Flow. Salve salve família, bem-vindos a mais um Flow. Eu sou o Igor. Hoje eu vou conversar com José Cobori. Cara, obrigado por vir aí, obrigado pela moral, pelo teu tempo. Tá requisitado, né? Eu que agradeço, Igor. É sempre uma satisfação poder estar aqui. Conheço já o pessoal aqui do grupo Flow e é sempre uma satisfação e um prazer imenso ter sido convidado por você e poder falar com o seu público. Maneiro. Então tá. Então pro meu público, pra galera que tá ouvindo a gente aqui, como é que tu se definiria, cara? Porque se eu fosse
falar, o cara é economista, palestrante, eh, entende de MNA e tudo mais, mas e o que que você, quem é o José Cobori? Por José Cobori, é, sou um cidadão brasileiro, descendente de japoneses, né? Sou neto de japonês. Meu avô veio pro Brasil em 1914, né? Então, sou genuinamente um brasileiro. Descobri que talvez não fosse quando fui para pro Japão. Eu falei: "Eu tenho que definir". Porque no Brasil me chamam de japonês. Eu morei dois anos no Japão, lá eles me chamavam de brasileiro. Eu sou um genuíno brasileiro, descendente de japoneses. Eh, trabalho desde os
10 anos de idade, né? Então, já trabalhei com várias coisas. Fui executivo de uma multinacional durante 13 anos, uma multinacional americana, né? Qual? Então, a Xerox do Brasil. Ah, Xerox eu li aí. Então, fui assim, tenho uma experiência grande no no mundo corporativo e depois eu me dediquei aí à parte de economia e finanças, né? Eh, operei o mercado por 10 anos e depois mais de 20 anos já que eu tenho empresas no mercado financeiro, né? Então, tenho mais de 30 anos aí atuando no mercado financeiro. Fui professor de finanças do IBMEC por 10 anos.
Dava aula de finanças pro MBA de finanças do IBMEC, né? Depois também pro e-mail executivo, até pro pessoal de direito. E eu dava aula de praticamente todas as disciplinas, mas eu gostava mais da de fusões e aquisições, que era o que eu fazia na prática, né? Então, trabalhei. Que tão legal em fusões e aquisições, cara? Cara, eu como eu comecei desde de de pequeno, eu fui eu fui vendedor de aço, depois fui vendedor de copiadora, depois virei executivo da Cherox do Brasil. Então, eu sempre gostei de vender e eu durante uma boa parte da minha
vida eu era dedicado a marketing vendas, inclusive eu sou formado em marketing também, né? Eh, e o sonho de todo vendedor é você vender cada vez coisas mais complexas, né? Então eu eu sempre brinquei com minha esposa, falei: "Eu comecei vendendo brinquedo e cheguei a ali que é vendendo empresas inteiras, né? Vendendo e comprando empresas inteiras, assessorando esse esse processo de forma estratégica". Eh, então o mundo do MNE, né, que é o a sigla de fusões e aquisições em inglês, ele é muito interessante porque você acaba descobrindo coisas na empresa que nem os donos eh
sabem, né? Porque muitas vezes o empreendedor, o fundador da empresa, ele tem o comercial, ele sabe como tocar, sabe como fazer negócio, mas de uma forma completa a empresa, ele não entende como funciona algumas coisas, principalmente na área de finanças corporativas, né, de estratégia, de planejamento estratégico, ele vai meio que fazendo a intuição e é obviamente essa é, digamos assim, é o grande a grande sacada do empreendedor, é o tino que ele tem próprio para isso, mas a empresa chega num num determinado patamar e não tem como coordenar tudo isso. E obviamente as empresas grandes
contratam executivos, contratam profissionais. Então você descobre que o controlador da empresa muitas vezes ele não sabe como a empresa realmente funciona, é administrada. Claro. E quando você tá num processo de fusiones, é meio que assim, você tem que descobrir que a gente brinca com os esqueletos que estão dentro do armário, né? Então se você tá comprando, obviamente você vai querer fazer um raio X na empresa e descobrir tudo que eventualmente tem de errado e o que não tem, mas possivelmente vai ficar errado com o tempo, né? E tu e tu não só conhece tudo isso,
como tu escreveu livro sobre isso também, né? E dou muita palestra, dou muita palestra e curso sobre fusões e aquisições também, né? Então, eh, eu brinco que assim, esse meu livro que eu escrevi sobre eh avaliação de ações, eu costumo brincar que a maioria dos analistas de ações, eles não sabem como os negócios funcionam, que aí que é a grande crítica que a gente faz hoje do capitalismo financeiro, né? Você tá atrás de retorno, você o capitalismo financeiro domina o capitalismo industrial porque é o dono do capital. E muitas vezes eles não sabem também como
a empresa funciona, né? Então você vê muito analista na Faria Lima que eles fazem análise, compra ação, vende ação, tal, mas ele não sabe, não tem noção como a empresa funciona, né? E eu e eu acho que eu me dei bem até em funções aquições, que como eu fui executivo de empresa há muito tempo e trabalho desde criança, né? Eu brinco assim, eu sei como funciona o chão de fábrica, né? Eu fui vendedor de carregar pastinha, fic incomodando, né? Nas portas para para vender os produtos. o chato lá que fica tentando vender. Então falei assim,
ó, vender enciclopédia Barça aí também não, né? Não. Aí mas o Enciclopédia Barça é o pé na porta e não não dá. Sim, sim. Até a expressão pé na porta vem disso, né? Então assim, eh, mas todo vendedor em algum momento ele ele ele tem a sua chatice, né, de de fazer a pressão para vender. Então eu a minha acho que a minha grande, não é, intuição que eu tinha nos negócios é justamente que eu sabia exatamente como os negócios funcionavam, né? Aham. A grande maioria de analistas de mercado financeiro não sabe como as empresas
realmente funcionam, né? A gente brinca, nunca pisou no chão de fábrica, nunca bateu uma pastinha, né? Então ele capitalismo financeiro, o que você quer dizer exatamente um capitalismo financeiro? É como é é é o lance de bolsa de valores, é é esses uns números que não que são meio etéreos, é isso que tu tá chamando? O que que é o capitalismo financeiro? É, é o que a gente vê muito hoje, a crítica sobre a financeirização da economia, né? Seria, digamos, a financeirização da economia real. Então, o se eu fosse dividir, que quando eu quando eu
falo é até para tentar ser um pouco mais didático, assim, com a revolução industrial veio as manufaturas, as grandes indústrias e começaram a, que é a grande crítica que os que os comunistas via Calmar Marx fazem do capitalismo, né? contradições que existem no capitalismo. Então, as indústrias foram crescendo, foram se expandindo, só que em determinado momento a o próprio crescimento e acumulação de capital do capitalismo industrial, que é quem realmente produz, produz esse microfone, produz o fone de ouvido, que produz produtos físicos, em algum momento ele não consegue realizar, que é a contradição entre a
produção e a realização. que para esse negócio ter margem, para esse negócio ter margem, a gente o a própria indústria, as empresas, ela começa a pressionar os fluxos que saem da empresa. Então, você olha a demonstração de uma empresa, tem um fluxo sai para pagar funcionário, para pagar trabalhador, tem um fluxo que sai para pagar imposto, tem um fluxo sai para pagar fornecedor. Eh, e para ele sobrar mais lá no no bot online, lá no no lucro líquido, realmente, ele tem que tentar pressionar para esses fluxos de saída reduzir. Obviamente ele pressiona a o fluxo
mais fraco na negociação é são os trabalhadores. Então ele pressiona para que os salários sejam obviamente cada vez menores. Pressiona o governo para ele pagar menos imposto, pressiona os seus fornecedores para fornecer produtos mais baratos. Então ele começa a reduzir esses fluxos de saída. Só que quando ele vai realizar o produto que ele vendeu, ele precisa dessa massa de renda na sociedade para consumir o produto dele. Então, em algum momento, o capitalismo industrial eh se viu diante dessa contradição. E aí, acho que ninguém nunca me explicou uma parada desse jeito que é assim, ah, entendi.
[ __ ] inclusive, desculpa pela voz aí, família, futebol, tá? É, mas entendi, tá? Vai lá, continua. Febol. Aí, aí que entra o capitalismo financeiro, que o capitalismo financeiro são aqueles capitalistas que acumularam, acumularam durante o tempo muito capital, muita riqueza financeira e eles passaram a financiar essa realização. Então você tá na classe trabalhadora, sei lá, você trabalha na indústria e só que puxa, ganho R$ 2.000 por mês, queria comprar esse microfone e não tenho dinheiro, né? Porque é muito caro pra minha renda. Aí veio o capitalista financeiro e fala assim: "Não, Igor, eu financio
para você aqui em 24es, nãoé? Você paga aqui uma taxinha de juros e você vai ter acesso ao produto que você quer, você quer consumir. Aí você compra o microfone, só que você vai pagar três microfone ao final do todos os pagamentos. Aham. O Eu sou o capitalista industrial que produziu o microfone. Legal essa parceria. Você financia o cara, o cara compra o meu microfone. Eu vendi o microfone que eu queria. Só que você pagou três microfone. O capitalismo financeiro ganhou dois. O capitalismo industrial ganhou um microfone e o cara ganhou dois microfone. Entendeu? Entendi.
E você pagou os três microfones? Eu sou otário no fim das contas. É mais ou menos isso, né? Só que os otários, nós, todos nós somos otários, a gente a gente não tem essa consciência ainda. Todos é verdade que assim, eh, eh, isso é, isso é, é, tá assim há muito tempo já, não é? Sim, sim. E cada vez mais selvagem, né? O capitalismo financeiro, ele vai ficando cada vez mais selvagem. O que a gente tá vendo hoje, o planeta, o que tá acontecendo hoje na economia é essa financierização global da economia, né? O, qual
que é o problema hoje dos Estados Unidos? Eles eles foram elevando isso a um extremo, só que eles têm o privilégio exorbitando o dólar. Eles eles puderam fazer isso não só dentro dos Estados Unidos, eles puderam fazer isso com o mundo inteiro, né? Então eles se expandiram pelo mundo inteiro, porque todos nós somos obrigados a usar dólar nas transações internacionais. Os bancos centrais são obrigados a comprar título do tesouro americano paraas suas reservas inter paraas suas reservas de valor dos bancos centrais. Então isso deu um poder pros Estados Unidos para ele expandir o que ele
poderia explorar. Só os trabalhadores americanos eles foram explorar esses trabalhadores no resto do mundo, né? Os Estados Unidos, esse problema foi ele mesmo que criou, né? Porque entendi. Sempre uso o exemplo da Apple, né? Então a toda empresa quer maximizar o seu lucro. O chegou um momento antes da década de durante a década de 80 ali, que foi a revolução neoliberal, eh os sindicatos de trabalhadores nos Estados Unidos sempre foram muito fortes, né? As Fred sempre foram muito forte, muito poder de negociação. Então você lembra nesse fluxo, eu negocio e reduzo o fluxo de quem
não tem poder para negociar comigo, que é o que a gente chama de conflito distributivo. Dentro da empresa tem um conflito distributivo que vai ficar com um acionista, que vai ficar com o trabalhador, que vai ficar com o fornecedor, que vai ficar com o governo. São quatro linhas ali que estão brigando, né, naquela negociação. A que tem menos poder é a classe trabalhadora, a menos que eles sejam organizados sindicatos, que era o que os Estados Unidos tinha na época. Aquela imagem que eles têm de Detroit destruída, aquela indústria automobilística, eles eram muito fortes. Aí que
que o capitalismo americano fez? Os industriais americanos fez. Pô, é que eu não consigo negociar com o Igor aqui porque o cara tem um poder de negociação, greve, não sei quê, eu não vou conseguir direitos, não. Tá errado isso aqui. Em vez de pagar .000 por Igor, vou ter um país ali que os caras faz por 500. Entendi. A China. Aí eles falou: "Bom, vamos explorar os chineses, né?" Então, o capitalismo industrial, se eu pegasse o exemplo, digamos, da Apple, né, que que eles fizeram? Tem um tem três classificações aqui, digamos, na indústria. Tem a
indústria que a gente chama Lowtec, é o cara que produz papel, tênis, Lowtecch. Tem a Medium Tech, que é alguma tecnologia, por exemplo, um microfone pode ser um Medium Tech ali, não tem tanta tecnologia embarcada, né? Apesar de ter diferenças de qualidade, não tem tanta. E tem a Hightech, digamos que é o iPhone, tem muita tecnologia embarcada ali, né? E aí, que que a a Apple fez, cara? para eu na minha cadeia de produção do iPhone, eu tô nas três. Tem uma parte do iPhone que é lowtech, sei lá, plástico, essa partezinha de trás é
ltecade. tem uma parte que é medir tec, sei lá, a câmera, alguma coisa assim, o vidro medir um tec e tem a parte que é high-tech, que é o design, que é o marketing, que é tudo, toda a propaganda embarcada que tem nisso, que aí isso eles manteram nos Estados Unidos, mantiveram lá que tá lá no na Califórnia que vem aqui, design by Califórnia, só que é tudo fabricado fora. Então o Igor trabalha nessa parte da produção Mediotec, vamos cortar o emprego dele, vamos mandar isso pra China, essa outra parte mais loltech, vamos mandar pra
Índia, né? foi explorar todo mundo lá. Só que o retorno que tá vindo disso aqui tá no high tech. A margem que a Apple consegue praticar para vender um iPhone tá lá no Vale do Silício ainda, tá lá na Califórnia. Então, qual que é o problema do capitalismo americano? Ele explorou a sua classe trabalhadora até onde ele conseguiu. Quando ele não conseguia mais explorar a classe trabalhadora dos Estados Unidos, ele foi explorar a classe trabalhadora em outros países. E a acumulação de capital de riqueza do que ele produz ainda está nos Estados Unidos. O problema
dos Estados Unidos é que ele não distribui a riqueza, né? Com esse grande produtividade da indústria high tech, de tudo que eles acumularam, até porque o retorno tá em cima disso, ele deveria ter distribuío, distribuído isso melhor dentro da sociedade americana. Mas para fazer isso daí, a gente precisa de seres humanos melhores ou de um sistema melhor? Os dois, acho que os dois têm que andar juntos. E a gente tá numa numa quebra de paradigma, né? Qual seria? Eh, por que que eu falo que a ascensão da China é uma, talvez uma quebra de paradigma?
que a gente vinha numa evolução de tudo isso que eu tô contando no pós-guerra Breton até a década de 71, foi o período que a sociedade, pelo menos sobre o ponto de vista econômico, teve mais bem-estar, mas ali era muito por pelas guerras de mentes e corações que estavam uma disputa na Guerra Fria. Acabou a Segunda Guerra, começou a Guerra Fria. Uhum. Para conquistar mentes e corações entre capitalismo e socialismo, Estados Unidos e União Soviética, né? Então a gente dividiu o mundo em dois, o socialismo querendo provar que o sistema era melhor e o capitalismo
que era o melhor. Só que com a derrocada do da União Soviética, o capitalismo ficou sozinho. É, meio que ficou provado de certa forma que o capitalismo era melhor. Daí todo mundo entrou nessa e marcou e vamos lá. Tanto que tanto que o Francis Fucuyama ele escreveu um livro que chamava O fim da história. Capitalismo venceu. Agora é nó. Como se fosse no popular, agora é nós, né? Agora é nós. E aí que que aconteceu depois de 71? Aí veio a revolução neoliberal. Nós estamos sozinho, não precisamos dar satisfação para ninguém, que negócio de bem-estar
tá por fora. O negócio é dar lucro, é maximizar a riqueza de todo mundo. Só que de todo mundo, todo mundo outros, na verdade, 1% da população, né? E aí veio a revolução neberal. O que que o Estados Unidos pregou? Pregou exatamente você tem que privatizar todas as empresas estatais. Você tem que livre comércio, sem barreira tá de fária, ele tá fazendo tudo o inverso agora, sem barreira tá defá você tem que diminuir o tamanho de estado, você tem que ter autoridade, austeridade fiscal, pregou, que é o famoso consenso de pregou isso para todo mundo.
E por um tempo tu achou legal também, não achava? Por um tempo eu achei, não é? Como eu sou do mercado financeiro e fiquei muito tempo no mercado financeiro, eu falo assim, o problema das pessoas é não ter tempo para reflexão, tá? Quando você trabalha muito, você tá imerso em algum tipo de sistema, você não tem muito tempo para refletir, você tem tempo para ser pragmático, até para ler, até para refletir, né? Então, você tem razão. E a minha vida era uma loucura, né? Tanto que o tempo que eu tinha para ler é quando eu
tava dentro no avião, que teoricamente você não tem o que fazer, né? Não pode ligar telefone, ah, tenho que fazer alguma coisa aqui. Então eu sempre gostei de ler, era o tempo que eu tinha para ler. Mas antes de entrar no avião e depois que eu saí do avião, não tinha mais tempo. Então você você tenta otimizar aquele seu tempo de forma pragmática, né? Então, tô no mercado financeiro, qual a leitura que vai me ajudar, né, a dar mais resultado no que eu faço? Obviamente mercado financeiro é neoliberal, vou ter que ler literatura neoliberal. Então,
é meio que um viés de confirmação. Você não tem tempo de refletir, você fica sempre confirmando aquilo que você já acredita e você vai ficando mesmo. A galera que tá em volta de você acredita nisso também? Todo, todos os pares, todos, todo mundo. Não, e de uma certa forma tá dando certo para você, tá dando certo. Não, tá dando, tô dando resultado, tô ganhando dinheiro, tá dando certo. E você passa realmente a ficar meio bitolado naquilo e acreditar naquilo. A partir do momento que você começa a refletir, a se questionar, se autocriticar e você começa
a ler outras coisas, você começa a ter uma uma visão diferente do que acontece, né? Mas nesse período do da revolução neoliberal, acho, eu acho que a grande maioria das pessoas que acreditam nesse modelo, elas realmente acreditam que é um modelo que vai conseguir distribuir riqueza para todo mundo. Só que o que se provou com mais de 40 anos de libertad, que aconteceu o inverso, né? A desigualdade só aumentou no mundo inteiro, principalmente nos países que aplicaram esse consenso de Washington, né? Então, lá na década de 80, a produção industrial do Brasil era da China
e da Coreia do Sul somadas. Tanto que os chineses vieram pro Brasil para tentar aprender com os brasileiros. Aprenderam direitinho. É, só que eles aprenderam o que não fazer, né? Aí, aí a gente, isso foi o ponto de virada, né, da revolução. Aí o Brasil falou: "Opa, vamos adotar aqui o modelo neoliberal, consenso de Washington, T Rean". E esse é o caminho. Adotou. Os países que não adotaram foram os que se deram bem. A China, obviamente, não adotou o quê? era um país com eh comandado pelo partido Partido Comunista Chinês. E a Coreia do Sul
que apesar de ser apoiada, né, ser um aliado do do dos Estados Unidos, tinha lá era uma ditadura, era o General Park, né, e ele resolveu não seguir, ele falou: "Não, eu vou proteger o meu mercado, né?" Então eu sempre costumo dar vários exemplos. o o próprio estado desenvolvimentista chinês no japonês, eh, que criou a potência industrial, que é obviamente isso nivelado pelo acord de Bron Woods, que foi favorável ao Japão e o e a Alemanha, que tinha perdido a Segunda Guerra, tinha um interesse dos Estados Unidos e do mundo ocidental de reconstruir os dois
países, até para não cometer o mesmo erro com a Alemanha, né? Que quando a Alemanha perdeu a Primeira Guerra, o o resto o resto do mundo falou: "Não, vamos acabar de matar, né? Vamos acabar de deixar ele morrer". Foi o que permitiu a ascensão do Hitler. Sim, né? Com medo, com a ameaça que que a Alemanha, os alemães sentiam do resto do mundo. O o que o Hitler fez naquela parte do que o Hitler fez naquela época ali foi tentar resgatar o o brio o bri, o orgulho nacional. E ó, o mundo tá nos ferrando.
Nós só estamos nessa situação por causa que e tava mesmo assim, depois que acabou a Segunda Guerra, os caras queriam aniquilar de vez a Alemanha, né? E aí com acho que com esse aprendizado histórico, quando acabou a Segunda Guerra, assim, acertadamente, o mundo falou assim: "A gente não pode querer acabar de matar o Japão e a Alemanha. Vamos ajudar a reconstruir esses países". Até porque também não tinha só uma intenção nobre, porque o mundo ocidental, o império americano que tava se formando, ele precisava de outros mercados, né? tão com o mundo destruído. Você imagina, eu
preciso de gente para comprar nos produtos, alguém precisa comprar, vou acabar de destruir todo mundo, vou ajudar a reconstruir porque eu preciso de mercado consumidor. E o acordo de Berton Woods fez isso, ajudou a reconstruir a Alemanha e o Japão via políticas econômicas de taxa de câmbio fixa, de baixas eh barreiras tarifárias, né? Foi, é exatamente o inverso que os Estados Unidos tá fazendo hoje. Eles fizeram tanto que o Japão se tornou a maior potência industrial da Ásia antes da Ascensão da China e a Alemanha maior potência industrial da Europa, né? Tanto que o plano
de Bleton Woods deu certo. E aí quando chegou lá na década de 70, final da década de 70, os Estados Unidos abandonou a o lastro, né? A conversibilidade do dólar em ouro. Nixon em 71 derrubou. Aí ficou doideira. Ficou doideira. dólar só fiduciário deu um poder muito maior paraos Estados Unidos. Só que o Japão vinha numa ascensão, tanto que naquela época já tinha os economistas que falavam que o Japão ia ultrapassar o Estados Unidos, né? Estamos falando de quando? Década de 80, já o início da década de 80. Eu eu lembro assim, não sei se
é tão pesado, não. Eu sou de 85, eu lembro de 90 e pouco, não sei o quê, quando falava de tecnologia, tava falando de Japão. 85. Então você a data certa que eu vou falar, em 85 foi feito o acordo de plaza, né? Foi justamente porque o o Japão ia ia ultrapassar os Estados Unidos como uma maior potência econômica. Que que os Estados Unidos fez em 1985? Eles assinaram um acordo de plaza que mexia com a taxa de câmbio da Alemanha, do Japão, da França e do Reino Unido, que eram os quatro países mais economicamente
mais fortes, mas muito mais visando a Alemanha e o Japão, porque eles iam ultrapassar os Estados Unidos, o Japão principalmente, né? Então eles falou: "Opa, essa brincadeira aqui não tá mais legal para mim". Aí fizeram um acordo, apreciaram a moeda desses quatro países, né, para eles ficarem menos competitivos no comércio mundial e e levantaram a barreira tarifária nos pro Japão de 30%. Desde então eu fui morar no Japão em final de 1990, né? Então, desde então, o Japão estagnou a economia dele e ele ele parou com isso aí. E aí veio aí a concomitantemente em
89, 90 caiu o bloco soviético, o capitalismo ficou sozinho e eles entraram com a revolução neoliberal. E aí, que que os Estados Unidos fez já aprendendo com tudo isso? com o que ele fez, o que os Estados Unidos pregou pro resto do mundo fazer, era o que ele tinha feito. O Estados Unidos só se tornou uma potência, só derrubou o império britânico, porque se você revisitar a história e você vê lá a própria o relatório das manufaturas do Hamilton, que foi o primeiro secretário de tesouro americano, tá tá bem delineado ali o que eles fizeram,
porque o império britânico queria que os Estados Unidos continuasse sendo uma potência agrícola, que era a vantagem comparativa dos Estados Unidos na época. E os Estados Unidos falou: "Não, a gente quer ser uma potência industrial". E aí eles levantaram barreira tarifária, utilizaram o estado para proteger a sua indústria, para fazer a sua indústria crescer. Utilizaram o poder do estado, compras governamentais, estimulação da indústria. Fizeram tudo que depois na revolução falava pr os outros não fazer. Entendi. É como você toma um monte de bomba, naolizante, fica fortão. Vou lá pro Misterola, mas não quero que os
caras tomem também. E você vai lá, olha para mim, raquism magrinho, fala: "Não, você não pode fazer isso não. Entra aqui no ring e vamos trocar tapa do jeito que tá, né?" Então é isso que os Estados Unidos fez na revolução neoliberal. Os países que não seguiram, obviamente deve ter falado, faz sentido que ess car fazer nós, infelizmente o Brasil seguiu. O Brasil até a década de 80 era essa potência. Que que a gente fez? Eh, principalmente quando o Color abriu o mercado e depois o Fernando Henrique acabou de fazer o consenso de privatizou as
empresas, fez tudo, tirou o estado da economia. Eh, foi quando a gente entrou numa derrocada de desindustrialização, né, obviamente é gravada pelo Plano Real, que deu certo para estabilizar a hiperinflação, mas teve um efeito colateral de acelerar a nossa desindustrialização da nossa economia. Mas se pensar bem, eh, até a década de 80 a gente tinha a Gorgel, sim, que era uma indústria autom brasileira. A gente tinha a Inesa, que era uma indú defesa, eu não conheço, que produzia tanques militares mais avançados tecnologicamente que os tanques americanos. Como é que o como é que o o
plano real dá certo de um lado e dá tão errado para esse outro lado? Para proteger a estabilidade da moeda e a inflação, a gente precisou manter taxas de câmbio artificialmente controladas e taxa de juros muito altas, muito altas. Isso mata a indústria, né? A gente matou a nossa indústria com câmbio e taxa de juros. A gente matou a nossa indústria. A gente protegeu estabilidade da moeda e e a inflação, mas a gente matou nossa indústria. Não, isso eu lembro que no lá em R 94 era R$ 1, dó, né? Chegou o real a ser
tipo, acho que era o dólar era um pouquinho mais barato, se eu não me engano. Chegou em algum momento de de chegar lá 096, 094. Aí chegou chegou nesse ponto aí. Eu tinha anos nessa época. Aí como é que eu lembro disso? Não sei, cara. Mas doideira. Eh, interessante, porque eh os Estados Unidos são é para onde a gente olha e é para e é onde a gente tenta se espelhar o tempo inteiro. Só se fala disso. Talvez agora talvez o Lula agora se aproximando da China menos, mas eh a vida inteira a gente olhou
pros Estados Unidos para várias coisas, inclusive vai não só cultura, né? porque os eles são pelo menos muito eficientes em exportar a cultura deles. Então a gente escuta, a gente escuta as músicas dos caras, assiste os filmes dos caras, usa as roupas, come a comida e tudo mais. Eh, mas do ponto de vista econômico também sempre foi um farol pra gente pra gente olhar. E e foi isso que trouxe a gente até um momento até aqui assim de uma desigualdade maior e tudo mais. É isso que tu tá dizendo. Sim. É que o é só
se olhar pra sociedade americana, né? Acho que na década de de 90, entre a década de 90 e os anos 2000, eh 60% da sociedade americana era classe média, hoje é só 40. O resto foi tudo para o resto e e a classe alta não aumentou, só diminuiu. A galera ficou mais pobre. É, então tem um tem um problema democrático aí que eu acho que a democracia não é um sistema perfeito, né? Mas o pessoal brinca que tirando ela, né? O resto é tudo pior, né? É, el ruim, mas é, e a eu olhando tudo
eu fico pensando que putz, a gente precisava eh vai, será que um dia a gente inventa um novo sistema? Porque os sistemas que estão por aí vai, ah, a China tá funcionando, a China tá ficando cada vez mais rica, tá ficando cada vez maior, não sei o quê, mas não sei se eh tem tem algum algumas travas lá para para que tipo, não sei se eu quero um cara me falando o que que eu devia fazer ou o que que eu não devia. Vai, sim, para pro funcionamento das coisas. Sim. Mas, pô, eh, eu tava
conversando com com os caras, com chineses, deve ter mais ou menos um mês e meio por aí, e os caras falando que, putz, de fato tem lá algumas algumas travas, eh, por até meio bobas, tipo, pô, não posso, o cara não pode acessar o YouTube, por exemplo, um aplicativo qualquer, eh, que é por conta que acontece desse jeito, por conta do sistema político, né? Então assim, eh, gosto da democracia, mas realmente aqui a gente tem tantas outros, tem, a democracia traz também os seus próprios problemas, né? Eh, a própria forma como tudo funciona e tal.
Então, realmente assim, eu não sei se a gente tem um, se eu tivesse que escolher, eu escolhi democracia mesmo. Dependo, eh, tem uma diferença, a gente a gente tem um modelo e modelo de democracia não é ditadura. Não é ditadura. O que a gente tá acostumado a ter com modelo de democracia é o que a gente chama de democracia liberal, a democracia burguesa, né? Então a minha crítica é esse modelo de democracia, porque quando a gente olha pros Estados Unidos, que eu tava falando, o que o que mantém os a democracia burguesa e liberal funcionando
é a maior parte da população ser classe média. O que mantém a democracia funcionando, democracia burguesa é a classe média. O que me preocupa hoje nesse cenário dos Estados Unidos é que a classe alta deles continua concentradíssima. 60% que era até o ano 2000 que era classe média é menor agora é 40%, ou seja, esse pessoal ficou mais pobre, né? Então quando você tem uma classe média muito baixa, você gera eh problemas de convulsões sociais. Então existe já um risco de existir algum tipo e todas as revoluções, foi por isso, tá? quando a nobreza ficou
sempre ali concentradinha e é uma par da população que ainda conseguia viver bem, se alimentar, era grande. Só que quando você começa a gerar um nível de desigualdade tão grande em que a grande maioria da da população está na nas classes mais baixas, você gera convulsões sociais. Todas as revoluções que existiam no mundo foi por causa disso, que é uma hora o povo se revolta. Claro, para tá no sufoco, pô. Lá atrás, na pós do Trump tem meia dúzia atrás dele tem os três caras mais ricos dos Estados Unidos tem a mesma riqueza que a
metade inferior da população. Nossa, três pessoas tem a mesma riqueza que 160 milhões de pessoas. Esse é o nível da desigualdade na economia americana, então que foi gerada por eles mesmos, né? Como a gente tá falando antes, eles não eles não conseguiram distribuir a capacidade e o aumento de produtividade da economia americana. Foi se concentrando cada vez mais nas classes mais altas e eles não distribuíram essa riqueza. Essa riqueza tem que ser distribuída, né? Não é nem por, se fosse pela lógica, até por uma questão de lógica para você manter o sistema funcionando e e
o bem-estar da maioria da população, né? Tu fala de uma renda única universal, tu fala de como é que distribuiria isso aí de forma eficiente? Eu acho assim, eh, quando a gente fala de dos países, a gente tem vários problemas quando a gente analisa e tenta achar soluções, né? Então, qual seria as soluções? Eh, quando a gente começa, o capitalismo industrial foi ficando cada vez mais, tendo que ter ganhos de produtividade e caminhar cada vez mais pra fronteira tecnológica, isso quer dizer que empresas como a Apple conseguir muito mais riqueza da economia como um todo
global do que uma empresa Medium, né? Então, em algum momento, algumas indústrias que são necessárias, né, que a indústria que produz roupa é necessária, produz tendária. Em algum momento essas indústrias vão começar a ter retornos inferiores e elas podem ser setores não tão produtivos assim, só que são setores que precisam funcionar e precisa de gente trabalhando, precisa de gente, precisa de renda sendo gerada nesses setores. Em algum momento os setores produtivos têm que de alguma forma financiar os setores improdutivos, né? Se eu fosse te dar um exemplo, quando eu olho paraa área de saúde e
educação, eu não posso olhar como um negócio. Não posso olhar, tem que dar retorno. Saúde não tem que dar retorno, educação tem que dar retorno. Você não pode ter a lógica do lucro por trás desses setores. Só que se o você olhar paraa economia como todo, são setores necessários e são setores, so ponto de vista do lucro, do retorno, improdutivos. Então, o setor que consegue gerar riqueza e acumular riqueza, ele tem que conseguir distribuir essa riqueza para esses setores. Nesse momento, o estado é importante. O estado é importante. Isso pode ser feito via tributação ou
isso pode ser feito via algum tipo de transferência de renda, tá? O modelo chinês, quando eu falo assim, é interessante que é um novo paradigma, né? Como você falou, a gente sempre teve os Estados Unidos como farol, que ele é o exemplo, a gente tem que seguir, ele é o farol, né? A ascensão da China é um momento interessante porque ele também pode ser uma referência. Você pode olhar pra China, mas por que que tá dando certo? Como é que eles acenderam economicamente? Como é que eles tiraram quase 1 bilhão de pessoas da pobreza, da
extrema pobreza, né? Por que a China tá funcionando? O que que tá acontecendo? Eh, tem um livro muito bom, acho que você já entrevistou aqui o Elias Jabur, né? O livro dele é excelente nesse sentido, chama China, o socialismo do século XX. Ele fala muito desse modelo que o estado chinês está tentando criar de transferência, de acumulação de riqueza que você consegue com os setores altamente produtivos que tá na fronteira tecnológica, pros setores teoricamente improdutivos que são necessários pra sociedade. Porque o problema dos Estados Unidos foi justamente esse, o que a China tá tentando não
cometer é o erro que o capitalismo americano cometeu. Mas pra gente, vamos lá. O Brasil que sempre olhou para os Estados Unidos, nossa, o Brasil que sempre olhou pros Estados Unidos como um farol ou ou vai como o o para onde a gente deveria ir. Se a gente agora decidisse, por exemplo, ah, tá bom, agora vamos olhar pra China. Isso é um cavalo de pau gigantesco, não é? Pra gente eh vamos sair, vamos parar de mirar aqui e mirar ali. Ou é ou seria mais fácil do que parece. Eu acho que você não acho que
não pode ser binário o negócio, né? ou vou para lá ou vou para cá. Eu acho que eu sempre falo assim, o Brasil é o Brasil. A gente não pode, eu não quero ser os Estados Unidos, né? Eu não quero ser igual à China, eu quero ser o Brasil. A gente tem todo um monte de particularidade aqui. É, eu quero ser o Brasil com o que a China pode me ensinar de bom e o que os Estados Unidos podem me ensinar de bom. Inclusive, a China só chegou nesse nesse ponto porque um dos ideólogos lá,
que é o do politiburo chinês, que é um conselho restrito que tem poder político, influencia as decisões na China e influencia os presidentes e politibur é um conceito do comunismo que é como se você tivesse aqui um conselho aqui de seis pessoas que são de sua extrema confiança e eles que te guiam, te ajudam a tomar. Tem um cara no politibo chinês que chama Wang Runin, ele tem um livro que chama America Against America, é América contra América, né? Ele foi, ele morou nos Estados Unidos e ele estudou nos Estados Unidos o que tem de
bom e o que tem de ruim nos Estados Unidos. E ele ele escreveu esse livro, não é um livro tão complexo, é um livro até simples, é um livro que diz assim: "América contra América é o que que eles fazem que vai contra os próprios interesses deles, né? Então esse livro dá para você entender o o como eles lá eles sabem que o modelo americano tem algumas coisas são boas e sabem exatamente o que eles têm de ruim. Aham. Então isso é uma sinalização que a China utilizou a instituição do mercado que não é uma
instituição capitalista. Às vezes as pessoas fala: "Ah, virou porque lá tem mercado". O mercado já existia antes do capitalismo. O capitalismo é uma forma de organizar o mercado. Então o mercado já existia. O socialismo chinês é um socialismo que é uma outra forma que eles estão utilizando para organizar os mercados. Então o mercado tem tanto no capitalismo como no socialismo. Que às vezes as pessoas põem o negócio de, ah, tem mercado, não é socialista, não. O mercado existe antes do capitalismo, né? Então é uma forma que o socialismo, o partido como chinês encontrou de organizar
os mercados. E uma forma que encontrou de organizar mercados é o planejamento central, é o planejamento de toda a economia. é a forte presença do estado, não só nas eles têm lá 95 conglomerados estatais nos setores estratégicos da economia e aquelas empresas que são privadas, o partido como chinês, não sei se você sabe, ele tem um representante em toda a empresa que ajuda a tomar as decisões, tá? E com esse modelo, o que que eles criaram? Um modelo em que o poder econômico não se traduz em poder político. Na China não tem esse negócio. Aqui
tem, nos Estados Unidos tem. Se você tem poder econômico, você influencia o poder político lá. Eles não deixam, eles não estão deixando isso acontecer. Então aquele fato lá do Jack Ma, os caras fal: "Ah, o bilionário tá sendo perseguido, sumiu, que não sei quê". Isso, para mim isso é um bom sinal. Não é um sinal ruim. Foi um sinal que quando ele achou que o poder econômico dele poderia ter alguma tipo de influência política, alguém falou para ele: "Bicho, aqui não, aqui não, você tá no lugar errado, não é assim que funciona aqui não. Aqui
o dinheiro não tem esse poder não." Então, para mim foi uma e ele repareceu, ele inclusive faz parte do conselho, não tá no politiburo, mas tem um outro conselho na China em que ele faz parte, né? Então, inclusive o ressurgimento dele, ele apareceu nesse nessa reunião, né? Sorrindo lá lá do xijimpim e tal. Então foi tipo assim, você aprendeu qual que é o seu lugar, você pode continuar tendo seu negócio, sendo um bilionário, mas você não tá acima do povo, né? Porque a política é representando o povo. Você não tá acendendo do povo, vem cá.
A gente inclusive quer seus conselhos, né, como empresário. E ele tá lá e ele apareceu, já deu declarações. Então assim, ele não não sumiram com ele, não morreu. Foi só tipo fica na sua aí, porque o seu poder não é tanto assim, né? O poder econômico não é tão lá lá os Estados Unidos eles tentaram e é é é é é vai é correto dizer que os Estados Unidos eh bom eh eh gostariam que todos seguem o modelo que é econômico dos Estados Unidos. Porque assim, a China tem a mesma visão, a China também quer
e que a que o mundo siga o modelo que ele que eles estão fazendo lá. Essa é a grande diferença e acho que a grande eh questão que todo mundo coloca agora, né? Eh, do imperialismo. Ah, vai cair o império americano e o vai assumir o império chinês. Primeiro que a China nunca foi imperialista. Isso, isso é só retórica, né? A China nunca, China é o país de forma contínua de maior história na humanidade. Tem mais de 5800 anos a história da civilização chinesa. E ao longo da história já é comprovado que eles não têm
essa visão. Só teve uma visão imperialista quando eles foram colonizados ali, invadidos pelos mongóis. Aham. O império mongol que que aí não era chinês, era a mongólia dominando a China com uma visão imperialista. Mas se olhar a China, ela não tem essa tradição imperialista, diferente dos Estados Unidos. Então, quando a gente fala assim, Estados Unidos quer, ele não quer influenciar, ele obriga os países a seguir o modelo dele. Não é nem assim, ó, sou um farol e você segue se eu quiser. Não, ele tem, se tu não seguir, eu vou te atrapalhar. Tem um famoso
soft power, que é o que a gente tava comentando que cinema, cultura, né? Isso é tudo uma forma de influenciar o resto do mundo, que é o soft power. Certeza. Tem o hard power, que é quando eles influenciam realmente com a força, com guerras, né? Os Estados Unidos empreendeu centenas de guerras ao longo da história dele e ele usa o soft power e o poder semiológico dos Estados Unidos de derrubar democracias, né? Deixa eu vi até uma entrevista de um, é até americano, ele tem muito americano intelectual, a classe intelectual americana, você já vê muita
gente se surgindo com argumentos, né, com com pesquisas contra o Donald Trump do que ele está fazendo com o próprio país. Porque o Donald Trump ele é ruim paraos Estados Unidos, ele não é só ruim pro resto do mundo, ele é ruim paraos Estados Unidos. e vários intelectuais americanos colocando, né, eh, que uma uma das únicas coisas boas que esse intelectual até falou que o o Elon Musk fez, né, que o pessoal lá também critica muito o Elon Musk, foi, a única coisa boa que ele fez foi ter acabado com um um órgão lá que
chama NID, que é National Endorment for Democracy. É um um era um uma espécie de think tank, né, que era utilizada para influenciar democracias no resto do mundo. Aham. E o com esse negócio do Elon Musk cortar o negócio, cortou. Depois que ele cortou, descobriram várias fraudes nessa nessa agência, né, nesse Fink Tank, em que eles utilizavam dinheiro para desestabilizar democracias no mundo inteiro. Os Estados Unidos sempre fez isso. Isso é influenciar eh outras civilizações, né? Quem quem deu o direito de um país vir aqui e influenciar a nossa democracia. E eles sempre utilizaram isso
via esses F tanks, via CIA, via outras agências, via a própria USAD, né, que eles também terminaram lá, que tinha um lado humanitário, mas eles tinham um lado humanitário mais forte onde eles queriam influenciar eh os sistemas de governo, queriam derrubar democracias. Então, os Estados Unidos sempre teve essa visão de impor o seu modelo que ele acredita de civilização. E a China, a China vai por outro caminho. A China, você não vê a China, a China já é em paridade de poder de compra, a maior economia do mundo. Ela não é em dólar ainda, mas
paridade de poder de compra ela é. Você não vê a China fazendo acordos com outros países, obrigando os outros países a mudar o sistema político, a vender nossas empresas. Eles fazem, eu que eu falo por enquanto, a história diz que eles não farão isso, mas por enquanto eles nunca fizeram, nunca se sabe quando você se tornar o todooderoso, né? Mas a história nos mostra isso e o que a China tem feito, principalmente agora que é fez o Brasil, ela não vem aqui e fala: "Ó, você tem que reduzir os seus gastos públicos, você tem que
privatizar suas empresas estatais, você tem que ter autoridade e austeridade fiscal. A China nunca pediu isso para ninguém, que a China vai lá e faz acordos, cooperação econômica com os países, faz acordo quem acha que deve, né? Aí que sempre fala assim: "Eu acho que o Brasil tem que ser o Brasil. Interessa pro Brasil, vamos fazer. Não interessa, não precisa fazer. Você não pode se alinhar completamente a um país, né? Até porque a China é o maior parcero comercial do Brasil e depois é os Estados Unidos. Aham. Né? E nesse sentido aí, talvez esse seja
o principal sentido que a eh entre aspas democracia atrapalha. Eh, não sei, talvez eu fale uma grande merda aqui, mas vamos lá. Eh, a China ela tem ela ela tem ela consegue fazer planos de longo prazo porque porque já sabe que como é que vai ser da vai, eles já sabem quem é que quem estará no poder, como é que vai funcionar, a mesma linha de pensamento e tudo mais. Aqui a gente muda para caramba, né? Então fica um pouco mais, por exemplo, eh, entra o Bolsonaro, por exemplo, ele vai querer brigar com a China,
não sei o quê, o bagulho mesmo Estados Unidos. Entra o Lula, ele vai numa linha um pouco diferente, pô, não quero conversar com a China, quero não sei o que e tudo mais. E e aí dá uma dificultada na em tercer planos que eles eh sejam perenes e que eles cheg vai daqui a 30 anos, porque eu não tô preocupado com a eleição, porque sei lá, eh a linha de pensamento ela provavelmente será a mesma daqui a bastante tempo. Eh, e nesse sentido a gente a gente precisa, no nosso caso aqui, a dança é um
pouco mais complicada, não é? É pelo nosso modelo, né? Modelo de democracia. E a grande crítica é essa, esse modelo da democracia liberal e burguesa. Eh, existe essa preocupação e ela é válida, eu também tenho, né, quando eu quando eu pesquiso e estudo esse tipo de de assunto. É exatamente isso, né? Lá na China você sabe o que vai acontecer daqui 5 anos, o que vai acontecer daqui 10 anos, que nos Estados Unidos você não sabe. Tanto que acho que a China tá se preparando. Você nota até com esse recu dos Estados Unidos, esses 90
dias para fazer acordos. Eh, nitinamente você vê que a estratégia da China é vamos botar cartas na mesas pra gente sobreviver pelo menos os próximos 3 anos e meio que o Trump vai ficar lá, porque quando ele trocar pode mudar tudo, né? Pode mudar tudo para melhor ou inclusive para pior. Só que eu não posso tomar nenhuma decisão estratégica agora com base no que ele vai falar. Até porque a democracia americana, a democracia liberal vai permitir que vai trocar grande, acho que até uma economista chinesa que fala que eu sempre cito a Kenudin, que ela
escreveu um livro que chama Além do capitalismo e socialismo, né? China além do capitalismo socialismo, que é uma economista, é uma chinesa que foi fazer lá o ensino equivalente ao ensino médio, né, nos Estados Unidos. Depois ela ficou, fez a graduação em Harvard e uma pós-graduação em Harvard e ela é professora de economia na London School of Economics e ela escreveu esse livro. É um livro muito legal de ler porque ela é chinesa e ela e ela analisa obviamente toda a economia, mas mais sobre o ponto de vista cultural, essa essa dificuldade que o Ocidente
tem de entender a cultura chinesa, a cultura oriental, né? Eh, e ela e uma coisa que ela fala a diferença, voltando pra democracia, é nos Estados Unidos troca-se os partidos, mas não se troca o governo. E na China é o inverso, né? Na China troca-se os governos, mas não se troca o partido. Então eles têm um um alinhamento estratégico de longo prazo. O que permite é o modelo de democracia que foi implementado na China, que é diferente da democracia burguesa, né? Então, a democracia burguesa, a democracia eh que é nos Estados Unidos vai permitir que
daqui 3 anos e meio a gente vai ter outro presidente americano, né? Ou eh então você não consegue pensar no longo prazo o que que vai acontecer. Até porque enquanto eles eram um império dominante, hegemônico, ainda tinha essa visão que é justamente que a economista falou, é, vai mudar os partidos, mas o governo vai ser o mesmo porque o interesse imperialista americano ia continuar sendo o mesmo. Entendi. Os Estados Estados Unidos deixando de ser um império, aí fica mais, digamos assim, incerto de qual será a política de estado do Porque eles tentarão voltar a ser
um império, né? É o Eu eu brinco assim que o que o Donathan tá fazendo é o último suspiro, né? de de tentar proteger a hegemonia da economia americana, que eu eu acho é irreversível. Isso não tem mais como ser feito, né? A nossa preocupação é assim, ninguém cai sem cair atirando, né? O problema é tentar cair atirando. E aí tem toda essa análise geopolítica que dá para se fazer com o cenário que que aí está posto. Mas voltando para pro modelo de democracia, as pessoas falam: "Ah, mas lá é uma ditadura. lá num eh
você sabe longo prazo, mas é porque não não se você estudar realmente o modelo que o Partido Comunista Chinês implementou na China, eh, e longe de paixões, né, de defesas que você tem, de viés ideológicos, se você estudar realmente como funciona, a democracia na China é muito mais evoluída do que a democracia americana, né? Porque lá na democracia chinesa você realmente vê a vontade do povo sendo respeitada. Apesar de todo mundo fazer essa crítica ditadura. Nos Estados Unidos a vontade do povo não é respeitada. A vontade que é respeitada nos Estados Unidos é a vontade
do poder econômico, que é representado por 1% da população. Aqui também. Aqui também. Aqui é respeitada a vontade de 1% da população do poder econômico, que se traduz em poder político. Como lá eles conseguiram blindar de que o poder político não seja influenciado pelo poder econômico? E aí voltando na história do Jack Mar, né? Ser bilionário, legal, mas você é só um bilionário. Quem manda aqui é o poder político, né? Eh, então eles conseguiram blindar no modelo da democracia chinesa a influência do poder econômico. Lá realmente quem manda é o partido como chinês. Só quando
você vê como foi estruturada a democracia dele, eles eles começam primeiro que lá é muito economicamente muito descentralizado. É como se a gente tivesse, se os prefeitos aqui no Brasil tivessem muito poder econômico para para fazer a gestão do estado, né? eh, fosse bastante descentralizada, eles conseguiram manter iso, eles conseguiram implementar esse modelo na China, até porque a a revolução chinesa foi de uma revolta camponesa, né, nos camponeses, eh, contra as dinastias lá imperiais que se e eles aprenderam muito, né, 5000 anos passando por todas essas dificuldades. Então, a revolução comunista chinês em 49 com
o Maedong foi justamente isso, uma revolução de camponeses e eles conseguiram, obviamente teve vários problemas, tá? Você vai entrevistar pessoas de perfil contrário que vai falar de um monte de gente morrer de fome. Obviamente tem suas contradições. Por isso que eu falo, a gente não tem que olhar farol ou fazer tudo que eles fazem, não. Até porque a base, a diferença é que a base filosófica lá é muito diferente. A gente nem tem base filosófica no Brasil. Lá tem, né? Eles são muito forte o confusionismo, o tauísmo. Eh, então esse negócio de ah lá é
uma ditadura porque não tem liberdade de expressão. Se você pega esse termo liberdade de expressão e pergunta pro chinês que é, eles nem sabem o que é isso. Isso não é importante para eles. Não é uma Exato. Cara, conversando com os chineses, eh, dessa oportunidade que eu tive, é muito interessante porque assim, eu percebi que muitos, ah, muitas coisas que a gente tem como elas são quase pétrias assim na nossa consciência de como deveria funcionar, como deveriam funcionar sociedades, eh, para eles não se aplica porque eles já estão há tanto tempo fazendo de outro jeito
que eles não ligam pro nosso jeito, sabe? O cara falou assim para mim, eu perguntei para ele: "Pô, mas e e é tal da não falei de liberdade de expressão, mas pô, e falar as coisas, cara, a gente não liga para isso não, cara. A gente tá em outra coisa, estamos pensando, estamos fazendo outra coisa e tudo mais. Eu várias coisas que eu ia falando para ele, ele olhava para mim assim, fala: "A gente nem pensa nisso, cara". Caramba, que doideira. Porque para nós são é a gente aprendeu eh que que que pô, é legal
o individualismo, é legal a gente pensar em ficar mais rico e tudo mais. E pros cara, é, não é que eles não saib não sabem nem que isso existe, é só que para eles não faz sentido cultural. Isso não é um valor. E e por isso que eu falo que a base filosófica ela é muito importante, né? Eh, inclusive nesse nesse livro da Keudin, ela mostra uma pesquisa que foi feito por um fim que tem que até ligado a Harvard, tá no livro dela, que eles fizeram a pesquisa nos Estados Unidos, na China sobre liberdade,
né? E aí em escalas de prioridade, eh, escala de prioridade, a liberdade lá no liberdade é importante pro chinês, acho que para 20 e poucos por nos Estados Unidos é 94% é o conceito da liberdade. É prioridade, ser livre mesmo, né? Porque a gente livre mesmo. E ela questiona, é que que é liberdade pro chinês? O que que você falou? Você conversar com o chinês, ele primeiro ele não vai entender muito sua pergunta. Tipo, a liberdade para quê? Para xingar o presidente, para que eles falam: "Ah, o xijinim lá, eles não deixam ser criticado". Não,
eles não criticam assim, obviamente vai ter um uma pequena parcela, mas como sociedade, como civilização, eles têm um respeito muito grande pela autoridade. Isso não é só na China, no Oriente como um todo, né? Então, e é para eles é impensável. Você vai no Japão, é impensável você pegar qualquer japonês, por mais revoltado que ele esteja, ele xingar o imperador. Para nós é simpl nós é normal. Você quer xingar o presidente, você xinga, você faz um monte de coisa, grava vídeo, fala mal lá. para eles é uma coisa que nem entra na cabeça deles eles
fazer isso. Isso tem a ver com o confusionismo. O confusionismo é muito baseado na ordem social, na harmonia, na ordem social, muito baseado no respeito à autoridade, no respeito aos mais velhos. Você vê isso muito claro no Oriente. Então eles não têm esse negócio. A gente fica aqui criticando e falando: "Ah, você não tem democracia, você não pode criticar o governo". Primeiro, para ele tá dando certo. Tirou um bilhão de pessoas da da extrema pobreza, pessoas que não conseguiam nem se alimentar direito. E nessas pesquisas que eles fazem pro chinês, o importante para ele é
segurança, mas não é só segurança física, é segurança alimentar, é poder ter acesso a um bom emprego, é poder sustentar sua família. E eles têm, como você citou aí do nas sociedades orientais, eles não têm essa visão individualista, eles são muito mais coletivista do coletivo, né? Então a gente viu aqui na Copa mostrar muito exemplo dos japoneses recolhendo lixo nos estádios. Eles isso é natural do do oriental, né, dele pegar. Ele mesmo que não tenha sido lixo, ele vai lá e pega. Que ele fala: "Putz, tá sujando o ambiente, vai vir outra pessoa depois de
mim". Ele não tá pensando nele, ele tá pensando no coletivo, né? Isso a gente não vê no ocidente, essa visão coletivista é muito da competição, né? Da compara, que é uma, que isso é uma característica do capitalismo, né? esse negócio da competição, da comparação, você tá com um iPhone 16, o meu é o 13, putz, eu queria ter o 16. Tem muito isso, isso aí, esse tipo de coisa você não vê muito no Oriente. Eh, no Japão talvez isso esteja mais um pouco, porque o Japão depois da Segunda Guerra Mundial ele foi colonizado pelos Estados
Unidos, né? O Japão virou uma colônia Estados Unidos, né? Então assim, você ainda você vê muito essa influência do soft power dos Estados Unidos no Japão, né? E você não vê muito essa influência ainda na China, apesar de ter, né, lá lá eles gostam de luxo, essas coisas, mas você não vê muito essa influência. E aí vem a crítica. Ah, mas lá não tem o YouTube, lá não pode ter Facebook, não pode ter Google. Será que eles estão errados? Eles eles não ligam muito no fim das contas, sabe? É doido, porque assim, parece para nós,
é, nossa, como assim os caras não deixa você entrar no YouTube e tudo mais. E é doido porque assim, aí alguns dirão: "Ah, os caras são conformado e tudo mais". Bom, eu eu eu gosto da ideia de que putz, os cara existem há quase 6000 anos, né? Então assim, não é possível que os caras não não entenderam um monte de coisa ao longo desse caminho aí, como é bom para eles viverem mesmo. Então a gente pegar e e tentar eh imprimir a nossa o nosso modo de vida ou usar o nosso modo de vida como
lente para olhar a vida dos caras que estão vivendo de outro jeito há maior tempão, é, não é nem a gente não vai entender nada, não é nem não é justo com ninguém, porque a gente não vai entender nada, a gente vai ficar, nossa, os caras são escravo que não sei o quê. E aí pensa na em como a gente é aqui com o capitalismo financeiro, por exemplo. Eh, a gente fala em liberdade para caramba e tudo mais. Quero ser livre para xingar os outros e tal. Eh, mas [ __ ] o que a gente
faz é trabalhar para pagar conta, pô. É que que que tem de livre? Eu sou eu sou livre para xingar, eu sou livre para dar chil, sou livre para fazer todas as coisas, só que eu vou te escravizar de outro jeito, é, né? Vou te escravizar pelo poder econômico. Então, as as elites econômicas, a classe dominante nos escraviza de outra forma, né? Eh, então a gente tá falando da tecnologia, né? Esse é, a gente tá num grande dilema aí com esse negócio de regulação das redes, tal. A gente tá num o que a China fez
lá, que eles consideram que é é fechado justamente que proibiu Twitter, proibiu. Eh, mas quando eu faço uma uma visão mais filosófica assim, eh, esse poder de influência que os Estados Unidos tem, esse soft power, o poder semiótico, tá tá vindo através das bigtags, né, da tecnologia, né? Então, se a gente fosse fazer uma analogia hoje, isso aqui hoje é o grande problema da humanidade. Eu concordo. É o grande problema. Isso aqui, se eu fosse comparar, é, Isso aqui é o plug da nuca lá do Matrix. É, isso aqui é é um cérebro na nossa
mão, né? É um outro cérebro. Só que ele é um outro cérebro que ele te entrega um monte de coisa que talvez você não, que te atrapalha. Porque tava conversando com o Miguel Nicolelles aí semana passada, eh, o, o, o nosso kit, o ser humano, já existe h do mesmo jeito há muito tempo, né? Sim. Então, eh, a, a, a gente ainda é uma, e se a gente for pensar que há 30 anos atrás, não é muito tempo, não tinha nem internet em casa, né? Agora a gente tem um um um a gente não faz
mais nem pesquisa no Google, a gente já vai numa inteligência artificial, então muita coisa mudou para caramba mesmo. E isso, o celular ele entrega pra gente tanta coisa para um animal que não tá, que ele tava preparado para lidar com a própria comunidade. Agora a gente tá lidando com o mundo inteiro de uma vez só. Então eu concordo contigo que eu também acho que esse daí é o grande problema da humanidade. Eu falo que é o plug da nuca, porque hoje você vê as pessoas quase que 100% influenciada porque ela vê aqui, né? O que
isso aqui consegue entregar pra gente de informação, eh, de ideologia inclusive, né? Então, é como se isso aqui tivesse plugado na gente e fazendo, instalando, né, o software que a gente tem que utilizar, né? Então, acho que a gente tem um um grande problema hoje na humanidade, na sociedade, é a tecnologia. É a forma que a tecnologia tá sendo utilizada para nos dominar. né, nos manipular em geral, assim, se eu fosse colocar a culpa para valer em alguém, a gente eh eu diria que eh as redes sociais e as bigtecs, elas ficam tentando manter a
gente o tempo inteiro dentro das da do Facebook, do TikTok, tudo mais. E e a entrega de conteúdo infinita pra gente é o que, pô, quem nunca ficou lá aqueles 20 minutinhos antes de dormir no TikTok, quando tu vai ver já passou 2 horas, né? Então assim, eh, tempos esquisitos, né? Não, e tem e tem acho que você falou com o Nicoeles, né? Ele ele fala muito sobre isso. Tem muito muita digamos muitos estudos para saber como cada vez nos dominar mais, né? Negócio de você ficar passando tal, ele descobre o que que você gostou
de ver e sabe que é aquilo ali que causa prazer em você. Aí o próximo vídeo que vai te passar é alguma coisa muito parecida com aquilo. Então ele vai descarregando sensações de prazer, né, de dopamina, endorfinando em você. Aí você aí você ele vai te viciando, você vai ficando cada vez mais e aí quando ele consegue o algoritmo consegue entender o que que te influencia, eles começam a utilizar a o algoritmo para mostrar para vocês o que eles querem, né? Para te manipular, para formar tua consciência. Então acho que a gente tem um grande
problema hoje de consciência humana, né? Sobre o ponto de vista filosófico, né? Como é que a gente dentro da nossa essência, não da sua, digamos que você é o cara da BigTech? Aham. Como é que eu blindo a minha essência como ser humano da sua, dos seus interesses, que obviamente por trás sempre tem um interesse econômico, inclusive, né? Eh, porque por mais que você manipule politicamente e tal, no final é um interesse econômico. Eu quero mais é ficar mais rico, né? Você tá utilizando a política de várias formas, mas para ser ter um sempre um
interesse econômico por trás. Como é que eu blindo a minha essência de ser humano para não ser influenciada pela pelo seu interesse? Aham. né? E a gente só consegue fazendo isso, fazendo uma viagem para dentro de si mesmo, sem influência externa, né? Que aí é o que nos ensina a filosofia, né? A gente curung já falava, né? Mais fácil a gente criar uma um mecanismo, uma tecnologia para ir pra lua, é muito mais fácil do que viajar para dentro de si mesmo, né? Então a gente tem que cada vez mais quem quem sou eu, Igor,
né? Nasci, fui criado, tal. em a partir de que momento o mundo externo começou a ser me influenciar muito mais do que a minha essência como ser humano, né? Então acho que a grande luta hoje da humanidade é contra isso, só que é uma luta desigual, né? Eh, o que as bigtecs fazem, por isso que eu falo, será que a China tá errado de ter proibido eles de entrar lá? Eu acho que não. Se eu fosse pudesse, tivesse esse poder para voltar atrás aqui no Brasil, eu teria feito isso também. Só que a gente hoje
tá completamente dominado pela tecnologia, né? A gente hoje ninguém lê um livro total. O cara quer entender o negócio, quer ver um vídeo de 3 minutos no YouTube e acha que e o pior que ele vê e acha que é o experto assunto, né? Aí ele começa a discutir no grupo de WhatsApp da família, dos amigos, ele já acha que ele é o bambã do assunto. Eh, as pessoas não querem mais pesquisar com fontes, digamos, imparciais para ele formar a sua própria consciência. Então, o problema nosso que a nossa consciência tá sendo formada pelos outros,
né? E obviamente por trás disso tem uma grande estratégia aí para nos escravizar. É, tu tava falando mais cedo com eh que você tava eh na época que tu tava trabalhando com só dava para você ser o neoliberal porque esse era o o os seus pares, era era o que você lia, o viés de confirmação e tudo mais, mas em algum momento tu consegue se libertar desse ciclo aí e começar a olhar as coisas por um outro ângulo, que é uma transformação um tanto ah incomum, não é? Bem bem comum e radical. Eh, às vezes
as pessoas ficam tentando achar qual foi aquele ponto de virada, né? O momento ali que você virou a chave. Eu acho que a chave ela vai virando aos poucos, né? São vários, é uma sequência de eventos que vai acontecendo que ajudam você a virar essa chave. Então, olhar o mundo de uma outra forma e começar a a, por exemplo, o cara, o neoliberal que tá acostumado a ler só coisas assim ou andar com pessoas assim e tudo mais, ele vai olhar pra China e ele vai fazer uma análise baseado naquilo que ele acredita. de maneira
fundamental e às vezes descolado da realidade, né? Como é que foi? E para tu, para mim, assim, eu o eu eu eu tentando contar um pouquinho dessa história, né? Como foi essa esse ponto de virada, eu sempre fui muito work holic, assim, trabalhar muito, né? Desde os 10 anos, meu desde os 10 anos meu filho tá aqui. Quando eu trabalhava com MN assim, eu não saía do Eu sempre brinco, né, que assim, cheguei num ponto que eu descobri que eu tava louco, que quando eu vim aqui para São Paulo, eu morava em Brasília e eu
tinha duas startup aqui, minha empresa de MNA era aqui, né, que o São Paulo é o centro de tudo. Eh, então assim, duas vezes por semana eu tinha que vir aqui, era já tava na agenda, né? E como eu dava aula à noite em Brasília, eu tinha que vir e voltar, fazia o famoso bateevolta só quando surgia e são são grandes negócios, né, em Eminês, então surge, ah, opção é uma reunião aqui agora. Então eu vinha, então era comum eu vim quatro vezes para São Paulo assim, bater e voltar. E aí chegou num momento assim
que duas vezes aconteceu comigo, eu falei assim: "Eu tô ficando louco, né? Porque de você tá no aeroporto, você não saber, em algum momento você abre o você não sabe se você tá chegando ou saindo." Nossa, loucura. É, tinha uma vez que eu que eu eu acho que foi eu embarquei, aí você embarca também na correria do dia a dia, telefone, não sei que tal, embarquei, daqui a pouco eu peguei e desembarquei e saí. Aí saí, já falei, vou pegar um táxi, não sei o quê. Eu falei assim, não, não, acabei de entrar, eu na
realidade eu tô indo embora, né? Não tô, não tô chegando. Ainda perdeu o voo. É. E aí eu, eu fiz isso duas vezes. Eu falei: "Cara, tem, tem, tá, tem alguma coisa errada assim nessa correria, né?" E foi quando eu comecei a falar assim, acho que tá na hora de eu seguro, dar começar a dar uma desacelerada, tal, né? Mas aí aconteceu um evento trágico, né, na minha vida. Eu fui preso. Aham. Em 2018, né? Já contei essa história, inclusive contei a primeira vez que contei foi aqui no Critiqu, né? Essa história aqui foi o
Critique foi um divisor de águas aí na na minha vida que eu eu também tinha esse negócio de não me expor demais, não participar, né? O meu canal já era até mais ou menos grande. Eu nunca aceitei fazer colab, nunca aceitei e em outros programas. É, mas aí incentivado minha esposa, né, ela falou assim: "Não, você tem que ir porque você tem que falar, né? Você tem que contar sua história". E aí foi quando eu contei aqui no Critique, né? Que eu, na realidade eu fui, eu fui o presidente de uma empresa, fui o cara
que foi lá, acabei com a corrupção, devolvi o dinheiro pro estado e dois anos depois eles montaram uma operação e me prenderam, né? E eu achei que ia ficar uma noite preso, alguma coisa assim, ó, vamos prender, vamos fazer, vamos fazer o meu, pegar meu depoimento e vamos me soltar, né? Eu fiquei 80 dias preso, né? Eh, nossa. E aí 80 dias presos. Vamos lá. Primeiro, tu não sabia que tu ia ser preso, né? Não sabia que nem imaginava, né? Quando os caras, como é que é receber a notícia que tu vai ser preso, cara?
Cara, quando assim, eu acabei com com a corrupção num contrato do Detran do estado de Mato Grosso. Uhum. Momento seguinte, eu assumi a empresa. Com 10 dias eu notifiquei, era um contrato de sociedade em contos de participação, que o que esse contrato recebi R 1 milhão deais por mês. E aí eu notifiquei no dia 10 a lei diz que você tem que notificar com 10 dias etc. Então notifiquei no dia 10, no dia 20 de janeiro eu assumi a empresa em janeiro. No 10, no dia 10 eu notifiquei, no dia 20 eu cancelei o contrato.
E aí esse dinheiro que era pago para essa empresa, eu devolvi pro estado. Fevereiro eu fui, procurei o governo, procurei, sentei com o presidente do Detran e o presidente do Detran fiz um acordo com ele, fiz um tema aditivo. A concessão era 90% pra empresa e 10% pro estado. já era meio estranho, mas a lógica matemática, eu sou bom em matemática, os caras tinha feito é assim, eh, em vez de ser 50, vamos fazer 90, 10, aí você recebe 90 e devolve 40 para mim. Era a lógica matemática era essa. Então eu fiz a continha
rápida lá, falei: "Não, isso metade é do estado". Aí eu sentei com o Detran do Mato Grosso, fiz um termo aditivo e devolvi os fiz um termo aditivo e passou a ser 5050. Aham. Tanto que nesse período em que eu fiz aí até o dia que saiu a operação empreendiro, assim, era quase R milhões de reais que eu tinha devolvido pro estado. Só que eles tinham feito uma operação eh até 2014, que era o governador, o ex-governador do Mato Grosso, que tinha ido até 2014 e eu assumi a empresa 2015 com o novo governo, né?
E eles tinham feito uma operação porque esse governador tinha sido preso e ele tinha numa delação dele, ele entregou todo esquema, não só do Detran, como no estado todo que ele tinha feito. E aí eles fizeram uma operação no início de 2018 n em cima dessa delação desse governador. E aí eles não não me atingiu, mas meu nome tinha aparecido lá na quebra cío bancária. A imprensa começou a bater, que eu na época eu ia toda semana dar entrevista na Globo, eu era um cara conhecido, você começaram a bater em mim, eu achei estranho. Mandei
o advogado, o Ministério Público não quis me escutar. por duas vezes. Aí meu advogado falou: "Tá estranho, né? Não quis escutar, não quis." Da primeira vez que ele foi, aí o Ministério Público falou assim: "Não, não quer escutar ele não. A menos que ele tem alguma coisa importante para falar". Meu advogado muito experiente, ele voltou e falou assim: "Ó, Cobor, ele falou isso, não quer te escutar, menos que você tem alguma coisa importante para falar. Eu vou traduzir para você. Eles querem que você faça uma delação." Foi bom. O princípio da delação é: você assume
um crime e entrega os comparsos. Aí eu não cometi nenhum, então deixa para lá. Aí passou uma semana, a imprensa continuou batendo meu nome. Achei estranho, o advogado foi de novo, Ministério Público falou que não queria me escutar. Aí o meu advogado voltou e falou assim: "Cobor, é muito estranho eles não quererem te escutar. Você foi presidente da empresa?" Nem que fosse por curiosidade. Vamos escutar o cara, né? O cara foi presidente da empresa. Vamos fazer o seguinte, vamos botar tudo numa petição aqui, né? Peguei o quebra de sig bancário, botei tudo o caminho do
dinheiro, follow demandi tudo, né? O dia que entrou dinheiro, o dia que saiu, quando eu fui presidente da empresa, o dia que a dinheiro entrou, saía no dia seguinte, como eu tinha meus negócios e eu aceitei ser presidente da empresa depois de de muita insistência, eu não foi até que me ajudou ali no na def porque eu não precisava do dinheiro teoricamente. Então tudo que eu recebia ia para um fundo de investimento, né? Entrava na minha conta, no dia seguinte ia pro fundo, entrava na minha conta, recebia um bônus, ia pra conta. E aí eu
t na petição e nessa época eu fui presidente, foi lá o caminho do dinheiro, inclusive o dinheiro era meu ainda, né? E aí eles fizeram uma segunda fase da operação em maio de 2018. E aí já tinha sentado com os advogados e advogados falou: "Ó, se você for presidente da empresa, você tem um risco de busca e apreensão. Isso é sempre vai ter, né? E então não se assusta e tal". Obviamente eu me assustei quando eles foram em casa. Deve ser uma horrível. Mas depois eu lembrei, falei: "Não, ele falou que eu tinha um risco
de busca e apreensão". fizeram busca apreensão, tal, aquele constrangimento, revirando sua casa, mexendo, pegou minha família, põe tudo, toma o celular, todo mundo, revira sua casa, o estrangimento, mas eu já tava, meus advogados já tinha indo lá em casa, já tinha chamado, tava tranquilo. Aí o cara me chamou no fundo de casa assim e falou assim, ó, tirou o papel, falou assim: "Tenho andar de prisão contra você". Aí [ __ ] daí isso eu não esperava, né? Isso foi um bac e tal. Nossa, essa hora aí cai o mundo, né? Nossa, o mundo cai e
tal. Eu fiquei preocupado com a minha família, com minha esposa, falei que eles estavam num cantinho lá isolado. Aí meu advogado falou assim: "Ó, vai ter que falar, né? Você vai ter que contar lá porque eles vão te levar embora". Aí passou um uns 15, 20 minutos, aí foi lá, contou, minha esposa chorou, meus filhos putos ficaram e e eu morava em Brasília, né? E a operação era no Mato Grosso. Eles me pegaram de lá e me levaram pro estado, botaram dentro do avião, todo aquele constrangimento, né? Você viajar como como preso, né? um policial
de cada lado seu, você e aí fui lá, mas aí eu fui nessa expectativa, os advogados falou: "Ó, não faz sentido nenhum esse mandar de prisão, né? Fica tranquilo, a gente e os meus advogados assim, e eu graças a Deus eu tinha muito bons amigos e eram advogados assim de ponta. Meu advogado que me orientou no dia que eu tava lá era o advogado do Eduardo Cunha. Entendi. Entendi. Então o pessoal que conhece conhece muito gabaritado. Eu tinha me aconselhado no quando antes de assumir a empresa, eu me aconselhei no escritório do Cacai com sócio
do Cacai. Entendi. Eh, então assim, eu eu sempre fui um cara profissionalmente muito preparado. Então, mesmo antes de aceitar assumir empresa, eu eu me eu me consultei, me preparei. Quem fez a governança corporativa da empresa antes de eu assumir para que eu puder assumir foi o BMA, que é o escritório de especialista em fusão e aquisições do Jorge Paulo Lema. Então era só os caras quem fez toda a minha contratação, foi tudo com base no num num relatório da Michael Page, que é o maior recrutador executivo do mundo. Então eu sempre fui muito profissional nisso
para me proteger, né, nessa parte jurídica que já. Então foi esse pessoal que foi quando eles viram falou: "Não faz menor sentido". E aí quando você acompanha a TV você sempre fala: "Tem aqueles cara que prende e no outro dia tá solto, né? Solta tal". Ele falou: "Ó, fica tranquilo, a gente vai resolver isso, vai te soltar". E eu fui na expectativa de ficar um dia, no máximo dois dias preso e sair, né? E inclusive quando eu fiz o depoimento, que eu consegui fazer o meu depoimento no segundo dia, dormi uma noite na numa prisão
horrível lá e depois eu fui fazer o depoimento no outro dia. E aí no depoimento um negócio ridículo, assim, a eles me prenderam com tentativa de obstrução justiça que não era, era uma mentirada da nada. Eles tinham pegado só um trecho de uma mensagem que não tinha nada a ver comigo, umas coisa absurda. Eh, e aí eu descobri que era a delação do dono da empresa que eu fui presidente. Aí essa delação do cara era coisa mais ridícula do mundo, assim, tipo, contratei o cobore para acabar com a propina. Eu olhei pro advogado, pro delegado,
falei assim: "Mas a empresa é dele, que ele precisa me contratar para acabar, por que que ele não acabou?" Aí eu entrei e acabei. Falei para ele, tá aqui, devolvi, não só acabei como devolvi pro estado. Teoric, legalmente eu nem precisaria devolver pro estado, porque foi uma concessão pública, tava lá, era 90% da empresa, 10% do estado. Se eu não quisesse, se eu quisesse só acabar com a propina e não devolver, legalmente tava tudo certo. Só que eu achei correto devolver. Então eu falei assim, inclusive eu eu entrei, acabei e devolvi pro estado, né? Daqui
termo aditivo é público, o negócio tá lá. Aí eu saí em 2016, eu fiquei 1 ano e meio na empresa, saí em 2011, em 2016 eu saí. E aí na delação do cara ele admite que depois que eu saí, ele voltou a pagar. Entendi. Eu falei pro delegado, você não achou meio estranha essa história dele? Primeiro que ele não precisa me contratar para acabar. Aí ele me contrata, eu acabo. Aí eu saio, aí ele volta a pagar. Quem que você acha que queria acabar com a propina? Aí ele fez a delação, contra essa monte de
mentira. Aí ele tá solto e eu tô preso. Aí assim eu fiquei 7 horas depondo no Ministério Público. Fiquei 7 horas no final assim eu eh tava tão constrangedor que quando começou o o depoimento tinha dois delegados, a escrivã e cinco promotor de justiça, né? Quando acabou o o depoimento, só tinha um promotor de justiça, os dois delegados. os outros assim quando eu olhava assim porque era constrangedor assim a entendi a o tanto de incongruência de mentira que tinha na delação do cara. Tanto que o delegado depois me pediu desculpa, né? Ele era até um
descendente japonês. Ele falou: "Ó, com Boris, fica tranquilo, isso vai passar, você vai dar volta por cima, tal", né? Foi o momento que eu chorei no depoimento. Eu olhei para ele, falei assim: "Maçal, você é Nirondin, né, que é japonês, você sabe a importância que tem o nome da família pra gente, né?" Eu falei: "Olha o que vocês estão fazendo". Ele: "Putz, levantou, aí ele me levou para fora, né?" Lembra? Falou: "Fica tranquilo, você vai passar, né? Tudo todo você vai passar, você vai ficar bem e tal". Eu falei: "Porra, vamos me soltar, né? Depois
disso, é, vou soltar. Eu fiquei 80 dias preso." [ __ ] do pior deve ser, [ __ ] não, hoje eu vou embora, aí não vai, aí, [ __ ] hoje eu vou embora aí não vai. Hoje eu vou embora e não vai 80 vezes. E e todo dia chegava recado, tipo, cara, não fizer uma delação, você não abrir o bico, você não colocar o que eles queriam pegar o governador, né, do estado, que era o Pedro Taxi, que ele é muito amigo inclusive do Flávio Dino, né, ele quando ele entrou na na política, ele
era do PDT, depois ele virou acho que governador do estado pelo PSDB com assim que eu conheço, um cara muito correto. Tanto que quando eu eu assumi e fui lá, a própria eu falei: "Eu quero devolver". A própria orientação deles era devolver. Eu garanto para você que a maioria dos estados fala assim: "Não, eu vou mandar um cara te encontrar e você para de pagar para aquele paga pro outro", né? Ah, não duvido não. E e a orientação foi: "Não, procura o presidente do Etran e regulariza". Isso foi o que eu fiz aí. Aí o
aí o o o STF que tem que mandar de soltar, não é? É como como eles fizeram a operação e eles prenderam muito várias pessoas além de mim, né? E tinha político envolvido, deputado, essas coisas. Então ele já, como era deputado, já começou na segunda instância, né? Já começou no Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso. E aí eles, enquanto o Tribunal de Justiça pôde segurar o processo lá, eles seguraram e tudo, todo pedido que tinha, abas corpos, eles negavam, negavam. Aí quando tinha um prazo que eles abrem, que aí tem que subir pro
SDJ, tá? Aí eles não cumpriram esse prazo, tipo, tem 10 dias para mandar pro STJ. Eles passou 20 dias, não tinha mandado. Eles só mandaram quando meus advogados entraram no STJ com várias reclamações. Aí eles receberam tipo um puxão de orelha do STJ, tem o prazo e tal. Aí eles mandaram para STJ. Só que como aquele aquele momento era um ambiente da Lava-Jato. Aham. Sim. Nenhum juiz ministro tinha coragem de soltar ninguém e tava toda a opinião pública a favor da Lava-Jato, né? Toda opinião pública a favor. Então assim, aquele ambiente, meus advogados já te
falam, vai ser muito difícil alguém, algum juiz ter coragem de pegar, ler e mandar de soltar. Assim, eles, o papel advogado, ele, ele sempre te dá a real, né? Uhum. Então, às vezes eu reunia com o advogado para ter esperança, eles falavam: "Ó, tá complicado, tal, o momento é é difícil". Tanto chegou no STJ, o STJ não me soltou e nem leram porque o meu processo era tão ridículo que se lesse eles tinham me soltado. Porque existem requisitos no có de processo penal para te prender preventivamente, né? Sim. E era inclusive um momento que eles
estavam discutindo se podia te prender na segunda instância, né? Lembra? Tipo, lembro. E aí, imagina se prender preventivamente sem nada. Não tinha nem denúncia, não tinha nada. Eu, o cara chega simplesmente que te leva, por que que eu tô preso? Porque eu quero que você faça uma delação. Não interessa. É, você tá sendo preso aqui porque você tá obstruindo a justiça. Mas o que que eu fiz? Não, entendeu? Eu acho que você tá obstruindo, então isso é suficiente. Entendi. É, então é isso que tava acontecendo aí. Mas o STJ também assim pelas recusas, né, dos
recursos, dos pedidos, ele também não tinha lido, né? E aí minha esperança, falei: "Se chegar no STF no soltar, eu vou ficar preso, né?" E aí a gente armou todo um um uma estratégia que eu falo, fui privilegiado por isso, porque eu conhecia pessoas que tinham acesso, né? Assim, um grande amigo meu que é advogado, ele conhecia o Gilson Dip, né? Gilson Dip até faleceu há pouco tempo. O Gilson Dip era foi tinha sido ministro do STJ e foi o cara que criou as câmeras especializadas de lavar dinheiro e corrupção, que era justamente o que
eu tava sendo acusado. Entendi. E o Gilson Dip era o ídolo do Sérgio Moro, né? O livro do Sérgio Moro de Lavagem dinheiro, ele dedica ao Gilson Dip, né? Só que depois que estourou a operação Lava-Jato, o Gilson Dip passou a ser o maior crítico da Lava-Jato, né, pelos métodos que eles estavam utilizando. E aí meu amigo levou o Gilson Dip, leu, falou: "Cara, é um absurdo, seu amigo tá preso?" Tá, não, isso é um absurdo, tal. Pode deixar que como ele era um cara muito respeitado, né? inclusive no STF, muita ele é um cara
muito conhecido e respeitado. Aí ele conseguiu ser atendido, né, pelo na realidade quem me soltou foi o Dias Tofley. Ele conseguiu ser atendido, obviamente quando leu. O que eu falar desde o início do J falou, a gente precisa de alguém que lê, né? Se o cara lê, tipo assim, é um negócio tão absurdo. Se o cara lê, fala: "Não, não é possível, né? Isso tá acontecendo." É, obviamente quando ele foi despachar lá e o cara leu, falou: "Não, aí mandou me soltar, né?" Mas aí só isso só depois de 80 dias. E mesmo soltando, tem
tem as medidas cautelares, né, que era meio que uma prisão domiciliar, né? Eu saí da prisão, mas não podia sair de casa. Aham. Não podia trabalhar. Eles negaram, meus advogados pediram para eu dar aula. Eles não deixaram voltar a dar aula, não deixaram nada. Eu não vi. Os caras não queriam que você vivesse. Então é, não queria. Eu fiquei três meses assim, depressão profunda assim de não, de perder o sentido de tudo, sabe? E aí com com o incentivo da minha esposa foi quando eu abri meu canal do YouTube, né? O que você faz dentro
de casa, você não pode sair, né? É, só tem que ser pela internet, né? E aí eu fiz mais por uma ocupação assim, porque como eu sempre fui professor, palestrante, eu sempre gostei de ensinar, né, de de falar e eu falei: "Vou abrir um canal no YouTube e vou ensinar finanças, vou ensinar economia, né, essas coisas". Foi foi aí que surgiu o meu meu canal do YouTube, né? Fazendo isso. E como é que isso te ajuda a a mudar o jeito que você enxerga o o sistema financeiro, o capitalismo e tudo mais? Pois é, primeiro
e tem uma coisa que eu acho interessante que eu falei para você que eu não tinha tempo, né? Uma coisa que você muito tem muito na prisão é tempo. Aham. É, entendi. E pelo menos eles deixavam entrar livros, né? Então, minha esposa levava livros para mim, que eu gosto de ler, né? Então, ela levou vários livros e eu e eu tenho também um problema de de traf que eu sou um cara muito racional, né? 100% racional e muito pouco emocional. coisa do de trauma que eu aprendi a a bloquear as emoções para não sofrer, né?
Esse tipo de coisa que todos nós temos algum tipo de trauma, né? E eu já tinha lido um livro do do Antônio Damázio. Antôo Damáio é um é um neurocientista também, o acho que o Nicoles deve conhecer ele bem. Ele tinha um livro que chama O erro de Descartes, de Descartes, né? Que ele fala justamente porque o Decartes era racionalista, né? Então ele ele falava, o Damas, ele falava muito sobre esse negócio de razão e emoção, né? O que que vem primeiro? E aí eu reli esse livro, putz, gostei demais. E aí eu pedi para
minha esposa comprar um outro dele que chama Estranha Ordem das Coisas. E esse outro livro dele, A Estranha Ordem das Coisas, ele fala que na realidade é foi a emoção que criou a razão, né? É a emoção. É um livro difícil de ler assim, mas ele fala de homeostase. Ele é um cara muito preparado. Ele estranha o quê? A estranha ordem das coisas, tá? Eh, essa relação da razão e emoção. Depois eu li um outro dele, chama o Ministério da Consciência. Então isso acabou assim, não quase a obra inteira do cara. É, então isso são
livros assim que falam muito sobre talvez essa deficiência que eu tinha, né, de Aham. de ter bloqueado minhas emoções, tal. E então na a prisão me deu muito e livros de economia que eu já tinha lido, que eu gosto muito do Daniel Canan, que é Nobel em economia, né? E ele escreve, tem um livro muito bom que chama Rápido e Rápido e Devagar, duas, duas formas de pensar, né? Uhum. que ele fala sobre os dois sistemas que a gente tem no cérebro. Um, o sistema um é mais intuitivo e o sistema dois é mais analítico,
né? Uhum. Só que a gente usa o tempo todo só o sistema um. Primeiro, é, é até por um que o que o Caniman explica no livro, assim, até por uma questão de sobrevivência e é teoria da evolução mesmo, a gente não pode ficar analisando tudo que a gente vai fazer, né? Então eu sempre dou o exemplo lá do carro, n? Você aprender, quando você tá aprendendo na autoescola, você fala: "Ó, agora tem que pisar no freio, agora tem que engatar, agora tem que acender a luz", né? Você aprende isso uma vez, depois o seu
sistema um aprende isso, você faz isso automático. Imagina se a gente toda vez tivesse que ficar pensando, né, vou pisar aqui, você não ia fazer nada na vida. Os efeitos disso daí é toda vez que eu saio de casa eu venho para cá. A menos que eu esteja prestando atenção, eu acabo vindo para cá. É. E aí eu tava até, acho que eu fui lá no no Flow News, o Megalho tava falando, né, que no dia que eu fui, ele ele enganosamente tava indo pra Band no sistema um dele. Sai de casa, vai pra Band.
Ele falou: "Não, pô, eu tenho que ir lá pro pro Flow, né?" E aí o que o Cânima prova, né? Né? Ele ganhou o Nobel pela teoria da perspectiva, né? Que ele provou Aham. que a gente, como ser humano, a gente não é 100% racional, né? A gente, na realidade, e ele provou na teoria que a gente, o sentimento de perda nossa é muito maior do que o prazer do ganho. Total. Então, porque até até então a teoria racional diz que os seres humanos, principalmente no mercado financeiro, né, em economia, tomam sempre decisões racionais, partem
do pressuposto que nós somos racionais, né? E o que e e para você, o lance disso é ser muito mais racional do que emocional, eh, talvez tenha tenha funcionado bastante do do ponto de vista profissional, mas isso não atrapalhava em casa não, cara. Claro, as suas relações humanas são muito mais pobres, né? Se você é um cara 100% racional, igual eu obviamente me dou bem com meus filhos, tal, eu acho que eles, eu acho, né, que eles gostam de mim e tal, mas esse modelo de família de propaganda de margarina em casa não. Em casa
sempre fui, foi muita coisa muito racional, muito autoritária assim, né, até pelo pelo estilo oriental, assim, mais militar. Uhum. Então essa essa parte do afeto, do carinho é 100% prejudicada, né? Quando você tem isso, isso e e os livros do Damas é bom, porque isso mostra o quanto o nosso racional também é influenciado negativamente quando você não você não tem o seu sistema de emoções bem desenvolvido, bem experiência, né? O seu racional também fica prejudicado com isso, né? nas suas decisões, obviamente, e talvez eu tenha tido muito sucesso no mercado financeiro por esse lado racional,
mas isso hoje me prova como o as pessoas que estão envolvidas no mercado financeiro t essa deficiência também, entendeu? Você eh você não consegue o seu sistema de sentir compaixão, sentir empatia, fica prejudicado, né? Quando você tem isso muito pouco desenvolvido. É, mas o outro lado muito assim, se o outro lado tá dominando também, ou seja, o o melhor é o equilíbrio, como tudo na vida, né? O melhor é o equilíbrio. É, é o melhor é o equilíbrio. O que e o que eu e o que, digamos assim, falar: "Ah, você virou quando você estava
na prisão, não. Acho que ali foi o início." Uhum. Então, uma coisa que me ajudou muito e eu procuro tirar um proveito, as pessoas falam: "Você tem uma recordação ruim da prisão?" Cara, eu só tenho boas recordações dos 80 dias que eu fiquei preso. Como isso é possível? Porque o meu problema tá no mundo externo, sabe? Ali na prisão, porque as pessoas acham fisicamente, né? Ah, tá preso, tá, come mal, tudo. Eu eu só consigo ter boas lembranças dos 80 dias que eu fiquei preso com as pessoas que era, nós éramos sete na na cela,
né? Com as pessoas que estavam lá. Eu tenho só boas lembranças. A minha agonia, a minha angústia toda tava do lado de fora do que estavam falando de mim, da minha vida que tava sendo destruída, da minha carreira profissional que tinha acabado, tava tudo ali. O período que eu fiquei preso, a convivência que eu tive, eu tenho boas lembranças. E depois que eu saí, né, eu fiz uma pós em filosofia, eu eu tem uma frase do Sart que eu que eu gosto muito, né, que do Jean Paul Sartrick, ele fala: "Não importa o que fizeram
com você, importa o que você vai fazer com o que fizeram com você", né? Eh, e eu tiro, eu tiro boas lembranças. Então, assim, esse momento virado, primeira coisa excelente dos 80 de tá preso. Eu eu me desintoxiquei disso aqui. Ah, entendi. Entendi. Quando eu até hoje eu não tenho necessidade de ficar olhando o telefone. É muito difícil olhar. Tem gente que reclama, né? Pô, te mandei uma mensagem 8 hor da manhã, você responde só no outro dia. Tem dia que eu não olho o telefone. Então, acho que isso foi uma terapia de choque ali
que eu me desconectei da tecnologia. Isso me ajudou bastante. Quando eu desconectei disso aqui, eu consegui ler muito mais, né? você lê muito mais, você não tem essa essa essa angústia de pegar o celular. Isso aí foi uma coisa boa, né? Outra coisa boa, o tempo que eu fiquei lá, eu li, eu eu aprimorei assim a minha apreciação por ler, né? Então, eu gosto muito de ler. Eh, e isso me conectou, né, com essas leituras. E, cara, você fica preso também, você tem muito tempo para pensar, né? Tem muito tempo para pensar. Até tem episódios
engraçados, eu ensinei eles a jogar War, né? Valeu, cara. Você, você nunca vai ganhar de um presidiário no dominóor. Os caras são bom, cara. E eles só jogavam dominó, meu. Vai jogar os caras jogar dominó faz e o cara sabia as pedras que eu tinha na mão. Raz, falei: "Filha da mãe, tá roubando?" E eles me ensinaram a depois eles foram me ensinar na loja. Aí depois que você aprende a loja perde a graça. Aham. Que aí ninguém ninguém assim, ninguém mais ganha, né? Uma hora você ganha, outra hora ganha, mas quando você começa a
jogar com os caras, você não ganha uma. Aí eu falei assim: "Cara, vamos vocês não top aprender outro jogo". Não, que jogo tal. Eu ensinei eles a jogar War. Maneiro. Os cara que tava contigo era um sinistro, era bandidão mesmo, cara? Era assim, os caras fala assim, tava preso numa presão, tava num presídio, só que eu tava na ala de quem tinha curso superior. Uhum. Só que, sei lá, no estado do Mato Grosso parece que não é uma não é um filtro muito você ter curso superior, né? Então, entendi, entendi. Então, assim, tinha um pessoal
sinistro, assim, tinha o líder da cela, era um cara que tinha, ele foi preso, acusado de participar de um grupo de extermínio. Nossa. Eh, logo que eu cheguei, ele me recebeu e ele que passou toda a regra do da prisão lá. O cara tinha 2 m, forte para caramba, parecia, parecia o vaso, o cara intimidado. E quando eu cheguei o o carcereiro, e tem toda uma regra dentro no presídio, inclusive os carcereiros respeitam, né, as regras dos presos. Aí o cariro já chegou na cela assim, só bateu na cela e fulano, chegou um novato aí
para você, né? Aí o cara já me pegou, carou mão de regra e eu fui só analisando ele. Primeira noite eu dormi do lado, era um menino novo, tinha 23 anos, enfermeiro, tinha matado a namorada com cortes precisos de bisturi. Era um crime até muito conhecido na cidade, né? Todo mundo tinha medo do cara na no presídio. Eh, aí tinha um ex-delegado que depois se envolveu com o tráfico de droga, foi preso, tinha um ex carcecereiro que tinha matado o marido da amante. Assim, só essas histórias assim, né? Então, e tu nem tinha feito nada,
tava só tá. É, aí eu cheguei, eu eu sempre depois eu brincava com os caras quando eu cheguei, quando você começa a conversar e contar a história, todo mundo, o lugar que mais tem inocente é na prisão, porque todo mundo que você conversa é inocente. Aí eu fiquei fazendo, não vai adiantar eu falar que sou inocente, que eles não vão acreditar, né? Porque todo mundo aqui é inocente, né? Não tem um, não tem ninguém culpado aqui nessa cela. Todo mundo é inocente. E outra coisa é que Deus tá preso também. Hã, porque todo mundo tá
na prisão diz que encontrou Deus. Entendi. Entendi. Não, que eu encontrei Jesus, encontrei Deus e eu, caramba, o cara tá preso, todo mundo encontra ele aqui, né? Aí, e aí assim, então era assim, e aí eu aprendi a conviver com eles, né? Assim, aí um esse negócio que é o meu trauma também é uma vantagem que eu sempre tive na vida. Obviamente, depois de muita terapia eu descobri isso, né? Que eu aprendi a bloquear minhas emoções, mas eu aprendi a ler a dos outros. Interessante. É isso aí. E depois minha terapeuta, né, minha esposa é
psicóloga, tal, e eu fiz terapia há muito tempo. E assim, como criança, para não sofrer, eu aprendi a bloquear minhas emoções, né? E aprendi que eu desde cedo, come trabalhar criança, que eu aprendi que desde cedo, principalmente pros japoneses, trabalho é uma coisa muito importante. Então, a minha relação com meus pais mudou quando eu comecei a trabalhar, né? Entendi. Eh, entendi. E aí essa habilidade de bloquear minhas emoções me deu uma habilidade de ler a dos outros. Então isso sempre me ajudou muito profissionalmente de ler dos outros e e essas habilidades eu usei na prisão.
Então logo que eu cheguei, que o líder me encostou em mim, duas horas que ele ficou falando as regras para mim, eu já consegui identificar qual que era o eh habilidade melhor que você tem negociar com em qualquer situação, é você saber, na realidade o que é importante pro outro, né? eh, principalmente qual que é o medo que o outro tem, qual que é a esperança que ele tem e a vaidade, o que é na negociação que vai fazer aquele negócio dar certo. E uma coisa que eu aprendi sempre em toda negociação que o preço
é o menos importante. O preço é menos importante. Você vai descobrir um monte de coisa pra pessoa que é que é importante, que não é o preço. Se eu fosse colocar numa escala de prioridade, o preço sempre tá lá próximo da qu da no quarto colocado. É mesmo? Contraintuitivo isso, né? É contrainttuitivo. E aí quando eu comecei a conversar com o cara, eu já descobri para ele qual que era o medo que ele tinha, eh, como ele se sentia ameaçado, né? E onde eu poderia ajudá-lo, né? Então, a primeira coisa que eu descobri, ele tinha
medo que eu tomasse o lugar dele. Todo líder tem esse medo, né? Vai tomar meu lugar. Até porque quando eu cheguei lá, os caras na prisão já sabia, né? Ah, o cara presidente de empresa, o cara, né, parece aparece na Globo, da entrevista, o cara é inteligente. Então eu, primeira coisa, identifiquei, esse cara acha que eu sou uma ameaça para ele. Ele acha que a minha capacidade intelectual é maior e eu vou usar ela aqui para dominar a situação. Então, primeira coisa identifiquei era ele tem que ser ficar tranquilo que eu não vou tomar o
lugar dele, não tem essa, nunca vou ter essa intenção, inclusive porque eu quero ir embora o mais rápido possível, né? Aí identifiquei também quem que ele achava que era o inimigo, era o cara mais ameaçador para ele, entendeu? Aí ao longo da minha convivência eu eu fiz um uma ponte ali para rolar uma paz, para rolar uma paz e amenizar as tensões e eles até eles conviverem bem, né? O menino lá que era que era o enfermeiro lá, todo mundo tinha medo dele, só que todo mundo tratava ele mal assim, ele não podia comer com
a gente, chegava a comida, ele ficava isolado, ele só comia se sobrasse e tal. Eles tinham um eles tinham um preconceito pelo crime que ele tinha cometido. Então eles tratavam ele muito mal, né? Entendi. E depois que eu cheguei, eu identifiquei isso e aí eu convenci o líder a incluir ele, né? Até porque eu falei, qual que é o medo que ele mate a gente a hora que tiver dormindo? Você acha que a gente tratar ele assim, a gente tá ajudando, a gente tá aproximando mais esse momento, a gente tá afastando, né? E aí melhor
que pelo menos aqui dentro dessa cela aqui a gente seja, trate bem, seja amigo do cara, melhor. É, eu tinha uma certa compaixão que esse menino ele, ele eu conversava com ele, ele ele teve um surto psicótico, ele não devia estar lá, ele devia estar no hospital psiquiátrico, ele teve um surto lá, obviamente o crime que ele cometeu é horrível, tem que ser punido, né? Mas ele teve um surto, ele não era um assassino em série, ele não ia fazer isso de novo, teoricamente, né? Eh, e eu sentia muita compaixão assim quando eu conversava com
ele assim, né? Principalmente esse negócio de não poder comer, sabe? Aquilo é uma coisa me tocava muito. Você tá comendo, tá um cara no canto, tipo, se sobrar, você come. Era uma coisa muito cruel, sabe? E aí eu consegui incluir ele no grupo, tal. E aí esse menino ficou meu fã, porque ele falou: "Pô, depois que esse japonês chegou, minha vida melhorou, né? Entendi. Entendeu? E tinha uns momentos de humor. Eu tava, eu lembrei até quando eu tava contando aqui porque você falou do tempo, né? Eu falei uma coisa que a gente tem no, no
na prisão é tempo. E aí eu ensinei eles a jogar War e aí eles ficaram viciado em War. Cara, nossa, calma aí. O alguém alguém levou um tabuleiro de war para você. É, eu perguntei se eles queriam, aí eu falei pro Lid, ó, você convenceu o carcereiro a deixar entrar um jogo de war aqui, eu peço para minha esposa trazer, né, quando ela fosse fazer a visita. Aí o Carceira deixou, eles levaram, entrou um jogo de war, aí eu ensinei, cara, esses caras ficaram viciado no War. Putz, cara, isso daí é problema, hein? Era o
War 2. Era o War 2. Não, cara, aí tu quer que os caras se matem, não? Aí eu tinha que ficar amenizando a as coisas. No início só eu ganhava. Aí eu falei, eu não posso ganhar sempre. Que os caras começou a ficar puto. Aí eu jogava de forma a deixar quem eu quisesse ganhar para eles também ter um equilíbrio de quem ganhava, né? Então, hoje quem vai ganhar é o Igor. Eu meio que manipulava ali as jogadas, tal. Saía a hora que eu tinha força, eu deixava me fraquecer. Aí o outro tava muito forte,
mas como eu queria que você ganhasse, eu meio que enfraquecia. Aí ele eu meio que dá uma manipulada ali para amenizar as tensões. Mas uma uma coisa engraçada é que aí um dia a gente chamou o cara para jogar que aí precisava ter no mínimo quatro, né? A gente sempre falava três fica sem graça, tem no mino quatro aqui pra gente jogar, né? E aí tinha dia que não ia dar o cor, o cara chegou, eu falei, vamos jogar aqui? Ele falou assim, não, esse jogo aí demora demais. Aí eu olhei para ele assim, falei:
"Putz, você deve tá cheio de compromisso, né? Como tá sozinha aí? Dá uma olhada aí". Então entendi. Então tinha assim e era legal, a gente convia bem que tinha muita, muit a gente tinha muitos momentos assim de humor entre a gente, sabe? Então assim, eu tenho eu tenho boas lembranças assim quando eu fiquei quando eu saí, cara, eu assim os caras choraram. Então é isso que eu te faz, isso que ia te perguntar, como é que foi, como é que foi a saída? Porque assim, você deve, você, você recebe a notícia que você vai sair
o quê? Uns dois dias antes de sair? Não, na, no dia, no dia, no dia, no dia. E teve uma parte bem de humor aí, eu até contei lá no, lá no Vilela, mas ele ele vai pôr no arena. Vou contar aqui para você. Eu tava e eu sempre tive essa habilidade. Desde pequeno eu comecei trabalhei 10 anos consertando relógio e aí com 12 eu consertava brinquedo. Meu pai era engenheiro e eu aprendi a consertar tudo. Então hoje em casa eu faço tudo. Queimou a luz, tem uma problema elétrico, hidráulico, eu faço tudo em casa.
Então eu eu sei fazer, né? E gosto. Aí quando tava na prisão um dia lá, o cara acabou a luz, acabou a luz no presídio, cara. E aí os caras já sabiam que eu sabia arrumar as coisas, que eu tinha arrumado um algumas coisas na cela, tal, e tinha contado essas histórias. Cobor sabe arrumar as coisas, né? E aí ficou sem luz e aquela gritaria, os carreiros desesperado, lanterna, tal. Aí o líder da da cela, esse esse líder da céa era respeitado, assim, os cariros respeitava. Ele chama: "Ô, fulano, tal, vem, você deixar o cob
sair da cela, ele arruma essa [ __ ] aí". Aí o carcereiro veio e falei: "Arruma mesmo, arruma". Quanto tempo aí que a companhia falou que vem arrumar? Ah, vai levar umas 4 horas para ele chegar aqui. Não, deixa. Solta o coborio que ele vai arrumar isso aí. Você vai ver. 10 minutos tá arrumado. Tu fazia ideia de qual era o problema? Eu fazia pela porrada, eu falei, foi lá no padrão, tá? Do presídio. Aham. Deu uma, deu um pipoco assim, um estrondo. Foi, foi lá no padrão. Se não foi no transformador do lado da
rua, foi no padrão. Aí quando a gente olhou assim pela cela, dava para ver assim que era no padrão. Aí o cara me soltou, eu fui lá. Aí dois agentes, o o líder lá do do presidente, aí abriu lá o o padrão assim gigante assim. Aí eu falei: "Tá vendo?" Eu falei: "Foi aqui, ó". eh, tava com mau contato assim no parafuso e por algum motivo ele deu um pipoco assim, o fio soltou, né? Só que tava ali tudo carbonizado e tal, e era alta tensão, né? Aí o cara falou assim: "Então arruma aí". E
falei: "Não, arruma aí. Esse troço é perigoso, não dá não. Tem que esperar a companhia que os caras estão preparados. Uhum. Tem os equipamentos equipamento, tal, né? Eles vão desligar o negócio lá no transformador e eles arrumam isso aí. Aí falei: "Não, não tem jeito mesmo não, a gente arruma as ferramentas para você". Eu olhei assim, dava, né, tipo, com um certo cuidado, dava para você voltar o fio assim, encaixar e parafusar. Só que falei: "Vocês t uma luva, ó, uma chave de fenda grande, né? Alguma coisa." Tem, tem. Aí eu fui lá e arrumei.
Aí voltou a luz, pá. Aí o presídio, aí o cobore virou cobori, cobore. Aí, aí eu voltei para cima. Aí assim, tudo que tinha para arrumar no presídio eu arrumava. Aí o, no dia que eu, e fui sair, eh, foi os caras de um outro pavilhão que tinha os presos lá, que os mais privilegiados. Inclusive eu fiquei num pior, porque como eles queriam fazer a que eu fizesse delação, eles botaram eu para sofrer mais psicologicamente. Os deputados, os caras ficaram tudo num lugar melhor. Mas aí eu acho que o advogado desse deputado que viu que
o STF tinha dado a decisão para me soltar, então eu fiquei sabendo que eles gritaram de lá, ô japonês, você vai ser solto, tal. Isso era o final da tarde. E aí eu já arrumei minhas coisas e fiquei preparado. Só que demora que a ele tem que chegar no Tribunal de Justiça, o desembargador tem que autorizar, oficial de justiça tem que levar a ordem lá no no presídio e foi demorando, foi demorando, ficou de noite e eu preocupado porque se passasse das 10 horas eu ia e era sexta-feira, eu só ia sair na segunda. Nossa.
E aí é interessante, eu até lembrei aqui que o desembargador não queria me soltar. Por quê? Porque o o STF mandou soltar e ele ele que me prendeu, né? Então ele entendi. Ego ego e ele não queria porque não queria me soltar. Aí para você ver como que é o o negócio, né? Quando meu advogado chegou com a ordem lá e falou assim: "Cobor, você tem uma sorte danada. O desembargador tinha não tava no tribunal, ele não queria te soltar. E a assessora que trabalha com o desembargador que fez ele te soltar porque ela falou
que ela te conhece, gosta muito de você e ela trabalhou com você na Xerox do Brasil. Aí ela disse que ela obrigou o desembargador, desembargador de desculpa, não tô, falou, não pode passar aqui na garagem que eu desço lá na garagem já com tudo pronto, você só assina. Aí ele não teve como recusar, né? E me soltaram. Só que aí tá de noite lá, todo mundo esperando, aí acaba a energia de novo. Hã, tuf, acabou a energia. Aí os caras, não, cobor vai arrumar, cobor, só que era dentro da nossa cela. Tinam, os cara tinha
feito uma gambiarra, ele deu um curto lá e deu o curto e derrubou a luz no presídio inteiro, né? Não, cobor vai arrumar. E como tava ali dentro da nossa cela, eu fui lá, né? Tá, seria tomado e tô lá mexendo nos fios, chega o líder do presídio, chega o agente lá, l presidente, hora que ele me vê assim, cara, ele me segura assim por trás e me puxa, p, me joga para trás assim, me põe na parede, fal não sai daí. Falei: "Put, deu alguma merda, né?" Fiz alguma merda, né? falou: "Você tá louco,
Cobori? O dia que o STF manda te soltar, você aparece morto aqui." Pois é. Falou: "Eu vou falar que você tava arrumando a energia e foi eletrocutado. Quem é que vai acreditar em mim?" Falou: "Não, você vai ser solto e eu não quero ser preso, você vai ficar aqui. Fica aqui, eu vou ficar conversando com você. Você só vai sair da parede aqui a hora que o cara vi aqui com a sua ordem de você sair da prisão." Entendi. E como é que foi chegar em casa, cara? Cara, eu tava em Cuiabá, né? Eu fui
aí foi buscar meu, eu tinha o meu filho mais velho tava em Cuiabá e um grande amigo, foi o único amigo que foi me visitar na prisão, eh, que eu conheci ele em Brasília, mas ele é empresário lá no lá em Cuiabá, inclusive é candidato a futuro sogra ali do meu filho. É, entendi. Eh, a filha dele namora hoje com o meu filho e ele ele e a esposa dele foram os únicos que me visitaram na prisão, assim, sem ser minha família, né? Meus filhos foram, minha esposa. Eh, e ele foi duas vezes me visitar,
cara. Assim, isso é uma coisa assim que eu não esqueço, sabe? Uma vez me perguntaram assim, gratidão, assim, que que eu lembro é eh desses momentos assim e a minha e a esposa dele, né, que foi me visitar, que ela é psicóloga e quando é psicólogo pode ir visitar na prisão, né, que foi me visitar como psicóloga, ela foi ver como eu tava, porque no início era a sacanagem é tão grande que eles não deixaram minha esposa ir. Eles ficaram enrolando, inventando desculpa, que precisava de uma carteirinha. Aí quando eu ia tirar a carteirinha, ah,
não, não sei o que órgão tá em greve e tal. evitar o máximo deixar. Então, no início, minha esposa ficou muito preocupada e ela ligou para essa minha amiga e falou: "Vai lá e só para eu saber como ele tá, né? Se o se o cobore tá bem e tal". E aí ela foi me visitar como psicóloga, né? E a gente conversou bastante tempo, chorei e tal. Até pedi para ela, falou: "Não conta pra minha esposa chama a Carla, né? Não conta para ela que eu que eu chorei não, porque eh o Carla nunca me
viu chorar, não é?" Porque ela esperava uma notícia, não, ele tá bem, tá forte, tá legal, né? Se chegasse, sei lá, ó, o cara tá lá se derramando em lágrimas, falar: "Puta, vai piorar em casa também, ela vai ficar, tá, tá feio o negócio". Ela falou assim: "Eu pedi para ela isso para para não chorar, mas eles eles foram os amigos que me foram me visitar". Então assim, e quando eles me soltaram assim, cara, os cara, nossa, os caras da cela assim choraram tal, esse menino de treme, ele erguia pro alto, jogava, ficava, ficou numa
felicidade danada, né? Entendi. E aí esse meu amigo que foi me buscar com o meu filho, eles estavam me esperando quando eu saí com o advogado, né? quando eu saí da prisão. E aí eu dormi essa noite na casa dele lá em Cuiabá, né? E no outro dia eu peguei o avião e voltei para casa em Brasília. E aí a minha família tava me esperando no aeroporto com um outro casal de amigos também que deu um apoio muito grande pra minha esposa. Estava me esperando no aeroporto. Aí é uma alegria total. Você chega, mas aí
depois é meio que cai a ficha de novo, né? Você fala: "Puta, minha vida foi destruída, né? Tudo que eu tinha assim desmoronou, né? profissionalmente ninguém, você vira um leproso, né? Ninguém quer tá perto de você, ninguém quer associar o nome ao seu nome, todo mundo se afasta. E aí minha vida assim virou um caos, né? E ela foi reconstruída, foi reconstruída quando eu abri meu meu canal do YouTube e faço o que eu gosto, cara. ensino, eh, passo conhecimento. E aí, gente, mas aí tá, a gente entrou nessa história toda por causa da transição
de um pensamento pro outro, né? E, e assim, você falou, a chave não vira, ela vai virando, né? Então, eh, essa esse período aí foi onde começa tudo, mas tu continuou estudando como funciona o outro lado, eu suponho. Sim. E aí eu com mais tempo, não podendo sair de casa, tendo um canal no YouTube, eu fui ensinando tudo que eu sabia. Depois eu falei: "Pô, vou ter momentos agora que eu posso refletir mais já também com toda essa bagagem que eu trouxe da prisão de de ter lido essas outras obras, né, de ter me atentado
mais sobre essa relação da da razão com a emoção. Eh, e você começa a se questionar, né, toda sua vida. Quando acontece um evento desse, você começa a questionar o sentido de tudo que você fez, né? Então ali a depressão vem por causa disso. Putz, de repente acabou, né? Perdeu o sentido, não tenho mais propósito nenhum. Eh, e veio toda essa essa carga veio junto com essa tentativa de sair da depressão, né? Até hoje eu faço eh tratamento, né, contra a depressão. É, porque assim, não tem tanto tempo assim, né? É, não tem tanto tempo.
E e assim, a minha vida como ela era até 2018, ela nunca mais retornou, né? Minha vida hoje é uma vida totalmente diferente. E aí eu comecei a a ler mais, tinha mais tempo para pesquisar, para ler. Comecei a ler outras obras, né, principalmente ligado à economia e finanças. Fiz uma pós-graduação em filosofia, que é uma coisa que eu nunca tinha sentido tanto prazer em estudar como eu como eu estudei filosofia, né? Descobri que tudo que eu tinha estudado antes era tinha um sentido utilitarista, né? Vai me servir para alguma coisa, não vai? E filosofia,
se você não estuda filosofia porque você quer ganhar dinheiro com filosofia, né? Que filosofia vai te deixar rico. E tudo que eu tinha estudado até então de de administração, de finanças, de marketing, tem um sentido econômico, né? Você quer saber como é que aquilo lá vai te ajudar a ganhar dinheiro, né? Então assim, tive muita satisfação estudar filosofia e isso me ajudou muito a evoluir como ser humano, né? aliado toda essa experiência da prisão, tudo que eu tinha lido ali do do Damasio, voltei a ler o Cânima e aí eu comecei a ler obras de
economistas mais, digamos, heterodoxos, né? Reli a obra do Kenes, li vários autores, eh, o Galbright, o Kindelberg aqui no Brasil, o professor Paulo Gala, Aham. Do André Rocalia, o Beluso, né? é o próprio Celso Furtado, eh, Paulo Nogueira Batista Júnior, eh, agora recentemente do obras do Elias Jbur, né? Então, eu tenho isso, isso vai te vai te abrindo um, um horizonte maior de reflexão. Será que realmente esse modelo tá certo? Não tá. E obviamente é aliado esse lado mais humanista, né? Que aí eu olho passado, fala: "Putz, o modelo era excelente, muito bom para mim".
Sim, mas será que é bom para toda a sociedade? né? Até que ponto e aí você começa a questionar e entender realmente como funciona todo esse mecanismo, né? Da economia. A melhor maneira de, não sei se é a melhor maneira, mas eh eu costumo ou mudar ou reforçar as opiniões e o jeito de pensar quando eu tô conversando com diferente, quando eu tô tendo contato com aquilo que eh desafia o que eu acredito, o que eu penso, né? que é aquilo que você falou lá no começo, pô, quando você tá lendo, você tá nessa linha
e você lê e consome obras que que corroboram com essa linha ali, você tá preso de certa forma, porque eh se todo mundo concorda contigo, nenhuma ideia nova surge, né? Nenhuma ideia que desafia o que você acredita, né? Interessante, cara. E aí tu passa a olhar o mundo de uma forma completamente diferente, completamente diferente. E nessa e obviamente nesse tratamento, né, para depressão, junto com a parte acadêmica de literatura, de ler, eh eu entrei no processo de fazer uma uma chama psicoterapia assistida por psicodélicos, tá, né? Aí vai aí é o que uma psilocibina. Psilocibina
aca. Eh, vários, vários. E até até sem até sem substância. Até respiração holotrópica, cara. É poderosíssima a respiração holotrópica. Respiração quê? Holotrópica. Holotrópica. Para mim teve o mesmo efeito que a psicilocibina, cara. É mesmo. Respiração lotrópica. É uma técnica. Quem criou foi um cara chamado Stanislau Grof. Eh, ele era um cara que tinha o maior pesquisa em LSD, né? Você sabe esse negócio de de psicodélico? Eh, ele começou com LSD e com Psilocibina antes da década de 70, do século passado, né? E aí, não sei se lembra, veio o Woodstock. Aham. E a guerra do
Vietnã, né? E aí os jovens envolvidos no outoque, todos eles utilizavam o LSD, né, como substância psicodélica. E um cara que era um grande pesquisador de psilocibina levou esse a psilo para ser usada de forma recreativa também em outoque. E aí veio também em na guerra do Vietnã todo aqueles protestos dos jovens, o governo americano identificou que aquilo era um movimento subversivo que era estimulado pelo uso de psicodélicos. E o governo Nixon pegou e classificou os psicodélicos como a droga lá de mais perigosa naquela escala que eles tem, né? E aí proibiu completamente e o
governo americano cortou todos os a verba de pesquisa que as universidades estavam fazendo. Entendi. Então tinha pesquisas muito avançadas na Universidade de A John Hopkins, né? Eh, e tem muita literatura sobre isso e você vê hoje tem bastante documentário na Netflix, na Amazon Prime sobre sobre os psicodélicos, né, usado obviamente de forma científica para tratamento realmente contra depressão, né, contra trauma póst-traumático, esse tipo de coisa, né? E aí eles suspenderam na década de 70, só que de um tempo para cá ele voltou os estudos. O Brasil é um dos maiores eh produtores de artigos, de
papers sobre isso, né? sobre utilização de psicodétricos cara bem respeitado, tipo Sidarta, tal, Sidarta. É, então tem assim muita literatura já, muito paper e artigo no Brasil, produzindo no Brasil sobre a a utilização dos psicodélicos para tratamento de depressão, de qualquer de várias outras doenças, né? Isso te ajudou a enxergar a enxergar outras, tipo, porque assim, isso a geralmente quando eu converso com os caras, eles falam: "Putz, cara, as coisas, o o o ângulo que eu comecei a olhar pras coisas mudou, sabe? Eu comecei a enxergar outras ou de outras formas e e para dentro
também para tu foi mais para dentro. É, eu acho que isso é aquilo que que o que eu falei para você do Kung no início, né? Te ajuda a fazer uma viagem mais para dentro, né? Você não não é não tem muito a ver com o mundo externo, né? Tem mais a ver com o mundo interno. Eu eu as minhas experiências são diferentes, né? Quem quem quem me acompanha é porque geralmente quem usa psic tem visão, vê coisas, tal. Eu nunca vi nada, né? As minhas coisas são muito físicas. eh, e associada, porque na realidade
quando você faz a psicoterapia, você tem várias várias sessões de preparação que você faz com psiquiatras e e psicólogos, né? Po, pode para te preparar. Aí você tem a sessão que você usa a substância, que você também tá acompanhado por psiquiatras e psicólogos, né? E depois você tem o que ele chama de integração, que é integrar tudo aquilo que você viveu na experiência, o que que aquilo faz sentido, onde que aquilo, né, te tocou, esse tipo de coisa. Então é assim, é um e e isso tudo foi baseado quando eu comecei lá com esse grupo
de pesquisa de médicos e psicólogos na no manual de AO, né, que as universidades tem um manual de como aplicar isso, né, eh, que eles tem muita coisa sendo utilizada nos Estados Unidos que eles ainda proibiram, mas para tratamento militar eles utilizam nos Estados Unidos para trauma e trauma de Isso, exatamente. Tem vários documentários que mostram a eficácia deles utilizarem esse tratamento. eh com ex-vanos, soldados, até porque é uma coisa que dá muita despesa pro governo americano, se envolvem várias guerras, né? Eles têm uma uma massa de que falta é os caras lá com esse
problema. Os cara lá com esse problema. Então o governo americano eh assim, não autorizou pra sociedade geral, mas eles utilizam dentro lá porque eles sabem da eficácia disso, né? E isso economiza dinheiro do E essa foi a tua primeira experiência com droga de uma forma geral? Foi. Caraca, cara, que doideira. Já, já sei lá, outro dia vai que a gente tá falando, se tu estamos falando de menos de 10 anos. Sim, né? Caramba. E assim, as minhas experiências estão todas ligadas com traumas de infância, né? Então, eh, na minha primeira experiência com psicbino, assim, eu
não tive, até hoje eu nunca tive visão nenhuma, né? Eu até brinco com quem me trata, fal todo mundo vê, eu não vejo nada, né? É, eu já conversei com os caras, eles vem um monte de coisa, fala assim: "Aberto, tô vendo a coisa, eu fecho o olho, tô vendo outra coisa e tal". E eu eu na realidade só senti no corpo, né? Como eu apanhava muito quando eu era criança e eu e eu aprendi a bloqueador, esse tipo de coisa, então e e tem a ver com esse meu trauma de bloquear as emoções, que
eu não eu eu não podia ver que eu tava apanhando, eu não podia chorar e muitas vezes eu não podia nem respirar, né? Eh, e na minha primeira experiência eu senti tudo isso. Nossa, foi como se eu tivesse apanhando. Eu senti me, eu me senti no corpo, eu apanhando, senti a dor, chorei, respirei. Então, é como se a se a substância na sessão ela desbloqueasse esse trauma, entendeu? Te ajuda a curar aquela parada. É como se o seu cérebro tivesse criado caminhos para você evitar aquilo, né? Que aqui, ó, aquilo é o que eu quero
bloquear, aquilo é o que eu não quero sentir e e aquilo me atrapalha a viver. E o seu cérebro, tanto que nos manuais eles falam que o nosso cérebro vai criando essas sinápapses como se fossem tril trilhas de ski, né? Uhum. Então você sempre pega o mesmo caminho seu cérebro e toda vez que você começa nesse ponto, aquela trilha te leva para outro ponto leva para exatamente outro ponto. E o que e para mim assim o que fica claro assim que que essas esse tratamento as experiências fazem é que o seu cérebro cria novas sinapses,
cria outros caminhos e acessa isso que você bloqueou. Entendi. Então aquela dor que eu não senti quando eu tinha 7 anos de idade, eu senti com 50, entendeu? Aquela dor que eu que ela chorou, aquele choro que eu segurei lá com 7 anos de idade, eu chorei depois que eu tinha 50 anos. Então essa psicoterapia assistida por psicodétric tem para mim é poderosa assim, tem esse poder eh de você fazer essa viagem interna e você de repente se reconstruir de outra forma, entendeu? você descobrir realmente qual a sua essência, que os o que os traumas
fazem é bloquear nossa essência. Se eu era uma criança alegre, não sei quê, eu deixei de ser porque de alguma forma o trauma foi lá e bloqueou, né? Eh, interessante, cara. Então, assim, eh, a análise, coisa mudou na tua vida nesses últimos anos aí mudou. E aí isso na realidade te ajuda a encontrar essa tua essência e encontrar outros caminhos, né? outras formas de pensar, outras formas de ver, outras formas de se relacionar, né, de de ver a sociedade. Tu teve medo quando tu começou a fazer esse tipo de esse essa eh essa viagem para
dentro, porque eu tenho maior medo de encontrar o que vai ter aqui dentro, cara. Não, acho acho que ligado ao meu trauma, como eu sempre bloqueei tudo, na verdade medo é uma coisa que eu não tinha. Eu tinha sempre, eu tinha, eu sempre depois que eu tomei contato e estudei, né, e vi, estudei isso junto com minha esposa, né, os manuais, a gente viu, tem um filme muito bom que foi o que despertou na gente de um psiquiatra que chama Garbor Maté, um canadense, ele tem um filme bom, tá na tá na Amazon, tá nesse,
chama The Winsdom of Trauma, a sabedoria do Trauma. Isso é muito bom. Só que no final ali mostra ele usando a Iwaska, né? Tu já foi nessa também, cara? OSC é uma coisa que não é a única substância não me fez efeito nenhum. Eu fiz uma [ __ ] tem um poder, super poder ruinzão, né? Eu fui aqui em Não, chapar, eu fui aqui em Ribeirão Preto. É, é porque a Euca tem todo um ritual indígena, né? Tinha até um um pajé lá, passou a noite inteira. É um negócio bem raiz mesmo assim, com a
substância bem feita pelo índio mesmo. E eu não senti nada. Tomei duas doses. Foi a única substância não fez efeito nenhum em mim. Que coisa é estranho. Maneiro que tu teve que é é quer dizer, não é maneiro, mas assim é já que tu viveu tudo que essas todas essa ser preso e tudo mais, eh tu encontrou um caminho para para sair da depressão. Para sair da depressão, né? É. Eí, assim, a depressão, dependendo de como você trata ela, é como se fosse o é como se fosse um reinício na sua vida, sabe? A depressão
é como se ela te derrubasse assim. É como se falasse assim: "Igor, sua vida é uma bosta. Sempre foi uma bosta e não sabia disso. Agora vamos reconstruir ela do zero aqui, entendeu? Eu acho que a depressão tem esse esse lado e se é que tem um lado bom, é um lado de de te fazer você se reconstruir, né? Você se ou talvez se você se descobrir, né? Isso para você precisa sair disso de alguma forma, né? alguma coisa precisa te ajudar talvez a sair dessa merda. É porque assim, até por todos esses traumas, né,
quando eu descobri que eu tinha depressão leve e tal, foi quando minha mãe faleceu, a gente descobre que, na realidade, eh, você constrói, você não tá intimamente ligado com a sua essência, você vai, você vai se construindo como uma forma de agradar a sociedade, agradar o mundo externo, né? No caso dos traumas, a grande maioria do nosso traumas tá ligado ao pai e a uma mãe, né? Aham. Então eu descobri que tudo que eu construí foi de alguma forma para agradar minha mãe, que era minha mãe que impunha todos esses castigos em em mim, né?
Então assim, você quando aconteceu realmente tudo, você fala assim: "E minha mãe faleceu, né?" Eu falei assim: "Mas e agora, né? Tudo que eu sou, todo esse essa persona, todo o meu ego que foi construído era de alguma forma, obviamente que inconsciente, né? Mas de agradar minha mãe, ela se foi, né? E agora, né? Então, por que que eu sou assim, né? Tipo assim, por que que eu sou assim? Quem sou eu, né? Quem que eu vou agradar agora? É, será que essa imagem que eu criei me agrada, né? Ela foi construída só para agradar
a minha mãe, entendeu? Então, acho assim, é uma forma de você tentar descobrir realmente a sua essência, né? Isso, isso te transformou também eh como pai, por exemplo, dentro com a tua família? Cara, tem um tem toda uma história, né? Eu fui descobrir isso agora, que meus filhos são grandes, né? Assim, meu filho mais novo tem 26 anos, né? Meu filho mais velho tem 33. Sou já sou avô, né? Eh, vovô Cobore. É, é uma coisa, na realidade você tem que aprender, né? Você tem que aprender porque você imagina, uma criança com 7 anos, você
descobre que as emoções não servem para nada, né? Só te fazem sofrer. Você aprende a bloquear, né? E você aprende a ver a emoção de uma forma racional, que é esse negócio de de ler, né? Então, eu consigo ler a emoção das pessoas, mas de forma racional, né? Eh, e aí com eu tô com 56 anos. Com 56 anos você descobre que [ __ ] você passou a vida inteira e nunca teve essa habilidade, né? Você nunca soube utilizar isso. Aquilo que eu te brinquei, minha a família lá em casa nunca foi a família da
propaganda margarina. Margarina. Entendi. Sim. Foi. Era mais, tava mais parecendo um quartel, né? Dentro da minha casa. Bom, mas agora tem a chance de fazer diferente com os netos, pô. É, né? Caraca, que doideira, cara. Entendi. Aí. Aí. Tá. Esse livro aqui tu escreveu quando? Esse aí foi uma série de Tem como, Igor, fazer um comercial só para eu ir ali no banheiro? Claro. Vai lá, vai lá, vai lá no banheiro. Vai lá no banheiro, então. Vai lá no banheiro. Chama o comercial. Tá bom. Enquanto, enquanto o Cobor vai no banheiro lá, que ele bebeu
um montão de água aqui, inclusive, eh, deixa eu falar para aproveitar para vocês aqui falar do Felipe Mid, cara, que tá chegando o dia dos namorados aí, né, Vitão? Que que tu vai dar de presente pra tua namorada? Felipe Mid, meu irmão. Aqui, ó. Deixa eu te mostrar. Eu vou deixar aqui preparado aqui, ó. Eu vou ficar mais perto de mim para quando eu for dar de presente pro Cobor aí, ó. Se você entrar lá em filipemmid.com.br, tu vai encontrar um monte de sabor de Philip para você para você dar de presente já bonitinho assim
dentro dessa caixa aqui, ó. Ó, premiado internacionalmente, várias medalhas de ouro. É, e você já sabe que é um produto de qualidade mesmo, porque assim, cara, são sete sabores. Tem um, inclusive que é do Flow. Eh, o meu favorito ainda é o Double oak, que ele lembra um pouquinho um vinho seco. E se você não sabe o que que é hidromel, é como se fosse uma um vinho, só que em vez de usar uva no processo de fermentação, usa o mel. E aí sai o hidromel, que, cara, ó, os guerreiros brindavam. Eh, os casais também,
os casais ali eram para uma outra parada, né? Era um ritual de fertilidade ali antes do casamento e tudo mais. Eh, mas entra lá em fipeme.com.br br. E se você usar o cupom Flow 10, você ainda ganha 10% de desconto na tua compra. Quer dizer que se você comprar o cobor que manja de matemática, quer dizer que se você comprar 10 garrafas, uma sai de graça, pô. Dá para ganhar 100 garrafas de graça, só comprar 1000, tá? É filipemmid.com.br, não esquece, usa o cupom flow 10. Lembrando que para comprar e para consumir bebida alcoólica, você
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que eu criei no meu canal, né? Eu criei 10 vídeos explicando como a economia funciona. Eu criei uma historinha, criei uma ilha imaginária e fui explicando os conceitos de economia, né, desde inflação, taxa de juros, curso de oportunidade, vantagem comparativa, poupança, investimento, tudo que que o básico assim para entender a economia. O objetivo é ajudar o cara que é muito leigo. É, e é uma historinha que eu fiquei satisfeito assim, que tinha muito seguidor meu, falava assim: "Pô, minha filha 12 anos assim, entendeu tudo, né? Já conhece essas coisas de economia." E aí os seguidores
depois que eu terminei era para ser 10 vídeos, ele fala: "Não, continua essa história aí tá muito boa, faz a segunda temporada, né, o pessoal brincar, tá melhor que o Netflix, tal, aí eu criei mais 10 vídeos de como os mercados funcionam". Aí é uma explicando que a bolsa de valores, como ela surgiu, ações, que que ações, até mercado derivativos, opções, mercado futuro, é, eu ensino tudo, fundo de investimento, e aí é um livro aí. Aí depois a minha editora, que é a mesma editora do do análise fundamentalista, o análise fundamentalista é de 2011. Aham.
Esse aqui, esse aí nasceu de palestras que eu dava num circuito que chamava Expo Money, né? Na época não existia internet ainda. A gente tinha um no Brasil e a bolsa e as corretoras e os bancos organizavam um evento chamava Expo Money. Tinha tinha palestra no Brasil inteiro e eu era o único que dava palestra sobre a avaliação de empresas, né? Sobre análise fundamentalista. Aí na época foi até o Serbaz. O Serbaz era muito meu amigo na época. Ele também dava palestra. Ele falou: "Pô, Cobor, não tem nenhum livro de análise fundamentalista no Brasil. escreve,
escreve um aí com base nas suas palestras. Eu escrevi esse livro, né? Então, esse é de 2011 e o a fábula do ano passado que foi lançado. Entendi. Que aí a minha editora falou assim: "Pô, transforma isso em livro, tal". Aí eu coloquei no livro. Você realmente agora tem uma outra uma vida nova, cara. É, caraca, criador de conteúdo, quem diria, hein, cara? Nem nem eu imaginaria isso. Inclusive, o Serbaz era um que o Serbaz é uma sumidade na internet, né? Eh, mas ele foi sempre um que me falou desde a ser, falou assim: "Cara,
você tem que falar na internet". Eu nunca quis, sabe? Nunca quis ter nada na internet. Fui, talvez, ainda bem, talvez eu fui obrigado, né, pelo que aconteceu comigo. E aí hoje eu falo pela internet aí para ensinar, principalmente eu tenho falado muito nessa nova visão sobre a economia política, né? Aham. Sobre como a gente pode utilizar a economia para trazer prosperidade pra maior parte da população, né? Não só para uma uma pequena parcela, né? E dá pra gente diminuir a desigualdade aqui no Brasil para valer se a gente tiver vontade política. Porque assim, lembra que
a gente tava falando lá do do lance do pô, será que se a gente tá aqui olhando pros Estados Unidos e olhar pra China é um cavalo de pau muito grande, é como é que a gente faz para pr Aí você falou: "Não, cara, o Brasil tem o seu próprio jeitinho, né? Na verdade, não dá pra gente copiar exatamente o que acontece lá, nem o que acontece aqui e tudo mais. Eh, o caminho pra gente ter uma sociedade mais justa é muito complicado, muito árduo, cara. O que que precisa de vontade política? É o quê?
É o que eu costumo falar assim, quando você pega, tem muita gente que fala de revolução, né? Eu acho assim, um caminho rápido é uma revolução, né? Tá? Só que a gente não tem condições também de fazer uma revolução falando, a gente não consegue convencer o cara a votar direito, se vai convencer o cara a pegar num arma para fazer uma revolução, não vai, né? Então assim, eu acho difícil porque se uma minoria fizer a revolução, depois como é que você coloca todo mundo com o mesmo objetivo, né? Porque tudo bem, você toma um poder,
faz uma revolução, mas você precisa da da sociedade, do povo para para continuar governando numa única direção, né? Que é o que a China fez, fez uma revolução e depois a própria revolução criou as condições, né, na sociedade para que eh o Estado coordenasse todo esse planejamento de longo prazo. Então, no Brasil a gente não tem condições políticas. Eh, como que a gente muda? Eu sempre brinco, tem três formas, né? Não li isso no livro nenhum isso saiu da minha cabeça, tá? Então, se eu falar alguma besteira, eu acho que tem três formas de você
mudar. Uma é pela consciência, né? A gente chegar à conclusão de que o precisa mudar, precisa ser mais justo, né? A outra é por medo, né? Se eu tenho poder econômico, se eu sou empresário, você a gente muda porque a gente tá com medo. Esse negócio não vai dar bom, né? Vamos mudar aqui antes que dê ruim. E outra é a força, que é a revolução, né? Eu ainda tô nessa categoria de de acreditar que a gente consegue mudar pela consciência, né? Inclusive da classe dominante, né? Porque a gente só consegue mudar se a classe
dominante tiver consciência de que o modelo tá equivocado, né? O modelo pode ser bom para eles, mas não é bom paraa maioria da população. Então, a gente tem que e a minha missão, quando eu falo assim, eu tento eh passar esse tipo de conhecimento, talvez de forma mais didática, é justamente para que a gente se atente a isso, né? Conscientemente a gente tem que lutar por uma sociedade mais justa, né? Ela não pode ser bom só para uma minoria dela. E aí você tava, a gente, você tava falando que em 20 anos, eh, a classe
média americana passa de 60% da população para 40%. É isso mesmo. É. É. Eh, olhando, se a gente pensar em mais 20 anos, isso tende a diminuir, cara. Não, do jeito que eles estão conduzindo, não tende diminuir, você fala aumentar a pobreza. Isso é piorar. É, tem a desigualdade tende sempre a piorar da forma que eles conduzem e que ele tá conduzindo, porque isso que o Ton tá fazendo é retórica, ele não vai conseguir. Primeiro que os sinais são trocados, né? Se você quer defender a hegemonia do dólar, não tem como você reindustrializar o país,
né? Porque para defender a hegemonia do dólar, você precisa que o dólar seja utilizada no sistema financeiro mundial. A única forma de eu colocar dólar no sistema financeiro mundial é eu gerar déficit comercial, né? Porque eu sempre dou o exemplo da China, que é o que eles estão brigando. A China teve teve um superá com os Estados Unidos em 2024 de quase 300 bilhões de dólares, né? Ela vendeu 440 bilhões de dólares paraos Estados Unidos e os Estados Unidos vendeu só 150. teve um déficit de aproximadamente 300 bilhões e é parte do problema todo, né,
de toda É, então é esse déficit comercial que permite que os Estados Unidos coloque 300 bilhões de dólares na economia mundial, né, que uma parte vai voltar via conta de capitais quando quando o Banco Popular da China comprar título do tesouro americano para colocar na reserva, tá? Então, para ele defender que o dólar seja utilizado de forma hegemônica no mundo, ele precisa de déficit comercial. Não tem como ele não tem outro caminho. Então é meio trocado esse esse sinal que ele tá dando, tá? Eh, é porque o é porque os Estados Unidos, na realidade, o
Donald Trump, ele não tem noção do que ele tá fazendo. As pessoas acham que ele é um gênio. Ele não é um gênio. Por que que as pessoas entram numa que tem um cara que é o Messias e que é o gênio? Pelo amor de Deus, pô. Eu acho que não sei. Eu acho que as pessoas têm essa tem essa capacidade de achar porque que ele ele é bilionário. Ele chegou lá e ele é um gênio. Não, ele não é um gênio. Ele é só um idiota mesmo. Donra, entendeu? Ele não, genialidade não tem nenhuma,
porque o tudo que ele faz você vê que é trocado. Eh, só que ele é um cara midiático, ele é um cara da mídia, né? Ele ficou famoso apresentando o aprendiz, né? Você está demitido, né? Ele foi, ficou famoso na mídia sendo grosseiro com os outros, né? É o que ele é. A pessoa dele é isso. Ele é um cara midiático e grosseiro. Como é que um cara, será que ele não tem uns caras em volta ali para dar uns toque, umas dicas que nem o Xiping tem? No segundo mandato dele, ele ele ele ele
se garantiu de se cercar de um outro bando de idiota e puxa saco, né? Entendeu? Aí fica mais complicado ainda. O cara ele teve a capacidade de colocar o secretário de defesa dos Estados Unidos, sabe quem é, né? O Pit Heget. É um cara que era apresentador da Fox News. Escreveu um livro que chama American Crusade, que é a cruzada americana. E no livro dele ele fala que eles têm que empreender uma guerra santa contra a China. Esse é o cara que é o secretário de defesa dos Estados Unidos, né? Ele colocou lá o Scott
Bessent, que é o secretário do tesouro, que era um gestor de fundo de ré, trabalhou com soros. Mas agora até acho que foi até no Financial Times que eu vi que pegaram a ficha corrida do cara, o currículo dele, ele só ganhou dinheiro quando ele tava junto com o Jorge Soures. Depois tudo que ele tentou fazer sozinho, ele perdeu. Então é o cara que é o secretário do tesouro americano, né? O outro lá, o Stefan Miran, Miran, que também é um assessor econômico dele. Todas as palestras você vê que o cara faz, ele tá falando
eh sempre como se fosse uma seita, que eles têm que combater a China, que a China é um inimigo. Uma coisa que eu queria entender que sempre que você viu o americano falando: "A gente tem que combater o inimigo, por que que eles veem os outros países como inimigo? Por que que não pode ser parceiro? Por que que tem que ser inimigo? Você não vê a China falando: Estados Unidos é nosso inimigo". Não, a gente só quer fazer negócio e ser um negócio justo, né? Você pega lá o, qual que é o outro? O vice-presidente,
o JD Vence, é um cara patrocinado por um fim, um fim que tem que americano ultra conservador, que também prega que tem que destruir os inimigos. Tanto que você vê que no discurso dele é ridículo, né? Como é que o o Donald a gente pode achar que o cara é um gênio, um cara que vai num discurso oficial e fala que os seus aliados estão beijando o seu traseiro? Foi o que ele falou publicamente, né? Como é que pode levar um cara desse a sério e achar que ele é um gênio. Não é, é só
um idiota mesmo o Donald Trump. Então assim, esses sinais que ele dá é trocado. Eh, não tem como você defender hegemonia do dólar se você não tiver déficit comercial. Na realidade, o que o os Estados Unidos fez ao longo da história que você nota na reconstrução do pós-guerra, os Estados Unidos sabia que ele precisava ter algum tipo de déficit comercial. Ele tinha que transferir uma parte do superait dele pro, principalmente pro Japão e pra Alemanha para reconstruir aqueles países. Aham. Não só porque ele era bonzinho, porque ele precisa reconstruir os países para ter mercado, né?
Então ao longo do tempo, ele notou que ele precisava fazer isso. Quando final ali já de Breton 71, ele notou que ele tinha isso não tava sendo muito bom. Ele precisava reequilibrar, mudar a regra do jogo, porque o Japão ia ultrapassar a Alemanha gerava potência econômica, o império britânico, o Reino Unido tava se dando bem nesse acordo de Brets. Eles não queriam que, né, até porque era o o império anterior, o império americano era o império britânico. Eles sabiam que isso podia dar dar errado. Eles foram lá e mudaram a regra do jogo, né? Só
que aí para prejudicar o Japão e prejudicar a Europa, o que que ele fez? Ele pegou esse super a parte desse superft e topou TD défit com a China. Os Estados Unidos tentou usar usar a China primeiro para minar a Rússia, afastar a China da Rússia, que é o que ele tava querendo fazer agora. O inverso tava indo na Rússia para tentar afastar a Rússia da China. Ele topou ter déficit de comercial com a China para combater a o Japão, que era aliado dele, que era uma colônia dos Estados Unidos. Então, então todos esses movimentos
que eles ele que os Estados Unidos faz é manipulando o mundo todo a seu favor, tá? Só que não é a favor do povo americano, é a favor das elites americanas, porque tudo isso que ele faz, ele tá concentrando renda na classe dominante americana, né? Quem tá do lado dele aparecendo, fazendo toda essa papagaiada que ele tá fazendo é os caras das Big Tech, é o Elan Musk, né? Agora é o Tim Cook lá da da época que aparece do lado dele e que tá influenciando e que já tá gerando uma certa revolta na sociedade
americana. E tu acha que existe um risco ali em sei lá 10, 15 anos de de os cara começar a a ter uma revolução, uma convulsão social? Eu eu eu acredito que esse risco a gente não pode descartar porque a a sociedade americana é extremamente armada, né? Então se tem uma sociedade capaz de fazer uma revolução, é a sociedade americana. Os caras qualquer um pode ter um fuzil dentro de casa, né? Então assim, eles correm sério risco se eles continuarem mantendo esse sistema que vai aumentando a desigualdade. Nos Estados Unidos tem muita gente que tá
indo, esse esses 20% que saiu da classe média e vi pra classe baixa mora na rua, né? Porque ele vem aqui, mas os que já era extremamente pobre fica mais pobre ainda. Tem gente que mora dentro do carro, tem gente que mora na rua, agora vai nego começar a perder, quem tem casa vai começar a perder casa, quem tem carro vai começar a perder carro, né? Porque esse desequilíbrio que as ações do Donald Trump criou dentro da economia americana tá jogando as as classes mais pobres, cada vez mais pra pobreza. Porque acho até engraçado que
as pessoas entram nesse discurso, né? Então, ah, o Trump voltou para trás. Agora, a tarifa é 30% que os Estados Unidos vai aplicar na China. E o o cidadão médio americano, você sabe que acho que no nos Estados Unidos só 40% da população americana é alfabetizada num nível de de capacidade de leitura de sexta série. Sabia? Sociedade americana é cara, isso é uma informação assim difícil de acreditar. É, esse nível de desigualdade deles também é educacional. educação lá é privada, né? Quem é que pode estudar numa universidade dessas que a gente conhece? Quem tem dinheiro.
É, sociedade americana, a maioria não tem dinheiro, né? Então assim, eh, e você vê isso quando quando eles fazem essas pesquisas, né, essas reportagens, você vê o t o quão ignorante eles são. Primeiro, o americano eles eles têm uma certa arrogância. Então, eles eles acham que não precisam aprender sobre o mundo. Isso é uma certa arrogância do americano, do estadunidense, né? Eh, e quando você vê lá eles perguntando, eu vi uma reportagem, eles acham que quem vai pagar a a tarifa é a China, né? Ah, cara, essa daí é talvez a burrice mais interessante. Tem
um que tem um que o cara mostra e o cara lá, aqueles trumpista roxo, fala: "Não, o chinês tem que pagar mesmo, eles tem que pagar essa tarifa". Aí, aí a gente tá passando um outro americano assim, fica vendo ele dando a reportagem e o cara era acho que ele importador, né? Ele fala assim: "Não, não, quem vai pagar somos nós, né?" "Não, que isso?" O Trump aplicou a tarifa na China, a China tem que pagar mesmo. Esses chinês tem que pagar. Falou: "Cara, quem vai pagar somos nós? Deixa eu te explicar. Eu sou importador,
eu vou importar o produto." Aí o o governo americano aplicou a tarifa. Aí quem vai pagar a tarifa sou eu, tá? Que tô importando. Só que eu não vou ficar com essa tarifa. Eu paguei a tarifa, o produto ficou mais caro. Eu vou ter que vender mais caro. Vou vender mais caro. Quando chegar para você comprar, quem vai pagar é você, meu. É que nem a Janja falando lá. Não, pô, a taxa da Shopee quem vai pagar é a Shopee, [ __ ] Calma aí, cara. Não sou eu que tô comprando a minha minha paradinha
aqui e vai ficar mais caro para mim. Então esse negócio, ah, voltou atrás e agora a taxa do voltou para 30 já, mas continua, quem vai pagar é o consumidor. E você viu que acho que antes de ontem o Donald Trump foi e atacou o Walmart, né? 60% dos produtos do Walmart vem da China, né? Isso. Aham. E ele atacou que o Walmart tem que entubar essa tarifa, não pode repassar pro preço. Ah, tá. Ah, tá bom. É, então assim, [ __ ] esse negócio vai começar a fazer efeito na sociedade americana e é uma
e é um imposto regressivo, totalmente regressivo, porque quem vai pagar é a maior parte da sociedade americana, até porque pros bilionários não faz a menor diferença. Aham. Se um bilionário quiser comprar um iPhone em vez de comprar de 1.000, comprar de 10.000, para ele não faz diferença, né? Então para ele comprar 1 kg de arroz, se dobrar o preço do kg de arroz, não faz menor diferente. Verdade é que essas coisas sempre vão bater no cara que é mais pobre mesmo. Com certeza assim, não é? É. É muito interessante essa milpia em não sacar que
é isso que acontece no fim das contas quando é e esse essa guerra tarifária é extremamente regressiva, né? Quem vai pagar são os mais pobres, com certeza. E e isso vai gerar um cada vez mais desequilíbrio dentro da sociedade americana. Tudo isso porque a classe dominante, as elites não estão dispostas a distribuir a riqueza que eles acumulam, né? Porque toda a riqueza que é acumulada através dos ganhos de produtividade, deles estarem na fronteira tecnológica, tá ficando tudo lá. uma parte como eles transferir a indústria tá indo para outros países, mais mal remunerada do que se
fosse no no nos Estados Unidos, mas tá indo para outro país. Toda essa classe ali de operários do meioeste americano, do setor de serviços, né, que tá com salário estagnado há 40 anos, eh é fruto dessa concentração de riqueza e dessa estratégia dos Estados Unidos de eh explorar mão de obra barata em outros países, né? Então o eu eu sempre falo as as pessoas é difícil de entender, né? Problema dos Estados Unidos é os Estados Unidos, é como eles conduzem a política deles dentro dos Estados Unidos, né? Se fosse uma sociedade que conseguisse distribuir melhor
a riqueza, eles não teriam tanto problema como eles têm aí. Então esse é um grande problema que eu acho que o americano de de cima da sua arrogância vai ter que chegar a essa conclusão, entendeu? E aí tem realmente essa esse risco, você falou de uma convulsão social, eu acho que a gente não pode descartar não. Se eles continuarem aumentando a desigualdade dentro dos Estados Unidos, uma hora gera uma revolta, né? E a e a e aparenta que aparenta tá continuando indo para esse lado aí, mas lá de graça, de vozinha, eh, vamos lá. Será
que eles também estão tendo uma crise lá de eh bons políticos, cara? Porque assim, assim como o essa eleição agora entre Trump e Câmala, eh, a Câmala também não é exatamente um exemplo de de líder e tudo mais, né? Então, eh, tem um tem uma crise ali humana, tem uma crise humana aqui também, né, de de classe política e tudo mais. Eh, difícil de resolver. É, a gente tem uma, a gente tem um problema no mundo inteiro, né? É uma carência de líderes, inclusive na Europa, né? Nunca viu uma carência assim de líderes realmente relevantes
de estadistas na Europa, né? É, talvez ali até a Ângela Merkel ainda era alguém, esse cara da Alemanha agora é muito fraco. O Macron, pato manco, né? Aham. Ele até um líder político, mas com essas últimas eleições teve na França, ele ficou famoso, ninguém mais serve nem o cafezinho dele, né? É. Então ele tá é um pato manco e as lideranças políticas que estão ascendendo na Europa são muito mais ligadas à extrema direita, né? Sim. E isso tudo acontece e com base nessa nessa insatisfação que existe na sociedade, né? O cenário prefeito para para ascensão
de de regimes fascistas, né? com esse discurso fácil de encontrar um inimigo, de que o inimigo é o estado, de que o inimigo é o outro país. Eh, a grande preocupação com essa falta de líderes e e até pior, né, um líder ruim como é o Donald Trump é a gente caminhar aí uma escalada que realmente chega a algum tipo de guerra, né, de propriamente propriamente dita, né, porque o Donald Trump ele ele tá perdendo, né, só que ele obviamente ele não vai admitir na retórica ele ele fala que venceu. Eh, e ele não é
o tipo de pessoa que gosta de perder, entendeu? Então, não sei se no limite ele vai implementar algum tipo de loucura mesmo de querer enfrentar a China, por exemplo, na questão de Taiwan. Isso acho, isso eu acho que é muito sensível e muito perigoso, né? Que que sentido? Tu acha que a China vai querer ir para cima de Taiwan em algum momento? Eu acho que a China é muito mais consciente do que os Estados Unidos. Se ela quisesse, poderia. Taiwan é da China. Não existe discussão nisso aí. Conversando com Elias, ele falou assim: "Cara, onde
que tu, qual foi a última vez que tu ouviu falar que a China foi, quis ir para cima de Taiwan e tudo mais?" Não, os caras estão lá, cara. E outra, aí ele falou o argumento, a sociedade deles lá é antigona, cara, sabe? Eles eles enxergam de outra maneira. Então, assim, não tem uma eh não tem não tem o chinês, a China, mainland mesmo tentando atacar ou entrar ali em Taiwan. Pelo menos não por enquanto, especialmente porque eles são muito pacientes também. muito paciente. É muit 5800 anos de história. Bom, é, tem bastante coisa porque
assim, é é engraçado que eu falo, né? O plug aqui da da Matrix na nossa nuca que fica passando esse esse esse tipo de noção, né? Você olha a a história da China, Taiwan é da China, sempre foi. Ela só não foi da China quando o império japonês invadiu a China e tomou Taiwan. E Taiwan tem uma tem uma, digamos assim, um uma lembrança militar pros chineses importante, porque quando durante a Segunda Guerra o império japonês invadiu a China lá por cima pela manchúa e depois tomou Taiwan, Taiwan virou como se fosse uma base Uhum.
como se fosse um um gigante porta-aviões do império japonês na Segunda Guerra Mundial. Uhum. tomou aquilo ali. Quando o império britânico empreendeu as duas guerras do Opópio na China, utilizou o mar da China, porque a marinha real britânica era muito superior a qualquer marinha. Inclusive até na Segunda Guerra era a Marinha mais evoluída, né, militarmente no mundo. Então, o que permitiu que o Império Britânico empreendesse as duas guerras do Opó Opiel na China e impôs-se ali os 100 anos de humilhação pros chineses, foi o domínio da Marinha Real Britânica no mar do sul da China.
né? Então, por isso que a China acha que aquilo ali é estratégico e a China não vai deixar ninguém tomar aquilo ali. Ela tem um ela tem uma lembrança histórica do quão importante é o mar do do sul da China e é Taiwan. Uhum. E Taiwan sempre foi da China porque quando antes de acabar a Segunda Guerra Mundial, em dezembro de 1943, quando o exército japonês estava sendo expulso, estavam perdendo a guerra, iam ser expulso ali de Taiwan. O próprio Shankai, né? O Shankaique. Não sei se posso contar a história rapidinho aqui da China. Po,
pode, pode, pode, pode. O Shankaique era o o líder. Vu vou anotar de um jeito burro aqui. Depois eu descobro como é depois da depois da que caiu a última dinastia, né, que veio a República Chinesa, eh, o partido do Shank, que era um partido basicamente militar que dominava, que era a República Chinesa. E já já existia o início de uma revolução comunista via Mazedong, né? tá optando os camponeses para fazer a sua revolução, porque ainda apesar de ter se tornado república, ainda continuava teoricamente a mesma coisa das dinastias. Tinha uma elite dominante, uma classe
econômica dominante que subjulgava o resto do povo todo, que era majoritariamente, obviamente, camponês. E aí começou esse movimento comunista influenciado, obviamente pela União Soviética, né, pelo marxismo e leninismo. E aí o Mausedong foi coptando, arregimentando todos os camponeses para empreender uma revolução comunista. Eh, nesse meio período, o exército japonês, o império japonês invadiu a China para tomar a China. Eh, então, por isso que as pessoas têm que entender um pouquinho de história, né? Em algum momento o partido do Chanca preferiu combater a revolução comunista, a revolta comunista, do que combater a invasão do império japonês.
Em algum momento ali eles preferiram isso. Como o exército japonês e o império japonês começou realmente a subjugar o povo chinês, a humilhar o povo chinês, começou a ficar feio pro Shankaique pra população. Ó, eu tô preferindo combater os próprios chineses que estão tentando empreender uma revolução comunista do que o império japonês. fizeram um um acordo com a revolução comunista para os dois se unirem e expulsar o império japonês eh da China. E esse foi um pequeno acordo. Então aquele famoso que é vergonhoso massacre de Nanquim, que tá na história aí é uma mancha na
história do do da invasão japonesa, é do massacre que eles fizeram, mas de alguma forma aquilo teve a conivência do Shank, porque o Shankque podia ter protegido a a cidade de Nanquim, ele preferiu abandonar para ele não enfraquecer o exército. Ele preferiu abandonar a cidade, a população civil, para poupar os seus soldados, o que permitiu que o império japonês invadisse naquesse aquele massacre, tá? Então assim, o cara não é for que se cheire. Só que em 1900, dezembro de 43, já prevendo que os aliados iam conseguir expulsar o o Japão da China e de Taiwan,
que eles tinham tomado Taiwan, o eles fizeram a reunião, o o Stalin, o Roosville, o Churchill e o Shank. E eles já tinham nesse acordo que é oficial que Taiwan seria devolvido pra China. Óbvio. Aham. Vamos expulsar o japonês. Tai da China tinha se devolvido. Aí isso aconteceu. O Japão perdeu a guerra, voltou a guerra civil na China. Revolução comunista. Os comunistas venceram. A revolução comunista foi vencedora. Shankai fugiu para onde? Para Taiwan. Foi lá e ficou em Taiwan. O, a revolução comunista decidiu que não ia massacrar, sei lá, empreender, levar em a cabo a
guerra contra os perdedores da guerra da da guerra civil chinesa que tinham ido para Taiwan e ficou lá, não que é a mesma coisa até hoje. Falando legal, quer ficar aí, tudo bem, fica aí, desde que você fique tranquilo, né? Fique parcial, pode ficar aí, pode ficar aí. Só que aí como a revolução comunista venceu a guerra civil na China e já tinha acabado a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos agora na Guerra Fria do capitalismo como socialismo, ele era contra a China comunista. O que que os Estados Unidos fez? Começou a apoiar Taiwan, porque
Taiwan tinha perdido a guerra comunista, mas estava em Taiwan, o chinêses em Taiwan. Tanto que eles começaram eh depois acabar a Segunda Guerra Mundial, eles fizeram eh na composição da ONU, eles consideravam que a China era Taiwan. e não a China continental. Então, quem representava a China na ONU era Taiwan. Só que não era com o nome Taiwan, é a China. Aham. China é a ilha de Taiu aí esse troço foi ficando tão feio, tão feio, que em 1971, inclusive, se não me engano, eles a ONU passou a reconhecer que a China não é a
China continental e Taiwan é uma província da China. Foi isso que aconteceu. E até hoje é assim. Tanto que você pegar os documentos oficiais do FMI, do Banco Mundial, tá lá Taiwan, província da China. O FMI é uma instituição dominada pelo Estados Unidos, tá? Então assim, pro chinês não tem essa discussão, eles devem achar a gente louco ficar falando que a mesma coisa a gente começar a falar que Fernando Noronha é dos Estados Unidos. Não tem, não faz sentido para isso, porque a Groenlândia também é dos Estados Unidos, entendeu? Eh, e só que aí a
China falando assim, ó, fica aí, tá crescendo, legal, se é nosso, inclusive, é um grande parceiro comercial da China, eh, continua imparcial, tá? Você só não pode declarar sua independência, mas você continuar imparcial aí fazendo seus negócios, tá tudo bem. Então, a China não tá forçando nada em Taiwan, quem tá forçando é os Estados Unidos. fica ali no soft power, nessa nesse fim que tank, incentivando o partido lá, os partidos que tem lá em Taiwan a declarar independência, fica fazendo. Só que já tá tendo uma grande movimentação na sociedade taionesa contra essa influência dos Estados
Unidos, tá? Então esse é um ponto nevrale. Por quê? Porque nesse caso, se os Estados Unidos resolver levar alguma coisa à frente, vai ter uma guerra, porque a China não vai deixar isso acontecer, tá? Agora, a China tá errada. Ah, não parece errado não. Não. Eu dei um exemplo, acho que foi até que me critiquei que eu dei um exemplo. Eu gosto de dar exemplos simples. Imagina que o negócio aqui em 2023, janeiro de 2023, 8 de janeiro de 2023, que o Bolsonaro não tivesse fugido pros Estados Estados Unidos, ele tivesse ficado aqui e resolvesse
liderar aquela bagunça. Uhum. E aí lder tivesse liderado o governo 24, então não, não. 23, pô. 23, [ __ ] falando merda. É, vai. E o Bolsonaro tivesse fugido lá para Orlando, tivesse ficado aqui, falou: "Vou liderar essa essa essa galera aí". Tivesse liderado, tivesse dado errado, né? O estado fosse lá, sufocasse o negócio e por algum motivo o Bolsonaro conseguisse fugir com com o Braga Neto, com o Pazoelo, com esse pessoal com Heleno, tivesse juntado toda aquela galera e tivesse fugido lá para Fernando Noronha, né? Imagine que o governo não fosse o Bayern, fosse
o Trump. Aí o Trump fala assim: "Não, Brasil é Fernando Noronha. Fernando Noranha é o Brasil. É a mesma coisa. Deu para entender? Aí alguém aí o Brasil começasse fazer exercício militar, como a China faz exercício militar direto ali no mar da China. A gente começa a fazer exercício militar em volta de Fernando Nor que é nosso. Uhum. E os caras falam: "Não, ó os brasileiros ali fazendo exercício militar do lado de Fernando Noronha. Que absurdo. Os caras estão querendo Não, ele só O que a China tá dando recado é que aqui você não vai
mexer. Primeiro, agora eu domino o mar do sul da China. Eu sofri duas guerras do Opó Opel porque a Marinha Real Britânica dominou isso aqui, o que permitiu que eles empreendessem esses dois conflitos, né? Eh, Taiwan já foi base militar do Japão, o que permitiu que o Japão fizesse as autoridades que fez na China. Você acha que eu vou deixar primeiro alguém dominar o Mar do Sul da China e alguém vir aqui e falar que Taiwana é independente? É, entendi. Não faz o menor sentido, tá? Então assim, você vai na na você vai em Taiwan
e na China, não existe essa questão lá. Inclusive para a maioria do povo taionês, que é o povo chinês, né? Não existe essa discussão. O chinês mesmo que tá em Taiwan, ele sabe que Taiwan é da China. Aham. É bom porque é, né, no fim das contas. Entendido. Entendido. E assim, olhando um pouquinho pro futuro, cara, eh, os Estados Unidos, se não mudar o jeito como como tá funcionando lá, a tendência é piorar, é empobrecer e tudo mais. E a tendência da China é o contrário, não é? Ficar maior e tudo mais. Nesse sentido, quanto
tempo tu acha que a gente vai usar o dólar como moeda mundial? Cara, você viu que esse movimento que esses acordos que o Brasil fez com a China é importantíssimo, né, de troca de moedas e e do próprio SUAP, né, nas duas moedas. Esse é um movimento já que assim nas relações do Brasil com a China já o dólar, o dólar já não vai ser utilizado. Sim, né? Eh, ter uma moeda única do Bricks, eu acho mais difícil, mas nada impede que os países façam exatamente o que o Brasil fez com a China, acord, esses
acordos bilaterais, né? Eh, estão fazendo isso para sacanhar os Estados Unidos, não é? Porque esse poder que os Estados Unidos têm, essa influência que ele tem através do poder econômico e da hegemonia do dólar prejudica os países, né? O o que que acelerou esse processo foi justamente enquanto eles tinham feito eh bloqueio de ativos denominados em dólar da Venezuela, do Afeganistão, do Irã, os outros países ficou vendo. Tudo bem. Quando eles fizeram isso com a Rússia, a Rússia é uma grande potência. Se for, pô, se fez com a Rússia, por que que não faria comigo?
Quem quem quer ficar na mão disso aí dos Estados Unidos? Eu tô aqui, fizemos todo o nosso planejamento aqui no nosso país, tá dando tudo certo. Só que eu tô atrelado ao dólar. Aí amanhã os Estados Unidos resolve bloquear todos os nossos ativos denominados em dólar. Ele acaba com o país, né? É primeira coisa que que não aconteceu. Ele prejudicou muito a Rússia, mas a Rússia junto com a China eles conseguiram fazer a economia russa não entrar na catástrofe que os Estados Unidos e a Europa achou que ia entrar, né? Mas foi uma grande sinalização
para os outros países. Meu, você tem que se livrar do dólar, você não pode depender do dólar. Foi o que a China começou a fazer desde do início da guerra da Ucrânia. ela começou a diversificar as suas reservas eh que ela tinha em dólar. Então, hoje a China tá comprando muito título do tesouro alemão da República Alemã, tá comprando ouro, né? E se não me engano, tá comprando até alguma coisa na Bélgica que eu eu vi esse tempo atrás. Então, assim, já tá diversificando, já não quero ficar totalmente preso ao dólar, tá? Até porque eles
estão sacaneando de tudo quanto é jeito, não vende chip, não passam um monte de um monte de coisa além da das tarifas e tudo mais. E eu tava conversando outro dia aqui também com os caras falando sobre terras raras, que nesse caso aí a China tá tá bem na fita porque tem bastante terra rara lá que é para fazer os chips e tudo mais, né? Então, eh, então o o o Trump deve estar ficando maluco, cara, porque as tentativas, pelo visto, vai tentativa de matar a Rússia, eh, e, e não dando certo. E agora o
que, o efeito disso é os outros países tentando fazer o negócio sem usar o dólar, que é essa é a cartada magna deles, não é? Sim, sim. Então, os caras devem estar desesperado, tá? Porque eles estão assim, não, por isso que eu falo e isso já tá dado, tá? os Estados Unidos a derrocada dos Estados Unidos já tá dada. Isso é uma questão de tempo, né? Os Estados Unidos tem uma dívida de 36 trilhões de dólares e vai ter um déficit agora em 2025 de 1.9 tri, né? Então aí isso aí vai para 39 trilhões
de dólares. Eh, os juros dos bônus 10 anos que eles queriam derrubar porque é o serviço da dívida, né? Eles pagam mais de 1 trilhão de dólares de juros nos Estados Unidos, né? E ele tem que tomar 2 trilhões, se não me engano, emprestado. Ou seja, é uma pirâmide. Ele tá tomando dinheiro emprestado para pagar inclusive os juros, né? Uma hora vai que estourar na mão de alguém. Isso daí se os bancos começam a se livrar dessas reservas em títulos do tesouro americano, quer dizer que o mercado pro título do tesouro americano tá diminuindo no
momento em que ele precisa aumentar, né? Se o juro da dívida dele tá crescendo, ele tá precisando cada vez mais de um volume maior para rolar a sua dívida, né? E a atratividade do título americano tá caindo porque os bancos centrais estão se livrando e quem compra a maioria da dívida americana é a reserva dos bancos centrais pelo mundo todo. Tá diminuindo essa e essa demanda por esse título. Os Estados Unidos vai começar a ter dificuldade de rolar a dívida. Não à toa. A Mudes rebaixou a nota do título agora, né? Acho que foi antes
de ontem, né? Não, foi sexta-feira, acho que o a Mudes. Ah, não sei. É só que se você olhar na história, a Stanampur já tinha reduzido a nota do tesouro americano em 2011. a FIT em 2023 e agora a Mudes, ou seja, aquele ativo que em economia a gente aprende que é o ativo livre de risco do mundo, que é o triple A, que é o nor americano, já não é triple A em três agências de classificação de risco. Então, eh, ah, os caras são bom, tão TV, não. E na realidade a gente brinca que
o as agências de risco elas só confirmam aquilo que o mercado já tá fazendo. Então, o que eles estão fazendo, estão confirmando agora é o que o mercado já tá vendo. Aham. que o título da zona americana já não é triple, né? Tem volta a isso, cobori? Não tem. Aí é [ __ ] né? Não tem por e aí a gente vai se ferrar aqui também, não vai? É lógico assim, uma derrocada de uma economia do tamanho da que é a maior economia em dólar, né, que é os Estados Unidos, isso afeta a economia global
como um todo, né? Mas eu acho que assim, os países de forma inteligente estão tentando amortecer esse impacto, né? Inclusive a Europa, né? Eh, o que o est que o Donald Trump fez com a Europa foi uma sinalização de meu, você não pode confiar em mim, né? Como é que ele faz o que ele fez com a Europa, né? Primeiro incentivou a Europa a entrar na guerra da Ucrânia. Uhum. Incentivou a Ucrânia a entrar na OTAN, ficou fazendo toda a onda para ela entrar. Aí quando ela entrou, aí agora o o Trump assume e falar
e fala assim: "Não, você tem que O que que a Ucrânia ganhou com a guerra, né? A Ucrânia foi morreu um monte de gente, milhões de de pessoas, vai perder metade do território, porque o acordo que o Estados Unidos tá propondo é a Rússia ficar com o que já tomou, né? E o Estados Unidos vai lá e vai se apropriar das terras raras que tá na na outra metade que vai sobrar com a Ucrânia. A Ucrânia ganhou o quê? Nada. Então assim, os países que confiaram e no irmão mais velho, né? Então o irmão fortão
atrás fala: "Vai lá briga, entra na briga lá, tal", voltou todo quebrado. Hora que o cara tá apanhando, fala: "Não, beleza, fica aí". Eu tô me mandando ali porque eu tem outra briga ali para mim ali. Foi isso que ele fez, né? E aí ele ainda pegou pra Europa e falou assim: "Ó, agora vocês se virem aí com a sua defesa aí, não vou mais ajudar", né? Então assim, eu acho que a gente caminha para um para um cenário eh mas a Europa tá fazendo movimentos para tentar amortecer esse impacto, né, de uma eventual derrocada
mais brusca da economia americana. E a gente, cara, essa viagem que o Lula fez assim pro Japão e pra China para mim foi uma boa sinalização, sabe? Foi. E o movimento que o Japão fez é importante também e mostra muito desse movimento que o mundo tá fazendo, porque o Japão é depois da Segunda Guerra virou colônia nos Estados Unidos, né? O Japão só faz o que os americanos querem e o Japão não fez dessa vez. Entendi. Você tem uma ideia, quando o o Trump iniciou lá o dia da libertação dele e anunciou aquele monte de
tarifa, ele chamou alguns países para negociar. Quase nenhum foi. Os que foram foi o Reino Unido que acabou aceitando. Ficou até feio para eles lá que eu não sei qual que foi o negócio. Eles chamaram o Japão. O Japão foi ao Washington. Só que o Japão não aceitou. Porque o que que o Trump fez? Qualquer imbecil que lê aquele livro do Trump sabe que ele não sabe negociar, né? É só fumaça, só espuma. O Trump quando o Japão foi para Washington, o Trump falou assim: "O que que você pode nos dar? Nos dar o Cobori
consertou". Mas a gente tava falando de China, tava falando de Estados Unidos, Estados Unidos e tudo mais. Eh, bom, eu foi chamar o Trump de idiota e derrubou. Ó, derrubou. Mentira, Trump. Mentira, mentira. Vamos aproveitar aqui e ler o que que os caras mandaram pra gente. O Luís Santos mandou aqui, ó, Cobori. Sobre o modelo econômico em que exista a renda mínima pra população, a China anunciou recentemente que pretende implementar essa iniciativa. Isso pode ser lido como um novo modelo de sociedade. O Brasil tem capacidade para tal capacidade eu acho que temos. Não temos condições
econômicas no momento, né? Eh, voltando, interessante essa pergunta porque o modelo chinês aquilo que eu falei, inclusive, tá no no livro do Elias, né, quando ele fala que os macrosores produtivos que conseguem ter produtividade, ter maiores retornos e acumular mais riqueza, em algum momento ele tem que financiar os macrosores improdutivos que não gera retorno ou inclusive negócios que geram baixos retornos. E com isso, nesses macrosores, você tem a tendência de da renda desses trabalhadores trabalham nesses marcos setores ser menor. Os improdutivos, além de saúde, educação, que mais que tem ali? A indústria LTEC, ó, a
China já tá passando por algumas contradições do capitalismo, né? Então, quando a China começa a transferir a sua indústria, uma parte da sua indústria pro Vietnã, pro Camboja, pra Índia, pro Laus, eh, é um sinal de que a China tá fazendo o mesmo movimento que os Estados Unidos fez lá atrás. Já tem algumas indústrias Lowtec que não compensam eh não, elas não fecham a conta com a mão de obra chinesa que já elevou o nível de de renda. Então ela começa a transferir para outros setores. Só que isso tem um limite, né? Isso tem um
limite. Daqui a pouco a China começa a ter o problema dos Estados Unidos. Fal, pô, transfer toda a minha indústria e agora fiquei fiquei só com a indústria high tech, que é o que os Estados Unidos fez. Então eu acho que em algum momento essa indústria lowtecch ela vai ter que ficar dentro do país, mesmo não sendo tão competitiva. E o que vai suprir essa renda desse macrosor improdutivo vai ser o macrosor produtivo. Então de alguma forma é uma certa forma de transferir renda isso aí. você criar uma renda básica para que aqueles trabalhadores que
não tão mais nesses macrosores produtivos possam ter um complemento de renda que justifique ele continuar trabalhando, por menos num setor que teoricamente não gera tanto retorno, entendeu? É uma forma de de um subsídio cruzado de de diria assim nesse sentido. Eu acho que é um caminho, eu acho que é um caminho que tem que ser estudado. Agora, a gente na realidade a gente não não tem ainda esse macro setor produtivo, né? O nosso macrosor produtivo no Brasil é um macro setor produtivo tomador de preço, que a gente só vende commodity, né? Então você é um
tomador de preço, você não tem retorno. Nosso retorno, a nossa margem de retorno daquilo que a gente é competitivo é muito pequena. Então a gente tem que caminhar pra fronteira tecnológica para que aquilo tudo que a gente esporte tenha mais valor agregado por estar na fronteira tecnológica e extrair o maior retorno daquilo. Nossa esperança nesse sentido é em BRAPA. Aí tá. O agronegócio é um negócio interessante, né? O tem contradições. O nosso agronegócio ele só é ele, a gente tem essa vantagem comparativa que se tornou uma vantagem competitiva no agronegócio pela Embrapa. Aham. Que é
estado, né? Sim. Então, só que a BRAPA desenvolveu tecnologia agrícola, tecnologia de de plantio, tecnologia de solo, tecnologia de como analisar isso aí, ser mais produtivo. Então, o nosso agronegócio, ele é extremamente competitivo pela Embrapa, pela tecnologia desenvolvida pela RAPA. Só que como negócio, quando a gente olha como negócio, é um negócio que exporta commodity. Quem define o preço da comod é o mercado internacional. Por isso a gente fala, nós somos tomadores de preço. Entendi. Se hoje é $ a saca de alguma coisa e amanhã falar que é 90,90, a gente não tem influência nenhuma.
Então isso prejudica a nossa economia, tá? Mas quando o preço é competitivo e a gente mesmo sendo tomador de preço e essa riqueza é gerada pelo agronegócio, eu lembro da Maria do Conceição tava fal, a gente não come PIB, né? A gente não come PIB porque a gente cresceu a economia baseado no agronegócio, só que é um negócio que é altamente concentrador de renda, né? é altamente concentrador de renda, é um negócio, gera muito dinheiro, mas fica na mão de muito pouca gente no Brasil, tá? Quem é que extrai dinheiro do nosso agronegócio para ele
ser tão produtivo assim? Quem vende tecnologia pra gente. Então, quem vende implemento agrícola. Então, quem tá na fronteira tecnológica do agronegócio é a New Holland, é a John Deere, é a Cingenta. São as empresas que tão na fronteira tecnológica, tem a indústria hightech disso aí, que nos fornece esses bens de capitais pra gente ser bem de capital, pra gente ser produtivo aqui no nosso ógonegócio. Então, esse pessoal eles são formadores de preço, nós somos tomadores de preço no agronegócio e eles são formadores de preço. Então, a grande margem do negócio, da produtividade, dos melhores salários,
das melhores qualificações, eh, e da maior margem de lucro, quem extrai são eles. Entendi. A gente muitas vezes nem lucro a gente extrai. Tanto que o agronegócio brasileiro precisa ser subsidiado, né? O plano safra põe de 400 a 500 bilhões no agronegócio de dinheiro nosso, no pagador de imposto, né, que é injetado no agronegócio. Então é um negócio que é subsidiado por todos nós, mas quando isso se transforma em riqueza, fica concentrado na mão de poucos. E a gente tem alguma a gente tem algum algum lugar, alguma esperança para que a gente tenha esse macrosor
produtivo aí? Porque assim, eh, vários bondes já passaram, né? E o Brasil ficou para trás. A gente ficou para trás. Então, sei lá, agora a gente tá falando de é inteligência artificial ou ou bom, a gente vai ter que ir para algum caminho que tem a ver com com tecnologia, Sim. Mas a gente tá ficando para trás de novo ou não tá? E tem tem o a Nova Indústria Brasil, que é o projeto industrial do Brasil, né? Nova Indústria Brasil eh tem tentado caminhar a nossa indústria para essa fronteira tecnológica. A gente tem que a
gente tá passando que essa guerra tarifá ela, ela adia alguns projetos, né? Então o Brasil em algum momento vai ter que proteger de novo, de forma contundente a nossa indústria para que a gente possa desenvolver ela, a gente possa proteger estilo anos 50, de alguma forma a gente tem que proteger, tem que ter uma proteção tarifária, tá? Por mais que que possa parecer, se bem que não, né, que os Estados Unidos sempre foi contra isso, é o que eles estão utilizando agora, né? Então vamos ser mais, como diz o Joãozinho, do passo certo, né? Não
é só aqui, ó. Então se tiver que proteger a indústria para ela se desenvolver, eu acho que tem que proteger, né? O que a gente tem que fazer, inclusive esses acordos que a gente fez com a China, é exigir transferência tecnologia, exigir que as coisas sejam desenvolvidas no Brasil. Eh, me parece que eu não li direito, mas esses acordos estão sendo feito com data certa, tá sendo olhado muito essa questão, né, desses centros de pesquisas serem feitos dentro do Brasil, porque aí a gente emprega pesquisador, pesquisadores brasileiros, a gente emprega engenheiros brasileiros, a gente emprega
todo mundo aqui no Brasil. Só data center aqui, a gente vai se ferrar de novo. É a mesma coisa quando a gente abriu o mercado pra indústria automobilística, né? a gente virou a maquila que, né? Vem aqui, só tem os operários aqui montando os negócios, os pesquisadores, o engenheiro, tá tudo lá, tá tudo lá no outro país. E aí a gente desenvolve a economia deles, né? Então o a transferência de tecnologia que a gente tem que fazer é exigir que essas empresas que estão vindo pro Brasil tenha uma transferência de tecnologia, né? É o que
os países avançados fizeram no passado, né? Entendi. Entendi. É porque o data center ele na prática ele consome energia e água e é isso. E um monte de espaço, é, né? Ah, o William mandou aqui: "A obsessão pela China ignora práticas como manipulação cambial, dumping e trabalho forçado. O objetivo é que o Brasil adote essas práticas ou isso é uma tática de manipulação em defender um regime autocrático?" [ __ ] esse cara aqui não gosta da China, não. Será? É. E será que ele assistiu o podcast inteiro? Essa é a visão dele, né? Eh, eh,
tira o plug da nuca que aí ele começa a enxergar direito, porque eh quem falou que a China é um regime autoritário? Você aquilo que a gente falou, vai lá na China e pergunta, né? É, vai lá na China e pergunta se o chinês se acha dentro de um regime autoritário. Vai a O quem? Eu nunca fui lá na China também, mas conversando com os chineses, o o a sensação que eu tenho é aquela que a gente falou aqui ao longo do programa, que é a gente usando a nossa lente, da nossa cultura, da nossa
sociedade, para olhar uma outra cultura que é inclusive muito mais antiga do que a gente, né? E e eles têm outros valores, outros jeitos de enxergar a vida. Então, talvez o que a gente tá chamando de de autocrático, regime autocrático, é a gente com a nossa lente, William. Eh, o chinês em si, ele enxerga de outra forma. É que nem imagina o cara chegar, vem um paquistanês, por exemplo, falar que o nosso sistema e o nosso modo de vida aqui no Brasil tá errado, porque ele acha que tá errado. É mais ou menos a gente
falando que o chinês tá errado no modo de vida dele, que não sei o que, não sei o quê, sendo brasileiro. Então, eh, não sei, né? Ou a gente ir lá na, você falou da Índia, ou a gente ir lá na Índia e falar: "P, você tá morrendo de fome que você é bobo, que você mata essa vaca come, né?" É, é. Pois é. Não funciona assim. O J Neto mandou aqui, ó. Cobori, explique porque o anarcocapitalismo está mais próximo de Senhor dos Anéis do que da economia real. Obrigado. Sou fã. Aracaju. Lê de Aracaju.
É porque é ficção, né? Anarcocapitalismo é ficção. Eh, o anarcocapitalismo ele ele ele ele prevê mais individualismo, não é? A própria frase a própria palavra é contraditória, né? A anarquia é falta ausência do estado. O capitalismo não existe em estado. Então não existe anarcocapitalismo. E um anarossocialismo, anarc um anarosocialismo é o comunismo. Aham. Porque o o o socialismo é a fase de transição pro comunismo, né? Então se ser evoluir do sistema socialista pro comunista é a ausência do Estado. Dá para dizer que tu é tu tá mais pro lado do socialista? Eu tô mais pro
lado do humanista. Tá entendeu assim? Eu tudo que for bom pra pra sociedade, pro ser humano, é a reflexão que eu faço, né? Mas o anarcocapitalismo, acho que outra vez perguntou, por que que o jovem gosta tanto de anar de anarcocapitalismo? Porque o jovem é bobo, né? Ele acredita em coisa meio sem sentido. Entendi. Ô, tu sabe que eu já gostei bastante da ideia do narocapitalismo, cara. É mesmo? Então, você era bobo antes, né? E aí eu fui, eu fui e o o começou assim, parece legal, mas é que precisa, precisa o ser humano médio
ser grande para funcionar o anarcapitalismo ou para fazer tipo para eh Tá legal, como é que eu vou garantir, por exemplo, que eu que esse cara aqui não vai ali no mais no mais fraco ali, tomar tudo que ele tem e pronto? Ah, não, a gente contrata uma uma justiça privada, tá, pô? Mas eu que tô contratando a justiça privada para julgar o cara que não tá na merda, [ __ ] É tudo tipo, se o ser humano médio não for gande, dá trabalho para fazer isso tudo acontecer, né? E aí não é, não que
eu goste muito de como o estado funciona e tudo mais, não é, não é esse o ponto, mas e eu concordo que tem, é, é muito o a ideia do anar capitalismo, ele precisaria pelo menos vai, se fosse uma comunidadezinha de 500 pessoas, talvez funcionasse. Não, menos gente, poucas pessoas. É, vai fragmentar, né? A história da a história da evolução do ser humano é essa, né? O o Homo Sapien só conseguiu se sobrepor ao homem de Neandertal por acreditar em coisas abstratas, né? E o estado é uma coisa é uma coisa abstrata, né? Por isso
que permitiu que nós formássemos comunidades maiores, né? É a presença do estado. Se você não tiver o estado, a sociedade vai se fragmentar, né? E vai ser vai voltar pro feudalismo, né? Cada um por si é o meu clã contra o seu. Em algum momento, quando o meu clã tiver grande, ele vai se fragmentar de novo e a gente vai fragmentar a sociedade. Então, a a presença do estado é um terceiro que regula uma relação entre duas forças desequilibradas, né? Que é o que você falou, sempre vai ter um cara mais forte e um mais
fraco. Se não tiver ninguém para regular essa relação, mais forte vai tentar tomar em algum momento do mais fraco, né? Ou se impor de alguma forma sobre o mais fraco pela força, né? Então, a criação do Estado pelo ser humano foi justamente para existir esse terceiro que regule essa relação, esse equilíbrio de forças, né? Eu tô falando só sobre o ponto de vista eh físico, né? O estado, na realidade, ele é um terceiro interventor para regular, inclusive forças econômicas, poder econômico, esse tipo de coisa. O estado foi criado na realidade para proteger o mais fraco.
Ele não foi criado para proteger o mais forte, né? Então o estado ele tá aqui para tentar criar as mesmas oportunidades das classes paraas classes classes desprivilegiadas que as classes privilegiadas têm, né? Então essa é essa é a função do Estado. É o que causa muita o que causa essa raiva nos caras é justamente que não é isso que o estado tem feito, né? Mas não é mas não faz por quê? Porque o poder econômico que manda no estado e se acabar com o estado, você acha que o poder econômico vai dar poder pra classe
mais pobre? Não vai. Não vai. Então, por isso que quando eu falo bobo assim, pode até parecer que é porque jovem ele acredita em coisas sem sentido, né? Não, eu não me senti ofendido em nenhum momento, viu? Tá tudo bem. Talvez eu era, eu já, cara, é que você já foi jovem. Eu já fui jovem. Eu falo isso porque eu tenho cinco filhos. Então, tem uns seus filhos, t uma idade assim que eles falam as coisas, você fica pensando assim, deixa para lá, é jovem, né? É. Ó, o ITCabu mandou aqui, ó. Você afirma que
o Trump é um idiota, mas não há uma clara relação entre as declarações e mudanças de política como manipulações de mercado para favorecer a si e algum grupo próximo, em vez de ser só um idiota? É, é, na verdade é um idiota de máfé, então um idiota de máfé que tem um idiota bobado e tem um idiota de mafé. Tudo bem, ele é um idiota de mafé. Então, o Fabrício Sassak mandou aqui, ó. Por que ninguém fala da Emembraer? Não deveria ser o orgulho do verdadeiro patriota. Nem mercado fala da top três do planeta em
aviação, única de tecnologia não relacionada ao agro e petróleo. Até o Japão comprou 20 jatos essa semana. Bom, o Brasil a gente eh quando você quando você fala o Fernando Henrique privatizou um monte de coisa e tudo mais, eh essas empresas e aqui dev uma pergunta de boboca, tá bom? Eh, o privatizar as empresas, ela eh parece um movimento em direção a tornar mais eficiente, mas atrapalha no fim das contas a privatiza é é que as pessoas geralmente compara a época do Fernando Henrique com a privatização do sistema de telecomunicações. Só que as pessoas elas
elas é como se elas congelassem no tempo e e falassem assim: "Se não tivesse privatizado a telebr seria exatamente a mesma coisa até hoje". Não seria, ela teria evoluído também como como estatal, né? Tanto que você, a gente tá vendo agora o retorno da Telebasa aí nesses acordos de transferência tecnologia com a China. Eh, quando a gente privatizou, para você ter uma ideia, quem inventou o Bina foi o Brasil. Uhum. O identificador de chamadas, se não me engano, foi até aqui na CTBC, né, que é do lá da região de Uberlândia. Eu lembro que quando
eu descobri que foi o brasileiro que inventou o Bin, eu fiquei, nossa, a gente é muito [ __ ] meu irmão. Não, mas e a gente era agora eh o fato de ter privatizado o sistema de comunicações não quer dizer que não continuaria evoluindo se não tivesse sido privatizado, né? E aí fala: "Ah, mas na mão do estado dá prejuízo." E a Oi, o exemplo da Oi, né? Entrou em recuperação judicial já duas vezes. Eh, a Imraer, a Embraer privatizaram depois que ela se tornou ou que ela é, né? Que isso para mim é um
crime, né? É igual mesmo, toda hora quer falar em privatizar Petrobras. É um crime privatizar Petrobras. A tecnologia que ela desenvolveu, só desenvolveu porque é do é estatal, né? Todas as grandes petroleiras do mundo queriam entrar no pressal. Foi concedido blocos de exploração no pressal e nenhuma conseguiu chegar onde Petrobras chegou, né? A última abandonar foi a Shell, né? A Shell chegou em algum momento, falou: "Não, não vou fazer porque é muito arriscado, vou investir bilhões e posso não achar nada". Uhum. né? Porque a Petrobras achou justamente que é do estado? Porque é só o
estado que faz investimento de longo prazo, correndo altos riscos. Então, para quem defende iniciativa privada, nenhuma empresa privada faz isso. Eh, é até meio racional você fazer essa análise, né? Quando você faz uma análise de viabilidade econômica, você tem um projeto da retorno em 10 anos, para que que você vai investir em um que possivelmente vai dar só em 30? Ninguém faz isso. Quem faz é o estado, né? Então, todas as tecnologias que a gente tá vendo na mesa aqui é tem dinheiro do estado, né? o iPhone você pegar aqui, tudo tem dinheiro da do
complexo industrial militar americano, né? A DARPA, que é uma agência lá que fez que inventou a internet, inventou o GPS, inventou quase todas as tecnologias que a gente depende delas hoje. Então, se não existir o estado, não existe. Assim, voltando, né? A Embraer só é o que é porque foi o estado que bancou ela até ela chegar onde ela chegou, porque se fosse uma empresa privada, ela talvez não teria nem, o avião não teria nem saído do chão, né? Então, foi criado dentro do ITA com engenheiros do ITA pela Força Aérea Brasileira, com dinheiro do
estado, financiando a empresa até ela ficar competitiva, né? Então, todas as empresas do mundo só chegaram onde chegaram com investimento estatal. Então, a gente tem que sair dessa, desse senso comum, sabe? desse discurso raso, como você tá falando, ah, o estado é ruim, imposto é roubo, cara, o estado tá aí, ele existe e ele é necessário. Agora, que a gente tem que lutar é como tornar ele mais eficaz, como criar instituições e ferramentas para fiscalizar o que o Estado faz. Eh, e tudo isso começa de uma consciência política na sociedade, né? Elegendo essas figuras que
a gente elege, né, principalmente no Congresso, que a cada legislatura vai piorando, né? você pegar as figuras que estão lá no Congresso Nacional, meu Deus do céu, [ __ ] meu irmão, total muito esquisito, meu. Acontece tanta coisa ali que parece até digno de circo. É, né? Mas voltando aqui, quando Caiolas, eu tava falando do que o Trump chamou lá o Japão, né, em Washington, lembrei aqui agora. E aí, em vez de chamar e e negociar, tipo, eu chamei você para negociar, aí você chega aqui, eu falo assim: "Que que você tem de bom aí
para mim?" O Japão teria dado uma resposta no passado, não deu. O Japão falou: "Não, vou voltar". E voltou. E aí, que que o o Japão internamente discutiu? Falou assim, ó: "Eu oferecer para ele, ele levantou o troco, ele começou a confusão. Aí eu chegar lá e falar o que eu tenho para dar para ele é dar uma arma para ele pedir mais". Isso é básico em qualquer processo de negociação, né? Tanto que quando eles eles aceitaram, a China só aceitou falar com com os Estados Unidos em Genebra, aonde é a sede da OMC. E
aquele circo que ele fez lá com Zelensk também, né? Aquilo é ridículo, né? Então o que eu falo, um chefe de estado fazia aquilo, mesmo se fosse um país subesenvolvido, né? Um país dito de terceiro mundo, fizesse aquilo, todo mundo ia achar ridículo. O presidente dos Estados Unidos fazer aquilo em público. Você vê que é uma coisa proposital, né? e fez aquilo para constranger, para quem, qual país agora, mesmo sendo aliado, quer negociar com ele, sabendo que inclusive tudo que ele negociar ele pode voltar atrás. Então ele não é mais um parceiro confiável. Então essa
sinalização da China ao topar, voltar sentar na mesa de negociação, exigiu que fosse em Genebra, não fosse em Washington e exigiu e que era Genebra justamente porque era sede da OMC, né? Então, lá na UMC ainda ela pegou e fez as reclamações. Então, a o que a China tá sinalizando é é justamente o que os outros países querem que que um país sério se comporte, né? A primeira atacada, a China já falou: "Ó, vou fazer uma reclamação na OMC, que era um órgão inclusive dominado pelos Estados Unidos, né?" Então, a sinalização da China é o
seguinte: o cara tá fazendo coisa errada e eu respeito os organismos multilaterais, eu respeito as regras, né? Quero que elas sejam cumpridas. Então, quando a China senta com os outros países, os outros países sabem que é isso que tá, quem que é mais confiável para eu negociar com a China ou com os Estados Unidos, né? Então são sinalizações na geopolítica e nesses acordos que os países sabem ler e a Europa tá sabendo ler muito bem isso aí, que eh já foi abandonada pelos Estados Unidos, né? Do pós-guerra para cá, ela sempre foi subserviente aos interesses
americanos. Ela sabe que ela não pode mais depender dos Estados Unidos, né? Esse crescimento, os Estados Unidos cresceu de forma muito rápida, expansionista, so ponto de vista militar e econômico, né? Só que sobre o ponto de vista militar, quando ele criou mais de 800 bases militares pelo mundo, ele colocou a Europa embaixo do guarda-chuva dela, né? Que os Estados Unidos sinalizou, falou assim: "Ó, você não precisa investir em defesa porque eu te protejo." Sim, tenho base aqui, OTAN, investimento militar é todo meu. O que permitiu isso foi a geremonia do dólar. Posso imprimir dólar à
vontade, posso crescer à vontade, né? Esse dólar não vai circular dentro da economia americana. Então, permitiu que ele tivesse esse expansionismo militar e ao mesmo tempo ele colocou a Europa, o Japão embaixo do guarda-chuva militar dele, proteção. A sinalização que o Donald Trump deu agora quando ele saiu da da foi lá assumiu e falou que a Ucrânia tinha que fazer um acordo, olhou para falar: "Ó, vocês têm que se virar aí que eu não vou mais dar dinheiro". é simplesmente ter tirado esses caras do guarda-chuva dele. Que que a Europa fez? Pô, agora a gente
tá estamos meio desprotegid protegido. Então que eles começaram a anunciar investimentos militares vultuosos, né? [ __ ] também. Eh, é uma é uma coisa perigosa, né? Eh, o próprio Jeffrey Sax fala, ele foi conselheiro do Conselho Americano muito tempo, né? um economista respeitado. Ele fala que a Europa não pode entrar nesse jogo de querer eh investir demais em investimento militar, achando que a Rússia é a Rússia é uma ameaça a à Europa. Porque quem criou, o próprio Jeffrey Sax fala, quem criou essa imagem de que a Rússia é um inimigo da Europa foi os Estados
Unidos. Por interesses geopolíticos, né? Por interesses geopolíticos. Os Estados Unidos sempre alimentou essa imagem que a Rússia é inimiga da Europa. Mas se você vê a reação que a Rússia, a única reação que a Rússia teve, que foi um sinal geopolítico de que os Estados Unidos não tinha mais o monopólio da guerra, foi quando ele invadiu a Ucrânia, porque quando caiu, o bloco soviético caiu e o Pacto de Varsóvia, que era o equivalente ao OTAN, né? A OTAN pelo lado ocidental, o Pacto de Varsóvia pelo lado do leste europeu ali do guarda-chuva militar da União
Soviética. Quando o bloco soviético caiu, obviamente, economicamente eles não tinham mais como manter o pacto de Varsóvia. E o Pacto de Varsóvia aí se dissolver, eh, os Estados Unidos falou pra União Soviética que eles poderiam ficar tranquilo que a OTAN não ia se expandir para o leste. Aham. Inclusive no discurso lá, ele falou que não ia se expandir nenhum 1 centímetro. O Gorbachov na época, tudo bem, era o que eles queriam, né? Eles não tinham capacidade econômica para proteger aquilo. Aceitou. Passado, se não me engano, 4 anos, os Estados Unidos começou a expandir a OTAN.
A Rússia protestou, aí passou, acho que em 2004, expandiu de novo, só que aí começou a chegar perto do Mar Negro, né? O Mar Negro ali nos para baixo da Rússia, ele foi Romênia e Bulgária, se expandiu ali. Aí só que como esses dois países ainda não fazia fronteira com a Rússia, a Rússia deu Chilique, protestou, mas ficou. Agora na Ucrânia, só que a Rússia falou, a Geórgia e a Ucrânia faz fronteira com a Rússia. Só que a estratégia deles era fazer exatamente que o império britânico fez no passado com a Rússia, que era isolar
a Rússia, isolar o Mar Negro da Rússia, porque quando você pega Romênia, Bulgária, Geórgia e Ucrânia, você são os países que estão no Mar Negro, né? Então, teoricamente é era a mesma estratégia do do Império Britânico. Aí a Rússia falou: "Não, aqui não, né, na minha fronteira não". Aí eles ficaram insistindo, só que que os Estados Unidos achou que ia fazer isso aí, a Rússia não ia fazer nada. Então foi um sinal também, um um sinal geopolítico da Rússia para os Estados Unidos e teoricamente pro mundo. Fala: "Não, não é os Estados Unidos tem um
monopólio da guerra". Inclusive eles ele em armamento nuclear, a Rússia é muito superior aos Estados Unidos. Quando junta tudo, poderil, tecnologia, militar, esse tipo de coisa, os Estados Unidos é maior. Mas em artefatos nucleares, a Rússia é maior que os Estados Unidos. Entendi. E o e o armamento nuclear é um poder de dissuação. Aham. Ó, eu tenho, você tem, vamos ficar de boa. Não mexe comigo, não mexe com você, porque quer dizer, se a gente se estourar, acabou para nós dois. No limite acabou. Não tem vencedor. Numa guerra nuclear, não tem vencedor. Só que a
o que a Rússia fez foi falar: "Ó, não, você não tem mais o monopólio da guerra, vou invadir aqui. Já que você quer entrar aqui, eu vou invadir antes." Então, na realidade, foi uma sinalização geopolítica, tá? Eh, e tanto que é uma guerra convencional. a Rússia poderia jogar uma bomba nuclear e acabar com o negócio amanhã e não fez, né? Então também é uma sinalização pro resto do mundo que é uma potência que pode ter o armamento nuclear que ela não vai cometer nenhuma loucura desse tipo, né? Que talvez seja a preocupação dos Estados Unidos
com o Irã. Se o Irã chegar a armad nuclear, sei lá, lá não é tão confiável assim, que o cara não vai apertar o botão, né? lá, lá pode aparecer um louco e apertar o botão. Então, a Rússia deu uma sinalização pros Estados Unidos que primeiro o monopólio da guerra não é seu, que desde o final da Segunda Guerra a Rússia nunca empreendeu uma guerra, né? Foi só os Estados Unidos, inclusive, inclusive todas as guerras, Vietnã, Coreia, Afeganistão, sempre Estados Unidos empreendendo a guerra com a presença militar inclusive lá, né? Tudo bem, tudo bem que
a União Soviética por trás dessas guerras, ela também, mas ela não mandou o exército russo para lá, né? ex da União Soviética, nem na guerra da Coreia, nem no Vietnã e nem no Afeganistão. Eh, então, nossa, tudo muito complexo mesmo. [ __ ] merda. Bom, mas de guerra eu vou falar amanhã com o professor Rock Cobori. Obrigado demais por vir aí. Isso. Tem um emblema. Ah, é, tem um emblema. Ó, isso daqui é uma é uma homenagem que os nossos artistas fazem para pro convidado. Esse daí é o cobor ali, ó, falando de dinheiro lá
nos Estados Unidos e tudo mais. Olha ali, ó. Ó, você que quiser resgatar esse emblema aí, nv99.com.br/resgatar e usar o código cobori, tá bom? Só mandar lá e aí você tem acesso. E bom, as as mensagens a gente já leu, né, que isso era para eu ter falado lá no começo, cara. Ah, tá. Ah, inclusive, eu tenho que te dar um presente também, [ __ ] Aqui, ó. Esse daqui é para você, ó. Quando tu foi lá no banheiro, eu aproveitei para falar de Felipe Mid, mas aí esse daí de presente para você, cara. Muito
obrigado por vir aí. Foi muito legal trocar essa ideia contigo, cara. Que legal. Desculpa se eu pareci um completo idiota. Não, eu tô brincando. Eu tô eu tinha que esse danar capitalista eu tinha que soltar do do J. Cara, eu nem tava falando disso, tava falando de do resto do programa. Não, que isso? Cara, que papo papo super agradável. Eu fiquei muito feliz eh de contar, né, essa minha transição para essa parte mais humanista e mais divisão. Inclusive, ontem eu eu abri os cursos que eu tinha lá no site, né? O meu curso mais barato
era 2000. abrir lá para quem tivesse, quisesse ter acesso por R9,90 por dia, por mês lá. E inclusive quem não tiver condições financeiras, né, de de fazer o curso, tiver em algum movimento social, em alguma organização social, vai ter acesso gratuito. Então é uma forma que eu tenho também de dar acesso ao meu conhecimento às pessoas que precisam, né, não tem condições. Eu tudo bem que com essa visão do mercado meus cursos eram caro porque eles são bons, tá? São cursos tecnicamente muito bons, mas eu resolvi fazer isso para dar acesso mais geral, inclusive para
quem não tem dinheiro. E agradeço muito que essa oportunidade eh de estar no podcast assim eh de estar aqui direto com você e bater esse papo livre assim, né, sem sem muita preocupação, é sempre uma oportunidade também de transmitir conhecimento, né, e tentar ser útil aí pra sociedade. Pô, obrigado, feliz. Muito obrigado, muito obrigado. Esse esse o teu curso e os teus cursos e as tuas, por exemplo, teu livro, tudo isso daqui é fácil encontrar essas pessoas chegarem no teu Instagram? É, os dois livros estão na Amazon, né? Você entrar na Amazon, qualquer um dos
dois livros é você encontra na Amazon. Os cursos estavam no site, mas ele tinha, eu tenho, eu tenho cursos muito caros, né? E o mais barato era esse de 2000, que é o segredo da independência, que ensina a macroeconomia sobre taxa de juros e mercado financeiro de capitais, né? Tidos de renda fixa e tal. Então era um acesso assim mais de quem queria conhecer bem a economia e investir. Eh, mas como ele tinha esse esse preço de 2000, ele ficava ele era meio que um caro realmente para quem não tem condições, né? Então eu resolvi
ontem eu abrir lá quem quiser acessar ele pro 12 de R$9,90 acesso e quem não tiver dinheiro nem para isso, pode acessar gratuitamente. Eh, se ele tiver em alguma organização social, um movimento social, ele pode acessar. Boa. Ó, a gente vai deixar os links para você encontrar tudo do cobore aqui no comentário fixado, tá bom? Eh, você vai chegar em tudo com um clique só. E se você quiser quiser sugerir outros convidados ou outros temas, tem o Discord aí na descrição também, ó. Muito importante, se inscreve aí no canal, dá o like, tá bom? E
comenta alguma coisa, porque é, a gente precisa de boas energias, tá bom? Eh, não pode ter muito haer. Então, você aí que tá, ficou assistindo até agora, eu confio que você vai transmitir boas energias. Então comenta alguma coisa ali embaixo, tá? Quando virar vídeo e a gente se vê amanhã, né? Amanhã, amanhã tem programa. É isso. Então, ó, Cobor, mais uma vez obrigado pela moral, sensacional te receber aqui. Vocês muito obrigado por assistirem também e a gente se vê depois. Beijo. Tchau.