[Música] Olá eu me chamo Rui tenho quase meu 60 anos e esse relato me aconteceu no auge dos meus 35 para 36 anos o mais bizarro é que desde que eu me mudei o vizinho da roça ao lado o seu Bernardo era sempre muito reservado ele ficava sempre na dele porém eu sempre achava um jeitinho de cumprimentar fosse na rua ou até mesmo em sua casa algo que chamava muito a minha atenção desde que eu fui morar ali era um celeiro velho Porém bem conservado eu senti uma energia muito estranha vindo dali em Algumas Noites
eu sempre escutava sons de correntes gritos estranhos e tudo mais era realmente bizarro mas eu nunca tive coragem de perguntar ao seu Bernardo o que seria aquilo até porque nem era da minha conta na minha roça eu ainda morava com os meus pais eu tinha o meu próprio trabalho mas ainda vivia com eles pelo fato deles serem muito idosos e precisarem de cuidados eu nasci lá naquela roça mas fui morar com minha avó Só voltei depois de grande para ajudá-los certo dia na boca da noite eu estava voltando do trabalho e para vocês terem noção
de um lado do caminho era só mato e do outro lado era as roças a única mais próxima era do meu vizinho as outras ficavam mais afastadas eu estava voltando a pé quando estava passando pela frente da casa de Seu Bernardo então eu vejo que ele estava desesperado juntando várias coisas fui até a porteira e gritei perguntando se ele precisava de ajuda o mesmo me olhou e gritou de volta dizendo que estava tudo bem e que eu fosse para casa eu não quis falar muito e apenas concordei Mas dava para ver de longe o desespero
dele eu estava muito curioso para saber o motivo continuei o meu caminho e quando olhei pro céu eu vi que a lua estava surgindo e era lua cheia quando cheguei em casa cuidei dos meus pais e coloquei eles para dormir depois de alimentá-los e deixar eles bem confortáveis eu começo a escutar um barulho de correntes sendo arrastadas fui até a janela que dava para a parte da Roça do seu Bernardo espiei pela janela mas não dava para ver nada direito apenas ele trancando o celeiro com a maior pressa como sempre aquilo era tudo muito estranho
eu já estava cansado de não saber o que era vai que meu vizinho fosse alguém ruim e eu não sabia aquela coisa realmente estava mexendo comigo cansado do jeito que eu estava me deitei na rede e apaguei mas lembro de acordar algumas vezes escutando gruos ao longe mas como sempre eu pegava no sono novamente assim que o sol raiou uma cuidadora que contratei na noite passada veio ficar com os meus pais eu me arrumei e fui caminhando até a próxima estrada de terra para esperar o ônibus da F Como eu havia saído mais cedo do
que eu de costume eu atravessei a porteira da roça de ser Bernardo e vi que ele estava sentado na varanda Tomando café parecendo que havia passado a noite em caro cumprimentei ele dei bom dia e comecei a fazer algumas perguntas comecei dizendo que em Algumas Noites eu estava escutando barulhos vindo do celeiro da casa dele o velho ficou pálido Mas conseguiu manter a naturalidade das palavras ele me respondeu assim ô Rui é porque eu tenho uma égua que é um pouco braba aí eu amarro ela nas correntes e deixo no celeiro Esse é o motivo
do barulho que você tanto escuta Mas não se preocupe não que eu vou dar um jeito quando ele me falou aquilo realmente parecia fazer sentido ele falava com uma confiança muito grande na voz mas como eu sempre tive um pé atrás com tudo obviamente que eu acreditei não acreditando eu disse a ele que tudo bem que me desculpasse qualquer coisa virei as costas e peguei meu rumo passando da Porteira e indo esperar o ônibus na próxima estrada no trabalho o o meu patrão me disse que eu só ia depois da meia-noite quando terminasse de limpar
tudo que tinha na firma e que ele iria pagar pela hora extra eu disse que tudo bem Liguei para a cuidadora que estava com meus pais e ela disse que esperava lá no trabalho eu via todos indo embora e eu lá fazendo serviço e quando finalmente meu horário acabou meu patrão foi me deixar até a parada de ônibus perto de casa aquela mesma que ficava na outra rua que mais cedo eu fiquei esperando o ônibus Eu agradeci e desci do carro a noite não estava tão escura eu nem sei dizer se a lua estava cheia
ou não quando eu me aproximava da minha rua já dava para escutar as correntes sendo arrastadas de um lado para o outro logo me lembrei do seu Bernardo eu já estava cansado do trabalho e com certeza não iria conseguir dormir por causa dessas Malditas correntes então na espreita eu entrei entre os Matos passando a cerca de Arame e indo até a parte da frente do celeiro mal me aproximei e já senti uma catinga de podre absurda era terrível fui chegando mais perto da porta do celeiro e escutei os passos de seu Bernardo vindo corri para
a parte de trás e para minha sorte parece que ele não me viu procurei brechas entre as paredes e finalmente achei uma me agachei e fiquei observando que estava acontecendo ali seu Bernardo estava trazendo mais correntes para aprender alguma coisa eu pensando ser a tal da égua braba me afastei pro outro lado e eu quando eu vi pela brecha não pude acreditar no que meus olhos estavam vendo ele ainda era homem mas estava perudo o mesmo estava caído no chão se contorcendo de dor seu Bernardo estava chorando enquanto prendia com mais correntes aquele homem ao
olhar pro rosto do homem eu me lembrei do passado onde eu e o f e o do seu Bernardo brincávamos indo de cima para baixo juntos nós éramos inseparáveis Mesmo eu estando na casa dos meus avós quando eu voltava pra roça dos meus pais a gente sempre brincava e foi daquelas memórias que Eu reconheci o rosto o que na verdade fazia total sentido já que quando o filho de seu Bernardo entrou para a adolescência ele parou de andar e falar comigo nunca saí de casa e nem sequer ia pra escola e foi aí de vez
que eu fui morar com os meus avós lembro até de perguntar para a mulher de Bernardo onde o filho deles estava ela me disse que ele estava trabalhando em cidade grande então eu nem questionei tanto eu me desprendi dos pensamentos do passado e Voltei pro presente quando escutei um uivo não era tão alto mas era de arrepiar vendo meu amigo de infância naquela situação realmente fez doer o coração eu comecei a escutar coisas do corpo quebrando eu não aguentei a cena só escutava os lamentos de seu Bernardo que até hoje suas palavras ficam na minha
cabeça calma meu filho está aqui já já tudo isso passa eu me afastei do celeiro e fui devagar pra estrada para não chamar atenção meus olhos estavam cheios de lágrima aquilo realmente parecia doer quando cheguei em casa levei a cuidadora até a esquina de sua casa e voltei correndo para minha quando passei pela casa de Seu Bernardo dava para escutar grunido e ivos que me fizeram arrepiar só de lembrar meus pais já estavam dormindo então me deitei em minha rede mas como esperado passei a noite em claro sem conseguir dormir Lembrando das cenas que passavam
pela minha cabeça no dia seguinte assim que o sol raiou fui até a casa dele e lá estava o seu Bernardo novamente sentado na varanda tomando seu café onde parecia que havia passado a noite em claro eu atravessei a porteira e me sentei ao seu lado ele estava sério e parecia saber de algo Foi aí que eu abri o jogo contei o que tinha visto seu Bernardo com lágrimas nos olhos me contou a história que na qual vou tentar resumir para vocês eu não lembro de todos os detalhes que ele disse mas foi mais ou
menos assim Rui eu sei que você já sabe então vou te falar o segredo em Algumas Noites o meu filho Joaquim vira bicho aquele mesmo Joaquim que é o meu filho teve uma vez que ele negou o dinheiro para uma velha que estava passando na rua e acho que foi ela quem jogou essa praga nele a partir daí nossas vidas viraram pesadelos quando minha mulher partiu eu fiquei para cuidar do meu filho toda a noite eu prendo ele nas correntes e de dia ele fica deitado lá no celeiro nunca quer se levantar eu sempre fui
um homem de muita fé e creio que um dia essa maldição acabe mas espero estar vivo até esse dia chegar seu me contava isso aos prantos eu confesso que foi difícil não me emocionar com sua história eu disse que eu o ajudaria no que ele precisasse ficamos conversando mais um pouco e depois eu fui trabalhar quando voltei do trabalho fui levar um dinheiro para São Bernardo e ele não estava mais em casa eu olhei até no celeiro e até as correntes subiram até hoje não sei aonde eles foram mas com certeza ele ficou com medo
de eu contar alguma coisa eu sei que muitos podem não acreditar mas eu realmente vi isso com meus próprios olhos tirem suas conclusões obrigado pela oportunidade de contar o meu relato e Tenham todos uma boa noite