a ascensão de certos líderes políticos ao poder está diretamente ligada à falta de discernimento das massas o professor americano Walter pitkin escreveu Uma Breve História da estupidez humana um livro que apesar do título ultrapassa 300 páginas ele justificou-se dizendo que uma vida inteira não bastaria para esgotar um tema tão vasto dizem que duas coisas são Infinit o universo e a estupidez humana a verdade é que a história nos mostra um jogo de forças entre inteligência e estupidez mas como identificar ações estúpidas em nós e nos outros Mark twen sugeriu um método simples ao dizer que
é melhor permanecer em silêncio e parecer um idiota do que falar e dissipar qualquer dúvida já em 1976 o historiador e economista italiano Carlos cipola publicou um artigo intrigante no qual apresentou cinco leis da estupidez humana a primeira delas afirma que sempre subestimamos a quantidade de pessoas estúpidas ao nosso redor a segunda sustenta que a probabilidade de alguém ser Estúpido é independente de qualquer outra característica pessoal em outras palavras a estupidez não discrimina distribui-se igualmente entre ricos e pobres cultos e ignorantes monges e canibais a terceira lei considerada a mais importante define estupidez como agir
de modo a prejudicar os outros sem obter qualquer benefício ou até saindo prejudicado a palavra estupidez vem do latim estúpidos que significa ficar atordoado e ao longo dos séculos passou a estar ligada à falta de inteligência e discernimento já inteligência deriva de inteligenta derivado de intelig que significa escolher entre opções referindo-se à capacidade de compreender a realidade e resolver problemas eficazmente a quarta lei semelhante à primeira adverte que pessoas não estúpidas subestimam o poder destrutivo dos estúpidos e esquecem que se associar a eles é um erro Custoso isso indica que até aqueles que se julgam
inteligentes podem revelar um grau de estupidez ao ignorarem esse risco por fim a quinta lei de sipola declara que os estúpidos são os indivíduos mais perigosos de todos ao contrário dos maus que ao menos seguem uma lógica previsível os estúpidos agem de forma caótica tornando-se ainda mais destrutivos cipola classifica as pessoas em quatro grupos infelizes inteligentes más e estúpidas os infelizes se prejudicam mas beneficiam os outros os inteligentes criam vantagens tanto para si quanto para os demais os maus ganham as custas de prejudicar os outros já os estúpidos como define a terceira lei causam dano
sem obter nada em troca podendo até se prejudicar enquanto inteligentes e mal sabem quem são e os infelizes ao menos desconfiam de sua condição os estúpidos vivem sem a menor consciência de sua natureza e justamente essa ignorância os torna Ainda Mais Perigosos como um economista Sagaz cipola exibe um gráfico revelando que estupidez e inteligência não são absolutos mas gradações a mesma pessoa pode reunir traços como sagacidade e crueldade ou maldade e ignorância conforme o equilíbrio dessas forças em seu comportamento o impacto deve ser avaliado pela vítima não pelo autor o essencial não é a estupidez
em si mas suas consequências se um ato parece tolo mas não prejudica Então por essa lógica não pode ser classificado assim a estupidez não se define por Abstrações Mas pelo os efeitos que gera alguém é estúpido ou inteligente Com base no Impacto de suas ações não por um rótulo fixo Essa visão se aproxima do sistema legal que em muitos casos embora não sempre julga atos pelo resultado não pela intenção comportamentos excêntricos Entre Amigos por exemplo não seriam considerados estúpidos enquanto algo sério pode ser e causar mais dano nesse sentido o absurdo pode ser brilhante e
o solene profundamente idiota o escritor Giancarlo li Brad explora essa questão em o poder da estupidez ampliando as ideias de cipola e examinando seu Impacto social segundo livr um corolário dessa teoria é que todos possuem um grau de estupidez maior do que imaginam isso se deve ao caráter caótico do mundo e à inevitabilidade de erros apesar dos ideais culturais de perfeição Ninguém está imune a atos tolos no entanto as pessoas tendem a projetar essa tolice nos outros para cipola essa projeção pode indicar malícia para livr o verdadeiro Estúpido é aquele que acredita que a estupidez
Só existe nos outros o verdadeiro valor está em reconhecer os limites da racionalidade especialmente os próprios Outro ponto levantado por livr é que a estupidez coletiva tem um impacto exponencialmente maior do que a soma das estupidez individuais ao da Inteligência que exige planejamento e coordenação para gerar resultados positivos a estupidez se propaga com facilidade e pode se tornar uma força avassaladora por fim livr destaca a teimosia como um sintoma Claro da estupidez a incapacidade de revisar crenças ou admitir erros mesmo diante de evidências contrárias leva muitas pessoas a sustentarem aparências em vez de reavaliar suas
posições ampliando os efeitos negativos da ele observa que embora a racionalidade humana seja incerta as pessoas são obcas por coerência e imagem uma vez tomada uma decisão resistimos a admitir enganos reforçando a ilusão de que estávamos certos desde o início esse fenômeno foi amplamente estudado por Leon festinger criador da teoria da dissonância cognitiva festinger argumenta que as pessoas sentem desconforto ao sustentar crenças conflitantes por exemplo se apoiamos o partido a mas nos identificamos mais com as propostas do partido B em vez de mudar nosso voto buscamos justificativas para manter a lealdade mesmo ideias irracionais podem
parecer persuasivas Especialmente quando sustentadas por argumentos sofisticados um exemplo de crença equivocada no passado pode ser encontrado em antigos relatos sobre os corpos de pessoas afogadas a ideia de que mulheres afogadas flutuavam de bruços para ocultar seus órgãos genis enquanto os homens ficavam de face para cima reflete como mitos pseudocientíficos podem persistir por séculos sem questionamento o psicólogo Robert sternberg renomado por seus estudos sobre inteligência aprofunda essa reflexão no livro porque pessoas espertas podem ser tolas ele aponta que a toliss não se limita aos ignorantes até os brilhantes podem agir de modo insensato especialmente se
acreditam ser inteligentes deis mais para errar sternberg nota que no ocidente a educação Foca no desenvolvimento da Inteligência mas de maneira restrita deixando de lado outros aspectos do pensamento racional ele relata que certa vez recebeu um e-mail de alguém que sonhava em se tornar a pessoa mais inteligente do mundo decorando toda a enciclopédia britânica para sternberg isso exemplifica uma visão limitada da Inteligência muitas vezes ficamos certos comportamentos como tolos não porque se opõem à inteligência no sentido tradicional mas porque entram em conflito com a inteligência prática e a sabedoria esta última consiste na aplicação do
conhecimento Tácito guiado por valores para promover o bem comum já a estupidez seria fruto de uma aquisição distorcida desse conhecimento orientada por valores que não favorecem o bem-estar coletivo como exemplo ele cita o empresário que movido pelo orgulho ferido ao perder um contrato importante Toma decisões impulsivas para prejudicar sua própria empresa priorizando A Vingança imediata em detrimento de sua estabilidade financeira de seus funcionários de sua reputação e do próprio negócio que construiu outra ilustração da estupidez é a guerra de Troia que se Estendeu por anos devido ao Capricho de uma única pessoa sacrificando milhares de
vidas ele amplia essa ideia para as guerras em geral que muitas vezes servem aos interesses de poucos em prejuízo do bem-estar da sociedade e incluem cenários em que benefícios imediatos são colocados acima dos de longo prazo a sabedoria não se resume a maximizar ganhos individuais mas a encontrar um equilíbrio entre os próprios interesses e os dos outros diferente da Inteligência prática que Visa benefícios pessoais a sabedoria busca o bem coletivo um gênio do mal pode ter inteligência acadêmica e prática Mas jamais será sábio sternberg aponta cinco distorções cognitivas que podem levar pessoas inteligentes a agir
de maneira tola A primeira é um otimismo exagerado que surge quando alguém se sente tão brilhante e poderoso que ignora as consequências especialmente as de longo prazo a segunda é o egocentrismo em que a pessoa se concentra apenas em seus próprios interesses e negligencia sua responsabilid com os outros sendo que até aqueles que começam com boas intenções podem se corromper ao adquirir poder o terceiro viés é uma falsa sensação de onisciência Ou seja a crença de que se sabe tudo sem reconhecer limitações isso culmina em uma falsa sensação de onipotência onde a pessoa acredita poder
conquistar tudo apenas por ter êxito em uma área específica depois surge a ilusão de levando a crer que sempre escapará Ilza independentemente de suas atitudes irresponsáveis essa crença na impunidade geralmente desaparece quando o cenário muda e os aliados de ocasião somem para sternberg o antídoto contra Atol é a sabedoria que combina inteligência e critividade de forma equilibrada visando tanto o bem comum quanto os próprios interesses sempre considerando impactos imediatos e Futuros a tolice inteligente existe porque muitas decisões não são guiadas pela razão mas por emoções e interesses ocultos um exemplo marcante é a crise financeira
de 2008 quando bancos e empresas hipotecárias focaram em lucros rápidos sem medir os riscos de longo prazo apesar das perdas catastróficas e do colapso econômico falharam em equilibrar o ganho imediato com a estabilidade futura e o impacto sobre mil de pessoas erros desse tipo sempre refletem um desequilíbrio de interesses e como seus custos costumam ser altos compreendê-los é essencial o artigo de Michael shermer fundador da sociedade dos céticos e autor de por as pessoas acreditam em coisas estranhas cita diversos acadêmicos renomados que apesar de serem exceções sustentam crenças sem respaldo científico um caso curioso é
o de Linus paulin químico e prêmio Nobel que defendeu por anos a ideia de que a vitamina C poderia curar quase qualquer doença incluindo o câncer mesmo sem provas científicas robustas seus colegas alertaram que sua autoridade em um campo não o tornava especialista em outro e que sua insistência talvez fosse mais emocional do que racional shermer destaca que algo pode parecer comum em um contexto e absurdo em outro dependendo da época e do público ainda sim ele define uma crença Estranha como Aquela que é rejeitada pela maioria dos especialistas da área contradiz a lógica carece
de comprovação ou se baseia apenas em relatos individuais nem mesmo a medicina moderna sustenta que a vitamina C seja uma panaceia shermer enfatiza que nossa crença em algo não vem apenas Da Lógica Mas também da influência de pais colegas mídia e experiências pessoais raramente pesamos PR e contras de forma estritamente racional tendemos a aceitar o que reforça nossas ideias prévias e ignorar ou distorcer o que não se encaixa um fenômeno conhecido como viés de confirmação embora a inteligência não seja garantia contra crenças infundadas estudos indicam que pessoas mais inteligentes tendem a ser menos propensas à
superstições e ao Paranormal nos escritos de livr sobre estupidez há algumas classificações curiosas e uma delas merece destaque o idiota hiperativo marcado pela ansiedade e pela tendência de iniciar projetos sem jamais concluí-los ele costuma ter uma autoconfiança exagerada e assume compromissos Além de sua capacidade é como um malabarista que adiciona mais bolas até que todas inevitavelmente caiam depois há o ingênuo otimista aquele que acredita que tudo está indo bem no seu excesso de confiança insiste demais em ser correspondido no outro extremo temos o cético amargo que vê fracasso em tudo dominado pela desesperança descarta qualquer
opinião alheia como ingênua já o culpado crônico acredita que tudo é consequência direta de suas ações ou omissões o arrogante poderoso é aquele que se julga no topo da pirâmide social e age como um tirano com seus subordinados mas como enfrentar a estupidez o escritor Mark Twain conhecido por seu humor afiado certa vez recebeu uma carta com uma única palavra idiota ele respondeu com ironia já recebi muitas cartas sem assinatura Mas esta é a primeira vez que recebo uma assinatura sem carta da mesma forma Douglas Adams satirizou a irracionalidade humana ao destacar a importância absurda
da toalha ele diz que em uma crise alguém com uma toalha é visto como mais preparado do que alguém sem mesmo que isso não faça s isso revela como confiamos mais em símbolos arbitrários de competência do que em habilidades reais em vez de avaliar a capacidade verdadeira buscamos sinais superficiais que nos dão uma falsa sensação de segurança no fim das contas a origem mais grave e ameaçadora da estupidez humana é a junção da ignorância com a autoconfiança excessiva um parque quase sempre caminha lado a lado essa combinação perigosa leva a assumirem riscos desproporcionais mesmo sem
o conhecimento ou as habilidades necessárias para triunfar tornando-os incapazes de enfrentar desafios o preço de seus fracassos pode ser devastador para aprofundar essa análise sobre a estupidez podemos recorrer à teorias de Gustavo Lebon sobre a Psicologia Das Multidões em Sua obra a psicologia das massas Lebon defende que ao integrar uma multidão as pessoas começam a agir de maneir distinta de quando estão sozinhas segundo ele a multidão age como um organismo único onde os indivíduos perdem parte de seu senso crítico e autonomia tornando-se mais suscetíveis às influências externas ele aponta que dentro de uma multidão As
pessoas entram em um estado de sugestão coletiva que reduz drasticamente sua capacidade de julgamento e senso de responsabilidade sob esse efeito tornam-se presas fáceis da manipulação e do contágio emocional reagindo de forma mais impulsiva e irracional Essa visão de Lebon reforça a ideia de que a estupidez não é apenas um problema individual mas uma força social intensificada pelo comportamento coletivo a dinâmica das massas e a influência determinante dos líderes carismáticos em sua condução ilustram esse fenômeno Como disse Martin Luther King Júnior Nada no mundo é mais perigoso do que a ignorância sincera e a estupidez
consciente [Música]