ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA (Blindness, 2008) - Crítica

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Meus 2 Centavos
Crítica do filme "Ensaio sobre a Cegueira" (Blindness, 2008), dirigido por Fernando Meirelles, e pro...
Video Transcript:
o filme de hoje é um incessante retrato da degradação humana da nossa fragilidade e do nosso potencial para a depravação uma grande alegoria da corrupção moral e dos valores éticos da condição humana trata-se de mais um vídeo patrocinado pelo Luciano Souza cara gente boa demais fechou o pacote comigo um abraço Luciano e o Alô da vez vai para a esposa dele Cristiane e para as filhas Emily e Alana abraço para todo mundo se você quiser Patrocinar uma crítica no canal é só me mandar o e-mail que a gente conversa esta será uma crítica com spoiler
Ok vamos lá vamos lá [Música] blindness ou Ensaio Sobre a Cegueira o filme retrata uma repentina e misteriosa epidemia que deixa as pessoas cegas o que segue é o colapso da ordem social e a redução do ser humano ao seu estado mais animalesco e perverso a direção é do brasileiro Fernando Meirelles que dirigiu Cidade de Deus que é sensacional também O Jardineiro Fiel que é menos sensacional consideravelmente menos aquele transmite bem a atmosfera inquietante da história ele faz você sentir o caos a desorientação ele te coloca muitas vezes no ponto de vista daqueles que não
podem enxergar nesse filme a cegueira vem através de uma luz branca ao contrário do que a gente imagina que seria tudo escuro não é como se fosse uma coisa banhada em leite então há sempre uma super exposição é sempre estourado e ajuda a criar o contraste horroroso do ponto de vista da Júlia amor que é a única personagem que enxerga no filme e realmente não dá para dizer se isso é uma coisa boa ou ruim essa altura Será que há coisas que é melhor não ver ela testemunha tudo ela vê a parada toda apodrecendo figurativa
E literalmente tem uma uma seninha que mostra ela Tentando Manter Tudo limpo e organizar E outra ela tem que fazer tudo escondido porque ninguém sabe que ela pode ver só o marido dela então você vê lá uma montagenzinha o corredor tá relativamente limpo no começo e ela tenta empurrar ali que daqui a pouco Sujeira sujeira as pessoas passando peladonas e ninguém sabe onde tá nada é tem que more Ela Senta no chão e Desiste então assim acho que tem um lado ruim poder enxergar nessa hora o diretor realmente quer te colocar lá dentro muita Câmara
subjetiva muita câmera na mão muita câmera tremida uma coisa muito íntima muito realista e funciona o filme tem uma imersão muito incomoda o diretor adora um plano Detalhe tem uma sequência deles desfazendo dos bens pessoais que é muito forte que por um lado Eles não servem para ainda mais nesse cálcio todo mas tem o valor sentimental e ele mostra pedacinhos ou quando ela olha para uma ferramenta que ela deixa lá de novo plano detalhe mas eles dirige muito bem o filme assine uma teografia do César charloni é um dos destaques do filme muitas sombras e
silhuetas ótima manipulação da Escuridão para representar a percepção limitada dos personagens os enquadramentos parcialmente obstruídos também reforçam essa perspectiva as cores de saturadas ajudam na atmosfera sombria e deprimente sem vida além de servir em com uma metáfora para a cegueira moral a inabilidade de perceber a real natureza das nossas ações o design de produção é Super eficiente o lugar fica nojento e parece um nojento real não parece um nojento cenográfico diretor encontra bem momentos para realçar isso às vezes um plano mais fechadinho só de um pé pisando em excremento você Realmente vê que aquela realidade
DJ ainda tenta imaginar você viver naquilo sem saber exatamente onde você tá o filme de vez em quando faz essa subjetiva então e depois quando ele saem para cidade também tá tudo é é é nojento É impressionante como as pessoas se corrompem rápido assim que o primeiro cara perde a visão na primeira cena Aliás o filme não enrola eu gosto disso ele já começa com as paradas acontecendo assim que o primeiro cara fala galera eu tô cego não consigo ver imediatamente alguém rouba o carro dele Alguém já opa não deixa que eu levo ele em
casa e claro Vai se aproveitar e tá ruim é instantâneo o roteiro capta bem a essência do material fonte equilibrando elementos alegóricos com jornadas envolventes que nos fazem refletir sobre a vulnerabilidade da nossa estrutura social e o potencial humano para a compaixão e para a crueldade eu gosto mais do filme do que do livro o livro até explora melhor os personagens as motivações você faz tempo que eu não achei acho que emprestei eu de emprestaria odeio emprestar livro mas do que eu lembro sim tinha mais desenvolvimento de personagens e tinha mais coisas externas mas saramaga
uma leitura dura muita sequências que não acabam pouca pontuação firme também é duro mas sei lá eu acho que eu prefiro sofrer durante duas horas do que cinco dias o ritmo deixa o filme Um pouco desconexo ele quebra a tensão ele quebra até o impacto emocional de alguma sequências da maneira como ele transita entre uma um acontecimento muito carregado e outro às vezes dá uma quebrada estranha é mais um problema de montagem do que de edição e o foco nas alegorias impede um desenvolvimento mais profundo dos personagens parte disso é proposital a história é abstrata
ela não te oferece soluções fáceis ninguém tem nome então ele é o médico ela é a esposa do médico ele é o garçom o outro é o cara com o tampão no olho e o outro é o menino ninguém tem nome você não sabe em que cidade ou em que país você não sabe onde aquilo está acontecendo Então há universalidade bacana nisso aí mas ao mesmo tempo uma distância ele poderia ter mais momentos pessoais aquele incômodo da degradação acaba ficando repetitivo redundante e muito pesado acontece durante muito tempo quando outros momentos de simplicidade e de
intimidade funcionam muito bem como quando o personagem do Danny glovers bota uma musiquinha E eles têm um pequeno momento de paz e aí você vê a conexão que o personagem do work ruff falou faz com a personagem da Alice Braga e a personagem da Julie é amor vem entende você que ela gosta mas ela entende depois inclusive os dois se pegam e elas elas sabem que né tem os efeitos psicológicos né o dinamismo do casal né que ela enxerga então ela cuida dele ele fala que não consegue mais Enxergar com esposa e sim como uma
é claro que é assim né então difícil retomar eu queria muito saber se os dois voltam a ter uma vida né uhu depois que que a visão dele volta eu queria saber a trilha sonora é esquisitona você sente uma inquietação você sente o sentimento de apatia de depressão que fica no ar tem uns tons de sonantes uma melodia etérea é uma coisa quase sempre pseudo existencialista gera uma sensação meio de apodrecimento é bem legal mas não é isso desculpa eu não sei imitar que fica na minha cabeça de um filme tem alguma sequências muito marcantes
tem um monte de novas pessoas estão sendo levadas para o que essencialmente vira um campo de concentração e meio que parece um filme de zumbi Sabe aquele Pânico ninguém enxerga e os caras apontando a arma Imagina você perdeu a visão você não tem ideia completamente desorientado você sabe que tem um monte de gelo multidão sem poder enxergar ainda e ainda possibilidade de levar um tiro por não estar andando na linha é sinistro você também vê o potencial para a crueldade do ser humano e não da sequências mais Alves eu tô falando naquela ceninha por exemplo
que ela vai pegar uma pá e os guardas não sabem que ela enxerga então ela tem que fingir que é cega e eles ficam desorientando ela ela vai parece esquerda vai para a direita tanana entendeu para quê E quando chega na parte que o personagem do Gael fala Tragam suas mulheres por comida aí fica fica difícil de ver pode inclusive ser a sequência que quebra o filme para algumas pessoas porque é muito pesado e aí o filme ainda tem é continua pra caramba depois disso beleza que isso acende uma Faísca e ela vai lá e
mata cara e é alma satisfação em ver isso mas é muito carregado a julier amor faz a melhor personagem do filme a imunidade dela serve como dispositivo narrativo para o público se ela não pudesse enxergar seria estranho a gente saber o que está acontecendo ali e ia distanciar muito público do espectador Então ela faz essa ponte e ela também simboliza a claridade moral que se perde com essa epidemia a importância da empatia quando ela chega no ponto que não aguenta mais você como espectador também não aguenta mais a virada dela acontece em sincronia com a
sua as cenas mais marcantes envolvem ela eu gosto da cena dela meio que entendendo a conexão eu já falei de uma Cruel falou com Alice Braga ela matando Gael Garcia é sensacional no ato final quando ele saem da prisão essa altura dá para chamar de prisão ela acha um monte de comida num lugar onde as pessoas cegos não teriam como encontrar mas aí que tá como ela vai sair daí então ela sai com duas sacolas é mais uma sequência que lembra um filme de zumbi assustador a cena da chuva é muito boa aí já envolve
outros personagens Mas aquela limpeza né porque o filme é muito sujo então quando ele Finalmente né todo mundo na rua e ele depois da cena do banho então água é um elemento de pais é um elemento positivo aqui a cena do cachorro é muito boa ela sofreu o filme inteiro tá sentada assim numa escada não aguenta mais aí chega um cachorrinho e ela dá um pequeno momento de alívio e as coisas melhoram dali para frente então tudo fica melhor com um cachorro só o arco dela que acaba meio abruptamente porque todos os outros compartilham a
experiência e o ponto de vista dela é único e você que imagina imagina o peso imagina também a paranoia de achar Será que um dia eu vou acordar cega e talvez em algum momento ela desejasse isso por não aguentar mais tem uma hora que você vê ela Pirando o Cabeção lá e ela tem um momento de desabafo mas a perspectiva dela é tão intrigante porque ela imune aí no final quando ela quando Parece que o mundo vai voltar ao normal e ela tem o seu momento de respiro e você fala e aí e aí que
Quai acaba o maior Crush falou também tá bem gosto muito do personagem porque ele tem uma complacência irritante não é problema de interpretação eu acho que ele é muito passivo e se entende que ele quer evitar conflito e pi pi pi Puma E aí reconhece que uma hora ele tava lá o cara tava apontando a arma e ele poderia ter feito algo e não faz então realmente pega as rédeas nessa hora de novo eu gosto muito da dinâmica do casal eu queria de fato saber o que aconteceu com eles é um problema que esse filme
tem ele não oferece respostas eu vou chegar lá deixa eu terminar de falar do elenco Alice Braga tá bem ao mesmo tempo ela Transmite uma vulnerabilidade e uma resiliência também poderia ter mais desenvolvimento é aquela coisa do filme não te dá muitos momentos pessoais o óculos escuro e o passado dela e dava pra ter explorado esses personagens o Gael Garcia Bernardo propósitos narrativos faz o vilão do filme ele é o chefão dos vilões fala três e e decide que vai impedir os outros de terem acesso a comida e obriga as mulheres aí vi toda essa
coisa a parte mais horrorosa do filme parte dele e funciona porque você odeia o personagem com todos os seus forças também tem boas interpretações do you Suki e ceia o Danny Glover também no filme aí o Shino Kimura eu gosto muito da depressão dela da melancolia tem uma cena que ele tá falando e ela na boa na boa para de falar eu nunca para de falar outra quando eles estão tirando as jóias ela tá tão apática assim que alguém pega a mão dela tira e ela nem reage assim e sai Sobre a Cegueira é o
filme desconfortável e sem respostas isso há muitos além daquela sequência horrorosa também quebra o filme porque você dedica duas horas né da sua vida investe e vê a condição humana entrando em colapso E aí no final que foi tudo isso né você não tem nada o filme não te dá nada apenas um indício de que as coisas vão voltar ao normal porque a primeira pessoa que ficou cega volta a enxergar vem um ar de otimismo mas por você por que que era um vírus porque era um castigo é um teste da humanidade porque de amor
não ficou cega Será que ela vai ficar cega Depois todo mundo enxerga vai ser um grande reviravolta E aí quem fica cega é ela e aí a partir daí tem um ciclos de três anos onde ela fica cega e uma humanidade entendeu podia ser tanta coisa aí eu falei não te dá nada eu acho irritante mas eu gosto do filme é um olhar ácido e cru da natureza humana do conflito entre a autopreservação e as escolhas Morais que somos obrigados a fazer diante de circunstâncias extremas nota um filme agradável mas daí né E tem é
não é bom assim não é não vou ficar aí visitando também mas é uma é uma experiência oito vírgula um Luciano obrigado Mais uma vez é isso pessoal um abraço e até a próxima se você gostou desse vídeo considere se inscrever no canal e agora também existe a possibilidade de ativar a opção seja lembra onde você ganha muitos lives exclusivas emojis são várias categorias que permitem que você ajude o canal a continuar funcionando agora em 4K e com editor profissional 10 anos mas eu acho que chegou a hora de melhorar os aspectos técnicos do canal
né pessoal [Música]
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