Até onde o ser humano é capaz de sobreviver em condições extremas? Os nossos limites há muito tempo são alvo de diversas análises, estudos e experimentos, e certamente você já se perguntou até que ponto o seu corpo pode suportar diversas situações como frio, calor e até mesmo radiação. Eu sou Donato de Paula, narrador do Mistérios do Mundo, e aqui está o nosso vídeo sobre os limites de sobrevivência de uma pessoa.
Se você gostar do vídeo, não se esqueça de ripar, se inscrever no canal Mistérios do Mundo e ativar as notificações. Quando falamos de causas naturais, sabemos que em média uma pessoa vive até os 80 anos, dependendo é claro dos hábitos e de onde a pessoa mora. No entanto, o limite máximo de tempo já suportado por um ser humano é um pouco maior: 122 anos.
A francesa Jeanne Calment, falecida em 1997 e nascida em 1875, foi a responsável por esse recorde que até então não foi superado. Mas para viver por muito tempo, uma pessoa deve ficar longe de alguns limites físicos. Como você provavelmente sabe, precisamos de três coisas para manter nosso organismo funcionando: oxigênio, comida e água.
Essas são as bases da nossa vida e sem qualquer um desses suprimentos nossa sobrevivência é impossível. Mas quanto tempo conseguimos ficar sem eles? Cada pessoa possui uma resistência particular à privação de água, comida e ar, mas vamos usar como base um ser humano sedentário de 1 metro e 70 com 70kg e nenhuma proteção.
Nosso corpo possui cerca de 40 litros de água. Se uma pessoa fica 4 dias sem ingerir líquidos, pode perder entre 15% e 25% disso. As células murcham e o sangue fica viscoso, dificultando o trabalho do coração.
O resultado são tonturas, fadiga, inconsciência e, por fim, o óbito. Vale mencionar que isso só acontece quando a pessoa, além de não beber nada, fica sem comer também, pois os alimentos também possuem água em diferentes quantidades. Por falar em comer, o máximo que uma pessoa pode ficar sem ingerir nada são de 20 a 30 dias.
Nesse período, cai a taxa de glicose no sangue. Sem combustível, o corpo começa a consumir lentamente as gorduras e as proteínas que compõem nossos músculos. Isso altera a pressão arterial, detona os órgãos internos e causa desmaios frequentes.
Isso significa que podemos sobreviver muito tempo sem comida, mas o mesmo não pode ser dito sobre o oxigênio. Podemos, em média, ficar até 3 minutos sem respirar. Quando nos privamos de oxigênio, os neurônios são os primeiros a jogar a toalha, e depois que morre um neurônio, não se recupera nem ganha um substituto.
A morte cerebral é irreversível. O coração pode sofrer lesões e infartos, mas nem tudo se resume a comer, beber e respirar. Ainda que esses sejam os elementos vitais para nós, alguns outros fatores são muito importantes, como o sono.
Não são poucos os casos de caminhoneiros que perdem suas vidas por dormir pouco. A falta de sono pode causar alucinações, dificuldades motoras e cognitivas, e até mesmo pode fazer com que apaguemos do nada, o que pode ser fatal dependendo da situação. Relatos da imprensa chinesa dão conta de que um homem morreu após passar 11 dias acordado, tentando assistir a todos os jogos de uma competição de futebol.
O problema é que ele ingeriu grandes quantidades de álcool durante esse tempo, além de ter fumado muito. Portanto, não podemos afirmar que o sono foi o único responsável por sua morte. O caso científico mais longo documentado de pessoas que ficaram sem dormir foi também de 11 dias.
Nesse período, o cérebro começa a desligar, a energia vai se esgotando, e a pessoa ganha gordura, perde massa muscular e tem graves alucinações. Felizmente, em circunstâncias normais, você não precisa se privar do sono, e portanto, esse não é um risco assim tão grande. Mas algumas causas externas, alheias à nossa vontade, também podem levar nossos corpos a situações extremas.
Mudanças no ambiente ao nosso redor, por exemplo, podem facilmente nos levar à morte. Vamos começar pelo calor. Até qual temperatura você acha que seu organismo pode suportar?
De acordo com o livro *A Vida no Limite: A Ciência da Sobrevivência*, o máximo que o nosso corpo tolera são 127oC por apenas 20 minutos, isso em ar seco. Esse limite varia de acordo com a umidade. Em ambientes úmidos, a transpiração, que é o meio do organismo dissipar o calor interno, evapora com mais dificuldade.
Por isso sentimos mais as temperaturas elevadas. Em um ambiente muito úmido, o corpo pode entrar em pane a 60oC. Já para a temperatura interna, os limites são um pouco menores.
O calor normal do corpo humano gira em torno de 36 graus e meio, e caso atinja os 42oC ou mais, pode ser bem difícil sobreviver para contar a história. A partir dessa temperatura, as proteínas começam a "cozinhar" e todo o organismo entra em pane. Para enfrentar o frio, um dos truques do organismo é fazer a pessoa tremer, o que ajuda a produzir calor internamente.
Se a temperatura corporal atingir 21oC ou menos, nossos órgãos tendem a parar de funcionar permanentemente. Algumas pessoas são mais resistentes que outras ao frio e, portanto, conseguem manter a temperatura corporal em níveis aceitáveis, mesmo com o frio lá fora. Um siberiano de Oymyakon, a cidade mais fria do mundo, tende a suportar muito melhor as temperaturas baixas do que um turista acostumado a um clima mais quente.
Para uma pessoa comum, a temperatura de 29oC negativos, que seria suportável com uma roupa apropriada, pode se tornar fatal se houver um vento de 40 km/h, já que a sensação térmica chegaria aos 66oC negativos, suficiente para congelar a carne em 30 segundos. Outro fator ambiental que pode nos colocar em perigo é a pressão atmosférica. O corpo humano não lida bem com níveis fora do normal de oxigênio no ar.
Na Terra, o ar possui aproximadamente 21% de oxigênio, e caso esse nível caia para 11%, nós corremos um grande risco de morrer por anóxia. O órgão mais afetado pela ausência de oxigênio é o cérebro. Os sintomas iniciais são falta de concentração e memória, dor de cabeça, vertigem e transpiração.
Se o oxigênio não voltar ao nível normal, a extensão dos danos cerebrais é fatal. Ao nível do mar, é onde está concentrada a maior quantidade de oxigênio. À medida que se sobe, o gás vai ficando mais rarefeito.
Mais uma vez, uma pessoa que nasceu em uma região montanhosa terá desenvolvido um limite mais tolerável para a privação do oxigênio. É por isso que muitas pessoas que vivem perto ou ao nível do mar passam mal ao ir para grandes altitudes por conta da pressão atmosférica. O máximo que a maioria de nós consegue subir em relação ao nível do mar são 4.
500 metros. Mas o excesso de oxigênio também é um risco. O gás 100% puro é tóxico para os pulmões.
Seu excesso pode colapsar os alvéolos pulmonares. Isso ocorre devido à falta de nitrogênio, que mantém as estruturas pulmonares infladas para que a troca gasosa ocorra perfeitamente. Mas e no que diz respeito à aceleração, quais são os nossos limites?
De acordo com estudos, uma aceleração lateral de aproximadamente 14Gs pode destruir nossos órgãos, fazendo com que eles se choquem uns contra os outros. A partir de 3Gs, a aceleração vertical é suficiente para fazer com que todo o sangue do nosso corpo vá em direção aos nossos pés, também nos levando à morte. Quando falamos de aceleração horizontal, ou seja, para frente e para trás, nosso corpo tende a ser mais resistente.
Em média, nós podemos suportar uma frenagem de 1. 000 km/h para zero em uma fração de segundo, desde que estejamos muito bem presos e fixos em um assento. Acima disso, nossos órgãos não suportariam a mudança de velocidade.
Por fim, vamos falar sobre a radiação. Se você já ouviu falar sobre o desastre de Chernobyl, certamente sabe dos riscos da exposição à radiação. Mas qual é o nosso limite?
Uma pessoa está exposta continuamente à radiação de fontes naturais. A radiação está no ar que respiramos, na comida que comemos e na água que bebemos. Há ainda a radiação cósmica, aquela que vem do espaço e nos atinge o tempo todo.
Quanto maior a altitude, mais radiação cósmica uma pessoa recebe. Por ano, a dose média de radiação natural é de apenas 2,4 milisieverts. Isso é bem mais do que os trabalhadores de Fukushima, responsáveis pela limpeza da usina nuclear, observaram após o colapso dos reatores, entre 0,4 e 1 milisieverts por hora.
Além da radiação natural, uma pessoa pode se submeter a doses mais altas em situações bastante comuns, como um exame de raio-X ou numa viagem de avião. Ainda assim, a radiação recebida mesmo pelos pilotos que passam a maior parte do dia nos céus, é praticamente insignificante. Quanto maior a exposição a radiação, maior a chance de uma pessoa desenvolver câncer e outras doenças como anemia, pneumonia e até a falência do sistema imunológico.
A radiação pode alterar o material genético das células, provocando o seu crescimento desordenado. No caso do desastre de Chernobyl em 1986 na Ucrânia, os trabalhadores e bombeiros foram expostos a valores que variaram de 8 a 16 mil milisieverts, o equivalente a 80 e 160 mil raios-X de uma só vez. Como resultado, eles morreram em questão de dias da chamada síndrome aguda da radiação.
Essa energia poderosa remove elétrons dos átomos presentes nas moléculas do corpo, quebrando ligações químicas e danificando tecidos. Algumas horas após a exposição, as pessoas atingidas desenvolvem sintomas como diarreia e vômito. Quando as células não conseguem se dividir adequadamente, a mucosa, ou o revestimento do trato gastrointestinal também se decompõe, liberando as células e as bactérias que vivem no intestino na corrente sanguínea.
A radiação, além de causar queimaduras gravíssimas e bolhas na pele, também impede a medula óssea de produzir glóbulos brancos, que combatem infecções. Como você pode ver, nosso corpo é consideravelmente resistente, mas é importante cuidar dele. Manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos e ter boas noites de sono são passos importantes para uma vida longa e saudável.
Mas, claro, também é importante manter-se longe desses limites. E você, qual foi o mais perto que já chegou de algum desses limites? Conte para a gente aqui nos comentários e até a próxima!