Nós sabemos, nós que estudamos a ética aristotélica, sabemos que as virtudes são hábitos, e são hábitos que nos levam a agir de maneira congruente com a nossa natureza intelectivo-volitiva. E os vícios, por sua vez, são hábitos contrários a essa natureza. Então, no vício eu me degrado, e na virtude eu me encaminho em geral.
Paulo, latinamente e de maneira imperfeita, ao melhor que eu posso dar, dadas as potências superiores da minha alma, que são a inteligência e a vontade. Então, as virtudes éticas, as virtudes de anoéticas, estão todas no plano da natureza. Mas há também, e aqui já ultrapassamos a visão de Aristóteles e adentramos o terreno cristão católico, a virtude que tem a sua fonte e a sua finalidade em uma realidade para além da natureza, em sentido amplo, e também além do sentido amplo, ou seja, além de todas as naturezas.
Mais especificamente, além da nossa humana natureza. E a oração seria um desses hábitos que eu chamo de supra éticos, ou seja, eles são éticos na medida em que são uma prática, uma perspectiva que contribui para o nosso aperfeiçoamento contínuo, com pequenos regressos, mas com o vetor perene. Mas eles são supra no sentido de que estão para além da ética humana.
Um desses hábitos é o que eu ponho aqui: o hábito da oração, que é uma das armas espirituais, sem as quais nós não apenas naufragamos existencialmente no plano ético, como também perdemos a possibilidade de alcançar o fim último para o qual Deus nos fez. E aqui uma consideração de natureza teológica: então, é um hábito supra ético. Há outros hábitos nesse sentido, mas falemos da oração.
E eu vou citar aqui o que diz Santo Tomás a respeito dela, numa de suas obras. A oração tem cinco propriedades, para o Aquinate. E aqui, quando se diz propriedade, se diz do próprio, uma categoria aristotélica, um dos predicados aristotélicos.
Uma propriedade é aquilo sem o que um ente não pode ser o que é; pode, inclusive, mudar a espécie em que ele está inserido. Então, quando se diz que um determinado conjunto de coisas são próprias de um ente ou de uma espécie, significa que, sem essas propriedades, aquele ente ou aquela espécie se corromperam. Então, são cinco as propriedades da oração: confiança, conveniência, ordem, devoção e humildade.
E aqui é uma reflexão minha: confiança, sinônimo de entrega amorosa livre; conveniência, sinônimo de instrumento adequado para a consecução de um fim; ordem, sinônimo de funcionalidade em relação a um fim; funcionalidade de diferentes coisas e diferentes meios com relação ao fim; então, onde tudo está ordenado, onde as coisas estão ordenadas e se percebe harmonia entre elas, essa harmonia, perdão, é sentida no vetor da unidade; devoção, que é o fervor do bem na alma humana; e, por fim, humildade, que é a consciência da própria pequenez, da própria miséria. Eu, assim, já tive, já tu, na difusão do pensamento de Santo Tomás, há muitos anos, e sei que coisas como essa, por exemplo, começar a tossir no meio de uma gravação, ocorrem ordinariamente quando vou tratar de realidades espirituais, e o inimigo da nossa salvação não gosta disso. Então, recapitulando: confiança, conveniência, ordem, devoção e humildade são as propriedades da oração.
E Santo Tomás nos diz que há três frutos da oração que são claramente identificados. A oração é remédio para os males; a oração, ela é eficaz para alcançarmos o que desejamos. E nós vamos ver aqui que o que desejamos deve ser conveniente, sem o que nós acabamos por pedir coisas equivocadas, e Deus não atende a esses pedidos.
E, por fim, útil por nos fazer familiares de Deus, assim como, quando estamos entre amigos conversando com eles, nós nos fazemos, em algum sentido, familiares deles. Assim também, quando rezamos, nos fazemos familiares do próprio Deus, que é o objeto formal e a causa porque rezamos, e o fim último para o qual rezamos. Pois muito bem, no comentário ao Pai Nosso, que é uma obra magnífica de Santo Tomás, o Aquinate, ele nos vai dizendo algumas coisas a respeito dessas cinco propriedades.
Então vou ler o texto e prosseguiremos com comentários. Tópicos: entre todas as orações, o Pai Nosso ocupa manifestamente o principal lugar, pois contém as cinco qualidades mais importantes requeridas para toda a oração, que deve ser confiante, conveniente, ordenada, devota e humilde. Em primeiro lugar, a oração deve ser confiante, de modo que, com toda a segurança, nos aproximemos do Trono da Graça.
Então, a confiança—que é essa entrega amorosa—quando se confia em alguém, significa que naquilo em que se confia a visão não é clara, senão, não haveria confiança, assim, evidência daquilo aqui se dá crédito. Então, na confiança que aqui é tomada como sinônimo de entrega amorosa, a essa livre escolha de bens que estão mais ou menos numa zona de sombra, mas que, por meio da oração, eles estão presentes na nossa mente. Então, a oração deve ser confiante, de modo que com toda a segurança nos aproximemos do Trono da Graça, a fim de alcançar misericórdia, como está lá na epístola aos Hebreus 4:16.
Porque, como nos exorta Santiago, São Tiago, devemos pedir com fé, em nada hesitando (Tiago 1:6). E com toda a razão, o Pai Nosso é a mais confiante das orações, porque foi composta por nosso advogado, que é também o mais sábio dos suplicantes: Cristo, em quem se encontram todos os tesouros da sabedoria e da ciência, conforme está em Colossenses 2:3. A respeito deles escreveu São João Evangelista: temos um advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo (1 João 2:1).
Em seu tratado sobre a oração do Senhor, São Cipriano observa que, abre aspas: "Se temos a Cristo como advogado diante do Pai para interceder pelos pecados, apresentamos as suas palavras ao pedirmos perdão dos nossos pecados. " Ou seja, podemos, sem dúvida nenhuma, e devemos muitas vezes rezar com as nossas. .
. Próprias palavras, mas não esqueçamos jamais, nós, cristãos católicos, sobretudo, que ao rezarmos com as palavras do próprio Senhor, estamos usando as armas perfeitas. E tanto mais confiante se nos apresenta a oração do Senhor, ao considerarmos que Cristo mesmo, que nula, ensinou a orar.
A escuta junto ao Pai cumpre o que se diz nesse Salmo: "Clamará por mim e eu o ouvirei" (Salmo 91:15). Acrescenta ainda São Cipriano que dirigir-se ao Senhor com suas próprias palavras é fazer uma oração afetuosa, devota e familiar; daí dizer-se que ninguém conclui o Pai Nosso sem algum fruto, porquanto, quando, como ensina Santo Agostinho, "ele é o menos perdoa, nos perdoa os pecados". Geniais, então, Santo Agostinho nos diz que o Pai Nosso tem este condão de perdoar os pecados geniais, aqueles que não são tão graves.
A oração deve ser também ambiente, de modo que o orante só peça a Deus o que é proveitoso, porque, como diz São João Damasceno, a oração consiste em pedir a Deus o que é conveniente. Eis porque muitas vezes a oração não é ouvida, porque se pedem coisas que não convém pedir e "não recebeis", de Santiago, "porque pedis mal" (Tiago 4:3). Ah, meu Senhor, dai-me a graça de dar um desfalque no meu patrão!
Essa oração é maldita; não nos convém, nem do ponto de vista ético, nem do ponto de vista supra ético. Saber, porém, o que se deve pedir é dificílimo; veja como se a pessoa mais é realista, ele não é um doutor água com açúcar e nem é um doutor que só nos aponta para perfeitos etc. Ele tem, como se fosse, algo que fosse possível cumprir de maneira não dificultosa; ele é muito realista.
Então, é difícil saber o que se deve pedir, porque é difícil conhecer o que devemos desejar (a coisas que não devemos desejar). É isso que está pressuposto, e muitas vezes, no turbilhão das nossas emoções, acabamos por desejar coisas quaisquer, sem a devida ordem. Nós vemos aqui que a ordem é um dos elementos, uma das propriedades essenciais da oração.
Até mesmo o apóstolo reconhecia essa dificuldade ao dizer: "não sabemos o que pedir como convém, mas o Espírito Santo vem em nosso auxílio" (Romanos 8:26). Sendo, porém, Cristo nosso Mestre, não competia a Ele que nos ensinasse a orar. Pediram, pois, os discípulos: "Senhor, ensina-nos a orar" (Lucas 11:1).
Por conseguinte, o que Ele nos ensina em sua oração, o Pai Nosso, de modo corretíssimo, o pedimos, como a propósito ensina Santo Agostinho: se orarmos correta e adequadamente, seja quais forem as palavras que usamos, nenhuma coisa se pede além do que está proposto no Pai Nosso. Então, o Pai Nosso, para o cristão, contém virtualmente todos os pedidos lícitos, e quando pedimos algo de acordo com essas propriedades da oração, de alguma maneira, estamos a pedir os bens implicados em cada uma das súplicas do Pai Nosso. O Pai Nosso seria, então, a oração perfeita que contém todas as demais, virtualmente.
Nossa oração deve ser ordenada, como o deve ser também o desejo do qual ela é intérprete. Ora, haverá a ordem de vida se desejarmos e preferirmos aos bens materiais os espirituais, às coisas terrenas as celestes, conforme o ensinamento do Senhor: "Procurai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6:33). Eis o que Cristo nos ensinou a observar no Pai Nosso, no qual primeiramente pedimos os bens celestes e depois os terrenos, ou seja: "Santificado seja o vosso nome" vem antes de "o pão nosso de cada dia nos dai hoje".
Só para não esquecermos: nossa oração deve ser também devota, porque o fervor da devoção torna o sacrifício da súplica aceitável a Deus. Eu disse aqui que a devoção é esse fervor do amor ao bem. Uma coisa é o apetite natural do bem; outra coisa é desejar este bem de maneira fervorosa, com o coração pegando fogo.
E o coração só pega fogo na caridade; fora da caridade, o que nós vemos é frieza, indiferença. Como podemos interpretar nesse Salmo: "Ao vosso nome, Senhor, elevarei minhas mãos, e minha alma ficará repleta de unção" (Salmo 63:5)? Frequentemente, porém, mais uma observação realista: a devoção se enfraquece com a prolixidade da oração; por isso, Cristo nos ensinou a evitar este excesso quando disse: "Em vossas orações não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos" (Mateus 6:7).
Numa carta à viúva Proba, Santo Agostinho dá esse conselho: "Estejam fora da oração as muitas palavras, mas que não falte intensa súplica. Se a intenção persistir fervorosa, então, muito blá blá blá, muito tititi, não é isso que Deus quer de nós quando rezamos, mesmo porque Ele já sabe de antemão aquilo que precisamos para nossa vida em ordem à nossa salvação. " Então, na oração, mais do que em outras realidades, precisamos valer-nos do verbo; é necessária a concisão, é necessário também a precisão.
Expondo que o Senhor dispôs que fosse breve a sua oração, a oração dominical, quanto à devoção. Ela é fruto da caridade, que é o amor de Deus e do próximo. Então, aquele que diz duas coisas importantes: só na caridade há verdadeiro fervor da devoção, e a caridade é o amor de Deus e do próximo, ou seja, de Deus acima de tudo e do próximo em Deus, e não do próximo no próximo, porque aí já não é propriamente caridade, sim apego.
Porque, quando amamos o próximo em Deus, o amamos, inclusive, em seus defeitos, inclusive nas suas más intenções com relação a nós, porque vemos nele um semelhante e podemos meditar, elevados a meditar, que poderíamos estar numa situação pior do que a dele, praticando atos piores do que os dele, se porventura ele é uma pessoa má. Fora da caridade, isso é impossível, mas só. .
. Queremos, para o próximo, que nos faz mal, justiça e não a misericórdia amorosa. Ambos manifestam-se na oração do Senhor, que nos incita ao amor de Deus ao fazê-lo, ao fazer-nos chamá-lo de Pai, ao amor do próximo, ao suplicarmos em comum por todos, dizendo no plural: "Pai Nosso".
Nós não rezamos "meu pai", santificado seja o vosso nome, sim, "Pai Nosso". Então, somos irmãos porque temos um pai comum. E também: "perdoai as nossas dívidas", e não "quem reza o Pai Nosso não diz: 'Perdoai a mim as minhas dívidas'".
Palavras que nos levam a amar ainda mais os irmãos. Então, é na caridade que se dá o verdadeiro fervor do amor a Deus e ao próximo. Por fim, a oração deve ser humilde, porque, como diz o salmista: "Deu-se volta para a oração dos humildes e não despreza a sua súplica" (Salmo 101:18).
O que é confirmado pelo evangelho do fariseu e do publicano (Lucas 18:9-15) e também pela oração de Judite: "Ó Deus dos humildes, o auxílio dos abandonados" (Judite 9:16). E por certo há muita umidade, humildade no Pai Nosso. Porque a verdadeira humildade dá uma definição: existe verdadeira humildade quando nada se presume das próprias forças, mas tudo se espera alcançar pelo poder de Deus.
Ora, o soberbo é aquele que tudo presume a partir de suas próprias forças e tende não apenas a não ser devoto, a não ser humilde, a não ser desordenado, a não ser ordenado, porque ordena tudo a si e se subtrai da ordem que transcende a sua própria pessoa, não há, pois, confiança em Deus, etc. Então, são cinco as propriedades. A última é a humildade.
Por certo, há muita humildade no Pai Nosso. Como eu falei, não vou reler esse pedaço. Notemos que a oração produz três benefícios, que são os frutos que eu arrolei.
A oração, em primeiro lugar, é eficaz e um útil remédio contra os males, porque nos liberta dos pecados cometidos, conforme agradece o salmista: "Perdoastes a malícia do meu pecado. " A voz se dirige a todo fiel (Salmo 31:5). Orou o ladrão suspenso na cruz, o bom ladrão, alcançando a remissão quando Cristo lhe disse: "Hoje estarás comigo no paraíso" (Lucas 23:43).
Pela oração, também, o publicano retornou justificado para casa (Lucas 18:14). O publicano entra no templo, reconhece-se pecador e pede a Deus perdão, e o fariseu, como sabemos, agradece a Deus por não ser como o publicano, e quem sai justificado é o publicano. Além disso, a oração nos liberta dos medos, dos pecados futuros, das tribulações e das tristezas.
Segundo as palavras de São Tiago: "Há entre vós alguém que esteja triste? Que faça oração" (Tiago 5:13). Liberta-nos, enfim, das perseguições e dos inimigos, segundo o salmista: "Em resposta ao meu afeto, me acusam; eu, porém, permaneço firme na oração.
" Então, não há, do ponto de vista espiritual, melhor remédio para a tristeza do que um coração orante, do que colocar-se a rezar. Agora, nesta recente crise sanitária mundial, nós vimos o desespero crescer, sobretudo entre pessoas para quem a vida orgânica vale por si mesma e vale a pena fazer qualquer coisa para manter-se vivo. Entre as pessoas que buscaram a vida de oração, mesmo no caos, houve uma perenidade maior, uma capacidade de suportar a dor do momento sem se deixar vencer pela tristeza.
E esta é uma das definições de santo: a mais forte fortaleza sente dor com aquilo que oferta, porém, estando triste, não se deixa destruir pela tristeza. Segundo, é eficaz e útil para alcançarmos tudo que desejamos, conforme prometeu o próprio Senhor: "Tudo que pedirdes na oração, crede que o recebereis" (Mateus 11:24). Se não somos atendidos, de Santo Tomás, ou é porque não pedimos com insistência.
Portanto, "é preciso orar com perseverança e nunca esmorecer". Meus caros, não estou dizendo que esse tema é um tema de que os demônios não gostam. A gravação simplesmente interrompeu; eu continuei falando mais uns 20 minutos e a gravação estava interrompida.
Eu vou retomar do ponto em que eu parei: é preciso insistir, não por mim, mas pelo bem que está implicado nesses dizeres de Santo Tomás. Então, eu estava no segundo dos frutos. Vou retomar: a oração eficaz é útil para alcançarmos tudo que desejamos, conforme prometeu o próprio Senhor: "Tudo que pedirdes na oração, crede que o recebereis" (Mateus 11:24).
Se não somos atendidos, ou é porque não pedimos com insistência e, portanto, é preciso orar com perseverança e nunca esmorecer, conforme Lucas 18, ou então porque não pedimos o que mais convém à nossa salvação. Como observa Santo Agostinho: "Bom é, Senhor, que muitas vezes não dás o que queremos, para darmos aquilo que deveríamos preferir", ou seja, o que deveríamos desejar. Se aprofundamos a questões que devemos não desejar, devemos preterir.
Foi isso que se deu com o apóstolo São Paulo, que por três vezes pediu ao Senhor para ver se livre do aguilhão da carne, mas não foi ouvido, conforme 2 Coríntios 12:7. Por fim, a oração é útil, seu terceiro fruto, seu terceiro benefício, porque nos faz familiares de Deus, de modo que possamos dizer, com segurança: "Suba até vós a minha oração, Senhor, como o incenso à vossa presença" (Salmo 142:2). Eu vou tentar reproduzir só um pouco do que eu disse e que se perdeu, porque a câmera simplesmente deixou de gravar.
Que é o seguinte: tendo em vista tudo que Santo Tomás diz a respeito das propriedades da oração, buscamos ser, toda vez que nós colocamos, neste diálogo com Deus, buscamos ter no nosso horizonte mental que, sem essas cinco, concomitantemente, a nossa oração será de alguma maneira precária. Então, roguemos a Deus para que nos dê a confiança nele. Confiança aqui como eu.
. . Disse, signo de entrega amorosa: roguemos a Deus para que dê à nossa oração a conveniência de vida, não nos fazendo jamais pedir as coisas que não convêm à nossa salvação.
Tendo sempre aquele quinhão de resignação, sem o qual nós acabamos por sucumbir a uma soberba que se vai entrar na alma. O modo de mentalidade mundana devemos ordenar as coisas das nossas preces, sempre preferindo o imaterial ao material, ou seja, o Celeste ao terreno, sem jamais pensarmos que não podemos pedir o que é material. Mas sempre tendo em vista que o que é material será instrumento menor para nós.
Podemos pedir um emprego, podemos pedir uma oportunidade, como eu ressaltei etc. Mas se fizermos, ordenando estes pedidos a algo que está para além daquilo que será concedido topicamente, então teremos ordem na oração. Na oração, nós enumeramos tópicos em relação a algo que está para além de todos os tópicos: uma Utopia Santa, que é a realização da santidade em nós, com a graça de Deus.
Ela deve ser devota; e vimos aqui que a devoção só acontece quando nosso coração pega fogo devotamente na caridade. Fora dela, somos ruínas humanas. E, por fim, a humildade, a humildade que é preferida pelo Senhor em todas as ocasiões, porque, entre outras coisas, é o primeiro degrau da sabedoria.
A propósito, assim eu fiz publicar no Brasil, há alguns anos, um comentário de São Bernardo à Regra de São Bento, dos graus da humildade e da soberba. E, neste livro, São Bernardo nos dá a entender que a vida espiritual está, metaforicamente, inserida naquela imagem da escada de Jacó: ou estamos subindo ou estamos descendo. A humildade é o primeiro grau da subida, rumo ao melhor que podemos contemplar, com a graça de Deus, que é a glória que está para além de toda a visão humana.
Deus nos dá a graça para que cheguemos à glória e, no caso da linha descendente, a soberba é o primeiro degrau. No primeiro caso, nós chegamos ao céu com a ajuda de Deus; no segundo caso, nós nos perdemos no inferno com a ajuda do inimigo da nossa salvação. Eu lamento muito, assim, eu sou humano, me desconcentro, né?
Realmente não esperava quando peguei o celular e vi que quase metade do vídeo não tinha sido gravado. Retomando ato contínuo aqui a gravação, sei que não consigo reproduzir. Estava bem bonito, mas isso é até para que eu entenda, se aconteceu, estava de acordo com a divina providência, que ordena tudo em ordem a bens.
Todos os males em ordem superiores. Termina o vídeo pedindo a vocês que tenham preço pela minha pessoa, que rezem por mim para que eu saiba combater as minhas más inclinações. Esse é o dever, né?
Nós vimos aqui que o Pai Nosso encerra essa ideia de amor ao próximo quando se diz "Pai Nosso" e não "meu pai". Né? O pai é nosso, pecados são nossos; é o que está escrito no Pai Nosso.
Então, temos o dever de rezar pelos nossos semelhantes em Deus. Tudo isso está no Pai Nosso. E lembremos que toda e qualquer oração está virtualmente, assim, presente em tudo que o Pai Nosso nos faz pedir.
Então, não nos custa lembrar que, embora seja bom para nós termos esse diálogo com Deus com as nossas próprias palavras, não deixemos de rezar tanto as orações tradicionais, mas, sobretudo, o Pai Nosso. É porque ele nos coloca em uma espécie de lugar privilegiado e não é inteligente deixar de lado aquilo que o próprio Cristo ensinou. Então, vamos para o lugar que ele nos aponta.
Um grande abraço.