não consegui acessar isso então a casa estava aberta para atividades essenciais no meio da pandemia isso fez que mesmo pensando no lockdown aí me apoio numa obra do Anton Dias faça você mesmo território Liberdade mesmo nesse lockdown nós tentamos reunir bens bsicos sabão comida pessoas para Pod colocar esses bens básicos em movimento e como pensar isso para além do lockdown podendo atuar com a ocupação Mauá com frer ah com organizações sociais com casa de acolhida para poder fazer um trabalho de fato no território relevante de articulação Comunitária né entendendo o que que
o bairro precisava e e e isso é interessante talvez encerrar com esse ponto que muitas vezes curadores de museus acham que as pessoas não vem porque não sabem eu acho que não acho as pessoas não vem porque não se interessam eu não se interessam porque muitas vezes a gente não oferece que as pessoas querem precisam Isso não é um discurso populista que vale tudo é um discurso Popular que tenta pensar como a instituição pode de fato ser construída com esse povo Emir ponto um da minha fala com esses grupos que usam a casa e tem
uma relação de uso mesmo do espaço esse povo da casa e a partir de necessidades fortalecendo vozes questão do território e vozes coletivas que meu terceiro ponto con de mudar a noção de mediação para noção de articulação Comunitária e assim eu espero ter respondido ou trazendo novas perguntas para discutir museus espaços culturais espaços de arte Ah e comunidades territórios povo indev com os quais nós trabalhamos Aqui está um pouco uns contatos Também quem quer seguir a gente no Instagram do Jabá meu e-mail para quem quer fazer contato apesar que eu sou pésimo para responder e-mail
ah e não hesitem de visitar a gente aqui no bor para quem tá em São Paulo aí produção termi minha apresentação e devolvo aí o microfone para vocês Muito obrigado Espero que não passe do meu tempo Acho que não 20 minutos cravados Não tá perfeito está ainda sen não você deveria ouvido a minha voz então tá tudo ótimo eh então nós temos só para só para avisar eh temos um montão de perguntas eh que eu já posso prever eh sem ser chato demais que não não temos tempo para eh responder a todos e nesse sentido
eu peço as pessoas eh que não eh Então qual resposta não foi respondido Eh por favor escrevem para eh as pessoas aqui e eu acho que eles são todos abertos para responder eh e e só gost também única fase mesmo de elogio que eh todos elogiaram eh a sensibilidade vocês e eh a importância do impacto que os seus trabalhos têm Então eu acho que isso é importante também já falar e isso também eh são as minhas palavras então e eh com isso vamos para uma eh a segunda fase eh gosto de de eh das boas-vindas
para o debatedor Ricardo Gomes Lima do Instituto de Artes da uerg eh e depois vamos ter uma rodada de cada um responder eh eh Ricardo é doutor em antropologia cultural Professor associado do Instituto de Artes e do eh programa de pós-graduação em artes da uerg onde é também coordenador de projetos estratégicos de cultura e articulação popular da pr-reitoria de extensão e cultura pesquisador de Cultura voltado especialmente para o campo do Artesanato e das Artes populares é pesquisador apresentado do centro Nacional de folclore e cultura popular do IFA atuou na criação de espaços culturais em diversos
diversas localidades do país então é uma honra e prazer ter você como debatedor então por favor Jes O prazer é todo meu eu quero iniciar agradecendo muitíssimo especialmente aana pelo de est aqui eu não vou debater Na verdade até porque a gente não tem tempo para isso embora hajam muitas falas provocativas como a do Benjamim sobre a questão do público mas a gente fica como extensões para outros momentos de de de discussão eu quero agradecer muitíssimo a Ilana pela oportunidade de tá aqui por trazer essa coisa nova oxigenada para cima de uma ideia que muitas
vezes aparece foi o Ricardo que deu o problema não foi a gente né só PR sim o Ricardo caiu então Talvez possa tomar a palavra ah caiu já eu tô vendo vocês o tempo todo se cair façam lá o Você levantou de novo sinalzinho para baixo para mim não eu tava agradecendo a Ilana muitíssimo por essa oportunidade tá ouvindo aqui três falas né que oxigenam que modernizam que transforma a concepção por vezes muito antiga muito velha que é a concepção de Museu né Eu acho importante lidando com esse público que essa acredito né a turma
que fa esse curso se tenha trazido isso eu venho por um lado de uma tradição muito velha eu trabalhei 11 anos no Museu Nacional da UFRJ depois fui pro museu de folclore Edson Carneiro onde eu me aposentei mas essa ideia da da contemporaneidade de uma instituição museológica para mim é a ideia Central que se tem que ter hoje quando se tá pensando em cursos de formação de pessoal como é a base desse webinário que tá sendo feito hoje então eu agradeço muitíssimo a Ilana tava dizendo que eu não vou ser um debatedor de vocês mas
comentar alguns aspectos embora tivesse tenha muitos muitas questões né provocativas que vocês levantam né E uma delas assim para mim básica essa questão do público levantada pelo Benjamim né de que não vou entrar a discutir não Benjamim só tô comentando isso mas eu acho que é interessante porque quando se você fala de casa do Povo né ou povo uma frase sua povo que usa casa essa é exatamente a noção que tá por trás da noção de público né se a gente pega público no seu sentido original que vem lá de res pública das coisas públicas
das coisas que são usadas e não consumidas né o público existe dentro de um museu como em qualquer instituição cultural a meu ver para fruir para usar daquele daquele equipamento cultural e um dia ainda tem expectativa de que os museus percebam isso e tornem o público realmente os indivíduos que usam esse espaço e se tornam protagonista desse espaço e não meramente eh indivíduos passivos que estejam ali eh porque enquanto vocês falavam f estando aqui um pouco minha fala tá muito desorganizada porque não dá realmente para ter falas eu não consigo ser essa pessoa altamente organizada
que que eu fica para mim como um todo de tudo que vocês falo né É o que eu chamaria do melhor melhor momento desse podcast é essa expansão da noção de Museu né os termos que foram usados museus Centro Cultural ponto de cultura só referido uma vez eu achei que essa palavra fosse surgir muito né arquivo Instituto Cultural Memorial acervo espaço cultural for as nove oit nove categorias referidas por vocês para descrever né o espaço o equipamento ação que vocês desenvolvem E aí isso isso é é interessante porque embora o tema geral seja Museu não
necessariamente a gente tem que usar da noção antiga do museu né todos esses espaços dizem respeito a museus museus são instituições de guarda de memória guarda de documento Mas acima de tudo ela não pode eh deixar de lado a questão da vida a questão da ação do protagonismo das populações de hoje dos grupos de hoje as transformações pensar no presente e no futuro né esse que eu acho o principal papel que os museus vê a desempenhar na sociedade nossa se não aguarda estagnada eh cristalizada Car comida de um passado que fica lá atrás e as
três falas de vocês apontam o tempo todo para isso né de de lidar com a questão pública com a questão coletiva né eu achei interessante que também uma das coisas que coloca muito que é a questão do Acervo num certo sentido nas falas de vocês o acero se torna bastante relativo a não ser no caso do Marcos onde se constitui efetivamente um aco B né E que era bom depois ele dizer como é que a gente tem acesso a esse acervo se presenciar onde é que ele tá localizado se há visita presencial se há possibilidade
de pesquisa nesse acero ou ele é um acero que você consulta só pelo virtual essa informação Marcos talvez fosse boa de de de você nos dar e embora o Benjamim tenha falado no no volume de pessoas no seja uma questão e eu fiquei muito interessado no caso Marco em saber qual o volume de procura que ele tem né e e Qual é o público que ele tem efetivo né esse público São pesquisadores são simpatizantes são indivíduos que se colocam na na categor LGBT como como indivíduos LGBT falar um pouquinho disso pra gente né é queria
perguntar o Guilherme o tempo vai correndo né e tem muita pergunta boa no chat então eu não quero gastar muito tempo que eu acho que a gente tinha que aproveitar um pouco de perguntas excelentes que eu vi acontecerem lá mas eu queria perguntar pro Guilherme eh não ficou muito claro para mim a questão do da Dona Ana Martins quer dizer você começa ela foi a o start que você localiza essa coleção E aí é uma coleção privada dela né a gente sabe do do do recurso todo dispendido para conservação eu trabalhei na funar muito tempo
no instituto de fotografia e sei o quanto se gasta né o custo que é a preservação de material fotográfico E aí não ficou Claro para mim como é que isso acontece no seu caso quer dizer é um acervo privado que você tem um recurso gastar com ele e ao final esse acervo é de quem volta para paraa coleção privada como é que fica essa relação do público privado do uso e a fruição desse material uma vez tratado por você né achei muito interessante também essa coisa da categoria dos retratistas quer dizer você trabalha com retratistas
que são fotógrafos profissionais você não trabalha com acervo documental ao doméstico familiar embora a dona Ana tenha sido start para você chegar aos retratistas é isso seu objetos são os retratistas profissionais os fotógrafos que vivem da fotografia junto à Periferia Ah quero destacar duas frases uma é que você chama da cor da pele e como essa coisa pode ser manipulada né na Ade e o e o negativo esse trabalho esforç de de recuperar isso é muito interessante e a gente tem um caso clássico né que é o de Machado de Assis que foi retrabalhado no
processo de branqueamento permanente e uma frase também do do Benjamim a melhor maneira de lembrar dos Mortos é cuidados de volta Ricardo você travou não sei se ele vê a gente Alô alô voltou voltou Não eu tava destacando duas frases acho que ainda eu eu vou dar Digamos um dois minutinhos senão eh como ele já fez várias pergunta não Alô Voltou não nada voltou rápidamente só esses dois comentários passar um é a frase da cor da pele né e eu para parabenizo o Guilherme por essa preocupação e retomar né uma coisa que é o negativo
vai embranquecendo digamos assim ao longo do tempo e eu citava o caso Machado de Assis como um caso clássico desse branqueamento e outra é uma frase do Benjamin como ele diz a melhor maneira de lembrar dos Mortos é cuidar dos vivos eu acho que esse lema devia est na porta de todos os museus que se esquecem disso né e acho que tem que cuidar a pena dos mortos que estão contidos ali dentro eh eu tinha opção de coisa que eu anotei mas o tempo vai passando e eu vou deixar isso para um outro momento tá
eu tinha feito uma pequena inserção de uma experiência minha na criação de um museu comunitário mas eu acho que o tempo não dá não porque eu vi que tem muita coisa boa no chats então eu quero agradecer muitíssimo Aos três que me fizeram parar para pensar né sobre Museu sobre tudo isso pretendo não perder o contato com vocês e dar os parabéns a vocês S Parabéns ao Jan parabéns a Ilana né então acho que acho que Mas como ele quase encerrou eh eu gostaria uma palavra e gostaria de continuamos trabalhar dessa forma que eh Ricardo
você você terminou ou você ainda quer falar al uma coisa Não não vou terminar porque tá caindo muito aqui o sistema tá mandando os parabéns a todos vocês E agradecendo pela participação Ricardo Muito obrigado pela pela sua contribuição pelas perguntas e Eh vamos continuar de uma forma rodada eh que eu acho que é adequado Marcos você comece depois Guilherme depois Benjamin e depois se tiver tempo continuamos mais uma r sim deixa eu fazer só duas perguntinhas que eu tenho anotado aqui nas fala que eu esqueci de fazer né eu gostaria que vocês me colocassem Qual
é o maior desafio que vocês vê tendo nesse trabalho de vocês e segundo se puderem responder como é que se coloca a questão dos recursos que é sempre um problema sério para qualquer projeto para qualquer ação Nossa como é que vocês têm resolvido isso para prover as necessidades dos projetos tá E obrigado Mais uma vez eh tinha sugerido e do que o Benjamim começasse porque eu acho que ele tem um horário pode ser é isso mesmo desculpe não sabia Benjamin se você tem horá eh mas o Ricardo fez uma pergunta especificar para mim né ele
fez pro pro pro Marcos e pro Guilherme para mim não teve né a gente teve essa questão sobre o público mas não teve perguntas específicas perfeito não só queria checar ah com as caídas de internet a gente nunca sabe sim desculpa Obrigado Marcos por lembrar Obrigado Guil não não se essa Anunci essa pergunta sobre qual é o maior desafio para você sim per na sua prática per sim perfeito e a questão dos recursos sim ah é isso perfeito eh vou responder a todas e umas que eu peguei também no chat rapidinho para não pegar tempo
também dos dos companheiros aqui Ah o o que ia falar é o seguinte o nosso maior desafio hoje por incrível que pareça eh e não crescer eh e para mim isso é mais importante porque se crescer eu fico sempre preocupado Da gente ser domesticado normalizado de virar justamente um espaço igual aos outros eh que precisam responder a tantas demandas indicadores Ah que acabam se afastando da missão eu não acho que tem que ter uma casa do Povo maior tem que ter mais lugares como a paralia ah ah pajubá que são parceiros rede de memória né
ah ah ocupação 9 de Julho casa do Povo enfim tem que ter mais espaços deste tipo que desafi um pouco que a gente entende por arte hoje e cultura em geral do que cada espaço Crescer porque se crescer eh eh eu acho que tem um limite da institucionalização Eu acredito na instituição que pode instaurar algo mas tem um limite para isso se você passa do ponto invz da sução autorizar ela limita Então tem um lugar ali que me parece importante olhar isso é o maior desafio ah da casa no momento Porque infelizmente temos muito pouco
repertório para o sucesso a não ser o crescimento ainda mais na sociedade que a gente vive capitalista então eh tem que entender como existir Além disso O que volta por a questão da grana que a questão da grana que foi colocado no chat é fundamental para manter a estrutura e na casa o povo a gente montou uma espécie de modelo de funcionamento eh que não é nada de outro mundo a gente imaginou um modelo econômico basicamente ah diverso onde diversifica as fontes de renda porque eu não acredito tão pouco em espaços Independentes Nós não somos
independente ah a gente tá numa cidade ah a gente é dependente Ah mas a questão é de quem queremos depender e como Ah para mim isso que me mobiliza para ser autônomo então não adianta querer depender de um grande patrocinador porque a gente sabe que isso mina a autonomia então na casa a gente montou um modelo onde quase metade do orçamento de fato vem de lei de incentivo Municipal Estadual e Federal ah a maioria claro vem de empresas que reduzem imposto de renda mais uma parte grande também vem de pessoas físicas ah eh que podem
dar seus Impostos de Renda muita gente nem sabe que pode doar professor universitário tem imposto de renda retido na fonte e pode doar o imposto de renda para na coteca para o ac pajubá se tem um projeto para ret do morro se tem um projeto aprovado e paraa casa do Povo acho que isso é fundamental relembrar isso a gente muitas vezes espera que o estado vai resolver é importante peitar e pedir para estado resolver mas ao mesmo tempo o importante é a gente entender que não S os mais ricos que vão apoiar espaços como os
nossos somos nós então a gente tem que mobilizar essa galera que tem imposto de renda na fonte para se mobilizar e Essa época é a época por isso que eu faço esse Jab vale para todos nós aqui eh nessa mesa virtual eh Mas além da das lei de incentivo fiscal a gente também tem 350 amigos 130 Associados a gente vai atrás de editais nacionais e internacionais a gente organiza um evento de arrecadação o próximo vai ser aness sábado inclusive que é uma espécie de Mat gala eh assim é uma festa pessoas gastam muito dinheiro para
vir acham importante maner a casa e não vem em outros momentos do ano e tá tudo certo então isso eh ajuda a montar um orçamento muito diverso que chegar R milhões de reais que ajuda a gente a manter a casa mas o que é importante dizer também eu não coloco nessa conta o orçamento do legitima defesa eh do da casa Carneiro da clínica de psicanálise eh todos os outros espaços eh que iniciativas que usam a casa também tem seus orçamentos e como a uma plataforma aberta a esses grupos né esse povo da casa que não
é só do bairro né da cidade toda eh eles também se se eu tivesse que fazer o que eles fazem no seria o dobro mas uma instituição não tem que engolir o mundo uma instituição tem que acolher o mundo então a ideia não é Fazer o que todo mundo faz é poder dar espaço para quem já faz é muito melhor e quem vai falar de questões ah trans ou mulheres trans Porque estão ligado a movimento negro são pessoas negras onde os brancos têm que ser Aliados mas isso ajuda também politicamente não só esteticamente não só
financeiramente a a a circular então isso para responder a essas duas perguntas depois do teve algumas outras questões sobre a questão do Man Tupinambá que não vou me alongar aqui no projeto mas foi um projeto muito importante que tentou questionar um pouco a relação do museu com as cervos indígenas e inv vez de trazer a produção indígena para os museus e como a gente pode de fato indizar o os museus ou seja não capturar objetos indígenas mas entender como que a gente pode trabalhar com eles a partir do que os espaços são e o mono
Tupinambá foi muito importante Como projeto para isso reconhecendo a agência que tem o mono Tupinambá e não reduzi-lo a um objeto debaixo de uma cúpula de vidro o que eu falo não se aplica ao manto pin Bá que voltou da Dinamarca que o objeto é muito frágil e os próprios Tupinambá da Serra do Padeiro defendem que seja no Museu Nacional outos Tupinambá de pensa não mas uma questão que há de ser discutida entre Tupinambá Mas de fato um objeto muito frágil que aí é um objeto talvez cuja agência é mais delicada e precisa est no
museu mas uma tupinaba que mostramos é aquele feito pela comunidade tupinaba da cra do Padeiro recentemente agora para encerrar o o o teve duas falas mesma pessoa ah sobre a questão da ca dos Aflitos e do sionismo sobre a ca dos Aflitos estamos em parceria conversando direto com o pessoal dos Aflitos da Liberdade com o pessoal do Salv saracura e também do movimento Estação vai vai saracura Ah E porque a gente está na mesma luta contra asica dos territórios uma hora são as luzes do Korean Town que querem implementar no b retio a Cidade Administrativa
outra hora e a especulação através do metrô no bexiga outra hora eh é justamente o apagamento da memória Negra e eh na ca dos Aflitos na Liberdade então a gente está juntando essas lutas e achamos isso muito importante e sobre a questão do sionismo Ah eu acho que uma questão a ser levantada sem dúvida mas tem duas coisas para falar a primeira é uma casa Judaica não necessariamente tem uma relação com acionismo não é porque somos judeus que temos uma relação com Israel não é porque uma pessoa é preta que tem uma relação com um
país africano somos da diáspora Judaica acho que isso é muito importante que o nosso território de atuação e da onde a gente vem como casa é o idl que foi destruído que era um território pautado por uma língua Ah não é Oriente Médio Então isso é um ponto importante para evitar confusões judeus Israel sionismo a segunda coisa é que o cismo hoje tem S discutido muito como uma política Colonial mas importante que Israel é criado também não só por causa ideológica mas por pessoas refugiadas que foram para lá ah da África do Norte da Europa
do leste e Isso muda um pouco a perspectiva para entender o que é Israel hoje é olhar para Israel Além da questão do cismo sen não a gente apenas reduz uma realidade histórica complexa e contraditória a uma questão ideológica mas isso demandaria uma outra fala muito complexa mas sem dúvida nenhuma precisamos nos solidarizar com o povo palestino que tá sofrendo na mão de um governo de extrema direita em Israel um verdadeiro eh eh genocídio mas isso não apaga a de complexificar as conversas e o debate sobre isso para poder atuar de maneira mais precisa mas
hoje a casa por ser uma casa da diáspora oou seu território de atuação é aqui no Brasil em São Paulo onde vivemos também outros genocídios e tem que articular essas lutas lá e aqui para poder se posicionar de maneira mais clara e sem tuar na hora adequada bom eu vou pegar o gancho do Benjamim então eh eh teve uma pergunta sobre estratégi de conservação no chat eh a gente entende eh muito desse contato com o arquivo da memória trans Argentina que a gente conserva dentro das nossas possibilidades né o acero bajubá é um acero em
risco né E aí eu acho que isso ajuda também a responder a questão dos Desafios e da questão do recurso né Eh montar um acervo é caro um arquivo é caro né Se alguém me perguntar como que eu começo a formar um arquivo eu acho que a primeira coisa tem que pensar em questão de recurso né porque não só de recurso no sentido de manter as pessoas né que estão vinculadas ao projeto mas os próprio própria demanda material que existe para você poder formar um acervo né então a gente não tá Nas condições ideais de
conservação né O que a gente tem feito é apagar incêndios né as questões mais urgentes e mais graves que aparecem né muito a ver com essa sala do grupo de sentivo à Vida que a gente ocupou né em determinado momento por uma obra ao lado a sala começou um processo de mofo muito intenso a gente precisou reformar a sala por exemplo né a gente tem alguns instrumentos eh básicos de conservação muito em troca com o pessoal do arquivo da casa do Povo né de termômetro de desumidificador mas é um acervo que realmente essa questão da
conservação é algo que a gente precisa pensar de uma maneira mais detalhada é um é um dos Desafios que se colocam né a gente conseguiu Acessar agora um primeiro proac né e o Esse proac é justamente para essa questão da salvaguarda desse acervo né que inclui aí tanto um processo de higienização de conservação e de catalogação né então a gente realmente faz o que pode né a gente limpa os materiais a gente conserva eles no no dentro das nossas possibilidades materiais mas é um acervo que ainda não tá no seu lugar ideal de conservação né
Eh sobre o p sobre possibilidade de acesso né bom o acero ele tá localizado no grupo de ctiv vida que é é uma casa aqui na Vila Mariana né em São Paulo muito próximo ao metrô Vila Mariana né existe sim possibilidade de acesso e de pesquisa eu acho que é entrar em contato com a gente pra gente poder agendar né Tanto De individualmente quanto de grupos né a gente tem tido essa prática de receber grupos de alunos de algumas universidades daqui de São Paulo né Eh o público majoritariamente é um público de pessoas lgbts entendeu
que chegam no acervo de lugares muito diferentes eu acho que teve um momento em que o acervo era era acessado principalmente por pessoas da academia né que estavam desenvolvendo dissertações teses de um tempo para cá esse público tem se diversificado né Eh a gente tem recebido muitas pessoas eh vinculadas à produções culturais que querem acessar eh itens do Acervo para poder incluir por exemplo documentários incluir Exposições ou para poder pensar suas próprias Produções Né desde pessoas que chegam movidas pela curiosidade né então se tratando em história e memória LGBT a gente tem que pensar que
existe uma grande falta de inis né e um dos grandes discursos né que se utilizam para poder negar as nossas existências e que impede muitos processos inclusive de desenvolvimento de políticas públicas é essa ideia de que ser LGBT é uma coisa de moda é algo de jovens né então a gente ainda lida com uma falta de referencial sobre história e memória LGBT Existem muitos projetos falando disso a partir de lugares muito diferentes do que eu do acero mas o que a gente percebe é que muitas pessoas chegam lá buscando referências né e acabam se incorporando
ao trabalho do AC dentro das possibilidades delas né então é um público de pessoas LGBT principalmente de pessoas jovens né que acabam acessando o acervo né Eh bom eh o maior desafio que a gente tem no acervo eu acho que é de reconhecimento do trabalho que a gente faz né existe uma articulação entre acervos comunitários né o o arquivo da casa do povo tá participando dessa articulação que é um trabalho de incidência junto à revisão da nova lei Nacional de arquivos no Brasil para que os arquivos comunitários de movimentos sociais os arquivos populares eles sejam
incluídos na lei Nacional de arquivos né E por que que isso é importante porque tá incluído na lei Nacional de arquivo permite por exemplo acessar políticas públicas e recurso né então Eh aí não só uma falta de legitimidade nesse lugar da política pública mas eh a gente recebe muita visita de acadêmico querendo pesquisar no aco mas existe muito pouco diálogo com as Universidades né então esse ento aqui essa mesa essa troca é algo que recentemente tem começado a se desenvolver né durante muito tempo eu acho que existe uma desconfiança sobre o trabalho que a gente
fazia um entendimento de que um trabalho de arquivo ou ele acontece dentro de uma instituição pública né a servos e arquivos públicos de estado ou de municípios ou acontecem dentro das Universidades né A partir e aqui em São Paulo é muito forte a questão do os acervos universitários né da Unicamp da Unesp da USP Então eu acho que existe uma falta de reconhecimento E aí não É só uma questão com o acero bajubá eu acho que com os arquivos comunitários em geral e em paralelo a gente vai fazendo também nosso trabalho né porque a gente
também tem que sobreviver né E sobre os recursos eh é um outro desafio que a gente tem assim né agora a gente tá conseguindo acessar os primeiros editais né Eu acho que um acero de memória LGBT ele cai num Limbo muito grande de que não é nemhum projeto de não é nem entendido no lugar dos direitos humanos nem entendido no lugar da Cultura né Eu acho que foi muito importante o entendimento da gente de entender esse a serva enquanto um espaço de produção cultural também pra gente acessar recursos né então agora a gente novamente a
gente tem acessado alguns recursos a partir de edital aqui no Estado de São Paulo né tem feito parcerias com alguns espaços né O Memorial da Resistência é um desses espaços né mas enfim ainda são recursos muito limitados e que acabam gerando questões pro próprio projeto então Eh de 2023 para cá o ac tem circulado muito e aí como eu trouxe na minha fala isso tem gerado criado processo de confiança para que as pessoas entendam o Acer bajubá como espaço no para o qual elas querem destinar os acervos que elas têm guardado em casa e isso
agora no final do ano gerou uma questão muito forte pra gente que é de falta de espaço né porque essa sala do giv ela não é grande o suficiente nem para condicionar esse material nem para que a gente continue trabalhando lá dentro né E então mas é isso eu acho que também tem uma coisa do trabalho que a gente faz e aí o a a fala do Benjamim a fala do Guilherme ficou muito clara isso que também é a possibilidade de criatividade né então a gente também vai criando estratégias vai criando articulações né alguém perguntou
aqui no chat também sobre relação com outros projetos em outros lugares do Brasil a gente a gente se relaciona com alguns assim não tem uma relação tão direta né a gente tem um trabalho que tá sendo feito por uma pessoa da Serro bajubá em Curitiba né de memória LGBT em Curitiba a gente acompanha o trabalho do Museu da advers sexual do de do Cariri né A pessoa veio visitou o acervo enfim é uma pessoa que a gente tem algumas trocas mas eu acho que também é uma coisa que demanda tempo demanda cuidado principalmente pensando que
a gente tá localizado aqui em São Paulo para também não não gerar uma relação horizontal né mas é um outro desafio que se coloca né de entender também como que essa questão da memória LGBT como que esses materiais estão sendo pensados e acondicionados em outros lugares do Brasil né porque nem tudo se restringe também o que acontece aqui em São Paulo bom seguindo aí então a turma eh eu acho que muitas questões colocadas aí pelo Benjamim pelo Marcos são pontos eh fundamentais assim comuns a todos nós assim eu acho que o o Benjamim com a
casa do povo tem uma experiência assim muito Ampla né inclusive no processo de estruturação que eu acho que é onde todos nós vamos chegar ainda um dia eu espero assim não sentido de escala né porque eu acho que o Benjamim colocou muito bem aí já adiantando como desafio né Eh essa questão do crescimento quando a gente começa a ser acessado acho que o Marx tá vivendo isso aí a gente começa a ser acessado a gente não tem estrutura física para responder e-mail a quantidade de e-mail que chega para você conseguir dar resposta positiva e no
tempo que o que o os processos demandam igual ah participar de exposição participar disso participar daquilo né então começa a ter uma estrutura de escala né o desafio da escala é muito grande e aí você eh toca naquela questão que da estrutura né que o Benjamim colocou da casa do Povo ali que eu acho que é um um dilema e um drama para todos as iniciativas culturais né comunitárias que é a questão da governança e da administração eh os nossos processos formativos no campo cultural ele é ele é muito deficitário né Eh por exemplo na
escola eu tenho formação em artes visuais a gente não tem formação em governança e gestão né que eu acho que é uma lacuna muito grande porque na hora que você começa a entrar dentro do dos processos de do sistema das Artes né que é essa coisa eh da diversificação do seu orçamento Como que você vai se relacionar com o sistema das Artes primeiro você tem que entender eh e aonde o sistema das Artes atua né então uma respondendo essa questão do dos Desafios que o Eu acho que o Ricardo fez a pergunta e já respondeu
ela que ele perguntou assim qual é o maior desafio e como Vocês conseguem recurso acho que já respondeu a pergunta aí mas eh uma das formas que a gente tem feito é tentar entender como que é qual é essa capilaridade do sistema das Artes essa essa estrutura como que ele acontece então assim a gente entende que ele acontece no mercado eh a partir das leis de incentivo dos editais nas parcerias institucionais e também no ambiente acadêmico então o retratio do Morro ele tenta ter uma atuação nesses quatro eixos assim Apesar de que o o eixo
lei de incentivos e editais eles estão juntos ali mas poderiam quase que ser dois eixos separados porque a lei de incentivo ela gera uma demanda de atenção muito grande no processo de captação né né então isso eu acho que é outra coisa que o Benjamim colocou de ir para cima dessa desse desenho das leis de incentivo no Brasil que eu acho que isso é um é um drama muito grande assim a necessidade da Captação eu acho que deveriam ser ampliados os fundos de Cultura a gente deveria ter fundos de culturas mais soberanos mais sólidos com
maior quantidade de verba e o peso da balança inverter eu acho que tinha que ter mais verba nos fundos e menos verba paraa capitação e que se é oo contrário né Você tem uma pequena parte nos fundos e você tem o recurso alocado grande parte do orçamento público de Cultura alocado no eh na nas leis de incentivo via captação que é onde eh como o Benjamim muito bem colocou que os projetos acabam tendo que se domesticar Isso é uma crise muito grande né porque aí você acaba ficando eh regido pelos compliances das empresas pelas políticas
internas de cada eh Corporação E aí a gente entra num num dilema ainda maior que é quando enfim a gente até entende isso como um processo eh assim de uma de uma incoerência né da das relações dos objetivos da lei de incentivo que é quando você tem o conflito de interesse real eh no qual o governo do país a estrutura pública e a lei de incentivo que rege né o desenvolvimento da cultura de um país ela autoriza a realização do projeto E aí você tem que pedir uma segunda autorização a uma empresa privada né ou
seja existe uma inversão de poderes no qual o governo autoriza mas ele só se realiza se a empresa privada der o seu aval E aí você tem que de alguma forma se moldar as políticas internas das empresas e muitas vezes a gente se descaracteriza ao fazer isso assim é só algo pra gente refletir eu não queria também me ater Nisso porque eu acho que isso é um são questões mas a gente tá levantando questões também tão importantes quanto aqui então assim eh o Ricardo colocou a relação do Acervo né do público e do privado do
acervo da Dona Ana e como que a gente tem trabalhado então Ricardo eu acho que é importante contar uma história assim muito brevemente tá eh Jan que é o seguinte quando a gente começou a trabalhar com retratistas e a Dona Ana apresentou pra gente o acervo de monóculos dela o acervo dela tem cerca de 70 monóculos tá E essa primeira imagem que a gente viu do acervo da dona Ana é assim Ela mostrou pra gente que não existia nada nem meramente semelhante àquela imagem dela nos acervos públicos ou institucionais brasileiros eu vou explicar por que
a gente afirma isso E aí a gente perguntou para ela de onde que VM aquilo aí ela fala ô meu filho são uns fotógrafos uns 10 12 fotógrafos que trabalhavam aqui na comunidade o que eu lembro Aí ela disse imediatamente assim o que eu lembro é o seu Adão e a gente foi na casa do Adão aquele dia à noite mesmo ele recebeu a gente com o cafezinho com o biscoito como o bom Mineiro ali fizemos aquela conversa ele contou pra gente a história de vida dele mas no final da história ele fez assim ó
Ô meu filho tá vendo todos esses armários aqui de casa e a sala dele era toda revolvida de armários falou assim os meus negativos Estavam todos ali nos mal em todos esses armários e eu joguei tudo fora semana passada Então o que a gente vê é o seguinte os acervos públicos e privados estão ocupados por imagens de pessoas que detém o poder sobre os espaços e aquelas pessoas que não t o espaço para guardar os seus acervos ficam sem o que ainda nem nunca teve entendeu então assim quem tem muito acaba tendo tudo e quem
não tem quase nada tem pouco acaba acaba não tendo quase nada né Eh tem uma história muito simbólica que representa isso aqui em Belo Horizonte que um espaço de preservação de acervo aqui de Belo Horizonte né que tem câmeras frias que tá preparado para receber acervos e muitas vezes poderia ter sido até uma um local de preservação de acervos comunitários ficou sabendo que a Rede Globo ia jogar os acervos todos fora né Eh a Rede Globo colocou os acervos na rua e depois eles disseram que tinham interesse em guardar esses material da Globo e hoje
eles estão sobre o contrato de ter que manter e preservar esse acervo da Globo e as câmeras frias que poderiam estar sendo utilizadas por exemplo para preservar os acervos trans de BH os acervos das memórias das favelas os acervos comunitários não só do retratio como outros a ou seja ficou sem esse esse benefício desse espaço né Ou seja aquele que tem pouco AC acabou não tendo nada e esses espaços que já são restritos estão sendo ocupados por aqueles que já detém o poder sobre todos os espaços pra gente afirmar isso a gente fez uma pesquisa
em quatro acervos eh US o acervo local né o acervo público do de Belo Horizonte da cidade de Belo Horizonte o acervo público do museu Abílio Barreto que é um acervo local a gente fez uma pesquisa também no acervo histórico Mineiro de Belo Horizonte a gente fez uma pesquisa na brasiliana fotográfica que é um dos maiores acervos privados sobre a imagem histórica do Brasil e um acervo na e o acervo da Biblioteca Nacional em busca de imagens semelhantes às imagens do retratistas tá a gente usou palavras chaves que melhor classificassem essas imagens tradicionalmente as imagens
as palavras tradicionalmente usadas pelos acervos e o período que o retratistas Tem trabalhado com ele de 1960 aos anos 2000 né E aí na verdade eu falei quatro são cinco e aí a gente encontrou dentro dessa classificação de imagens de populações de favela populações periféricas populações empobrecidas brasileiras a gente encontrou nesses cinco acervos que reúnem milhões de imagens a gente encontrou 347 imagens 347 e nenhuma delas como a gente afirma é nem meramente semelhante às imagens que o projeto retratista traz ou que o Afonso João ou Geovan o zequim o Joaquim o Adão trabalharam com
elas então é o que a gente vê é o seguinte essa acho que essa crise dos museus eh que a gente tenta reclassificar isso é tenta Reinventar Esse museu constantemente Eu acho que o Benjamim coloca isso muito bem eu acho que a grande questão é a ação das relações né porque você tem assim uma série de interesses que conflitam né sobre como gerir e como eh e o que vai tá sendo apresentado ali dentro daquele Museu e a gente vê que o que é familiar à pessoas o que é comum à pessoas elas foram levadas
a acreditar que aquilo é desimportante né e e e esteve fora do conteúdo é que a gente escuta muito nas Exposições do retratistas falando assim ah eu tenho uma foto Igual essa da minha avó na minha casa nossa eu tenho uma foto dessa de beca deu criancinha muito parecida ali na sala ali de casa né Eu não sabia que essa imagem um dia tá no museu Ou seja é a reocupação dos espaço de poder o reposicionamento do lastro simbólico eu acho que é repensar a história das imagens brasileiras os processos de representação né E repensar
também essas diretrizes das políticas públicas de preservação a partir do entendimento de quem da imagem de quem tá sendo preservado que é o que o Marcos colocou né quando ele fala ali da Lei nacional dos arquivos é a gente pensar que eh e aí eu queria colocar pedir pra produção Eu queria colocar só brevemente uma um um um essa segunda apresentação aqui porque ela vai encerrar o que eu quero dizer aqui eh e respondendo um pouco do que o pessoal falou você acha produção que dá para colocar aí essa essa segunda apresentação no no ponto
que ela tá porque ela vai resumir bem o que eu quero trazer aqui isso então Ó o nosso esforço que que o pessoal perguntou muito aqui no chat né Eh o esforço do retratismo morro é isso é porque exatamente o Marcos colocou isso também muito bem a gente utiliza teorias que são externas à nossa realidade ao nosso contexto e a dimensão existencial da trajetória civilizatória do brasileira para poder tentar entender essas im então é preciso que a academia retome o processo de pesquisa dessa autonomia do pensamento da gente entender o que tá sendo produzido no
Brasil então a gente percebe que existe essa condição né que é dada pela produção eh Colonial São dois ciclos que a gente tá distinguindo aqui né Um Ciclo vicioso que são imagens de ideias que tão orientadas por uma atitude de discriminação violenta de segregação de subjulgação de preconceito de menos valia de domínio de estigmatização né Eh isso são eh as imagens historicamente que tê sido guardadas preservadas que T habitado os nossos imaginários são imagens de apagamento né são imagens que t o Rastro do apagamento e o que a gente tá tentando entender é um outro
processo é um ciclo Virtuoso de imagens que surgem afirmando a autonomia a dignidade o reconhecimento das dimensões existên o partilhamento dos poderes a mais valia e a potência da Beleza dessas pessoas representar das pessoas representadas nas imagens né então acho que isso é muito importante pra gente entender e até a gente arrisca dizer aqui que a gente precisa de um outro piceno que é aquele conjunto de condições ideas né conjuntos de ideias e e relações humanas e saberes que inspirem toda uma outra produção de imaginá né eh e aí o que eu queria colocar aqui
eu vou passar rapidamente aqui eu queria colocar na tela eh um gráfico que a gente fez que é o seguinte que que é para dizer exatamente nesse ponto que o Marcos toca da lei dos arquivos nacionais Então o que a gente entendeu é o seguinte que as imagens por que elas são importantes da gente poder estudar e entendê-las e entender que ela ela marca uma era a o conjunto de imagens produzidas num determinado espaço de tempo ele marca as ideias prevalecentes naquele momento histórico e aí se a gente escolhe preservar um grupo de de imagens
e a gente apagar o outro a gente tá perdendo o o benefício de entender todas as relações humanas que se deram naquele determinado período histórico Então por que que elas são importantes um porque imagens carregam ideias essas ideias elas são formadas a partir de valores valores que foram construídos a partir de sistemas de percepção esse sistemas de percepção ele nasce do entendimento da prioridade e essa prioridade é o que vai o a lógica dessa prioridade é o que vai distribuir a resultante das forças coletivas ou os ativos da sociedade então é nesse lugar de identificação
da prioridade é que vão surgir as formas de capital e as políticas públicas então quando a gente escolhe preservar uma imagem de determinada pessoa ou de determinado grupo né O que a gente tá dizendo na verdade é que o que a gente entende que representa os valores que a gente carrega é a representação pictórica que tá contida naquelas imagens Ou seja é o conjunto de ideias e Valores que aquelas imagens apontam no cenário da reunião do lastro simbólico nacional que representa a resultante de todas as atividades culturais simbólicas intelectuais de um determinado momento histórico Então
o que a gente tá fazendo no retratio do Morro a partir do processo de escuta que o pessoal perguntou aqui como que os fotógrafos ou a comunidade participa né então todo o processo de tomada de decisão escolha sobre o conteúdo que vai ser apresentado parte da comunidade então todo o processo de indexação das imagens de titulação as narrativas agregadas Aquelas imagens elas vêm do processo de escuta Então os textos provenientes dos áudios e das entrevistas eles não são textos que são escritos a partir das narrativas eles são transcrições Então o que a gente diz é
que o o retratista do humor a gente trabalha tanto para a a manutenção e a garantia da dessas populações que estão nas imagens mas mais do que isso a gente trabalha para apresentação dessas pessoas Então ela própria que se apresenta a partir daquela imagem bom é isso um pouco que eu queria dividir com vocês não sei se ficou mais alguma questão acho que a gente cumpriu o tempo certinho aí muitíssima tir perg perdão isso obrigado tá não mas tá tá ótimo não agradeço imenso mesmo aos apresentaç as apresentações eh as falas eh vocês estamos eh
já no final pouco além do do final do tempo e eh por isso precisamos fechar agora mas eh para para dizer eh eu acho que vocês todos eh responderam também as perguntas que estavam no chat por isso eh eh não precisamos repetir essas perguntas mas eh com certeza uma ou outra talvez eh nos escapou eh eh aquela pessoa por favor não fica chateada mas ao contrário entra em contato conosco entra em contato com os apresentadores eh eu acho que isso é é um evento para eh para para começar diálogo eh e eu gostaria eh também
só dizer eu teria mais perguntas ainda mas o moderador precisa se disciplinar e e não fazer tudo isso a única coisa que eu gosto de dizer que é eh que mostra que eh eh essa vez o foco para todos os eventos era museus eh então Eh tirando da sua última Fala Guilherme eh também e e também do Marcos também eh e do Benjamin também E a universidade como um lugar é também algo que deveria ser discutido se eh como a universidade qual poder a universidade tem e como esse poder é utilizado pode ser utilizado ou
deve ser utilizado Eu acho que isso eh eh São perguntas que vão além daquele eh que colocamos aqui eh também eh Muito obrigado mais uma vez muito obrigado Marcos eh Guilherme Benjamin ausente e Ricardo pela participação e pela excelente eh eh mesa que eh conseguimos construir aqui vocês construíam Muito obrigado então Obrigado pelo público pela paciência eh e pelo interesse e também espero que eh possamos ver vocês Também já na semana que vem em outro contexto mas com uma nova novas histórias obrigado e uma boa tarde e desejo uma ótima semana para todo mundo tchau
tchau