Muito bom dia, meus caros! Peçamos a Deus a Sua bênção neste dia, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Pai nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós dentre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte.
Amém. Amém! Que o Senhor Todo-Poderoso nos abençoe, nos guarde, nos livre de todo mal, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Muito bem, meus caros! No dia de hoje, entramos no capítulo 13 do Caminho de Perfeição de Santa Teresa, cujo título continua a falar da mortificação e explica como é importante fugir das questões de honra e das razões do mundo, a fim de chegar à razão verdadeira.
Então, aqui nós seguimos nesse caminho de purificação para viver bem. Santa Teresa ainda está, né, percorrendo aqui as virtudes básicas para que se viva para Deus. Então vamos olhar aqui o que ela nos diz hoje: muitas vezes, repito, irmãs, e agora quero deixar escrito aqui para que não seja esquecido de todas esta casa, bem como toda pessoa que quiser alcançar a perfeição, fujam em desabalada carreira de expressões como “Tive razão”, “fizeram-me isso sem razão”, “não teve razão quem fez isso comigo”.
Das más razões nos livre Deus! Parece-vos que havia razão para que o nosso Bom Jesus sofresse tantas injúrias e tivesse infringidos a si tantos sofrimentos? Não sei para que está no mosteiro quem não quer carregar uma cruz, a não ser aquela que muito se fundamenta em razões.
Que volte então para o mundo, onde também suas razões não serão respeitadas. Porventura sofreis tanto que não ficais a dever? Mais que razão é essa?
Eu, por certo, não a entendo. Quando vos honrarem, distinguirem ou forem delicados convosco, Brandi, então essas razões, pois, sem dúvida, tratar-nos assim nesta vida é contra razão. Mas quando vos dirigirem ofensas ou pretensas ofensas, não sei o que havereis de dizer: somos ou não esposas de rei?
Tão importante se o somos que mulher honrada haverá que não participe, mesmo que por sua vontade não o queira, das desonras praticadas contra o seu esposo? Mas seja como for, da honra ou da desonra, participam um e outro, pois é disparate partilhar do seu reino e dele gozar sem querer participar das desonras e dos sofrimentos. Que Deus não nos permita querer isto; pelo contrário, aquela que tiver a impressão de ser a menos considerada deve ter-se como a mais feliz.
E assim é se o soubermos encarar como devemos, pois não lhe faltará honra nem nesta nem na outra vida. Acreditai em mim, mas que disparate o meu ao pedir que acrediteis em mim se é a verdadeira sabedoria que o diz. Filhas minhas, imitemos um pouco a grande humildade da Virgem Santíssima, cujo hábito trazemos.
Pois é muito impróprio que nos chamemos de suas já que, por mais que tenhamos a impressão de nos humilhar, bem longe estamos de ser filhas de tal mãe e esposa de tal esposo. Assim, se as coisas de que falei não forem combatidas com diligência, o que hoje não parece nada, amanhã talvez seja pecado venial. Elas são tão indigestas que, se não tiver descuidado, o problema não vai parar por aí.
São coisas muito ruins para as congregações. Nós não vivemos nelas; deveríamos atentar muito para isso a fim de não causar dano a quem trabalha para nos fazer o bem e nos dar bom exemplo. Se compreendêssemos o grande mal que se faz ao iniciar um mau costume, antes desejaríamos morrer do que ser causa disso, porque sofreríamos a morte corporal, ao passo que a perda de almas é um gravíssimo mal, um mal que parece não se acabar, porque umas morrem, outras, e talvez todas sigam mais um mau costume que tenhamos introduzido do que muitas virtudes.
O demônio não deixa o mau costume decair, ao passo que a própria fraqueza natural nos faz perder as virtudes. E então paramos aqui no dia de hoje, né, neste ponto, né, em que Santa Teresa traz tantas coisas interessantes aqui nesse capítulo 13. Então eu vou voltar aqui pela sequência do capítulo dela, né, pegando a questão da honra e da desonra.
Santa Teresa retoma isso, ela retoma dizendo assim: muitas monjas podem pensar que estão sofrendo demais ou que estão sendo expostas a muitas tentações e desonras e que não foram ao convento para isso. Bom, trazendo isso para a nossa vida, vejam que Santa Teresa aqui fala para as monjas, fala para quem ler isto e quiser caminhar na perfeição, ou seja, ela não está falando só para as monjas; ela fala para qualquer pessoa que venha a ler esses conselhos dela e que queira entrar nesse caminho da perfeição. Ou seja, para nós, 500 anos depois de Santa Teresa, estamos aqui bebendo dessa fonte.
E Santa Teresa vai dizer: bom, às vezes a gente tem muito esse pensamento de honra e desonra. Ah, eu fui reconhecido ou eu não fui reconhecido. Ah, nessa situação tudo bem, perceberam quem eu sou, elogiaram o que eu fiz.
Ah, mas aqui não perceberam, então a coisa tá ruim, a coisa tá mal porque não perceberam. Bom, uma coisa é certa: nós, seres humanos, gostamos de ser reconhecidos e, quanto mais nós. .
. quanto mais nós somos reconhecidos, mais nós queremos ser reconhecidos. Fim essa questão do reconhecimento.
E se nós começamos a colocar a nossa importância, o nosso coração nessas coisas, então é uma situação assim sem fim. E, de fato, né? Santa Teresa, aqui, ela faz uma advertência às irmãs, dizendo o seguinte: "Bom, imaginem a questão de você ser casada com um rei.
Se você é casada com um rei, a mulher de um rei, uma rainha, ela vai partilhar de toda a glória do reino, mas, ao mesmo tempo que ela partilhará da glória do reino, ela também partilhará de todos os sofrimentos que o seu esposo, por exemplo, vier a sofrer. Então, se for um reino invadido, atacado, que sofre uma guerra, a rainha, do mesmo jeito que ela partilha da glória, ela vai partilhar do sofrimento de uma possível derrota. " E aí, Santa Teresa faz uma pergunta: "Mas vocês são ou não esposas de Cristo?
Querem partilhar da sua glória, mas não querem a sua cruz? Então, voltem pro mundo, deixem o mosteiro", ela falou. "Mas eu lamento informar-lhes: se vocês deixarem a vida religiosa e forem pro mundo, também no mundo suas vontades, suas honras não serão respeitadas.
Por quê? Porque tudo isso é vaidade. " Então, pensemos nisso: quantas vezes nós nos guiamos por uma certa vaidade de achar que os dons que nós temos, né, são melhores, insubstituíveis?
Acontece que não. Acontece que pode ser que, se hoje eu faço determinada coisa na qual eu me acho insubstituível, pode ser que amanhã, eu não podendo fazer, apareça outra pessoa que faça aquilo que eu faço melhor do que eu. Então, isso pode ocorrer.
E aí, né, como fazer, o que fazer diante disso, né? Nós não podemos nos fixar nesse tipo de coisa, né? Não podemos nos prender nesse tipo de coisa.
Então, pensemos: o que é a verdadeira honra? A verdadeira honra é servir a Cristo. A verdadeira honra é obedecer a Deus.
Então, depois, ela, retomando aqui, vai dizer assim, né, que Deus não nos permita querer isso, né, querer só a honra. E ela vai dizer assim: "Pelo contrário, aquela que tiver a impressão de ser a menos considerada, a menos considerada tenha-se como a mais feliz. " Então, aquela pessoa, aquela religiosa que no convento parece a mais esquecida, Santa Teresa diz, é a mais feliz, porque Deus está permitindo uma prova.
E se somos provados, é sinal de que Deus nos quer muito santos. Se Deus nos manda provações, se Deus nos manda dificuldades, é porque Deus nos quer muito santos. Então, não nos sentamos desonrados, mas felizes.
Deus nos envia provas. Deus nos envia contratempos. Louvado seja Deus!
É sinal de que Deus nos quer bem. É sinal de que Deus está dando a nós uma oportunidade de santificação que talvez não dê a outros. Depois, mais para frente, Santa Teresa vai falar da amizade com Deus.
E aí, ela fala exatamente disso: os amigos de Deus não são tratados com flores, com louvores. Mas Santa Teresa, ela não nega, ela diz assim: "Realmente, quem serve bem a Deus recebe também, depois, louvores já nesta vida. " Santa Teresa diz, só que tem um porém: quem vai alcançando esta feição chega num ponto em que já não liga para esses louvores.
Então, a pessoa recebe os louvores, mas ela entende que não é nada para ela. É como o burrinho que carregou Jesus na sua entrada triunfal para Jerusalém. O burro não achava que os hosanas eram para ele; ele só carregava o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores.
E assim somos nós: nós carregamos Cristo, né? Então, quando vamos atingindo, vamos entrando neste caminho de perfeição, vamos entendendo que, neste caminho de perfeição, Jesus está conosco, está em nós, que ele cresça e eu diminua, né? E, por fim, né, Santa Teresa vai falar dos maus costumes.
E aqui ela diz assim no final: "A perda das almas é um gravíssimo mal, um mal que parece não se acabar, porque mortas umas, morrem outras, e talvez todas sigam mais um mau costume que tenhamos introduzido do que muitas virtudes. O demônio não deixa um mau costume decair, ao passo que a própria fraqueza natural nos faz perder as virtudes. Para perder as virtudes, basta que nós vivamos sem cuidar muito e todos os dias delas, e elas vão decaindo.
Agora, o mau costume, o mau hábito, uma vez adquirido, é muito difícil perder. " Então, que possamos buscar as virtudes e permanecer nas virtudes através de uma vida vigilante, através de uma vida de constante oração. Que Nossa Senhora, nossa Mãe, modelo de oração, interceda por nós.
A Vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos. Ó Virgem Gloriosa e Bendita, amém. Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Até a nossa meditação de amanhã, se Deus quiser.