bom a pergunta que vem então é se há métodos específicos na análise de discurso claro sempre há uma relação entre teoriamento de objeto que passa também por procedimentos de análise então Claro a alma método específico A análise de discurso é uma teoria que tem seu método e seu objeto que é o discurso não é a língua é o discurso e o discurso não é definido como a língua Justamente a língua é um sistema de signos né e o discurso nós consideramos como efeito de sentidos entre locutores Ou seja já é pensando como eu disse não
só a língua linguagem seja ela também de outras formas né mais ela sendo falada funcionando no mundo em funcionamento Então então como seu nome diz analisamos discursos e temos procedimentos específicos para isso baseados em noções e princípios então para mostrar um pouco método eu vou falar desses princípios e dessas noções então é própria o método fazer um batimento entre descrição e interpretação isso porque isso explorar bastante nos meus trabalhos né não é possível não interpretar uma injunção a interpretação de tal maneira que nós como seres simbólicos históricos e sociais diante qualquer objeto simbólico a gente
é em estado vamos dizer né sente a necessidade de interpretar você vê Sei lá uma coisa você fala o que que é isso não é sempre quer vamos dizer né dá sentido na verdade né atribuir sentidos Então não é possível que a interpretação a NASA discurso é uma ciência da interpretação só que ela vai fazer uma mediação de tal maneira que haja um batimento entre a interpretação com a descrição então né por outro lado Nós consideramos na análise sempre em constante em relação com a teoria a relação entre estrutura e acontecimento Essas são por assim
dizer balizas do método o princípio fundamental do método é relacionar a linguagem a sua exterioridade esta representada metodologicamente pela situação e pelo sujeito que são as condições de produção e eu considero aí também a memória discursiva ou inter discurso que eu deixei eu acho que definir uma frase assim de maneira muito bonita dizendo que o Inter Discurso ou a memória discursiva como eu prefiro chamar é porque alguma coisa fala antes em outro lugar independentemente em nós na verdade e essa situação vamos dizer né que funciona na nas discurso compreende tanta conjuntura imediata da formulação a
circunstâncias em que o discurso se faz por exemplo nesse momento fato que eu tô gravando no telefone em casa etc né que são as circunstâncias claro que se eu tivesse dando aula era outra aparato era outra forma de falar era outro discurso etc né mas também né Então essa conjuntura imediata Mas também se toma em conta conjuntura mais Ampla sócio histórica e ideológica então o fato de que nós estamos vivendo um momento político específico de que na nossa sociedade ainda mais amplamente ainda é uma sociedade ocidental letrada em que as Universidades o ensino das letras
que tem o seu lugar em experiência também toma né uma importância grande etc etc isso tudo é a conjuntura mais Ampla entre aqui a situação social é historicidade a relações com a política o Imaginário constitutivo não é e as noção Então são para nós instrumentos teóricos que produzem procedimentos analíticos por exemplo uma noção como de formação discursiva vai permitir que ao analisar eu distinga a produção de diferentes sentidos pelo sujeitos em diferentes condições de produção em diferentes situações por exemplo na realidade então consideramos que os sentidos não existem sim mas eles existem na medida em
que se inscrevem em uma formação discursiva ou em outra então o sujeitos ocupando posições discursivas diferentes eles podem produzir diferentes sentidos é o que a gente chama de sujeito individuado que ocupa uma posição sujeito que se identifica com a formação discursiva e produz um sentido e não outro eu vou dar exemplos por exemplo a palavra terra com T maiúsculo e a palavra terra contém minúsculo eu posso escrever as informações excursivas diferentes a conter maiúsculo é de preferência ela adquire um sentido planetário tem que ver com a Ecologia não é com todas as questões né que
se discute sobre a terra e não é como planeta como lugar de vida etc Mais amplo pensando até não é depois o espaço né mais amplamente agora a terra tem minúsculo é a terra chão por exemplo falada por um índio ela vai significar a questão da discussão da terra que tão forte para eles né que tem um sentido muito particular e a falado pelo proprietário Rural por exemplo ela vai ter outro sentido já então são todas essas diferenças de sentido que são possíveis quando a gente escreve as palavras em uma formação ou outra outra né
então são múltiplas as possibilidades né A patrão etc Então as formações discursivas Como eu disse elas são projeções no discurso né das formações ideológicas daí que tanto sujeitos como sentidos são constituídos nas práticas discursivas pela ideologia outra noção importante que eu gostaria de trazer é quanto ao método análise de discurso é de inter discurso que aquela que eu falei pus nós somos falados de certa maneira pela nossa memória discursiva mas que é ao mesmo tempo essa memória Nossa é estruturada pelo esquecimento por exemplo a palavra colonização que a gente usa muito né No entanto A
gente esqueceu como essa palavra se constituiu em nós e ela passa a funcionar como se ela fosse produzida a partir de nós quando na verdade a gente retoma sentido os pés existentes mas não é só uma retomada a gente retoma e a um nos apropriarmos dos sentido Nós também nos marcamos nele marcamos a atualidade dele na formulação em que ele aparece mas ele já vem também né com vamos dizer ecos de uma memória discursiva né que tá nos constituindo então aí por isso que ao falar que os sentidos de origem se originam perdão em nós
a gente está esquecendo Justamente que há uma memória discursiva que nos fala já antes mesmo que a gente fala não é mas não é só repetição pode haver deslocamento outra noção importante no método é de processos de significação que o peixe vai trabalhando e chega a noção de processo discursivo que ele vai definir como sendo a relação de substituição de metáfora de sinônimo e etc nas práticas discursivas no processo de produção e isso é muito importante né bem pensar justamente Como que você não tem sempre as mesmas formulações e como é que isso vai se
dando no processo discursivo Em certas condições de produção etc outra noção fundamental de efeito metafórico é fundamental ela significa a transferência de sentidos que se produz de tal modo que uma formulação pode derivar para outra significando de maneira totalmente diferente o exemplo que eu dou num dos meus livros né que eu explorei bastante e que é um deles vamos ver apresentação de uma dessas formulações eu encontrei realmente né na Unicamp ao entrar no campo bastante tempo na época de uma eleição de reitor em que eu encontrei uma faixa branca escrito em preto vote sem medo
e ela pensei como falar isso de discurso né Porque sem medo e porque em preto etc e aí comecei a analisar e propus para pensar justamente uma outra forma que seria de outra formação discursiva escrito em vermelho por exemplo e volte com coragem são modos de significar bem diferente né as eleições né então e aí também podemos pensar o que significa hoje quando se fala democracia quando é uma pessoa que a gente atribui o sentido de direita a ela ou de esquerda ou de centro etc e comenta essa palavra vai mudando de sentir Dependendo de
quem diz onde diz como diz para quem diz etc né é a palavra golpe a palavra né Foi muito discutida por exemplo dependendo dessas condições de produção Então essa coisa essa coisa do efeito metáfora que deslizamento da palavra de um de uma formulação para outra e isso pode afetar sim o sentido né dessa palavra daí Trabalhamos também com a noção de paráfrase e metáfora a palavra a paráfrase perdão a gente usa mais para pensar a repetição e a metáfora pensar essa transferência o deslocamento uma palavra por outra como a gente fala então em relação ao
método que aqui expusemos há também múltiplas modalidades de análise de discurso né no Brasil e mesmo no mundo em geral que se relaciona com essa que eu trabalho que é que vem de preferência né tem origem nos trabalhos do Michel fechê mas que se distingue sobretudo No que diz respeito à questão do sujeito da situação eles não trabalham por exemplo com a noção de condições de produção mas de contexto de uso ou de contexto Extra linguístico com sujeito centrado chamar que chama em geral de usuários [Música] são as linhas que podemos agregar é o que
eu chamaria de tendências epistemo pragmáticas que incluem elementos enunciativos e enunciativos discursivos etc O importante da diferença é que elas não são materialistas mas funcionalistas ou pragmáticas filiados à noção de linguagem comoção enquanto nós não foliamos a noção de práxis né como na análise discurso que eu pratico que tem filiação materialista e são atentas em geral essas pragmáticas né álcognitivismo ao biologismo ao psicologismo a sociologia etc