Espiral dos Afetos - Ideias para adiar o fim do mundo

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Centro de Artes UFF
Conferencista: Ailton Krenak (líder indígena, ambientalista e escritor brasileiro) Apresentação: L...
Video Transcript:
e aí e aí e aí olá boa tarde boa tarde quase noite né sejam muito bem-vindos ao centro de artes uff no projeto espiral dos afetos nós estamos indo para a segunda semana desse projeto eu acho que como o próprio nome diz um projeto assim que agrega nós estamos numa experiência aqui muito rica é a partir do legado da experiência né de um grande que uma grande personagem né a doutora nise da silveira e esse projeto também é uma homenagem ao legado da dra nise da silveira decorridos vinte anos do seu falecimento e ao pensar
e vamos assim uma ecologia do indivíduo ecologia mental nós não podíamos também de pensar numa ecologia dos sócios numa ecologia mais hã por aí e nesse sentido o projeto vem sendo alimentado de algumas meses nós fizemos uma mesa mulheres na ciência com foco na análise e depois fizemos uma mesa chamada criar para dizer adoecer o mundo não é essa ótica do desaparecimento e da potência da natureza é algo que tá muito presente também no nosso projeto até porque isso é é um campo de reflexão amplo de inclusive de ameaças né e de impasses que nós
estamos vivendo aí nesse estágio não só no brasil como no mundo inteiro então de alguma forma é uma maneira de a gente refletir também sobre esse estado de coisas em hoje eu acho que a gente vai ter uma experiência muito rica nesse sentido que a gente poder estar ouvindo outras voz e ouvi uma voz tão potente como a do ailton dentro desse contexto da espiral eu queria só antes de chamá-los a falar um pouco fazer uns também para vocês na mesa de amanhã que desdobra também a discussão da saúde mental é seria o contexto da
saúde mental no brasil hoje também a gente sabe que toda a questão da luta antimanicomial também se vê em grande parte aí em alguns impasses até ameaçadas de recrudescence sair dentro do contexto que a gente está vivendo pra gente é uma discussão muito importante amanhã que é a criação no cuidado democracia na saúde pública é amanhã às 16horas no outro debate brasil com ana paula gom jó psiquiatra coordenadora do lappis fiocruz thiago ferreira psicólogo caps da rocinha ea mediação de ana cláudia monteiro professora de psicologia da uff e então vem o também que amanhã eu
vou debate brasil tá aí estamos esperando vocês também nos estão com a programação do evento mas a gente tem aí até sexta-feira e o desdobramento é no sábado a gente tem toda essa semana agora com a mostra de teatro enfim todas as atividades a exposição que vocês estão vendo aí fora eu não sei o quanto eu pude falar mas é uma parceria muito intensa e afetiva que a gente fez com o museu de imagens do inconsciente tivemos aí também na semana passada um atelier com com os clientes do vamos experiência muito rica tanto para eles
comprar nós um projeto de muito aprendizado talvez com menos foco no espetáculo e com muito mais foco na processualidade na vivência e eu acho que é isso que as instituições também a gente tem que estar buscando outras formas da gente está se articulando e nós se potencializando mutuamente então quem não viu também convido para que depois de percorrer um a posição tá aí fora e também são convidados para todas as atividades do projeto bom e é com muita alegria né com muita muita honra que a gente convida o ailton krenak e o moderador wallace de
deus parceiro professor no departamento de arte [Aplausos] e aí e aí e aí e aí oi e já passo a palavra wallace boa noite boa noite plateia linda tanta gente bonita é a gente só pode atribuir aí a presença do ailton essa plateia tão interessada para mim clube s essa honra de estar recebendo aqui na no centro de arte na nossa universidade o ailton a gente teve aqui recentemente grandes nomes né representantes de povos indígenas o próprio davi kopenawa pouco tempo esteve aqui nós tivemos o daniel munduruku tivemos eliane potiguara márcia cambeba tantas pessoas que
hoje através da arte da literatura nos livros vem divulgando essa causa tão necessária que é cuidado o planeta e eu acho que é um pouco sobre isso né entre outras coisas que o ailton vai nos nos traseiros contemplar hoje é a inspiração maior seu livro né livro que ele não sou agora há pouco tempo ideias para adiar o fim do mundo aí eu tô nasceu e 53 na região do vale do rio doce território krenak ele sempre lutou pela defesa dos direitos indígenas teve uma atuação muito importante na constituinte de 1988 e sua atuação né
ela teve o reconhecimento e hoje o ailton entre outras coisas ativista literato escritor ele também é doutor honoris causa pela universidade de juiz de fora ailton traz então esse livro que chama muita atenção né o primeiro pelo título né ideias para adiar o fim do mundo e foi um título que você deu e assim rapidamente né eu tô muito interessante a forma como você conta que a história mas então a gente queria falar um pouco desse livro esse livro na verdade são três conferências né sobre temas distintos e num papo ali reservado o ailton assim
conectado inclusive com o nosso evento aqui né falando sobre desrazão distopias saúde-doença né ele queria apontar não só para os problemas que a gente sabe que existem a gente vai falar um pouco deles aqui né de toda essa crise né de ontológica que a gente tá vivendo mas também falar de saídas né de soluções e o número das referências que ele faz nessa história de adiar o fim do mundo ele aponta a importância né de ouvir ver olhar esses povos que cantam que bailam que sonham e é um pouco isso que a gente vai trazer
aqui cantar bailar amar sonhar são prerrogativas necessárias no entender de ailton para adiar o fim do mundo eu queria que você falasse um pouco disso para gente depois a gente vai encerrar abriremos uma uma sessão de perguntas né e o público vai poder aproveitar sua presença aqui da forma mais plena possível se agradeço já de antemão tá eu e e obrigado o alisson por essa apresentação um pouco introduz introduzir nosso encontro boa tarde a todos vocês a todos os senhores e senhoras crianças todo mundo que acolheu esse convite para o nosso encontro eu quero agradecer
a universidade esse convite essa oportunidade e principalmente quero agradecer a a mariana que insistiu ao longo desses meses todos para que eu não esquecer essa data de estar aqui com vocês e ela fez um esforço é grande de se assegurar de que eu estaria aqui hoje então que bom que nós vamos encontramos e dentro de uma semana que já é abriu para essa perspectiva de celebrar a e essa entre nós da querida doutora nise da silveira é eu queria contar para vocês que mesmo não tendo conhecido essa pessoa maravilhosa em vida eu sempre soube da
existência dela desde muito tempo eu ouvia a importância da presença dela nessa é a sociedade que nós integramos meio involuntariamente todos como um uma complexa formação né de gente de todos os lugares do mundo formando dessa constelação de gente que nós aceitamos no chamar de brasileiros e nós somos concordando ao longo da nossa formação de que o apelido de brasileiros suficiente para integrar a nossa ideia de uma sociedade plural e onde os povos indígenas pelo menos no mito de origem aparece como um dos formadores né ah e tem sempre a referência aquela ideia de que
nós o povo brasileiro no dizer do darcy ribeiro somos essa formação complexa de índios negros brancos e mais recentemente gente do mundo inteiro oi e eu costumo ressaltar que apesar de no mito de origem do brasil os índios aparecerem na realidade mesmo faz tempo que desapareceram com os índios desapareceram tornando invisíveis aquela parte que é convocada a formar o povo brasileiro mas a quem e não é dispensado nenhuma atenção por achar que é aquela parte da formação que já deveria ter sido absorvida e pelo que tal do caldeirão o e penso ter custado a vida
de muitas pessoas do povo indígena que insiste em estar vivo em está na formação dessa sociedade complexa disputando o lugar não de fala como virou moda agora essa ideia do lugar de fala ainda não consigo entender muito bem a o sentido dela eu percebo que existe mas não é exatamente esse lugar que me interessa o que observo é que como um sujeito coletivo a que pertence a um mundo e uma visão que é constantemente negada a sua resistência eu me animo a reafirmar a presença desses povos originarios na formação do brasil e reivindico o direito
desses povos estarem no meio de nós contemporâneos ao tempo que nós vivemos sem nenhuma obrigação de fazer caricatura bom dia índio e inclusive porque é um apelido né gente assim como brasileiros é um apelido índio também um apelido dizem que o apelido de brasileiros nasceu do pau-brasil né daquela prática predatória de tomar esse território como um e aí é como uma plataforma extrativismo onde eu vou abrir essa garrafa aqui assim com a minha técnicas de abrir garrafa sem olhar e a é bom a gente já tá rindo ah tá bom e se fosse com gás
aí eu tomo um banho e se você tem e aí é muito obrigado por tantos de vocês estarem presentes nesse encontro é é uma emoção grande por isso que eu tô bebendo ago1 de ter tanta gente essa hora do final do dia aqui nesse o teatro bonito nesse auditório para a gente poder conversar eu tenho me referido a essas situações que a gente se encontra para essas conversas como uma experiência pelo menos temporária vezes nos constituir uma comunidade é a minha observação é que nós nos constituímos uma comunidade temporária um por um por algumas horas
nós temos uma pré-disposição de ouvimos aos outros de conversar já é um importante passo se a gente conseguir fazer esse exercício de nos encontrar a conversar a gente melhora muito a nossa experiência subjetiva de estar com os outros a conviver com os outros e talvez isso nos ajuda também a ver os outros porque nós temos essa complexidade toda que eu mencionei antes de parar para tomar água de que nós somos essa formação que não é simples mas nós não adiantamos ao longo da nossa história recente nos últimos 100 anos por aí o que a gente
precisava ter consciência de que nós somos uma formação complexa nós tratamos o nosso encontro com uma banalidade tão grande que agora nós estamos pagando o preço por essa displicência histórica de não saber quem nós somos o que formação complexa que nós temos então a gente achou que podia chegando todo mundo que fria e ficando todo mundo por ali e tal e o que grassou no nosso meio mesmo foi preconceito segregação e uma radical é egoísmo de grupos que foram se identificando nesse grande mosaico que é o brasil e alguns desses grupos conseguiram se tornar hegemônicos
e governam a gente porque nós somos distraídos ponto com ponto br né bom então a gente que enquanto a gente fica distraído os.com.br alguém que não fica distraído aproveita para governar a em cima da gente essa essa distração que nos constitui como uma uma sociedade é que causa admiração nos outros gente que vende culturas principalmente europeia cultura mais antiga eles acham a gente um povo é totalmente é fantástico bom né a gente fica aqui nessa chapa quente e todo mundo acha fantástico hora civilização dos trópicos alguns dos nossos sociólogos alguns dos nossos antropólogos alguns dos
nossos historiadores também foram nesse engano já achar que nós somos a civilização dos trópicos e de apelido apelido apelido de índio apelido de brasileira perder civilização dos trópicos nós vamos levando com grande prejuízo a perda da nossa diversidade a perda da diversidade cultural e uma diminuição da capacidade que nós podemos ter de nos afetar uns com os outros e de constituir alguma coisa mais interessante do que só um acampamento de gente diversa de vários lugares do mundo ocupando um território há um contingente de humanos ocupando um território não viram a nação não é automático porque
senão a gente pegava uma nave de pesava a gente em algum lugar e pronto ali tinha uma nação existe um esforço consciente necessário para que gente de diferentes origens faça um pacto de convivência de cooperação e desenvolvam capacidades e desenvolvam afetos e reconhecimento para todo mundo existir nós convivemos com a ideia de que os negros o compõem também essa formação mas nós olhamos por onde nós mandamos e vemos a invisibilidade que é recai sobre essa imensa população de afrodescendentes é de negros que constitui também a formação do povo brasileiro e se a formação do povo
brasileiro e aí e no seu mito de origem convoca os índios os negros e os brancos o que aconteceu com as outras duas partes da formação dessa coisa brasileira que invisibile zhou um e inviabilizou os outros dois não é a primeira vez que me ocorre é chamar atenção para essa espécie de fratricídio quando é a entre irmãos como é que é mesmo chama coisa irmão matando irmão a refletir sítio e como é que fica então essa experiência frente se da nossa da gente se junta três experiência três coisas você três sementes incríveis uma some com
as outras duas e continua narrativa como se tivesse tudo bem é uma grave o apagamento de memória como nós mencionamos que nós estamos celebrando não a nossa querida dra nise eu queria contar para vocês que eu sempre fiquei interessado no na coragem e na generalidade dessa senhora de enfrentar esse apagamento essa envia invisibilidade que nós produzimos socialmente contestar isso e convocar para dentro dessa adversidade toda uma parte que são aqueles que nós achamos que não pode viver em sociedade porque eles tem defeito é o principal defeito deles eu poderia ser enquadrado naquela condição de os
loucos ai que fome destinado aos manicômios aos hospitais em alguns momentos da nossa história os presídios e o povo krenak o que vive na margem do rio doce lá em minas gerais que é o território da floresta do rio doce quando havia floresta depois de tirar da floresta bom e ficou um vale bem vazio de floresta mas ainda continua sendo o território do povo krenak naquele território essa experiência e de segregação chegou na forma de um reformatório para indígenas nos seios que seja escutar essa história o nosso território foi escolhido para é uma experiência manicom
mineral é isso e a coisa se chamava o reformatório o indígena krenak e ele foi concebido na ditadura e foi executada por militares e aí chegaram inclusive a constituir um grupo de indígenas militarizadas e armados como uma espécie de uma milícia indígena magoada indígena foi uma coisa chamada guarda rural indígena green o zig o a sigla era green guarda rural e indígena eu nasci em 1953 a green começou em 1967 e eu era quase que o menino quando o nosso povo foi agarrado é retirado do território e levado para um outro dá o exílio enquanto
o nosso território se transformava num reformatório que eles diziam que eram para pessoas desajustados então essas pessoas desajustados elas foram submetidas a reclusão a tortura é de todo tipo de tratamento que é dado às pessoas que são internados para tratamento mental era jogado em cima daquele povo indígena como se nós fossemos desajustados a essa sociedade quem estava se estendendo para cima dos nossos territórios via o povo indígena como as pessoas registradas que não trabalhavam que não eram produtivos no sistema e que estava atrapalhando o trânsito atrapalhando atrapalhando a passagem da ferrovia da rodovia da hidrelétrica
do negócio e tal nós continuamos a despeito de toda essa violência sabendo quem nós somos e nós não nos esquecemos quem nós somos nós não nos esquecemos sobre aquela paisagem que nos acolhe os rios as montanhas mesmo tendo tirar da floresta daquele lugar nós ainda invocamos o evocamos aquela floresta e os seres dessa floresta como nossos aliados o mesmo quando nós somos discriminados a relação do estado nós seguimos sabendo que nós temos uma potência que é de habitar também outros lugares além daqueles lugares depredados ou estragados nós habitamos outros lugares esses lugares são criados pela
nossa subjetividade pela nossa memória pela nossa capacidade de narrar de contar a história e como já foi mencionado aqui de cantar e dançar e suspender o céu é um coletivo um povo que é capaz de produzir esses mundos ele tem uma possibilidade de sobreviver ao desastre muito maior do que aqueles que já perderam a sua subjetividade e estão chapados com essa realidade cotidiana achando que a única coisa que existe é isto essa realidade cotidiana e essa narrativa abrangente do mundo uma narrativa abrangente de mundo que inclui a gente mas de uma maneira negativa não é
de uma maneira criativa é a de uma maneira para menos eu acho que nós temos a potência a capacidade de despertar e a nossa memória sobre quem nós somos e fazendo essa memória é sim importante impulso para realização do que sejam projetos coletivos a tragédia é que nós vivemos um tempo em que a maioria das pessoas cultivam uma ideia desse muito egoísta e individualista i e ii a potência do sujeito coletivo fica diminuída em favor de uma coisa de heróis de campeões de vencedores a ideia de uma sociedade e só prestigia vencedores é exatamente a
sociedade que produz uma grande quantidade de perdedores e eles são os perdedores que vão para os manicômios dos internatos para os hospitais e para os presídios e eu sempre é ressalta o fato de ser de uma sociedade de vídeo mundo de uma cosmos' visão onde não existe a possibilidade de você enquadrar alguém como louco e andam as nossas é sociedades especialmente antes de ser profundamente influenciado pela cultura do acidente e não existe a ideia de um lugar para separar pessoas porque aquelas pessoas não podem viver com todo mundo essa ideia de retirar alguém do convívio
social porque ele tem defeito oi e eu sempre me admirei das instituições como o hospital cadeia e manicômio que os brancos cultivam eu perguntava por que que eles gostam tanto de manter essas estruturas a ponto de nos primeiros e as primeiras plantas e para construção e jesuítas faziam ela tinha a prefeitura a cadeia e a prefeitura a cadeia igreja não é o módulo de construção colonial olha o módulo você já tem riso no lugar do mundo conhecer barato e agora você vai produzir gente para botar lá dentro bom então mesmo que você não tenha ninguém
para botar na cadeia você vai produzir alguém para você botar lá dentro porque é claro você já tem uma parada daquele implantado e tem que ter utilidade é nós sempre resistimos a implantação desses equipamentos no meio da nossa vida porque nós não vimos sentido nele tem gente que pensa ah os índios não também não cedem assim os índios são jogo duro a gente quer botar uma igrejinha lá e não deixa a gente quer botar uma cadeirinha ele não deixa a gente quer botar um osso picinho lá para eles legalzinho um hospício ecológico eles não querem
então gente é quer dizer nós estamos com muito defeito para caber nesse lugar social que a civilização é desde muito tempo se instituiu e que as pessoas cabem no mundo se couber nesses lugares e se as pessoas quiserem atravessar esses lugares com outras visões de novo nos encontramos com a ideia maravilhosa de atravessar do lugar da contenção da drogadição da pessoa e trazer ele para um atelier onde ele vai desenhar pintar vai expressar a arte que foi essa janela é o transcendente que a doutora nise viu que podia abrir para o inconsciente de milhares de
pessoas que estavam condenadas ao inferno social que é essa coisa dos manicômios e que essa coisa de você pegar alguém falar não ele é doido algumas dessas pessoas que ficaram com a vida mutilada por 10 20 30 anos que tratamento manicomy niall sem revelar um artistas geniais produziram em seguiram produzindo expressões é as novas sobre a arte sobre o mundo e a maioria dessas artistas revelando visões transcendente sobre a experiência da vida desenhando o espírito desenhando estrelas desenhando verdadeiras viagens no espaço não não espaço é o sujeito a nossa colonização mas não espaço que tem
muito mais sentido como poética e subjetividade do que como territórios a serem dominados e conquistados que isso também observação importante são seres que pensam mundos não para colonizar mas que pensam mundos para experimentar ou será que não somos capaz de pensar muitos para experimentar ao invés de pensarmos para colonizar e eu fiquei apavorada quando eu vi que os maiores fortunas do mundo se juntaram e para fazer um público privado com a nasa e transformar os os programas espaciais em projetos tecnológicos de botar uma estação em marte e vender viagens para lá acho que a maioria
de vocês tiveram notícia disso da história da nasa é construir plataformas de colonização é de marte e de outros planetas e eu fico olhando o que pensando e nós não sabemos nada sobre esse organismo vivo da terra que produziu a gente o e achamos que já podemos de colar daqui para e colonizar o outro planeta e tem um poema do carlos drummond de andrade é que fala o homem e suas viagens e eu não vou conseguir agora quem é fala o poema do drummond mas 50 60 anos atrás o drumond já denunciava essa vocação do
bicho terráqueo humano a pensar a colonização além do cosmos e essa espécie de fúria colonizadora não foram poucos todos os programas como que a engenharia dos humanos produziram dá para entender o planeta que nós vivemos mas é muito o que tem gastado e o que tem feito para colonizar outros lugares para além da terra nós não somos capazes ainda nem são dá direito como é esse organismo da terra é mais nós estamos involuntariamente engajado no projeto de colonização de outros planetas e quando eu fiz as três conferências que estão nesse livrinho ideias pede ao fim
do mundo e eu não imaginava que fosse provocar tanta curiosidade porque são ideias tão naturais e simples para mim só observações é observações sobre o tempo que nós vivemos e tem gente que me interroga sobre algumas daquelas afirmações como se fosse uma novidade é e tem uma das conferências que tem o título de do sonho e da terra nessa conferência do sonho da terra que eu tive oportunidade de fazer lá no teatro maria matos em e em lisboa na primeira viagem que eu fiz para portugal eu fui falar nesse teatro maria matos e eu gostei
muito de me encontrar com aqueles portugueses é mas eu tinha resistido durante muito tempo é qualquer ideia de visitar os portugueses ou europa toda não tinha curiosidade mas quando completou 500 anos é dentro dos 500 anos eles queriam que eu fosse eu eu pedi ser mas não tem nada a ver os portugueses os portugueses vão fazer uma festa de invasão do continente americano e eu vou lá e será que eles estão brincando comigo e isso foi em 90 e poucos né e eu não fui e eu passou o tempo em 2016/2017 e é foi 12
mil que fizeram o evento dos 500 anos oi e aí o passou um tempo em 2016/2017 fizeram ano ibérico ou o ano ibero-americano e era espanha portugal celebrando as navegações e tal aí eles convidaram o alguns grupos de teatro de arte de música de vários continentes inclusive da áfrica para celebrar esse o negócio oi e eu soube que o eduardo ia fazer uma conferência que tinha o título de mim voluntários da pátria não sei se vocês já viram essa conferência dele e voluntários da pátria eu falei então eu topo ele vai falar dos voluntários da
pátria também top junto e ele falou no dia falou na sexta-feira eu falei no sábado foi muito bom encontro com com essa audiência que era quase toda de portuguesa devia ter uma outra europeu lá perdido mas a maioria da português mesmo e foi uma conversa franca essa é a conferência do sonho da terra queria é comunicar para aquela grande audiência de portugueses que estavam ali que os povos que eles encontraram aqui no continente americano e eu vou gente que eles encontraram na parte que ficou sendo o brasil e apesar de toda a violência que foi
a colonização dessa região do mundo seguia ainda uma identidade própria com memória de quem são e capazes ainda de recriar mundos e que essa experiência ela implicava em ativar um campo da experiência subjetiva desses povos chamados índios o que estava relacionada com uma cosmovisão e com o entendimento da experiência humana que não era limitada habitar um lugar aqui na terra o que ideia da colonização é uma ideia muito medíocre porque você junta muita gente no lugar quando tem muitos você vai invadir o outro uma lógica assim meio de tabuleiro e que era era preciso despertar
para outras observações sobre a humanidade inclusive por em questão se essa ideia de humanidade tinha mesmo sentido com tanto de discriminação e corte que existe no acesso a nós dos humanos é a vida e ao sentido da liberdade da experiência de existir porque se mais de setenta por cento do contingente do planeta terra vive nas bordas da terra é então que humanidade é essa a humanidade é que vai se reduzindo quase um clube e você só cabe nela se você tiver aquele tamanho tem um tamanho de gente que cabe na humanidade ou então o tamanho
de uma conta que cabe na humanidade e o resto é o resto eles vão ficar pendurado pelas bordas do planeta se virando o que que no caso do meu povo nós temos uma longa experiência de se virar na borda do planeta nós nos viramos na borda do planeta observando o discurso é a dilma humanidade que não se enxerga e é uma humanidade é que mantém super estruturas com a unesco a onu eo banco mundial a a essa super estruturas eu quis servem para manter a coesão de uma ideia de humanidade é mas que não facilita
em nada a experiência de compartilhar e de ampliar o acesso a essa vasta humanidade aos lugares onde essas pessoas possam viver e não disputar é um lugar para viver eu acho que os portugueses entenderam porque eles me convidaram para ir mais duas vezes lá oi e a última foi no mês de março desse ano quando eu fui para a gente fazer uma mostra de cinema bom e uma mostra de cinema por realizadores indígenas são autores indígenas fizeram os filmes e aí amostra chamava ameríndia mostra contemporânea de cinema indígena alguns realizadores indígenas autores dos filmes foram
ampliou a roda de conversa tinha mais gente falando de mulheres indígenas jovens indígenas de vários lugares do brasil e eu fiquei surpreso daquele encontro com os portugueses se dá numa situação em que eles perguntavam para gente quase que onde é o brasil oi bom dia bom então nós achamos que quem colonizou essa região do mundo tem memória do que fez aqui e o nosso encontro com eles me surpreendeu com a constatação de que eles não têm memória do que eles fizeram aqui a ponto de perguntar para gente onde é algumas dessas regiões históricas que eles
primeiramente chegaram e implantaram o colonialismo entre nós implantar o colonialismo não só como uma experiência econômica mas implantar o colonialismo como uma mentalidade é como uma lógica uma mentalidade eles foram tão eficientes nisso que eles puderam ir embora e deixar a gente aqui colonizando uns aos outros e é incrível response guindu imprimir uma marca tom profunda na nossa mentalidade tem que nós coloniza vamos uns aos outros bom e é colonizando sun nos outros no sentido mais radical da palavra e a as aldeias indígenas são assaltadas por vizinhos das aldeias indígenas que querem derrubar a floresta
onde os índios vivem lá dentro é só invadidos por garimpeiros que quer entrar para tirar alguma coisa debaixo do chão onde os índios estão pisando quem tirar o cobre ele que é floresta que tá debaixo do pedreiro que a terra e eventualmente danar com a água que passa ali essa gente bebe tomar banho e tudo então tem uma reprodução do evento da invasão e eu não precisa mais de invasor a gente mesmo faz é uma espécie de e voluntários da pátria que o eduardo menciona numa incansável na tarefa de perpetuar a colônia a colinearidade entre
nós e as instituições o que foram implantados aqui e que sobreviveram entre elas o manicômio é uma prova da nossa subordinação a um pensamento que não é nosso e a gente foi colonizado e reproduz a colonialidade nas nossas relações com os nossos iguais iguais em termos porque e parece que foi o millôr fernandes que disse que a os seres humanos são todos iguais só que alguns são mais iguais do que os outros é a ideia do clube da humanidade ela é um pouco influenciada por essa mesma frase do o dominó não é como essa humanidade
tem uma parte dela que é mais igual do que as outras ela se constitui nesse clube da humanidade que eu falo que é muito restrito o que que nos últimos 40 anos ainda inventou uma historinha quer dizer que nós somos países em desenvolvimento e quando eu tinha uns vinte e poucos anos 30 anos de idade eu ainda me lembro que a gente era chamado de terceiro mundo o terceiro mundo eu me sentia muito mais reconhecido e quando começaram com esse negócio de em desenvolvimento eu fui uma semana que vem outra gente para cá e já
já mudou todo mundo chegou a turma em desenvolvimento porque os que eu conheci eram do terceiro mundo mesmo e eu ficava olhando daquele euforia na cara das pessoas em desenvolvimento a senha no encontro em uma conferência todo mundo em desenvolvimento é uma coisa assim e e e depois eles começaram a forjar um discurso tipo sustentabilidade então eu desenvolvimento sustentável bom então agora a gente era um país em desenvolvimento e sustentável e aí e o sujeito tinha um carro sustentável uma bomba de petróleo sustentável um posto de gasolina sustentável o lançamento de resíduos sustentável e a
mineração sustentável garimpo sustentável fogo na floresta sustentável então a gente foi delirando com essa ideia de um país em desenvolvimento em alguns momentos assim exagerando até achando que já tinha mesmo é se resolvido de uma maneira tão legal que agora a gente já tava fazendo parte do clube mesmo e nós somos muito distraídos com relação a quem nós somos como nós nos constituímos e o que nós estamos fazendo aqui parece que nesse nesses últimos cinco anos e aí visibilidade dessa parte do nosso povo que são chamados de os índios essa invisibilidade começou a sofrer uma
espécie de ruído e quando pessoas os indígenas passaram a falar de enunciar as questões é relevante para todos nós não só para o povo indígena e se até a constituinte de 88 é aquela pequena mobilização do povo indígena tinha um objetivo dirigido a constituição e reivindicar que o estado brasileiro respeitar seus territórios ainda ocupada pelo povo indígena de marcar se aqueles territórios e desenvolvesse uma política de respeito à diversidade autonomia desses povos viverem nos seus diferentes estágios sem ter que passar por experiência do abuso integracionista a é porque a integração é uma blusa gente seja
aqui ou na eslovênia né a gente acha escandaloso quando pega o povo curdo e esfregue com eles lá no chão e querem transformar eles em outra coisa a gente acha escandaloso quando isso acontece na palestina mas nós fazemos isso aqui e não achamos escandaloso a gente acha que nós só estamos integrando as pessoas não tem coisa mais aviltante do que invadiu o território de um povo indígena e querendo aquele vire qualquer outra coisa que não seja ele mesmo com essa ideia de evangelização essa ideia de integração esse pastel que eles ficam querendo fazer porque os
índios comam como se fosse uma um passo 1 passe para o progresso a outra falácia né gente progresso nós não somos ainda no contexto das economias do planeta nós somos terceiro mundo eu não vejo nenhum problema nisso se algum de vocês ficarem com trauma fica se sentindo assim meio diminuído e isso é do terceiro mundo experimentos entre o quarto do quinto porque tem lugares no planeta que o banco mundial classificam como quinto mundo e vocês podem ter certeza senão discurso hipócrita dos governos nós somos chamados de países em desenvolvimento nos relatórios do banco mundial a
gente continua na faixa do terceiro mundo os programas do banco mundial para nós é para o terceiro mundo bom e nós precisamos ter consciência disso hinos se posicionar com relação ao tempo que nós vivemos não a gente vai continuar atenção ilusão de povos em desenvolvimento enquanto o clube da humanidade se torna cada vez mais reduzido e nós ficamos cada vez mais na periferia dessa é tão propaganda é humanidade a ideia de desenvolvimento como expansão econômica a escandalosa porque ela acaba com as culturas acaba com a diversidade e torna tudo uma monocultura não só no sentido
da produção mais uma monocultura também a nasa ideias impressionante como que a gente virou o século 20 com maior ideia com a maior ilusão de que a gente tava indo todo mundo para miami e quem gosta de miami não tem problema gente mas tem outros lugares no mundo também outras possibilidades a gente não precisa ser uma cópia dos estados unidos o mesmo que você adora zelândia e outras coisas a a questão é a subordinação o intelectual que incomoda oi e a eo consumo das ideias prontas em e o livrinho ideias para de alf no mundo
não é um manual de sobrevivência e ele é uma provocação sobre a nossa possibilidade de expandir o universo o sentido mais poético da nossa existência das nossas vidas contando história contando uma história e tem uma resenha do livro ideias para adiar o fim do mundo que foi feito por uma escritora que estava na mesma época lá na no lançamento do livro onde ela disse que a a experiência cultural de contar histórias para adiar os fins não é exclusiva do povo indígena que em outros povos em outras tradições e a narrativa e a exploração de outros
mundos com a narrativa e ele consegue expandir a nossa experiência ele consegue adiar o fim de algum mundo eu tenho existe um mundo só e de alguma maneira nós fomos domesticados acreditar que existe um monstro e isso é um treinamento é porque a maioria das culturas que ainda sabem que tem memória desse conta uma história sobre muitos modos talvez tenha sido a e a experiência é da idade moderna a modernidade o que foi enquadrando todo mundo numa ideia de um a pessoa sujeito-sujeito produtivo essa coisa e separando e aqueles que não têm essa mesma configuração
e para habitar um mundo bom então monocromático quantas ideias que produzem esse mundo monocromático e com uma intolerância com a diferença com diversidade e com a possibilidade de surpresa vai ter surpresa quem é e essas são as ideias que eu botei naquele livrinho e é uma delas que põem em questão a noção de que nós constituímos uma humanidade ela está quando exatamente para debate se nós somos mesmo uma humanidade esse as instituições que nós aprendemos a valorizar e cultivar essas instituições que já mencionei unesco o banco mundial o nossas várias sessões da onu se eles
têm uma resistência e no interesse comum posição super estruturas que existe só para sustentar uma narrativa hegemônica edmundo que descaradamente excluir todo mundo mas que continua com a maior propaganda de si mesmo dizendo que tá tudo bem ah mas está tudo mal porque basta a gente olhar né gente tem uma hora para lá e para cá você ver que não tá tudo bem não tá tudo bem com a inglaterra dizendo que não quer participar daquele negócio da europa não tá tudo bem com os estados unidos aprontando do jeito que apronta no meio por onde passa
fazendo um muro entre américa latina e américa do norte todas essas exclusões todos os recortes que só diminui o campo de circulação de cooperação de convivência entre nós é vão reduzir na nossa expectativa quase que a coexistência é como se fosse suficiente essas nações vizinhas nossas peru bolívia colômbia equador chile tudo a gente só existir com eles a gente não precisa cooperar a gente não precisa a conviver a gente não precisa existir entre nós uma experiência plural a gente aceita esta divisão é gritante é inventada e pela colonização que decidiu sobre nós a os povos
indígenas que vivem na parte da amazônia que fronteira com peru colômbia venezuela até cá embaixo na bolívia e depois paraguai os povos atravessam de um lado para o outro e imagina que o povo caiu a vai perguntar isso aqui é a fronteira do brasil com o paraguai um pouco seu nome no meio da floresta correndo atrás de uma manada de queixada vão parar e falou se queixado atravessar nunca venezuela é a gente tem que brincar um pouco porque senão assunto fica muito chato hein triste mas o que eu queria dizer é que essas fronteiras elas
existem dentro das nossas cabeças elas não são uma uma materialidade elas são uma invenção tanto são uma invenção que a ecologia da floresta do lado de cá e do lado de lá do rio é a mesma e a ecologia aquele bioma aquele complexo ele tem um funcionamento da vida que ignora totalmente que tem um marco dizendo que ali o brasil e aqui é a venezuela bolívia peru a colômbia então se a natureza se a sua fé ecologia da terra está o tempo inteiro nos provocando para gente atravessar para o outro lado do rio e nadar
e voltar para cá o que ele está dizendo para gente tô dizendo canta dança móvel rio do lugar move o céu do lugar essa fala da terra essa escuta da terra que atravessa da nossa experiência objetiva e cria afetação no nosso espírito e ele produz experiências coletivas e ele produz experiências de comunidade e se alguma vez você tiver adiante de alguém que perguntar para você mas por que que o povo indígena fica fica nessa convivência deles cotidiana é improdutiva e não conseguem atracar com os nossos mercados daqui de fora só que não dá para a
gente animar eles a fazer alguma coisinha produtiva pode dizer para essa pessoa que a coisa mais produtiva que esses povos que vivem em comunidades querem fazer é se especializar em viver em comunidade bom e que uma das coisas que mais causa é discórdia e preconceito e violência contra o povo indígena não é exatamente por que vivem em um lugar sem trabalhar no sentido do que o trabalho é atribuído mas por que vivem em coletivos em comunidades bom e você estabelecem um lugar no sítio não como propriedade mas como bem comum nenhum povo indígena tem propriedades
de terra no brasil e quando alguém para ofender o povo indígena de eles têm muita terra ele precisava mostrar a certidão onde é que tá o registro dessas terras porque o único registro que existe é uma informação especializada é no o registro do patrimônio da união lá no registro do patrimônio da união estão registrados todos os lugares onde os índios vivem e é patrimônio da união não é propriedade dos de nenhum mendes caio arantes treinar aqui né entre os guarani é todo mundo da união mas como a gente é perdeu muito tempo reproduzir no colonialismo
entre nós as pessoas perderam tanto tempo que não entenderam que a distribuição é desse sítios desses territórios se dá de maneira continuada desde a colônia quando essas terras era da coroa o que nós assistimos usufruto quando virou república essas terras foram para a união e nós continuamos tendo usufruto então o que o povo indígena faz aguardar esses territórios em alguns casos defendendo com a própria vida como fez aquele nosso parente guajajara numa expedição de defesa do território teve de se confrontar com madeireiros bom e foi uma um conflito que resultou em morte inclusive dos dois
lados e o que significa que o povo indígena sabe onde está e que vai fazer valer o direito de viver nos seus territórios mesmo que tenha que lutar com os seus vizinhos manipulados colonizados que acham que têm o direito de invadir um território tirar a floresta e ainda por cima atacar as pessoas que vivem lá dentro eu não imaginei que nesse encontro eu fosse fazer referência a esse caso tão recente mas são afetos são relações de reciprocidade que reclamam um respeito a vida daquelas pessoas que acreditam que proteger a floresta é adiar o fim do
mundo também oi adilson fim do mundo de alguma maneira mesmo que as vidas daqueles guardiões da floresta esteja em risco todo dia mas eles estão ali adiando o fim do mundo e e eu falo muito e o meu moderador tá me deixando solto bom então ele precisa me dar algum sinal zinho assim oi aílton queria te fazer uma pergunta eu não sei quanto tempo a gente tem para continuar nessa experiência de comunidade temporária que nós nos constituímos hoje aqui e que é tão bom ter uma uma audiência interessada no encontro desse isso não é um
convite uma convocação né então aí outra uma das coisas que me chamou atenção seu livro eu tava comentando contigo é que você como se repetiu a isso não é uma cartilha não manual de sobrevivência para superar o fim do mundo não aí você diz só palavras para animar é isso animar é trazer ao mana e aí o milhão dessa história né que você coloca aqui reiteradamente da construção de um humano hum com e aí aqui você fala do seu amigo eduardo viveiros de castro e aquela construção do perspectivismo ameríndio né é não quebre tornar a
discussão bença nem nada disso mas é muito tá muito claro né que esse humano que você tá falando é uma construção né que deixa de fora aquilo que foi chamado de natureza certo então esse humano né ele se configurou de tal modo que haveria uma natureza humana e várias culturas e o que o me parece né que eduardo propõe pensar diferente passar isso mano com uma invenção e essa cultura como algo como você falou uma monocultura uma cultura é igual tediosamente não previsível em contrapartida você tem os outros seres né as outras ontologias que são
seres da floresta os rios morros e aí o eduardo vai dizer que torna diferentes hoje está vivendo uma cultura que a cultura humana e diversas naturezas diversos deveres né o dever rio de caranguejo deve peixe e eu queria que você falasse um pouco disso até essa não e hierarquia ontológica né que existe entre esses coabitantes essas conterrâneos ou como você coloca aqui esses co terranos né os companheiros que habitam essa esse planeta é é é e eu acredito que muito antes do eduardo fazer uma enunciado sobre perspectivismo claro essas experiências já existiam bom então a
gente não precisa pagar royalties para ele a a questão é um pouco também tem a ver também com um pouco da experiência da cultura do sujeito que interage nesses termos porque algumas das culturas algumas das visões elas dão mesmo exclusividade à essa coisa essa forma do humano e como a única experiência capaz de produzir afetos de produzir sentido e que uma árvore não produz sentido uma montanha não produz sentido um rio não tem afeto e se por outra para outro lado e existem povos existem experiências de vida continuada que reconhece na montanha no rio na
floresta não só nas árvores frondosas mas também em todas as manifestações de vida que vai desde microrganismos até o vento e tudo é é uma carga de existência e de afetação tão vasta que nós os humanos são só companhia de viagem e que dilui essa experiência antropocêntrica e com a experiência vasco e diz está no mundo com todos os outros seres e é que possibilita a reconhecer e entender o sonho e as experiências do sonho é como uma potência de interagir no mundo no cotidiano não só o sonho como aquela experiência de estou cansado durmo
e sonho mas como a experiência do sonho em algumas tradições em que o sonho é é percebido como uma instituição a ponto de algumas culturas a preparar os seus filhos e através de ritos introduzir esse sujeito essa pessoa ao status de membro ou de uma qualidade de gente que sonha em algum povo que vocês devem ter amigos e conhecer gente deles que ainda mantém essa tradição são xavante o povo xavante do mato grosso tem uma tem um estatuto digamos assim em que alguns homens adultos chegam ao al ground humane dela e o mari é aquele
brinco de madeira que o xavante usam na orelha o mari oi e o marido dela é um portador daquele brinco geralmente diferente do brinco comum que distingue aquele sujeito como um uma pessoa que fez o caminho até chegar ao ponto de se tornar um dono do sonho o marido dela o dono do sonho ele pode iniciar outros outras geração mais nova preparar eles para eles preparar minha outra por isso que eu digo que é uma instituição a universidade de vocês não faz isso eu não tenho um sujeito que faz a graduação faz mestrado vira doutor
e pós-doutor ele pode orientar os outros pode formar os outros o marido dela ele é um doutor ele forma os outros também até chegar o mesmo estatuto dele e formar outra geração então ao longo de muito tempo essa sociedades eu dei um exemplo de uma mas ainda é encontramos outras são capazes de preparar os seus filhos para sonhar e eu acho uma experiência seria maravilhosa se ela pudesse ser expandida também para os não-indígenas para eles poderem aprender a sonhar e não sonhar com o próximo carro que você vai ter mas sonhar com o próximo mundo
que você gostaria de ter a sonhar com um mundo que você quer não com uma bugiganga que você quer eu vou tomar a liberdade que você me deu e é numa passagem do livro do davi kopenawa né ele tava falando também disso das dessa dificuldade né que eu não índio tem de sonhar ele diz quando ele sonha e sonha só consigo mesmo não é isso então quer dizer esse sonho qual você se refere ailton você tem um ciúme do esoga mariana rick chamou é uma fã no as olhos e onde o sonho as formigas verdes
né dos aborígenes da austrália em que as formigas têm um papel de sonhar ou de vir o futuro né o sonho como algo construtivo com mal que aponta para um um projeto é mais ou menos isso ah que bom que bom que você lembrou o alice de onde sonham as formigas verdes né é é uma história que tocou muito o cineasta a ponto dele ir lá para a austrália é criar um jeito de entrar na intimidade dos aborígenes de lá e poder contar essa história sobre como aquele povo é mapeia o seu território a cartografia
é e a cartografia imaginária e de outros mundos outras paisagens outros lugares que são constantemente atualizados pelos sonhos e são atualizados a nossa experiência reduzida de realidade ela acaba fazendo com que a gente tem uma experiência também da vida e com isso que ficou chamado de natureza muito resumida quando você tem uma cartografia que materializa o mundo que objetivo o mundo e que distribui o mundo economicamente você já comeu o mundo e ao invés de lidar com essa experiência como uma possibilidade sempre de ré criação você reduz a possibilidade de recriação do mundo que você
plasma o mundo numa cartografia que coincide com o que você quer e do mundo infelizmente nós estamos todos concordando que o mundo foi virgem como mercadoria como possibilidade da gente consumiu o mundo essa essa espécie de fúria de consumir o mundo ela está causando muito dando e a terra a vida na terra a outros seres que não são os humanos oi e a provocação do perspectivismo é para ver se diz centraliza um pouco essa ideia antropocêntrica essa ideia do homem é determinado o ritmo de tudo e uma alerta também um alerta de que se nós
não formos capazes de nos reeducar para a vida na terra esse organismo vivo da terra pode dispensar a gente da companhia numa boa e a gente não faz falta aqui na terra você pode falar desculpa aí sinto muito mas não faz falta é e nós chegamos a um convencimento tão escandaloso manos que nós começamos a achar que se a gente não estiver aqui no mundo não existe mundo olha aqui e então como devia o machado de assis se for para criar mesmo lugar é o que vai ter essa gestão manicomial que seja o mundo inteiro
né será que será para existir então que seja todos que não discrimine ninguém e se é para considerarmos que tem uma parte da humanidade que não precisa de nada e que a outra precisa de tudo a ponto de alguns lugares consumir cinco seis vezes o planeta a chegamos em junho e julho o painel do clima dizer que a gente já entrou no vermelho quer dizer o ano que vem eu já vão tá devorando o dobro disso então é uma compreensão sobre a a ecologia né que não fica limitada a nossa relação é utilitária e com
a natureza mas que implica numa ecologia do ser de nós sabemos o que não estão aprontando porque esse é o nosso redor e a gente olha ele tá vazando para todo lado é isso deve ser um espelho bem o próximo do que tá acontecendo dentro um de nós como experiência humana e eu acredito que o livro do campeonato yanomami a queda do céu ele já antecipa muito disso que eu estou falando hoje é sobre a cosmovisão desses povos ameríndios a compreensão que esses povos que conseguiram sobreviver tem da terra não só do continente americano mas
do planeta da nossa experiência comum aqui no planeta e da capacidade que esses povos seguem ainda mantendo de a coexistir com outros seres é de experimentar a vida na terra como uma experiência maravilhosa independente do quanto a gente está fazendo de confusão aqui o planeta é tão maravilhoso que depois que a gente tiver todo mundo saído daqui ele vai continuar maravilhoso e a gente pode cultivar essa ideia como ânimo como à disposição para estar aqui da maneira melhor em encontros como esse que nós estamos tendo é uma oportunidade da gente é questionar alguns valores que
estão tão engessados já na nossa identidade e aí o que é essa coisa da identidade é super valorizada também na cultura do ocidente né e o pessoal fica achando agora todo mundo quer ter identidade os índios os negros os gays os meninos meninos abandonados as mulheres todo mundo quer ter identidade fazer uma crítica reacionária ao fato de coletivos e diferentes do gás de existência reivindicar uma um lugar uma fala como se isso fosse uma extravagância mas não tem coisa mais identitária do que a cultura do acidente que quer se impor ao resto do mundo e
acha que são os únicos que tem voz para isso né em algum lugar é isso desculpa eu tô em algum momento você comenta e isso você fala que assar esse outro identitário ele até é identificado mas ele não é reconhecido né se identifica mais não se reconhece eu queria aproveitar a deixa e você como krenak o rio doce e recentemente a gente teve esse episódio né trágico meio do rompimento da barragem e a gente sabe que mesmo que tardiamente a vários já começa com medidas de reparação do desastre que ouro agora acessando alguns documentos algumas
notícias a gente vê o seguinte que as medidas de reparação elas são divididas em dois grandes blocos os danos ambientais e os danos socioeconômicos só que o rio doce né o ato ele é ele tem uma ele tem um entendimento né de algo vivo né pelos krenak ele pintou de uma importância e material que tipo de medida você acha poderia ser feita se é que alguma medida de reparação possível na para contemplar essa dimensão simbólica e material do rio doce e e não é uma questão que até para formular ela é complicado né porque ela
lida com um conceito então é absurdamente sem-sentido não existe compensação pelo dano que a gente faz a terra e a menos que a gente acha que a terra mercadoria é uma cultura que acha que a terra mercadoria vai lidar nos termos de avaliação do que que é que estragou como é que denisa como é que paga é um crime ambiental na proporção do que foi a lama da samarco sobre o rio doce e brumadinho definitivamente eles não podem ser retratado nos termos assim de uma negociação senão nós estamos normatizando é uma predação do planeta e
um pagamento depois e e seria mais ou menos com uma ideia de que nós podemos matar algumas pessoas depois a gente chama quem sobrou da família e denise em dinheiro é seria radicalizando o cretinismo assim é de valor valoração das coisas né é nós matamos um rio pagamos a gente mata a montanha pagamos a gente derrama petróleo nas praias todas e a zara com tudo e pagamos então fica um negócio ficam comércio a gente incremento negócio isso me faz lembrar de uma uma situação em que eu descrevi o que tá acontecendo lá nos no parauapebas
e no rio doce no ato e no parauapebas que o que está acontecendo é uma economia do desastre oi e a economia do desastre ela se articula com esse tipo de ideias você destrói em um lugar do mundo e chama as empreiteiras depois para reconstruir e a você bombardeia líbia ou a síria ou destrói sei lá em algum lugar do mundo que agora já tá tão banalizados negócio que ia ter que puxar uma lista de países que foram destruídos recentemente e que se vocês olharem as empreiteiras estão todas a fazendo tudo de novo então um
grande negócio gente é negócio da emprego vem de ferro vencimento e no médio rio doce nunca teve tanto tanta prosperidade do negócio do ferro do cimento das empreiteiras das retroescavadeiras dos caminhão pipa e eu moro na beira do rio e da janela da cozinha eu consigo ver a água do rio passando lá nos fundos e a gente não pode usar água do rio mas em compensação todo dia o caminhão pipa passa na reserva inteira vários caminhão pipa lá virou uma espécie assim de um e aqueles autódromo é é virou uma coisa daquela sim com caminhões
cruzando rodando para todo lado e deixando água nas caixas de 3000 l 2000l caminhão aí depois vai e volta de novo é claro a gente vai aquele - caminhão carregando sei lá quantos mil litros de água cada um deles aquele um negócio incrível eles estão buscando água para abastecer o aldeia em minas gerais no rio no espírito santo na bacia do rio guandu eles vão buscar água para trazer aqui para minas porque os dois rios vizinhos nossos estão cheio de lama então tem um negócio eles compram água mineral de petrópolis para levar para lá olha
a implementação e isso que eu tô chamando a economia do desastre tem muita gente que não tinha um negócio e criou um negócio um dos negócios que eles criaram foram o maquinário comprar retroescavadeira comprar caminhão pipa então você fica olhando falando nossa que mas aquele sujeito lá agora ele tem uma frota de caminhão ele comprou uma frota de caminhão e agora distribui a água por aí é a a economia do a economia do desastre então ela tem ela opera dentro de uma outra contorno também que a ecologia do desastre e é quando as pessoas que
antes iam no rio mergulhava no rio bebia água pescava cassava são adaptados a uma condição de caminhão pipa e de outros flagelos e integram isso na sua rotina como uma ecologia nós estamos aí entendeu caminhão-pipa pet água mineral é ração e foi o que me levou a dizer que nós estamos no caso dos ribeirinhos e dos indígenas do médio rio doce refugiados no nosso próprio território bom então assim ficar refugiado dentro do próprio território e é uma experiência radical o e discutir com os técnicos consultores especializados que vão para lá e perguntar para gente quanto
custa é responder essa pergunta você tem como edenizar esses danos é claro que não eu não acredito que que alguém vai conseguir fazer uma conta e dizer bom eles botaram um rio aqui em coma esse rio dava para pescar os animais se reproduzirem viviam na margem deste rio e eram caçados as pessoas podiam fazer diferentes usos dessa água além dos usos é do sentido utilitário o sentido simbólico desse rio essa gente canta para esse rio conversa com ele é fazem uso ritual da existência desse o e bloqueia o rio como você vai fazer uma conta
sobre isso é teu tem alguns especialista que são atrevidos o suficiente para estimar e aí chimarrão sei lá tantos milhões e é uma banalização do sentido da vida aceitar uma conta desse tipo então o que nós estamos fazendo e denunciando que aquele território que já sofreu tanta violência e o povo que decidiu continuar vivendo lá continua sofrendo tanta violência que nós estamos exigindo respeito eu te respeito não tem preço não é isso e aí e aí e aí e agora a gente vai abrir para uma rodada de perguntas pessoas podem vir aqui o microfone por
favor é só fazer o favor de se identificar só fala o seu nome tá você pode fazer sua colocação boa noite logo e muito prazer eu faço futuro de mídia aqui entendeu mosquito cada se interessante a primeira que você comentou sobre sobre sobre a questão do gato fala que eu queria saber porque isso é um de conforto para você algo que foi cortou recorrente no nosso colocar enquanto militante filho estudante o que você falou que uma lugar confortável a segunda que eu senti que você deu uma coisa cada no existencialismo você colocou do você falou
do o perspectivismo contra um certo antropocentrismo e eu senti que foi uma cutucada aí no assistencialismo e bem claro né porque a coisa da fechar os olhos o mundo não existe mais você já tá de uma tradição recente uma lista né que vem nesse lugar não do humanismo talvez digamos assim mais tradicional mente mais concêntricos específico da europa mais latino-americano 160 que surge com silo aqui na argentina e fiquei bastante curioso essa questão e última seu poder fazer tantas perdão gente tirou no meio ó eu peguei primeiro e pegar a última cedo mesmo tá bom
já né obrigado a gente vai pegar um hum será que nós podemos é ter assim um grupo de perguntas para a gente não ficar alternando pode ser e é boa noite meu nome é luiza luiza pinheiro sou professora da ufpa lá tô aqui no rio de janeiro concluindo o pós-doutorado trabalhando aqui pessoal das artes visuais e recentemente eu recebi lá de belém uma uma uma foto que tá no aeroporto de belém que é da da nossa propaganda que a campanha publicitária da nossa propaganda que é a responsável pela hidrelétrica de belo monte então eles eles
cinicamente usam é a cultura aparência cultura regional como sendo a o equivalente a própria energia elétrica aqui eles produzem e produziram belo monte e aí eu fiz questão de eu tô trabalhando em cima de um texto sobre isso porque eles falam tem um círio de nazaré tem nature um monte a maior usina hidrelétrica 100% brasileira tem natureza tem açaí tem belo monte a maior usina hidrelétrica 100% brasileira tem carimbó eu sou carimbó zelo né assumido e dia treze gente vai tocar aí na língua encerramento da disciplina é tem carimbó tem cacau e tem belo monte
a maior usina hidrelétrica 100% brasileiro eu só queria fazer essa contribuição para dizer que o cinismo que impera ele já passou não só daquela transposição de peixes como eles dizem né transposição de barcos na exposição de tudo que eles primeiro destruíram a amazônia e agora esse cinismo assumida pela propaganda institucional chamada de boa energia essa boa energia é exatamente a energia uma das mais caras que existem no pará todo mundo paga uma dezena uma energia mais cara e os royalties de tudo o cido não chega como foi nos grandes projetos da amazônia gente sabe o
que foi a destruição ea poluição e das comunidades e dizer que quando tu falas da propaganda né dessa auto propaganda que a pequena comunidade faz de si mesma é a gente pode fazer uma peamento né e aí só para dizer que esse mapeamento também se localiza lá nesse momento em que eles estão afirmando a sua energia e essa boa energia equivalente a boa energia do carimbó a energia do carimbó energia da cultura popular não tem nada a ver com essa energia não tem nada a ver com todo esse processo de destruição aliás o carimbó resistance
que a gente aqui também tá fazendo essa discussão essa luta essas composições para falar da cultura popular e me sinto feliz por te ouvir e me sinto feliz por essa contribuição muito obrigado e aí e aí olá boa noite meu nome é leonardo eu sou funcionário público e há três anos eu venho trabalhando com agrofloresta com povos indígenas lá do acre tenho aprendido muito eu acho que é uma honra para a cidade de niterói ter a sua figura aqui parabenizo ao evento e a us e até por uma questão muito simbólica niterói é uma das
únicas cidades do brasil que oficialmente foi fundada por um indígena araribóia é e por mais que é que possa aparecer né da gente a gente não tem uma herança uma tradição indígena na cidade o fenômeno da invisibilidade é tão grande que ninguém sabe que aqui na praia de icaraí tá no canto causa da igreja são judas tadeu de da igreja da da frost tinha uma aldeia aldeia acaraí quero o nome dos peixes que tinha o pé que a gente tinha aqui uma tradição antes mesmo de araribóia de vários povos indígenas que estavam aqui e por
quase 300 anos essa cidade foi uma aldeia e hoje o que restou dessa cultura dessa tradição indígena na nossa cidade é uma estátua no centro da cidade e alguns nomes de bairros então né então isso é uma coisa muito séria até quando a gente pára para pensar nisso e quando você puxa pesquisas vai buscar isso você não vê esse passado e aí coloca-se como se a única herança que os indígenas tiveram para nossa cultura é o nome do amendoim é a mandioca é o curupira e como se fosse um todos também a única tradição é
cultural indígena onde é que a gente tem a força em do tupi-guarani desconsiderando os mais de 300 povos que a gente tem então então aqui é muito simbólico apareceu a presença aqui hoje e eu mesmo tempo é a ah e outra característica é uma cidade que tem mais farmácia do brasil é né eu uma sociedade fica doente né a gente vê abrir em cada esquina uma farmácia e uma academia de crossfit é a sua realidade uma cidade onde as pessoas não se conhecem não se conhece sim assim não conhece os seus vizinhos e não conhece
a sua história então eu acho isso muito importante eu eu faço questão de colocar isso porque eu acho que isso é simbólico e aí é um alerta para a gente eu como morador aqui de niterói eu achei um alerta que a gente precisa porque isso porque a gente não tem a nossa história e por que a gente tá tão doente que a gente tem uma farmácia em cada esquina e cada vez pessoas mais doentes depressivos angustiados com esse vazio e isso é um ponto é eu tenho alegria de conhecer e conviver com povos indígenas do
tronco pano lá do acre e eu sei que sim é uma opinião minha e aí eu quero compartilhar isso que talvez o grande ódio que muita gente está em contra os indígenas que o bolsonaro tem quantos indígenas e como que é que as pessoas que representam o que há de pior esse ódio todo é porque os indígenas hoje são talvez uma das únicas é possibilidades que esse país está dando atende dá certo é porque quando você vai por uma aldeia como eu caso onde a minha realidade que quer na amazônia e você chega lá por
mais pobre que as pessoas sejam mas o senso que você comentou a questão da do senso de coletividade de comunidade é se tiver um peixe todo mundo vai comer um peixinho pecado mas se tiver 20 peixes todo mundo comer peixe né todo mundo aparente nessa questão de ser parente eu acho que isso tá na lógica ou posta a esse individualismo que a gente tem esse capitalismo doido e não é porque ali é aonde a gente ir tá a essência dos países então eu acho que a o grande problema que me impressiona daquele desde que a
gente ia estudante é assim ah o o indígena não foi escravizado por que era vagabundo não se adequava ao trabalho o primeiro que a sua aula no guerra do brasil né no documentário que tá na netflix quem não viu vale a pena assistir a viagem do brasil episódio 1 é que esse mestre aí ele desconstrói tudo isso mas eu acho que a grande questão quando você chega na aldeia vez 5 horas da manhã as pessoas saindo para ganhar o dia o alimento do dia e quando está duas horas da tarde já garantiu o alimento daquele
dia que as pessoas vão brincar vão passar até vamos conversar é uma outra lógica a gente se aprender com isso a gente precisa deixar de ser doente vendo essa cultura essa relação é uma outra relação então assim acho um pouco mais do que o nióbio mais do que o pasto eu acho que é o que vocês que representam quanto alternativa a esse capitalismo louco que a gente vive aqui então eu queria é desculpa aí me alongar mas eu queria muito compartilhar aproveitar esse momento oi e a última coisa que como quando você disse que as
pessoas hoje é importante cantar né é e sustentar os céus eu acho também que esse movimento que a gente tem tido esse movimento de com as medicinas da floresta para o asca né com tá vindo para a cidade não não é uma coisa é a house music é só mais uma coisa de pajelança esse é o momento também quando a gente tem o contato consagrado da argentina da floresta isso também abre uma compreensão muito diferente do que é ser índio brasileiro muito obrigado a e aí em algo ou em alguém eu ia eu fiquei com
a memória do seu nome paulo al green bom o ogre fez ele dirigiu duas questões principais para mim as outras falas são muito bem-vindas mas eu não posso deixar de responder sua pergunta abre a questão que eu acho que é mais é relevante para estender um comentário é sobre a experiência social que nós estamos vivendo nas últimas sei lá no na última década digamos assim em que a políticas identitárias as políticas identitárias sentido vasto foi suscitando em diferentes lugares sociais uma uma espécie de a convocatória para que você se manifeste até o ponto de gerar
esse fenômeno que eu comentei aqui recente que é o lugar de fala oi e eu gostaria muito de ter uma experiência ampla na nossa sociedade em que a gente não fosse só consumidor de moda mas nós fossemos capaz de criar ideias e esse papo de lugar de fala é uma coisa tipicamente culturalista é uma produção do culturalismo quer dizer mais uma vez os gringos estão encaçapando a gente nós estamos fazendo a dança do colonizado né ah eu sei que isso pode suscitar muita muito debate nós não vão abrir um debate agora sobre lugar de fala
mas eu queria que vocês dessem uma lida nas coisas que eu tô no reserve escreveu sobre a racionalização política identitária e situação política que nós estamos vivendo no país hoje ele consegue problematiza e relacionar a coisa com coisa e a gente tem quem é da minha geração sabe com antonio risério é não ficou é digamos harmônico com o google a geração dele que fez a experiência da tropicália exatamente porque ele tem uma capacidade crítica e para além de consumir modismos e mais para frente eu não tenho dúvida que você é questionada também sobre essa questão
do lugar de fala temporariamente eu acho que isso tem uma importância e no contexto político que nós estamos vivendo ele ganha ainda mais potência e relevância mas seria interessante que as pessoas não ficar simplesmente reproduzir indo isso mas que entendessem a consequência disso no sentido mais amplo da nossa sociedade que eu mencionei no começo da nossa fala como a sociedade complexa formada por gente de vários lugares do planeta terra e que simplificar de que nós somos índios negros e brancos seria uma redução é é absurda é é é claro que nós não somos essa pobre
formação negros índios e brancos nós somos muito mais complicados assim como a gente já saltou para fora daquela ideia de gênero para ideia configurada da família patriarcal e de todos aqueles modelos que sustentaram o ocidente até agora em que estão sendo posto em questão por isso que mais interessante do que um jovem despertar para a consciência de ter um lugar de fala seria também que ele despertasse para complexidade da composição que ele entrega na sociedade e não ficar só reduzindo a esse lugar de fala porque o lugar de fala pode ser só uma reafirmação das
minhas da minha própria exclusão da sociedade que já me sacaneia e o tempo todo então eu não quero um lugar de fala para ser carimbado como índio eu quero ter oportunidade de debate para que a gente arrebente com as limitações que o colonialismo nos constrangeu a ponto da gente ficar achando que cada um de nós aqui tem esse sozinho e no num coletivo nem pertencendo nenhuma ampla articulação que a gente tem um lugar de fala e esses extremos se aproximam muito o autoritarismo adora isso a a a lógica do do pensamento autoritário é um sujeito
falando e os outros escutando que a gente acaba reproduzir indo isso até nos nossas experiências é como essa aqui tem um pau eu tenho microfone o alex tem microfone e a gente consegue que um outro possa também fazer pergunta é tão de reproduzir isso o tempo inteiro nós reproduzimos é uma uma fábrica de reprodução cultural das coisas que nós sabemos que não são sustentáveis mas que a gente reproduz porque o negócio está todo arrumado é eu fui uma vez um lugar onde as cadeiras eram fixadas no chão e nós vemos um encontro tão comovente que
o pessoal queria tirar as cadeiras para cantar para dançar e eles virão com as cadeiras estava presa no chão essa coisa das cadeiras parafusada no chão tá presa no chão e eu alinhar e essa coisa tudo isso eles solta a minha observação quando eu entro no lugar desse gente então tem alguma coisa numa numa formação numa memória na constituição de uma identidade que é para além do lugar de fala que permite você sentir ecologia dos lugares por onde você se move quando eu entro no auditório desse eu já tenho que pensar bom vai ficar todo
mundo enfileirado ó e vai ter lugar com a de cima do destaque da fala porque isso é uma reprodução dos valores dessa sociedade que nós estamos ou po disposição ou involuntariamente reproduzido oi e a minha a minha observação sobre o existencialismo sobre lugar de fala sobre o perspectivismo são comentários que eu faço sem nenhuma pretensão de me tornar um especialista no ramo é que como eu tenho um pensamento crítico eu não ponho como chapéu em mim qualquer coisa que voa por aí o pensamento crítico faz isso e aí e aí nós podemos seguir o próximo
bloco de três perguntas boa noite eu tava lendo e eu tava lendo seu livro antes de entrar aqui no auditório hoje e assim pequeno trecho me chamou muita atenção no qual você fala que os parques que viram parque de tanto carro estacionado que tem o que as pessoas irem visitar e tal e eu fiquei pensando né nesses limites do tal turismo ecológico em que a ideia é você pegar ah sei lá um de pão quatro por quatro e você ia fazer passeios e aproveitar tudo ao máximo a natureza como está a natureza também não tivesse
todos os lugares não precisa ir para um lugar super longe para certa forma tá curtindo a natureza também então eu queria ouvir mais de você sobre o que que você acha dessa visão do que que a natureza e de como aproveitar a natureza que também está nessa lógica né desse tal turismo ecológico obrigada olá boa tarde boa noite eu sou rosane romão eu tô aqui um tanto apesar desse afirmação marinho aqui mas tu vê assim emocionado e feliz que a primeira vez que eu li eu vi foi na década de 80 na televisão eu fico
procurando esse esse programa mas não consigo e eu falei se gente que coisa bacana que identificação né que assim com essa vida com esse mundo eu sou como eu disse rosane romão tem o meu lado negro tem meu lado cariri do meu pai tem essas histórias e quanto psicóloga e como citou se a nise da silveira e também sou papá goiaba sul de niterói né e como citou o início da silveira é importante né e essa essa essa coletividade esse trabalho dela porque uma luta familiar de criança foi pela antes mas não utilização nessa malu
tem na universidade eu fiz e aí agora eu tô vendo esse retrocesso horrível nem meu senhor é isso e essa coletividade da nise da silveira que há pouco tempo até teve um filme e com essa importante colocar que ela tinha ali eu até anotei que eu sabia que eu esqueci ivone lara né uma mulher mesmo que fez um trabalho com ela e teve também o almir mais magro que nem um artista plástico né que fez um trabalho e que no filme foi retratado como uma pessoa branca e ele morreu ano passado na alemanha nem tão
que eu quero trazer um pouco aqui que a gente está no momento muito rico né que a gente não tem que ficar fechado na questão da racionalização e prender mas que importante se trazer assim né que a questão do racismo a questão dos corpos matáveis' né que você mesmo colocou tem coisas que respeito não se paga né tem que ser então a gente tem que fazer se a gente chegou hoje aonde chegou cada um aqui tem sua responsabilidade oi né ainda agora o rapaz falou de niterói mesmo teu os indígenas mas tinha eu cresci tendo
indígenas de vizinhos no fonseca em santa rosa eu tenho um irmão mais velho marcos romão talvez você tenha conhecido um sociólogo daqui e que ele falava ele né ele encontrava é um pouco de 53 eu também encontrei muitos indígenas né e pessoas negras também na cidade mas essa cidade como ele trouxe niterói é a cidade mais sagrada segregacionista que existe quem sabe a gente ainda tem nomes tem o nome que o banco tem nome mais preto não pode andar na rua mulher negra corpo matável como foi a mariele então isso é importante que cada um
aqui né tem responsabilidade o cara lá em cima não está sozinho não teve representantes aqui dentro dessa universidade eu sou aposentada dessa universidade eu sei aqui dentro como é é uma reprodução e se você for olhar nos votos o voto da direito em niterói é barra pesada é a barra pesada esse camarada conseguiu muitos votos nessa cidade muitos votos e capaz agora nessas próximas eleições se tiver o continuar conseguindo e com pessoas aqui de dentro e pessoas de niterói tanto que eu tenho 57 anos nascido aqui eu vim da grátis agora assistir um filme bacana
né de um a moçambicana mas quando eu sair na porta e faça uma viatura você parece que eu não tenho medo eu tenho medo eu tenho medo amarela estudei com ela eu choro a dor dela a gente vai lá a gente bota o braço aqui na beijo teve aqui eu estava lá mas era muita dor no meu corpo tremia porque a dor é a gata todo dia é aqui na no preventório no diabo a quatro de niterói o tempo inteiro sendo morte tem um estudo de um professor aqui da universidade que ele eu ainda não
tinha me aposentar ele chegou lá eu não leio mas eu passo à frente ele falou que o projeto de extermínio que tiveram com os indígenas prossegue e agora com as pessoas negras com os negros os dois jovens amigos e ninguém se importa porque são copos matares porque somos colonizados você fala uma coisa muito importante que eles foram embora nos deixaram de produzindo aqui todo mundo homem a postura portugal esqueceu entre aspas dentro da psicologia a gente fala do pacto narcísico da branquitude que não sente não somos gente não chegamos a qualidade do ser humanos nem
tudo isso é muito importante que cada um reflita dentro da própria família né o cara não tá sozinho tá tem muita gente aqui inclusive dentro da universidade né inclusive niterói como eu vou frisar é segredo acionista e expulsou os indígenas e está expulsando os negros que vão tudo lá para são gonçalo para o salgueiro para o jabaquara transferem morte os meninos que nesse projeto do trabalho no doutorado um professor oi para o de gás em né se passasse da vala tinha o de gaza eu tinha tinha a penitenciária agora outro dia eu tava no encontro
de psicólogos no de gastar cheio de jovens com aparelho dentário e o cara perguntou cadê os nossos porque que não tá aqui é o que eu tô começando é não estão chegando no de gás não estão chegando e todo mundo aqui sabe o que acontece com os nossos né então isso é muito importante que a gente reflita o cara não tá lá sozinho e outra coisa assim muito bastante que eu aprendi com esse meu irmão sociólogos você colocou isso a questão do movimento e bem-estar é um movimento homogênea da suprema supremacia branca hegemônica que debatam
como se fosse coisa com essa mas não o movimento nosso indígena-quilombola é um movimento que vai cabe a todos os quilombos né os indígenas cabem a todos mas esses dois foram excluídos e em é para gente como se fosse o nosso movimento identitária né não isso é da supremacia branca pesquisa que eu também estou aqui para dar aula não só quero ser muito oi boa noite a todos boa noite ailton eu queria agradecer pela tua presença aqui em niterói muito obrigado agradece a gente né meu nome é marco e eu fazia colocar uma coisa para
vocês eu queria agradecer a presença dele e colocar para vocês pensar um pouco em relação fazer uma colocação que em pernambuco lá na cidade de itacuruba esse atual governo quer colocar seis usinas nucleares às margens do rio são francisco que da divisa de itacuruba com a bahia vai pegar duas e nações indígenas fulni-ô trucha câmbio ar pankará pankararu então e não vejo ninguém comentando nada sobre isso até porque a mídia a mídia corporativa não vai falar dos interesses então vai matar o rio são francisco é um rio é espiritual para os povos e isso é
para colocar isso que é e coloca no isso para vocês para gente refletir chegar em casa é comentar sobre isso e precisamos do apoio de vocês para ter com a cacique teresa arapium lá do alto tapajós né e depois ailton queríamos te dar um presente para você tá bom é obrigado a [Aplausos] oi oi gente boa noite eu sei isadora tô emocionada a pergunta é como que você falou que você mora de frente para o rio que você vê o rio da janela e aí eu queria perguntar como que você lida e ver pessoalmente esse
vai-e-vem de carro-pipa de maquinário essa estimação das fronteiras é ai ai e aí é bem meu nome é natália eu sou estudante de história daqui na uff e eu moro em niterói há muito tempo de ser um ano eu poderia fazer muitas perguntas mas eu vou tentar sintetizar né porque são várias atravessamentos eu tô bastante emocionada sim porque primeiro contato que a gente tem com a história um diz né por texto de do senhor e do davi copenal então eu perdi o davi kopenawa aqui mas estou muito emocionado esse tecma sua presença e o projeto
que tá acontecendo muito bonito também espiral desafetos em eu vou tentar me excito acionar porque eu não sei se se o senhor pode conhecer um pouco niterói eu sou da região de pendotiba que é uma região que tem há ainda uma quantidade de mata atlântica e a prefeitura se orgulha muito disso é uma propaganda de niterói mas a minha região uma região extremamente afetada pelo racismo ambiental então eu moro também diferente para um não para o rio mas por um riacho que atravessa várias partes da região de dependendo do tipo que desde quando eu me
entendo por gente ele é um zigoto então a gente vive com esgoto a céu aberto e agora eles estão derrubando as matas para construir em condomínios e mais condomínios então é especulação imobiliária então essa questão do racismo ambiental acho que aproxima um pouco ainda que que seja um micro né no meu cotidiano mas a questão que eu quero fazer é relacionada ao tema mais geral do projeto se tentam dialogar com com que foi apresentado o seu livro que eu comprei eu vou querer um e aí bom então é eu lembro que o senhor falou que
vende uma cosmovisão que as pessoas que sofrem alguma adoecimento não são separadas da comunidade inclusive eu tava lendo uma notícia uma vez sobre quanto que prender as pessoas na cadeia tradicional geram sofrimento enorme para as comunidades indígenas e e bom a pergunta é nesse sentido eu queria perguntar se como que eu tratado o sujeito que quer considerado adoecido porque às vezes tem cinco mas que se tem uma perspectiva diferente sobre essa pessoa tem algum momento que a pessoa é considerada e desajustada eu queria saber qual é o tratamento isso dentro da comunidade krenak mente pensando
também no adoecimento do rio a minha mãe também vem do vale do rio doce então a pensar o adoecimento do rio que faz parte daquelas histórias e constituem a identidade de do seu povo e das pessoas que vivem naquela região pensar no adoecimento da natureza e como que isso a doença também as pessoas e como que as pessoas são tratadas de dentro da comunidade aí pensando na questão do afeto e da saúde mental cuidado como essas pessoas são são recebidas então é isso obrigado a e aí o cego não pode parar pedro o marcela eu
acho que elas apresentaram uns assuntos tão relevante que eu posso perder um pouco a intensidade da conversa com elas a gente continua tá foi a menina né e a nina a nina e a isadora é que fizeram as duas perguntas 1 oi natália oi natacha então foram as duas questões que eu achei aqui não podia perder oportunidade de compartilhar com todo mundo é que a é a ideia de exclusão na ideia de exclusão com as diferentes tonalidades que ela vai ganhando ela é muito parecida com uma mediação é compensatória dos danos que as pessoas e
o lugar onde vivem está sujeito no no capitalismo desbragado que a gente vive é independente da coloração ideológica da coisa ele tem uma dinâmica e às vezes a gente se sentir profundamente ofendido por uma circunstância e não percebe que são processo que histórico esse negócio de comer o planeta predar o planeta e desaparecer com as bordas do planeta com aquela com aquele não-humanos ou quase humanos é para fora de qualquer percepção ele ganha vários apelidos por exemplo racismo ambiental hora matar um rio devastar uma floresta nós não vamos um crime é assim escandaloso que não
podia ser mediado não tinha que ter uma conotação para isso com certeza depois de fazer um córrego virar um esgoto tirar o resto da vegetação o próximo passo agora é implantado em alguma coisa e canalizar o córrego de esgoto dizendo que você fez saneamento isso é um vocabulário vocês conhecem essa gramática é invasiva e colonizadora as pessoas que vivem na beira de um riacho podre vão achar que foi maravilhoso ter acabado mesmo com ele enterrado ele debaixo de uma vala passado uma calçadão em cima que agora tá tudo arrumado tem várias bordas da cidade que
vocês vão assistir esse tipo de devoração a paisagem e da qualidade de vida das pessoas a pastoralidade que nós acabamos dando para essas coisas e aí eu retorno a coisa lá da tá na beira do rio assistindo a experimentando as os caminhão pipa é uma sensação de exílio dentro do seu próprio território e uma ofensa eu não sei se ela é uma ofensa maior ou menor do que essa de sair percorrer a sua cidade se sentindo ameaçado com a sua vida em risco eu não sei qual das coisas é pior né mas tem uma determinação
quando você não é um sujeito que pensa o mundo sozinho mas pensa na perspectiva do seu mundo das relações que você tem constituindo essa ideia de sujeito coletivo que eu não acho é muito fácil encontrar isso em outros contextos né porque o lugar que produz essa experiência de sujeito coletivo implica obrigatoriamente em viver uma experiência coletiva se o que mais foi denunciado aqui é que as nossas nas nossas cidades as pessoas são cada vez mais sozinhas e estimulada até mesmo essa vida privada há a possibilidade de uma experiência subjetiva de criar sujeitos coletivos fica cada
vez mais reduzida ficam uma experiência como já foi dito aqui é dos povos originarios dos povos indígenas mas isso é uma tragédia porque esses povos são tão poucos e estão numa situação de tamanho desvantagem com os seus digamos invasores que acreditar que essas vozes vão dá conta da do saneamento da sanidade da coisa interessante naquele chama saneamento insanidade sanitário tudo parecido interessante isso e no seio de um coletivo de uma comunidade dessa e quando uma pessoa está e se sentindo mal e todo mundo ao redor dele sabe disso a colhe o mal que ele tá
sentindo e trata do mal que ele tá sentindo mas é todo mundo não é uma farmácia ah e não é um especialista e já mãe dele o pai dele a avó dele o tio dele os cunhados primos uma vez eu disse que eu ficava admirado de nas cidades ter crianças abandonadas eu disse por mais que a gente viva uma situação de dificuldade nós não conseguimos conceber a ideia de uma criança abandonada porque toda criança seja qual for a criança no meio do nosso povo ele é filho de todo mundo e ele come na casa de
todo mundo bebe na casa de todo mundo dorme na casa de todo mundo [Aplausos] ah e não tem não não tem a ideia antes de existir fisicamente o menino abandonado é preciso existir a possibilidade a ontologia né uma uma noção e cabe uma ideia de criança abandonada porque senão alguém vai pegar e levar para casa é mas como já tá tão naturalizado já está tão banalizado que as crianças fiquem jogadas aí tem crianças abandonadas é mais uma sociedade numa cultura que nem concebe a ideia da criança abandonada é uma diferença radical de princípio é o
que já foi dito aqui tem um peixe todo mundo come um peixe tem muito peixe todo mundo come muito peixe aí lembra daquela história do biólogo que estava visitando uma dessas comunidades que têm a natureza próspera e que tem muito peixe que tem muita comida que tem muita banana que tem muito tudo frutas de cada época do ano ele perguntou escuta porque que vocês não fazem um um depósito uma coisa assim para vocês botar muito peixe congela muito peixe botar muita fruta e depois vende ganha muito dinheiro aí ele falou e depois quando eu ganhar
muito dinheiro o que é que eu faço só sei lá você vai morrer de ficar à toa ele falou mais eu já tô a toa e aí a van o olá boa noite eu sou marcelo e no começo da sua palestra dessa conversa você falou minha bom para o paulo leminski ao contrário paulo mc falava distraídos venceremos né nesse caso a gente estaremos nos ferramos e a gente tá vivendo a lógica do peixe inteligente e o que você faça um pouquinho esse peixe inteligente né que inteligente ele é que ele chegou até aqui até hoje
né mas não presta lógica que você faça um pouquinho essa lógica do peixes ele gente já tivesse desastre mais um desastre que a gente tá sem dimensão até esse momento né ninguém sabe que tá acontecendo de fato tô preocupada venezuela tô ocupando o navio grego já compraram enfim você que vai acontecer né obrigado você tá aqui também hoje obrigado [Aplausos] oi boa noite eu me chamo neiva eu também estou muito emocionada e quero agradecer as suas sábias palavras eu sou enfermeira sou a primeira educadora educadora biocêntrica aqui no rio de janeiro eu fui fazer essa
pós-graduação em fortaleza onde lá eu aprendi errei errei afirmei todo o meu processo te ouvindo lá a gente aprende a dançar a vida quando a gente fala com o ser humano a gente percebe que ele é um cê que ele precisa de afeto para ser afetado então eu já tem seis anos que eu sou professora voluntária aqui na uff mas na pós-graduação geriatria e gerontologia lá eu demonstro com o meu olhar com meu abraço com outro o que que ele tem aprender ele vai se conectar com os instintos de vida então quando você fala dançar
a vida e dançar e fazer conexão com o universo é isso que a gente precisa estar presente com seu amor eterno e você vem aqui transbordar de afeto nos afetar com esse amor que você tem que com seu sorriso que transborda amor os seus olhos são vivos e chama de visa e essa chama de vida de cada um daqui vai sair acreditando que é porque é possível fazer o melhor é possível trazer vida estando presente na vida do outro muito obrigada obrigada você também que deus oh alô oi eu chamo gabriela eu sou estudante de
psicologia da uff eu vim fazer um convite eu sou uma das organizadoras da semana de psicologia pretende geno e eu acho que na verdade uma das coisas que então tava fechando karanak para fazer abertura eu falei tá doida mas eu tô aqui não vou dizer que eu não tentei o vídeo essa semana que vem gente de 11 a 14 a gente vai ter muitas atividades que vai trazer a gente não se propõe a perfeito acho que isso é uma coisa que eu tenho aprendido e não me deixar colonizar eu acho não é um espaço de
discussão é um espaço de troca é um espaço onde a gente dá prosseguimento a semente que pessoas como você e outros né que falam como é que a gente vai parar depois umas colonizando não é como a gente que fica em niterói continua tentando né ó bom e é isso que eu convite venham por favor sejam bem-vindos a e aí e aí oi eu me chamo lívia eu sou educadora e trabalho no sistema socioeducativo com adolescente é que estão privados de liberdade o e de três anos para cá eu tenho aprendido e me apropriado de
uma proposta que tá crescendo no brasil que se chama justiça restaurativa que provavelmente você conhece um pouquinho não sei que é uma pessoa que é uma uma proposta que se inspira de práticas de justiça comunitária de práticas ancestrais de práticas tradicionais de justiça e que a gente tentar pensar na nessa lógica da não exclusão nas de como a gente vai encontrar maneiras de consolidar a justiça de uma forma integrada mas é uma contradição trabalhar dentro de uma instituição de privação de liberdade e tentar pensar isso lá dentro mas para além disso tento construir espaços fora
do espaço de coletividade onde isso é mais palpável é mais possível mas eu vi e para para te pedir orientação e inspiração sobre práticas indígenas onde a gente onde eu posso onde a gente pode aprender um pouco mais sobre práticas de justiça entre muitas as páginas por ser um conceito e uma uma lógica muito acidental né mas de como acho que a colega já propôs a sua reflexão anteriormente né de como lidar com aquilo que no ocidente a gente aqui na cidade a gente tá excluindo enclausurando encarcerando como como onde é que a gente pode
aprender um pouco mais sobre as estratégias brasileiras indígenas aqui de como fazer diferente é porque eu fui no seminário esse ano em brasília seminário internacional de justiça restaurativa onde organizador disse para um iraniano não você não vai poder aprender sobre pa a justiça restaurativa tradicionais brasileiras porque as nossas tradições indígenas já se acabaram então como isso não é possível com a gente não pode pensar isso e a justiça restaurativa precisa aprender muito então gostaria que você me desse indicações de onde aprender mais sobre nós mesmos negócio é quem é e nós temos ainda a oportunidade
seguir conversando com ah tá vou falar agora sobre essa ideia de que as reduzidíssima mas é localidades onde estão estabelecido as aldeias indígenas territórios indígenas e com uma população é tão pequena que comparando ela com qualquer uma cidade nossa a maioria das nossas cidades tem uma população maior do que toda a população indígena do nosso país pensar essas pequenas essa constelação de pequenas aldeias como lugares de referência para refletir sobre o brasil sobre a complexidade do brasil me parece que pode ser um uma a supervalorização das experiências indígenas em relação ao que acontece no resto
da nossa sociedade o e pensar que essa população ainda estão hoje em guerra com esse corpo social que constitui o brasil não porque tomar uma decisão inflexível de fazer guerra a esse modo de vida dos brasileiros mas para poder preservar a sua própria resistência tem que ficar até no seus territórios e se fazer respeitar dentro desses territórios para além de produzir experiências compartilhadas com os brasileiros em geral a pergunta na verdade tem que ser o contrário e quando toda a hostilidade daqui de fora diminuir com relação a essas pequenas ilhas onde ainda tem o pensamento
originário será que nós vamos poder fazer esse trânsito entre a aldeia e o lado daqui esse lado de fora e fazer trocas criativas entre nós é a questão tem esse sentido se não nós vamos superestimar a herança cultural indígena como uma cervos suficiente para dar conta de todos os danos que a gente já se causou digamos assim que nos causamos é claro que o povo indígena não vai ter uma resposta para como recuperar o rio cheio de lama da mineração que se não seria moleza parece aquela história da compensação a estragou a toma uma grana
né de um lado a estragou toma uma grana do outro lado estragou chama uma consciência é a externa esse mundo capitalista para vir restaurar vocês estão vendo como é que parece uma coisa com a outra e o capitalismo indenizar é aquilo que chama de natureza oi e a nossa cultura predatória reivindicar desses lugares da natureza uma cura para o lado é pesado dessa experiência de produzir e consumir porque o que mais o que mais torna desigual essa troca é que a dinâmica daqui de fora continua sendo a da mercadoria de consumir consumir consumir se não
diminui essa voracidade toda não vai sobrar lugar para justiça ambiental e não vai salvar lugar para justiça é repara reparatória e na nós vamos aprofundar a diferença entre esses lugares urbanos constituídos pelo fluxo de consumo de energia de bens e tudo e os lugares onde as pessoas fizeram uma escolha de viver colado na terra é vivendo a terra colado na terra bebendo água daquele rio comendo o alimento daquele lugar e não consumindo um alimento que vêm de outras produções e bebendo água de caminhão pipa que é o que tá sobrando para gente agora de fato
então é mais do que uma experiência é simpática de troca de saberes eu acho que esse encontro proporcionou uma oportunidade crítica das desigualdades que nós conseguimos é constituir e como que essas desigualdades ainda são é fundadoras das nossas experiências trabalhar com menores em situação é que estão privados da liberdade que estão em situação como eu te amo e aí e não aqui e privados de liberdade pois bem é assim como eu mencionei absurda a ideia de crianças abandonadas é eu também me ponho diante de uma ideia que me parece estranha que é a de menores
privados de liberdade parece que o lugar da criança e o lugar da formação da pessoa ele é um verdadeiro em uma corrida de obstáculo primeiro e vai ter que escapar de ser um menor abandonado depois ele vai ter que escapar de ser um menor em condição de risco depois vai ter que ficar parecer um que está com a liberdade é limitada então nós temos um percurso onde esse sujeito que está se constituindo ele sofre é a restrição a constituição de uma personalidade bom então é claro que nós vamos ter um monte de adulto fraturado nós
não tem adultos que vão ter todo tipo de complexo inclusive aqueles que não vão poder andar na rua porque tem uma viatura de polícia passando como se viatura de polícia não fosse uma equipamento que a gente compra e um sujeito que a gente paga vai dirigir aquele veículo patrulhando na rua mas não é para patrulhar a rua ameaçando os outros é para patrulhar a rua porque aquele tipo de comunidade precisa daquele tipo de equipamento então assim a invenção dos sentidos das coisas que essa cultura paga para continuar existindo é muito parecida com aquela espírito super
estrutura que eu falei da unesco da onu do banco mundial da oi alan som essa super estruturas que se reproduz depois em pequenas é diga almoço práticas mas que são todas de um a confirmação o reformação dessa lógica mais geral é excludente e eu tenho muito carinho por essa geração que está confrontando esses problemas todos e tentando criar cura né buscando constituir resiliência e cura cuidados nesse ambiente tão hostil mas eu também sei que eles estão é e no ambiente que tem pouca resposta para a expectativa deles de mudar o mundo porque a lógica que
está predominante é uma lógica excludente é aquelas instituições onde alguns dos nossos jovens trabalham é para diminuir a violência e o arbítrio elas são instituições que estão cada vez mais voltada exatamente para fazer o controle a exclusão eu fiquei muito contente de ter conversado com vocês o tempo inteiro sem ter que ficar citando o cocô e toda aqueles outros caras que ensina a é porque porque essas são vozes que já avisaram há muito tempo que esse aparato aqui só existe para vigiar e punir gente então aquela aquela aquele terapeuta aquele conselheiro aquele psicólogo que é
convidado para figurar no quadro do aparelho de vigilância ele só faz parte de uma certa coreografia do negócio mas não é para funcionar é para continuar reproduzir um abuso o controle e a a eficácia do negócio é um mercado gente o davi kopenawa yanomami ele fala que essa civilização é a civilização da mercadoria eu não sei se as pessoas param para escutar o que que aquele chamar tá dizendo quando ele fala que essa civilização da mercadoria acho que tem gente que passa em cima disso falar ele tá falando que a da mercadoria então vambora e
e não entende que isso está tão profundamente definindo a as mentalidades que as pessoas não renunciam de jeito nenhum essa materialidade essa coisa da mercadoria como realização das pessoas mesmo tá cheio de gente que você tirar as mercadorias deles mais de pânico ah e eles então exemplo que ela quer uma uma caricatura de quem olha de fora a sociedade dos brancos mas ele fala assim ah eu acho muito estranho eu acho muito curioso os brancos gostam tanto da mercadoria que eles gostam mais de mercadoria do que de gente que veio olha bem aquele exemplo aquele
homem tem um carro e a namorada dele tá junto com ele se alguém for roubar o carro ele fica louco e ele é capaz de morrer para defender o carro vai se roubar a namorada dele não tem problema eu falei mais que observação curiosa de onde é que ele tirou essa ideia de que essa mercadoria tem tanto valor assim que ele deixaria levar a namorada dele mas não deixa não deixa levar o carro pode ser uma observação caricata mas prestem atenção no sentido profundo disso é quando tem uma discórdia entre pessoas que constituíram casais olhem
como é que é o tratamento que é dado para o bem material e para as relações pessoais e eu acho que é por isso que o povo indígena não tem propriedade e não tem propriedade da terra e não tem propriedade de mercadoria bom e deve ser uma outra como já foi mencionado o termo aqui deve ser uma outra ontologia que não inclui a ideia de ter algum bem que você vira dono dele e que você vai andar com ele até o inferno e aí e já que acredito em céu inferno alguma coisa vai ter que
ir para o inferno também né gente e é isso é possível conceber dois lugares tão incríveis e a maioria das pessoas acham que tudo vai para o céu no caso dele no caso do outro vai tudo para o inferno não é isso é então aí o tom temos uma última colocação aqui para encerrar queria já jantar para aqui para plateia que depois dessa rodado a lailton vai estar ali vendendo os livros e autografando tá eu fiz depois de tudo eu voltar lá na frente vem ensinando livro o ailton uma ótima noite a todos meu nome
é camila também me sinto profundamente honrada pela sua presença aqui nossa cidade a mim me veio uma dúvida durante a sua palestra uma dúvida talvez pessoal de como foi para você como foi hoje o a sua vida o seu um princípio feminino seja no aspecto da sua mãe da sua avó como esse princípio feminino esteve na sua vida no seu crescimento como não sagrado presente na terra queria saber me veio essa dúvida assim pessoal de como esse princípio feminino guiou durante seu crescimento era só isso simples delivery obrigado a e aí e acabar pode responder
é e aí se tem alguma alguma a ideia sobre a formação desses povos originais destes povos que vivem e que eram muito mais e que viveram intensamente esse território do litoral todo entre sociedades que tinha uma tradição é guerreira e reproduziram de alguma maneira o patriarcado que a europa já trazia de lá para cá oi e a falta de uma observação mais detalhada não entenderam que existiam e que continue existindo matriarcados aqui e os matriarcados é eles não são uma contrafação do patriarcado porque as pessoas viveram tanto tempo e foram tão é é bombardeado pelos
valores do patriarcado até se transformar nessa coisa é extremamente cristalizada dos homens brancos que tem muita grana e que manda no mundo eles isso virou quase que a tradução do patriarcado uma sociedade patriarcal seria idealmente governada pelo trump bom e as pessoas acham que uma sociedade matriarcal é seria uma espécie de erguer-se uma data feminino do tamanho do topete do tromp assim não tem nada a ver uma coisa com a outra são são questões é totalmente distintas acontecem outros planos e não é uma reprodução do outro e não é causa e efeito e eu nasci
numa sociedade que pelo menos nos últimos sei lá 400 400 300 400 anos nas histórias que nós contamos e ouvimos onde está mais para o matriarcado do que para um patriarcado uma sociedade de caçadores-coletores onde as mulheres sempre tiveram voz e sempre tiveram muita relevância isso não quer dizer que elas governavam o mundo mas se você quer dizer que elas nunca foram subalternas e eu nasci e cresci vendo e ouvindo as mulheres governando ao meu redor e aprendi a admirar e ouviu que elas estavam ensinado eu acho que isso me afetou profundamente me constitui um
sujeito a experiência de sujeito coletivo que inclui também a percepção que a minha mãe que a minha avó que as minhas irmãs que as minhas filhas tem do mundo eu não ando no meio delas como estranho eu ando entre elas como alguém que é dessa turma que dessa constelação de pessoas que gosta de fazer a experiência da vida você expansiva ao que parece que é bem distinta da visão é de governo do mundo feito na perspectiva patriarcal que a de controlar e reproduzir os aparatos de controle é por isso que a gente tem as coisas
que nós estamos q tah q tah motivando nosso encontro hoje aqui foi a biografia da dra nise lutando feito um dom quixote contra esse monstrengo que se reproduz de uma maneira tão é e a admirável que depois de quase 50 anos de desmontagem dos manicômios o desaparelhamento e desestruturação do aparato jurídico legal que permite a simplesmente que uma família pedisse para o psiquiatra dá uma carta de internação para o menino ou para uma menina e sumiram com eles para algum internato em barbacena ou em qualquer outro canto do brasil a ponto desses lugares terem dado
o nome para alugar não é deram para regiões do nosso país e é alguns desses lugares de flagelo acabaram no amanhã no lugares nas cidades e nas vilas onde estava implantado esses verdadeiros centros de tortura que são as clínicas de internação de pessoas considerada é é desrespeitada oi eu recupero para vocês em nenhuma das centenas de povos é originário daqui com quem eu convivi com vive visitando o território compartilhando a rotina com as famílias eu não vi nenhuma afirmação da ideia de que você exclui alguém porque ele é diferente e se alguém quiser fazer a
mão extravagância doméstica cotidiana vai ser criado um espaço para essa pessoa fazer isso como uma cura para ele ficar mais a vontade e não para prender esse sujeito para ele se sentir mais ameaçado é um entendimento eu convivi na minha geração a convive com pessoas que eu acho que nesse conceito da e aí a avaliação de alguém que corresponde a ideia de saudável é não estava posto mas que a pessoa nasceu cresceu conviveu comigo passou da minha idade ou ficou na minha idade e isso não tirou nenhuma importância dessa pessoa no meio onde ele vive
não torna não tô na nenhum de nós mais interessante do que o outro e eu até queria contar para vocês uma comentar com vocês uma experiência que mais da minha convivência com vocês olá eu sou um dos poucos sujeitos lá da da minha comunidade que transita tanto no meio de vocês e não tem mais gente não sou só eu não o e às vezes alguém é me pergunta você foi para niterói que que você foi fazer lá aí eu conto que eu vim aqui encontrei com vocês conversei com vocês eles pergunta adianta alguma coisa e
aí e aí eu eu falo com eles olha um pouquinho 1 e aí ele ele tem um pouquinho né a seguir seguindo a observação né e eu não sei o livro na flip e eu achei que aquele livro ia chegar lá na aldeia e não chegou só não tá nem aí para esse livro se alguém chegar e falar uma aí o que fez um livro todo mundo tá lindo eles vão falar é mesmo que livro então assim nem os meus filhos não estão interessado nesse livro então eu fico muito admirado do interesse de vocês viu
e aí bom então gente é uma das maravilhosas tirada sair do ailton ele diz né que não é um livro de um manual de sobrevivência são ideias para adiar o fim do mundo e alguém pergunta mas para que adiar o fim do mundo ao que ele responde para contar mais uma história e para continuar contando histórias não é isso ailton quem é e o hoje o nosso encontro essa comunidade temporária que a gente constituiu a gente pode experimentar discutir como que algumas ideias que nós temos sobre nós mesmos sobre os outros é que vocada e
como é que ela prevalece no tempo bom então sobre a a compreensão de que a gente conta uma história para adiar o fim do mundo o e respondemos a questão final de que a gente a dia o fim do mundo para contar mais uma história ele não é ele não corresponde a motivação dessas histórias ele é diferente o a parábola né tem uma parábola no livrinho wallace você consegue ler essa parábola que tá aí atrás de livrinho aí na capa é por favor olha aquele dia quando diz personalizamos o rio a montanha quando tirar um
deles os seus sentidos considerando que isso é atributo exclusivo dos humanos nós liberamos esses lugares para que se tornem resíduos da atividade industrial e extrativismo é do nosso divórcio das integrações e interações com a nossa mãe a terra resulta que ela está nos deixando órfãos não só os que indiferente graduação são chamados de índios indígenas ou povos indígenas mas a todos essa é a parar obrigado e aí e não se trata de contar uma história para de ao fim do mundo no sentido material do mundo no sentido o físico do mundo se trata de contar
uma história que é capaz de transformar a nossa compreensão de mundo e despertar o desejo onde houver potência para isso de criar outros mundos porque senão seria uma repetição é como diria drummond enfadonha a de história é seria uma repetição enfadonha de história contar a história só para adiar o fim do mundo não vale a pena a contar uma história que a dia o fim do mundo e que possibilita que a gente criou outros mundos essa é uma questão relevante que importa porque se não seria a gente admitir que nós estamos devorando o planeta mas
que a gente pode fazer isso embalada por histórias enquanto a gente come o planeta né então eu acho que todo mundo já cansou né as crianças e boa noite para todos vocês muito obrigada gratidão pela um ponto a e aí e aí e aí e aí e aí e aí oi oi e aí oi oi é o quê e aí e aí e aí e aí e aí e aí e aí e aí e aí
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