[Música] Boa noite a todas a todos e a todos né um prazer uma alegria e muita emoção né que vamos dar início a nossa Live e comemoração aos 20 anos da lei 2.639/2013 né intitulada refletir o passado e esperançar o futuro para nós né professores e professores de história então especificamente Essa Noite Tem um significado muito especial né ela marca não é remédio que significa muito né Afinal de contas é exatamente 20 anos atrás né no dia nove de janeiro né foi implementada né uma lei que garante né que tem uma importância muito grande para
nós né da área de história para todas as áreas educação como um todo né hoje nós temos duas convidadas para lá de especiais né a professora Nilmar Lima e a professora Petrolina né duas mulheres que pensadoras negras né que são referências no processo de elaboração implementação de políticas de ação afirmativa no Brasil né começa a partir do início do segundo milênio e aí nós temos a discussão passa exatamente Por trazer essas duas professoras que tiveram papel extremamente importante significativo né para esse implementação para essa lei eu sou cena Santana né Sou professora e junto com
a professora Mônica e mais outros colegas como a professora Juliana participamos somos membros da gestão do Povo onde nós temos a Coordenadoria das relações nós Assumimos aí o biênio de 2021 a 2023 nessa gestão tem como objetivo a implementação dessa coordenadoria e essa coordenadoria de lá para cá né desde junho de 2021 eu vim desenvolvendo algumas ações dentre elas reuniões de grupo lá eles ampliada inclusive com reunião essa reunião das coordenadorias dessa Coordenadoria ela dialoga com as coordenações né do G3 lá para cá nós participamos de várias atividades né em parceria com o GP dos
índios na história o gp de pós Abolição Então tira para cá também nós já fizemos algumas discussões discutindo os desafios e as possibilidades da para as relações entre a partir do ensino de história e de cultura afro-brasileira indígena tivemos atividades pensando o combate ao racismo trazendo reflexões do campo acadêmico e no campo escolar também fizemos reuniões ampliadas com os movimentos sociais e a ideia dessas dessas reuniões ampliadas além de debater é construir uma pauta onde racista que deverá nortear as ações da associação né Não só nesse BM mas que se constitui como uma prática cotidiana
além disso a Coordenadoria das relações entre raciais ela trouxe algumas algumas atividades né encontros depoimentos balanço nós conseguimos inclusive participar de audiência pública e aí nessa audiência pública inclusive é coordenada pela professora Nilma Mas isso não não quer dizer que o a situação tá resolvida né Nós temos muitos desafios nós temos também muitas propostas e hoje né Nós uma das propostas que nós elaboramos foi exatamente de fazer uma discussão de trazer para esse momento o que que se a vizinha né Nós estamos em um momento de esperança né de Esperança então com isso né eu
passo daqui a pouco a palavra para minha colega Mônica mas é dizer que vocês todos e todas e todos que estão aqui conosco né também querendo Compartilhar esse momento tão significativo então magnífico que tem a presença das duas professoras é aqui conosco desejar uma ótima noite e acima de tudo agradecer disponibilidade o compromisso né e a confiança né que as professoras Nilma e a professora Petrolina tiveram em nós né da ampor em participar conosco e compartilhar o que elas consideram relevantes né diante do que nós temos não é pensando esse início né do milênio com
uma política que desafiou e que continua desafiando mas nós estamos aqui para garantir inclusive que não vamos recuar né como não não reclamos e que vamos continuar firmes e firmes e assim seguiremos então eu desejo uma ótima Live a todos e a todas é contra o canal se inscrevam participe e gostaria de desejar boas-vindas as nossas convidadas e também a professora Mônica que comigo né vamos participar mediar transmitir inclusive para essas maravilhosas pensadoras né intelectuais o que vocês também o que que é para vocês né que são as questões que em alguns momentos elas vão
também responder então muito obrigada professora Nilva muito obrigada professora Petronilha e vamos seguir aqui ouvindo vocês atentamente boas vindas a todos a todos e a todas Mônica com você ou então em primeiro lugar quero desejar boa noite a todos a todas e a todos dizer para as professoras que nós estamos hoje aqui com uma audiência recorde né o nosso canal do YouTube um canal que vem crescendo aí ao longo né desses quase dois anos né da nossa gestão um canal que é frequentado por muitos professores da Educação Básica muitos estudantes de graduação é muitos profissionais
do campo da história e como Célia bem disse né a temática da lei 10639 né E também as diretrizes complementares elas são muito caras para o campo da história né Ela vem nesses últimos anos né nesses últimos 20 anos impactando a nossa área de uma maneira incontornável seja na discussão dos materiais didáticos dos currículos a formação de professores né da discussão do enfrentamento ao ra na escola também nos Espaços não escolares então né a nossa Associação Desde o ano passado né resolveu enfrentar né tratar esses 20 anos da lei né como um momento chave né
Para a gente discutir o nosso campo discutir Qual o compromisso né das ciências humanas mais especialmente da história nesse trabalho e por isso a gente vem realizando uma série de ações Então hoje a gente tem muita alegria né de começar essas ações com essa mesa né com vocês duas né que são muito especiais né são referência para nós né do campo do ensino de história né Então aí citadas né e muitas dissertações e muitos trabalhos e a gente vem né buscando aí discutir essa Live hoje inaugura uma série de atividades né a nossa Associação né
só para dar alguns exemplos né a gente vai publicar um doce especial em uma das nossas revistas né a história hoje falando dos 20 anos da Lei vamos dar né a esse tema no nosso snh né que é o maior evento de história do país que esse ano vai ser no Maranhão Então vamos garantir esse espaço de discussão lá no evento e também né Já dizer que hoje a gente tá aqui né oficialmente lançando o nosso seminário nacional é 20 anos depois a lei 10639 eu ensino de história né então a gente vai ao longo
da Live né mais ao final Eu vou falar um pouco mais para você sobre esse evento né fique aí ao final que eu vou comentar porque assim sem mais delongas né eu sei que todos aqui estão para ouvir as professoras eu vou apresentar as nossas queridas convidadas que tem assim currículos enormes extensos né são duas mulheres de luta professoras que vem dedicando a vida né A pesquisa as discussões ao ATIV em torno né da do combate ao racismo na educação luta né em torno dos direitos as cotas Então a professora Petronilha Beatriz Gonçalves Silva Ela
é professora emérito da Universidade Federal de São Carlos tendo atuado né como professora de ensino aprendizagem relações étnico-raciais junto ao departamento de teorias e práticas pedagógicas do Centro de Educação e ciências humanas é uma professora que tem vários né uma atuação em vários países né Estados Unidos México países africanos e também né com uma participação muito expressiva né no campo das políticas públicas professora petronila foi conselheira na condição de notório saber do Conselho Nacional de política de igualdade racial né entre 2015/2016 conselheira da Fundação Cultural Palmares por indicação do movimento negro ela foi conselheira né
da câmara da educação superior do Conselho Nacional de educação né um mandato aí de 2002 a 2006 né E nessa condição professora petronia ela foi a relatora né do importante parecer né CNE é de 2004 né que estabeleceu as diretrizes curriculares nacionais para educação das relações éticos raciais e para o ensino de história e cultura afro brasileiro e africana né documento fundamental né para o nosso campo detalhe o documento polifônico bastante estudado né no campo do ensino de história Então a professora né também com vários prêmios né e dentre eles obstaco aqui né o prêmio
de 2011 que ela recebeu né em homenagem a secretaria especial de política de promoção da Igualdade racial ceppir né pelas mãos da ex ministra né Luiz Helena bairro então né são vários vários prêmios vários projetos vários textos então professora Petronilha seja muito bem-vinda né eu já te passo a palavra porque daí eu quero aproveitar já e apresentar também né a professora Nilma ali no Gomes que vai falar na sequência a professora Nilma ali no Gomes é pedagoga mestre educação Doutor antropologia social professora emérito da Faculdade Educação da UFMG né integrante do corpo de permanente pós-graduação
educação conhecimento inclusão social foi coordenadora geral né do programa ensino pesquisa e extensão de ações afirmativas da UFMG é também uma professora com vários prêmios né bastante reconhecimento pelo seu trabalho e também né como a professora petronília é uma uma mulher pesquisadora que também vem atuando no campo das políticas públicas né então dentre várias atividades né dentre elas tendo sido reitora para o tempo e da Universidade de integração internacional de lusofonia um milab foi ministra da secretaria de política de promoção da Igualdade racial a cepir né em 2015 e também atua no ministério das mulheres
né da Igualdade racial da Juventude e dos direitos humanos no mandato da presidenta Dilma e mais recentemente né a professora Nilma liderou né o GT de transição da Igualdade racial no qual eu e Célia tivemos oportunidade assim de participar né de algumas reuniões discussões Ainda temos um grupo ativo né lá no WhatsApp discutindo né todas essas questões então professora sejam muito bem-vindas nós queremos hoje iniciar essa conversa né a gente sabe que é uma conversa muito complexa mas nós gostaríamos muito de ouvi-las né e refletir juntas sobre esses 20 anos da Lei 10639 e todos
os seus desdobramentos então muito obrigada professora Petronilha é com a senhora Boa noite né ou quase noite bom fim de tarde para todos nós que nos encontramos ainda que a distância agradeço bastante o convite que me honraram e espero trazer algumas considerações que nos ajudem né a pensar o sentido da educação das relações étnico-raciais e do ensino de histórico e cultura afro-brasileira e africana É claro todo mundo sabe ou pelo menos muitos de nós sabemos que a preocupação com a educação das Relações raciais e com o conhecimento né das histórias da população negra no Brasil
e fora do Brasil notadamente em África não nasce é claro em 2013 quer dizer só foi possível o parecer 3 2004 só foi possível além das 1639 porque pessoas negras movimento negro destacadamente professores mais destacadamente ainda professoras negras né nos anos iniciais de educação E desde muito né se preocuparam com a educação das relações étnico-raciais embora esse termo não fosse utilizar mas se preocupar com o que com a valorização das diferentes histórias que estavam representadas na salas nas salas de aula e o que aparecia de diferentes maneiras talvez de uma maneira mais notável que a
gente se fazia ver nos bairros em que predominava a população a população negra né eu nasci num bairro aqui em Porto Alegre mora até hoje no mesmo bairro hoje conhecido como bairro Rio Branco mas que se formou a partir do logo após a abolição que boa parte da população das pessoas negras que podiam adquirir não uma nesga de terra podiam adquirir um terreno ou fizeram então o bairro foi conhecido durante muitos anos como a colônia africana Há muitos muitos anos atrás eu lembro de estar no elevador aqui em Porto Alegre entrar um senhor eu era
bem jovem ainda entraram um senhor um senhor loiro de olho azul olhar para mim e dizer assim tu também és da colônia e até hoje não sei se ele me reconheceu acho mais provavelmente que ele tenha reconhecido em mim a minha mãe porque dizem que eu sou a cópia da minha mãe mas o que eu quero dizer é que mesmo as pessoas lá nos anos 40 50 que não eram descendentes de Africanos reconheciam né reconheciam a área como como a colônia africana hoje praticamente esquecido daquelas famílias nós somos só quatro famílias que permaneceram aqui no
bairro e até porque a especulação imobiliária né as pessoas as famílias muitas vezes numerosas no momento em que os patriarcas a matriarca falecia era difícil dividir entre muitos digamos assim uma nesga de terra não terreno quando muito quando muito dois é toda essa conversa de certa forma para situar né de que o fato de ter sido relatora do parecer 3 2004 não foi resultado unicamente do fato de estar representando a população negra no Conselho Nacional de Educação que eu quero dizer é que o que eu estou querendo dizer é que foi uma construção antiga e
com isso também estou querendo dizer que o parecer três 2004 ele foi sendo construído ele foi sendo pensado experimentado por professores e repito notadamente por professores dos anos iniciais que ao longo do século né do século 20 sobretudo na nas famosas datas na particularmente no 13 de Maio se preocupavam de situar a história situada as pessoas negras na sociedade esse era um trabalho que ficava durante muitos anos entre as professoras e seus alunos né estou querendo dizer com isso que não era uma determinação da secretarias de educação muito menos o ministério de educação ou mesmo
do próprio da própria escola Eu acho que eu insisto sempre com isso quer dizer não não nasceu a lei 10.639 não nasceu de iniciativa de algumas pessoas e o parecer 3 2004 não foi construção unicamente da comissão que se formou no Conselho Nacional de educação né que se vocês prestarem atenção é uma comissão eu era a única pessoa afrodescendente né da comissão Até porque não havia também outros conselheiros afrodescendentes então apontado isto eu penso que é importante destacar que o movimento negro enquanto movimento organizado como conhecemos hoje ou como iniciativas de grupos de família ou
de grupos ou associações né associações negras como a sociedade dançantes o bailantes como se dizia antigamente essas esses encontros essas oportunidades as festas de igreja sobre tudo para Celebrar o Santos que tinham alguma relação com o povo negro ou eram descendentes de Africanos ou que tinham alguma relação ou que se localizavam em bairros negros como é o caso por exemplo do bairro onde eu vivo até hoje conforme já disse mas que se forma quando se forma é conhecido como como colônia africana então a lei 639 é uma demanda da população negra por meio Claro do
movimento negro nas suas diferentes Organizações e manifestações é uma proposta por tanto também de muitos professores e professoras negras e é com isso essa minha insistência eu quero dizer que é uma construção que foi se fazendo pouco a pouco silenciosamente né as professoras negras e seus alunos lá durante o século passado as professoras negras entre elas né entre elas amigas não mencionando na mesma escola necessariamente a minha mãe era professora e as amigas negras colegas dela nem todas lecionavam não mencionavam todas na mesma escola né indiferentes bairros diferentes escolas elas nas suas conversas entre muitas
risadas e críticas risadas que criticavam o racismo elas iam conversando em um trocando materiais livros que pudessem que pudessem trazer um sentimento de pertencimento da população negra a sociedade brasileira Talvez esteja me estendendo demais com essa insistência além das 1639 o parecer três 2004 do Conselho Nacional de Educação É uma longa construção demandada pelo movimento negro e alimentada pelo movimento negro a professora Nilma tem um artigo acho que é lá de 97 né numa publicação que saiu lá na pela Editora da Universidade Federal de São Carlos que é minha universidade em que ela aponta que
o movimento negro bateu as portas das escolas quer dizer Já que as iniciativas eram fechadas né entre só entre o professor as negras o movimento negro se aproxima das escolas né começa a se aproximar e a propor que naquelas datas que se celebravam de alguma forma a presença Negra né fosse no fosse o 13 de Maio mais tarde o 20 de novembro notadamente 20 de novembro e nas escolas fossem essas datas fossem marcadas e tratadas a partir da perspectiva do povo negro também nas escolas em que poucos estudantes fossem estudantes negros Esse é um ponto
importante eu acho necessário que se pense que não foram intelectuais negros ou intelectuais não negros Aliados que construíram a lei que tiveram uma ideia não foi uma elaboração somente intelectual foi uma elaboração política construída silenciosamente mas também marcadamente ao longo do século XX tão marcadamente que dependendo dos professores negros e dos professores não negros nasceu os aliados os encaminhamentos o que está registrado no parecer 3 2004 e outros pareceres que o completam né mostram posição eu vou dizer assim da população negra é difícil dizer da população negra como um todo parece que dá uma ideia
de uniformidade Mas não é isso então acho que resumindo quando eu fui conduzida pelo movimento negro indicada para o Conselho Nacional de Educação eu me perguntei o que que eu vim fazer aqui né não é só uma cara preta não consegue então eu convidei o convidava alguns das pessoas ligadas ao movimento negro que estava em diferentes setores do governo na ocasião que ela estava por exemplo a Raquel de Oliveira e vai ir Augusto dos Santos a Lurdinha Siqueira a Jesus e Romão O Carlos Moura e desculpem para não me estender demais não vou ficar certamente
deixei alguns colegas de fora mas nós nos reunimos todos todos os meses eu ficava um dia mais no conselho e esses colegas que estavam em Brasília Nós nos reunimos a Zélia amador de Deus estava na agricultura Nós nos reunimos e discutimos o que precisamos fazer o que que a educação precisa saber E começamos então a elaborar o parecer as férias 2004 que não se chamava três 2004 mas começamos a fazer consultas o que que precisamos o que que nós queremos que seja feito e estamos por tantos trabalhando o presidente Lula então promulga a lei né
a 10.639 e o papel do Conselho Nacional de Educação ou um dos papéis do Conselho de educação é justamente interpretar as leis da Educação e orientar a sua aplicação então o parecer que nós estávamos em que nós estávamos trabalhando atendeu a lei 10.639 Porque se vocês lembram a lei em janeiro e em março nós tínhamos um parecer não é nós tínhamos um parecer que não foi elaborado de Janeiro a Março mas que foi elaborado durante muitos meses durante os muitos meses do ano anterior e foi elaborado fazendo consultas de diferentes pessoas diferentes grupos quer dizer
professores Conselheiros de educação diferentes estados pais mães alunos estudantes de diferentes níveis fizemos um questionário que as pessoas podiam responder junto né porque nem todos teriam talvez Que nós queríamos que respondessem não teriam acesso a linguagem escrita não teriam acesso ao papelorio que iria para ser respondido então poderia ser respondido em grupo eu lembro de uma reunião que eu participei foi até no Vale da Ribeira que tinha desde o avô até as crianças pequenas todo mundo na reunião e daquela reunião resultou um relatório bom acho que estou me estendendo demais não é nas memórias mas
eu acho importante né história memória né e memória e história a base da história então pra gente ter essa ideia de que não foram pessoas que devem de interpretar as leis Conselheiros de educação as leis da educação para a sua aplicação somente que se manifestar Mas um grande número de pessoas de diferentes de pessoas notadamente notadamente pessoas negras de diferentes segmentos sociais de diferentes experiências sociais de diferentes visões de cultura e de sociedade se manifestaram e nós podemos Então os conselheiros que faziam parte da comissão fazer elaborar a partir disso e Com estes diferentes elementos
parecer três 2004 vocês veem que eu sou muito faladeira e vou lembrando e vou costurando e vou me estendendo E vocês estão sendo gentis e não me cortar eu fico à disposição para continuar conversando hoje mesmo ou em outras oportunidades Obrigada professora Petronilha Com certeza daqui a pouco a gente vai conversar um pouco mais né eu aproveito para dizer para nossa audiência né que mandem as perguntas né Eu acho que nós temos aqui uma oportunidade ímpar né de conversar com essas duas professoras Então temos aqui muitas manifestações no chat né muitos muitas mensagens carinhosas né
amigos exus alunos de vocês né membros aqui da nossa comunidade Então temos aqui um público muito amplo e eu né recomendo que quem quiser fazer perguntas específicas ao tema da Live né que deixe que né ao final a gente vai passar um pouco por essas questões para a gente poder ampliar né a nossa possibilidade de diálogo com as professoras então eu passo agora para professora Nilma né que também tem aí o seu tempo para fazer as considerações que achar pertinentes né Muito obrigado professora Eu que agradeço então uma boa noite para todas as pessoas que
estão aqui nos ouvindo nesse chat quero agradecer a pu as pessoas das professoras Célia e Mônica esse convite quero cumprimentar minha querida amiga e referência a professora Petronilha que é um prazer tá aqui participando dessa Live A professora petronília é uma memória viva de da História da Educação do nosso país é uma memória viva não só da história da educação das relações redes sociais mas da história da nossa educação e é sempre um prazer ouvi-la e trazer a memória de tantas tantos fatos tantos acontecimentos que uma geração mais jovem né que já pegou digamos assim
em andamento uma série de ações desse presente em relação à educação das relações iniciando histórico cultural brasileiro e africano Não viveu né não vivenciou Então acho que nós estamos entre historiadores historiadoras pessoas das áreas das humanidades eu acho que é muito importante assim é a presença da professora petronília por tudo que ela representa por ela poder fazer esse link né de situações que nós vivemos e das lutas do movimento negro a professora porque ele falou uma coisa que eu acho muito interessante petrô que é o fato de que muitas pessoas associam né que a sanção
da 10.639 que altera LDB ela foi algo que desencadeou parecer né e acho que é importante essa história que você conta de uma articulação é sua como conselheira época representando o movimento negro e pessoas outras né colegas nossos e que são do movimento negro ligados os mais diversos grupos que já estavam e pensando é o que entregar para a sociedade em termos de uma regulamentação da educação das relações extraciais da questão da história da África e aí quando a ascensão por meio também como você já falou de todas essas lutas do movimento negro e isso
se articula né então eu fiquei pensando quando o Petrônio iria contava essa história de como que o movimento negro tá sempre à frente né ele tá sempre à frente das iniciativas do Estado inclusive ele impulsiona Óbvio as iniciativas do estado e dos governos que ocupam os estados então eu tentei construir uma reflexão se em torno do tema eu começo discutindo que eu penso que a educação ela deveria ser o campo por Excelência a construir as muitas entradas e muitas saídas nas fronteiras que nos separam E olha que a fronteira que nos separam né eu pensei
educação ela deveria ser a ação espaço a experiência mais inovadora e renovadora de esperanças do verbo esperançar que é tema dessa dessa Live dessa palestra E por que que eu penso e começa por aí porque a educação principalmente aquela que se faz que acontece na escola pública a educação eu penso de um modo geral e aqui eu tô fazendo recorte descolar né Principalmente aquela que acontece na escola pública ela é um lugar onde as diferentes presenças se encontram Eu já falei disso em em outros momentos atores e atrizes políticos que são responsáveis por essas conquistas
democráticas por essas presenças e as diferentes presenças dentro da educação escolar quer seja básica que seja ensino superior e em outros espaços na sociedade né são conquistas democráticas porque nós sabemos que a negros e negras o acesso à educação escolar ele nem sempre foi permitido nem sempre foi um direito né E também esses atores dessas atrizes políticas são responsáveis pela concepção de educação como direito social que nós trabalhamos hoje então quando nós falamos e contamos toda essa história das nossas lutas em prol de uma alteração da LDB com a Petronilha salientou a gente avança precisa
entender que nós estamos avançando na compreensão da educação como direito social que se realiza para todas as pessoas grupos raças etnias e não para um bloco homogêneo na sociedade bom e esses esses protagonistas né políticos são aqueles é aquelas que se organizam nas lutas por direitos grupos os mais diversos e com certeza dentre eles os movimentos sociais né e em especial aqui no nosso caso o movimento negro então no caso da revisão currículos a luz de uma educação antirracista e da conquista da obrigatoriedade do ensino de histórico brasileiro e africana nas escolas da Educação Básica
públicas e privadas nos cursos de formação de professores e professores é esse protagonista tendo sido movimento negro tem politizado ainda mais a educação e as educadores e os educadores e as políticas educacionais E é disso que nós falamos da alteração que foi feita é disso que nós falamos quando conselheiros e conselheiras brancos do CNE foram coordenados por uma conselheira negra do CNE indicada pelo movimento negro com toda a história que a professora petronília tem né E como a própria professora destacou no uma articulação coletiva com outros sujeitos sujeitos negros né Então essa politização que o
movimento negro faz a educação e dos direitos né em uma perspectiva étnico-racial ela nos emancipa e eu ou sempre destacar isso O mais difícil que seja a gente avança dá Passos nessa luta por emancipação social e racial Mas isso não é feito sem intenções nós sabemos nós vivemos nessa sociedade que eu não preciso reiterar mas vou reiterar que é desigual que é marcada pela colonização pela escravidão e por processos que eu diria o processo inacabados de rupturas com monarquia com ditaduras inacabados com a própria renovação política uma renovação das estruturas de poder do estado Brasil
vários é pesquisadores e pesquisadores têm falado sobre isso os historiadores historiadores têm apontado isso né são processos que foram e ainda são tensionados pelas lutas populares pelos movimentos sociais mas que mantém então esses nossos processos de ruptura que parece ruptura mas na realidade não rompe totalmente né eles mantém essa estrutura de poder e eles mantém também uma permanência de grupos das elites nas disputas pelos Destinos do nosso país pelos destinos da Nação E essas disputas ela tem como elas têm como serve manter privilégios e ao mesmo tempo a impedir a construção de uma democracia mais
radical digamos assim e também essa disputa eu quero destacar que ela não é só de classe ela na sua Regional ela não é só entre proletariado e capitalistas essa disputa ela é também racial ou sobretudo racial se entendemos racismo como estrutural e a raça como estrutural estruturante na construção das Américas e dos países colonizados né e dentro dessas disputas também por poder manter privilégios nós vemos a branquitude e a branquitude mesmo que não fosse nomeada dessa forma mas uma branquitude que hoje olhando para o ontem sem cainha na tronismos nós podemos entender que ela é
desde os tempos coloniais sim e ao mesmo tempo ela tencionada também o que eu vou chamar aqui de uma Negritude também sem querer cometer anacronismo mas ressignificando e essa Negritude eu quero entender ela como um modo de ser como um modo de Resistir da população negra que é o que tá narrado na Fala da professora petronília então a escola mais diversa ou uma escola mais diversa em aprendizagem em raça e gênero educação sexual em culturas e currículos em abordagens em conhecimentos né em práticas arquiteturas tempos e espaços tudo isso para mim é aquela que é
a mais desafiada a ser democrática Então se Nós pensamos na escola pública brasileira é a diversidade que ela barca ela é ainda mais desafiada a ser democrática por isso ela a gente luta tanto por uma democracia na escola de um modo geral e na pública em especial né então é eu obtendo que se a ideia da Democracia ela caminha lá da lado com uma noção de direitos e de igualdade é preciso também que nós entendamos que essa igualdade ela se concretiza de fato quando nós entendemos que todos todas e todos Vivemos em uma sociedade repleta
de desigualdades E que ao mesmo tempo nós vivemos como sujeitos e sujeitos sociais e seres humanos no reino da diversidade né ou seja do ponto de vista da nossa humanidade se é que a gente pode dizer assim vamos trabalhar com essa ideia o que mais nos iguala é o fato de todas todos e todos sermos diferentes é isso e o que nos distancia é o fato de que enquanto os sujeitos e sujeitos sociais diversos que nós somos nós vivemos nesse mundo desigual e que trata de forma discriminatória e inferioriza uma série de diferenças então quando
o parecer é construído parecer que a professora petronília foi a relatora nesse processo que ela já disse quando a lei 10.6009 é sancionada em 2003 pelo governo Lula e logo depois nessa confluência né as diretrizes são organizadas E aí uma série de ações são desencadeadas e uma série de reações não é isso petrônico inclusive reações contrárias que nós tivemos reações contrários inclusive de grupos de historiadores reconhecidos e reconhecidas no nosso país quando tudo isso acontece nós estamos lidando com esse conjunto ou essa articulação de desigualdades e de forma discriminatória como aqueles sujeitos considerados como diferentes
na sociedade são tratados quando faltam que a sua diferença ela tem que ser um dos eixos da construção da Igualdade no nosso país e principalmente um dos eixos das políticas educacionais e da igualdade na educação do nosso país uma educação repleta também de desigualdades escolares que são atravessadas pela questão de gênero de raça de classe de orientação sexual e estão aí as pesquisas para nos mostrarem isso então por que que eu estou falando sobre isso é porque esse é para mim um dos ensinamentos do movimento negro quando desde os tempos da frente negra brasileira ao
construir a escola frente negligina Abdias Nascimento quando ele é lutava por que a educação deveria Inserir a discussão sobre a África e os afro brasileiros nos currículos desde lá quando o movimento negro Unificado no seu livro os 10 anos de luta contra o racismo de 1988 é falava nós temos Ana Célia da Silva não é isso petrô a nossa querida amiga que é produzia conhecimento na já naquela época denunciando estereótipos raciais nos livros de comunicação expressão a época os nossos livros de portugueses e depois os amplia para os livros didáticos algo inovador para aquele momento
que hoje nós falamos tanto né E ali a gente teve a presença de Ana Célia como a principal protagonista dessa discussão e também esses ensinamentos que vem desde esse tempo que eu falo é tem a ver também com a inserção dos estudos africanos nos currículos escolares que o movimento negro Unificado destacava indagando já naquela época o sistema capitalista a opressão como a classe do dos países capitalistas ela usava o racismo como um instrumento de opressão de privação dos meios de produção para a população negra né Então essas ações que eu quero chamar porque eu tô
chamando atenção ela se somam Há muitas outras de resistência organizada por educadores educadores negros e negras nos encontros de Marília em São Paulo na divulgação dos cadernos negros do Quilombo hoje da luta e organização do movimento mulheres negras das lutas quilombolas Até nós temos hoje um coletivo de educadores e educadores negros na conac coordenação nacional dos povos Comunidades Quilombolas das ações dos agentes pastorais dos negros em prol da educação das crianças negras trabalhos belíssimos que já foram feitos e ainda são feitos hoje a Associação Brasileira de pesquisadores negros negros e os núcleos os estudos brasileiros
inclusive os coletivos né o coletivo de historiadores negros e negras Então tudo isso é que nós podemos considerar parte de um passado né que pavimentou o caminho que em 2003 faz com que a 10.600 639 que altera LDB seja sancionada e pavimentou o caminho da construção do parecer e da resolução que compõem as diretrizes curriculares nacionais para educação das relações éticas raciais e para o ensino histórico e cultura afro-brasileiro africana e posteriormente como quando eu como conselheira também de maneira coletiva com os quilombolas com acepico a secardir com o Ministério da Educação de modo geral
asseb também protagonizei a construção das diretrizes curriculares nacionais para educação escolar quilombola tudo isso que faz parte de um passado mais distante de um passado mais recente impacta o nosso presente e vai continuar impactando o nosso futuro e tem aí a raiz do esperançar porque se não fosse essa esperançar pensando na ação do movimento negro de negros e negras organizadas né Mesmo que não seja um grupos é muito destacados do movimento negro atuando é na luta contra racismo tudo isso é forma esse chão digamos assim que nós estamos agora que nós vivemos agora ou seja
mesmo que a gente não tenha uma implementação da alteração da LDB pela 10.639 de maneira regulares nacionalizada não há como negar que há uma movimentação acontecendo e que se nós olharmos do hoje para o ontem avançou em termos de uma luta por um combate ao racismo na educação e na sociedade e na luta pela construção de uma escola mais democrática onde essas diferentes presenças que se encontram principalmente na escola pública Elas têm a o direito de um recrutar da própria história da própria história do país da própria história da população negra no Brasil né bom
E então isso eu quero que eu quero destacar é que há um dinamismo então nas lutas de combate ao racismo é que hoje nós chamamos de lutas anti-racistas né E aí eu quero fazer Talvez uma reflexão porque eu penso que o combate ao racismo na sociedade na educação específico ele foi construído na denúncia de negros e negras que se seguiram logo após a abolição principalmente logo após abolição da escravidão como um que é considerado um Marco né oficial do término desse regime justo desumano e autoritário mas que sabemos todos nós que a não serção de
negros e negras como sujeitos de direitos sociedade brasileira faz com que a essa Abolição fique inacabada como muitos pesquisadores e pesquisadores dizem né e eu acho que essa denúncia do racismo do movimento negro que é que é o que é embasou todas essas ações em prol da educação e do direito da população negra que nós estamos falando agora essa denúncia incansável ela articulava essa presença do racismo na sociedade brasileira denunciava essa presença e denunciava como ele afetava e afeta ainda negros e negros em todas as áreas e brancos e brancas e outros não negros também
como hoje sempre falo também o racismo aprisiona todo mundo na ignorância e aprisiona todo mundo na violência por isso superar o racismo é libertar a sociedade brasileira não é libertar somente as pessoas negras do jogo do racismo embota as mentes né o racismo é um fenômeno de tal perversidade e isso diz respeito às pessoas brancas e as pessoas negras por isso precisamos todos e todos superados bom então a educação escolar e a continuidade da trajetória Educacional desde a infância até os ensino superior que foi e é uma das bandeiras de luta contra o racismo é
que talvez tenha esse êxito digamos assim combinado no que foi alteração da LDB e a instituição do parecer também tem uma outra um outro lado né uma outra é outra dimensão que é olhar para educação superior então o movimento negro não só ele olha para educação superior e denuncia ali o racismo ele também faz com que a própria sociedade e o estado brasileiro e o jurídico inclusive olhe para essa essa esse nível de ensino e veja ali a invisibilidade as lacunas da presença de negros e negras e se movimente ele tenciona para a sociedade se
movimentar E aí nós temos hoje lei 12.711 lei dos meus 1990 nos concursos públicos que também as Universidades vem sendo impactadas e tudo mais então isso que a gente tem hoje intrinsecamente ligado com o passado vivo né não é um passado morto que acabou que a gente só vai pegar nos livros para fazer as pesquisas de revisão histórica não é um passado implicado entranhado no presente e que vai continuar entranhado no futuro principalmente porque essa dimensão que é do esperançar e não é da Espera ela é um Marco na luta da população negra para os
seus direitos para sua dignidade e eu acho que é isso que a gente tem que também analisar quando nós estamos pensando na Perspectiva da lei né então o mercado de trabalho lugares de poder decisão representação política judiciário igualdade de raça e gênero nunca saíram do radar das lutas do movimento negro e se nós temos hoje iniciativas desse tipo e mudanças paulatinas mesmo que ainda muito lentas da presença de negros e negras não legislativo no judiciário no executivo Estamos vendo agora né na construção do novo governo Lula que são da presença de negros e negras no
primeiro Escalão é nas mídias na moda entre outros espaços e lugares é porque a luta contra o racismo de forma efetiva muitas vezes de forma muito dura e contundente ela foi realizada inclusive muito dura para denunciar a própria branquitude foi realizada e essa luta que eu acho que deu lugar essa luta de combate racismo né dessa dureza dessa incisividade ela deu lugar ao que nós hoje chamamos de Diante racismo e a barca as ações de negros e também de não negros Então eu fico pensando que é hoje nós conseguimos congregar de alguma forma pessoas brancas
né que se colocam desafiadas ainda garçom a própria branquitude o lugar do branco na luta contra o racismo e em dar algumas Relações raciais e indo além desse perfil de pessoa aliado sou aliada dessa luta antirracista e se hoje nós temos a paulatina construção de uma ideia de responsabilidade das pessoas brancas também diante da superação do racismo é porque antes mesmo da gente pensar no antirracismo nós tínhamos ali uma incisividade do movimento negro que trouxe para o discurso a combate ao racismo e trouxe para a prática literalmente um combate né bom é o sentido figurado
e no sentido de combater as relações de poder mesmo né é a luta antirracista que nos últimos anos ela tem se baseado muito inclusive na célebre frase né da ativista negra norte-americana na geladeira nas pessoas hoje tem falado muito mais as pessoas não negras principalmente não basta não basta não ser racista é preciso ser anti racista tem a regimentado então muitas pessoas hoje mas para compreensão de um dever ético dever Cívico político e cidadão de repulsa o racismo é por todo e qualquer cidadão cidadã de qualquer grupo étnico-racial classe e Geno sexualidade etc É principalmente
aqueles que acreditam na democracia de fato uma democracia radical e que essa democracia radical tem que se concretizar também na educação na política educacional né não democracia fake né Essa aí dos grupos autoritários os grupos fascistas antidemocráticos que falam falam em democracia que vem nesses últimos seis anos infelizmente se fortalecendo e que se alimentam da violência racista em todos os sentidos mas o que ainda falta na minha opinião e aí eu tô falando desse presente né inspirado nesse passado para pavimentar a esperança do futuro é que esse antirracismo que hoje nós falamos tanto mais né
às vezes mais até do que o combate ao racismo incorpore Sim esse combate ao racismo como uma ação política e uma prática social e na escola uma prática social pedagógica e curricular ou seja não se trata de um convencimento das pessoas não negras de que o resto não existe de que o movimento negro falava a verdade porque os dados estatísticos sobre a violência contra as mulheres a juventude Negra tem e sido atestado pelas pesquisas e pelos dados estatísticos não porque a violência política é recrudesceu depois que corpos e corpos negros passaram a ocupar o Parlamento
trata-se de uma mudança real que eu tô falando não só de valores mas é mudança de práticas e a pergunta é Qual é a pergunta pergunta deve ser ou as perguntas é como o racismo impede o direito à saúde educação moradia Bem Viver emprego Justiça etc das pessoas negras com as quais eu convivo e na sociedade brasileira ao responder essa pergunta também é preciso se indagar o que que eu tenho feito para mudar isso o que que eu posso fazer para mudar isso como eu posso trazer mais pessoas para esse campo eu consigo fazer os
enfrentamentos necessários com pessoas do meu próprio grupo social familiar inclusive profissional e de convivência para mostrar que eu sou contra o racismo como eu apoio iniciativas negras Eu participo de coletivos Eu apoio de alguma forma discussões né é anti racistas de combate ao racismo no caso e principalmente as políticas de ações afirmativas voltadas para população negra eu entendo que eu usufruo de privilégios e que nesse sentido ao aplicar cotas e ações afirmativas pessoas negras tem o direito de ocupar lugares que antes eram somente para o meu próprio grupo social e étnico para minha própria classe
isso para mim é Art esse anti-racismo que nós falamos tanto e principalmente quando nós tocamos na questão da Lei 10639 das diretrizes com o combate ao racismo que é a central bandeira do movimento negro principalmente esse movimento negro que nós somos herdeiros dele das lutas anti-racistas eu já tô fechando eu acho que esse é o presente a ser construído para esperançar um outro futuro né e muitas dessas discussões que hoje se expandiram para a sociedade brasileira chegou aos currículos escolares óbvio né e em especial ao campo da história as licenciaturas aos bacharelados né por isso
nós estamos aqui no evento da pu e isso é muito importante e com uma coordenação inclusive dentro da própria diretoria atual com atividades como foi falado pela professora Célia né ação específica isso é muito bom porque a gente ainda Precisa rever muitos estudos sobre a África que nós temos e precisamos rever muito como essa apresentada para os estudantes da Educação Básica precisamos revidos em seu superior precisamos rever muito a ideia a forma com uma presença afro-brasileira a presença negra na sociedade ao longo dessa história da América Latina do Brasil ela foi construída né é superando
estereótipos superando a ideia da vitimização do banzo não é isso que a gente ouvia falar e superando e construindo outros livros didáticos outras abordagens do livro didático outras pesquisas e também é considerando a presença de pesquisadores e pesquisadoras negros no campo da história no campo da educação que fazem essa discussão e que fazem essa revisão nós sabemos que a disputas as hierarquias os financiamento das pesquisas em tudo né o predomínio de quem fala então tem uma revisão de uma branquitude no campo da no campo da Ciências Sociais e humanas necessária como combate ao racismo articulado
com esse antirracismo que espraia para todas as pessoas vamos dizer assim de todos os grupos então portanto nesses 20 anos eles desafiam a construir o que eu tenho chamado muito dessa Pedagogia da diversidade né E essa democracia na escola e esse currículo descolonizado que nós falamos tanto né e Paulo Freire Com certeza com a ideia de esperançar ele nos ajuda a entender isso e fazer a leitura na Perspectiva étnico-racial desse esperança que eu acho que é a provocação que o título traz né ele vai falar que a nossa força é Paulo Freire falava está na
nossa capacidade de recusar opressão de compromisso com a dignidade humana então eu vou falar recusa a opressão racial e compromisso com a dignidade humana das pessoas negras isso é muito importante então não perder a esperança no mundo que emancipa também inspirado em Paulo Freire e é para isso a gente tem que conjugar esse verbo esperançar que ele vai chamar atenção e Principalmente nesse atual cenário né de retomada democrática e ao mesmo tempo de ataque democracia nós vivemos duas coisas e é isso que essa geração de estudantes com os quais nós lidamos em tempos pós pandêmicos
ou de uma pandemia intermitente como Boaventura de suas asas costuma dizer é eles estão enfrentando então é são esses sujeitos que nós teremos em sala de aula nas licenciaturas na Educação Básica são esses sujeitos que somos nós também que chegamos afetados por essas desigualdades por essa onda de ataques a democracia e por uma pandemia então uma perspectiva de Paulo Freire eu diria para vocês que todas essas essas universidades que a gente tem visto tudo isso é importante na Perspectiva do esperança e aí passar aqui em esperançar étnico-racial parafraseando Paulo Freire não é definitivo E aí
eu chamo atenção do que ele vai falar sobre os conceitos o conceito de situação limite quando ele no livro Pedagogia do Oprimido trabalha com essa ideia que que é isso situações no âmbito individual e coletivo em que formas de opressão se instauram como se não houvesse saída e a resposta é essa opressão vai se dar a partir da nossa capacidade de reinventar Então essa situações limite que nós vivemos que afetam o povo negro que afeta implementação da discussão que as diretrizes trazem que há 10 mil traz porque nós sabemos que temos muitas resistências dentro da
escola não é à toa que ela não é implementada ainda da maneira institucional irregular tudo isso são situações limites e isso testa da nossa capacidade de reinventar E aí Testa o nosso racismo de que a gente faz essa invenção juntos e juntas e principalmente te o nosso combate ao racismo nós transformamos isso em prática e não só em retórica Então eu acho que o fechar aqui com o conceito de esperança de Paulo Freire que muitas pessoas conhecem mas vou para a gente não perder a dimensão dele e principalmente interpretar a luz da questão ética racial
ele vai falar é preciso ter esperança mas tem que ser esperança do verbo Esperança porque tem gente que tem esperança do verbo esperar Esperança do verbo esperar não é Esperança Espera ai eu espero que melhore que funcione que resolva já esperançar e atrás se juntar é não desistir é capaz de recusar aquilo que apodrece a nossa capacidade de integridade e a nossa fé ativa nas obras esperança é a capacidade de olhar e reagir aquilo que parece não ter saída por isso é muito ambiente de esperar Temos mesmo é de Esperança então não há nada romântico
na proposta de esperança que Paulo Freire coloca no pelo contrário E se nós colocarmos o ponto de vista ético racial é essa ação eu ia atrás é ocorrer é isso que marca o passado o presente e vai marcar o futuro da população negra no Brasil da discussão que traz não só alteração da LDB pela 10639 como também as diretrizes o plano e tudo mais que a gente produziu e tem produzido em relação a isso são situações intensas densas assim são situações limites que isso acontece porque o racismo estrutural se ele estruturar ele está nas instituições
A escola é uma instituição logo racismo estrutural aparece nela parece mais diversas formas possíveis não só nas pessoas mas na forma com a própria organização da escola é pensada por isso um combate ao racismo articulado a um anti racismo tem que indagar as estruturas da escola tem que dar os tempo espaços tem que indagar os locais onde as pessoas estão e como elas estão o tratamento dadas as pessoas não é só o currículo para dentro da sala de aula é o currículo pensado como um todo e eu vou terminando ainda com Paulo Freire quando ele
vai falar assim ó o que se exige eticamente de educadores educadores emancipatórios porque Reinventar né é ser emancipatório E que se coloca o contra a colonização dos corpos e das mentes é que coerentes com nosso sonho democrático e nós temos um sonho democrático e um sonho de democracia que alcance a igualdade racial é que nós respeitemos umas as outras uns aos outros aos educandos educandos e eu digo indo além do que Paulo Freire trabalhava e falava jamais sejamos racistas e por isso eu quero também chamar a memória uma frase de campanha da década de 90
que falava o seguinte onde você guarda o seu racismo e as pessoas começam a pensar né onde é que tá guardado e a resposta era fatal é com ela que eu quero terminar resposta É racismo não se guarda racismo é para ser jogado fora e é isso que a gente está fazendo nesses 20 anos e temos que continuar fazendo com muita luta até até tarde digamos assim Obrigada gente nós é que agradecemos professora Nilma né pela fala tão tão brilhante tão forte né e nos instigando aqui a pensar né esse tema nas suas mais variadas
dimensões bom durante a fala de vocês assim chegaram muitas perguntas né Nós temos muitos muitas contribuições aqui no nosso chat né a gente inclusive vai precisar fazer uma seleção né dessas perguntas mas a gente nota aqui professoras é muitas queixas né muitas depoimentos eu diria até denúncias né de professores que dizem que a lei né ela não foi implementada né nas suas no seu estado né nas suas regiões né Por exemplo o Raimundo Rodrigues né ele diz assim a lei 10 lei 39 ainda não foi implementada no estado do Piauí que falta então para implementação
dessa lei nosso estado a gente vai ter também né outros depoimentos né como é o caso da Lavínia Morais ela diz o seguinte né ela parabeniza vocês pela fala e ela diz assim né gostaria de saber como exigir ou fazer com que a lei seja cumprida nos ambientes escolares privados era professora de uma escola privada e esse era sempre um embate E aí a gente por outro lado né tem aqui o Professor Mesquita né dizendo como obrigar as escolas públicas a valorizar e trabalhar a lei 10639 né então a gente vê assim que essa é
uma é uma questão muito recorrente aqui né entre os nossos né o nosso público né Eu acho que uma grande maioria aqui de professores né que vem vivenciando aí aí na pele né esse cotidiano E aí a gente tem aqui né mais uma uma questão que endossa isso a professora Patrícia Santos nela diz professoras Petronilha em mim uma 20 anos da Lei 10639 e agora do que mais precisamos falar e fazer na educação e na escola pública brasileira né bom então esse é um é uma digamos assim é um bloco aqui né são algumas questões
bem recorrentes né entre os professores né E aí eu vou só colocar mais duas ou três para a gente fazer um bloco né e eu passar para vocês comentarem um pouco a gente tem aqui uma pergunta do Claudinei lombi ele direciona a pergunta professora Petronilha ele diz o seguinte a luta contra o racismo estrutural na escola Exige uma pedagogia antirracista estrutural é para professora E aí a gente tem né também algumas questões que envolvem as Universidades né A Lorena ela diz o seguinte né como as Universidades têm contribuído com a inserção nos seus currículos de
epistemologias não centradas no ocidente avanços tá Então essa é uma pergunta que envolve né o ensino superior A exemplo né de uma outra pergunta que chegou aqui é da Camila né que ela diz o seguinte né como é que as professoras avaliam a formação inicial de professores em erê né educação para as relações éticas reais ao longo do período de 20 anos como é possível professores da Educação Básica negacionistas mesmo após formados né Depois da vigência da Lei e por fim né Para a gente fechar esse bloco A Raíssa coloca assim né como fazer cumprir
o parecer CNE número 3 2004 que institui as diretrizes curriculares nas universidades brasileiras trabalhando com conteúdos é como conteúdos obrigatórios nos currículos os cursos de graduação eu acho que essas perguntas representam assim né bastante do que foi exposto aqui no chat né e a gente poderia conversar um pouquinho sobre elas né e depois a gente faz mais uma rodada né com questões que não não entraram aqui então se a professora petronília quer começar pode ser professora Sim pode ser eu penso que é importante ao discutir a lei né como nós chamamos ou como alguns diziam
do dizemos do movimento negro a nossa lei ela não vai simplesmente ser implementada se não houver vontade política e com isso está querendo dizer o quê se nós não discutirmos ao mesmo tempo o projeto de sociedade que estamos construindo com o nosso ensino nós professores com as aprendizagens que desencadeamos Como projeto de sociedade que o ensino na nossa escola que o projeto político pedagógico da escola reflete nenhuma lei nenhuma determinação legal acontece automaticamente quer dizer uma vez que foi sancionada uma lei na área de educação que estamos falando os professores acolhem até acolhem mas Diferentemente
a diferentes interpretações porque o que está se discutindo quando se pensa numa determinação Legal e quando se discute a gente está discutindo um projeto de sociedade quer dizer que a sociedade nós queremos uma pergunta importante para cada um de nós né professores com o meu ensino eu estou contribuindo para que a sociedade e o meu ensino não é só o conteúdo programático né o meu ensino é a forma como eu olho para os estudantes é a forma como eu avalio a produção dos Estudantes é a forma como me relaciono com os estudantes e os estímulo
a se relacionar entre si com as diferentes pessoas que estão dentro da Universidade nas Diferentes instâncias né E como eles estudantes se relacionam na sociedade né Eu acho que é muito importante na educação das relações ético raciais discutir por exemplo o quanto o olhar educa não é e o olhar das pessoas entre si ou A negação de olhar é uma forma de educação quer dizer educação das relações eletrônica raciais não não é não existe uma série de normas que se sigam sem pensar que estamos tocando na formação das pessoas enquanto pessoas mas enquanto pessoas que
convivem com outras pessoas e tem outras formas distintas de pensar e de projetar a sociedade a educação das relações étnico-raciais quando conseguirmos levar a sério ela vai ela vai estar exigindo Que Nós pensamos o seguinte com o meu ensino os estudante Eu professora Os estudantes com as minhas aprendizagens e o que eu faço com elas para que a sociedade eu estou contribuindo ou melhor para que projeto de sociedade eu estou contribuindo eu penso que essa é uma grande contribuição da relação da educação das relações assim comerciais quando pensada interpretada discutida seriamente e não unicamente como
alguns conteúdos uma listagem de conteúdos curriculares vou ficar quieta porque senão eu fico falando demais É sempre um prazer te ouvir petrô pode falar a verdade eu fico aqui aprendendo igualmente então é as perguntas eu tava aqui olhando também no chat né Tem muitas perguntas que são próximas essa assim que vamos fazer né Pedro Por que que não pegou porque que acontece dela tá com alguém na maioridade eu gostei disso a maioridade da Lei e ela ainda não ter surtido o efeito né que que ela deveria ter surtido Eu acho que eu penso que eu
já falei pouco sobre isso assim e Petrolina coloca isso também né Tem uma questão da vontade política né e em relação à vontade política a pergunta é porque não há vontade política no Brasil No que diz respeito a fazer cumprir a LDB né fazer cum fazer com três diretrizes porque naquilo que diz respeito à população negra porque não há vontade política e nós sabemos que nós vivemos é uma tensão né é uma ousadia uma resistência uma tensão ter trazido para o campo da legislação Educacional da legislação nacional dos currículos a discussão sobre a dimensão ética
racial é uma luta é uma tensão então assim porque que é porque tantas dificuldades porque a gente tá navegando contra uma Maré né digamos assim de racismo estrutural que tá impregnado na nossa sociedade e que também tá na própria forma como se pensa se organiza a escola educação a política educacional etc etc e esse racismo introjetado impregnado ele se choca também muitas vezes quando a gente mesmo no campo Progressista né mesmo Campo Progressista nós hierarquizamos os fenômenos perversos e as desigualdades e ainda temos uma leitura de que se a gente fizer a discussão da pobreza
fizer a discussão do conteúdo especificamente da das Crianças aprenderem a matemática alfabetização e etc por Excelência desconectado disso tudo que a dimensão da das diretrizes né trazem olha ali a gente quando ler as diretrizes ali é uma uma complexidade de questões que tem como foco a questão racial mas vai vai além né vai além na questão da prática pedagógica então tensionamento gente por isso é assim não é por causa só da boa ou má vontade o professor da professora tem isso também mas tem a ver com estruturas mentais estruturas políticas né sociais e culturais numa
sociedade e numa educação que foi construída Não Para nós pessoas negras não é isso ela foi conhecida por um determinado padrão e basta passar em revista a nossa história para pensar como é que a chamada escola introduzida aqui no nosso país é introduzida para catequizar os indígenas olha os Jesuítas lá atrás né ela não é introduzida para emancipar então quando a gente fala em emancipado Esperança tá isso é a gente trazendo uma uma mudança estrutural é para dentro dessa instituição que ao longo dos anos também foi sendo digamos assim contaminada Será que eu posso dizer
assim por uma série dessas rupturas inacabadas que o nosso país foi passando ao longo da política a educação foi oscilando ali né à toa que a frente negra brasileira falavam que desde 2016 até o ano passado nosso país teve uma destruição das políticas de direitos Inclusive das políticas educacionais teve um GAP teve uma estagnação inclusive e estados municípios de Distrito Federal ocupados por governos por exemplo que são contrários a toda essas dimensão de emancipatória também que já se retraíam em fazer cumprir a lei se atraíram ainda mais porque não tinha indução do próprio é estado
do próprio Governo Federal para fazê-lo e mais nós na sociedade civil estavam cerceados nas nossas lutas também então o que eu quero chamar atenção eu quero chamar atenção de que que nós vamos fazer agora não é isso daqui para frente que que nós vamos fazer daqui para frente é avaliar estratégias que nós construímos ao longo desses 20 anos que funcionário que deram certo para que a gente possa reinventá-las e avançar e ver estratégias nossa que não deram certo que não avançaram para que a gente possa revê-las e tem dimensões de dentro da escola do coletivo
dos profissionais tem por exemplo um envolvimento do sindicatos é mais do que necessário que o sindicatos como categoria dos professores das professoras também Invista nessa luta Quando nós falamos da própria ampu quando a gente fala da impede né Petronilha as nossas associações elas foram também tensionadas a incluir essa dimensão como uma dimensão importante da ação é epistemológica e política de atuação dela então gente é luta Eu vou dizer para vocês é luta é continuar lutando porque é uma luta contra estruturas muito Profundas e muito arraigadas mas não vamos nos esquecer de que é luta contra
essas estruturas quem que nós vamos acionar é Ministério é trazer para o conselho de pais é discutindo conselho de classe mas nós estamos em momentos também de força reacionários e negacionistas crescendo na sociedade nas escolas né inclusive entre docentes e que faz com que essa luta agora ela seja mais tensa ainda então a estratégia que eu acho é não fiquemos sós vamos buscar aquelas pessoas que estão também fazendo essa luta se não é da minha escola como é que a gente pode articular isso E aí tem um papel os núcleos de estudos afro-brasileiros Sem Papel
as associações têm papel nós como criando redes hoje a gente tem uma série de redes que a gente pode participar né da força uns para os outros criando coletivos e para implementação da Lei eu acho que tem que ter uma movimentação de tensionamento para não dar a ideia de que nós estamos acomodados com a forma irregular como essa discussão tem sido conduzida né e eu acho que é por aí que a gente vai caminhar e não tem uma resposta a professora porque não tem uma resposta pronta para isso mas a gente pode fazer uma análise
junto com vocês dessa situação e nessa análise tentar apontar alguns caminhos e ainda tem diferenças regionais não é isso diferenças de governos específicos dentro de determinadas regiões né Tem tudo isso envolvido tem escolas que tem um coletivo muito conservador e que recusa não só essas pautas como outras tem escolas que tem coletivos mais articulados tem escola que tem um turno mais avançado um turno muito conservador ou seja isso é educação brasileira e é a implementação da legislação das diretrizes ela estampa é esse conservadorismo e esse racismo nessas estruturas que a gente tem na nossa educação
ela faz estampar entendeu ela não encoberta e aí a gente começa a ver quem de fato tá no campo das lutas por emancipação racistas e quem de fato não está quem de fato usa como retórica e quem de fato pensa problematiza corre atrás busca Porque hoje a gente tem material a gente tem acesso na nas redes sociais a gente acessa na internet nós sempre produção bibliográfica nós temos pesquisas literatura etc nunca do jeito que nós gostaríamos que fosse desses 20 anos que poderia ser muito mais mas nós temos é diferente do momento que é na
série escrevia dissertação dela sobre a questão dos estereótipos nos livros didáticos e é diferente de hoje no século 21 e que nós podemos também buscar outras fontes para dinamizar as nossas os nossos trabalhos e a gente sabe que trabalhos dinâmicos também impactam as escolas e vai impactando também outros professores e professores no ensino superior do mesmo jeito não é diferente da Educação Básica nesse sentido guardado as devidas proporções e escalas e mais tem uma outra coisa como ainda essa discussão ela fica ainda restrita as pessoas negras as pessoas brancas que começam também a fazer um
movimento em relação a sua própria branquitude nós vamos ter vários vários pesquisas estudos mostrando que é sempre um determinado grupo que faz a coisa acontecer não é o coletivo como um todo nem da faculdade de educação nem da faculdade de história nem da da escola é sempre alguém puxando e que é a luta de combate ao racismo se não fosse o movimento negro puxando também a sociedade não teria chegado até onde nós chegamos agora então acho que é um pouco por aí porque eu tentei responder um pouco as várias questões de angústia que as pessoas
estão colocando aqui é difícil né e eu vejo que assim também que tem muitas muitas pessoas comentando é a respeito dos impactos da você né nos currículos da Educação Básica e como que a bncc ela terminou por limitar é abordagem da questão né étnico-racial por pelo fato né do combate ao racismo ele não ser né uma uma competência geral quer dizer a gente não tem esse compromisso né assumido pelo documento centralmente né mas eu acho que é sempre importante lembrar que a LDB ela é mais que a bncc né e é importante a gente reivindicar
acho que a força né do documento né do documento legal que eu acho que é isso né Nós temos uma LDB que ela precisa ser cumprida ela é a lei maior da educação brasileira né então acho que não sei se vocês querem comentar um pouco isso né Porque também tem assim esses embates né Acho que os currículos hoje estão muito atravessados né Essa Ideia das habilidades e competência né que deslocam né a centralidade ali dos objetivos formativos para outras coisas né também importantes mas que de fato né Vamos secundarizar muitas questões políticas né que envolvem
a questão de gênero né então acho que esse é um ponto assim que eu percebia que muito muito forte né em algumas falas E aí professora Nilma na sua fala me vem me vem uma questão bem né bem interessante assim que me lembro que uma live na verdade foi uma live acho que foi uma palestra que vocês duas fizeram né lá nos dez anos da lei né acho que foi em 2013 é uma palestra que foi gravada Ela tá no YouTube ela inclusive é referência né para muitas pessoas eu me lembro que eu acho que
foi a professora Petronilha que comentou uma coisa que você disse que naquele momento as pesquisas mostravam que a lei elas a gente não poderia afirmar que a lei não estava sendo implementada que ela estava sim mas que até aquele momento a implementação ela ocorria muito por meio de ações individuais faltavam compromissos coletivos né como por exemplo coordenações de Escola Direção né comunidade escolar como um todo aí eu queria perguntar até me basear de algumas perguntas se pelas pesquisas que vocês vem fazendo vem orientando vem acompanhando a gente pode dizer que essa questão ainda se mantém
20 anos depois Será que a gente pode dizer que nós avançamos alguma coisa no sentido das ações individuais para mais ações coletivas né Então essa essa seria uma uma questão assim para a gente pensar porque quando a gente fala né dos 20 anos da lei né a gente tá de alguma maneira que evocando assim um balanço e o retrocesso retrocessos políticos que nós vivemos nos últimos anos fizeram a culminaram com né a ausência de balanços por parte do Estado né pelo menos a gente não conhece né a gente desconhece assim balanço sérios feitos né pelo
menos agora nesses últimos 10 anos né talvez ali por né quando tinha 10 anos da lei a gente tinha alguma coisa mas e parece que faltam balanços que nos permitiriam mapear e talvez trazer um pouco mais de esperança né porque eu vejo assim a tônica aqui de muitos é é de cansaço né ou seja parece que nós não avançamos o que deveríamos ter avançado Mas será que balanços né se vocês puderem comentar um pouco isso sobre esses 20 anos né nos apontaria um caminhos mais esperançosos ou seja será que a gente tem né Nós temos
um país muito grande Continental né E aí eu queria assim dar um depoimento né de um programa né no campo da história que é o próprio história é um programa hoje que tá em 39 instituições brasileiras né na cinco regiões do país e que vem né promovendo a formação né de professores de história no âmbito do mestrado e a discussão da das relações éticas raciais o ensino da história dos povos afro-brasileiros indígenas né É talvez um dos temas mais pesquisados dentro desse mestrado e a gente enxerga né no interior dessas pesquisas muitas coisas acontecendo né
Então muitos movimentos Por parte dos professores mas movimentos que me parecem né que alguma medida eles também são invisibilizados né Por conta Talvez né a que eu tô né levantando uma hipótese talvez pela ausência desses balanços né mais amplos por parte do poder público talvez porque né a gente tá falando de uma realidade muito Ampla né E muito diversa Mas é porque né Por que que o sentimento né dos professores ainda é de que a gente caminhou pouco frente ao que deveria nos frente né ao esforço de tantos né porque eu acho que aqui a
gente também tá falando disso né Tem Tantas lutas tantos grupos né tantas pesquisas e a impressão sentimento é de que né a gente ainda né não caminhou que deveria não sei se Célia que é comentar alguma coisa porque acho que a gente poderia fechar né com essa com esse questionamento né e ouvir as professoras para encerrar Célia quer complementar alguma coisa quero ser que foi né Eu vi a professora Petronilha com estareisizando né essa lei porque isso é importante isso de se registrar né não aconteceu ali ela é fruto de demandas e essas demandas ainda
estão né presentes né são de outra ordem mas esse essa luta Ela tá aqui né essa luta nossa cotidiana o enfrentamento racismo é cotidiano e isso é um pouco preocupante assim no sentido de como E aí pegando um pouco de que Mônica traz assim as experiências exitosas elas aparecem inclusive forma de produção né Por exemplo ou quando ouvimos dependentes de professores e professores né na educação básica por exemplo isso é indiscutiva mas trazer um pouco do que a professora e uma Coloca ele é um projeto que esse projeto de combate ao racismo ele tá ele
tá sendo implementado não por nós negros e negras não por pessoas que aderam a luta né mas é um projeto maior de enfrentamento mesmo e a sensação de frustração também passa por aí Mônica Talvez seja isso né mas nós não podemos esquecer que por conta dessa dimensão Continental que você trouxe né do Brasil por conta desse histórico né de um histórico de silêncio histórico de lutas bom para esse enfrentamento então eu gostaria de ouvir um pouco das professoras né assim a professora nenhuma falou dessa esperançar de fazer diferente e eu gosto muito dessa ideia coletiva
ou nós estamos aqui enquanto enquanto professores de história né Cada um na universidade ou no Nordeste entra no sul do país com esse mesmo perspectiva né no caso hermônica a senhora né no sudeste a professora também no Sudeste e muitos outros de nós que estamos juntos nisso então um dos caminhos É com certeza é essa perspectiva do coletivo de não de não fazermos sozinhos né não fazemos sozinhos é de seguir então ouvir um pouco esse esse Digamos que para gente né os indianos têm o significado muito forte porque ele vem inclusive com uma o respiro
né a esperança de um novo governo uma esperança de um governo de base Popular apesar das dificuldades vivendo a democracia né e antes democracia no mesmo momento passando por uma pandemia então é como se houvesse uma lacuna mas o racismo não da trégua né o racismo Não entrego Então eu queria que vocês falasse um pouco assim diante disso né desses desafios como é que nós podemos Digamos que sossegar um pouco os nossos corações e as nossas expectativas em relação ao que está por vir né Principalmente vocês duas né que estão vivenciando isso mas de perto
né temos os ganhos mas assim é preciso não só continuar a lutar com os grandes mas garantir que já se ganhou né Isso é isso é fato Então não temos receita Mas qual a variação de vocês assim frente a esse novo desafio né Essa maioridade que é né no próximo ano agora 2020 2024 já são 21 anos e a maioridade chega né Eu nunca ia sozinha ela continua né precisando que nós estejamos firmes atentas e fortes né Como diz a música para que ela se efetiva de Fato né então é muito importante esse momento assim
de ouvi-las né no sentido de que vocês estavam lá né e continuam aqui então como é que isso se articula inclusive com as políticas ações afirmativas como é que né que nós podemos ampliar isso para que se torna um projeto né como disse a professora Petrolina projeto de sociedade né e não projeto somente né Não somente mas que começa com o movimento negro mas ele precisa passar né a ser maior do que isso né eu concordo que realmente a gente precisa discutir porque é um projeto maior é um projeto de nação nós ainda vivemos dentro
de um projeto de nação implantado no século 16 e que há grupos sociais a quem interessa manter este projeto não é simplesmente antigo não é não é a antiguidade é o projeto de nação que classifica as pessoas que separa as pessoas que garante direitos né E benemesses para alguns grupos então isso tem que ser discutido desde os pequenininhos Né desde as crianças Sim as pequenas lá na educação infantil que país nós queremos que sociedade o meu ensino ajuda a construir que sociedade a instituição de ensino onde eu estou ajuda a construir e quando eu digo
a instituição não estou falando unicamente nos regimentos né nos textos legais da instituição mais as relações entre as pessoas de que forma isso se constrói porque a gente termina a alguns momentos que há discursos que são discursos do momento são discursos da moda mas esses discursos eles se revelam nas relações entre as pessoas nas coisas mais simples quando as pessoas passam umas pelas outras dentro das nossas instituições elas reconhecem a presença da outra Quando eu digo reconhecem eu não estou querendo dizer que tem que parar para conversar ou que necessariamente Diga Bom dia mas o
fato de eu cruzar por uma pessoa e olhar para ela e olhar nos olhos eu estou reconhecendo a presença dela mesmo que eu não fale com ela e este este no meu é um Ponto Central no meu entender em todos os níveis de ensino a gente precisa conversar que a sociedade nós queremos né nós professores com o nosso ensino Os estudantes com os meus estudos eu tô estudando para que é para ter uma profissão que me dê muito dinheiro ou estou estudando Claro para uma profissão que me dê dinheiro que Garanta a minha subsistência que
Garanta que eu possa defender as minhas ideias apresentar as minhas mas é tudo eu eu e o nós e a sociedade A que grupo social eu pertenço o meu estudo fortalece o meu grupo social e como eu me relaciono enquanto um grupo pertencente a um grupo social com pessoas pertencentes a outros grupos sociais e nós diferentes grupos sociais e que certamente temos talvez provavelmente temos nós sabemos projetos de sociedades distintos como nós vamos construir o projeto comum essa essa discussão e mais do que o palavreado mas essas vivências nós temos que construir nos estabelecimentos de
ensino desde os pequeninos né na educação infantil aos pós-doutorado essa discussão tem que estar presente o meu ensino se eu sou professora as aprendizagens que eu faço enquanto estudante né e a gente também quando professora não é essa aprendizagens que eu faço no Convívio com os meus colegas no Convívio com os estudantes contribui para a contribuição de que sociedade Qual é o projeto de sociedade que o meu ensino que a minha convivência na universidade com outras instâncias do sistema de ensino com outras instâncias da sociedade que projeto de sociedade nós estamos cada um construindo eu
acho que essa pergunta é Central não é o meu comportamento o que eu pesquiso o que eu escrevo insisto a forma como eu olho para as pessoas o reconhecimento da presença das pessoas eu encontro alguém eu passo por alguém eu olho para essa pessoa Eu sorrio para ela não preciso estabelecer uma grande conversação Nem meus parar para conversar mas eu meu comportamento assim como a gente espera da pessoa tem que ser aquele como uma como uma saudação que eu não sei dizer em línguas Zulu o primeiro que fala diz assim eu estou te vendo essa
é a saudação oi né eu digo Oi para alguém e o oi traduzido em língua azul é essa eu estou te vendo e o outro que vai responder o oi de resposta é o seguinte Sim eu estou aqui Então é isso que está faltando muitos de nós eu sei que haja engraçado Senão nós não estaremos aqui reunido conversando essas coisas mas muitos muitos muitos não pensam assim né vão para os estabelecimentos de ensino pensando em construir alguma coisa em seu benefício do seu grupo social Eu lembro que durante as discussões acho que já contei aqui
das ações afirmativas né numa das vezes que eu participei uma pessoa era numa universidade e no momento da votação ou de uma das votações pelo menos e uma pessoa levanta uma professora e diz olha Eu Sou representante aqui do departamento x o departamento voltou favorávelmente mas eu não vou votar vejam bem eu achei até corajosa né Eu Sou representante eu vou para uma reunião que estou representando de glória eu vou voltar ao contrário do que me disseram e Vejam a justificativa porque eu paguei escola particular para os meus filhos a vida inteira agora vem essa
história aí de política de política que acolhe estudantes que vem de escola pública né então falta eu acho que nas nossas instituições de ensino insisto desde os pequenos até as Universidades até os pós doutorado Justamente que a gente se pergunte e converse sobre isso né Para que sociedade nós estamos trabalhando para que o meu ensino e as minhas aprendizagens né servem para quê para eu ter uma uma situação para ser reconhecida para ter uma situação boa financeira para ser para ser enfim valorizado ou não é só eu sou eu com os outros e quem são
os outros é o meu grupo social ou os grupos sociais aqui eu pertenço quer dizer eu sou uma professora Então o que eu fizer o que eu pensar o que eu produzir deve de alguma forma respingar positivamente para o meu grupo profissional de professor Eu sou uma mulher negra não para o meu grupo étnico racial E aí é mais do que respingos né é reforço é força o que que a minha atuação traz que colaboração ela leva para todos né para todos os grupos de que forma os jovens negros podem reconhecer na minha atuação uma
maneira de se sentir em fortalecidos e uma maneira de fortalecer em as outras pessoas então a educação das relações interraciais ela no meu entenderem sobretudo se a gente levar em conta o como se diz os princípios né e vou rapidamente ler vejam bem os princípios que estão no processo 32004 consciência política e histórica da diversidade fortalecimento de identidades no plural e de direitos ações educativas de combate ao racismo e a discriminações esse é um princípios que cabem da Educação Infantil ao pós-doutorado e de que forma nós expressamos e vivemos isso além de demonstrar em situações
que sejam talvez públicas que tem o conhecimento destes princípios de que forma se constrói de que forma se vive né se vivem estes princípios e que outros e que outros a comunidade onde eu trabalho a instituição de ensino haveria outros que se acrescentam ou talvez de que forma cada instituição cada professor e seus grupos de alunos é explicitam o significado que significa fortalecer identidades e direitos e é no plural eles então tá dizendo que todos têm direito a ter fortalecido a sua identidade e os seus direitos como é que isso se faz como é que
pode ser vivido como é que tem sido vivido né uma grande dificuldade nossa eu acho que já disse isso de outra maneira aqui é que nós vivemos ainda com os pés plantados no século XVI daquele século 16 com aqueles princípios trazidos pelos colonizadores então em muitas das nossas relações das nossas vivências nos atos nossos projetos ainda estão plantados no século 16 em que haveria alguns grupos que seriam privilegiados os financeiramente fossem as oportunidades de crescimento né seja educativo seja social seja econômico e os outros seriam subordinados educação das Relações raciais discute o projeto de sociedade
e projeto de nação e talvez e talvez não e certamente aí está dificuldade implantar porque para discutir projeto de nação e de sociedade de Ah que confrontar os diferentes projetos que estão presentes na sociedade acho que eu tenho que parar por aqui se não é um entusiasmo e continuo obrigada um grande prazer ter estado com vocês neste fim de tarde e início de noite Então acho que a dos ensinamentos todos que a Petronilha traz para a gente né petrô eu fico pensando é que falta muitas vezes para nós entender que a educação a escola um
espaço de realização dela seja da educação infantil né até o ensino superior Como diz a petronida das criancinhas até o pós doutorado é um lugar de relações né um espaço de relações relações sociais relações interpessoais relações pedagógicas e é o espaço que não pode ficar esvaziado de afeto né construir a educação educar fortalecer identidade com uma Petrolina chama atenção nos princípios isso passa por relações humanas de reconhecimento do outro da outra das pessoas com sujeito de direitos e como singularidades digamos assim né e muitas vezes nós vamos nos endurecendo dentro da escola dentro das práticas
isso se soma com as condições de trabalho com a questão salarial com a dureza que muitas vezes nós vemos os próprios estudantes e as estudantes chegarem para nós marcados por tantas violências que isso nos endurece e eu acho que quando você endurece nós vamos nos endurecendo Nós também olhamos para o conhecimento que temos que socializar de forma endurecida de forma cristalizada e isso viabiliza não só a educação das relações éticas sociais de prática educativa pedagógica que tenha como alicerce o reconhecimento da potência e do potencial do humano né então eu acho que trabalhar com a
discussão da educação das relações éticas raciais que trazida pelas diretrizes por isso somatório de ações que as diretrizes elas congregam né expressam o somatório de ações de intervenções na sociedade diz respeito a gente não se deixar desumanizar enquanto docentes né tanto na Educação Básica no ensino superior por essas estruturas perversas que que nos enredam na sociedade brasileira e uma dessas estruturas perversas são racismo outras estruturas perversa é o elitismo outra é o conservadorismo é a desigualdade Econômica então é muito importante que nós no campo da educação é pensamos uma educação emancipatória andamos com uma educação
emancipatória para formação de novas de outras subjetividades ela não pode perder esse campo do afeto do reconhecimento do outro etc né e parece que isso vai diminuindo né Quanto mais a gente vai avançando digamos assim em nível de escolarização para quem trabalhou e trabalha com educação infantil sabe bem o que que é isso né quando professora de educação básica da educação infantil A gente vai sentindo se a gente para para analisar como a gente vai muito mais nesse Campo afetivo quando você tá com as crianças pequenas Claro tem exceções aí mas como que chama mais
e quando você vai caminhando nos diferentes ciclos da vida e quando você chega no ensino superior parece que se desaparece tanto é que as pessoas que fazem essa mediação entre o conhecimento afeto muitas vezes são mal vistas e por colegas porque acham que essa não é uma postura pedagógica adequada então a educação das relações especiais mexe com isso ela ela tem que fazer implodir isso esses aprendizados que a comunidade negra se organiza como aprendizagem de resistência tem que fazer implodir essas coisas e isso gente vai na mão da sociedade capitalista que a gente tá patriarcal
assista dos interesses econômicos neoliberais que que nós vivemos nesses últimos seis anos em especial Nos últimos quatro anos a lógica do privado é a lógica da dureza é a lógica da arma a lógica da violência não é a lógica do me reconhecer no outro como petronília chama atenção é na cultura africana é do grupo que ela cita Então acho que isso é muito sério e por que a resistência né fiquei pensando essa resistência ela passa por essas questões Petrolina fala que eu tô chamando atenção também e ela passa também por uma uma ignorância que é
impulsionada pelo próprio racismo né é uma ignorância da importância de fazer construção da importância de você combater o próprio racismo é uma ignorância em relação à própria existência do racismo tem hora que quando nós falamos sobre a existência desse racismo estrutural tem gente que dá gargalhada e fala que nós estamos inventando algo que não existe quantas e quantas vezes nós enfrentamos na universidade na função da política educacional e na Educação Básica é isso acho que também essa resistência ela passa por um comodismo as pessoas ficam acomodadas porque e isso tudo que nós falamos aqui né
Petronilha exige estudar existe investigar existe repensar práticas de trabalhar muito e mexer com as formas como a gente lidava antes com esse cenário aprender e tem gente que quer ficar realmente no comodismo então é muito como falar não implemento não não faço não quem é que vai me obrigar né E isso tem a passa por uma dimensão da ausência de um ético com o público e de uma dimensão privatista do público quando a gente acha que no público eu posso fazer o que eu quiser e no privado não se tem alguém que pode me mandar
embora aí sim eu tenho que agir bonitinho e fazer direitinho mesmo que eu não Concorde né eu tenho tido experiências com escolas privadas principalmente de São Paulo que estão de grande porte alto ou que estão mexendo hoje já dentro do currículo para implementação de um currículo anti racista e alguns motivados por pais estudantes que chegam outros motivados pela própria direção da escola e nas falas né nas conferências e tal você percebe pelas perguntas muitas vezes que são feitas que tem profissionais ali que estão detestando tá fazendo aquilo ali mas faz mas vai lá ouvir a
conferência Mas vai lá participar né porque essa super valorização do privado que nós vivemos isso nos últimos quatro anos né não plano Economia em tudo né esse privado é meu é isso a propriedade privada que quer nós defendemos a propriedade privada que que é isso a pátria a família que que é isso é um pensamento altamente autoritário altamente conservador e esse pensamento ele tá impregnado na nossa sociedade não nos esqueçamos que nós fomos colônia um dia e a colonialidade não saiu de nós e as marcas estruturantes que estão aí olha a questão Yanomami que a
gente está vivendo agora olha a questão do racismo do genocídio das populações negras etc Olha a luta quilombola isso não é de agora são estruturas Profundas que a gente vai ter que mexer muito na democracia e na luta por direitos para garantir então como eu falei é luta não tem jeito de implementar sentado e falando vou assistir uma live aqui amanhã o negócio vai ficar bom não tem quem tá implementando E tá nos assistindo sabe disso a outra questão da Resistência é o que eu acho que tem é uma visão elitista do conhecimento a visões
elitistas do conhecimento na universidade na Educação Básica há visões elitistas de conhecimento também e visões conservadoras né mais que ele diz os conservadoras que entende conhecimento como transmissão de conteúdo é matemática e física e química e os conteúdos como fosse como se fossem desconectados da vida real das transformações sociais da história gente quantos de nós não lidamos na Educação Básica e no ensino superior com colegas que pensam assim para essas pessoas Então o que eu quero chamar atenção que tem um conjunto de fatores que levam essas resistências que nós vemos dentro da escola e que
é justamente a discussão das relações éticas raciais que faz levantar e visibilizar esses tipos de posturas de comportamentos porque outras discussões possibilitam que se esconda Que isso fique escondido entendeu ser anti-racista como a gente tem falado implica numa posição pública e as pessoas nem sempre são de fato sabemos disso né a outra questão que eu acho que também acontece é uma própria visão reduzida do que ensina aprendizagem nós temos uma visão reduzida do que ensina aprendizagem eu me lembro de uma autor português a gente às vezes gasta mais tempo na metodologia ou no pensar como
ensinar do que realmente como as pessoas aprendem né e pensando nessa nessa relação as pessoas aprendem nas experiências sociais e aos constroem com esse conhecimento nas experiências sociais culturais é por isso que eu chamo atenção de que o movimento negro ele é emancipa ele educa e ele recolhe digamos assim dessas experiências sociais culturais entendidas como saberes então uma visão reduzida conservadora eletiza de conhecimento não vai reconhecer saber nas pessoas negras nas pessoas trans as mulheres os pobres etc então Gente o que que eu quero é falar também aqui é caminhando para o fim é de
que nós a dificuldade desse enraizamento ela diz respeito na minha opinião aí essa mexida que é você impactar racismo estrutural na sociedade na escola na no conhecimento porque mexe com a construção do que eu coloquei aqui das epistemologias são epistemologias de resistência que tencionam epistemologias clássicas no limite que que a gente está fazendo nós estamos indagando a ciências é isso e a grupos que não querem que isso pude como Petrolina diz a uma uma intenção de construção de um projeto sociedade e nós vimos agora recentemente nos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro que há
grupos que querem retrocesso Total um projeto de sociedade totalmente de exclusão de violência sabe então é isso por isso nesses 20 anos além de todas as questões que nós falamos institucionais Ministério Público essas dimensões Profundas são as dimensões que trabalhar com educação das relações éticas sociais traz e a questão da história da África traz para nós a gente tem aí uma dimensão profunda de uma mexida epistemológica e uma mexida política e que é mais gente do que ensinar dentro da sala de aula eu que a petrono tá falando nós estamos falando de comportamentos de valores
da forma como nós nos relacionamos dentro da escola da forma como ela é organizada a disposição dos Estudantes dentro da carteira nas carteiras como que os estudantes negros e brancos se veem dentro da escola como que professores é disso nós estamos falando só de eu vou ensinar a história do Egito que os Egito era negro é isso também mas é mais do que isso e por isso a resistência é muito maior porque as pessoas percebem que na hora que você começa a mexer com outra dimensão epistemológica isso vai exigir de você uma outra postura pedagógica
e política então tem isso também inclusive os gestores do poder público você vai criar construir a possibilidade de consciência política e racial outra que inclusive as pessoas vão se tornar mais críticas e elas não vão aceitar o racismo elas não vão aceitar uma série de imposições e discriminações entendeu E isso às estruturas e as elites do poder e aqueles que querem um projeto sociedade é que esvazie as pessoas de Direito de desigual nunca vão digamos assim facilitar para nós então quem tá nessa Live quem tá nessa vibe que a gente tá nós somos resistência estamos
na resistência por isso é importante de não estarmos sozinhos por isso a importância desses movimentos por isso a importância de várias pessoas que colocaram aqui cursos projetos Escola Maria Felipa etc a gente conhecer criar vezes nós precisamos criar essas redes emancipatórias na educação Porque os grupos conservadores reacionários tem muitas redes inclusive nós sabemos as redes de WhatsApp com as fake News para onde vão Nós também temos que criar redes emancipatórias mais dessas redes para não ficarmos nos sentindo tão sozinhos assim e olhar já que a gente está falando em história para aquilo que a gente
já caminhou porque caminhamos não saiamos daqui Pensando que nós não caminhamos nós caminhamos mas caminhamos dentro de toda essa luta de todos esses limites que significa fazer luta emancipatória combate ao racismo combate às desigualdades no país como é o nosso como sociedade como é Nossa isso desrespeito a bncc e atenção LDB bncc direitos curriculares do Conselho Nacional Quem construiu a última bncc quem finalizou a bncc Quem realizou a reforma do ensino médio eu preciso nem explicar para vocês o porquê que esses documentos estão elevados de uma leitura muito mais conservadora de educação e das áreas
do conhecimento naquilo que elas já avançaram do que aquilo que nós construímos é criticamente e as áreas todas construíram criticamente ao longo Desse nosso tempo desses 20 anos incluindo a discussão das relações sociais Mas isso não pode nos paralisar nunca paralisou eu vou além da bncc eu tenho os diretrizes eu tenho a experiências tem um movimento negro eu posso trabalhar com as comunidades entendeu não vamos ficar preso a isso a gente sabe que não precisa ficar preso a isso e mais vamos rever nossos conselhos de classes que muitas vezes é um antro de discriminação desculpa
dizer essa palavra mas tem hora que os conselhos de classe eu me lembro quando eu participava deles eu saía com dor de estômago da forma como esse outro era visto permeado por uma ideia de avaliação vamos rever a forma como a gente avalia porque Adianta dar um sino maravilhoso dentro de sala de aula história da África e na hora que eu vou avaliar o Estudante eu sou extremamente discriminatória preconceituosa e isso a gente sabe que é alimentado pelas sistemas de avaliação Então significa que a nossa luta é uma luta muito mais Ampla então eu quero
fechar com isso chamando atenção que se nós estamos aqui é porque o esperançar tá em nós porque aqueles que aquelas que não querem nem saber de discussões como essas é porque não vivem esperançar ou viver em espera reclamando ou não querem de fato uma mudança de um projeto sociedade que emanci muito obrigada Gente desculpa aí né Petrolina quando nós começamos a falar a gente vai falando vai falando e assim um dos motivos que me fez aceitar também falei ah eu vou ter oportunidade de falar com Petrolina que há tanto tempo a gente não se vê
pessoalmente não dá um abraço daquele né precisamos então retribuído É uma honra tá com o petrô É uma honra ter sido chamado por vocês obrigado professoras obrigada gente aí do site do chat que acompanham no YouTube vamos junto Porque a gente está no momento de construir o Brasil não vai ser fácil mas essa também pelo menos nós estamos no outro momento da retomada democrática não estamos no que vivemos Nos últimos quatro anos e isso é pra gente ter esperançar também porque se a gente mudou isso na luta que fizemos porque nós conseguimos fazer a resistência
nós temos parte nisso na mudança democrática tá aí colocada por isso temos que acompanhar fazendo o controle social o controle público das políticas verdade professora é mas agradecemos muitíssimo a presença de vocês as falas maravilhosas os ensinamentos as trocas né Acho que vivemos aqui uma noite com muitas partilhas né com muitos aprendizados e em nome da Diretoria da amplo Brasil né Eu agradeço muito né pela disponibilidade né de tempo pelo carinho né pela consideração assim como também eu quero agradecer né as centenas de pessoas que passaram por essa Live aqui hoje nós tivemos um recorde
de público muitas mensagens aqui depois a senhora podem ver né se acessar essa Live muitas mensagens de carinho de agradecimento eu acho que também né muitas falas de evocando né isso que essa Live nos mobilizou hoje né a pensar a esperança né a esperança partir né das da nossa capacidade de luta da nossa capacidade de resistência né e da nossa compreensão né que a luta ela é uma luta diária né então chegamos até aqui e entendemos que precisamos avançar né e avançar dia a dia e eu quero encerrar né além dos agradecimentos né dizer para
quem ficou até aqui né retomar uma questão que eu coloquei lá no início né a gente com essa Live tá iniciando um ciclo de atividades da amplo Brasil é que visam né debater os 20 anos da Lei 10639 então eu quero dizer para vocês né todos que estão aqui né que acompanham para o Brasil nas redes sociais né no Instagram no Facebook no próprio YouTube e nós né Vamos lançar né na sexta-feira né é a nossa nosso projeto né Célia sexta-feira a gente vai lançar o site né do nosso evento como eu comentei né 20
anos depois a lei 10639 o ensino de história Então vai ser um seminário Nacional online totalmente gratuito é no qual a gente espera né receber né professores professoras estudantes ativistas todas as pessoas né que estejam interessadas em pensar as questões que envolvem né a lei 10639 muitas pessoas comentaram aqui no chat né e há 11645 então acho que é importante dizer que a gente está considerando não a lei né isoladamente né mas a lei dentro de um contexto então a lei 10639 né que não inaugura essas lutas ela apenas materializa ela também dá né ela
abre espaço para uma série de outros documentos legais né as próprias diretrizes a ler 1164 né a legislação as próprias diretrizes operacionais é da 11645 a legislação que envolve a educação quilombola quer dizer então a gente tem um amplo né um amplo caminho né que que se constrói a parte da 10639 e nós nos dispomos a discutir tudo isso no nosso evento né então vai ser um evento online de 22 a 26 de Maio as professoras estão convidadas né está conosco também a gente vai ter né um evento bastante plural com gente do Brasil todo
vamos ter círculos de diálogo né que são as mesas vamos ter rodas de conversa que vai permitir a inscrição do público né então aqui fica o convite né para todo mundo acompanhar amplo nas redes sociais aonde a gente vai fazer Ampla divulgação né desses canais né de inscrição enfim porque a gente espera né com esse evento criar mais um espaço de resistência mais um espaço de muita gente falou aqui né que nós precisamos de ter redes né de troca de bibliografia de experiências então nosso evento vem nessa chave né do esperançar Claro que a gente
tem né a intenção de fazer um balanço provisório que seja né parcial é do quanto que a gente avançou né mas também dos limites então a gente espera né poder trazer todo esse debate né nas discussões que a gente vai fazer mas o mais importante é a gente reunir né a gente nessa né nessa nessa força né que essa Live já demonstrou discutindo né e nos eu acho que nos fortalecendo coletivamente né eu entendo que esses espaços de fortalecimento coletivo Eles são muito importantes para que a gente continue né seguindo aí com força para avançar
tá então agradeço muito a todos todas e todas as professoras Célia quer falar alguma coisa mas muito obrigado eu tô muito emocionada né de poder tá fazendo parte né desse momento histórico de poder estar com as professoras aqui e é isso gente muito obrigado né Acho que valeu muito a pena e avancemos você eu só queria também agradecer e na minha cabeça né só ficava martelando uma frase de um canto capoeirista vou aprender a ler para ensinar meus camaradas E aí que eu tô fazendo né desse meu lugar né de resistência Então vamos seguir firmes
fortes e atentas o futuro é ali e não podemos deixar de descansar muito obrigada professora também muito obrigada a esse público maravilhoso muito emocionada por esse momento de partilhar isso né com vocês né porque para além de oferta de pensar como podemos né ressignificar tudo isso que temos vivenciados né atrás de nós na nossa frente tem muitas outras demais certamente muitos e muitos outros então vamos continuar obrigada obrigada a Mônica pela parceria Obrigada Jussara que tá aí conosco e sigamos