Queridos irmãos e irmãs, ontem eu comentava sobre o quanto a obediência é fonte de bênçãos e o quanto a desobediência nos torna vulneráveis para maldições, para tudo aquilo que é consequência dos nossos próprios atos, das nossas próprias más escolhas. Hoje eu queria começar com um texto da Primeira Carta aos Coríntios. São Paulo diz: "Primeira Coríntios, Capítulo 15, versículo 56: ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
" Eu queria, sobretudo, me deter na segunda parte desse versículo, quando São Paulo diz: "A força do pecado é a lei. " Por que a força do pecado é a lei? A frase dá a entender que a lei induz ao pecado.
Até mais do que isso, a lei compele ao pecado. Mas não é isso que São Paulo está querendo dizer aqui; é um versículo que demanda uma leitura mais atenta. São Tomás de Aquino, no seu comentário à Primeira aos Coríntios, diz: "A força do pecado é a lei, isto é, o seu motivo favorável; isto é, não que tenha induzido ao pecado, mas na medida em que deu ocasião ao pecado, sem conferir a graça; razão pela qual foi mais inflamado o apetite ardente.
" A lei veio e, com ela, o pecado aumentou; mas o pecado, estimulado por ocasião do mandamento, produziu em mim, de São Paulo, toda espécie de maus desejos. Muito interessante esse comentário de São Tomás, porque ele mostra que a lei nos dá o conhecimento do pecado, mas não nos dá a graça para vencê-lo. E desse modo, a força do pecado é a lei, ou seja, enquanto eu conheço bem, mas não sou capaz de fazê-lo, eu me torno mais facilmente pecador; eu caio com mais facilidade, uma vez que não tenho a graça, a ajuda divina, para não recair no pecado.
Mas essa frase "a força do pecado é a lei" carrega um sentido mais profundo, ou seja, se eu encaro os ditames de Deus, aquilo que Ele me prescreve, como uma lei ingrata, eu estou alimentando em mim um impulso de pecar, porque é natural: o ser humano quer ser livre. Quando alguém te proíbe de alguma coisa, você se sente estimulado a romper aquela proibição. Como nós somos chamados a ser livres, como a liberdade é uma condição da nossa natureza, a restrição sempre é entendida por nós de modo negativo, de modo repressivo.
Portanto, quando eu assimilo a lei divina como algo repressivo, o pecado ganha força em mim. Esta é a grande situação dramática na qual se encontram os cristãos do nosso tempo: as pessoas realmente pensam que o pecado é gostoso, é legal, é melhor; e que não fazer pecado é assim: "Poxa, que pena. Se eu pudesse dar o troco, eu dava; se eu pudesse me vingar, eu me vingava; se eu pudesse cair no adultério, eu cairia; se eu pudesse fazer aquilo que eu quero, aquilo que me dá na telha, eu faria.
" Portanto, pensando desse modo, é claro que o homem vai querer o pecado, porque ele sempre vai entender que o pecado é bom e que a lei divina é uma restrição para mim, ou seja, a lei é um limite para a minha liberdade, quando na verdade não é assim. Pensemos, por exemplo: se não existissem as leis de trânsito, o que aconteceria com o mundo? Se não houvesse mão dupla, se cada um pudesse dirigir como quisesse, se não tivesse semáforo, se não tivesse lei de velocidade, seria um caos.
Aliás, com as leis, já é um caos; sem elas, seria insuportável. Não, não, não seria possível viver no trânsito. O mesmo vale para a nossa vida, só que eu preciso assimilar a lei como algo positivo.
Veja, e aqui que vem um grande problema: porque quando eu não assimilo a vontade divina, a lei de Deus, como algo positivo, mas eu a assimilo como algo ruim, como algo restritivo, como uma limitação, então eu vou ficar sendo tentado a largar a vontade de Deus. Números, Capítulo 22, voltamos à história de Balaão. Tem vários trechos interessantes.
Diz versículo 7: "E os anciãos de Moabe e os de Midiã, com o salário da adivinhação na mão, foram até Balaão e lhe transmitiram as palavras de Balaque. Ele lhes disse: 'Passai a noite aqui, e vos darei a resposta de acordo com o que Yavé me falar. '" E os chefes moabitas ficaram com Balaão.
Mas Deus veio ao encontro de Balaão e perguntou: "Quem são esses homens contigo? " Balaão respondeu a Deus: "Balaque, filho de Zípore, rei de Moabe, mandou-me essa mensagem. " Etc.
Deus disse a Balaão: "Não vás com eles, nem amaldiçoes esse povo, pois é um povo abençoado. " Ou seja, Deus disse: "Não faça, não amaldiçoe. " Depois, lá pelo versículo 18, Balaão respondeu aos servos de Balaque.
Continuaram insistindo, ainda que Balaque me desse o seu palácio cheio de prata e ouro, eu não poderia transgredir a ordem de Yavé, meu Deus, fazendo qualquer coisa a menos ou a mais. "Por favor, agora fica aqui também esta noite, para que eu saiba o que Yavé ainda me dirá. " Veja, mas Deus já não tinha mandado ele proibir?
Ele não amaldiçoar? Deus já tinha dito para ele não amaldiçoar. Mas é o seguinte: quando a pessoa quer fazer a sua vontade, ela quer desobedecer, ela quer se impor, ela está fixada, ela está vidrada, ela está completamente convencida da sua vontade.
O que acontece? "Ah, eu vou orar. " É engraçado, né?
Às vezes Deus dá uma palavra clara, aí a pessoa diz: "Mas será que é mesmo? Vou orar mais um pouco para ver se Deus diz aquilo que eu quero escutar. " Parece católico, né?
Vai confessar, aí o padre dá uma bronca, vai no outro até escutar aquilo que ele quer escutar para fazer o que ele queria fazer. É assim que acontece. Versículo 20: "Durante a noite, Deus veio a Balaão.
" disse já que esses homens vieram para te chamar: "Levanta-te e vai com eles". Entretanto, fará só o que eu disser. Deus já tinha proibido Balaão de ir, por que que agora Deus parece que muda de ideia?
Vamos seguir. Na manhã seguinte, Balaão levantou-se, encilou a mula e partiu com chefes moabitas. A ira de Deus inflamou-se pelo fato de Balaão ter partido e, enquanto ele ia montado na mula, acompanhado de dois criados, o Anjo de Yahvé prostrou-se no caminho como adversário.
A mula viu o Anjo de Yahvé parado no caminho, com a espada desembainhada na mão, desviou-se do caminho e começou a andar pelo campo. Balaão se pôs a bater na mula para reconduzi-la ao caminho. Então, um anjo postou-se numa trilha entre as vinhas, ladeado de ambos os lados por um muro.
A mula viu o Anjo de Yahvé, encostou-se contra o muro de um lado e comprimiu a perna de Balaão, que tornou a bater nela. O Anjo de Yahvé passou novamente à frente e postou-se num lugar bem estreito que não permitia desvio nem pela direita nem pela esquerda. A mula viu o Anjo de Yahvé e deixou-se cair sobre Balaão, que, enfurecido, bateu na mula com a vara.
Então, Yahvé abriu a boca da mula e a mula disse a Balaão: "Que te fiz eu para bateres em mim? " Já pela terceira vez, Balaão respondeu à mula: "É porque você é obstinada. Se tivesse uma espada na mão, agora mesmo te mataria!
" A mula disse a Balaão: "Não sou eu a tua mula que até hoje sempre montaste? Será que costuma agir assim contigo? " Ele não respondeu.
Então, Yahvé abriu os olhos a Balaão e ele viu o Anjo de Yahvé postado no caminho com sua espada desembainhada na mão. Veja, quando o homem está obstinado, Deus diz assim: "Tá bom, faz o que você quer, só que você vai pagar o preço por isso. " É toda vez que o homem escolhe o caminho do mal, da iniquidade, ele está chamando Deus para uma guerra.
Ele vai pelo caminho da desonestidade, vai pelo caminho que não agrada a Deus, ele está chamando Deus para uma guerra. Por quê? A providência divina não ajuda o homem a fazer o mal.
Portanto, quando você faz a sua vontade e as coisas vão andando, você pensa: "Nossa, que maravilha! " Logo ali, o Anjo de Yahvé está te esperando, só que você está tão cego que até uma mula vê o anjo e você não vê. Até uma mula sabe o que é certo e você, que é mais burro que uma mula, não consegue enxergar porque está cego pela tua vontade própria.
Quando o homem se obstina, Deus recua e então o homem tem que arcar com as consequências dos seus atos. É sempre desta maneira. Em Números, no capítulo 11, o povo se revolta contra Deus e diz: "Quem nos dará carne a comer?
" Deus mandava pão do céu todo dia. Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça, dos pepinos, dos melões, das cebolas e dos alhos. Agora a nossa garganta se resseca, nossos olhos nada vê senão o maná.
O que acontece? Deus manda carne, o povo não quer carne. Deus manda carne.
Versículo 23: "Yavé respondeu a Moisés: Acaso a mão de Yavé não tem mais força? Agora mesmo verás se minha palavra se cumpre ou não. " O que acontece?
Acontece que caiu uma praga sobre o povo, uma grande praga. O povo não tem mais o que fazer, até que Deus faz cessar a praga no meio do povo. Diz o povo: levantou-se aquele dia a noite inteira e todo dia seguinte, recolhendo codornizes.
Quem menos juntou, recolheu dez montões. Estenderam ao redor do acampamento. Estavam ainda com a carne entre os dentes e não tinham terminado de mastigar quando se inflamou a ira de Yavé e feriu o povo com um grande flagelo.
Aquele lugar passou a se chamar Siot-Rava, porque ali foi sepultado o povo dominado pela gula. Deus havia dito: "Olha, vocês vão comer carne até a carne sair pelo nariz de vocês, até vocês vomitarem carne pelo nariz. " "Não é carne que vocês querem?
Carne vocês terão! " E junto com a carne veio a morte. Às vezes, Deus faz isso na história.
O povo quer carne: "Ah, vocês querem carne mesmo? Querem seguir a carne? Então, aí vai a carne.
" O pecado vem com a carne. O homem se cega e começa a fazer tudo aquilo que desagrada a Deus, depois flagelo. Porque o que o homem quer é o que o homem quer, ou seja, quer fazer a sua vontade.
Tudo bem, você vai ter que pagar o preço disso. É o que aconteceu com o povo de Israel. Nós vemos em 1 Samuel, capítulo 8, que o povo pede a Deus um rei.
O povo pede a Samuel um rei. Diz o texto: Deus não queria dar um rei ao povo. Antes, né?
Versículo 6: "Samuel se desgostou quando lhe disseram: 'Dá-nos um rei para que nos governe'. " E Yaví disse a Samuel: "Ouvi a voz do povo, tudo que eles te dizem, porque não é a ti que eles rejeitaram, a mim para que eu não reine mais sobre eles. Fazem o que sempre fizeram desde que os tirei do Egito até hoje.
Assim como me abandonaram e serviram a outros deuses, assim procedem contigo agora. Atende a sua voz, mas adverte-os seriamente, dando-lhes a conhecer os direitos do rei que reinará sobre eles. " Então Samuel diz: "Olha, vocês vão ter que trabalhar para esse rei aí.
Ele vai tomar vossos filhos como escravos, usará vocês para serem chefes de mil, de cinquenta, etc. Tomará as vossas filhas para cozinheiras, padeiras, tomará os vossos melhores campos, cobrará o dízimo das vossas colheitas, tomará vossos escravos. Naquele dia, reclamarão do rei que vós mesmos escolhestes, mas Yavé não vos ouvirá naquele dia.
" Versículo 19: "O povo, porém. . .
" Recusou-se a ouvir a voz de Samuel. Não disseram haver um rei sobre nós? "Seremos como todas as nações.
Nosso rei nos julgará, marchará à nossa frente e combaterá por nós em todas as guerras. " O que aconteceu? Veio Saul, e Saul foi um flagelo para o povo de Israel.
Ah, nós queremos ser como todas as outras nações, né? Você já deve ter ouvido essa história aí na sua casa. Ah, mas o filho dos outros.
. . Não sei o quê, não sei o quê, não sei o quê.
Ah, mas a mãe de fulano deixa ele fazer isso, isso, isso e aquilo. Ah, mas o pai de fulano faz assim, assim, assim, assim. Aí você diz: "O quê?
Mas você não é o filho de fulano. Eu não sou a fulana. " Você sempre diz isso, só que nós fazemos isso continuamente com Deus.
Nós queremos ser aceitos pelo mundo e buscamos aquilo que o mundo nos oferece. Por isso, ficamos flertando com o pecado. Ai, que droga ser católico!
Poxa vida, eu não posso nem ir naquele lugar que não sei o quê, não sei o quê. Eu queria tanto pular carnaval, e lá, lá, lá. .
. e não posso, não posso! E não posso fazer aquela outra coisa, porque a Igreja proíbe.
Ah, mas eu não posso, eh, eh, no domingo passar o dia no clube, tem que ir à missa. Obrigatoriamente, na sexta-feira, eu não posso comer aquela carne, sendo o boi mugindo no prato, porque a Igreja proíbe. Não sei o quê.
É assim: as pessoas querem o que todo mundo faz, mas elas estão chamando sobre si o quê? As mesmas penas que os outros carregam. "Ah, o fulano vai pro inferno!
Você quer ir também? " Ah, não, eu não quero, não! Eu quero ir pro céu!
Ah, tá. Entendi, então você tá querendo dar um jeitinho. Não tem jeitinho!
O que aconteceu com o filho pródigo? Lucas 15. O filho pródigo pediu: "Pai, dai-me a parte da herança que me cabe.
" O pai brigou com ele? O pai obrigou? Não!
"Você não vai sair de casa! " Não foi lá, dividiu a herança, deu a parte dele e falou: "Pode ir, vai com Deus. " O que aconteceu com ele?
Foi para o fundo da poça, não é nem do poço, comer comida de porco, quando lhe davam por misericórdia. Quantas vezes eu já vi isso, hein? A pessoa quer, quer, quer, quer, quer, aí depois tem aquilo que ela pediu.
Oh, que coisa ruim! Castigo vem a cavalo. A pessoa tem que amargar ter feito aquela escolha.
Era tão mais fácil ter ouvido a voz de Deus, mas não quis fazer a sua própria vontade. Cheio de manha, cheio de pirraça, cheio de vontade ruim, perdeu e não aprende. Muita gente não aprende!
Em Segunda Coríntios, São Paulo diz: "Segunda Coríntios é uma carta espetacular. " Às vezes, a gente não dá muita atenção. A tristeza segundo Deus produz arrependimento que leva à salvação; isso não causa pesar.
Mas a tristeza segundo o mundo causa a morte. O que que é tristeza segundo o mundo? Tristeza segundo o mundo é quando você fica triste porque te ofenderam, porque você passou um mau bocado.
E isso, a tristeza segundo o mundo. O que que é a tristeza segundo Deus? É quando a gente se arrepende.
É quando a gente tem contrição. É quando a gente volta. Muitas vezes, a gente, para se negar a nossa própria vontade, a gente tem que chorar.
Não é fácil! Quantas vezes você, sei lá, era jovem, aí a sua mente proibia de fazer uma coisa e você chorou porque queria aquilo? Hoje, você olha para trás e diz: "Nossa, ela estava me salvando!
" Ainda bem que eu chorei. Era melhor ter chorado mesmo. Graças a Deus por aquelas lágrimas!
Muitas vezes, o cristão vai ter que chorar. Chegou um homem casado, já não é nem mais um menino, não. A coroa, assim que nem a gente, tiozão: "Tô apaixonado por outra mulher.
" Eu disse: "Desapaixona! " Ué! "Ai, padre, é ruim fazer o quê, né?
Deixou acontecer sua esposa, mãe, a mulher que Deus te deu. " Vai lá, choro. Ai, ai, que sei o quê.
Ai, trouxa! Deixou acontecer aquilo que não devia ter acontecido. Muitas vezes, o cristão, para ser coerente com a fé, vai ter que chorar.
Só que é o seguinte: você precisa parar de encarar a palavra de Deus como repressora. E você tem que começar a encarar a palavra de Deus como libertadora, como uma orientação para a sua liberdade. Aquilo que Deus manda é bom.
Aquilo que Deus indica é bom. E nós precisamos aprender a ter para com o Senhor essa consideração. Portanto, agora eu vou dar o outro lado.
Se a força do pecado e a lei é eu encarar aquilo que Deus manda como uma lei ingrata, você tem que fazer esse exame: será que eu não acho que o pecado é mais gostoso? Será que na minha cabeça o pecado não é uma compensação? Porque não é compensação!
Eu tive pela gente que é gordo, tem um desgosto. A gente quer comer um doce. Isso é compensação?
Não! A gente engorda. É uma falsa compensação, uma falsa compensação.
Então, eu preciso olhar pra minha mente e dizer assim: "Pera aí! As minhas ideias estão erradas. Preciso mudar o meu modo de pensar.
" Eu não posso enxergar o pecado como algo bom, agradável. Eu tenho que enxergar o pecado como o que ele é: como algo que me desagrega, como algo que me destrói, me retira da comunhão com Deus. Para isso, eu tenho que meditar.
Para isso, eu preciso ler. Eu tenho que enxergar o pecado desse modo. Agora, se a força do pecado é a lei, qual é a força da obediência?
João 14:1 diz: "Se me amais, guardareis os meus mandamentos. " A força da obediência é o amor. Eu tenho que amar.
O Senhor, eu tenho que amar, amar mesmo, amar com todo meu coração. Eu tenho que querer o Senhor muito mais do que uma pessoa que está apaixonada, porque veja, você se apaixona por alguém, você faz tudo que a pessoa quer, e se for homem, pior ainda, que vira capacho. Você vê aquele homem marrento dentro de casa que grita, né?
Fica brigando com os pais, aí se apaixona, aí chega a outra, manda nele, faz dele gato e sapato, porque ele ama, tá apaixonado. Aí ela fala assim: "Ah, vem me buscar do outro lado do mundo", vai lá o trouxa buscar, busca. .
. Aí vem e. .
. Eu queria, nossa, eu queria tanto! Aquele negócio fica na cabeça, ela quer aquilo, ela quer aquilo, ela quer.
Aí vai lá, tal, e dá até que ele dá aquilo para fulano. Pois é, o amor é isso: quando você ama, você faz a vontade daquele a quem você ama. É assim que funciona também com Deus.
Em Atos dos Apóstolos, capítulo 13, São Lucas cita um texto do Velho Testamento dizendo: "Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que vai realizar tudo o que eu desejo. " Davi cometeu muitos erros ao longo da sua vida, muitos, muitos, muitos, mas ele era um homem que tinha amor pelo Senhor. Ele se arrependia, ele se dobrava, ele se prostrava; ele tinha um relacionamento intenso com Deus.
E um dos Salmos mais lindos da Escritura, que é o maior capítulo da Bíblia, é o Salmo 119, que é uma espécie de louvor à lei de Deus. Ele diz: "Sinto prazer nos teus mandamentos, os quais eu amo tanto. " Vejam que linda essa expressão: "Sinto prazer nos teus mandamentos.
" Versículo 25: "Minha alma está grudada ao pó. " Versículo 24: "Teus ensinamentos são meu prazer, e meu conselho são teus justos julgamentos. " Quer dizer, quando o homem ama a Deus, ele leva Deus a sério.
Versículo 16: "Eu me alegrarei com os teus justos decretos, sem esquecer-me da tua palavra. " Ele medita, ele pensa, ele contempla a sabedoria de Deus por detrás de cada palavra, cada orientação da Escritura. "Guia-me pela trilha dos teus mandamentos, pois nela tenho prazer.
" O Salmo 40 diz algo parecido: "Fazer a tua vontade, meu Deus, eu quero; a tua lei está no fundo do meu coração. " Veja que coisa linda: quando o amor a Deus preside a nossa alma. A primeira leitura de hoje fala isso, né?
Quando São Paulo diz: "Será que aqui está errado? Deixa pra lá. " Mas o amor é o cumprimento perfeito da lei.
O amor é o cumprimento perfeito da lei. Quando nós amamos a Deus, nós temos consideração. Essa é a primeira força da obediência: é o amor.
Eu penso: "Ah, aquilo desagrada ao Senhor, eu não vou fazer. Eu sou um filho que tem consideração pelo Senhor. " Ah, mas aquilo.
. . Poxa, não é edificante, coloca em risco a minha fé, a minha pureza.
Então eu não quero saber, eu não quero ver, eu não quero escutar, eu não quero, porque isso vai trazer um peso ao coração do meu Pai. O amor nos faz ser obedientes, mas também o temor de Deus é muito importante. Falar do dom do santo temor de Deus, porque hoje em dia, parece que não existe mais temor, né?
Aboliu-se o temor de Deus, porque. . .
nossa, Deus é só amor! Então, como Deus é só amor, não precisa mais temer a Deus? Nada mais antibíblico!
Provérbios 16:6: "Pela misericórdia e verdade expia-se o mal; pelo temor de Yahvé evita-se o mal. " Segunda Coríntios 7:1: "Em posse dessas promessas, caríssimos, purifiquemos de toda a mancha da carne e do Espírito, completando a nossa santificação no temor de Deus. " Filipenses 2, versículo 12: "Portanto, meus amados, como sempre fostes obedientes, não só em minha presença, mas muito mais agora em minha ausência, realizai a vossa salvação com temor e tremor.
" Isso é Novo Testamento! Nós não estamos no Velho Testamento. A carta aos Hebreus fala muitas vezes sobre o temor de Deus, assim como os Atos dos Apóstolos também.
E aqui ele diz: "Ora, quem são os que se rebelaram, depois de terem ouvido a sua voz? Não foram todos os que saíram do Egito conduzidos por Moisés? E quem são aqueles com os quais Deus se irritou durante 40 anos?
Não foram os que pecaram e cujos cadáveres caíram no deserto? E para quem foi que Deus jurou que não entrariam em seu repouso? Não foi para aqueles que não quiseram obedecer?
" Assim vemos que eles não puderam entrar por causa de sua incredulidade. Portanto, enquanto ainda está em pé a promessa de entrar no repouso de Deus, devemos temer que alguém de vós possa ficar para trás. Ele está exortando a igreja, dizendo: "Olha, se o povo de Israel não entrou no deserto e foi tirado de lá por Deus, para isso não pense que você já tem nada garantido.
Tem que ter reverência, tem que ter respeito, tem que ter amor à santidade de Deus. " Ainda na carta aos Hebreus, lá mais pro final, ele diz algo tremendo: "Já que entramos na posse de um Reino inabalável, sejamos gratos e assim sirvamos a Deus de modo a agradá-lo com piedade e temor, pois nosso Deus é um fogo devorador. " Um pouco antes, capítulo 10, ele diz: "De fato, se nós pecarmos, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não há mais sacrifício pelos pecados.
Resta apenas a terrível expectativa do julgamento e o ardor de um fogo para devorar os rebeldes. Quem desobedece à lei de Moisés é condenado à morte sem misericórdia, com base no testemunho de duas ou três pessoas. " Podeis então imaginar o castigo bem mais severo que merecerá quem calcou aos pés o Filho de Deus, quem profanou o sangue da aliança pelo qual foi santificado, quem insultou o Espírito da Graça.
Conhecemos aquele que disse: "A mim pertence a vingança; eu é que retribuirei. " E ainda. .
. O Senhor julgará o seu povo. De fato, é terrível cair nas mãos do Deus vivo.
Nós precisamos ter o temor de Deus. Nós vivemos em tempos queridos em que, em muitos ambientes nossos, é tudo festa, né? É poluição, é risadinha, é corre-corre, é brincadeira, é uma infantilidade em tantos ambientes católicos.
Infantilidade! Temos que levar a sério as coisas de Deus. Eu preciso, muitas vezes, olhar para mim e dizer: "pera aí, eu tô recaindo sempre?
Eu tô lutando seriamente ou não? Que que eu tô fazendo com a minha alma? " Sabe, às vezes as pessoas, veja bem, para pecar, o diabo tira todo o medo da pessoa.
A pessoa sai no meio da noite escura. Imagina uma cidade perigosa, que nem essa nossa, que a gente vive: São Paulo, Osasco, com o risco de ser sequestrado, com o risco de ser assaltado, com o risco de tomar uma bala em algum lugar. A pessoa sai como se ela fosse Chapeuzinho Vermelho pela estrada fora: "Eu vou bem sozinha para pecar.
" Ah, se for pra ir pra mim: "Ai, não tá chovendo, eu não vou. Ai, tá tão frio, ai, nossa, hoje não deu, não vai, não vou conseguir. " Para Deus, nada pode, né?
Mas pro diabo, vai correndo, enfrenta perigo, enfrenta todo tipo de coisa. Quantas vezes a gente tem que falar pra pessoa: "Pera aí, Fulano, você tá faltando um pouquinho de medo aí, né? Seja mais realista!
Existe bandido, existe doença, existe gente mal-intencionada. O perigo é grande! " E, hoje em dia, você para pra correr perigo, você não precisa nem sair de casa.
Através do celular, ó, você pode ser roubado, você pode entrar em situações terríveis, as quais eu não quero nem mencionar, pra não dar ideia. A pessoa tem que ter um pouco de temor, mas esse é o temor humano, faz bem, hein? Faz muito bem porque nos ajuda a ser responsáveis.
Agora, o temor sobrenatural, o temor de Deus, essa reverência amorosa que nós temos para com Deus, ela faz bem pra nossa alma. Nós temos que ter amor pela santidade. Por exemplo, a pessoa vai pecando, não se confessa.
Como é possível que ela fique assim? Tá com a alma infestada de pecado, para ela tá normal, acha que tá tudo bem? Não tem o temor do Senhor, a reverência que o Senhor espera de nós.
O amor e o temor são duas coisas que nós nunca devemos perder: amor, porque nós temos que ser apaixonados por Ele. Nosso coração tem que estar cheio de um fogo sobrenatural, intenso. E temor, porque Ele continua sendo Deus.
Ele não é o teu coleguinha, não brinque com Ele. Ele é Deus! Ah, mas Jesus é misericórdia.
Ele vai julgar os vivos e os mortos. Não brinque com isso! O sacrifício da cruz é muito sério.
Não pise no sangue da aliança, não ofenda o Espírito da Graça. Se você conservar reverência e amor no seu coração, você vai começar a meditar a Palavra, a descobrir a sabedoria de Deus que está aqui escondida, a amar aquilo que Deus nos manda. Quem sabe Deus ainda não te dê aquela obediência que é a obediência dos santos, né?
Aquela obediência linda que os santos gostavam quando os outros mandavam neles, porque eles viam um Deus que dava uma direção. Uma das palavras que os santos mais disseram ao longo da história foi: "Me dá uma ordem! Me dá uma ordem!
Me deu uma ordem, por favor! " Eles eram mendigos de ordem e aí recebiam a orientação, aquilo que era dito, e cresciam em virtude e em santidade. Queridos, meditemos em tudo isso, porque, como diz o autor da carta aos Hebreus, o nosso Deus é um fogo devorador.