nós estamos então com o nosso prestigiado palestrante o professor christian a vala que ele está desde às duas e meia da tarde conosco a 3ª conferência e o professor que se olhava lá ele é professor de sociologia na universidade de parry não ter ele é especialista em liberalismo e em particular na filosofia utilitarista de jaime bank ano e ele é doutor em sociologia e membro do centro é ambientado ele também investigadores e presidente do s atilde o chefe da federação sindical interno e ele é membro do soffin aponta que é que as filmagens deste grupo
é e do e business center e ele é membro do conselho científico da ataque ficou diretor com o rojão pierre da coleção o horizonte de possibilidades com editoras laden coberto seus trabalhos em transe em três grandes temas a história do utilitarismo a história da sociologia clássica ea evolução dos sistemas de ensino ele é autor de muitos livros e sobre esses temas ele escreveu só vamos fazer alguns destaques a vários dos seus livros foram em colaboração com o pior do que possivelmente virá em outra oportunidade junto dele entre as diversas publicações nós destacamos a nova razão
do mundo do neoliberalismo comum da editora abril o tempo 2016 que é uma obra do professor junto com pilar do que estou dizendo 2016 porque a tradução em português é essa obra já foi aprofundada hoje no nosso debate da tarde quem quiser pode assistir à conferência e aí o youtube no o canal e h o comunica a segunda obra que vou destacar é comum em saiu sobre a revolução do século 20 de um editor abi o tempo de 2016 também uma obra em conjunto com o professor dom essa obra também foi discutida no evento o
segundo momento o da tarde é tem outras obras o koshima ranking é fini que no fim não finita como o neoliberalismo defende a democracia se também à decobertto 2016 a março ou com ba e adson abordou também 2012 bom e assim por diante lá no veículo capitalista e eu queria especialmente destacar a última obra que apareceu por enquanto está somente em francês de abril de 2018 focou bull gian ele a questiona o neoliberalismo então também é da ala de coberta por enquanto nós não temos a possibilidade dela em português mas esperemos que logo mais esteja
temos algumas entrevistas que nós publicamos me agarrou e agora o ponto no ensino ponto br vocês podem ter acesso o imaginário de estado nação não é um imaginário alternativa ao neoliberalismo manter vista especial os estados construíram o atual sistema neoliberal também outra entrevista e alguns artigos que nós publicamos desigualdades no atual contexto econômico brasileiro o comum é a revolução desencantado e lavar eo terceiro que nós publicamos também o comum ensaios sobre a revolução do século 21 nós queremos de forma muito especial está longa jornada agradecer ao professor num que vêm de vários lugares do brasil
não é a sua primeira não está de férias as férias vão começar depois de vários lugares em brasil está acompanhado da sua esposa que também está prestigiando aqui no meio on nosso mas da melina e então agradecemos a presença ea presença de todos vocês em função de que ela já é a terceira palestra não vamos tentar se possível encerrar as 96 então todo mundo que quiser as perguntas vão pensando as perguntas para que no momento possamos fazer bloco de perguntas e o professor possa errar um pouquinho antes porque mais ou menos há seis e pouco
da manhã ele já vai estar viajando para as próximas palestras em outros lugares do brasil agradecemos muito a presença de todos e e especialmente o nosso palestrante quem já damos a palavra meu sido muito obrigado pela apresentação pela recepção pela presença eu agradeço também a tradutora que faz um trabalho notável e quero iniciar imediatamente a conferência que na verdade mudou de título eu tomei a liberdade de mudar o título eu mesmo em vez de falar de crise do neoliberalismo emergência de movimentos emancipadores eu quero falar do novo neoliberalismo e dos desafios da emancipação eu não
fiz uma mudança considerável como vocês vêem mas uma pequena modificação vocês entenderam porque pelo menos nos últimos dez anos desde a crise de 2008 não se pára de anunciar o fim do neoliberalismo vocês devem se lembrar de um texto de um artigo de joseph stiglitz um economista norte-americano e o seu artigo era intitulado o fim do neoliberalismo foi no momento da crise financeira mas também se anunciou o fim do neoliberalismo com a vitória do bronx is it na alemanha na grã bretanha com vitória de troca alguns vêem nisso o final de um ciclo marcado hoje
pelo retorno do protecionismo dos soberanista nacionalismo como c estivesse suficientemente manifesto e tudo isso fosse suficientemente considerável para pôr fim ao neoliberalismo na realidade a questão é mais complexa eu acredito que o liberalismo não está morto que ele sobreviva em certos aspectos se fortalece mas muda de forma muda de tom e de forma ele é plástico e se nem o liberalismo e ao mesmo tempo é plural se se fez dele um sistema de dominação mundial com um conjunto de regras princípios e funcionamento uniforme mas também estamos lidando com uma grande variedade de tipos de nasce
de neoliberalismo estes tipos são nacionais e regionais e também tem variantes no tempo o neoliberalismo se desenvolve na história e se metamorfoseia a medida em que encontra obstáculos crises etc e é sobre isso que eu gostaria de falar tem uma hipótese uma hipótese a ser discutida a de um novo liberalismo uma nova fase do neoliberalismo mas primeiro quero lembrar o que perdoe e eu entendemos por neoliberalismo e peço desculpas por aqueles que estavam presentes são já parte que já ouviram minhas explicações para nós seria fácil demais pensar que o neoliberalismo são apenas políticas econômicas monetaristas
ou de austeridade seria fácil demais pensar que estaríamos lidando apenas com uma extensão da mercantilização do mundo como se dizia no movimento alterglobalização ou até mesmo que o neoliberalismo se resume à ditadura dos mercados financeiros e com base no chão ficou nós extraímos a seguinte ideia o neoliberalismo é uma racionalidade política que se tornou mundial e que consiste em impor pelos governos não só na economia mas também da sociedade e também na subjetividade uma mesma forma na mesma lógica que podemos chamar de lógica do capital ou seja uma maneira de fazer com que as pessoas
se comportam em entre elas em suas relações sociais que se modelam de acordo com o funcionamento do capitalismo mas um capitalismo que saiu da sua esfera estritamente produtiva e financeira estamos nós somos dominados por normas formas de vida que se aparenta usando um termo aqui prudente a quilo que o capitalismo impõe na própria economia essa racionalidade política tem dois principais aspectos primeiro a lógica da concorrência que se torna o princípio de vida na sociedade e segundo o modelo da empresa que se impõe a todas as instituições mediante determinados dispositivos precisos e concretos como o o
onu a nova gestão pública no caso das instituições de estado o que caracteriza esse modo de governo neoliberal é o fato de se fortalecer e radicalizar se a medida de suas crises esse ponto é importante desenvolver diante ano na zona anteriormente o neoliberalismo gera crises econômicas sociais e hoje crises políticas mas o que se pode se pôde observar nos últimos 30 anos é a medida que ele se desenvolve gera crises ele consegue responder de acordo com a sua própria lógica lógica do sistema então dando um exemplo muito simples da europa diante de concorrentes como a
alemanha que no início dos anos 2000 impôs uma baixa redução de salários e de contribuição social e fez o o que chamamos de política de redução de custos salariais a resposta que foi dada pelos outros países europeus foi idêntica criando uma lógica infernal de auto fortalecimento do neoliberalismo e cada país tentando reduzir os seus custos salariais com políticas a solaris salariais muito duras no mercado de trabalho muito duro e tudo isso provocando uma crise à crise de crescimento por exemplo se a europa ea zona doente dos países ocidentais se é o conjunto mais difícil de
crescer é uma resposta ao que foi gerado pelo neoliberalismo podemos dar muitos exemplos nesse sentido poderíamos dar um outro exemplo bastante comum que consiste em mostrar que para relançar a economia os países tentam fortalecer o capital dando lhe vantagens e atraindo os governos e fazendo com que os governos lutei para atrair capitais quanto menos impostos entrarem nas nos caixas do estado mas os dispositivos de proteção social são postos em perigo pelos sistemas de saúde e de aposentadoria isso não é novo justamente esse fato de que o neoliberalismo se alimenta de suas crises mas ele também
se alimenta de reações negativas que foram provocadas no plano político há hoje um fenômeno muito grande de um neoliberalismo que se fortalece pela própria utilidade equipada e o que vivemos hoje é justamente uma forma de os governos neoliberais explorar em a raiva social as frustrações e os rendimentos que as políticas neoliberais nos últimos 30 anos provocaram de modo que hoje o que é posto em xeque é o envelope democrático em que se desenrolaram as políticas neoliberais estas políticas neoliberais inicialmente não foram nem um pouco de tutoriais não passaram por golpes de estado com exceção da
américa latina mas na europa e nos estados unidos os processos políticos foram muito mais normais ou legais digamos assim e se inscreveram no plano da democracia representativa o que está acontecendo hoje na europa e também nos estados unidos talvez em outros lugares também podemos discutir sobre isso é que o marco da democracia liberal parece a entravar a política neoliberal todo o enquadramento da imprensa da livre discussão da universidade livre da crítica livre tudo isso parece demais e hoje se assiste uma crise da democracia liberal clássica pelo advento de governos autoritários ou hiper autoritários é nesse
sentido que tranque a vitória do trump nos estados unidos não foi um acidente histórico e marca sim uma data na história mundial e túnel liberalismo mundial o sintoma é o sintoma de uma mútua mutação na história do neoliberalismo mas também poderíamos dar outros exemplos europeus como a vitória da extrema direita na itália ou na áustria ou imu muitos outros países o que é essencial entender é que esses governos têm uma retórica um discurso nacionalista e autoritário xenofobia o violento que tomam referências explícitas ao fascismo estou me referindo se sobretudo ao governo italiano e no caso
de matheus alvine ministro do interior acho que estamos lidando com políticas que se sustentam com esse discurso nacionalista e autoritário e ao mesmo tempo não contestam de modo algum neoliberalismo como modo de poder e muito menos o neoliberalismo como política de concorrência e política de desregulação mentação o que é espantoso é que esses governos favorecem as empresas os ricos e e e desprezam a matérias ecológicas e o financeiros o que é característico do período é que os governos de extrema-direita de direita extrema assumem na realidade o caráter absolutista hiper autoritário do neoliberalismo que até então
fora mascarado por sua integração ou sua citação integrada no marco da democracia para entender bem essa transformação acho que é preciso evitar cometer dois erros o primeiro erro eu falei antes é confundir o neoliberalismo eo ultra liberalismo e libertar 'lista o neoliberalismo é um intervencionismo governamental é um modo de intervenção do estado não é um estado passivo que não faz nada é o estado que age e que age num sentido muito determinado para criar construir e manter a ordem da concorrência e para manter a ordem da concorrência pode ser útil do ponto de vista neoliberal
usar meios muito pouco democráticos eu falei antes sobre o aek que preferia a ditadura militar do pinochet a política socialista do salvador allende é muito típico do fato de que o neoliberalismo pretende defender acima de tudo uma certa formação econômica da sociedade primando sobre toda e qualquer vontade popular que possa pôr em xeque essa ordem econômica o segundo erro seria identificar de imediato o neoliberalismo novo ao fascismo a tendências racistas incontestáveis há uma mobilização de paixões que pode ser qualificada o designada como fascista paixões racistas paixões contra paixões de ódio contra os mais fracos as
mulheres os negros e teto mas mas isso faria com que perdesse moça singularidade histórica do que fui fascismo na história como se costuma dizer muito nos estados unidos dizem que o tronco é um fascista neoliberal nos nas universidades americanas se costuma dizer que o tampa é um fascista o liberal eu diria que isso seria muito simplificado e seria simplesmente supor o fim da história na medida em que é possível que o trompista e governos que se parecem com ele o caminho para o fascismo tudo é possível mas hoje é difícil identificar entrou como o estado
total de mussolini ano ainda uma grande diferença entre ambos mas o que é certo é que estamos vivenciando uma mutação do neoliberalismo que se expressa numa crise fundamental da democracia liberal de onde vem isso eu disse mas antes que o neoliberalismo explora hoje e canaliza as frustrações a raiva social oriundas das políticas neoliberais justamente ele retoma ele toma para si em novas formas aquilo que ele mesmo gerou a concorrência a competitividade entre as economias e as sociedades a competitividade nos salários nas instituições que enquadram a vida social têm consequências muito negativas para os empregados trabalhadores
que se sentiram abandonados traídos inclusive pelos políticos da esquerda ou das políticas de esquenta governos ditos de esquerda que têm suas políticas de acordo com o neoliberal neoliberalismo sindicatos perderam grande parte da sua legitimidade de sua força os coletivos de trabalho dentro das empresas enfraqueceram devido a uma gestão cada vez mais individualizador ea participação dos cidadãos também perdeu sul o seu significado a medida e que as políticas de direita e esquerda acabaram se assemelhando na europa e muitos países viu-se o desaparecimento da social-democracia tradicional ela desapareceu em vários países do leste está muito fragilizada na
frança quase desapareceu na itália embora sobreviva ainda na espanha podemos dizer então que o neoliberalismo gerou o que grupo she chamou de monstro mas de uma maneira muito particular o que aconteceu tanto nos estados unidos como na frança foi um duplo processo de um lado uma desfiliação em relação à comunidade política em grande número de pessoas não se sente cidadão de vai se sente como eu disse antes abandonado e não vê mais significado na participação política e para compensar essa desfiliação da comunidade política houve outro processo compensatório de filiação a princípios etno e identitários e
autoritários que põe em xeque o funcionamento normal das democracias liberais na verdade querendo fazer da sociedade um grande mercado na ordem da concorrência que reconhece apenas homens capitais humanos tornando se isso a base da vida social e política e tudo isso foi minado solapado pela progressão da raiva do ressentimento provocado por uma palmo tação os perdedores da concorrência não ficaram passivos manifestaram progressivamente sua raiva frustração votando em candidatos que prometi uma grande faxina uma varredura rompendo com sistema político que não lhes garantir a mais o fundamental nas sociedades modernas que é uma certa segurança é
preciso lembrar que nos países europeus e em menor medida nos estados unidos e em menor medida ainda nos países ditos periféricos o estado teve a obriga a obrigação de garantir o mínimo de segurança segurança social não só a segurança política e policial uma segurança social mas com as políticas neoliberais o discurso mantido foi um discurso suicida para as democracias estados que se diziam democráticos porque porque esses governos neoliberais não pararam de repetir que estávamos em guerra que estávamos numa guerra comercial uns com os outros e que era preciso questionar a proteção social os dispositivos de
aposentadoria saúde educação e aí o próprio significado do estado foi questionado e provocou um apelo à proteção uma a uma pelo a restauração de um estado capaz de garantir essa segurança mas quem manteve esse discurso da segurança justamente forças de extrema direita que deslocaram o alvo que acusaram aqueles que eram vistos como parasitas pessoas abusando do sistema social ou que não tinham nenhuma legitimidade para ter direito a esse sistema o que está acontecendo hoje na europa há uma crise migratória explorada politicamente pela extrema direita na itália e isso levou à extrema direita ao poder na
áustria levou à extrema direita ao poder na alemanha o movimento de aliança pela alemanha está ganhando simpatia entre a opinião pública de forma muito ampla e parece até que esse movimento claramente xenófobo vai poder ultrapassar o partido social democrata alemão é porque os imigrantes foram vistos e são vistos como parasitas inúteis pessoas que vem ameaçar o sistema de proteção social isso remete é claro algo muito importante não vou ter o tempo de desenvolver aqui que é o fato de que as proteções sociais foram construídas no âmbito nacional temos estados sociais estados nacionais sociais na europa
e parece que essa proteção social esses essas benfeitorias sociais devem ser reservadas e assim as pessoas interpretam a maior parte dos casos deve ser reservadas aos cidadãos nacionais mas mais do que isso a acredito que a concorrência geral que afeta o princípio de solidariedade foi algo que teve sua tradução uma série de políticas e medidas e parece ser o próprio sentido da vida coletiva isso foi mostrado por correntes filosóficas políticas que mostraram que a solidariedade no século 20 era algo normal pagamos impostos e contribuições para criar um fundo comum a ser compartilhado por todos em
caso de necessidade mas quando o neoliberalismo em sua fala o novo espírito o espírito da concorrência é esse ideal diz solidariedade esse princípio esses princípios de solidariedade entre s de tal modo que muitas pessoas nas classes médias ou classes médias superiores temem pelo seu bem estar e percebem a pobreza os pobres como uma ameaça para sua posição social tudo isso levou ao aumento do ódio do ódio social pelo estrangeiro pelos pobres e essas paixões mobilizadoras como diz o historiador do fascismo paxton essas tudo isso foi captado pelas forças de extrema direita como eu suponho justamente
estamos lidando com um novo neoliberalismo na minha explicação de acordo com explicação seria uma versão original da racionalidade neoliberal que teria adotado para digna da guerra o paradigma da guerra contra os estrangeiros mas também encontra uma parte da população nacional baseando-se justamente no ódio em na raiva produzidos pelo próprio neoliberalismo em outras palavras estaríamos diante de uma variante de um poder que como um gol com a retórica do protecionismo do soberanista adotando um estilo populista para fortalecer ou até mesmo radicalizar o domínio a dominação do capital sobre a sociedade vamos dar o exemplo do trump
que me parece muito eloqüente foi alguém que foi eleito que conseguiu ser eleito para conduzir uma política favorável aos mais ricos que imediatamente tomou medidas para desregulamentar o sistema financeiro e conduzir uma política fiscal em favor dos mais ricos para kingston um grande historiador americano a quem eu me referi num artigo publicado no jornal francês designou o governo de franco como sendo ditadura uma ditadura plutocrática ou seja ditatura do dinheiro produtos em grego foi o deus do dinheiro para os gregos então uma ditadura plutocrática ele se fez eleger não somente mas em grande parte conseguindo
captar as vozes das classes populares que justamente se sentiram abandonados pelas políticas democráticas ou os políticos democratas que foram políticas cada vez mais neoliberais e que pareciam pelos abandonado acho que o governo de campo a política do xampu é bem exemplar desse novo neoliberalismo mas essa transformação será que é totalmente nova na verdade acho que ela acentua sobretudo um dos aspectos clássicos do neoliberalismo e radicaliza o seu caráter aquele caráter que eu chamo de profundamente estratégico devemos lembrar que o neoliberalismo não é um conservadorismo imobilismo e é um modo de governo que visa a mudar
a sociedade os homens é uma política o modo de governo que deseja impor uma lógica a populações indivíduos que não pediram que não quiseram isso então há um lado de força imposta uma estratégia de guerra contra sua própria população esse poder aliás se observarmos bem vai usar todos os meios disponíveis para isso na frança um dos meios mais clássicos para impor medidas neoliberais é um discurso de chantagem segundo o qual se as reformas não são feitas não forem feitas os outros farão isso nós vamos perder vocês perderam e tetra e desta forma na frança em
outros países também estão conduzindo uma política de privatização das ferrovias e nos dizem que sem essa política de privatização das ferrovias nossas ferrovias não serão destruídas serão vencidas para a concorrência de 70 da mesma maneira sem políticas de reforma das aposentadorias enfim não conseguiremos e terá um dos caminhos mais clássicos é mudar a lei criando uma política para modificar o marco constitucional ou legal e que se exerce atividade econômica e social o neoliberalismo não precisa mais tanto pela força que foi exercida no passado o que vimos foram ferrolhos implantados nos sistemas políticos no brasil vocês
devem ter bons exemplos com os jogos parlamentares e jogos judiciais que permitiram modificar consideravelmente as políticas conduzidas desde e 2016 ou até mesmo antes às vezes há variantes nacionais e que tem uma característica geral é dentro do marco formal do sistema político representativo que se implantam progressivamente dispositivos anti democráticos e que tem uma eficácia temível ou seja sem modificar aparentemente a democracia liberal o que funciona hoje são dispositivos anti democráticos acho que estamos cada vez mais lidando com governos que eu chamaria de guerra civil em primeiro lugar a linguagem em vigor utilizada pelos governos é
uma linguagem de guerra econômica como eu disse antes das reformas do direito trabalhista de proteção social etc sempre visam a acreditar a fazer com que se acredite que há uma urgência e uma mobilização que não pode ser evitada porque estamos cercados por inimigos os inimigos são os concorrentes e como estamos em terra guerra econômica os grandes princípios da democracia liberal a divisão dos poderes por exemplo os direitos humanos soberania do povo etc tem apenas um valor relativo ou seja a democracia liberal e social deixa de ter na verdade uma o mtur inutilidade para o sistema
econômico e pode então assim prescindir dela ou contorná lá na frança querem fazer um uma reforma constitucional que vai fragilizar o parlamento é típico de políticas que fortalecem o executivo em detrimento daqueles daquilo que dentro das democracias representativas é o cerne do sistema tema a pluralidade oposição de interesses e de elaboração o convite é claro mas no marco institucional uma elaboração de uma posição majoritária é uma matriz estratégica aplicada no campo econômico e social é um modelo que está se tornando cada vez mais híbrido com o o o securitário smo de estado desde 11 de
setembro de 2001 vimos o desenvolvimento de várias medidas e dispositivos que foram violando progressivamente as regras das liberdades nas democracias liberais introduziram-se na lei a vigilância maciça da população e até mesmo o uso de tortura esse modelo de governo acaba constituindo um modo de governo contra os cidadãos pela desconfiança generalizada duplos do poder em relação às liberdades que são consideradas como maneira se zonas ou atividades em que podem surgir atividades perigosas para o poder eu estamos diante de algo e aqui se tom especial um cientista político de robert estamos lidando com uma contra revolução sem
revolução que visa controlar e reprimir uma parte da população considerada perigosa provavelmente o alvo principal seja o estado islâmico o de ativismo é com essa questão da guerra terrorista que se surgem outras correntes de protestos a ecológicos de estudantes movimentos do de subúrbios e são atacados e imigrantes ilegais que são cada vez mais atacados da forma mais indigna possível a uma guerra contra um inimigo interno hoje que vem completar a guerra econômica contra o inimigo externo temos então uma mistura entre uma estratégia neoliberal clássica de guerra econômica e concorrência de todos contra todos e o
paradigma militar da guerra contra isso regional a partir de uma mesma matriz que é a da guerra civil isso me parece ser o principal fator de aceleração de saída da democracia isto não quer dizer que esse movimento seja inevitável acho que estamos vivendo uma situação muito perigosa porque em várias regiões do mundo a direção é a mesma a direção que se está tomando ou seja é a mesma rumo à poderes políticos autoritários há portanto efeitos de contaminação e de facilitação do uso da força de toda a tomada de poder por indivíduos ou grupos que são
adversários dos princípios democráticos elementares a eleição de campo deu eu diria uma autorização a implantação de medidas autoritárias de governos ditatoriais é nesse sentido que esse novo neoliberalismo pode adquirir um caráter mundial pelo caráter sistêmico hoje das políticas implementadas essa tendência foi facilitada ou pelo menos permitida historicamente pelo fracasso provisório desenvolvimentos que eu em sentido contrário ou seja os movimentos que contestavam o neoliberalismo do ponto de vista da democracia o que eu quero dizer nos anos 90 1990 vimos o surgimento de movimentos emancipadores anti globalização ou alter globalização vemos também o surgimento de movimentos feministas
de campinense só jovens que desejaram uma democracia mais autêntica movimentos estudantis claro não posso esquecer que desejaram a criação de uma sociedade realmente democrático e uma sociedade que estava insatisfeita com o funcionamento da sociedade que só foi tomada por movimentos oligárquicos ligados à as classes dominantes na economia então se viu o surgimento de movimentos ao ter globalização 90 de classe logo depois da crise de 2008 de 2010 a 2016 tivemos um fenômeno mundial extraordinário em um número muito grande de países jovens e também cidadãos se mobilizaram para reivindicar uma democracia mais radical mais autêntica mais
aprofundada [Música] os jovens de matrí ocuparam a porta dele só lhe dizendo que queriam uma democracia real é bastante significativo sentido desse movimento somente a partir de 2015 dois em 2015 2016 esse movimento acabou se esgotando não encontrou expressão política como não encontrou expressão política se dizem caminho então penso sobretudo no movimento de se realizar na grécia que foi subjugado pela união européia a adotar medidas muito severas de austeridade à austeridade o governo traiu de certa forma as aspirações do movimento social eu sei que em 2013 o brasil também teve um tipo de movimento assim
participando de um ciclo mundial de lutas não podemos esquecer que hoje os movimentos mundiais mas esses movimentos não tiveram a desembocadura política e o que vimos surgir foi uma reação autoritária que explora e utiliza como eu disse a raiva social isso nos leva a raciocinar em termos de ciclos o circo o ciclo autoritário que estamos vendo hoje que é muito perigoso e ameaçador mas talvez em dado momento possamos imaginar que dentro de alguns meses algum tempo podemos assistir a uma contestação o neoliberalismo do ponto de vista da democracia e aí percebemos que lidamos com que
eu chamo de uma grande reformulação a crise atual dos sistemas políticos liberais representativos pode levar tanto a uma aceleração dada a saída da democracia eu que um autor americano o ente brown chama de uma diz democratização ou seja uma aceleração da democratização que pode chegar talvez até uma pós democracia como dizem alguns sobretudo colega colin ebelthite que fala em pós democracia ou então talvez caminhámos para outro sentido para forças de outro sentido o movimento para uma democratização da democracia eu chamaria assim do modo como apareceu no final dos anos 90 e no início dos anos
2000 no tempo que resta quero enfatizar os desafios que me parecem ser importantes diante desses nesses para esses movimentos emancipatórios e antineoliberais para responder ao neoliberalismo hiper autoritário de hoje esses movimentos emancipatórios precisam responder a determinadas perguntas que lhe são dirigidas eu vejo dez desafios que se colocam hoje os movimentos de emancipação o primeiro deles é que estamos lidando com um sistema de poder mundial produzindo efeitos maciços e generalizados a questão é saber se os movimentos alternativos ou de emancipação hoje tem uma análise suficiente sobre o que seja o neoliberalismo para mim essa questão é
muito importante porque perdoar e eu no nosso nos nossos trabalhos tentamos traçar certas análise que nem sempre são compartilhadas por esses movimentos e primeiramente então fazer uma análise correta exata do neoliberalismo segundo desafio é o projeto histórico da emancipação é uma situação pela realização da igualdade esse projeto parecia ser conduzido por um movimento inevitável da história desde o século 19 se pensa que a emancipação é é o caminho é para onde estamos nos dirigindo porque o progresso seria imanente o processo histórico essa concepção da história é hoje profundamente questionada posta em xeque porque ela fica
paz trophies que se percebe no horizonte não se pode mais acreditar que a história nos conduza à necessariamente uma sociedade melhor nós podemos perceber isso no sucesso das distopias no cinema na literatura a questão é saber se podemos fugir deste catastrofismo e reinventar um novo progressismo uma nova filosofia do progresso uma nova concepção da história como o progresso que não seja mais um progresso imanente ao processo o terceiro desafio está muito ligado a esse segundo o fato de que a emancipação foi se tornou de certa forma um pouco o monopólio de uma doutrina marxista socialista
com a pretensão de ser científica repousando na ideia de que havia leis naturais desenvolvimento histórico a partir deste postulado havia a necessidade de um partido político de vanguarda de tendo conhecimento das leis históricas se os movimentos de uma expressão precisa de uma organização política a questão que se apresenta eles é o qual pode ser o papel desse desses partidos políticos sabendo se que eles não podem mais se apoiar na fé numa necessidade histórica o quarto desafio é o fato de que a emancipação esteve ligada a uma crença que eu chamo de concepção desenvolvimentista do curso
da história segundo a qual o progresso material a exploração do planeta pelos homens levaria necessariamente a libertação da humanidade esse é um fator importante sobre o qual eu trabalhei muito e é fonte a meu ver do socialismo e do marxismo essa fonte está presente numa corrente que chamamos de ssão simone ana são simon foi o autor importante do início do século 19 que deu origem uma corrente de pensamento que defendia explicar vá a ideia de que no século 19 era uma época em que se tornava possível a exploração limitada dos recursos do planeta inteiro só
que o movimento emancipador os movimentos emancipadores influenciado por esse socialismo compartilharam da mesma tecnologia do capitalismo ou seja a mesma relação dos homens com a natureza e como hoje se separar dessa relação com a natureza dessa relação de exploração da natureza dessa ontologia que os movimentos de emancipação à esquerda compartilhou com capitalismo e uma pergunta que me foi dirigido antes muito pertinente foi como aprender com as outras culturas e outras tradições como integrar as outras antologias na concepção da emancipação desse ponto de vista no meu entendimento e de acordo com a pergunta que foi levantada
devemos nos perguntar o que a américa latina pode trazer para redefinição da emancipação dos movimentos de emancipação um quinto desafio um dos impasses que peça sobre esses movimentos é é contradição entre a finalidade de emancipação e os meios utilizados para isso é preciso interrogar hoje não apenas o papel dos partidos de um partido que muitas vezes é autoritário e às vezes eu ligar que com muitas vezes corrupto e também o papel do estado na emancipação devemos esperar do estado medidas e dispositivos libertários não haveria aí uma armadilha em confiar nos partidos e no estado e
o sexto desafio à esquerda do século 21 se estatizou o profundamente ea pergunta é o que foi feito que das dimensões libertária da emancipação a estatização bloqueou de certa forma ou recalcou aquilo que havia como dimensão de auto-governo e autonomia da sociedade houve certamente o primeiro socialismo um socialismo da de associação voluntária também movimentos de conselhos operários também na década de 70 o movimento de auto gestão mas me parece que se confio muito no estado com a idéia da construção do estado social não seria um meio para da sociedade se desapossar dos seus próprios meios
políticos da sua capacidade de autodeterminação um sétimo desafio é o fato de que os movimentos emancipatório se nacionalizaram muitas vezes o objetivo do combate social e político muitas vezes era tomada do poder no âmbito nacional e como fica hoje a dimensão internacionalista como se exerce o internacionalismo hoje como se age no marco internacional estamos lidando com um sistema de poder mundializado mas os movimentos de emancipação são movimentos nacionais não há mais o internacional quase tudo desapareceu escala internacional houve a altercom localização que é muito importante foi importante mas se mas enfraqueceu então como exercer esse
internacionalismo oitavo desafio no plano político no plano econômico se pensou durante muito tempo que a solução para ultrapassar o capitalismo seria a nacionalização do aparelho produtivo em parte ou totalmente conforme cada corrente política então essa apropriação estatal dos meios de produção teve seus limites como vimos na história hoje acho que o principal desafio um dos principais desafios é pensar na superação do capitalismo sem estatização ou seja como pensar a instituição de formas democráticas de atividade democrática de evitar de atividade econômica numa época em que a atomização pelas grandes empresas será que hoje podemos imaginar o
desenvolvimento de cooperativas de forma de autogestão em que medida a instituição do que eu chamo de comuns pode permitir a superação do capitalismo mundial e o 9º desafio a reinvenção da emancipação que se dará com experimentos em práticas de lutas interativas penso que precisamos de uma política por baixo ou seja precisamos da emergência de formas e inventivas de formas que tenham por iniciativa forma sociais econômicas e políticas partindo da iniciativa dos cidadãos no entanto há um problema político que já se apresenta como construir kohl coligações democráticas com todas essas forças esparsas e com todos esses
movimentos diferentes movimentos camponeses mulheres jovens como constituir um bloco democrático diante contra o bloco oligárquico que está no poder por toda parte e o décimo desafio há séculos tem havido uma experiência uma esperança de emancipação uma grande esperança baseada em determinado imaginário de igualdade e solidariedade eu falei antes sobre a solidariedade isso mobilizado aparições em relação a um certo senso da felicidade ea questão hoje lançada os diferentes movimentos de emancipação é como fazer com que a esperança ressurgiu diante de um mundo tão sombrio diante de horizonte estão negros diante da destruição dos seres vivos das
espécies das distribuidoras a destruição possível da humanidade hoje será que podemos ter esperança tendo apenas em vista esses horizontes sombrios parece me que os movimentos de emancipação talvez tenham sido muito tristes em suas constatações e também muito austero e suas práticas militantes a questão é como fazer e refazer a imaginação política e relançar uma criação de utopia e também encontrar formas mais atrativas de funcionamento das organizações e eu me pergunto quanto à dimensão estética a dimensão sensível espiritual dos movimentos de emancipação e para concluir e depois de ter listado esses desafios eu gostaria de destacar
alguns pontos o sistema neoliberal é mais rígido está mais radical do que nunca e ao mesmo tempo é frágil alguns defendem até mesmo que ele está se tornando mais violento porque está cada vez está mais frágil do que nunca a questão da emancipação de fato está posta e e se põe de uma forma nova depois de um fracasso e de um socialismo repor mês mas os movimentos de emancipação mudam de sentido de conceito com o a mudança de concepção da história porque com uma história não contém mais um progresso imanente não podemos mais pensar numa
concepção da história como foi criada nos séculos 18 e 19 precisamos então associar a imaginação política e experiências utópicas novas mas estamos assistindo efetivamente a emergência de uma imaginação política ligada a experimentos e pierre gato e eu tentamos teorizar em função dos princípios do comum e ver a moça uma mudança de atitude dos indivíduos não basta apenas criticar o que está acontecendo é preciso rir fazer uma sociedade com novas bases criando desde já novas instituições que permitam prefigurar uma sociedade futura eu penso que essa extensão do campo do experimento que chamamos de instituição dos comuns
é o que nos faz mudar de paradigma emancipador passamos de um paradigma que repousava na necessidade histórica naquilo que martin buber um filósofo alemão chamou de necessitar smouha um possibilitar smo ou passamos a necessidade ea possibilidade há a possibilidade de implantar desde já modos de ser e fazer diferentes mudamos portanto devemos mudar portanto de estratégia porque não podemos apostar tudo na tomada do poder por um partido que mudaria completamente a sociedade ávida acho que isso acabou esse esquema serviu para o século 20 hoje se esgotou precisamos inventar e os movimentos de emancipação precisam inventar uma
nova relação uma nova articulação entre um projeto emancipador e experimentos atuais sem desprezar o fato de que o confronto político principalmente com o aparelho de estado é sempre uma possibilidade e provavelmente algo inevitável no momento de passar à outra sociedade é por esta razão que nós falamos em nós somos os únicos mas em eu tô pias reais a uma obra bastante significativa de um sociólogo americano é r cole whitt que escreveu um livro intitulado utopia real ante esse autor vem da corrente marxista e hoje é este autor que nos dias em que não devemos mais
esperar da construção de um partido o fim da história ou a solução mas exatamente para ele o que é essencial hoje é relacionar o que ele chama de sonhos e práticas para que as práticas possam personificar os sonhos isso a aplicá los hoje acho que é preciso pensar isso do lado dos movimentos de emancipação e estamos lidando com algo bastante diferente a tarefa principal a tarefa principal dos movimentos de emancipação é criar essas instituições decisões assim hoje instituições de comuns que associariam democracia aprofundada radical e direta e questionamento da predominância da propriedade privada precisamos dessas
novas instituições dessas cooperativas por exemplo outras formas de auto gestão que possam ser imaginadas precisamos de tudo isso instituições públicas e privadas precisamos corroer o sistema neoliberal enfraquecê lo e prefigurar uma sociedade futura para que as pessoas possam ter esperança em outra coisa mas para ter esperança às pessoas precisam viver já desde hoje algo novo passar para outras coisas em espaços novas e isso é da responsabilidade dos movimentos de emancipação ou seja buscar o desejo por esta ou outra forma de sociedade muito obrigado [Música] muitíssimo obrigado professor laval por mais uma brilhante conferência terceira desta
noite para cuidar continuidade dos nossos trabalhos vou pedir que quem quiser fazer alguma pergunta alguma intervenção se identifique e vamos fazer blocos de perguntas que nós temos aqui é pensou se tiver algum dos meus colegas que possa passar o microfone por favor então vamos é a primeira pergunta segunda pergunta aqui e vamos ver se tem mais uma terceira pergunta enquanto vão passando um microfone então ou se a pessoa quiser pode vir aqui talvez seja melhor eu nesta última entrevista à china novo nova potência mundial contradições e lógicas que vem transformando o país atrás está a
as temáticas que o professor laval está fazendo conosco então já passou a oferecer a revista e em sinal de agradecimento também mas algumas outras publicações a finalização financeirização crise sistêmica políticas públicas então mais uma pequena contribuição e já vamos então a nossa primeira pergunta boa noite tudo bem eu gostei muito contemplou muito tirou muitas dúvidas só que eu fico me perguntando sobre o papel dos movimentos emancipatórios é como pensar novas realidades novas possibilidades mas me pergunto também que nesse meio nesse mesmo caminho que a cidade pode percorrer de emancipação eu pergunto qual é o papel
do do mercado na direita e concorrência que inflama até informada através do consumismo é enquanto tiver um consumismo assinar de forma sadia hiperconsumismo como é que é vai combater o sistema de concorrência pra enfraquecer o o neoliberalismo é isso é pergunta que eu faço é eu faço sophia solicitamos por favor que as perguntas sejam feitas de forma clara porque a tradutora está vendo vocês de costas então boa noite também agradecer por esse rico espaço me parece é que em todo o debate construído em torno do neoliberalismo e das mudanças que vêm ocorrendo nesse último período
o estado teve um papel central nélson estados nacionais e implementar eu para sinalizar essa nova forma de governamental habilidade é e aí eu me pergunto é possível disputar poder rumo ao processo emancipatório sem disputar o estado né ele não teria ainda um papel é central rumo a esse processo né emancipatório é compreendendo e lidam com algo isolado mas também articulado com esse conjunto de movimentos sociais e forças políticas é outra pergunta relacionada ao papel dos partidos né será que não seria um debate de repensar o papel que os partidos cumprir é compreendendo como pólo aglutinador
desse diferentes movimentos sociais já que coloca essa necessidade é de uma certa articulação das diferentes formas de manifestação ao invés da gente é negá este papel será que não deveria se repensar por completo o papel de uma organização política né capazes de pensar estrategicamente é a disputa desse de se poder uma emancipação social política enfim obrigada mais uma adriele adriele mas alguma pergunta colocação então vamos passando a palavra o professor will i am ele questionou outro robô minha primeira pergunta [Música] trata se do papel do mercado e da concorrência com certeza a imposição a implantação
de uma sociedade que repousa numa lógica de concorrência que trata os indivíduos como consumidores em mesmo consumidores de escolas saúde etc para isso modifica as subjetividades aliás esse é o objetivo da operação há uma palavra que citamos no nosso livre que é uma uma uma palavra da marca tattoo que dizia que o importante era mudar a alma eo coração dos indivíduos e que isso tinha de ser feito perante a economia é uma palavra muito dura e violenta mudar a alma eo coração dos indivíduos mediante economia mas ao mesmo tempo é uma frase que deve ser
pensada essencialmente porque isso nos faz pensar na questão do neoliberalismo que visa a mudar a sociedade os indivíduos a questão é terrível ou seja como com esses processos de subjetivação como diria focou como é que podemos ainda pensar numa emancipação no mar líbero é só uma libertação podemos acreditar nisso pelo fato de que em dado momento na história ao que focou chama de crise generalizada de governamentalidade como diz o próprio focou são insurreições gerais contra o modo pelo qual os indivíduos são governados vimos recentemente com os grandes movimentos que se realizaram nas praças o eco
de movimentos que surgiram nos anos 70 depois da insurreição de 1968 na frança milhares de jovens ou de pessoas a questionar o seu modo de viver em que eram obrigados a ser o que não queria mais ser ou seja acho que isso é base do movimento de emancipação de oposição à emancipação precisa ser interrogado enquanto o vocábulo se entendemos que a emancipação é fim de todo o governo estamos enganados acho que sempre há a possibilidade de revolta de insubordinação de insubmissão sempre há uma possibilidade de levante de insurreição por que em dado momento as situações
as pessoas são submetidas pode rapidamente se tornar insuportável como os consumidores vão conseguir suportar ser tratados com alimentação hã hã hãe envenenada por uma agricultura produtiva vista bom com novas doenças graves como as pessoas poderão continuar vivendo nos engarrafamentos eu tive uma experiência pessoal em são paulo e lá isso tem uma dimensão apocalíptica como é que as pessoas conseguem continuar vivendo nessa situação insuportável sempre podemos apostar que em dado momento se cristalizam as raivas as insatisfações e e que talvez tudo isso possa levar não há não mais a nossa submissão maior e sim mais liberdade
é uma questão também política a segunda questão quanto ao estado a partir do momento em que não se define mais o neoliberalismo simplesmente como expansão do mercado e redução do estado e quando entendemos que o neoliberalismo é uma política de estado muito determinada então não podemos mais simplesmente eu for mercado estado essa é a base não podemos mais simplesmente esperar que o estado e empurre o mercado porque o próprio estado é um agente do mercado o estado neoliberal é agente do mercado o ator ativo é um pouco tonto lógico dizer isso mas o estado é
uma extensão do mercado eu diria até mesmo com uma instalação do mercado dentro do próprio estado a resposta não pode ser simplesmente a um apelo à maior presença do estado vemos que isso pode ser perigoso hoje precisamos pensar não mais não como se fazia nos movimentos anarquistas ou marxistas não não uma abolição do estado como a tese dos anarquistas também não uma um enfraquecimento do estado o total são teses problemáticas hoje mas a democratização do estado e uma de se estatiza são das políticas públicas que eu quero dizer com isso nas políticas públicas se integrarmos
cada vez mais a opinião a voz a decisão dos cidadãos de forma muito concreta podemos esperar uma redução da burocracia da intensidade da burocracia exercida sobre a vida social podemos imaginar que os movimentos sociais e os movimentos de emancipação a que nos referimos podem levar a intervenções mais ativas na orientação e no funcionamento das instituições públicas é o que tem evidenciado municípios espanhóis como caso de barcelona é particular o é o que o grupo que governa mas ela chama de política dos dos comuns tivemos muitos contatos com vários atores desses movimentos sociais espanhóis catalões o
que ele chama de política do comum é uma política de intervenção dos cidadãos na escolha das políticas públicas em escala municipal é claro que o perímetro é bastante limitado é um município mas é uma maneira na verdade de democratizar as instituições públicas podemos imaginar que isso possa ter aplicações por que não em serviços públicos no setor de transportes públicos universidades saúde e que os cidadãos podem intervir de forma mais direta acho que essa estratégia adotar os partidos que chegam o poder tem de estar diretamente ligados aos movimentos sociais implantando dispositivos de assembléia em que os
cidadãos por exemplo por bairros podem intervir e talvez de forma um tanto mítica o orçamento participativo de porto alegre teve um papel nessa nova estratégia não é só o orçamento o participativo de porto alegre como um sucesso total e completo mas ele constituiu em escala mundial o modelo importante porque esse sucesso porque ele deu a possibilidade de uma participação muito mais direta do cidadão foi apenas uma tentativa ensaia um primeiro passo mas foi de fato uma verdadeira e estratégia política e de qualquer maneira o que eu quero dizer é que o que está se tornando
insustentável e insuportável é que um partido dito revolucionário funcione ao contrário do da finalidade objetivo proclamado foi isso que tivemos no século 21 uma situação muito estranha paradoxal em que partidos disciplinados que solicitavam uma obediência total dos seus membros visando uma libertação da humanidade e isso levou ao pior dos sistemas acho que isso precisa ser posto em xeque só quero fazer um anúncio porque a susanna não mencionou um tuco que é o da dor nós escrevemos outro livro ele eu para celebrar a revolução de outubro e publicamos em outubro de 2000 e 17 uma obra
sobre a revolução russa o bolchevismo e as lições a serem tiradas disso e mostramos também que a revolução russa não foi o único modelo houve a revolução mexicana e espanhola que poderiam ter desenhado outro modelo de revolução e nesse livro mostramos a relação entre os meios e os fins e por que estou falando desse livro ele será traduzido e publicado no próximo mês na e pela editora perspectiva em português com um ano dia prazo eu confesso que só agora então um outubro de 2018 que o livro será publicado eu agradeço se houver outras perguntas tons
ou dispostas a eu sei que tinha pessoas que nas outras palestras nas anteriores conferências ficaram com vontade de fazer alguma pergunta então caso alguém tiver alguma pergunta que não conseguiu fazer no anterior pode continuar por favor o microfone para o professor kastor depois tem uma segunda pergunta e se tiver uma terceira boa noite meu nome castores o professor aqui na unisinos por sua filosofia agradeço muito a as três palestras que hoje não se ofereceu e a minha questão é a respeito da questão da guerra civil o neoliberalismo tem como foco a gestão das condutas administração
das liberdades e num limite produzir a própria liberdade do sujeito como uma forma útil de gerenciar as instituições o neoliberalismo fugiu dos desportivos da soberania que são dispositivos de força porque a força sempre gerar resistências que 'no limite' também viabiliza uma boa gestão porque os indivíduos registem mais facilmente foram menos mais rapidamente você trouxe a questão de que natal faz no neoliberalismo a guerra civil está sendo utilizada como um dispositivo de governamentalidade de de governo na verdade a guerra civil é um desportivo da soberania desportiva da força a minha questão é se é na sua
visão é no caso a os dispositivos de força e da soberania em concreto a guerra civil o estado de exceção o corpo do estado eles são elementos não podem ser considerados dispositivos bill políticos também a gente pensaria que são é elementos é é conjunturais pontuais neste momento histórico como ocorreu com os fascismos na década de 30 e neste ponto também uma segunda questão é qual é a sua opinião a sua sua relação com os estudos de lá trato a questão sobre a questão da guerra civil e mais especificamente construídos de geórgia gamer a respeito tanto
da extensão quanto das teses a guerra civil como o dispositivo biopolítico das sociedades contemporâneas que inverteram a relação à ordem mundial é uma ordem que está sendo policiado com dispositivos de policiamento enquanto a cidadania está sendo aplicada o dispositivo da do inimigo agradeço à seguinte pergunta boa noite professor lá pau muito obrigada pela sua explanação nos três turnos foi excelente eu me chamo renata durante o doutorado em educação aqui da unisinos eu queria ter feito essa pergunta se eu não consegui então vou aproveitar o momento eu gostaria se possível eu te senhor explorar 5 como
é que é a questão da diferença é concebida nesse novo contexto neoliberal que o senhor tem inscrito porque me parece que o neoliberalismo ele sempre conviveu muito bem com a diferença ser diferente durante muito tempo foi um capital humano importante valorizado é importante trazer a diferença dentro da lógica da empresa por exemplo porém essa mutação do neoliberalismo esse discurso autoritário tem sido muito forte contra a diferença é esse discurso contra a diferença parece se fortalecer então se o poder como é que a gente pode pensar a questão da diferença nesse novo contexto do neoliberalismo então
vamos responder o professor é então toma da lena boa noite professora obrigado pela palestra meu nome é antônio madalena tomando a lenda conhecido aqui tom eu sou professor de filosofia no instituto federal sul-rio-grandense os institutos federais foram criados na gestão do governo democrático do presidente lula e hoje nós temos mais de 600 campos espalhados pelo país com um pouco mais de dez anos é importante a show está cá isso o senhor na medida em que são são uma realidade e concomitante das universidades como essa que nós nos encontramos agora vou procurar ser sintético na minha
pergunta é por quê participei das duas esta ea anterior eu não participei da primeira é o senhor nos valorizar o conceito de comum na segunda palestra e eu achei bem interessante a pergunta de um colega sobre a questão das nossas tradições aqui no nosso país as tradições dos povos tradicionais e dos povos afro brasileiros que têm uma longa tradição é justamente eu acho seja prática formas de vida baseadas no como a eu como professor de filosofia ministro para os meus alunos do 2º ano no segundo semestre sabedorias tradicionais exatamente nesse período agora de agosto até
outubro eu trabalho com as sabedorias indigência ea grande dificuldade que o noto é de descongestionar eles há um modo de ler textos para ler textos das tradições indígenas é o ministro textos por exemplo do kaká werá jecupé que é um dos grandes patrões 10 xamãs vivos de origem guarani e ele tem que fazer todo um trabalho de descongestionamento bom isso dito eu vejo que o grande problema é justamente em que nós temos a efetivação aí de um longo período de 30 anos ou mais efetivação daquele ideário da frase citada pelo senhor dar margaret thatcher ou
seja por outro lado né essa idéia do comum ela se encontra ancorada em todas as sabedorias tradicionais ao longo do mundo no que restou delas que nós temos hoje ainda no nosso planeta que historicamente registrado supreendentemente isso está lá em aristóteles então a minha pergunta é como nós fazermos a religação disso que fundamento do nosso existir como marcado em aristóteles e presente em todas as tradições sapienciais dos nossos povos tradicionais e destaco particularmente do país e que estamos neto o nosso brasil e por outro lado essa é a extrema expropriação né e erradicação a tal
ponto que hoje para finalizar né nós temos assim eu acho que o problema cristalizado justamente na educação onde nós temos essa doença social hoje que é a de que nós temos um aumento significativo de adolescentes cometendo suicídio porque eles não encontram né parâmetros para sem corar e naufragam eu costumo usar diante só para terminar quando citam como referência porque no nosso país aqui o modelo coreano e digo bom ok é justamente o modelo de ensino sistema de 107 ensino onde nós temos a maior taxa de suicídios entre jovens e adolescentes eu acho que isso é
o emblema talvez mais significativo desse mundo que ficou muito obrigado legal programa da eliana passamos a palavra ao professor lavar e dessa maneira então após as perguntas encerramos as questões do dia o islã quanto à questão da guerra civil e do líbero neoliberalismo se seguir moça o pé da letra as análises de futebol podemos ter a impressão de que estamos lidando com uma separação entre o modelo neoliberal baseado num governo pela liberdade do sujeito e do outro lado há um modelo da soberania uma garota guerra da força na realidade as coisas são mais complicadas do
que isso mesmo ficou em primeiro lugar eu insistir num ponto que focou não aprofundou não analisou que é a dimensão profundamente democrática do neoliberalismo e isso a função estratégica para a implantação dos dispositivos liberais é preciso mobilizar meios de força esses meios não são necessariamente extra legais são meios de força que passam pela lei mudar a lei mudar a constituição são meios utilizados pelo neoliberalismo para criar a ordem na concorrência temos bem isso na europa em que se construiu um marco constitucional europeu opondo se aos países em tom dos seus países para que eles implementarem
políticas a partir de determinados critérios quantitativos principalmente mas também para implementar e generalizar a concorrência entre legislações serviços públicos etc então eu não acho que possamos felizmente o por um modelo de liberdade pelo mercado eo modelo da soberania talvez seja um limite nas análises de futebol pelo menos um limite das interpretações feitas sobre focou porque eu penso que o neoliberalismo mobiliza os meios para se manter para se implementar por certo o funcionamento da governação target confere na mentalidade pode dispensar o comando do soberano mas para implantar essa ordem da concorrência é preciso meios de subterrânea
mas uma soberania que tem tendências autoritárias e absolutistas que vai contornar as formas da democracia liberal e isso também não passa com por aquilo que no pensamento crítico mas corrente passa diríamos que passa por um estado permanente acho que o jogo o as regras do jogo funcionou bem porque a estratégia é não sair da ilegalidade é transformar a lei transformar as instituições até mesmo estado de direito fazendo dele o estado de direito privado ou seja incorporando no próprio estado o princípio dominante da propriedade privada de respeito à propriedade privada parece que temos de pensar numa
articulação que não é possível se continuarmos pensando em termos de sequência cronológica separada com a era da soberania depois a era da disciplina depois a el pibe político depois da era neoliberal de certa é essa interpretação de escopo me por falar disso essa interpretação é seqüencial e foi feita não por futebol mas por comentadores dele e principalmente por gilles deleuze que teve uma tendência a tornar muito cronológica das suas análises e acho que as coisas são mais complexas sempre precisamos pensar em termos de triângulo foi o que ofuscou em dado momento defendeu então a 1
triângulos de disciplina soberania governo e é preciso pensar assim então é preciso fazer um trabalho sobre a própria soberania a na filosofia política é preciso retomar a questão da soberania não para se apropriar dela mas para talvez é desconstruir a ir além dessa questão quanto à questão da diferença eu não tenho tanta certeza de que o neoliberalismo clássico tente negar as diferenças eu me pergunto se não deveríamos pensar atlantis que ele busca explorá las em a fazer com que entra em competição em concorrência fazendo a diferença por exemplo uma marca comercial a fazer dela um
elemento dublin ou marketing cultivando de certa forma diferença para neutralizá la politicamente para neutralizar o conflito possível a meu ver o que é certo é que o modo de governo bastante complexo que não visa necessariamente a negar o fato de que haja negros indígenas até ter mas que gostaria de integrá los nos jogos do mercado na verdade o que o neoliberalismo são políticas determinadas que visam criar situações de mercado integrando o maior número de pessoas possíveis nos jogos do mercado isso supõe a um exercício de uma força política ou transformações da legalidade isso também pode
passar por dispositivos sutis muito sutis por exemplo estou pensando no modo como o ensino está sendo transformado que essa transformação não tem se dado por pelo exercício da força mas por lógicas de avaliação são índices positivos instrumentos de tornar o ensino ou a concorrência uma concorrência entre os docentes como as tradições como é que eu posso dizer como entendo as coisas eu não sei se eu entendi muito bem as suas observações mas me parece que há vários caminhos possíveis há um caminho antropólogo que eu compartilhei com os meus amigos do movimento anti utilitarismo nas ciências
sociais é um sociólogo bastante forte na frança eles têm uma revista a revista de mohs que dá um jogo de palavra porque m a o2 sc é a crônica do marcel moça e e deixar nas costas de mashai moça a oea pode pois se pode ter aí uma lógica do dom e do contrato dom de reciprocidade mas também pode ser uma referência política ou seja as políticas ou a política pública deveria se inspirar em princípios antropológicos talvez essa abordagem fosse muito abstrata ou acadêmica para funcionar bem um outro caminho que me parece mais interessante foi
tomado por uns alguns movimentos a indígenas movimentos a partir se me parece muito interessante quanto à relação com tradição em que não se trata de uma lógica estritamente identitária ou de retorno uma identidade perdida e sim de uma reinvenção da tradição ou seja uma retomada de determinados fundamentos da cultura tradicional certos princípios da cultura tradicional hora atualizá los para o mundo globalizado em que vivemos fazendo assim desses princípios tradicionais ferramentas instrumentos de referência para todos os outros movimentos opostos ao neoliberalismo acho que este é um caminho muito interessante de comunicação de diálogo entre os movimentos
autóctones é a maneira que eu poderia responder mas isso também remete a questões muito antigas e aí vou concluir aqui eu me interessei muito com o que a radar do ano no livro sobre o pensamento de marx o mas o último marx foi um marques que se interessou pela sociedade os tradicionais e que abandonou a concepção linear da história consistindo em pensar que todas as sociedades deviam se modernizar e seguir a via o caminho em inglês o último marx foi aquele que pensou que nas sociedades tradicionais havia coisas a salvar a conservar a reinventar até
para que essas coisas pudessem se articular hoje com determinados elementos modernos ano tek a técnica a ciência moderna acho que em marx em com tramos ou uma ruptura e uma retomada de um projeto do do comunismo dos comuns o que que é isso um comunismo que já desde o século 18 visava defender as práticas costumeiras foi um movimento que existiu na frança no campo e acho que chegamos a um ponto em que devemos abandonar totalmente as lógicas desenvolvimentistas e modernizadoras as lógicas lineares da história e pensar mais em termos de grupo ou seja como recuperar
retomar tradições reinventando as ao mesmo tempo a trabalhos interessantes de historiadores sobre essa questão sobretudo na frança que refletem sobre um novo regime de historicidade é uma expressão que está se consagrando neste meio um regime tão destoante cidade que visa a abandonar justamente esse olhar para o futuro que faz com que o passado desapareça totalmente e então retomando o passado para ver como se projetar cultura é muito obrigado de reflexão de trabalho professor laval nós agradecemos com as nossas palmas [Música]