em todo o Brasil 10000 pessoas vivem em hospitais porque foram abandonadas pelos próprios parentes veja na grande reportagem os abandonados nos hospitais você sabia que no Brasil existem mais de 1200 pessoas vivendo em hospitais segundo um estudo feito na Fundação Getúlio Vargas a maioria pela famía e pelos amigos há anos às vezes décadas você sab dizer Desde quando você tá aqui desde o ano e meses sem ter para onde ir eles são obrigados a viver em um lugar que só é procurado em caso de emergência nenhum telefonema mãe pai avô avó tio não e encontram
nos médicos enfermeiros e pacientes uma nova família é é um filho aí que que a cruz Verde me deu mas por que alguém decide abandonar um parente em um hospital e abandonar uma criança nessa situação no caso deplorável [Música] e o que um pai tem a dizer quando questionado pela nossa equipe sobre ter abandonado o filho há 7 anos numa UTI Você não tem vontade de lá a cruz Verde essa entidade filantrópica de São Paulo abriga de maneira permanente 200 pessoas que sofrem com paralisia cerebral uma condição grave que compromete o raciocínio os movimentos e
a fala por isso você irá conhecer as histórias de vida dessas pessoas pela voz de Enfermeiros médicos e assistentes sociais os olhos estão sempre inquietos as mãos recolhidas já não tem movimento a respiração Depende de [Música] aparelhos Esse é Breno 13 anos sete deles passados nessa sala a gente não pode sequer encostar nas crianças por conta do alto risco de contaminação Então a gente vai ficar daqui e eu vou chamar uma das Enfermeiras para conversar conosco Breno era um menino saudável Alegre aos 6 anos tudo mudou por causa de um incêndio na favela onde ele
morava na zona leste de São Paulo e foi salvar a irmã de um de um incêndio e acabou inalando muita fumaça muito tempo com falta de oxigenação no cérebro o ato heroico salvou a vida da irmã só que o garoto sofreu sequelas tão graves que não consegue sobreviver fora desta sala Hoje ele tá em estado vegetativo persistente depois do incêndio uma segunda tragédia acontece na vida de Breno ele é abandonado pela família já são 7 anos de solidão Andreia nenhum telefonema mãe pai avô avô tio [Música] não o abandono do garoto choca aqueles que convivem
com ele e a coragem de Breno é uma inspiração para todos aqui essa coragem dele é o que faz todos nós aqui profissionais da enfermagem eh levantarmos né cedo e vir para cá todos os dias cuidar de todos eles esse exemplo é o que eu quero é mostrar pras minhas filhas né porque é um amor de irmão eu falo que quem tem o irmão tem tudo e conhecendo essa história realmente é [Música] verdade depois de um mês de procura encontramos a casa do pai de Breno na zona leste de São Paulo vem Seu joé Carlos
tá aí ele diz que não tem visitado Breno por causa da relação com a exm não ten contato entendeu Por isso que BR foi transferido Sei n onde que ele tá como ela sabia n me avisar lugar poder visitar o Men o pai lembra bem do dia do incêndio Breno tinha cinco irmãos e o Caula não resistiu ao fogo me arrependo de ter salvado meu filho que faleceu e o Breno Jean Carlos diz que sente falta do filho Ah é difícil minha causa que eu não queria ver meu filho por causa da mãe né Pens
todo Sant dia P no meu filho e que pretende vê-lo em breve vai com certeza vai voltar a visitaron aação da Justiça já que a guarda de Breno está hoje com o hospital como Breno dezenas de pacientes daqui também foram abandonados e profissionais como Andreia dão afeto e tentam substituir a ausência dos pais Ilma també mora no coração da enfermeira mesmo com dificuldade para falar palavra que ela não para de repetir é a minha mãe é mamãe Andreia conta que esse carinho surgiu à primeira vista quando eu cheguei na enfermaria dela ela já ficou eufórica
e já me chamou de mãe não não eu não eu não tinha sido nem contratada ainda Ilma está aqui desde os 7 anos aos 48 anos brinca com a idade velha não é velha nada é jovem verdade a mamãe já ensinou apenas a condição de saúde não obrigaria Ilma a viver aqui dentro então ela já poderia estar em casa sim e não está por porque ela não tem para onde ir há um setor no hospital que tenta aproximar as famílias dos pacientes até então abandonados a assistente social Jéssica conta que Ilma nunca desistiu de procurar
a família ela me entrega muitas cartas pr pra mãe muitos pra mãe olha ela faz muitas cartas ela pede pro pessoal escrever ela pede ela pede pros auil deixa eu ver uma deixa eu ver o que que tá escrito mãe minha mãe estou Dodó e da barriga estou enjoada quero que você venha que estou com saudade em 40 anos Nenhuma carta foi respondida a famílias que permanecem indiferentes até quando são comunicadas da morte dos pacientes às vezes eu ligo e a família não quer vir eu a família fala pra gente resolver e pronto Marilena é
superintendente do hospital ela ouve de muitas mães A mesma desculpa de sempre ele não me reconhece n ele nem sabe na verdade que eu sou a mãe dele né E aí a gente fala para ela assim bom talvez ele não reconheça mesmo a senhora como mãe dele talvez ele não sai mesmo que a senhora é a mãe dele Mas a senhora sabe que ele é o seu filho [Música] enquanto isso os pacientes nunca perdem a esperança a eles pedem a mamãe a mamãe vem eles perguntam da mamãe por causa das limitações provocadas pela paralisia é
difícil para os pacientes traduzir em palavras o que realmente estão sentindo ele não sabe qu qu ele compreende né mas é alguma compreensão ele tem né a expressão é através do dos gritos né do ele faz bico ele quando ele tá chateado ele faz um bico aí quando ele fica feliz ele fica se contraindo essa comunicação especial surgiu graças ao carinho que existe entre Caio de 8 anos e seu médico o Dr Marcelo é é um filho aí que que a crus Verde me deu o momento Favorito no dia de quando ele tem a chance
de passear ao lado de aqui eles podem brincar um pouco e Caio recebe o carinho que merece é fácil ver alegria no rosto do [Música] menino para Marcelo é difícil entender como uma famí abandon o menoe feliz é da gente que pode estar aqui com ele né todos os dias que pode ter receber o carinho dele diariamente a recusa de muitas famílias não poupa nem os recém-nascidos pronto Carlinhos pronto Carlinhos tem poucos meses de vida e sofre com a hidrocefalia o acúmulo de líquido dentro do crânio precisa de cuidados médicos constantes a enfermeira Helen conta
que se encantou a primeira vista pelo menino não tem como explicar o Carlinhos foi um sentimento diferente é uma coisa que eu só consigo sentir o menino não fala Ou melhor fala com os olhos e Helen entende tudo quando ele está com dor quando ele está Alegre que ele começa a interagir aí eu chego dou um beijinho converso com ele e quando ele precisa ela sempre está por perto pronto filho pronto é uma dedicação incondicional você está aqui todos os dias todos os dias todos os dias mesmo que eu não esteja escalada nessa enfermaria eu
venho aqui dou um beijo nele vejo como ele está e pretendo fazer isso até Deus permitir a mãe biológica de Carlinhos raramente aparece aqui para ver a criança ela está perdendo anjo está perdendo anjo e abandonar uma criança nessa situação é um caso deplorável se para uma criança ser abandonada uma vez gigantesco passar por essa experiência duas vezes é uma dor inimaginável o luí Fernando Ele nasceu com a paralisia cerebral né foi abandonado pelos pais na maternidade e da Maternidade ele foi para um abrigo e com 3 meses de idade Ele foi adotado por outra
família e logo após também ele já foi devolvido paraa briga novamente porque a família notou que ele tinha paralisia cerebral luí Veio parar aqui por determinação da justiça e teve a sorte de encontrar [Música] Priscila Você tem filhos Priscila não tem 204 né 204 [Música] voltamos à Cruz verde na manhã de [Música] visitas são poucos os parentes que vem até aqui aos poucos os pacientes vão chegando é hora de matar a saudade c não deixa a filha sozinha nem um minuto ó eu vou resumir é o maior amor da minha vida Paula Daniela Castell está
aqui as duas se divertem juntas ela gosta de uma por de música Ela gosta da música da baratinha Paula chegou aqui criançã sua cabeça não visitar a sua filha deixar Paula Daniela sem vir aqui Não no pátio pacientes e parentes têm momentos raros de União algo tão ou mais importante que o tratamento médico que eles recebem todos os dias metade do tempo para a visita hoje já acabou e como era esperado A grande maioria dos pacientes internados aqui não vai ver ninguém da família mais uma vez aqui na recepção fica a listagem das pessoas que
vieram essa lista aqui Moa poss verade D licença Olha só relatório de visita tá aqui a data e vieram 14 pessoas ou seja da fam tiver ess chance os outros 186 ficaram como sempre sozinhos passar a vida toda em um hospital é uma situação inimaginável para a maioria das pessoas triste faz até de chorar né porque não é fácil a gente tem que se pôr no lugar do próximo mas essa é a realidade de Paulo 49 anos e Eliana 43 eles vivem há mais de 40 anos dentro do Hospital das Clínicas em São Paulo de
um lado os posters de cinema e os bonecos de heróis que Paulo tanto gosta de outro a foto do cantor favorito os origamis e as pinturas de Eliana Eles são irmãos unidos pelas circunstâncias da vida e como bons irmãos briga com com Paulo Paulo hein Faz parte convive n dia a dia 24 horas então os dois são vítimas da poliomelite a paralisia [Música] infantil Paulo é o primeiro a chegar ainda bebê há quase 50 anos o menino frágil que só tem os movimentos das mãos cresce sonhando com o mundo que só conhecia pelos filmes eu
sou amante do cinema eu cresci aqui vendo televisão e o que eu mais gostava de ver a televisão era charli chle então para mim aquilo era Mex os olhos achava que isso era muito gostoso as décadas passam e a tecnologia ajuda Paulo a ir mais longe fico na internet né Tem minhas as minhas redes sociais olha ele criou até um canal de vídeos no YouTube que já tem mais de 37.000 inscritos possoz eu estando aqui hoje mais de 40 anos aqui dentro do hospital a Ilana também pode ser um milagre nas raras oportunidades que tem
de sair Paulo gosta de ir a eventos de cinema e cultura pop vira o centro das atenções é recebido com carinho carinho que nem sempre passa por aqui a mãe morreu quando ele era bebê e exceto pelo irmão caçula a família quase nunca vem visitá-lo infelizmente por mais que eu fale para você eu perdo eu falo é um cristal quebrado você não consegue Remar o cristal quebrado infelizmente nossa equipe também foi em busca da família de Paulo seu Benedito tem 78 anos explica visita fho com frequência achei ele falou de a relação de um cristal
quebrado vou lá ver se eu consigo falar com seu Benedito agora você imagina você tem um filho teu 44 horas internar no hospital você não vai ter tempo de lar todos di semana que cana gente eu queria um trauma de hospital que não posso nem passar perto de hospital esses problema todo ele diz que ama o filho e que a relação entre eles não é ruim é uma relação boa então é boa é boa não é ruim posso provar PR você que não é ruim não brigo nunca brig com ele é só é complicado ir
sempre não B toda semana nem todo mês Só [Música] isso apesar da Saudade da sensação de abandono nesses anos todos aqui Paulo não desistiu de si mesmo a que passa a gente sonha Então acho que a vida o combustível da vida são sonhos mas os sonhos nem sempre são o suficiente Paulo e Eliana dividiam Esse quarto com outras cinco crianças que não sobreviveram à sequelas da plio Eliana era uma das caçulas da turma Você sabe dizer Desde quando você tá aqui desde o ano e meses a paralisia de Eliana é mais Severa que a de
Paulo ela só tem movimentos do pescoço para cima que alguém pode fazer com a mão tive que aprender a fazer com a porca coisas simples como escrever e digitar no celular são vitórias para ela e nos 40 anos que Elana está aqui fez o máximo com o pouco que tinha com muita paciência uma pincelada por vez pinta quadros comecei a pintar com 8 anos de idade né assim foi uma descoberta do que se fazer com a boca né Porque até então não não tinha nenhuma atividade era só brinquedos né são mais de 100 telas paisagens
lindas que ela só conheceu por fotos os quadros ou que visitou usando a imaginação Que bonito hein Liana Obrigada outra paixão de Eliana é a literatura gosto de livros que prendam a minha atenção gosto de romance gosto de suspense biografia leitora voraz decidiu escrever a própria história em 2013 lançou o livro pulmão de Aço é o mesmo nome do aparelho de respiração mecânica que as crianças com pólio usavam no passado um dos milhares de desafios que Elana teve que enfrentar todo mundo tem a dificuldade por que eu não vou ter Não porque estou deitada que
vou ser diferente Elana gosta de se ver como igual aos outros vive conectada celular fica aí do seu cantinho sempre mas a conexão com a família sempre foi algo que faltou na vida de Elana saudades de algo que eu não Vivi a falta de vínculo que não não teve né os pais morreram o único irmão vai muito pouco ao hospital a tia é a pessoa mais próximo com mas hoje o sentimento é outou perdoou seus pais s mesmo mesmo a história de vida de Eliana e a sabedoria que ela adquiriu com as dificuldades a torna
uma amiga valiosa e é justamente uma amizade que está transformando a vida [Música] dela nossa equipe parte em direção a Sumaré a 120 km de São Paulo vamos nos reencontrar com Eliana nesta casa que pertence a Lucas um grande amigo dela [Música] Lu ofereceu a casa e o dinheiro para que Eliana viesse de ambulância até aqui foi arrecadado com uma campanha na internet aqui onde tá a cama o que que tinha aqui tinha uma mesa com cadeiras aí nós tiramos esse espaço aqui também tinha um outro balcãozinho que vinha mais menos até aqui que eu
tirei aqui ela é a [Música] estrela e olho essa amizade cheia de carinho nasceu quando Lucas sofria com depressão e procurava ajuda em um grupo de apoio na internet do outro lado da tela estava el não queria conversar queria falar eu indo indo até que arranquei n uma coisa dele depois de 5 meses de conversa virtual Lucas foi até o hospital conhecer Eliana pensou que iria se encontrar com uma médica aí me deram um cachinho quando eu abri a porta ela falou Oi Aí eu olhei na cama superfície da camaa ela ficamos quanto tempo parado
olhando sem saber o que falar eu fiquei [Música] nasci ali uma amizade que já dura mais de 15 anos o que que significa para você ter a Eliana na sua casa uma alegria ela nós passeamos e ela sempre diz né como agradecer aí eu digo para ela assim esse sorriso Lucas e Elana querem agora realizar um sonho juntos A ideia é que ela venha morar aqui em um futuro próximo e nós Recebemos um ofício que o HC Vai disponibilizar os aparelhos e retornos hospitalares para consultas e acompanhamento quando necessário na possível saída dela Lucas diz
que faz tudo isso pela amiga por um motivo muito simples um dia ela me salvou e eu sempre vou salvá-la quando for necessário alguns dias depois da nossa gravação Eliana teve que voltar ao hospital um amigo de Lucas grava a despedida é com abraço apertado demorado que Lucas se despede da amiga emocionada Eliana mal consegue falar quando a ambulância está quase partindo Lucas se aproxima para dar um último beijo na [Música] amiga ele vê a ambulância se afastar com o coração apertado torcendo para que em breve o endereço da amiga volte a ser aqui de
vez [Aplausos] [Música]