Riso na análise | Christian Dunker | Falando nIsso 307

E aí [Música] o vídeo nosso Falando nisso de hoje nesse canal no YouTube Pergunta assim a clínica tem namorada e oi Lucas você pode falar sobre como lidar com o riso durante a análise Mais especificamente sobre rir em momentos desconfortáveis e que parecem estranhos perguntar o atma não é simples mas assim é o riso assim como silêncio são assim dois termômetros muito muito importantes para o andar da Carruagem do tratamento e para medir como evolui aquela sessão né eu vou me basear nas considerações que vão fazer em um texto que saiu no trabalho antigo né

organizado pela mina Araújo Leite a querida Nina leite lá de Campinas durante muitos anos fez essa seminários ser uma soma e editava o resultado desse seminário de pesquisa esse conhecido com a linguagem né Então nesse caso é um livro sobre corpo linguagem os afetos em psicanálise que eu recomendo muito tem o famoso repasto totêmico o texto da Angela vorcaro que na época fez um levantou uma discussão Ampla né tem o texto do nosso querido bolo do ou que ele é rubilan tem texto do Mauro das filiais que hoje está na Bahia fazendo um lindo trabalho

da Francisca a Claro Cláudia Lemos Enfim uma época né não é psicanálise muitos encontros em Campinas na Unicamp do IEL né no instituto de estudos da linguagem que não aproveitar para comemorar né Essa essa esse tempo é com vocês mas entrando aí na na questão né é os tipos de riso sorriso o que a gente poderia mapear assim para começo de conversa na psicanálise que é o primeiro riso sorriso que a vem assim daquele instante em que o desejo é flagrado em que assim Alcides que tem um valor assim apofântico ou seja revelador ou seja

que diz assim é aqui eu me escutei mais além do que eu quis dizer e a mensagem voltou de forma invertida e isso inicia gerar um processo transformativo é porque Que bosta hein Eis Aqui o seu desejo ele não está todo ela está indiciado ele está nesse significante ela está nessa relação significante mas ele ele pode ser reconhecido geralmente a gente comemora esse momento com um riso sorriso lendo pacientes que o que fizeram análise com Lacan e eles descrevem sistematicamente uma cara que ele fazia né que era como a cara de Um Pescador quando eu

tiver no peixe né ou seja uma cara de excitação e um sorriso de que mal encontramos alguma coisa e é assim mesmo que claro respeitados os estilos dos analistas é assim que a gente viaja quando encontra uma pepita quando quando vem uma uma injunção quando aparece emerge o significante portador aí no bezerro inconsciente né É do sujeito mas há uma outra situação indutora do do Riso sorriso né que é quando ocorre uma espécie de reversão da demanda né ou de diz continuidade no bolso em que por exemplo o momento em que a face de horror

e Prazer do homem dos lobos do homem dos Ratos aparecem para o Fred o Fred disse que ela está está rindo chorando na sua miséria não sei é aquele sorriso e aquele riso que às vezes pode aparecer numa crueldade mal colocada com para nós bem colocada porque podia ser escutado então pode ser aquele momento em que o sujeito está está pedindo algo superegóica a mente não larga aquilo ela essa da conta do ridiculo que ele está pedindo né ou seja o que ele quer no que ele pede em geral o sol produz uma reversão uma

inversão a demanda começa a se inspirar lá no sentido inverso ao que ela que ela vinha se compondo até então esse é marcado por um riso por um instante de de Sorriso né que muitas vezes e sendo assim como mencionado pelo pelo pelo nariz só pela análise a lembra aquela vez ai então aqui é aquele liso aquele riso aquele que produz também um certo sentido de intimidade de como se diz cumplicidade é que interessante que eu tenho seu lugar aí dentro da análise uma passagem de Machado de Assis pode nos ajudar a entender e a

dinâmica do Riso sorriso de como isso pode ser útil interessante para análises eu vou citar aqui uma passagem de Dom Casmurro né em que Bentinho vai beijar Capitu pela primeira vez grande foi a sensação do bicho captura Deus e rápida e eu recuei até a parede com uma espécie Vertigem sem fala os olhos escuros já estão o que a reversão da Alemanha em diante de um momento de reflexão doloroso é cada um vai para um lado ele se assustou estão tentando entender o que aconteceu quando nesse clarearam vi que Capitu tinha os seus no chão

os olhos não eu terei a dizer nada ainda que quisesse faltava minha língua Ou seja voltamos o tema lado silêncio vai assistir bullying pode pro pessoal ou silêncio preso atordoado não achava gesto nem ímpeto que me descolasse na parede me atirasse a ela com mil palavras cálidas e mimosos ele queria mostrar né e um beijo tinha sido transformador que ele queria mais queria mal Capitu não nofx dos meus 15 anos leitor tu tá falando com a gente né Não ria não ria de mim nessa situação e ele fato você escutando essa cena imagina dizer a

gente fosse o leitor né a gente já tá escutando essa cena de um paciente e o fazer Contando os seus primeiros momentos e aí e aquilo tem uma dimensão crônica né porque tem comemora o groso é porque é uma descoberta desejante é o momento em que a gente fez aqui o desejo né ah mas a cena continua porque a mãe Capítulo entra na história como eu quisesse falar também para disfarçar o meu status né ele começa a hora que a mãe da outra entra ele começa a falar né como muitas vezes a gente ver aquele

passeio de que Ops escapou ali um visitante de verdade e ela começa a cobrir a verdade com uma falação qualquer lá deixar aquilo para trás então eu também para disfarçar o meu estado comecei como você quiser falar Já tomei umas palavras casa de dentro e ela sacudiram de pronto mas e atropelo que encheram minha boca sem poder sair nenhuma o beijo Capitu fechava meus lábios uma exclamação um simples artigo por mais que vestir-se com força não logra vão perder dentro e assim apanhados pela mãe Éramos dois e contrários ela encobrindo pela palavra o que eu

publicar vá pelo silêncio ela atou em cobrindo com uma fala Falar são inventando uma história qualquer para a mãe aquilo que ele é tornar público né que eu quis dizia pelo seu silêncio bom aqui nesse tipo de cena que é uma cena que a gente vai procurar ela acontece com uma certa regularidade né na lembrança dos nossos os nossos pacientes e ela não será que joga e com dois afetos fundamentais e o lado a culpa né o superei o que que que a coça cena com a inclusão da mãe e e capítulo tentando de se

fazer as oferendas de palavras para o supereu e do outro lado o silêncio é que o silêncio da Vergonha em que o silêncio na verdade importada pela vergonha é a verdade que inclusive se denuncia no não ficar vermelho né no corpo que te trai né no corpo que que fala ali onde você queria que ele ficasse sem semente e assim que está o leitinho nessa situação ele se dizem silêncio mas ele está falando seus dedos estão tão bolinando ela está se entregando a sua pele e vamos assim fica vermelha ali está a experiência da profunda

da vergonha como a gente reagir é isso em geral um sorriso a gente e esse momento né em assim em consideração em comiseração em em S respeito à divisão fundamental do sujeito numa situação como essa então o riso intempestivo o riso que a gente não sabe o que fazer com ele e e esse riso que tá aqui sendo retratado pelo pelo Machado nós vamos um pouco mais de teoria né no seu trabalho sobre o x relação com o inconsciente o Fred vai falar numa uma mímica de representação né uma força ela unmik em que quando

a gente está com outro né a gente começa inconscientemente a espelhar o outro se a gente vai com a cara no outro se está fluindo Aline uma simpatia é o que o setor não chamam de sincronia de os filamentos comportamental são cruzo os braços outro cruza também seu Cruze a perna o outro que usa também ou e o outro esta também o ri o outro ri também você já é essa modulação do ta me acompanhando essa modulação fina é sobre a multa a compreensão que é também importante é uma medida análise ela é pontuada por

um outro tipo de sorriso e aquele sorrisinho der é Baru vamos ver assim mas ele disse se a mímica funciona perfeitamente bem ao máximo que a gente vai ter é o sorriso de assentimento mas a Mimi o responsável pelo pelo teu perfume Coco a gente um a gente não ri propriamente de um bom mini com a gente a gente se espelha a gente admira como ele é capaz de imitar né e de refazer a especialmente cada cada musculatura mas a gente não ri o riso emmer dentro da clínica de representações desde que aconteça uma dessas

duas condições A primeira é um gesto descordantes do fim a que se propõe a você vai fazer uma coisa ele acaba fazendo e a segunda é um gesto percebido como supérfulo demasiado ou exagerado então aí a gente já tem duas outras condições clínicas muito recorrentes né É aquele riso para tampar o buraco é o riso que eu que o Inter ponho depois que algo muito grave foi dito e eu quero deflacionar aquilo que ela quero esquecer aquilo né então o que que eu faço exagero e eu queria o exagero onde onde não devia tá falta

não é dia da da a gravidade e o outro é o gestos gorda antes eu gesto atrapalhado gesto que mostra o que tem uma visão aqui tem uma tem uma incoerência que tem uma não congruência acontecendo nesse momento pode ser um estudioso da caricatura ele achava caricatura uma uma arte muito a próxima da psicanálise né E ele fala disso ao ao falar do método de Morelli é que como você pode reconhecer uma grande pintura Não é pelos traços de couro decomposição Mas é para os pequenos detalhes Os Pequenos Detalhes a forma como o pintor Faz

a mão como ele conclui a Íris do do olho é aí que você vai descobrir que a tela é desse Relembrando ou do eles vão o frango Estava muita importância para isso e quero crer porque não sabia nessa anatomia se você já no no riso a gente vai ver aquele pequeno detalhe né o olho vai ter um riso que você vai dizer ser forçado essa pessoa tá forçando riso né porque e ela está às voltas e a gente começa a decifrar que é um tacho de angústia ela tá lutando e tentando semear sua angústia e

introduzindo um clima assim mais humorado do que pelo menos a cena exigiria muitas vezes são cuidados que o paciente está tendo com a gente ele tá querendo olhar me desculpa porque eu tô te falando uma coisa nojenta alguma coisa constrangedora uma o que que é chata uma coisa que é bom ele ele liga para se convidar a rir para vocês juntos vamos não sermos tão afetados por isso vamos criar uma peça de dentro torno protetor em volta desse desse buraco de August o muito importante também é a gente valorizar esses essas esse risos cortante e

o momento em que a gente quer tirar o sujeito da sua certeza que é uma dos procedimentos para tratar angústia angústia gente vai ficar mais e mais convicto mais e mais tomada pela certeza mas é mais fechado naquele naquele túnel bom se você consegue introduzir pela via do humor pela vida da minha que ele apresenta ações uma uma feto descordantes Vilma pra que isso mas é um anos eu estar me mencione Só que não é final do campeonato mundial a você está brigando com o porteiro do seu prédio Olha só o ônibus você está o

quê que você quer a Na verdade eu tava tava dizendo uma tragédia Mas é uma comédia Pois é como é que a gente faz isso e introduzindo o mar a meus participar cientes detestam contou quando eu faço isso mas eu faço e eu acho que eu faço bem uma risada fora de hora vai ser um tá vendo que eu tô eu tô o impossível é decisivo at eu não sei o e dando risada outro lado dizendo escuta muda sintonia abaixa o tom Não é nada disso Seu mentiroso às vezes não dá certo mas é um

tipo de intervenção né que você tem que fazer mas a partir do que daí ele a geração do que você sente não vai criar uma risada que não que não tá ali de alguma forma mas ela um homem fica a paisagem da cena você vai dor do lírico para o cômico você vai dor do grave poético para um lado você vai do trágico para um ridículo é muito importante dizer que as pessoas quando elas estão no ridículo que em geral elas não sabem disso elas não quero saber disso e o que que é o ridículo

ridículo daquilo daqui do qual gente ri voltamos aqui para o nosso tema do que ler correram e como com a introdução da dá risada e a modulação dá risada é um fio condutor promoção se você quiser as coisas dessa ponto de vista ocorrendo tipo vamos lembrar que humor ele falando já do texto de 1927 ou fraude humor é a melhor arma para o superior então aquele que está possuído pelo sofreu um super eu tava angustiado porque seu eu masoquista Não Para da de produzir para a crueldade super-herói fica ali você precisa inventar or às vezes

não dá às vezes a pessoa só fecha mas ali é preciso algum humor para que a pessoa te escute se não ela só escuta mais crítica mais insuficiência mais impotência mas a vamos ver se objetivação de si mesmo para encerrar vamos lembrar que o riso ele pode ser para o Froes de ignição sintoma e angústia é causada por três situações a primeira e essa é ótima acontece quando a gente retira uma intenção quando um paciente não consegue dizer starve TAM não tem vergonha e supera esse disso daí ela dizia não tem uma cara de satisfação

e a gente comemora e diz burro vamos em frente porque uma inibição ficou para trás Então aquela energia que o jeito usava para ser reprimir né no sentido da rendada da inibição ela é usada de forma gratificante compartilhada com o segundo é quando a gente tem uma liberação de investimentos e esse é um outro tipo de riso que ele mata que a tua interpretação entrou Ele marca que que é isso mesmo porque porque você desafogo recalcamento e aí não é porque você tava inibindo é porque havia uma ideia da Vilma uma palavra né que estava

desarticulada ela encontrou o seu o seu lugar né a gente tem aquela sensação de coloquei uma peça no quebra-cabeça e além E tu também foi feito aquilo para que o outro e daí você rir comemorando né esse momento a terceira fonte de do riso profroid é quando a gente já tem essa situação de dispersão do sentimento e aí também são sessões muito bonitas em que é entre os pacientes em comemorar né que os pacientes vêm falar de uma vitória e um momento feliz nem falar que que as coisas estão boas que uma coisa foi superada

e que tantas vezes né você aprende muito a lidar com o mal-estar com as coisas que vão bem etc mas muitas pessoas precisam aprender a poderá cingir aprender a poder compartilhar sentimentos e alegria né de satisfação de realização que na nossa cultura tão assimilado por métricas né a gente a gente tem até uma certa vergonha de puxa Fi uma coisa qual mergulho puxa fiz uma coisa que completou o ciclo né ter típico dos neuróticos não não saber comemorar ou seja não saber fazer a partilha social né distribuir os afetos e sentimentos que a gente leva

para casa a gente deixa no outro a gente vai buscar no outro quando o precisa gente risos para todos acho que concordando com a minha querida madrinha Maria Rita kehl que que lembrou no setembro no seu livro sobre a ética da psicanálise né a água Ética do morto alma ético que passa pelo amor e que que tem tudo a ver com a história da psicanálise Ela está aí esse personagem e sisudo barbudo preocupado ele ele é dotado nem todos os analistas precisam ser assim e ele compõe o estilo desejado que o que que não está

estilística de cada a lista e não se resolva Oi como é que você vai fazer um molho com seus análises para mais pérolas de humor para alguns tio Cris é meio aquela que faz a piada meio boba mas tudo bem eu continuo rindo mesmo assim mas o número é igual não é clique aqui para receber mais piadas do tio Cris Não A Carol tá morrendo e morremos adiante rumo ao riso Eterno De Uma Mente sem Lembranças e [Música] [Música]