senhoras e senhores Bom dia agradecemos a plateia presente aqui no auditório do Museu do amanhã no Rio de Janeiro e as pessoas que estão assistindo ao evento pela transmissão ao vivo no canal do YouTube da ferge e do parenting Science nesta quinta-feira 17 de outubro de 2024 damos início à abertura oficial do quarto simpósio brasileiro sobre maternidade e ciência para compor a mesa de abertura do simpósio convidamos ao palco a presidente da coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior Caps senora Denise Pires a analista em Ciência e Tecnologia do Conselho Nacional de Desenvolvimento científico
e tecnológico CNPQ e integrante da equipe do programa mulher e ciência do CNPQ Senra a diretora científica do Instituto Serra pira senora Cristina Caldas a diretora científica da fer e presidente da academia Nacional de medicina sen Eli busel a coordenadora do movimento paren ins senora Fernanda [Aplausos] stuas bem-vindas o governo do Rio de Janeiro por meio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à pesquisa do Estado do Rio de Janeiro ferge e o Instituto Serra pira tem a honra de receber o quarto simpósio brasileiro sobre maternidade e ciência o movimento parenting Science surgiu em 2017
com o intuito de levantar a discussão sobre a parentalidade dentro do universo da academia e da ciência suas ações se iniciaram para preencher um vazio de dados e de conhecimento sobre uma questão fundamental o impacto dos filhos na carreira científica de mulheres e homens inicialmente o movimento era composto por um pequeno grupo de cientistas do Sul do Brasil em 2019 ocorreu a primeira expansão passando para 14 cientistas de diferentes regiões do país no início de 2020 já eram 18 cientistas mas o movimento Decidiu ir mais longe e hoje conta com 72 72 embaixadoras distribuídas por
todo o território nacional promovendo o debate de temas prioritários sobre maternid e ciência o programa de embaixadoras foi pensado como uma forma de chegar a diferentes lugares entendendo que o Brasil é um país imenso com realidades distintas desta forma as embaixadoras permitem a ligação com as múltiplas particularidades das regiões do país permitindo que ações condizentes com a realidade local sejam planejadas e realizadas Além disso as embaixadoras são A Força Tarefa para tirar do Papel as muitas ideias e demandas do movimento hoje existem cinco núcleos regionais representando 53 instituições de ensino e pesquisa localizadas em 18
diferentes estados brasileiros e do Distrito Federal o parent insis tem organizado simpósios sobre maternidade e ciência como forma de engajar a comunidade científica na discussão das questões relativas à parentalidade na ciência brasileira já foram realizados três simpósios brasileiros sobre maternidade e ciência nos anos de 2018 2019 e 2021 nesta quarta Edição teremos dois dias de simpósio com uma programação extremamente interessante e diversificada a programação está disponível no site do parent insis e também no material que vocês receberam gostaríamos de avisar que contamos com um serviço de recreação no período de 9 às 12 e de
17 agora para dar as boas-vindas convidamos para fazer uso da palavra a coordenadora do movimento par senora Fernanda está no Bom dia gente primeiro desculpa pelo atraso tivemos alguns imprevistos É um prazer imenso com vocês aqui foi um sucesso a gente teve 370 inscrições pro simpósio primeira vez que a gente tá H com bastante gente eh querendo participar do do evento Quero agradecer imensamente a presença de vocês aqui sei como é difícil coordenar as as agendas né Então na verdade meu papel aqui hoje é só dar as as boas-vindas vocês vão me ouvir conversar sobre
o assunto amanhã tá então obrigada gente que tenhamos um ótimo evento Obrigada Fernanda agora com a palavra a diretora científica da ferge e presidente da academia Nacional de medicina senhora Eliete [Aplausos] busel bom dia a todos e todas e eu eu tô muito satisfeita de est aqui falando porque a situação da mulher e da mãe Do pai é uma coisa que me chamou atenção desde os inícios dos anos 80 e eu nessa época eu estava nos Estados Unidos e comecei a discutir esse assunto que eu acho da maior importância a primeira coisa que nós precisamos
fazer é pensar que a gente tem que tratar pessoas diferentes de uma maneira diferente a gente não pode considerar que uma mulher ou um homem que tenha um filho se comporta exatamente como uma mulher ou um homem que não tenham filhos porque filho modifica completamente a vida de dos pais se se esses pais forem responsáveis agora eu gostaria de de começar a minha fala dizendo para vocês o seguinte que este problema da parentalidade não só na ciência como nas profissões de uma maneira geral não é uma jabuticaba ou seja não é um problema brasileiro é
um problema mundial e eu gostaria de começar dizendo o seguinte é muito difícil a nós sermos aceitos e aceitas na com as nossas diferenças porque o mundo tende a igualar as pessoas Então se uma pessoa começa num trabalho x Ela deve ter uma produção Y Independente da sua situação e é muito difícil nós chamarmos atenção para as diferenças individuais quer dizer da mesma maneira que hoje as pessoas cada pessoa tende a ser mais afirmada ou se conhecer melhor como indivíduo Nós também temos aquela massificação das pessoas que é extremamente difícil de vencer então eu gostaria
de contar para vocês algumas experiências eu posso falar um pouquinho algumas experiências que eu tive e que me marcaram muito em 1987 conforme eu disse já bastante imbuída na situação da mulher quer dizer eu assumi a a cadeira de a disciplina a cadeira de fisiologia aos 27 anos e várias vezes fui abordada por pessoas dizendo que queriam falar com o chefe da cadeira e não com a secretária da cadeira eu digo eu lamento mas sou eu mas eh eu queria contar para vocês que eu fui paraa Suécia em 1987 e inicialmente eu tive uma grata
satisfação eu pensei que seria uma coisa diferente quando me informaram que 92% das mulheres na Suécia trabalham Puxa que coisa legal né Que bom E aí eu comecei a perceber o que acontecia primeira coisa que na Suécia um único salário não mantém a casa então as mulheres trabalham mas não necessariamente T profissão trabalhar é uma coisa ter profissão é outra completamente diferente e a outra coisa interessante é que no primeiro ano de vida da criança eh não existe nenhuma provisão para que as pessoas tenham possibilidade de deixar a criança e isto é colocado como sendo
importante para a construir uma ligação forte entre a mãe e a criança o pai também pode de tirar esse tempo desde que mas a mãe e o pai não então a minha primeira discussão com as pessoas a respeito disso foi o seguinte qual é a carreira competitiva que a pessoa pode ficar fora durante um ano eu não conheço nenhuma e eu convido vocês a pensar sobre isso e na Suécia a creche a partir dos 2 anos funciona de 8 à 5 que é outra coisa complicadíssima porque significa que você vai chegar no seu trabalho no
mínimo às 8:30 e sair do seu trabalho no máximo às 4:30 que também é uma coisa para quem trabalha em ciência é uma coisa extremamente difícil muito bem Eu Voltei pro Brasil ao chegar aqui no Brasil eu me deparei com três artigos publicados numa revista científica que eu tenho certeza que todas vocês todas e todos vocês conhecem chamada Science que publicou um artigo esses três desculpa esses três artigos a respeito de mulheres na ciência e nesses artigos o final desse artigo desses artigos a conclusão era que mulheres só fazem carreira em países pasmem você vocês
que exista empregada Então se a gente for chamar as coisas pelo nome eu por exemplo que estou criando a minha neta sou mãe de dois filhos e tenho duas netas e tô criando a mais velha delas eu posso estar aqui com vocês porque eu tenho uma empregada na minha casa e uma babá Então veja bem isto é uma situação que efetivamente é extremamente complicada até porque cria uma diferença social pras pessoas que podem ou fazer carreira científica e esse artigo da Science mostra por exemplo que na Alemanha as mulheres se ocupam de três cas basicamente
que é cozinha criança e igreja em alemão essas três palavras começam com car Então isto é uma coisa extremamente interessante porque se a gente pensar eh a gente vai ver que o Brasil não está tão tão complicado assim na Suíça por exemplo Até recentemente a mulher não podia tirar a licença para dirigir sem a anuência do marido que é consider na Suíça que era considerada a cabeça do casal e quando eu viajei na minha na minha par na nos 7 anos que eu fiquei na Suécia sempre que eu viajava as pessoas perguntavam quem tomava conta
das Crianças obviamente essa pergunta não era feita quando o meu marido viajava porque obviamente seria eu claro então essa mudança que a gente está lutando agora é uma mudança estrutural extremamente difícil não é simples Até porque ela não é colocada claramente Então eu acho que ah e E aí eu durante esse período na Suécia eu li uma tese de sociologia que me chamou muito atenção que as professoras que hoje se chama curso fundamental na maioria dos no mundo inteiro são mulheres e nessa tese de sociologia essas professoras foram questionadas quem é que elas para quem
que elas prestavam mais atenção na aula embora seja reconhecido que as meninas são de uma maneira geral melhores estudantes do que os meninos a professora as professoras eh que responderam o questionário responderam que prestavam mais atenção são nos meninos por os meninos perguntam mais e existe a noção Quase atávica que o menino vai chegar mais longe Então a professora tem uma tendência a olhar mais o menino embora ele seja mais bagunceiro com notas até certo ponto piores do que as meninas mas as meninas fazem muito menos perguntas de uma maneira geral então bom aí eu
cheguei no Brasil voltei para werge e queria contar para vocês a minha experiência na academia Nacional de medicina que hoje tem mais da metade dos Estudantes de qualquer classe de medicina meninas a academia Nacional de medicina foi que eu tô estou Presidente agora foi fundada a 195 anos pelo Imperador Pedro I já elegeu se 188 membros dos quais 10 são mulheres o que dá uma percentagem de 1,45 eu já fiz essa conta ela foi fundada em 1829 e a primeira mulher foi Eleita em 1956 1220 156 anos depois até hoje nós elegemos 10 mulheres sendo
que as no último ano elegemos três então estamos progredindo mas veja isso não é simples não é simples as a maioria das mulheres que se candidataram eu diria que mais de 90% foram eleitas mas muito poucas mulheres se candidatam E por que que poucas mulheres se candidatam porque elas não vem que aquele lugar é um lugar para elas eu acho que elas não têm exemplos então a posição de vocês a além de ser muito de de ser muito interessante que vocês estão lutando pela paridade Todas nós estamos interessadas nisso nós estamos interessadas que os órgãos
de fomento olhem para uma mulher que teve filhos de uma maneira diferente no nos primeiros anos principalmente dessa criança de uma maneira diferente e mas eu gostaria de dizer para vocês que é uma luta que demora e que eu tenho certeza absoluta que nós vamos chegar lá mas a maioria das mulheres hoje na Europa optam por fazer carreira tem filhos cada vez mais tarde e Muitas delas Não Têm filhos eu gostaria de citar como exemplo a Itália que a população está diminuindo efetivamente Então existe uma dificuldade grande e isto é um problema que os governos
e nós temos que nos unir para lutar contra isto on ontem eu encontrei numa cerimônia a professora Helena Nader que também é a primeira mulher presidente da Academia Brasileira de ciências que tem cerca de 110 anos então eu disse para Helena Helena Quando é que a gente vai parar de dizer que somos as primeiras porque isso não é bom não é bom para ninguém agora quando a gente olha por exemplo pra França que a nossa academia Nacional de medicina é uma cópia da academia francesa ela é 9 anos mais velha do que nós eu gostaria
de colocar para vocês que só agora a academia francesa de medicina tem a primeira mulher presidente então De novo isto não é uma jabuticaba e eu acho que vocês tem pra gente conseguir resolver um problema a coisa mais importante e Inicial é identificar o problema então não é uma jabuticaba é um problema mundial e nós temos que arregaçar as mangas para que nós possamos ser notadas E possamos emitir as nossas opiniões e chegar a um ponto que seremos tratadas de maneiras diferentes em situações diferentes da nossa vida Muito obrigada muito obrigada professora Eliete puschel diretora
científica da ferge presidente da presidente da academia Nacional de medicina agora eu passo a palavra à diretora científica do Instituto Serra pira Sen [Aplausos] cdas bom eu vou onde que passa bom primeiro agradecer Ah tá aqui agradecer a especialmente a Fernanda e a Letícia parceiras parceiras desse edital e desse movimento né a favor da de mais mãe cientistas eu vou falar amente sobre o sobre o Instituto serrapilheira mas Agradecer o convite a oportunidade de compartilhar aqui com vocês é o que a gente vem fazendo eh vou vou falar rápido pra gente ir eh atrás do
nosso nosso atraso mas basicamente dizer que o Serra peleira tem exatamente a mesma idade do movimento parent in Science nós começamos no mesmo ano em 2017 somos uma instituição privada sem fins lucrativos recebemos uma doação no valor de R 350 milhões deais em 2016 a partir do rendimento do fundo acima da inflação a gente promove a ciência no Brasil com uma série de programas mas eu vou focar exatamente no o Serra peleira nasceu lá em 2017 trazendo a diversidade na ciência como um valor do Instituto e em passados 5 anos das nossas atividades nós nos
deixamos Claro não só no no começo das atividades mas também na nossa celebração de 5 anos do Instituto que nós nos posicionamos novamente com a importância desse desse valor então a história da ciência está construída em cima de pressupostos de origem cor e gênero é um Um percurso feito de ausências e silêncios que ninguém quer mais Então a gente tem que dar um curso diferente a essa história ou a ciência não fará frente aos Desafios que aguarda então é assim que o Instituto Serra peleira vem se posicionando então desde que a gente começou em 2017
a nossa primeira corte de cientistas apoiados tinha 30% de mulheres e agora a última corte tem 42% de mulheres 12% de pessoas negras e agora 48% então teve um o esforço proativo para que isso acontecesse e o o primeiro deles foi exatamente entender como disse a professora no começo fazer aqui de que número Que números a gente tá falando como que é a situação atual então nós fomentamos um estudo do do gema que é um grupo da uerg para não entender nas áreas que o cpir apoia ciências naturais matemática e ciência da computação como que
é a representação de de qual que é o senso né Desse de professores universitários eh Enfim enfim mulheres eh negos indígenas e pessoas brancas então a gente vê que eh o problema já existe ele é todo mundo sabe dele mas quando você vê o número gráfico é bastante chocante né então negros indígenas no Brasil 56% na área do serrapilheira na academia cai para 7% mulheres que é o tema de hoje 52 cai para 32% na academia e brancos 43 sobem para 90% na academia então isso é um sistema que eh tem essa esse termo de
Seli né mas na verdade de quando eu conversei com com o Hugo diretor presidente do serrapilheira pela primeira vez sobre esse termo ele falou li que não serve porque ali que parece que é um sistema passivo e na verdade tem um um esforço eh ativo aqui de que essas diferenças aconteçam né então basicamente o racismo e sexismo toda a questão da Maternidade que a gente vai conversar bastante durante do simpósio faz com que as pessoas a gente vá perdendo pessoas ao longo do da da trajetória acadêmica então é um ciclo que vai reproduzindo as desigualdades
mas eu vou passar rapidinho que o eu sei que a gente tá atrasado só para dizer que lá em 2019 a gente lançou um guia de boas práticas em diversidade na ciência então a gente se posicionou muito fortemente a respeito disso é que a a gente acredita nessa ciência que precisa de liberdade e pluralidade de ideias então a gente cresce na diversidade cresce na diferença cresce tendo pessoas diferentes Pensando nos seus diversos problemas e sobre mães cientistas especificamente a a gente já adotou desde o começo é um uma bolsa maternidade que para quem tá dentro
do Instituto que já recebe nosso apoio se tem filho ou engravida a gente dá uma bolsa de R 10.000 que a ser aplicada da maneira que que mais se adapte à necessidades a vida de cada mãe então não tem um dinheiro absolutamente flexível então aqui a Bárbara Amaral professora de física da USP com a sua bebezinha recebeu essa bolsa e pode não só com o dinheiro da bolsa mas com a flexibilidade do serrapilheira por exemplo viajar com a com a bebê e com o marido para congressos internacionais a flexibilidade do nosso recurso também permite isso
O nossos nos nossos eventos a gente tem tem tem filhos participando das Crianças participando dos nossos eventos então a gente cobre os cursos de participação de filhos em idad de amamentação nos nos eventos que o Serra peleira eh organiza então aqui Adriana Alves professora de geociência da USP trouxe sua filha Selena para um dos nossos eventos E além disso a gente flexibiliza o prazo do contrato em função da licença maternidade nas nossas chamadas a gente estende o prazo de conclusão de doutorado exatamente entendendo que a maternidade tem um um impacto aqui então ah tô vendo
a Karin aqui uma das nossas cientistas também que já foi agraciada então mas o modelo serrapilheira além de todas essas ações voltadas à mães né que eu falei agora a gente também compõe painéis de seleções plurais e tem todo um estudo de um dado um ações de sensibilização palestras e o guia para mostrar a importância de práticas eh da diversidade na ciência Mas além de tudo só para dizer que eh isso pra gente não não é não foi suficiente ao longo dos anos Aquele número que eu mostrei no começo ele a gente tá tá ele
a gente tá crescendo a diversidade vai tomando um corpo cada vez maior dentro do serrapilheira mas isso muito voltado a a a etapa mais quando para para pessoas que já são professoras então todos esses estímulos que eu mostrei para vocês é para quem já tem uma posição formal tal a a gente começou a partir daí olhar para para essa trajetória do Herói né trajetória do cientista eh Quais são os momentos em que ações que uma agência de fomento pequena como serrapilheira simbólica onde que a gente pode atuar para que a gente não tenha a eh
para que as pessoas permaneçam na carreira independentemente sabendo que estamos num país que é racista E sexista então a gente olha para programas no ensino médio Na graduação na pós no pós-doutorado então a gente lançou uma chamada exclusiva para pessoas negras indígenas em Ecologia Então esse é meio que o nosso modelo atual de financiamento Então acho que para terminar os desafios acho que assim o Sistema Nacional de fomento muito embora a gente vai ouvir da cafs do CNPQ certamente tem ações incríveis mas o sistema de fomento ainda resiste essa pauta não é Central como ela
deveria ser isso fica claro para mim eu voltei da CN CTI eh vindo vendo isso muito claramente né Acho que o combate ao racismo ao sexismo deveria ser pano de fundo de tudo e não um dos eixos acho que as ações deveriam ser construídas em cima disso eh enfim tem várias essas afirmações de que essas ações afirmativas Na graduação são suficientes basta você esperar que a pessoa vai chegar lá a gente sabe que isso não é verdade a gente precisa dar escala e garantir financiamentos que sejam progressivos e constantes não só paraa ciência mas também
para essa pauta de construir uma ciência diversa é isso gente [Aplausos] Obrigada diretora científica do Instituto serrapilheira Agora passo a palavra a analista em Ciência e Tecnologia do Conselho Nacional de Desenvolvimento científico e tecnológico CNPQ e integrante da equipe do programa mulher e ciência do CNPQ senora Maria Lúcia Braga Alô bom dia a todos e todas né Agradeço o convite da Fernanda da Letícia né é um é um prazer né vir aqui a quarta Edição né o CNPQ participou acho que de todas as edições se eu não me engano né e a quarta Edição em
indicaa isso né um acúmulo muito grande no debate né da importância desse debate para o país e para eh e para a ciência como um todo né quando a gente você podia passar lá para para um outro slide por favor é um outro que tem pois eh porque quando a gente olha para esse debate no Brasil a a professora aqui comentou né rapidamente sobre a questão da da como é uma questão estrutural né professora a A Cristina também acabou de comentar né né de fato ainda existem muitas resistências né na promoção da Equidade de gênero
e de raça né e da inclusão de um público mais diverso né nas ciências e nas tecnologias né Isso é um fato né não há como negar que as dificuldades são brasileiras e são mundiais né quando a gente olha todos os dados né seja toda a produção eh sobre esse tema no Brasil e fora do Brasil mostra que essa busca pela diversidade e Equidade já já é bastante né Tem uma uma longa história né só para lembrar da história mais recente né quando a gente olha Eh em relação a às últimas duas décadas pelo menos
né que eu vou falar aqui um pouquinho do trabalho do mulher e ciência né que é um programa já vai completar 20 anos né criado pelo CNPQ e parceiros né Ministério da Educação Ministério da ciência e tecnologia né E que tem e tem que implementado uma série de ações como é importante a gente trabalhar nessa medida da do estrutural né Nós estamos falando de construção de políticas né gente a professora Denise vai falar disso também acredito né porque sem ter escalas sem ter políticas estruturadas sem ter metas sem ter ações sem ter orçamento a gente
não consegue avançar na medida que precisamos né na medida que a maternidade seja considerada né nas chamadas nos editais né que seja eh um seja tanto transversal transversalizar como chamadas específicas né como essa iniciativa comentada agora né então não tem como então e no Brasil a gente assim na minha avaliação com essa série de iniciativas nós conseguimos avançar Nesse contexto né um contexto que tinha uma discussão Mundial né quando vocês forem ver por exemplo o Brasil teve a discussão das mulheres cientistas na física né que chegou oo Brasil que foi muito importante né para organização
desse debate aqui no Brasil como as políticas públicas para as mulheres discutidas lá em 2005 2006 né as conferências os planos nacionais de política para as mulheres como eles foram importantes para indicar essas ações né Para sinalizar que a gente tinha que eh pensar a gente tinha que propor e a gente tinha que colocar isso na pauta né E quando eu coloco aqui o programa olhar e ciência que o CNPQ eh é um parceiro importante é um ator importante a gente conseguiu em certa medida avançar como avançamos por exemplo só para dar um Exemplo né
Não sei se a Fernanda lembra a a prorrogação das bolsas né pela questão de adoação maternidade é lá de 2012 né Nós várias modalidades de bolsa né fruto de várias discussões que aconteceram né Na década anterior foi instituído no CNPQ e na Caps também né a prorrogação de várias modalidades de bolsa uma delas a bolsa pq a bolsa GM a bolsa GD né E algumas ainda a gente não conseguiu né fazer avançar nesse sentido por argumentos que a gente ainda não consegue eh eh entrar em consenso né e depois a gente também teve outras medidas
nós apanhamos uma série de projetos de pesquisa né produção científica sobre a temática né sobre mulheres Quais as ações que deveriam fizemos uma série de encontros né fizemos chamadas por exemplo até queria comentar com vocês a gente tá com a chamada meninas na ciência né que é uma chamada muito importante né de aumentar a presença das mulheres nas em áreas como engenharias computação ciências exatas né estamos na terceira edição dessa chamada né e agora com um valor razoável de R milhões de reais né que foi um um compromisso do ministério de ciência e tecnologia e
que demonstra assim um esforço de aumentar primeiro a presença de mulheres em áreas que são fundamentais né que as mulheres estejam lá que elas sejam reconhecidas que elas tenham e que elas possam se tornar pesquisadoras né importantes nessas áreas e que elas possam contribuir né para mudar a cara dessas áreas né ou seja mais do que aumentar tá presença a mulher tem um papel importante que é discutir por que ela não está presente né eh não sei se vocês têm conhecimento nessa chamada das meninas na ciência a gente teve um critério de julgamento que a
gente considerou importante que era o quê que as equipes fossem diversas Que nós tivéssemos por exemplo pesquisadoras negras pesquisadoras indígenas né pesquisadoras viu gente estão reconhecidas como pessoas que estão contribuindo para aquele projeto né que as mulheres de pesquisadoras fossem sem reconhecidas no âmbito de um projeto com esse caráter né não é somente você colocar uma estudante de iniciação científica uma estudante de pdj mas que essas estudantes elas tenham né um perfil que contribua para uma ciência mais plural então É nesse sentido né Eu aponto que a gente avançou em muitos aspectos né Há várias
orações que eu não não não consigo sinalizar que ah você pode passar essa próxima aqui é um programa mas um isso depois vocês podem o próximo por favor aqui a chamada atlânticas né que eu queria chamar a atenção que é uma chamada muito importante né que foi uma parceria do Ministério da Igualdade né do CNPQ né do Instituto serrapilheira né no qual é uma chamada focada né em apoiar pesquisadoras indígenas negras quilombolas né Eh eh em bolsas sanduí né no doutorado exterior e como isso é importante pra gente incentivar Então esse essas duas chamadas que
eu tô cit aqui são chamadas que tem esse recorte eh afirmativo né focado nesses públicos no quais a presença ainda é e é pequena na ciência e na tecnologia do Brasil mas aí eu queria comentar com vocês não sei se você sab o CNPQ acabou de lanchar lançar a chamada pq 2024 né foi anteontem né na quarta-feira e lá fruto né do movimento que vocês todas sabem né está incluído lá toda a discussão né do reconhecimento da mat idade né do impacto da maternidade da adoção na produção científica né no julgamento da bolsa pq né
E também a a questão da diversidade né tanto étnico racial quanto de gênero Regional isso já era um pouco já incluído né mas como essa chamada né lançada agora ela já atua nesse sentido né e isso é fruto de queê gente é fruto de um esforço né que é da sociedade que é de um movimento que é do estado né de incluir essa demanda né e e a gente vai ver daqui Claro quando houver julgamento implementação em que medida que isso vai mudar mais o cenário da ciência no Brasil com certeza nós teremos Bons Frutos
né Na minha opinião como pesquisadora e como eh observadora né do desse tema no Brasil e podia passar pro próximo por favor quando a gente olha assim esse cenário como um todo né então avançamos avançamos né temos muitos muit muitas questões relacionadas à questão do assédio né nos espaços de trabalho né a gente já tem ferramentas para combater isso mas precisamos avançar muito né um elemento que a gente tem discutido e lá é um grupo de discussão no CNPQ eu colegas que participam do programa envelhecimento como a Betina né stefanelo Lima Leonara Rocha e outras
colegas nós temos inclusive propomos isso né paraa gestão do CNPQ a possibilidade de de instrução claro isso não tá limitado a nós na nossa proposta Há outras propostas que vão nessa linha né a necessidade de uma política nacional né voltada paraa Equidade de gênero e Raça paraa diversidade se a gente não tiver uma política estruturada né via um decreto por exemplo né que isso já foi aventado em algumas instâncias né a gente não vai conseguir avançar na escala e na forma como devemos avançar no Brasil né ou a gente vai passar mais 150 anos né
professora ainda falando que as mulheres que T que cuidar dos filhos que as mulheres não podem isso que as mulheres sem né estar numa posição de Equidade de igualdade né com os homens né E em todos os em todos em todos os espaços né Então nesse sentido quando a gente fala em propor uma política de Equidade né na na Ciência Tecnologia e inovação a gente fala assim de atuar na inclusão de atuar na transformação institucional gente nós temos que mudar as instituições no Brasil para isso a gente tem ter ferramentas para fazer essa mudança como
a gente muda né um uma agência de fomento o cpq aeg né a Caps né como a gente faz o letramento né seja dos gestores dos Servidores né do corpo técnico né da sociedade como um todo então para isso a gente tem que construir ferramentas e e na minha opinião hoje no Brasil a gente tem capacidade né a gente tem acúmulo né passadas algumas décadas de de debate né Por exemplo eu sempre me lembro muito da professora Márcia Barbosa que é hoje a nossa reitora lá da urgs né que deu uma contribuição e continua dar
uma contribuição importantíssima para esse debate né então a gente tem um grande acúmulo e a gente tem que construir ferramentas que de fato para acab a resistência vai continuar não é menor dúvida né mas a gente eh quebrar mais essa resistência né que o exemplo da bolsa produtividade foi né um ganho que a gente vai perceber na nos próximos anos com certeza né então obrigada pela atenção de vocês estou à disposição tá vou ficar pro debate né para o simpósio todo né E vai ser um momento muito rico pra gente trocar muitas ideias e e
construir muitas ferramentas de política pública né obrigada muito obrigada senhora Maria Lúcia Braga Nesse contexto vale a pena lembrar também que a ferde foi pioneira entre as faps né professora Eliete na Instituição da extensão das bolsas para nossas pesquisadoras gestantes isso foi muito importante também agora passo a palavra a presidente da coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior Caps senhora Denise Pires muito obrigada eu gostaria de est dando um bom dia a todas a todos todas as pessoas aqui presentes e agradecer muito a Fernando o convite para estar aqui também a Letícia uma honra
enorme eu não estava prevendo participar mas como vi para o rio ontem pro lançamento de vários editais do mcti eu inicio parabenizando o mcti pelos editais de ontem e pelas mudanças nesses editais junto com as mudanças de peq eh que cuidam eh de aspectos fundamentais como a Equidade de gênero eh pode passar eu tô aqui eu passo bom eh nós precisamos discutir eu trouxe né como uma boa professora que eu espero ainda seja apesar de est afastada eu trouxe uma apresentação eh para que a gente possa visualizar a importância de políticas públicas de Equidade para
que possamos alcançar um dia quem sabe a igualdade eh e eu vou comentar também a questão da interseccionalidade Afinal estamos aqui num evento sobre maternidade e ciência né então a gente precisa discutir para além do gênero as questões relacionadas ao nosso cotidiano à nossas famílias a parentalidade as questões étnico raciais para além do gênero eu vou tentar ser rápida mas vejam eh já há muitos anos e esse é um é um Na verdade uma lâmina que mostra apenas os últimos anos há uma quantidade maior de ingressantes mulheres na pós-graduação brasileira Então as mulheres elas são
maioria no ingresso não só na pós--graduação elas também são maioria nas bolsas pibi as bolsas de iniciação científica do CNPQ mas não são maioria nas bolsas de produtividade do CNPQ mas eu não vou falar sobre isso hoje então vejam aquele efeito tesoura ele é claro ele é evidente e eu não não tenho dúvida que todos nós conhecemos muito bem mas somos maioria no ingresso há muito tempo no ingresso mas também eh na titulação E aí quando nós olhamos esse recorte eh ainda maior no número de anos veja que há mais mulheres Mestres e mais mulheres
doutoras eh Demoramos mais para sermos o maior número de doutoras do que mestres como vocês podem ver aí já mostrando que havia também um efeito tesoura entre o mestrado e o doutorado muitas de nós ficavam no caminho né e Demoramos mais tempo eh para sermos um número maior de doutoras formadas então é o primeiro diagnóstico é as mulheres ingressam mais e se titulam mais quando nós olhamos o o lado para mim o lado esquerdo né para vocês aqui o o lado também lado esquerdo de vocês sobre a os decentes por área do conhecimento vocês podem
observar em verde que a maior parte das decentes nas diferentes áreas com com exceção da área das engenharias né das ciências exatas e e nas Ciências Sociais que é meio a meio mais ou menos nós somos maioria em todas as áreas do conhecimento como pós-graduandas mas quando nós olhamos o corpo docente é o inverso então o efeito tesouro acontece na academia de maneira importantíssima esses dados são dados da Caps está lá na plataforma Sucupira embora a Caps não tenha muitos dados não é Letícia e por isso lançaremos eu espero até o final desse ano e
mas não por falta de vontade porque eu já publiquei a portaria do senso da pós-graduação nós não temos dados além desses e nós precisamos ter dados além desses sobre maternidade sobre etnia e etc Letícia está conosco ajudando a construir eu espero o senso da pós--graduação que tá muito avançado né mas ele vem sendo discutido há mais de 5 anos veja como há grande resistência inclusive dos gestores públicos pelo conhecimento de dados que são fundamentais dados sem os quais como vamos implantar a correta polí pública então Eh aguardem o senso e por favor divulguem preencham Esse
é um pedido especial que eu faço em todo lugar que eu vou porque eu sei que no próximo ano haverá avaliação dos programas de pós-graduação estão todos acostumados a preencher a plataforma Sucupira mas o que nós queremos é muito mais do que tem na plataforma Sucupira não só em quantidade de informações mas também nós queremos que o pós-graduando seja ele Que preencha e não o coordenador ou orientador eh Agora eu entro num outro problema gravíssimo né e eu tenho certeza que vocês discutirão durante o evento que é a questão salarial ao longo dos anos não
houve mudanças recebemos somos para a mesma função na maior parte das profissões ou dos trabalhos como muito bem colocou eliet recebemos menos do que os homens no Brasil de hoje é 30% a menos há países há países que isso esse número er ainda pior Então as mulheres para o mesmo cargo recebem menos do que os homens então se nós pegarmos professores do magistério superior por que mulheres ganhariam menos se é uma tabela porque elas participam menos em cargos gerenciais e de liderança porque a gente escuta que as mulheres são menos ambiciosas não é isso não
é é um perfil feminino ter menos ambição para assumir Cargos é verdade disso maior participação das mulheres em áreas e ocupações com menores médias de remuneração porque aquela é a profissão para mulher e muitas vezes uma profissão associada ao cuidado eh Qualquer que seja a profissão é para todas as pessoas capacitadas qualificadas para exercer aquela profissão afinal de contas deveria ser assim quando nós eh pensamos numa sociedade que seja uma sociedade Justa e igualitária Então as mulheres aqui no Brasil recebem aproximadamente 30% a menos vejam aí são diversos países do mundo eu não vou me
alongar mas por isso o presidente Lula eh sancionou uma lei eh com relação a igualdade salarial um avanço importantíssimo Então como a Caps pode contribuir para a Equidade de gênero através de programas estratégicos né Nós temos o prêmio Caps futuras cientistas no programa abdas Nascimento também a políticas importantes relacionadas a gênero e a questões étnico-raciais eu vou falar um pouquinho e na avaliação e fomento do Sistema Nacional de pós-graduação daí a importância do comitê de Equidade que foi criado há muitos anos funcionou parou de funcionar funcionou parou de funcionar e eu tive o prazer enorme
de assumir esse ano eh e implementar um comitê permanente que ele não seja mais extinto então falando um pouquinho da Caps futuras cientistas 27 estudantes uma de cada Unidade da Federação receberá uma medalha e Um certificado são estudantes eh da área de de que faz das áreas stem né ciências exatas destaque estudantes destaque na área de Ciência Tecnologia Engenharia e matemáticas com 27 professoras uma de cada Unidade da Federação que receberão um valor de R 6.000 e e 15 tutores em cada região Então esse é um prêmio importante para atrair como falou eh muito bem
a a Maria Lúcia eu não sei porque ia chamar lourd Maria de Maria Lúcia Obrigada do CNPQ aqui no Abdias Nascimento que é um edital Desde o ano passado 50% das Missões de estudo no exterior é destinado a mulheres e eh os pardos indígenas enfim tem um viés também étnico racial importante e o comitê permanente para Equidade de gênero criado que terá a sua primeira reunião em breve eh com a participação de servidoras da Caps mulheres representantes da comunidade científica e de movimentos sociais que sejam alinhadas ao tema eh e eu espero que esse comitê
nos ajude a ampliar muito aquilo que eu considero incipiente ainda em termos de política de Equidade de gênero eh na Caps Mas vamos avançar com eh com as discussões que serão travadas no âmbito do comitê permanente tenho certeza Letícia está lá no comitê e com certeza levará toda a sua experiência eh pro âmbito desse comitê e tem pessoas eh que compõem o comitê que são pessoas envolvidas com a questão eh de Equidade e de parentalidade há muito muito tempo né em diferentes áreas do conhecimento mas quando eh nós falamos de igualdade de gênero eu quis
trazer um pouco de questões para além da Maternidade relacionadas a ao a à questão étnico-racial porque é muito difícil para mulheres brancas mas mais difícil para mulheres negras eh é muito mais fácil para homens brancos e é muito difícil para homens negros então aí e a a interseccionalidade que precisa ser discutida cada vez mais quando nós olhamos essa eu marquei ali no quadradinho vermelho nós temos as mulheres em geral atingem mais educação superior tem percentual maior de mulheres brancas do que de homens brancos com educação superior mas as mulheres negras um percentual muito menor mostrando
aí uma questão étnico racial um recorte gravíssimo que precisa resolvido ainda então no Brasil desafiar essas normas sociais que carregam não só as questões de raça de gênero mas também as questões de raça é uma escolha que se impõe e o atual governo com certeza está trabalhando através de diversos Ministérios não só do Ministério da Educação com a toda a a força da nova secretaria que Foi extinta no passado que é a secadi em ação com a Caps com o ministério da igualdade racial com o ministério de direitos humanos com mcti Caps e CNPQ parceiras
em várias políticas e vários editais daqui paraa frente e quando nós vemos a questão salarial que eu comentei antes vejam como a o salário menor entre mulheres mas quando nós falamos de mulheres negras e homens negros o salário é ainda menor mostrando claramente eh que há viés de gênero e de raça também na questão salarial então houve avanços eu não tenho dúvida nenhuma eh as cotas étnico-raciais foram um enorme avanço paraa sociedade brasileira a interiorização eh dos institutos Federais e também dos novos Camp de universidades federais eh foi fundamental para que nós hoje tivéssemos um
um país no qual há produção de conhecimento para além eh do eixo Rio São Paulo até 2010 é muito recente até 2010 apenas Rio e São Paulo Dois Estados da Federação produziam mais conhecimento que todo o resto desse país que é Continental foi através da interiorização e da destinação de 30% dos recursos do mcti para norte nordeste centrooeste que nós hoje temos que o Brasil inteiro produz muito conhecimento para além da Região Sul e Sudeste eh as questões eh de Equidade a diversificação eu não preciso falar para vocês a importância disso paraa sociedade o presidente
Lula sancionou a lei que garante igualdade salarial para mulheres e homens eu quero ver essa lei ser efetivamente atendida Eu agradeço muito a deputada talíria petrone pela lei eh que traz a justa eh a justa licença maternidade para estudantes da pós duação é fundamental temos que eh eu estava lá fiquei muito emocionada porque realmente Esses são avanços que nós não podemos negar eh e a sociedade assim vai se transformando numa sociedade mais igualitária com mais justiça social eu tive a grande oportunidade no ano passado de participar junto com o diretor de programas e políticas da
secretaria de educação superior eh duas ações fundamentais do Ministério da Educação que eu trago aqui eu saí da cesu muito satisfeita e tranquila porque nós conseguimos avançar na revisão da Lei de cotas eh com avanços importantes ali na lei de cotas na criação do fiéis social para maior inclusão eh não só étnico-racial mas das populações mais vulneráveis em termos eh socioeconômicos eh porque ainda há muito poucos brasileiros e brasileiras com acesso à educação superior e por fim não menos importante conseguimos finalmente eh Aprovar Na câmara e depois no início desse ano já era o professor
Alexandre Brasil o secretário da cesu eh me substituindo aprovamos a política nacional de assistência estudantil no senado uma política que eh Estava eh há mais de 10 anos sendo construída e que não tinha avançado nesse primeiro ano de governo nós avançamos e incluímos a pós--graduação na política nacional de assistência estudantil há muito trabalho pela frente como eu mostrei o Brasil ainda é muito desigual ainda há muito a ser feito mas Juntas e juntos nós conseguiremos atingir a necessária igualdade e justiça social no nosso país muito [Aplausos] obrigada Obrigada senhora Denise Pires presidente da Caps agradecemos
as autoridades que compuseram a mesa de abertura aqui no palco solicitamos que retornem aos seus lugares junto a plateia por gentileza s tá atras tem problema [Aplausos] então Eh vamos abrir para perguntas né temos a oportunidade aqui de conversar mais de pertinho com a presidente da Caps com a diretora científica e presidente da academia de medicina professora Eliete todas as outras aqui também quem gostaria de fazer perguntas ali no fundo no corredor só vamos manter breve tá gente a gente já tá atrasada paciência Bom dia a todas Meu nome é Gisele eu sou uma das
embaixadoras do parent insci ensar U FMG é a primeira vez que eu participo desse evento presencialmente tô conhecendo muita gente presencialmente hoje que antes era só online A giz aqui tá gente eu sempre Me apresento como Giza é um prazer estar com todas vocês eh eu gostaria de fazer uma pergunta para Caps no sentido dos dados porque a gente vê a disparidade a gente tá pensando em Equidade em diversidade mas é um dado que ainda é ausente mesmo nessa proposição que diz respeito às pessoas com deficiência né sejam as mães atípicas que têm filhos com
deficiência ou mesmo a mãe atípica por se tornar uma pessoa com deficiência ou já ser uma pessoa com deficiência que são duas características distintas que vão V impactar de forma distinta o exercício da Maternidade e mesmo da produtividade científica ou do ingresso em qualquer uma dessas áreas na universidade e na ciência se esse dado pode ser considerado se ele está sendo pensado né E como que isso pode ser trazido pra gente obrigada posso responder pode muito obrigada eh por ter trazido porque na verdade reforça aquilo que eu falei né a importância do senso da pós
doação esses dados não sei se vocês todas sabem todos vocês eh a o que existe na Caps na plataforma Sucupira é informado pelo coordenador do curso Então é são Dados nada confiáveis né então agora todas essas questões serão perguntadas é não não é confiável não é não é não mas não é o coordenador não conhece o todo não imagina o coordenador tem 800 alunos ele vai dizer quantos homens quantas mulheres vai errar porque há nomes que são porque muitos programas nem tem ficha né e pergunta e que perguntas faz so pessoas com deficiência nenhuma não
é dado confiável os dados são confiáveis com relação à produção científica né ess são mas com relação às questões sociais não né e por isso a importância do senso e eu fui coordenadora de pós-graduação 5 anos e eu sei deve ter aqui um monte de gente que é coordenador de pós-graduação e a gente informa o que informam pra gente o que informam pra gente não é o que o indivíduo ele mesmo preenche né então a gente precisa do senso e é é isso e a gente vai perguntar não só a essa dimensão né da pessoa
com deficiência na pós-graduação mas também a a a questão da Maternidade e das características na verdade a área do direito na Caps Eh tava desenvolvendo como senso da Caps não caminhar a área do direito tem uma formulação de Senso muito bem feita que eu pedi que parassem nesse momento e se juntassem a nós não que as áreas não possam eh seguir com os seus respectivos sensos eu acho até que é importante que as diferentes áreas façam isso mas nesse momento a gente precisa que a Caps tenha os dados de todas as áreas do conhecimento Então
se cada área ficar fazendo seu senso vai ser ruim porque aquele estudante por exemplo ou aquela estudante da área do direito que preenche vai dizer Aiá vem de novo o pessoal querendo que eu preencha então a gente agora tá eu conversei com a com a coordenadora do censo do direito então estão Estamos todos com todos os esforços eh voltados pro Censo da pós--graduação entre o final desse ano e o início do ano que vem o que vai atrasar a revisão justamente das perguntas a revisão passou pelo meu olhar recentemente e agora tá passando pelo olhar
de especialistas e com certeza passará Ali pela comissão pelo comitê de Equidade para que a gente não deixe nenhuma mesmo assim não será perfeito né É o primeiro senso então por favor mesmo que vocês não se encontrem ali alguma pergunta vocês vão dar um feedback para que a gente possa aprimorar como se faz com o senso do IBGE também tá bom então mas o Censo da pós-graduação ele vai ser fundamental eu espero que no ano que vem eu venha aqui mostrar os dados Eh que que seja uma radiografia do que é a pós--graduação brasileira né
sem excluir ninguém Obrigada professora Eliete gostaria de complementar Gisele eu só queria te dizer que a ferge tá lanando um edital sugerido pela professora Letícia Oliveira para pais com deficiência ou filhos com deficiência tá nós estamos lanando esse edital agora de novo Como é uma coisa que nunca foi feita antes a gente tá pensando como é que a gente quer dizer até que ponto a gente O que que a gente vai aceitar como deficiência a gente vai pedir um laudo médico quer dizer todas as coisas novas é uma Pedreira a gente caminhar mas nós estamos
pensando nisso e vamos fazer isso ok obrigado vamos pra próxima pergunta aqui no corredor central por favor bom dia bom dia a todos meu nome é Juliana Leal Eu Sou professora na Universidade Federal dos Vales do jequ tinh em Mucuri o campus de diamantinho na mina Gerais queria te fazer uma pergunta Denise Denise Pires eu tive uma reunião eu tive uma reunião recente com pró-reitor de assuntos comunitários da minha instituição eh perguntando para ele sobre exatamente sobre a política nacional de apoio estudantil foi publicado agora em Julho né que existe um capítulo na verdade um
artigo um capítulo específico sobre eh políticas de parentalidade perguntando sobre na verdade os programas de assistência estudantil da minha instituição em que medida eles contemplavam assistência às estudantes mães pais e mães da nossa instituição e a resposta que ele me deu foi a seguinte Professor Círio Andrade inclusive pro nosso pró-reitor que haverá um Fórum de pró-reitores de assuntos comunitários agora em novembro e que não existia não existia ainda informação sobre o uso da verba eh da verba destinada para essa política que foi recentemente implementada como que seria usada no ano que vem na verdade eu
fui lá espremê-lo né perguntar eh de que jeito Isso já poderia ser instituído na nossa instituição né na na na minha universidade porque os programas que nós temos hoje atualmente lá não contemplam a a parentalidade isso é muito recente né essa essa essa essa lei enfim todas elas relativas à parentalidade nesse ano eh são muito novas e e e eu gostaria de uma informação o que que eu poderia levar para minha instituição para acelerar os processos de inclusão eh das estudantes mães especialmente com relação à moradia estudantil auxílio creche que havia em nossa instituição que
foi suspendido então Eh em que pé que tá essa verba se ela vai realmente ser liberada para que essas políticas possam efetivamente acontecer e fazer juz a legislação que foi publicada esse ano obrigada muito obrigada pela excelente pergunta porque a gente tem muito pouca oportunidade de falar né sobre sobre essas questões e exatamente que você falou é tudo muito novo 2025 eu espero que aconteça com mais força a primeira reunião eh que nós fizemos lá na cesu com mães estudantes estudantes mães foi em dezembro do ano passado se eu não tô enganada porque logo depois
foi em Dezembro né Então veja é é então é até a formação dessa comissão né é muito recente Mas foi muito importante que essa questão fosse incluída na na política né na na lei do pinais aprovada no Congresso Nacional porque agora a regulamentação vem e nós não podemos esquecer que as Universidades todas públicas têm autonomia no uso da verba discricionária mas há uma verba destinada a opinais mas que muitos não sabem também é discricionária né Ela é destinada mas tá dentro do orçamento discricionário de cada Reitoria e houve um período e eu sei que especificamente
a Universidade dos Vales de tin em Mucuri sofreu muito eh durante a o governo passado inclusive com um reitor interventor E essas políticas que muitas vezes aconteciam elas se perderam então quando o presidente Lula fala em reconstrução vocês que tão na ponta né não tem ideia eh do que foi realmente descontinuado vocês acham mas aquilo é o que a sociedade vê de de interrupção de projeto é um é uma parte pequena na verdade a interrupção do projeto de um Brasil mais inclusivo que tenha mais oportunidade para as pessoas que seja um país que eh se
desenvolva como um país soberano que isso não vai acontecer se nós continuarmos com 20% somente da população com graduação com pouquíssimas pessoas com acesso ao doutorado com pouquíssima verba no mcti ainda com pouquíssima verba no Ministério da Educação que a verdade é essa o Ministério da Educação tem hoje metade do orçamento que tinha em 2015 de ccia tecnologia e inovação tem o fndct descontinuado mas o orçamento do próprio Ministério ainda não recomposto porque o Brasil passa e vem passando por uma crise econômica mas associada à crise econômica houve um desvio de projeto de país né
é um projeto de país que mantém-se como um país extrativista extrativista e escravocrata ou não é isso que tá em jogo né então a gente agora tem um projeto de país que é um país soberano desenvolvido para todas as pessoas que queram se desenvolver então quando a gente no ano passado Chega a matriz OCC que é a matriz de orçamento destinada paraas universidades nós implantamos o o fator Amazônia se é grave na região sul sudeste é muito mais grave na região norte e Nordeste é muito mais grave eh e a gente implantou o fator Amazônia
com 10% a mais porque os estudantes em vulnerabilidade nessas regiões é muito maior embora nós não tenhamos dados eu pedi ao F na praça e esses dados não existem qual o percentual de estudantes em vulnerabilidade social até meio até um salário mínimo per capita e não não existia esses dados né mas eles estão sendo construídos lá dentro do Ministério da Educação e a gente vai conhecer esses dados eh e com relação ao penais nós aumentamos a verba um percentual na matriz OCC para atender as políticas nacionais de assistência estudantil e eu espero eh vocês não
sei se vocês acompanharam mas as universidades federais apesar de ainda estarem com um orçamento que não é adequado pro seu completo funcionamento inclusive para atender às demandas de assistência estudantil pro pagamento da água da Luz eh e a manutenção dos seus prédios houve um aumento importantíssimo eh no ano passado de 1.8 bilhões e esse ano A ainda mais agora só que eu saí de lá e eu não sei falar o número mas houve uma suplementação orçamentária nesse ano fora o PAC o plano de aceleração de crescimento das Universidades leva 4.5 bi para as Universidades fazerem
obras e e construírem prés terminarem suas obras enfim é um é um governo que investe em Educação Ciência Tecnologia e inovação O problema foi que houve uma interrupção né e o processo de reconstrução ele é mais difícil do que construir porque foi um patamar que em muito em muitos casos essa questão da política nacional de assistência est você falou muito bem exemplificou que foi descontinuado uma política que existia e houve cortes orçamentários importantes né de 2016 a 2022 esses cortes foram enormes no mcti e no Ministério da Educação Porque o povo brasileiro para o governo
passado ou os governos passados não precisava estudar muito não é diziam que já havia muitos professores e muitos doutores no país O que não é verdade vocês todos sabem obrigada a gente tem espaço só para mais duas perguntas eh a sua pergunta é para quem geral a geral tá Tem mais alguém inscrito a sua a sua é para quem geral também CNPQ tá vamos água do P perguntas e elas respondem então de uma forma geral por favor primeiro você aí no fundo Bom dia eu sou Priscila Cardoso professora da Unifesp né São Paulo eh no
curso de serviço social e atualmente coordenadora do curso afastada por bural eh acho que é importante a gente eh vai ter aí duas mesas né sobre saúde mental eh mas questão de estar aqui né Eu acho que também estar Jun é cura quando a gente pode dividir eh o Como tem sido essa jornada de cada uma de nós né Eh eu queria falar um pouquinho acho que da graduação né tô coordenadora do curso eh a gente ainda tem na graduação por exemplo a licença maternidade de 3S meses e lá na Unifesp pelo menos e a
estudante tendo que fazer eh atividade domiciliar né então como que a gente pensa o incentivo aí a graduação pensando pibic pensando outras possibilidades porque a gente vai apresentar aqui uma pesquisa que a gente fez lá sobre estudantes de graduação e pós--graduação e a gente vê como muitas já ficam no caminho entre a graduação e a pós-graduação né o índice de evasão e a a a desistência é é muito grande né então que políticas a gente poderia pensar no nível da graduação né Acho que esse é um uma questão e a segunda questão é como pensar
a área de humanas porque a gente acaba tendo muitos eh concursos ou editais para incentivar a presença de mulheres naquelas áreas que são consideradas com menos mulheres mas a gente não tem políticas específicas na área eh das Ciências Sociais e humanas para pensar também a permanência dessas mulheres e sua a continuidade eh né pelo caminho e aí queria só deixar uma provocação aqui que é sobre a gente começar a ter esses editais né agora a bolsa produtividade e a gente tratar parentalidade eh e não destacar a questão da Maternidade eu sei que isso é um
nó é um grande debate Mas eu acho que não dá pra gente ao avançar e conseguir de Fato né bancar políticas eh que pensem a questão né da dos cuidados com eh as crianças sem considerar que são as mulheres que continuam a ter este papel com grande ênfase E aí ali também nós perdermos as oportunidades para os homens para os pais poucos que assumem de fato uma responsabilidade nesses cuidados né então que a gente tenha muito cuidado com a gente para que as mulheres possam ter esse protagonismo nesses editais OK obrigada eh Fernanda você prefere
ouvir as demais perguntas então por favor pode sen Pode Então primeiramente eu eu queria que vocês olhassem para essa plateia eu queria que vocês olhassem eu me sinto parecida com pouquíssimas pessoas aqui é então eu quero saber como é que a gente fala de equidade de uma forma tão branca como é que a gente fala de mulher preta com uma forma tão Branca aí eu quero saber o seguinte pr pra gente conseguir inserir alguém vocês vão ter que perder privilégios eu quero saber se vocês Estão dispostos a perder privilégio porque nós mulheres pretas a gente
não entra porque vocês não deixam porque o racismo ele não é promovido por um fantasma tem uma pessoa real com nome e sobrenome que impede a gente de entrar no concurso não passa tudo quanto é concurso lista de cotas some acaba inclusive vocês mulheres brancas que falam de feminismo depois que eu terminei o doutorado eu descobri porque que o feminismo acadêmico me causava o jeriza Eu Nunca entendi porque que eu achava aquele negócio tão chato porque que eu achava E é porque é coisa de gente branca é coisa de mulher branca é feminismo de mulher
branca ai eu quero vestir o que eu quiser nunca me me nunca tive problema pelo contrário meu corpo sempre foi colocado como um corpo que tem que est pelado então todos esses debates aí de de desses Inserir a mulher tudo que vocês falam Ah mulher a mulher a mulher eu vejo as brancas então a minha pergunta Inicial é pra gente plateia aí agora eu quero perguntar para vocês porque tudo que vocês estão me apresentando que são ess prazer eu sou tamir Sabrina sou uma das pessoas financiada pelo edital do Instituto serrapilheira junto com a Ferd
a quem eu muito agradeço pela chamada para jovens doutores negros indígenas nessa chamada com todo esse esforço com toda essa tentativa que o serrapilheira fez e a ferde eu sou a única mulher que tem filhos Eu sou a única mãe que foi selecionada na chamada e muitas das minhas amigas que foram selecionadas querem ter filhos a Juliana mesmo ela me permite falar o nome dela a Ju tá tá tentando tá adiando esse menino dela faz tempo eu falei com ela esse menino sen não vai nascer Porque todo ano que ela fala não esse ano vou
engravidar mas tem que ir para não sei para onde tem congresso de não sei o qu tem que fazer não sei o que lá felizmente infelizmente infelizmente eu não tive essa escolha e aí o que eu quero perguntar para vocês é isso porque todas as coisas que eu vi vocês trazendo o que vocês fazendo eu fico muito assim por um lado eu fico muito feliz por est tendo essas iniciativas por outro lado eu fico muito triste porque são vocês mulheres brancas que eu dependo de vocês para para minha inserção sabe nós mulheres negras a gente
nunca vai ter a caneta na mão para sinar a gente nunca tá na mesa para decidir na equipe de vocês que formula essas políticas quantas pessoas quantas mulher preta que tem lá pouquíssimas E aí tudo que vocês me Trouxeram tudo que vocês apresentaram é de de fora para dentro sabe é o o governo lançando um edital para tentar pegar para aprender para segurar as meninas e é tentando criar uma iniciativa aí eu quero saber como que a a gente cria iniciativas de dentro para fora porque se tem vocês fazendo esse esforço para tentar jogar a
gente para dentro para tentar ajudar permitir não desistir tem um outro esforço sendo feito de dentro pra gente não entrar pra gente não ficar pra gente não conseguir pra gente sair pra gente perder esse esforço ele é real esse esforço ele existe Inclusive a mulherada Branca quando vai pra banca lá corta as pretas tudo a gente não passa no crio quando tem a oportunidade de decidir para quem que vai o prêmio E junta com os homens a mulherada Branca assina o pacto o pacto da branquitude que é machista Então como é que a gente tem
e não tem mecanismo igual muito do que vocês apresentam aí igual você falou a política de cotas foi um avanço claro que a política de cotas foi um avanço só que por outro lado a política de cotas abriu espaço para branc aado usurpar porque no curso de medicina por exemplo você Olha numa turma e não vê um preto mas as vagas de cotas estão tudo preenchida então da mesma forma que tem você aí de dentro da Caps tem você do CNPQ tem vocês tentando mecanismos de fora para dentro para tentar equabilidade E aí teve um
esforço para passar pano geral pro cara o cara sediando o cara bagunçando E aí as instituições Então tem um esforço de dentro para travar essa essa idade como é que a gente resolve isso sabe porque geral não quer perder os privilégios Obrigada vamos pra última questão e as meninas é não posso te pedir para deixar a pergunta PR depois porque senão a gente não vai sair daqui tá ã sobre a graduação especificamente a gente vai ter a mesa da Vanessa para discutir exclusivamente a graduação tá eu sei que nem todas vão estar aqui Mas de
repente é o melhor momento pra gente fazer ISO só tentando agilizar tá PR da Vera tá esperando faz 40 minutos já a palestra dela tá gente tá então em relação à graduação eu acho que a gente pode discutir nesse nesse momento lá Sabrina Obrigada pela tua colocação tá ã quando o parents surgiu era uma dificuldade muito grande para eu pessoalmente dizer eu Fernanda tá enxergar ess esse recorte né e as pessoas traziam não mas né recorte assim gente mas tá falando de maternidade o que que é diferente então levou uma conscientização e passando por situações
inclusive chatas sim né Porque de fato a gente não tinha esse olhar então precisou de algo consciente nosso de ok a gente precisa ver isso a gente precisa trazer pessoas que TM essa vivência enfim e que Tragam este Record e e a partir de Então se tornou nossa né uma das nossas prioridades sempre pensar na intersecção não só de raça mas de pessoas com deficiência que também foi algo que surgiu então eu entendo né Essa questão de de ser de fora para dentro né Eu acho que o nosso esforço tem que ser ao contrário né
de colocar Então essas pessoas né para estarem a gente tentou muito tá gente né a gente né buscar pessoas indígenas e tal para estarem aqui com com a gente hoje né então um pacto coletivo e eu entendo né que o maior problema é essa questão de perder os privilégios e isso é difícil pra gente quando a gente teve todas as questões de discussão de cotas e tudo mais é muito difícil né e a gente fala isso dos homens quando eles não querem abrir mão né dos privilégios que eles têm em relação à gente mas a
gente não abre mão em relação a vocês eu acho que não tem outro caminho a não ser é exatamente tá E aí então que entram as nossas agências Porque como né vários falaram a gente precisa de políticas para isso porque de boa vontade não vai acontecer a gente precisa de políticas em relação a isso olha eu fiquei muito impactada com o que você falou principalmente porque é real e eu acho que qualquer uma de nós somos cinco mulheres aqui Possivelmente concordarão comigo que é mais difícil você ter uma pessoa sua superior mulher do que um
homem porque a mulher ela como ela é minoria ela tenta que uma outra mulher não não chegue lá isso é real agora eu quero dizer que Possivelmente uma mulher branca que acendeu vai ser mais difícil para uma mulher negra mas eu acho que o problema é o fato de que como as pessoas são minoria as mulheres digamos assim são minoria elas são mais ciosas da suas posições e mais digamos assim com mais medo de perder essa posição então talvez elas defendam aquele território mais fortemente do que um homem a Minha experiência é que eu sempre
trabalhei com homens e as pouquíssimas vezes que eu trabalhei com mulheres foi mais difícil então acho que você tem razão fiquei impactada com o que você disse e acho que a gente tem que brigar para mudar é isso de graça não vai sair isso eu tenho [Aplausos] certeza e é uma luta bem difícil Agora eu vou vou aproveitar a tua fala e falar do meu lugar de fala né Eu sou a primeira pessoa da minha família a ingressar na educação superior e a concluí e mas essa semana mesmo eu fui entrevistada e disse assim sou
privilegiada porque nasci no Rio de Janeiro Há sempre um privilégio por trás de alguma das questões que a gente tem na vida e a gente precisa assumir né então tô falando do meu lugar de fala porque apesar de uma pessoa do subúrbio do rio que foi a primeira acender né proveniente de uma família vulnerável Eu fui a primeira mulher a assumir a Reitoria da UFRJ e eu assumi a Reitoria da UFRJ não havia hétero identificação não havia hétero identificação Sou professora da faculdade de medicina não havia negros na turma da minha filha que ingressou pela
Ampla concorrência e eu disse não vai ter o primeiro cisu que não tem étero identificação aqui nós não só trabalhamos eh para aquelas Cot para aquela cota que não havia sido ocupada corretamente para corrigir e houve cancelamento de matrícula de estudantes no penúltimo período da faculdade de medicina quando eu era reitora então eu eu sei muito bem o que você tá falando mas a gente não pode ficar parado né a gente tem que agir como disse eliet eh então naquele momento foi muito difícil para mim porque quem mais criticava era eram estudantes do movimento negro
mulheres que não fizeram isso com o reitor anterior porque ele era homem porque era o único motivo porque se eu estava caminhando no sentido de atender as cotas étnico-raciais as cotas de pcd Na graduação e a primeira comissão de hetra identificação da UFRJ foi montada no cisu de 2020 tendo eu assumido em Julho de 2019 Por que eu recebi a carta aberta à reitora porque eu era mulher não é verdade enquanto isso acontecer como muito bem disse eliet nós não vamos avançar por quê Porque muitas vezes são os homens que usam mulheres para fazer isso
contra nós e o que esses homens que estavam no poder até então fizeram para além das cotas eh de ingresso na graduação de não terem resolvido porque o certo é que não precisasse de comissão de hetra identificação Esse é o certo mas se nós continuássemos dizendo o que eles diziam estaríamos até hoje sem eh que as cotas fossem atendidas no ano passado todas as universidades federais tinham comissão de é identificação com exceção de três que eu não vou citar Quais eram mas eu espero que tenhamos avançado nós queríamos colocar na na lei de cotas a
a exigência da comissão de é identificação e obviamente que isso foi retirado na lei de cotas né Não por nossa proposição mas porque há interesse de uma parte da sociedade fazer exatamente o que você falou né não atender a lei de cotas Essa é a realidade do nosso dia a dia mas mais grave do que isso né Vocês viram que há um viés de gênero no ingresso para professores para docentes da pós-graduação e étnico racial Lógico né eu mostrei Os dados aqui não à toa eu mostrei os dados porque esse é o nosso desafio quando
eu tava na Reitoria eu descobri que os concursos para técnicos administrativos pela primeira vez na história da Universidade estavam sendo subdivididos então não era assim eh número de vagas para biólogo 50 não era o biólogo eh em biologia celular ou biólogo em Por que fizeram isso isso ninguém comenta Por que fizeram isso para não atender as cotas étnico-raciais como não atendem na questão da carreira docente mas eu eu preciso contar para você que atende agora por nós passamos uma resolução no conselho Universitário que nós temos uma um conjunto de vagas que é separado da que
ele tem uma separação dos 50% destinado à cotas desde que eu fui reitor então gostei muito de te ouvir falar que eu espero que com essas ações em breve esse esse anfiteatro esteja mais colorido agora não não é porque eu sou uma mulher branca que eu não vou fazer isso eu agradeço quem me deu a oportunidade de ser reitora né porque eu fui Eleita eh não fui uma interventora fui Eleita em primeiro turno e ainda bem porque nós avançamos muito pela primeira vez na UFRJ nós tivemos e demos Posse a 40 por de pretos e
pardos entre os técnico administrativos e entre docentes foi a primeira vez isso aconteceu em 2022 gente com o pró-reitor negro e antes era uma pró-reitora negra e eu eh vou terminar pedindo que vocês olhem quem é hoje a equipe do Ministério da Educação com diversidade de gênero diversidade étnico-racial como o nosso Ministro Camilo Santana e o governo do presidente Lula defendem mas a muito caminho a percorrer o trabalho é enorme como eu falei aqui agora se a gente começar a não reconhecer que houve avanços nós não vamos sair do lugar obrigada então Eh encerramos então
Nossa mesa de abertura agradecemos a presença de todas vocês Muito obrigado podem voltar para a plateia para acompanhar o restante da nossa programação nesse momento então daremos sequência à programação do quarto simpósio brasileiro sobre maternidade e ciência com a palestra de abertura saúde mental e sobrecarga materna convidamos ao palco a palestrante Vera iaconelli e a mediadora Fernanda stas coordenadora do movimento parenting Science a senora Vera iaconelli é mestre e Doutora em psicologia pela Universidade de São Paulo é membro do departamento de psicanálise do Instituto seds ex-analista da escola do fórum do campo lacaniano diretora do
Instituto Gerard de psicanálise colunista da Folha de São Paulo e autora do livro Manifesto [Aplausos] po pode de po você vai me deixar sozinha aqui é isso mesmo tá bom eh primeiro eu gostaria de me arrumar aqui Ok bom bom dia a todos todas e todes peço desculpas que subiu ao palco mais uma pessoa branca e peço desculpas mesmo assim porque eu tenho feito um esforço muito grande ao receber convites a passar esses convites para meus colegas negros eu não sei se vocês sabem mas existem psicanalistas negros no Brasil muitos e muito bons eh mas
Normalmente eles são eh subestimados ignorados eh enfim é uma questão pra gente pensar então tenho feito um um esforço consciente de fazer essa passagem para esses meus colegas e E no caso talvez no afã de responder a seu convite né num num prazer pessoal de tá aqui com vocês eu aceitei eh o eu adorei a fala que foi trazida porque eu acho que a gente tem que fazer uma diferença entre ah tudo que as A Wish list né as coisas que a gente quer fazer e tem boas intenções e tem que fazer e os programas
e aquilo que esbarra nos nossos limites pessoais as nossas fantasias os nossos medos o nosso racismo internalizado a nossa misogenia a misogenia das mulheres que nos adoecem e e que são tem que ser trabalhadas num outro nível e eu acho que aqui quando tem uma provocação importante como essa que foi feita nessa nessa pergunta que não não foi uma pergunta foi uma uma fala né Eh a gente tem que ser aver com os nossos Fantasmas com as nossas questões e aí seria o começo de uma boa conversa não para um para um Palco mas uma
boa conversa horizontal pra gente tentar entender onde que onde esbarra o nosso avanço e o nosso avanço esbarra na mentalidade né a mentalidade na forma como a gente se vê na forma como a gente vê o outro em algo que tá para além das nossas boas intenções nós somos todos bem intencionados e mas mesmo assim a gente sabe a fila que nos espera na hora da morte né gente eh porque De boa intenção o inferno tá cheio mas vamos lá bom saúde mental e e e sobrecarga materna eh é um tema espinhoso porque pré psicanalista
porque pré psicanálise e saúde é tipo da coisa que não existe assim a saúde ela é uma Quimera né ela o o Freud ele vai entender que nós somos sujeitos ptic nós somos sujeitos eh ass sujeitados a paixões e nesse sentido isso seria da ordem de uma natureza humana então essa ideia de uma saúde algo estável estabilizado com o qual a gente possa contar e na qual a gente possa chegar é uma fantasia eh muito cooptada pelo neoliberalismo né é uma fantasia que faz crer que se eu comprar o próximo iPhone se eu fizer bastante
yoga se eu fizer bastante pão integral você tem meditado eh você vai ser eh vai viver bem com você mesmo em equilíbrio equilíbrio não é da Ordem do humano a gente vive uma experiência de instabilidade interna a gente vive uma experiência de ser assolado Pelas nossas fantasias Pelas nossas paixões que é exatamente aquilo que a gente vê na questão do letramento por exemplo tem um letramento que você pode ter lido todos os livros Você pode ter LDO todos os livros sobre o feminismo todos os livros sobre o racismo Mas tem alguma coisa em você arraigada
histórica que faz parte e faz você ser quem você é que tá num outro n e que não há letramento que alcance Então esse é o trabalho a gente vai ter que fazer cada um no seu lugar mas a gente tem que fazer porque ele é extremamente doloroso para psicanálise não existe a ideia da Saúde o que a gente tem é uma experiência um pouco mais satisfatória com esse jogo de forças internos ou experiências mais insatisfatórias e também paraa psicanálise essa ideia de equilíbrio de alcançar o equilíbrio também soua um pouco enganosa porque a gente
vive num desequilíbrio acho que a melhor definição para nós tá mais da Ordem da metamorfose ambulante do Raul Seixas do que toda essa ideia de saúde mental mas bom então vim aqui falar de saúde mental porque nós psicanalistas temos sido chamados para trabalhar nessa questão e a gente não se furta porque é um termo muito forte que ganhou o público e a gente vem para dizer sim vamos falar sobre como isso não existe eu acho que isso tá é válido mas a gente a gente usa muito essa expressão só que para dar uma desmontadas adora
fazer um furo aqui outro ali né Eh então pra gente entender isso desde a perspectiva da psicanálise a gente tem que entender também eh para ter um vocabulário comum né que para psicanálise o termo indivíduo também não funciona porque indivíduo é indiviso e como eu tentei mostrar a gente é totalmente dividido Então tem um eu que fala não sou racista eu tô fazendo isso tô fazendo aquilo eu tenho até um amigo Preto né e tem um outro eu que é absolutamente racista nos gestos que nós mesmas não percebemos e que reproduzimos infinitamente e reproduzimos isso
como mulheres sendo eh violentas contra as mulheres e a gente reproduz simplesmente pelo fato de que estando aqui com meu corpo branco eu já estou oprimindo alguém na outra condição isso tá dado né eu eu recentemente perguntei para um amigo como é que é perder os privilégios sendo um homem branco no mundo no qual as mulheres estão tomando à frente ele falou ah eu tô total ente preparado e eu pensei esse amigo não entendeu nada você não entendeu nada porque a presença da gente física no mundo ela é opressora assim como a presença dos homens
é opressora mesmo que seja o cara mais bacana do mundo a gente tem um corpo e esse corpo é político né então Eh essa divisão subjetiva faz com que para psicanálise o termo indivíduo funcione numa linguagem comum mas a gente trabalha com o sujeito a gente trabalha com uma outra forma de pensar né e isso nos ajuda também a pensar a dita saúde mental porque na medida em que eu imagino que eu posso coincidir comigo mesma que eu posso ser consistente e não ter essa divisão interna eu acabo adoecendo sofrendo cada vez que eu me
deparo com aquilo que o Freud vai chamar de estranho familiar não é propaganda do meu podcast porque na verdade esse é um conceito mesmo isso é um conceito muito caro ou infamiliar ou incômodo né o estranho familiar é aquilo que existe em nós que tem de mais profundo ou seja de mais familiar e que ao mesmo tempo toda vez que a gente se depara a gente não reconhece e se assusta né o Freud usa um exemplo no qual ele tá dentro de um trem e aí ele olha e vê um homem com aparência desagradável mal
humorado com uma cara feia e de repente ele descobre que a a própria imagem dele refletida no espelho do Vagão né E ele fala ai sou eu e a gente tem a gente a gente tem isso só o tempo todo né a gente tem o tempo todo aquele estranhamento de si porque tem algo em nós que a gente nunca vai controlar que a gente nunca vai dominar e que nos assola Então como a gente vive numa experiência neoliberal que faz crer que eh eu eu me controlo a minha vontade prevalece quem acordar cedo e for
dormir cedo e trabalhar bastante vai chegar lá né numa ideia de meritocracia de controle de si de força de vontade eh o que a gente vai recolher aí na verdade são comportamentos extremamente descontrolados violentos eh adoecidos porque se vende algo que o humano não consegue entregar uma outra questão em relação à saúde mental vem da ideia de felicidade né que é o grande objeto de busca nosso a gente quer ser feliz a gente acha que a felicidade é algo que pode ser eh alcançado e controlado e na verdade o Freud vai dizer que ao final
de uma de uma análise bem sucedida o que a gente almeja é a infelicidade ordinária ou seja o fato de que a gente é sinto muito amiga Essa é a hora você quiser parar de pagar sua análise é já porque é isso que a gente entrega no final por que ele fala mas eu vou dar uma esperança eu mordo e a sopro eh O que que ele fala ele vai dizer que eh a gente tem numa análise que trabalhar com aqueles sintomas que podem que são incapacitantes que atrapalham a nossa vida e que podem e
devem ser eliminados aquilo que que nos inibe a possibilidade de viver mas que tem uma outra parte da vida que de Sofrimento que não é eliminável que é o fato que a partir dos 3 anos de idade você já reconhece que vamos morrer é o tipo do filme que você entrou e já sabe o fim e não é bom e você tá estrelando todos os papéis Então na verdade esse reconhecimento da finitude da nossa existência Esse reconhecimento da do nosso envelhecimento o reconhecimento das nossas perdas necessárias que fazem parte dia um eh ele faz de
Nós seres trágicos mas no bom sentido porque a gente pode fazer algo com isso daí esse é o sofrimento ordinário aquele que a gente não deve ter a pretensão de eliminar e na pretensão de eliminar que é exatamente a propaganda neoliberal Hoje você tá triste é porque você não tá com aquele né com aquele interno bem resolvido equilibrado positivo eh o que a gente recolhe na nossa época é uma depressão avassaladora né a depressão é o mal da nossa época porque ela vem também de uma negação de que existe um sofrimento ordinário E para isso
eh eu até escrevi num artigo da folha que acabou dando o nome a um livro que eu lancei que chama a gente eh chama felicidade ordinária para um sofrimento ordinário aquele que não é eliminável a gente pode almejar uma felicidade ordinária não extraordinária não permanente não sensacional simplesmente ente alegria da gente est aqui hoje né dividindo um espaço conversando trocando e outros momentos que a gente pode se sentir melhor ou pior mas sem os quais a gente nem consegue reconhecer o que é felicidade sem o sofrimento a gente não consegue nem reconhecer o o que
é felicidade Então o que eu quero dizer que a gente vive numa época na qual todos os pressupostos sobre a saúde mental tão tão equivocados que eles nos levam necessariamente ao adoecimento então tem uma questão estão aí esse indivíduo que não é indiviso né esse sujeito para psicanálise ele não se constitui ah de um lugar eh isolado não tem eu e o outro paraa psicanálise principalmente a psicanálise lacaniana não tem eu e o outro né esse sujeito ele nós nos constituímos na relação com o outro né a gente tá cheio de bebezinhos maravilhosos aqui encantadores
e fofos Agradeço todos educadíssimo eh tão muito acostumados com pais e mães trabalhando na escola na faculdade tô sabendo meu mestrado eu dei fiz apresentação para pouquíssimas pessoas porque eu tava dando de mamar então sei bem como é que é isso eh tem algo ali da da relação do bebê nesses primórdios nessa constituição que não vai sem o cuidado ostensivo de um outro semelhante né Diferentemente de quem tem animais em casa que sabe que eles se viram logo que nascem Eles já se viram com mínimo de alimentação e cuidado o bebê humano ele precisa desse
contato corpo a corpo com o cuidador e a gente sabe muito bem que corpo é esse tem sido o corpo das mulheres eh ao longo de séculos né nesse corpo a corpo a gente se constitui e aquilo que a gente chama de eu está em relação Direta com o desejo do outro então quando eu falo que eu não sou indivíduo eu não sou uma unidade eu sou dividida e uma parte de mim é esse outro que eu institui dentro de mim né e Ah então Vera são vasos comunicantes entre o cuidador E o bebê não
mais na ordem de um bufê que o cuidador oferece e que a própria criança pega e faz o seu prato isso é legal porque senão a gente fica imaginando que porque a mãe é louca o filho vai ser não é bem assim que funciona graças a Deus eh ou mesmo né algumas pesquisas que vão dizer né da da incidência da depressão na criança porque causa da depressão da mãe é uma pesquisa muito cruel porque ela faz crer ela ela parte do pressuposto de que existiriam vasos comunicantes no no fato que o que acontece é que
esses bebês estão submetidos a ambientes muito empobrecidos pelo fato de que só a mãe cuida deles e uma vez ela estando deprimida o ambiente é depressivo mas o erro aí não é da mãe o erro é do ambiente empobrecido que uma pessoa doente tem que cuidar de uma criança e aí você né quando você pega a pesquisa é quase como se fosse uma transmissão eh de outra ordem né que você tenha um empobrecimento afetivo libidinal deste ambiente então nesta onde eu quero chegar quando a gente pensa no sofrimento das mulheres em sociedade a gente não
pode esquecer que não se trata só de uma mulher que que está sofrendo porque tem problemas porque tem uma depressão porque tá tem sintomas né a gente tem que entender que uma parte dessa sintomatologia tá ligada ao adoecimento social então uma parte do sofrimento das mulheres hoje tem a ver com certo discurso social que impossibilita que esse sujeito esteja no mundo sem sofrer pelo fato de ser mulher Então o que a gente vê hoje são mulheres oprimidas e com certeza mais oprimidas conforme a gente entra com qualquer cruzamento interseccional aí de raça e de classe
social e mesmo de gênero quando a gente pensa além de ser mulher uma mulher TRANS e nesse lugar a gente vai vendo o adoecimento social comparecer no corpo de um sujeito Só que cada sujeito vai viver a mesma experiência de formas muito distintas então a gente não pode pensar que essa opressão que que oprime as mulheres mesmo fazendo essas diferenças de classe raça e gênero ela incide eh igualmente entre cada uma porque além de tudo nós temos uma singularidade uma forma única de viver cada experiência e um exemplo que eu acho que foi Cabal eh
para quem tem consultório né quem tem clínica foi a pandemia na qual Todo mundo estava submetido uma experiência mais ou menos igual se você pensar um certo recorte de classe e de raça Mas cada viveu isso de forma muito única al umas pessoas adoeceram profundamente algumas pessoas se curaram né algumas pessoas Panic que tiveram a ficar em casa adoraram de ficar em casa tem gente que não queria mais encontrar família adorou essa oportunidade foi foi bom alguns casamentos acabaram eram para acabar algumas pessoas se juntaram então algumas coisas aconteceram e marcando como cada um de
nós vive essas experiências eh de opressão de uma forma singular e essa singularidade tem a ver com a nossa história que funciona como a digital não tem duas pessoas iguais aqui nunca haverá né Eh quando a gente pensa então pra gente entender o sofrimento né ou a saúde mental o sofrimento ordinário o que vocês quiserem aí da ordem desse Patos humano a gente tem que entender as condições da nossa época tá e as condições da nossa época sempre tem que sem pensadas também como uma época na qual a partir da qual a gente tem essa
ah a era digital a não dá para pensar mais nada hoje sem levar em consideração que fomos atropelados pela era digital Então tudo de bom e de ruim que nós temos foi potencializado então o caldo de Cultura hoje da nossa sociedade em relação à mulher ele tomou proporções gigantescas a partir da internet e qual que é o caldo de Cultura porque que eu tô chamando aqui de uma certa curva de rio eu eu trago uma colinha aqui mas eu nunca leio e ela me perturba porque eu pensando nó falei sobre isso falei sobre aquilo tá
falei sobre isso falei sobre aquilo eh ai querida obrigada sabe que isso aqui me aflige porque eu fico tentando achar posso pegar um outro microfone eu fico achando que eu tô longe obrigada então eh e qual que é o caldo de cultura que que nos oprime hoje a gente vem de uma história super importante que nos marca que é a questão do maternalismo né o maternalismo é uma uma certa ideologia que começa na virada do século X Pro Século XX e que faz supor já vem lá de um de um Desde da modernidade né faz
supor que uma mulher é mais mãe do que mulher né e o que que acontece para enxugar bem né porque isso é um livro inteiro h o que que acontece na virada do 19 pro 20 é que as mulheres de classe média alta brancas impossibilitadas de trabalhar porque não é não pegava bem uma mulher de classe média alta Branca eh trabalhar ela deveria ser sustentada pelo seu marido as mulheres ficavam em casa os maridos eram provedores elas tinham que cuidar da família mesmo que elas tivessem outras mulheres para fazerem os serviços domésticos essas mulheres começam
a conhecer porque a sociedade toda vinha reconhecendo um sofrimento imenso das crianças e das mulheres pobres e periféricas e negras isso era um um problema de saúde pública muito grave mulheres trabalhando em fábricas crianças trabalhando em fábricas e essa população começa a se juntar com os médicos começa a se juntar com os políticos e reivindicar melhores condições para essas mulheres veja muito interessante esse encontro né entre essas mulheres brancas que não podiam estar no espaço público falando elas usam a carteirada das crianças para poder chegar no espaço público e fazer políticas públicas né e introduzi
um bem-estar e a filantropia que é muito interessante O problema é que a ideologia que faz isso é bem bem polêmico esse esse movimento maternalatividades anarquistas vão denunciar o fato de que esse movimento político ele parte do pressuposto de que uma mulher é mais mãe do que mulher a carteirada era essa a gente tem que ajudar a mulher a ser mãe porque afinal Essa é a grande missão dela Sagrada e essas anarquistas de 100 anos atrás né dos anos 20 elas falavam não a gente tem que lutar pelo amor livre pelo direito ao aborto pela
eh direito às relações homossexuais pelos casamentos abertos elas eram muito modernas né a pauta delas a gente ainda nem Conseguiu alcançar é incrível né e as feministas eh liberais da época falavam Não amiga a gente não pode nem começar essa conversa não vai não vai passar nada não vai passar nada então Elas começam a a ter um racha aí e realmente a luta Ali era o sufrágio Universal que as negras falavam não me interessa nada sufrágio Universal Eu preciso de uma coisa muito mais básica muito mais quem vai votar são as mulheres brancas letradas nós
somos analfabetas enfim toda uma uma divisão no no campo feminino e a gente vem herdando também acho e a gente vem herdando isso eh essa mentalidade Então a gente tem que tomar muito cuidado com as políticas públicas em pró da maternidade em pró da parentalidade quando elas fazem supor que cuidar das novas gerações é em ter a responsabilidade das mulheres porque elas reforçam estereótipos né Seria maravilhoso por exemplo uma plateia cheia de homens com seus bebês não só uma que a gente tenha uma plateia cheia de mulheres e seus bebês é maravilhoso também né que
os bebês possam ser incluídos na sociedade e não serem Os Pequenos parias da sociedade né Mas que que os homens poss estar nesse lugar então essa essa esse jogo a minha questão né a minha questão de pesquisa que deu origem ao Manifesto é tentar entender na psicanálise porque a psicanálise é contemporânea dessa virada aí do 19 pro 20 e é extremamente Maternal ista as coisas que o Freud escrevi agora gente eu não posso nem reproduzir aqui que senão vão me odiar mas eh umas coisas horrorosas mas eh é é porque a psicanálise tinha esse cunho
muito [Música] maternalatividades a gente é mais mulher do que mãe a gente sabe que a gente quer os lugares que os homens ocupam a gente sabe que a gente quer ter uma carreira a gente sabe que a gente quer sair com as amigas a gente sabe que a gente quer fazer o que a gente quer e e talvez também ser mãe talvez não E se for mãe a gente quer ter o direito de cuidar uma uma situação mais equânime Eh mas tem algo que tá arraigado em nós que é isso que eu comecei falando não
há letramento que resolva as questões inconscientes nossas e as as questões H dessa divisão Interna nas quais veja de tudo isso que foi trazido aqui eh esses lugares de desprestígio das mulheres esses lugares que depois de tanto estudo Elas têm um chefe que é infinitamente pior do que elas estudou menos que elas sabe menos que elas esse lugar de Humilhação pública que a gente passa quando você chega na em casa e vai cuidar do seu filho você sabe tudo o CEO da a empresa pega o bebê e fala Bota ele para dormir que eu não
sei como é que faz isso daqui que que liga para você e fala o que que é para ele comer agora o que que vai na lancheira então ali é um lugar onde você sabe e é muito difícil para as mulheres abrirem mão desse lugar desse lugar no quais Elas têm no qual elas ainda têm reconhecimento então a Às vezes a mulher fala assim ah eu queria tanto que ele fizesse as coisas por mim mas ela não consegue mesmo abrir mão de um certo lugar de prestígio assim como os homens tiveram muito medo medo de
abrir mão de um lugar de prestígio de serem os provedores né então assim o homem que é o provedor quando a mulher começa disputar um lugar no mercado de trabalho de igual para igual para ele com ele embora ela sempre trabalhasse ela trabalhava e escondia o dinheirinho dela porque era para os alfinetes né quando ela nos anos 60 não é que a mulher começa a trabalhar ela já trabalhava porque ela começa a trabalhar de um jeito que não é que ela não quer que seja invisibilizado ela quer realmente ocupar os lugares que eram só dos
homens né Eh e os homens ficaram ficaram e ficam muito inseguros nessa relação só que hoje você já tem homens que falam eu não quero uma mulher que não trabalha não é para ele não ter que sustentá-la as mulheres estão vivendo uma experiência mais ou menos como essa na qual elas querem que o homem entre mas não querem perder um certo prestígio eu sei que pode parecer doloroso ou ou injusto mas gente se a gente não fizer lição de casa da onde a coisa enrosca na a gente se a gente não entender aonde que a
gente fica narcisico a gente vai ficar patinando no letramento né então a saúde mental em relação ao lugar da mulher na sociedade faz respeito a uma desrespeito a uma mudança de mentalidade da própria mulher você quer ver onde isso fica bem claro a mulher pode trabalhar 12 20 horas por dia e ela sai do trabalho e fala filho estou indo trabalhar é muito importante para nós vai trabalhar mas ela às vezes não se permite Du horas para tomar um cafezinho com as amigas porque aí não como é que ela vai deixar o filho coitado é
como se ela fosse o oxigênio da criança né então se ela sai a criança perece isso tem a ver com uma certa visão maternalatividades eh tá em inglês um episódio do da do New York Times que fala de do da a parentalidade como assunto de saúde pública eh nos Estados Unidos pelo adoecimento dos pais que ficam eh ostensivamente cuidando das Crianças Então o que a gente tem com a a era digital é uma certa visão da parentalidade que é uma visão de produtividade então a gente e quem que vai produzir se a visão de parentalidade
é de performance de ser um pai ou uma mãe que oferecem tudo pros seus filhos para que eles também perform quem que é a figura que vai performar é a mulher porque a mulher arrasta junto com esse ideal a própria ideia do maternalismo então a gente tá num por isso que eu chamo de curva de rio a gente avançou avançou avançou mas convivem discursos extremamente antagônicos o discurso no qual você ainda tem que explicar por que você não Quer ser mãe como assim você é mulher não quer ser mãe Ah você tem que explicar por
que que você saiu com as suas amigas e deixou seu filho né todo mundo tá aqui eu acho que alguém fez essa essa esse comentário que eu acho genial Assim vocês estão aqui quem tá com os filhos de vocês quem tá cuidando das Crianças quer dizer essa expectativa que é uma coisa que jamais se pergunta para um homem isso tá implícito né e convivem com isso eh as ideias de que então a gente tem que est em dois lugares ao mesmo tempo que é uma ideia bem neoliberal de produtividade né Então tudo isso para pensar
se existe ainda algum espaço pra gente apostar numa saúde mental que já é questionável que não leve em consideração que a gente vai ter que transformar as nossas próprias expectativas em relação ao que é ser mãe e o que que é ser pai e as próprias expectativas em relação ao que é ser mulher que eu vou dizer uma coisa polêmica que para mim tá muito clara Mas eu vejo que já causa que é bom quando a gente sem licença maternidade porque a gente tem que pensar em duas questões pessoas adotantes que vão cuidar eh e
pessoas que o próprio ciclo Perinatal né gravidez parto perpo que você tem um ano aí pelo menos de corpo devotado a uma experiência única só que a experiência não é só das mulheres é de todas as pessoas que nasceram com útero Então como é que ficam os homens trans nessa mas as mulheres muitas vezes ficam magoadas ficam ofendidas porque afinal agora que a gente tem a bandeira da mulher esse essencialismo também não ajuda a gente a gente tá disputando um lugar que é uma bola de ferro no pé vocês percebem como tem algumas alguns lugares
onde as mulheres correm o risco de defender um certo lugar que reitera sua posição no mundo de sualidade e a gente não chega Nessa Equidade Então a gente vai ter que pensar isso de um jeito um pouco mais e menos purista em relação ao que que é uma mulher e qual o seu papel na sociedade né pra gente poder continuar e prometer pra gente mesmo o quê A infelicidade ordinária né que foi isso que eu prometi para vocês no final não prometi nenhum Nirvana não viu gente pra gente poder viver com as experiências que não
são experiências fáceis de saber que morreremos de saber que a gente não pode ter tudo que a gente quer de saber da nossa da nossa eh degenerescência e ao mesmo tempo poder estar com menos violência no espaço eh compartilhado né então eu acho que o meu apelo com em termos da Saúde Mental é um apelo meio sofrido porque esse percurso no qual eu me avalio para poder estabelecer uma relação menos sintomática e menos sofrida com as questões existenciais que são em si mesmas sofridas ele não é exatamente como eu vejo na no Instagram na na
internet muitas mulheres falando Ah mulheres e homens Ah eu vou no meu analista tão bom como quem vai sei lá na manicure na massagista né bater um papo com a amiga é um processo muito de muito constrangimento de muito sofrimento de muito ver o que a gente não quer ver você tem que pagar uma pessoa para ver o que você não quer ver né Tipo eu eu adorei ter ser ter sido antecedida pela pergunta da colega porque pela sua perguntaa sua fala na verdade seu sua tem uma palavra melhor para isso né sua seu desabafo
né mas assim você um Statement né Tem uma uma fala assim eh porque o o desconforto que ficou no ar é isso é disso que se trata saúde mental não é Caminho Suave não é papo com amiga e desabafo esse esse e agora que que a gente faz entendeu corta o microfone entendeu aquela Tá bom amiga já entendi que bom vamos ser amiga né não fica com aquilo né É por isso que dizem que os analistas lacanianos né que é o meu caso que eles são meio duros porque às vezes a gente interrompe a sessão
numas horas que assim meu fica com isso cara não vai ter happy end aguenta o tranco vai pensar depois vai pensar depois porque nesse pensar que alguma coisa pode se movimentar né E aí na hora que você desculpa como você chama porque eu tô falando sabr na hora que a Sabrina falou na hora Olha Sabrina que legal que é isso na hora eu pensei meu sou branca até falei para uma pessoa que tá no meu Live amiga eu sou a próxima branca que vai subir lá como é que eu não como é que eu não
chamei uma colega que que não é uma questão que não tô que eu não tô ligada Eu Tô ligada tô totalmente dentro da questão do letramento da inclusão nas escolas e no entanto a gente derrapa só toda vez derrapada toda derrapada entendeu porque aqui é uma derrapada por quê Porque a gente é racista e a gente tem que trabalhar isso perente mas o que eu quero trazer aqui é mais a questão do mal-estar Esse mal-estar é muito bom olha que horror que horrível esse produto que eu tô vendendo né gente o mal Star é muito
bom estamos junta não mas assim ele é o que é a condição para essa transformação e ele não é um exercício masoquista de vamos ficar sofrendo é um exercício de puxa na próxima vez eu vou falar não convida a Priscila Santos Souza que é uma psicanalista Negra retinta maravilhosa que tá falando muito melhor do que eu eu nem sei que quanto tempo eu tenho para você ter uma ideia tá então eh esse exercício ele ele é perene porque ele ele só vai ter esse caráter de transformação a partir de um certo momento do que que
o lacam vai chamar de instante de ver que é quando você fala ah vai subir mais uma branca nessa nesse negócio o tempo de compreender que que eu fiz né fi Verdade Desejo que eu aceitei uma coisa que talvez eu pudesse ter chamado a uma colega né e o momento de concluir que aí é comigo mesmo aí eu resolvo que é aquilo que eu vou fazer com isso oportunamente você entende então Eh esse é o convite é um convite um pouco espinhoso mas ele tira a gente daquela zona de achar a Que lindo a gente
já viu tudo a lista tudo que tinha que fazer que é o que eu vejo nas escolas eu tenho trabalhado com isso isso a gente chega em escolas que já zeraram assim todo tipo de letramento já tiveram cursos com gente super top e a coisa continua porque vai continuar ela sempre volta não tem fim né não tem não tem um platô mas é sempre num nível muito ruim e aí a gente começa a pensar não basta o letramento a gente tem que parar e fazer essas conversas que a Sabrina puxou mas que talvez aqui não
possam ser desenvolvidas mesmos porque acho elas tem que ser num espaço horizontal sigiloso protegido nos qua As instituições encontram espaços de discussão horizontal para trazer o malestar para que a última coisa que eu vou falar para que a gente não confunda uma coisa que tá extremamente confundida na nossa sociedade hoje que achar que sofrimento é igual a adoecimento a gente sofre isso é parte da nossa existência isso é impossível de ser erradicado mas a gente a gente não precisa transformar o sofrimento em adoecimento fazer o luto não é fazer uma depressão ter medo não é
ter uma fobia né a gente vai começando a distinguir e a gente vive num numa sociedade que qualquer luto já é medicalizado né Qualquer medo é medicalizado tudo vira ansiedade tudo vira depressão Então esse é o é o convite aí é um convite curioso mas é o que temos paraa psicanálise obrigada [Aplausos] muito obrigada vamos começar então com a nossa roda de perguntas alguém tem alguma pergunta pra Vera Oi por favor Ah bom dia meu nome é Luciane venho de Goiânia sou uma dentista mas muito curiosa com esses assuntos da subjetividade e parentalidade Comecei a
ler o seu livro Manifesto antim Maternal Vera eh e assim assistir você muito ver você conversar no livro também um pouco com a gente então agradeço por a aos organizadores às organizadoras pelo evento mas eu lidando muito com mães eu vejo muito aquele ditado nasce uma mãe nasce uma culpa e eu fico tentando desconstruir isso com as ferramentas que eu tenho né de não não não psicólogo não psicanalista e e e lendo essa questão do maternalismo tem a ver essa culpa com esse internalismo não tem nada a ver é outro caminho que chegou essa história
de culpa de já ter isso internalizado nelas nós mulheres mães eh eu acho que a gente precisa Obrigada Eh meu marido é dentista minha nora é dentista também eu tô no no eles também se interessam mais ou menos pela psicanálise porque já ouviram demais mas eh eu a gente tem que criticar muito essa frase Como assim nasce uma mãe nasce uma culpa onde que vem culpa do quê vamos fazer um checklist o que culpa do quê culpa de não ficar com o meu filho 100% do tempo nenhuma criança merece maior castigo do que ficar 100%
do tempo com a mãe que isso eh culpa de trabalhar que mundo que a gente vive onde trabalho né as Mulheres sempre trabalharam nas lavouras sempre trabalharam Não tem essa não trabalhar né O que que é é legal porque a gente tem que fazer um exercício de pensar culpa do quê vamos lá culpa de ter prazer ai por quê Porque as mulheres não podem ter prazer porque as mulheres não podem ser mulheres Elas têm que ser mães dentro de um modelo extremamente matriarcal eh da matrona né daquela mulher que abre mão da sexualidade e o
Freud ele tinha ele tinha essa essa questão né de achar que a criança poderia substituir a Sexualidade da mulher dentro de um modelo extremamente burguês no qual a mulher se anula pela família né Para que o o homem tem amantes fora de casa porque a Sexualidade é alguma coisa que vai acontecer com a outra então faz o checklist do que que você tem culpa porque você vai ver que é um atravessamento neoliberal burguês moderno misógino E altamente questionável e e onipotente porque faz supor que você poderia fazer mais como assim não tem mais eu acho
que a gente pode fazer ter culpa de coisas que a gente faz eh propositadamente para ferir o outro para magoar o então ah eu posso ficar com meu filho mas eu vou deixar ele aí chorando dane se você negligente né mas olha isso tão raro de acontecer tão raro de acontecer então eu acho que a culpa já é em si mesma questionável e eu detesto Essas frases que elas colam e não é que elas elas não são questões né nasce uma mãe e nasceu uma culpa já nasceu sua culpa não então que você não foi
mãe ainda Como assim entendeu Não por que nasce uma mãe nasce uma culpa isso tem que ser ionado Isso é para que as mulheres realmente fiquem dentro de casa e façam esse trabalho não remunerado que a gente faz que é o trabalho de cuidado ok a próxima pergunta lá no fundo primeiro por favor Bom dia eu me chamo águita Sou psicóloga eh orientada pela psicanálise e eu não podia deixar de perguntar né Tem uma questão que eu acho que eu nunca teri outra oportunidade para perguntar pra Vera que é como que a gente sai dessa
condição de desse lugar de natureza né que o Freud institui pra gente como natureza materna e isso que a gente que você vem debatendo com essa questão do antimaterial materno construído pela burguesia Branca então Eh Ágata né água águita eh eu acho essa pergunta fundamental Claro que ela tem que ser pensada tanto coletivamente como individualmente eh mas veja tem um tem um eu queria fazer uma volta na tua pergunta que é o seguinte tem muito valor cuidar a gente tem a tecnologia do Cuidado a gente aprendeu e a gente transmitiu umas pras outras tem muito
valor a grande crise da nossa sociedade hoje é a crise do Cuidado a falta da ética do Cuidado então Eh como que a gente pode fazer para continuar cuidando e chamar os homens e não só os homens porque não se trata só de fazer os maridos cuidarem mas a sociedade como um todo chamar o estado chamar as empresas para cuidarem também da gente e de todo mundo que tá lá dentro né Então como que a gente pode transmitir a palavra do Cuidado ao invés de sermos as detentoras do cuidado porque é isso que transforma a
maternidade nesse lugar pavoroso de que isso seria a nossa natureza só nós sabemos fazer isso a gente aprendeu a duríssimas Penas a gente aprendeu muito fortemente a partir da forma como fomos cuidadas e da forma como fomos orientadas a cuidar dos outros vai lá cuida do seu irmãozinho vai lá cuida não sei o que lá né quer dizer a gente a gente é treinada e a gente aprendeu e é lindo o problema é que os outros não esse é o problema então o problema é que a sociedade tá dividida entre as pessoas que cuidam e
aquelas que serão cuidadas e estão acostumadas com isso né então e o cuidado ele não é um negócio assim no outro planeta gente a gente vai todo mundo aqui vai beber sua água vai vai só seu nariz vai e a gente vai deixar as coisas no chão e vai vir alguém aqui limpar não tem mágica para cada coisa que a gente faz tem alguém que cuidou E se a gente não tiver olho para aquas pessoas que estão cuidando a gente não consegue fazer essa virada de botar o cuidado em primeiro lugar de si e do
outro e fazer a sociedade funcionar então desnaturalizar o lugar da mulher como a cuidadora e principalmente a mãe é pensar o cuidado como uma ética social é mudar a lógica social mesmo ok eh próxima pergunta deixa só eu deixa me meter aqui complementar uma coisa que eu acho que faz muito sentido com a nossa questão da da do cerne né do do nosso trabalho das nossas discussões de de de onde vem a resistência muitas vezes né a gente ouve muita frase Ah tu resolveu ser mãe então tu que cuide né Eu acho que vem dessa
disso que a Vera Né tava mencionando de o cuidado ser individual e a gente não consegue convencer ninguém que o cuidado é algo coletivo eu acho que esse é o grande desafio que a gente tem porque é sempre sempre até hoje são 8 anos trabalhando nisso ah mas tu resolveu ter filho e não tem como convencer ninguém de que é é o cuidado não sou eu que tenho que cuidar né então eu acho que é se a gente sai daqui é essa é o nosso desafio deixar muito claro paraas nossas chefes lá nas instituições de
ensino que quando a gente tá discutindo política né de parentalidade Para apoiar mães a gente tá falando de algo que a gente precisa tornar comum não a gente não tá ajudando aquela mãe porque ela resolveu ser mãe e precisa de um auxílio Não ela tá desenvolvendo um papel social de cuidar eu acho que esse o grande desafio que a gente tem S metendo na conversa que é a lógica neoliberal né de fazer supor que as soluções individuais elas podem dar conta do que é dos problemas coletivos por a gente tem por exemplo hoje não sei
se vocês estão sentindo né uma verdadeira greve de úteros as mulheres por bem ou por mal por impossibilidade por decisão elas decidem a revelia do desejo ou não não ter filhos e a gente vai vivendo num déficit demográfico preocupante no mundo inteiro e aí quando a questão Econômica começa a abalar os estados e os países começam as campanhas para que as mulheres tenham filhos e aí então não interessa mais dizer teve porque quis Aliás quando a gente tem porque quis é porque a gente produziu esperma do nosso desejo né Porque eu tive um filho porque
eu quis eu fui lá e fiz a geração espontânea maravilhoso isso próxima pergunta Bom dia então meu nome é Luana Sou psicóloga também e hoje estou pesquisando né através da minha dissertação com mães em situação de imigração involuntária então Mães em situação de refúgio e aí agora até a Ágata falou da questão da maternidades plurais né e eu fiquei pensando ã nessas mães né que às vezes são de origem africana ou de origem venezuelana enfim e que às vezes a gente percebe uma outra organização né que é uma organização mais coletiva tanto de contar com
cuidados de outros familiares né nesse cuidado cotidiano da criança quanto de organização entre as próprias mães né E aí é algo que a gente vem estudando também a partir de um grupo de estudos da UFRJ sobre maternidade e decolonialidade E aí eu fico pensando que no Brasil e principalmente no Sul que da onde eu venho a gente tem uma questão com as crianças que às vezes parece que é um ódio as crianças né que é tipo assim a gente tá nos lugares e aí as pessoas estão nos julgando porque a gente tá com nossos filhos
né ou às vezes assim como se fosse uma questão individual né Eu sou mãe solo desde os dois meses do meu filho e eu já senti muito isso né tipo assim essa questão de como se eu tivesse escolhendo aquela condição e que na verdade não é uma escolha né ninguém escolhe ser mãe solo ã E aí eu trago isso porque eu percebo que algumas comunidades como essas que eu que eu atendo e que eu acolho as crianças elas não são vistas como um peso né se a gente pegar por exemplo o exemplo das Mães zapatistas
de uma comunidade mexicana as crianças são parte da comunidade E aí fico pensando também que que a senhora trouxe a questão da da era digital como um grande atravessamento e eu penso também nessa questão agora das crises climáticas como um outro grande atravessamento né na maternidade porque no Rio Grande do Sul agora quando teve as enchentes uma da uma das questões que surgiu nos abrigos Por Exemplo foi das Crianças estarem em risco de abuso dentro dos próprios abrigos então a gente não tem como não olhar pra questão da maternidade da infância como uma situação de
risco muitas vezes também né a gente tem hoje no Brasil por exemplo a lei da alienação parental que coloca totalmente em risco as crianças e as e as mães que muitas vezes só sofrem violência Então como a gente sair dessa dessa desse circuito assim né que acaba também nos alienando numa condição de violência né quando a gente tenta conversar com homens ou tenta conversar com outras enfim com outras pessoas que não são mães e que muitas vezes enxergam nesse lugar do indivíduo E aí eu acho que trazendo o que tu trouxe assim no início da
palestra que eu achei muito interessante é da gente não ser considerada indivíduo né sim como um sujeito total e e político Então é isso assim eu não não consegui elaborar muito uma pergunta mas trouxe essas considerações é quando a pergunta começa com Como já dá dá medo né porque como eu não sei mas eu acho que a gente tem um Norte aí de de pensar que é é uma fala do Ailton kren cada dia eu acho mais mais verdadeira que o futuro é ancestral então quando você traz essas comunidades migrantes elas são eh geralmente são
comunidades eh tradicionais que trazem Ou seja que trazem a ancestralidade de uma certa forma de cuidar que é coletiva o que a gente vive a gente vai recolhendo esse caldo de neoliberalismo que é individualista cada um por si meritocrático toma que o filho é teu não temos nada a ver com isso e a coisa vai dando ruim vai dando ruim vai dando ruim e a gente vai pensando B as as soluções são coletivas então o movimento contrário dessa dessa mentalidade o adoecimento vai muito em função de tentar responder a um ideal que é adoecedor como
se ele tivesse mérito Na verdade ele é adoecedor porque é impossível viver sozinho é impossível essa relação eh solitária e isolada né ela ela é fruto de muito adoecimento e a gente vai voltando para soluções mais coletivas né então quando a gente vai pensar em políticas públicas se você não tiver isso em mente você vai ter muitas políticas públicas que vão pensar eh que ela por exemplo que vamos fazer creches para as mulheres como creches para as mulheres as creches não eram PR as crianças então a creche beneficia a sociedade toda as mulheres os pais
os patrões os funcionários não não não é paraas mulheres então nesses pequenos Deslizes e às vezes eu vou eu falar em empresas e vejo grandes políticas para as amiga pode sentar Fica tranquila eh fazendo grandes políticas para as mulheres no sentido de Vamos cuidar dos seus filhos aqui dentro Opa Você tá cuidando de filho esse filho tem outras relações inclusive as Avós avós tios que poderiam ter que ficar com aquela criança então tem alguns detalhes que não são detalhes porque mostra uma mentalidade que é ante as crianças e a gente vive uma sociedade extremamente paranoica
em relação ao perigo que as crianças podem viver que que que é isso a paranoia é a projeção das minhas fantasias violentas no outro então todo mundo me olhando todo mundo quer me matar alguém quer me pegar não sei que lá que que é isso é projeção então a gente tá sempre achando que alguém vai atacar uma criança porque a gente não tá suportando as crianças a nossa sociedade não é um espaço bom para crianças tem coisa mais horrível do que essa frase enquanto que você sabe porque você citou mas tem muitas outras experiências nas
quais as crianças são alegria de uma sociedade mesmo na mais absoluta pobreza tem uma pesquisa da Cláudia Fonseca que gou no eh célebre essa pesquisa na qual ela vai entrevar é uma antropóloga radicada no Brasil que vai entrevistar crianças da famílias da Periferia de Porto Alegre e aí ela recebe as crianças e tem uma das Crianças fala assim eu tenho quatro mã tenho três Mães ela grava isso invídeo a Claudiane ah você tem três mães é eu tenho a mãe que me teve a mãe que me deu de mamar e a mãe que me cuidou
porque a mãe que me teve falou que ia pra praia mas me deixou aqui com a vizinha e só voltou 5 anos depois e aí essa me cuidou e ela não f fala isso como ai que horror eu fui abandonada ela tem três mães e que ela fala orgulhosamente com que ela vai se relacionar para sempre então é uma é uma relação extremamente e diferente daquela na qual a gente acha que tem que mãe só tem uma se eu deixar com o avô ai que horror deixei com a minha avó com a com a com
a avó né com com a minha mãe que horror que raio de mãe que eu sou que deixa com a avó pelo amor de Deus que maravilha que você deixa com a avó né e deixa mesmo não faz aquela lista do que a avó pode dar de comer ou não porque aqu é vech atório deixa as crianças se divertir mas enfim tem toda uma uma uma relação com esse outro cuidador que é impossível deixei na creche deixei na escola eu tenho que cuidar o tempo todo né é horrível a solução da gente é péssima né
só fazer um gancho que amanhã a gente vai ter uma palestra específica né uma mesa sobre as licenças e é sempre um ponto que eu gosto de trazer né que o pessoal diz a licença maternidade é um direito da mãe gente a gente tá falando de direito da criança ser cuidada e é um absurdo a gente aa vai falar de licença maternidade A criança precisa ser cuidada vai ser duas mães dois pais quem for é uma Essa é uma das coisas que mais me agrava nessas conversas e a gente ainda tá falando de licença maternidade
ampliar licença paternidade não a gente tá falando um direito da criança mas a gente insiste que é o direito a mãe tá lá seis meses de férias porque deve licença maternidade mas é um direito da criança a criança precisa daquela licença porque ela precisa cuidar né o que eu Vera mencionou no início ela precisa desse cuidado né então eu acho que é um olhar que às vezes a gente reproduz norm Ah o direito da mulher direito da mulher não gente vamos falar do direito de quem precisa ser cuidado da Criança e é um assunto tão
espinhoso que a gente tem eh a a precisaria pensar a licença do cuidador não generificada mas quem que são os cuidadores principais ali e tem uma outra coisa que é o ciclo Perinatal porque dentro da Equidade tem uma coisa que a gente nunca vai reduzir que tem são esses corpos que se oferecem na reprodução de Corpos e uma pessoa pode entregar uma criança em adoção é que parece muito curva de rio mas se você tiver um bebê para alguém por que que você não teria um tempo de recuperação aí tem você perde um bebê ele
morre quer dizer a gente tem a gente tem que começar a separar um pouco também o ciclo Perinatal do cuidador né porque nem não necessariamente são as mesmas pessoas tem que ter uma complexidade aí né por isso que eu gostei muito de uma bolsa que foi mencionada aqui que é para usar do que quiser nós não vamos dizer como é que você vai usar a bolsa sabe vai que sabe aí como é que funciona esse negócio entendeu porque senão a gente quer a gente quer normatizar o cuidado dentro daquela família dentro daquela estrutura próxima pergunta
por favor você eu né e Bom dia meu nome é Janaína sou do sou física aqui isso sou física do Instituto Nacional de e pesquisador em pdoc do do da UFRJ matematic queer que é um onde a gente pesquisa sobre educação matemática e sexualidades tenho duas crianças neurodivergentes então é Sangue Fogo e labareda é aquele negócio bravo mesmo eh eu queria falar muito do que já foi falado aqui uma consideração mas a gente ainda não falou sobre as maternidades das mulheres que se relacionam com mulheres né então você tinha comentado foi ótimo seu comentário sobre
pessoas que têm útero homens trans que decidem ter filhos e também tem deveriam ter acesso a essas licenças e até o atendimento básico no SUS já é complicado porque eu trabalho no SUS então a gente vê o nome social e muitas vezes esses homens não podem ter acesso a uma ginecologista porque tão do do sexo entre aspas masculino né e o que eu percebo convivendo com uma companheira com meus dois filhos e uma companheira que tem CCO anos mais nova que eu quando nós saímos juntos enquanto uma família as pessoas falando que lindo seus três
filhos ou olha só como a irmã mais velha cuida das crianças minha companheira tem 37 anos eu não pareço tão mais jovem assim para ter uma filha de 37 anos somos 5 anos de diferença e tenho filhos de 9 e 7 anos então isso acontece também no meu ambiente de trabalho onde a maior parte dele eu não posso ser abertamente sobre a minha sexualidade e tem uma passabilidade excelente pelo fato de ter filhos Porque as pessoas não entendem que com outra mulher você forma uma família também né então tem todas essas questões que atravessam e
que atravessam a ela também porque ela convive nessa família como cuidadora mas não tem nenhum direito de se afastar para cuidar das crianças de ter um um momento que ela possa estar com eles estar presente nas reuniões da escola e ela participa de todas essas atividades porque formamos uma família né Então essa questão de olhar para as maternidades e é muito bom que a gente possa estar num espaço onde a gente possa conversar sobre isso não porque isso fica aqui mas que a cabeça pensa onde os pés pisam né então se se as pessoas vivem
num relacionamento é normativo talvez todo mundo aqui nos seus departamentos possam sair e ter esses olhar para suas servidoras e servidores que também e experimentam essa parentalidade a paternidade com dois pais ou a maternidade com duas Mães e famílias dessa maneira e entender essas famílias como legítimas e também dignas de exercer esse cuidado porque ao contrário de mim que as pessoas ve veem como obrigada a exercer esse cuidado por mais que eu goste de exercê-lo ela também gosta só que ela não pode perante os olhos de outra pessoa da onde ela trabalha ela também é
pesquisadora e ela não pode se afastar porque está cuidando das Crianças porque vai numa apresentação da escola porque vai numa reunião dos meninos né então é só um um olhar para essas outras maternidades também e a gente tem aí um cruzamento também da questão da perinatalidade né do ciclo gravido peroral que muitas vezes só quem gestou e pariu numa dupla de duas mulheres por exemplo ou de um dois homens trans ou como for eh muitas vezes é reconhecido como a mãe E aí tem a outra tem a mãe e a outra né porque essa marca
ainda tá muito arraigada como se para o gênero humano os a reprodução de corpos se coincidisse com a reprodução de sujeitos que é de outra natureza que é o que eu tento distinguir bastante no livro né quer dizer você pode ter um filho pode ter um aborto você pode entregar em adoção Você pode ter reproduzir cor não garante que você vai formar um pai ou uma mãe no final do processo né então isso é é da ordem como tudo que é do humano da Ordem do simbólico de de poder assumir esse lugar simbolicamente né então
nessas nesses casais muitas vezes ainda tem esse problema como se tivesse mais legitimidade quem gestou e pariu e o outro não é reconhecido como tal né Eu acho que é super importante você trazer essa questão e é um ponto que a gente a gente também troue PR né da questão das das licenças porque não existe regulamentação nenhuma e aí a gente tem muitos casos de pesquisadores que entram ah em contato com a gente ah minha companheira que teve o filho mas eu não tenho daí tem que judicializar E aí no máximo ganho cinco dias de
licença paternidade porque não podem reconhecer que são duas mães não tem que ser porque daí vem eui não acreditei quando me deram esse argumento legal de que era então injusto com os pais porque daí as duas mães teriam se meses e o pai né quando é uma mulher e o o homem o homem só tem 5 dias aí eu fiquei muito indignada que a discussão não era aumentar a licença do pai era tirar a da outra mãe né então mas é é um ponto super importante porque legalmente a gente não tem nada que Garanta esses
direitos eu sei que tu vai mandar a gente para só a clevi uma pergunta ela já tinha levantado uma a mão aí 20 vezes quer fazer a pergunta e aí termina a gente não é que a gente tá com uma pergunta inscrita lá no final primeiro Ah tá por favor lá no fundo Oi Vera Bom dia meu nome é eu sou doutoranda em Ciências Sociais pela UFJF eh Você fala muito sobre a necessidade de ter cuidado né para pensar as políticas públicas pra gente não reforçar esse papel da mulher mãe como cuidadora né E aí
eu queria saber como é que você acha que a gente pode pensar por esse olhar antima eh algumas políticas públicas para e reduzir as distorções que a gente tem no mercado de trabalho né Eh e nas universidades também como é que a gente pode fazer para para reduzir essas distorções de forma mais rápida né sem sem que seja com uma política que acabe reforçando esse papel que eu tava lendo eu tava lendo recentemente no no o livro conflito da Badan eu fiquei muito impressionada como que a licença parental ela acaba acabava não sendo usufruída pelo
homem por exemplo Então como que a gente pode pensar algum caminho nesse sentido pelo olhar do antim maternalismo então eu não sou a pessoa indicada pro como aí nas políticas públicas mas eu o que a minha contribuição tem sido desmontar um pouco esses modelos por exemplo a gente tem que distinguir o responsável legal do cuidador que às vezes não coincidem com a mesma pessoa e que a gente tem que distinguir também esse responsável legal pela pessoa que passou pelo ciclo que eu chamo de genitor genitor não é uma palavra que tá ligada só à reprodução
mas eu uso no livro genitori dade eh para falar só da reprodução de Corpos porque o genitor também é pai e mãe aí no sentido simbólico né então a gente tem que começar a distinguir essas figuras porque senão a gente acaba falando de um jeito né porque a gente não não por exemplo esse pai é o cuidador eh ou ele é só o genitor quando você fala vamos fazer um teste de DNA para saber quem é o pai não você vai fazer um teste de DNA para saber queem é um genitor pai é outro departamento
pode coincidir porque é ofensivo né fazer o teste de DNA do de de paternidade do estuprador desculpa Ele não é pai né ele pode até um dia quem sabe vir a ser mas não é então tem tem todo um uma uma nomenclatura que vai revelando essas distorções e enquanto a gente não distinguir isso daí fica difícil fazer políticas nas quais a gente sabe realmente para quem como e quando aonde porque você vê tem tanta coisa eh subentendida Por que são duas mulheres teriam as duas licenças porque elas são mulheres e as mulheres são mais que
tudo mães e um homem não eh e a gente também tem aquelas as outras distorções que são mais no miúdo são países Nos quais os homens têm a licença eh parental igual a da mulher e eles ficam lá um ano com esse com esse direito a cuidar das crianças Ah igualitariamente e que no fim de um ano o homem conseguiu dentro de casa fazer via Zoom o MBA e a mulher tá no mesmo ponto que ela tava no começo quer dizer você entende como além de tudo a gente pode ter muitas canetadas e tem que
ter mas uma canetada tipo Lei Maria da Penha Não diminui os feminicídios você entendeu tem tem algo de uma mentalidade que tem que vir junto eu só tô do lado da mentalidade eu não tô do lado da canetada a última pergunta por favor Oi eh meu nome é Alana Fontinelli eh eu sou pós-doutoranda em Sociologia na UFC mas meu doutorado em Ciência Política e eu mudei de tema no último ano da minha graduação para falar de maternidade porque eu fui atravessada pela maternidade eu sou mãe de uma criança prematura que nasceu de 30 semanas ficou
49 Dias internadas ela é surda por conta da prematuridade implantada bilateral só que o primeiro diagnóstico dela foi de autismo e ela ainda tá em diagnóstico porque a surdez afeta enfim muitos muitos eh parênteses para eu falar aqui então a minha entrada na maternidade foi pela maternidade atípica E aí eu entrei em contato com muitas mulheres eh com com essa vivência E aí eu vou agora falar de uma teórica e rapidinho já faço a minha pergunta tem a Race que ela vai falar da intensive moding né maternidade intensiva e na no intensive Modern ela vai
dizer que é um fenômeno que a gente tá vivendo que é Basicamente aquilo que a Vera falou sobre como o neoliberalismo vai afetar a nossa forma de maternar é bem é importante deixar claro que ela tá falando de mulheres brancas de classe média Então esse recorte é muito importante porque a gente entende como foi falado aqui que tem maternidades diversas eh e dentro da Maternidade intensiva uma das características é as mulheres trabalham estão no mercado de trabalho e elas ganham mais dinheiro mas o dinheiro que elas ganham é todo um investimento para quem pros filhos
né é pros filhos tenham mais coisas mais acessos e a maternidade fica mais difícil porque a criança vira o centro né a criança é o cerne e aquela mulher ela acaba virando uma cidadã de segunda ordem é como eu chamaria Por que eu digo cidadã de segunda ordem agora vou falar um pouco da minha tese eu eu vi como como a maternidade era mobilizada por por candidatas e eu vi Quais foram as propostas que essas mulheres fizeram em relação à maternidade e todas as propostas eu entendo que a maternidade é uma questão relacional portanto para
ter uma mãe ter um filho né ou alguém que tá sendo cuidado eh mas todas as políticas eram voltadas pras crianças não tinham políticas voltadas pras mulheres pensadas nas mulheres e aí eu vou contar um relato e vem minha pergunta Nossa tô me estendendo desculpa eh eu tava numa sala de espera de Terapias minha filha faz muita terapia né eu tava numa sala de espera de terapia e uma mãe sentada do meu lado e a gente papeando eu sou geminiana então né muita conversa e aí a gente papeando A Terapeuta vem deixar a criança para
levar para outra terapia e vem dar a devolutiva e fala assim olha mãezinha mãezinha né olha mãezinha é o seguinte ela foi muito mal hoje você não é a gente e passou uma atividade para ela fazer em casa você não fez esse reforçamento tem que estimular mãezinha tem que estimular se você não estimular não adianta sabe assim chegou e falou assim olha basicamente que ela não tava estimulando a filha dela em casa e que por isso a filha não tava progredindo na terapia e aí eu olhei assim a menina que tava super alegre a gente
conversando ela murchou ela automaticamente murchou E aí eu falei bora tomar um café aí ela falou tá vamos eu fui tomar a gente foi tomar um café e aí chegando lá ela começou a chorar e ela disse assim eu sou uma péssima mãe porque eu tô aqui tomando café e eu devia estar estudando para poder estimular minha filha em casa e aí assim a gente fala É verdade sabe eh a culpa materna ela não deveria nascer mas ela existe porque tem uma sociedade toda fazendo uma pressão para essa mulher e mesmo quando a gente pensa
em políticas públicas a gente não pensa em políticas públicas para essa mulher eu tenho uma maternidade atípica e assim eh eu tenho muitos privilégios e recono doos meus privilégios né eu eu sou de classe média Tenho rede de apoio meu marido é C participativo então eu reconheço meus privilégios eu consegui terminar meu doutorado eu tô no pos-doutorado eu tô aqui e isso é um privilégio isso é um privilégio eh mas tem todas essas mulheres vivem numa questão estrutural e quando a gente fala de maternidade a gente sempre olha pras crianças e aí eu fico me
perguntando como é que eu falo para essa mulher que essa culpa não existe sendo que ela sente sendo que ela é pressionada sendo que ela tá ali e a gente não tem políticas públicas o suficiente para darem conta e sim o cuidado ele não deve ser privatizado o cuidado ele tem que ser coletivo ele é uma responsabilidade da sociedade ele é uma responsabilidade do estado e ele é uma responsabilidade também da família é importante deixar claro a família como uma extenção mas essa pressão ela tá ali e aí essas mulheres não TM acesso à terapia
não tem acesso às vezes amigas elas se sentem mal porque estão tomando um café culp porque ela sente ela não pode ser naturalizada como ela deveria existir ela deve existir porque você é mãe não você tem que ser questionada essa culpa né agora você pode substituir essa cena na qual a pessoa faz uma coisa verch tória ali de falar na presença de outro sobre uma coisa que não deveria ser falar dessa forma pelo Instagram o Instagram tá fazendo isso o tempo todo dizendo que você é uma péssima mãe mas essa conversa ela tem dois lugares
ela tem alguém falando você é uma péssima mãe e você concordando a pessoa se identificando com aquela fala então a gente tá identificado com uma fala e a gente vai sair dessas identificações conforme a gente forse aqu lombando né a forma que a gente for se juntando como a gente tá fazendo aqui e falando outro discurso e criando um outro discurso no qual a gente se sinta juntas para uma fala comum na qual eu possa me identificar com esse outro lado com lado assim nunca chegou no consultório no meu consultório um homem deitou no Divan
e falou tô arrasado porque foi o primeiro dia da creche do meu filho e eu deixei ele lá e como vai ser jamais e as mulheres fazem isso toda vez toda vez que elas levam o filho paraa primeira vez na creche elas sentam no Divan deitam no Divan e ficam arrasadas que que acontece os homens não têm culpa paterna não quer dizer que eles sejam irresponsáveis eles só não compraram esta ideia de que eles eram obrigados a estar com os filhos tem umas coisas boas PR gente aprender com os homens eu acho que tinha que
aprender com os homens porque eles fazem as coisas mas não ficam se chicoteando por que que a gente fica chicoteando porque a gente tá edificado com maternalismo é uma mentalidade que tem que ser mudada e vai ser mudada coletivamente muito obrigada Vera foi um prazer tê-la aqui conosco acho que a nossa plateia né gostou muito da sua presença [Aplausos] muito obrigada aqui uma lembrança gente um aviso não esqueço das Crianças na recreação e no no site do evento tem uma lista de restaurantes que são todos aqui pertinho tá que daí qu cachar alguns TM desconto
e tal então se olhem no site do evento tem lá as indicações de restaurante voltamos a 1:30 informamos então que a programação dessa manhã está após o intervalo para almoço retornaremos com a programação do quarto simpósio brasileiro sobre maternidade e ciência obrigada então 1:30 a gente retorna não ninguém vai senhoras e senhores boa tarde dando continuidade a programação do quarto simpósio brasileiro sobre maternidade e ciência acompanharemos agora a mesa redonda sobre a saúde mental na academia para compor a mesa chamamos ao palco a senhora Letícia de Oliveira Palmas por favor neurocientista professora titular da Universidade
Federal Fluminense cientista do nosso estado pela ferge bolsista de produtividade do CNPQ Letícia estuda a interação da atenção e emoção com neuroimagem no cérebro humano aplicando a inteligência artificial na predição de transtornos psiquiátricos é coordenadora da comissão de Equidade de diversidade inclusão da ferge e integrante da comissão permanente de Equidade de gênero da uf faz parte do núcleo Central central do movimento paren in Science e é a mãe da Sofia de 19 anos bem-vinda Letícia chama o palco também a senora Ana Campos por favor docente do curso de saúde coletiva da Universidade Federal do Sul
e Sudeste do Pará e coordenadora do projeto o preço da carreira acadêmica no Brasil um estudo multinível sobre a invisibilidade da Saúde Mental de docentes universitários gostaríamos de registrar que a professora itain tchá não poderá participar por motivos pessoais chamo também ao palco a mediadora senhora Ana Paula da Silva Ana Paula é Doutora em antropologia cultural pelo programa de pós-graduação em sociologia e antropia da UFRJ é pós-doutor em antropologia social pela USP é pesquisadora nas áreas de gênero relações étnico-raciais e sexualidade atualmente é docente da Universidade Federal Fluminense atua nos campos de ensino pesquisa e
extensão na educação do campo também é professora no quadro permanente de programas de pós-graduação em justiça e segurança da uf atualmente exerce uma das coordenações na pró-reitoria de assuntos estudantis da uf é coordenadora também do comitê de gênero e sexualidade da Associação Brasileira de antropologia e integrante da Comissão de Direitos Humanos da mesma Associação Ana Paula coordena também o núcleo de pesquisa de Estudos em interseccionalidade que compõe a rede Fluminense de núcleos de pesquisa de gênero sexualidade e feminismos nas Ciências Sociais bem-vinda Ana Paula vamos dar início Então à nossa Mesa Redonda Olá boa tarde
a todas as pessoas eh em primeiro lugar eu gostaria de agradecer o convite por participar dessa mesa redonda eh com essas mulheres maravilhosas que vão aqui apresentar para vocês eh trabalhos sobre saúde mental na academia um tema que hoje é bastante importante eh dada o eh a forma como o trabalho acadêmico tem se desenvolvido e a gente sabe que é um impacto tem sido um impacto ainda maior para as mulheres que têm em geral eh dupla tripla jornada dar continuidade a sua vida acadêmica se dedicar à Vida acadêmica da forma como a a a forma
de produção tem sido cobrada nas universidades então Eh com esse com essa introdução que eu eh passo a palavra Então à professora Letícia minha colega da uf eh para fazer a sua apresentação Obrigada boa tarde a todas as pessoas sejam muito bem-vindos bem-vindas bem-vindos é uma alegria tá aqui hoje conversando com vocês a Apesar desse tema ser tão complexo né a gente começou a falar disso com a Vera de manhã E agradecer muito a presença das Duas maravilhosas que estão aqui comigo eh e a minha ideia aqui é fazer uma apresentação rápida com alguns dados
de uma pesquisa que eu tenho conduzido com outras professoras lá no laboratório de neurofisiologia do comportamento né Vocês estão vendo eu faço parte desse laboratório o nosso querido labinec e já fui apresentada né faço parte eh tenho trabalhado com diversidade e inclusão em vários níveis então gente eu vou falar um pouquinho para vocês dos dados que a gente tem sobre saúde mental na comunidade acadêmica então começando assim com alguns dados da literatura né que muito nos preocupam né então como é que tá a saúde mental eh segundo a literatura então vocês vão estão vendo aqui
né A maioria dos Estudantes de pós-graduação relatam estress intenso e indicam questões relacionadas à Universidade e educação como fator relacionado ao estress Então a gente tem ouvido muito esses relatos de que na verdade o ambiente acadêmico pode ser extremamente estressante isso já tá documentado né Olhem só 47% dos doutorandos e 37% dos mestrandos tem sintomas compatíveis com o provável diagnóstico de depressão e 7% dos pós-graduandos relatam Pensamentos Suicidas isso são três artigos di né E a nossa pergunta então é e como está a saúde mental da comunidade acadêmica no Brasil tá então a gente sabe
que já existem vários estudos Mas vamos trazer para vocês um projeto que nós fizemos durante a pandemia e logo após que se chama psicovida e que tinha como objetivo estudar a saúde mental dos profissionais e estudantes da comunidade acadêmica uma equipe grande esse projeto foi coordenado por mim pela professora Pereira que está aqui eh com Diferentes expertises né temos neurocientistas psicólogos psiquiatras pessoal da física e a ideia era então olhar como é que tava a saúde mental nós então é projeto multicêntrico né várias universidades o fop temos a Gabriela aqui representando o fop né o
erge a urgs nós fizemos esse projeto em parceria com parent insights eh fizemos então Eh um questionário online que foi eh veiculado nas redes sociais para todas as Universidades DC coordenações de pós--graduação no período de Março a junho de 2022 Então isso é importante porque vejam que aqui a pandemia ainda estava em andamento mas já com as vacinas e o retorno das atividades presenciais então a gente já tava no momento melhor da pandemia Na verdade essa segunda etapa do projeto psicovida na primeira etapa a gente pegou o começo da pandemia e estudou os profissionais da
área de saúde tá então no psicovida dois que é esse que eu vou apresentar a gente estudou comunidade Universitária é acadêmica né coletamos várias variáveis eh escala de medo relacionada a covidos traumas vivenciados relação com grupo de risco olhamos alguns fatores de vulnerabilidade né o como otimista era a pessoa sensação de solidão e dois desfechos desfechos principais depressão sintomas de depressão e de transtorno de estresse pós-traumático eu vou por conta do tempo focar hoje na depressão tá nos sintomas de depressão são como eu vou falar Ah bom aqui muitas muitos de nós já sabemos mas
só para dar uma passada então a depressão ela envolve cinco ou mais sintomas quase todos os dias pelo menos duas pelo menos por pelo menos duas semanas e sendo que esses dois primeiros eles são necessários né humor deprimido a maior parte do dia interesse ou prazer diminuído em todas ou quase todas as atividades tá então aqui além de fadiga agitação né uma série insônia uma série de outros sintomas o padrão ouro né é sempre uma avaliação com o psiquiatra né numa entrevista estruturada mas a gente tem eh alguns eh instrumentos psicométricos validados que medem sintomas
de depressão então a gente não está falando de Diagnóstico tá são são eh instrumentos que servem para fazer um screening um levantamento e tentar encontrar por exemplo as pessoas mais vulneráveis nesses screenings então a gente usou Esse instrumento psicométrico aqui que é o phq que já está validado pro Brasil foi validado por Santos e colaboradores em 2013 e ele vai nos fornecer duas evidências né Eh primeiro os sintomas de todos né a média dos sintomas e também já tá validado o que a gente chama de ponto de corte Então isso é proposto por pelo pessoal
que fez a a escala quem pontua acima de nove pontos nessa escala apresenta um provável diagnóstico de depressão não é depressão é apenas uma probabilidade maior de desenvolver tá então é importante que isso fique claro eh qual foi tese da Marta neman foi aluna Nossa de doutorado né então vocês veem que a gente conseguiu no final 454 respostas no Brasil todo Como eu vou mostrar tivemos mais docentes respondendo mas todos os grupos tiveram um n bom bastante representativo de todos os locais do país com o viés pro Sudeste né como é infelizmente é esperado né
então tem essa limitação do viés de de região eh maioria das pessoas que respondem pessoas brancas negras né pretos e pardos 32% indígenas muito pouco Amarelo pouco e não quero declarar gênero é muito comum para quem trabalha com esse tipo de pesquisa psicométrica em geral as mulheres respondem mais né Elas têm uma uma maior boa vontade de responder formulário então mais mulheres do que homens pessoas trans 0,44% aqui o nosso primeiro e impactante resultado aqui nós mostramos por categoria por segmento então docentes técnicos administrativos pós-graduandos e graduandos qual era o percentual que pontuava acima de
nove ou seja pessoas que tinha uma maior probabilidade de desenvolver depressão de novo não é diagnóstico de depressão tá vejam que 6452 dos Estudantes de graduação tem uma probabilidade razoavelmente alta de desenvolver depressão frente a 52,91 dos pós-graduados 40% dos técnicos e cerca de 30% dos docentes Então esse é o primeiro dado interessante porque a gente mostra um efeito né uma escadinha aqui onde os estudantes de graduação e de pós são muito mais vulneráveis para vocês terem uma ideia Esse instrumento que validou a escala ele diz o seguinte ele apresenta o seguinte aproximadamente metade dessas
pessoas que apresentam maior vulnerabilidade podem de fato ter depressão então a gente tá falando de valores altos embora a gente não esteja falando de Diagnóstico são valores altos né e bastante preocupantes e isso bate né comentar com vocês já tem um trabalho feito aqui no Brasil pelo grupo lá da UFPEL que é muito bom nesse tipo de estudo e que basicamente replica né ou nós replicamos o estudo deles é muito parecido né esse mesmo perfil quando a gente olha homens e mulheres a gente vê que as mulheres são muito mais vulneráveis aqui o n é
baixo mas a gente fez questão de trazer os não binários e trans olhem o percentual que pontua acima do ponto de corte altíssimo com maior probabilidade de desenvolver né um um transtorno depressivo por segmento e por gênero vocês observem que a gente tem o fator de segmento né os estudantes de graduação mais vulneráveis mas as mulheres em todos os segmentos são mais vulneráveis tá então independente do segmento as mulheres são mais vulneráveis e quando a gente olha a questão racial muito importante as pessoas negras têm maior probabilidade do que as pessoas brancas amarelas 30% e
as indígenas 60% tá bem alto também o o valor aqui a gente fez uma regressão logística só para ter uma ideia né de da significância desses resultados então a gente observa que por exemplo em relação a docentes a gente coloca na regressão logística os docentes os técnicos não diferem mas os pós-graduandos TM cerca de 50% mais chance de desenvolver né um transtorno sintomas Altos de depressão enquanto que os descentes quase duas vezes mais tá bem alto esse esse valor mulheres têm 60% mais chance do que homens e pessoas negras 25% em relação a brancas e
Fomos olhar né que é o nosso maior interesse de discussão hoje o impacto da Maternidade então a gente fez esse recorte a gente perguntou pras pessoas se eram pais se eram mães e vejam que que a gente essa é a tese da Sara a Sara foi aluna de doutorado orientada por mim pela Fernanda do do paren in Science e pela Mirtes vejam que primeiro a gente vê um efeito de parentalidade para as mulheres Então essa é uma regressão logística também onde as mulheres que têm filhos T 25% 29 mais chance de desenvolverem eh transtornos Altos
de depressão né em relação aos que não tem pros homens esse efeito não é significativo então ser pros homens ser pai ou não não tá alterando muito a saúde mental pras mulheres aumenta em 25 29 a chance de tá no grupo Alto de depressão aqui só para vocês verem a pontuação das Mães em relação aos pais né mais alta das Mães e aquele percentual acima do ponto de corte Então se vocês observarem os pais 22% dos Pais pontuam acima do ponto de corte então eles são mais vulneráveis a desenvolverem transtorno de depressão mas vejam esse
valor pras mães né muito maior né então isso nos chocou bastante deixou bastante preocupados e mais a gente foi olhar que mães são essas que são tão impactadas né né E aí observamos que as mães negras como vocês podem ver aqui quase 50% né acima do ponto de corte Mães de de filhos com deficiência 60% é o grupo mais afetado de mães mães que são as únicas eh ou as principais cuidadoras e aqui vou fazer um pequeno parênteses eh eu nem coloquei esse dado Mas a gente continua vendo um dado que a gente já tinha
e pelo pares Science que mais de 50% das mulheres cientistas se dizem as únicas ou as principais cuidadoras tá então continua a sobrecarga do Cuidado materno sobre as mulheres e Essas mulheres são mais impactadas na sua saúde mental assim como aquelas que não têm rede de suporte botando isso numa estatística só para vocês verem né o quanto isso é é impactante 50% das mulheres que são as únicas ou principais cuidadoras Elas têm 50% mais chance Desculpa de ter eh depressão do que as mulheres que não são né que dividem os cuidados as que e eu
chamar a atenção aqui de vocês para aquelas que TM filho com deficiência esse valor vai quase para três vezes 2,2 mais chance mais chance de de estar no grupo de alta probabilidade de de depressão então assim as mães e a questão racial também né bastante importante 1.5 mais chance então assim a gente eh tem falado muito que eu tenho falado isso em muitas palestras a gente não não basta a gente fazer políticas para mulheres né a gente tem que pensar quais mulheres são as mais vulneráveis e aqui pelos nossos dados as mulheres mães são muito
vulneráveis como vocês estão vendo em termos de saúde mental mas não só mães Mães de filhos com deficiência mães que são mulheres negras mães que não tem rede do suporte nada do que a gente já não saiba né mas a gente tá aqui só trazendo em dados que são importantes pra gente convencer as agências de fomento as políticas públicas né em resumo Então os decentes de graduação e pós-graduação apresentam os maiores índices né de de sintomas depressivos de um provável diagnóstico de transtorno mental raça e gênero são importantíssimos fatores de vulnerabilidade ser mãe especialmente negra
com filho com deficiência sem rede de apoio ou ser cuidadora principal são os principais fatores Associados a essa vulnerabilidade e o que que a gente pode fazer primeiro a gente tem que reconhecer que existe o problema esse é o primeiro ponto depois a gente tem que começar a olhar o que já foi feito tem algumas iniciativas eu não vou ler todas aqui mas por exemplo treinamento dos orientadores pro desenvolvimento de habilidades e conhecimentos para exercer mentoria né eliminar o estigma sobre os transtornos mentais no ambiente acadêmico isso ainda é um assunto que é muito estigmatizado
as pessoas T dificuldade de reconhecer de admitir de contar né de compartilhar essas experiências porque realmente isso não é bem aceito né e a gente na academia precisa pensar a maneira como a gente vai lidar com isso e assim né Cuidar de quem cuida de quem cuida então assim políticas de apoio a mães cientistas são fundamentais né a gente na mesa das 5 horas vai falar um pouquinho disso também e pensar que essas políticas devem ser interseccionar com Raça eh cuidados né presença de deficiência uma série de outros fatores aqui é o labinec com toda
equip equipe ampliada lá do nosso laboratório agradecer muito a todos eles e é isso muito muito obrigada tô à disposição para [Aplausos] dúvidas bom Agora passo pra Ana a Ana passa PR Deus ajuda aí suporte aí Boa tarde Boa tarde todo mundo Almoçou bem sim que bom gente eu tô muito feliz com esse convite eu sou a Ana Campos uma mineira que saiu lá de Minas Gerais bem do interior tímido aqui do ia mas aos 5 anos virou pra mãe e falou mãe você é cientista lá na Amazônia ela riu até conseguia nem responder chamada
na sala de aula como é que ia dar aula gente nunca pois eu vim aqui hoje mostrar para vocês um pouquinho do nosso projeto que estuda saúde mental e carreira acadêmica e foi um uma grata surpresa vou falar bem Sinceramente eu venc esse edital de 2022 do CNPQ sobre saúde mental eu sou a única que não sou exatamente da área eu sou uma dentista especialista em análise de dados que estuda iniquidades em saúde há muitos anos e por que saúde mental começou a me interessar porque a minha andava bem ruim péssima quando eu virei mãe
coincidiu de eu estar começando numa nova Universidade num novo lugar Uma nova oportunidade nascia a universidade do Sul e Sudeste do Pará lá no interior numa cidadezinha chamada Marabá na serra de Canaã e eu fui para lá A vaga era para bioestatística eu falei não vai ter ninguém só eu de feito eu fui a única concorrente inclusive sou a única até hoje precisamos deais analistas de dados especialmente em saúde tá Fica aí a Dica porque nós temos vários concursos não temos muitas vagas como ninguém tem mas a gente não consegue preencher eu não não o
que eu quis é possível estou ajudando muita gente o que eu quis dizer o que eu quis dizer foi sobre a área n ainda somos poucas mulheres muito poucas mulheres fora da econometria fora da psicometria menos mulheres ainda muito menos mulheres lá no interior do Pará Minha gente eu vou mostrar para vocês de onde eu estou vindo Então essa figura linda que tá aqui é meu filho que me acompanh toda a minha trajetória eu sou presidente da estatuinte da nossa universidade não conseguimos aprovar o estatuto até hoje já são 10 anos nessa luta então vocês
imaginam em termos de briga de ego de problemas de recursos tudo isso eu já vivenciei e o meu filho já vai fazer 8 anos eu tava grávida quando eu me candidatei para ser só membro da comissão E virei Presidente enfim esse projeto é muito importante porque ele se chama Inclusive a invisibilidade da Saúde Mental na carreira acadêmica Porque apesar de termos Bons estudos muitos bons estudos alguns locais outros maiores sobre estudantes de pós-graduação estudantes de graduação só sobre docentes é raríssimo e não é à toa porque a gente está enfrentando esses problemas pesquisador não responde
pesquisa pesquisador não responde pesquisa eu sou uma pessoa que até 2020 não tinha redes sociais falava mal das pessoas que tinham Nossa que hor R ficar perdendo tempo com isso meu celular era um tijolinho e meus alunos tinham que ficar mandando e-mail cartinha porque eu não usava nada disso pandemia veio aí mudou tudo né comecei a analisar os dados da covid do estado inteirinho e adoeci fazendo isso porque foi uma sobrecarga muito grande foi uma responsabilidade muito grande eu via municípios com índices altíssimos de mortalidade com vulnerabilidade enorme e ter que ligar pra prefeitura paraa
secretário brigar com gestor tem que fazer tem que fazer tem que fazer as medidas de isolamento tem que fazer as medidas protetivas em 10 dias o estado vai entrar em colapso que aconteceu então esse projeto é muito importante para mim e ele vai hoje eu trouxe algumas coisinhas para mostrar para vocês mas é porque ele vai tentar elucidar por neste caso aqui essas taxas de Bur Burnout e depressão são maiores entre professoras com filhos e com mais de 40 anos por quê será ó o moço me ensinou a usar Point eu já esqueci como é
que é que faz fera né com to negócio até aparecer tá gente vocês fingem que tá aparecendo alguma coisa aqui olha lá uma reunião com a Reitoria Quem tá lá comigo vocês acham que foi fácil eu já tive que recusar eu comecei a recusar quando eu comecei a tomar consciência de que ser mãe lá dentro de uma universidade num lugar extremamente machista machista do tipo só consegui comprar meu carro quando meu marido foi comigo porque não me vendiam de jeito nenhum eu adoro contar essa história em toda palestra minha com mulheres vai ter essa história
e e o meu marido indignado porque não tava acostumado com isso não é possível falei eu tô te falando que o motivo é esse chegamos lá quando ele conseguiu ir porque ele também mudou né para pra gente morar junto todo mundo mudou tinha uma colega minha solteira com o marido de uma outra amiga nossa para poder comprar o carro dela também eu só olhei pro meu marido com aquele olhar de laser não te disse E aí isso começou a me chamar atenção isso começou a me despertar coisas a minha luta lá não é nem pras
Minhas alunas fazerem mestrado e doutorado não inclusive são pouquíssimas é para fazer o Enem eu tenho já chamado garotas na ciência e e a gente tá com meninas que não vão pensar em fazer ENEM para quê elas me perguntam para quê E isso aqui é verdade ó Isso aqui é meu coral eu canto num coral lá na igreja eu sou a mais velha eu sou a única que tem só um filho Inclusive tem duas que já tem netos mais novas que eu Quais são as perspectivas culturais e que envolvem um Brasil tão desigual então nós
estamos falando de realidades em que ter um projeto desse lá dentro de uma instituição nova no meio da Amazônia é importante porque é inédito agora eu pergunto para vocês Sabe quantas vezes a gente repete e pede pros professores responderem o questionário por dia Nossa gente só pro parent in Science Porque a Fernanda está conectada a todos vocês o tempo todo eu falo Fernanda Manda mais uma mensagem só mais uma vezas embaixadoras pouquíssimo gente a minha universidade hoje tem muito mais de uns 500 docentes talvez porque a gente tem nove camps espalhados pelo interior Sabe quantas
respostas eu tenho na minha universidade 25 e esses dados aqui só foram possíveis porque a gente conseguiu pesquisadores de todas essas instituições para virem serem colaboradores no nosso projeto e são de todas as áreas qualquer um tá qualquer um pode entrar nós temos alunos de pós--graduação nós temos pós-doc nós temos professores da área de física astronomia educação física psicologia Claro enfermagem então é um projeto que vai estudar a carreira sobre n perspectivas e aspectos e o questionário não é grande Tá prometo são só 35 perguntas isso não é grande né na área da saúde isso
quase não dá para medir nada e para conhecer esse projeto eu trouxe para vocês nós estamos com uma amostra parcial de 1269 professores Olha que tiquin me deu uma inveja na hora que eu vi o seu o seu número ali foi suave Ai Olha a idade né são jovens são jovens o prêmio do CNPQ considera até 45 anos jovens então é um perfil de jovem a maioria mulheres Olha a distribuição Regional Que trem e eu quero agradecer a Universidade Federal do Rio de Janeiro que é a que tem mais respostas no nosso questionário ah Obrigada
sabe por quê Porque uma das pesquisadoras que inclusive é amiga minha foi redistribuída para lá perturbou tanta a Reitoria que eles mandaram pelo sougov gente é maravilhoso todo mundo recebe e eu falo com os nossos colaboradores pelo amor de Deus dá um jeito de fazer a mesma coisa é incrível pelo sougov gente é maravilhoso tá Fica a dica para vocês chega mas chega como se fosse uma coisa da Reitoria que você abre até com medo assim nossa tem que abrir é urgente é o questionário então nós agora né Nós temos Então 37% dessa amostra não
tem filhos mas olha só menos de 12% não tem algum indicativo de esgotamento profissional E aí nós não estamos nem falando da escala do Bur nós estamos falando quem não tem nenhum indício 12% quem não tem nas escalas que a gente utilizou todas psicométricas tá todas validadas quem não tem nenhum sintoma de depressão só 16% E isso tem recortes Claro 74% desses professores Tem alguma possibilidade né já está em algum nível de possibilidade de desenvolver o tal do esgotamento profissional quem tem filho tem maior predisposição e mulheres Claro estão com taxas muito maiores muito mais
altas e quando são mulheres com filhos essas taxas também são mais altas só dado descritivo por enquanto mas quando a gente coloca na pirâmide populacional Olha a idade Olha o que que a idade faz aqui é sempre do nível mais leve lá em cima na esquerda moderado né fase inicial aqui já é a possibilidade de desenvolver olha como que o verdinho que são mulheres é muito mais e aqui já é o Bur começa a se instalar é a escala que vai medir níveis de possibilidade mesmo não é diagnóstico também mas é de possibilidade muito grande
de desenvolvimento e a faixa etária chama atenção pros dois sexos e depressão depressão parece que tá raro não achar alguém que não tem algum sintoma depressivo moderada e Severa é mais alta com quem tem filhos e moderada Severa também mais alta ainda entre as mulheres independente se elas têm filhos ou não na idade né fazendo o mesmo recorte de idade entre sem sintomas leve moderado moderado e depressão Severa né presença de sintomas com de e similares né que já indica uma severidade no quadro Olha a galera dos 40 anos em todos os os gráficos que
coisa quem tem 40 40 mais quem é 40 mais então gente e em relação à região porque a nossa amostra el apesar de ser pequenininha ela ainda está proporcional e tá recortada para conseguir fazer essas comparações e Por enquanto né Por enquanto que eu espero aumentar essa amostra mas por enquanto nós temos essas diferenças aí em relação a gênero que tá de vermelho né homens de azul e as regiões também Norte Sudeste e Sul se difere em relação a bot Sudeste e centro-oeste se destacam em relação à depressão eu acho que a gente precisa abrir
os olhos urgentemente os efeitos pós-pandemia estão sendo estudados sobre n variáveis diferentes pesquisas pesquisadores mas chegou a hora da gente olhar para dentro Eu mudei completamente quando eu me tornei mãe a minha carreira as minhas prioridades o que eu queria fazer mudou o que eu podia fazer fazer mudou mas eu não me via inspirando ninguém a ser cientista com a vida que eu levava com stress que eu enfrentava com com a rispidez que eu tinha que lidar com todos os problemas eu enfrentei uma eleição para ser diretora de Instituto de debate de 6 horas e
eu eu acho que eu contei essa história deve ser por isso que eu fui Eleita contei essa história na minha entrevista para Embaixadora do parent in science e me massacraram falando que eu não ia dar conta porque eu era mãe que eu tava sozinha Não tinha rede de apoio e a minha briga quando a gente começou a pensar na estrutura do nosso instituto foi eu queria que tivesse fraldário nos banheiros por quê porque a maioria das minhas alunas tem filhos são 12 comunidades indígenas na minha cidade a nossa universidade ela é extremamente diversa e nisso
a gente tá de parabéns porque as nossas políticas lá realmente consideram todas as nuances ou tenta considerar todas as nuances existem cotas existem bolsas permanência auxílios para uma realidade que não é um ou dois ou três que vai ter na nossa universidade não são muitos meninas que acordam 5 da manhã sai da comunidade indígena dela para chegar 8:30 na faculdade de carro porque se não for de carro nem ia chegar e eu briguei era uma das minhas promessas de campanha Eu briguei para ter o fraldário Quem foi contra tinha vários argumentos Claro dinheiro é pouco
Concordo é uma estrutura dá muito trabalho e briguei tanto que eu falei no em todos os banheiros independente ser feminino ou masculino todos os banheiros e eu lembro que recentemente uma das pessoas que foi muito muito muito contra assim muito perren talvez contra mim não contra a proposta em si talvez peguei ele usando fraldário porque a vida muda né gente sei lá o que que aconteceu mas o cara virou pai 10 anos depois e tá lá usando o fraldário E que bom é para isso que a gente precisa mudar as coisas eu odeio aquela frase
eu dei conta meu aluno tem que dar conta porque eu sofri demais para chegar onde eu cheguei e estou num lugar privilegiado de fala mas eu sou a mais velha de de sete irmãos no interior de Minas Gerais eu penei eu dava aula na PUC Minas e fazia o doutorado eu corri atrás de ônibus para poder pegar o último ônibus para poder voltar para cáa casa sentei em arma sentei no meio da favela lá eu sentei ó Que moça seu brinquedinho aqui seu filho esqueceu o brinquedinho não era arma de verdade mas eu não sabia
muito se sequestro em ônibus Ô até meu doutorado sanduíche tem história eu tinha que ir no Que história é essa por ch porque eu tenho muitas Eu fui presa no emitiram meu visto errado procuraram até droga nas minhas coisas eu falei o quê que isso só vim fazer pesquisa meu Deus muita coisa muita muita coisa mas a gente precisa olhar pra gente para não contaminar a próxima geração o que você passou o que você sofreu pode te inspirar a seguir em frente deve te levar pra frente mas que você comece a facilitar o caminho de
quem vem depois eu abro o mapa do Brasil Pr as Minhas alunas e falo e alunos e fala assim Escolhe um lugar onde você quer fazer mestrado e doutorado que eu vou te ajudar a chegar lá porque ou eu conheço alguém ou eu já dei aula para alguém ou eu vou conhecer essa pessoa só para te ajudar e depois você volta para cá Porque aqui não tem Professor aqui tá precisando crescer a taxa de evasão é altíssima a taxa de entrada é boa mas a taxa de evasão é altíssima na pandemia eu tinha 10 alunas
comigo trabalhando nos dados da covid ao final da pandemia não ficou nenhuma duas tiveram que voltar a trabalhar integralmente duas se casaram e não puderam seguir os estudos duas engravidaram duas adoeceram ó Pior que é de dois em dois é coincidência olha aí que trem então essas dificuldades todas geram modelos estatísticos como esse poucos números ele é tão bonitinho né poucos números cheios dos quadradin coloridinho mas ele quer dizer só o seguinte mulheres com filhos acima de 40 anos tem níveis mais elevados de Bur e depressão ao mesmo tempo as duas coisas ao mesmo tempo
São Quadros tintos que se embaralham né que se misturam porque os sintomas começam a ficar muito parecidos mesmo a sobrecarga é tão grande que vira um ciclo E isso acontece especialmente em relação a fatores como número de filhos e idade interessante que eh raça e etnia não entrou nesse modelo talvez porque a amostra não ainda não seja capaz de detectar essas diferenças por isso responda o questionário olha diferenças então a gente vê um risco mais elevado em relação à idade Especialmente na faixa de 40 a 54 anos em relação à parentalidade pras duas doenças a
gente vê essa Associação e em relação às diferenças regionais aquelas que já estavam lá no gráfico né Um pouquinho diferente mas ainda assim preocupante porque imagina se a gente tivesse uma amostra robusta com realmente muitos professores respondendo isso aí ia aparecer de fato e muito mais porque a gente tem outras perguntas lá sobre infraestrutura sobre desenvolvimento que vão nos mostrar algumas possibilidades Inclusive a começar por nossa carreira plano de carreira não é promoção plano de carreira não é fazer mestrado doutorado pós-doutorado e entrar no concurso público isso não é plano de carreira isso é nível
ninguém ensinou a gente a ser professor a minha geração provavelmente não eu sou da época no curso de graduação que não existia metodologia científica na grade ainda era grade então a gente fazia pesquisa assim eu fui para minha entrevista de mestrado na cara e na coragem que eu falei o que me perguntar eu vou pensar e vou falar o que eu não sabia eu não sabia meu currículo tinha meu endereço nome da minha mãe nome do meu pai a sorte que meu pai chamava oldak Campos E aí eles acharam o máximo Pelo menos eu tinha
um assunto né para falar qual que é a próxima fase nós não vamos parar aí o que meu sonho não é os números apesar de adorar na hora que eu vi as tabelas da Letícia Quase que eu ai eu falei nossa Me dá esse banco de dados que eu vou fazer miséria com ele mas mas eu já começo eu eu vejo o número eu já começo a delirar já tenho ideia mas o que a gente precisa é quem quer contar a sua história quem quer registrar a sua história quem quer contar a sua história e
olha 26% dos professores querem Eu nunca imaginei que ia ter tanta gente a pergunta é só essa você Gostaria de participar da próxima fase que vai ser uma entrevista gravada onde você vai poder falar sobre a sua trajetória acadêmica sobre ser professor o que você quiser ah de 6% e isso serve pra gente alertar você quem tem quem é aluno de pós--graduação aqui tem tem né ô glória Me segue lá no Instagram que vocês vão longe e vai aparecer aqui claro né gente mas pra gente pensar numa parentalidade a partir de quem vive ela porque
só tem um jeito de entender isso gente sendo antes você pode até achar hum frescura ficou acordada T escrever no projeto que que é isso até a gente começar a gravar eu passei de não ter celular para ser a blogueira então eu comecei filmar Olha aqui eu tô numa banca de Mestrado meu filho tá pulando no sofá assim feliz da vida isso é a realidade eu posso levar meu filho eu aceito o convite para onde for só recusei um era para um país assim que eu só podia sair do aeroporto se meu marido tivesse presente
fiquei com medo porque vocês vem que me acontece cada coisa fiquei com medo falei Ixe vai que dá uma diarreia nesse homem eu não posso nem não sei fiquei com medo mas tem eventos e agora eu né Eu tô tentando ir pro Brasil me chamar eu vou tem eventos que eu não posso mandar a minha foto com meu filho falei mas é minha marca agora já virou minha marca eu sou a mãe cientista da Amazônia Oriental direto pro mundo eu vou falar sobre maternidade e a foto não pode ter meu filho falei u incoerente chama
outra pessoa então de preferência que não tenha filho mas eu tenho sim tá foto sem meu filho eu procurei e achei esse documentário Então vai vir com alguns questionamentos isso aqui são questionamentos da minha cabeça né as pessoas não vão precisar responder nada disso mas são coisas que eu fico pensando combinação dessas responsabilidades produtividade carga emocional parentalidade Será que cria um cenário vulnerável para quem tem filho já olhou para quem tem muito tempo de trajetória pode fazer isso que é impressionante Eu tava medindo a minha produtividade né comecei até bem assim aí eu fui mãe
E aí virei diretora de e presidente da estatu gente é um abismo caiu num abismo que não recuperou até hoje o bichinho Mas e as nuances eu vou ficar pressionando A Luna minha mãe a produzir coisa que ela não vai dar conta não não acabou Eu tive aluna que trabalhou na pandemia que teve covid duas vezes que foi a ún da equipe dela do hospital que não morreu e mãe teve o filho durante o mestrado eu enfrentei o colegiado eu enfrentei o conselho ela não será desligada de jeito nenhum de repente um parente seu tá
vivo por causa do trabalho dela e a gente não sabe recortes olhares empatia enquanto não aprendermos usar a empatia de verdade dentro dos nossos ambientes tóxicos machistas misos não vamos ter mudanças nenhuma Mulheres foram ensinadas a pisar em outras mulheres para não perder o lugar só que se a gente começa a somar em vez de subtrair ninguém segura a gente eu já tô preparando a futura geração para me substituir eu preciso fazer isso vou esperar eu morrer para outro entrar no meu lugar vamos começar a preparar as nossas alunas para assumirem posições mais altas Felizmente
eu tenho a minha primeira aluna paraense que foi minha bolsista Na graduação fez o mestrado na Fiocruz lutando contra tudo e todos inclusive contra o marido infelizmente e hoje está no doutorado é a primeira da turma dela em 10 anos uma menina negra de periferia de história linda ah professora Mas como que eu faço eu não sei como te agradecer faça por mais uma assim que você puder e bora paraa frente então é por isso que eu trouxe essas perguntas para vocês Este é o nosso questionário mira a nocode pelo amor de Deus Mira nesse
code gente por favor responde esse negócio manda pro seu professor fala Professor tô te achando com cara de quem precisa responder um questionário Professor podia te dar um feliz Dia dos Professores mas eu vou te dar um questionário um CR code Pois é Ana mas eh tava pensando aqui mas qual o tempo que o professor tem para responder o questionário não tem não tem esse é o problema o tempo mas é por isso que agora eu faço imprimo QR Code dou com balinha dou com bombom cafezinho vou com cafezinho meus a gente tem bolsista no
Brasil todo né gente leva com cafezinho porque a pessoa recebe aquilo pensa meu Deus meu contracheque não é questionado Ô gente eu eu costumo empolgar muito e olha que eu manei eu tô na internet fazendo isso ajudando as pessoas a estruturar sua carreira eu criei um método para estruturar a carreira porque eu precisei fazer isso PR minha então eu estou nas redes sociais para mostrar que a gente precisa olhar e tenho feito palestras nesses dois temas e isso aqui é um workshop prático né que as meninas vão receber o o e-book para colocar em prática
aqui para vocês qualquer uma paraa carreira acadêmica e aqui para quem é aluna da pós-graduação e tá pensando no futuro né Qual é o meu próximo passo depois da pós ele funciona assim isso é só uma matriz para ilustrar para vocês a gente precisa de tudo isso uma preparação equilíbrio resiliência e saber qual que é o seu lugar no mundo Esse é meu livro que já virou um bestseller foi lançado recentemente Eu coloquei tudo que eu queria ter escutado e aprendido quando eu fui fazer minha seleção de mestrado e depois doutorado e naquela época ninguém
falava sobre isso então tá nesse livrinho aí também fica a dica para vocês depois eu coloco até no grupo para ajudar né gente muito obrigada vamos nos conectar e fazer ciência juntas [Música] [Aplausos] obrigada Ana e Letícia muito obrigada por essa exposição maravilhosa eh eu vou fazer alguns comentários muito rápidos só para aquecer um pouco paraas pessoas eh se sentirem empolgadas também para perguntar eh Ana antes que eu me esqueça você falou em algum momento da sua apresentação que 16% de profissionais de professor não tem depressão eu queria saber quem são essas pessoas onde onde
onde mora o que comem né é eu gostaria de saber e esse número me chamou atenção eu quero saber quem são pra gente entender Por que essa pergunta pra gente entender eh O que quais são as quais são as motivações e os aspect que fazem com que professoras mulheres Mães de Periferia negras pessoas trans estejam hoje em situação de depressão eh pensando em suicídio dentro da academia e a gente sabe e Letícia eu gostei muito quando você disse a gente já tem falado muito disso mas a gente precisa falar muito mais porque apesar da Universidade
hoje de ter se transformado muita muita coisa com as políticas de ações afirmativa afirmativas com as políticas de Equidade a gente ainda tem uma estrutura e uma burocracia extremamente eh machista misógina racista elitista e essa é uma questão né a gente tá tentando mudar por dentro essa estrutura mas a gente ainda tem uma uma burocracia particularmente quando a gente chega nos como a Ana tava comentando quando vai chegando nos altos escalões onde né onde a gente tá disputando as a os cargos de gestão para fazer mudanças e como é e a gente tem sentido como
é difícil chegar primeiro chegar nesses lugares segundo transformar por quê Porque que essa Universidade essas universidades das quais nós fazemos partes ainda é uma universidade voltada para um pensamento elitista e por conta disso essas pessoas que de alguma maneira tentam furar esse bloqueio acabam acumulando uma uma sensação de frustração e de derrota muito grande porque é isso né você chegou você entrou você eh você batalha você se dedica mas você nunca consegue alcançar determinadas determinados lugares e privilégios que um que uma camada da população que é muito bem nascida muito bem educada está na universidade
e aí você individualiza o problema o problema não é não é um não é social é individual ele é individualizado e ele passa então a fazer parte de uma noção de que essas pessoas são pessoas fracassadas aí você não é aprovado no concurso não passa nos editais não mas não porque você não seja competente Mas é porque a a a a a forma a e as formas de acesso a essas a a esses lugares são muito distintos muito diferentes e aí uma pergunta que eu deixo para vocês vocês falaram muito das agências de fomento né
que hoje né É É uma questão né E aí é assustador por exemplo o número número de pós-graduandos que estão em depressão e o que que a gente tem né quem tá na pós--graduação aqui sabe né a gente tem os prazos a gente tem um um cronograma a gente tem né E aí isso vai virando uma bola de neve onde os alunos é que acaba as alunas os alunos alunes acabam sendo responsabilizados por esse por esse espiral que é a cobrança por prazos por porque a gente sabe que não vai ter Bolsa ou seja vira
um ciclo um ciclo totalmente tóxico porque você precisa pressionar os alunos para que os próximos tenham bolsas e aí você precisa cumprir os prazos porque E aí produz artigo e o a a a estudante O estudante eh que termina e você tá lá cobrando ele tem que escrever um artigo porque precisa porque a nota Cap ou seja né como a gente reformula esses critérios né como a gente repensa esses esses critérios dada uma uma um grupo de pessoas hoje na universidade que não é mais minoria porque na minha época era minoria né eu não vou
aqui dizer minha idade mas na minha época era minoria eu fiz mestrado doutorado eh na UFRJ onde eu era a segunda terceira mulher Negra eu fui fazer PS dooc na USP na época porque a USP depois de muito tempo é que é que passou a adotar as políticas dessas afirmativas eu era a única pdoc Negra Então é isso a gente tá saindo de uma realidade de 20 30 anos para uma outra em que tem um contingente cada vez maior de pessoas com experiências e realidades diversas mas com uma universidade que ainda se pensa há há
40 anos atrás e as agências de fomentos também então a pergunta que eu deixo para vocês uma provocação é como a gente resolve esse dilema porque não é para pro futuro é para agora as pessoas estão doentes agora o o a evasão na pós--graduação pós-pandemia é gigante a a a evasão Na graduação é enorme e isso tem prejudicado principalmente a novas universidades os os novos Camp que precisam de apoio para Justamente que a Ana falou levar conhecimento para todo o mundo né lá pro interior da Amazônia então ou seja essas questões elas acabam se encadeando
e promovendo assim um um um grau de exclusão também apesar das políticas como Letícia falou apesar de essas essas políticas elas não estão dando conta desse eh de de fato eh manter as pessoas na universidade e fazer com que elas caminham Então é isso que eu deixo aqui para vocês e abro então pro público fazer questões excelente colocação Ana vamos então abrir pro pro pessoal quem deseja fazer perguntas um de cada vez o microfone vai chegar levantem a mão por favor para as meninas poderem Oi por favor pode falar boa tarde gente me chamo Juliana
sou de sente né mãe de cente da uf Campos dos Goitacazes então desde assim né da isso de graduação isso psicologia e E aí a gente estava aqui né conversando né e e entre as apresentações e principalmente nessa agora quando a gente coloca ali e vê os dados de graduação o quanto que o nível de Sofrimento psíquico é tão alto né e pensar nisso a a gente enquanto mãe de sente né A minha amiga aqui também companheira de luta né Eh Quando que a gente entra já Na graduação com esse saldo e esse acúmulo né
porque a gente não tem política de permanência então é pensar que por exemplo a uf e Niterói eh tem uma sala de maternidade a gente teve que lutar para ter fraldário nos banheiros né então a gente faz parte de um de um projeto extensionista chamado Mães na rede né que Inclusive a gente vai fazer apresentação e assim a gente entra nesse nesse coletivo nesse nesse projeto que que virou né um projeto extensionista também que atende ao território de Campo dos Goitacazes para discutir e trazer a questão da Maternidade mas para para para correr atrás de
questões básicas né então a gente não tem estrutura no interior e e quando a gente vai falar sobre mães né sobre Mães na universidade a gente precisa de estrut específicas né então a gente não tem como levar as nossas crianças pra universidade né então muitas vezes a gente tem que contar com a compreensão dos professores né dos docentes que no nosso curso na maior parte dos casos a gente tem esse apoio mas em questão de estrutura é algo assim muito precária então o saldo né a gente fala de Sofrimento mental né de Sofrimento psíquico e
e pra gente que pensa uma carreira acadêmica o que fica é desesperança né porque a gente já começa já entra na graduação né e e com todas as questões e as mazelas né de de ser mã de sente de de tá sustentando isso ali por por muitas vezes por vias individualizantes porque quando a gente chega pra instituição pra gente pensar em estratégias coletivas O que que a gente tem da Universidade O que que a gente tem da academia Um não né que a gente sabe que infelizmente a academia é racista é machista é patriarcal então
assim E também não não é um lugar pra mãe né então a pensar nisso também em política de permanência partir também da graduação então assim eh fui uma mãe cedo né engravidei e é cedo muito jovem e e sempre tive o sonho desejo de estar na na faculdade Na graduação e eu sabia que quando eh eu fosse fazer o Enem todo aquele processo que é um processo já sofrido e eu fiz isso com a minha filha eu já sabia e eu já queria carreira acadêmica o quanto que esse esse processo seria duro né então falar
sobre sobre saúde mental e principalmente a questão eh eh da política de permanência e pensar as políticas de permanência especificamente pras mães decentes e eu acho que é uma coisa que né E aí diz muito sobre o índice que que veio né na na sua pesquisa e que eu achei que logo veio assim cara é isso é política pública que tá aí por trás desse desse número alto de depressão ok Letícia Quer comentar não sei se a pergunta era bem para mim acho foi meio geral né Obrigada pela pergunta sou super fã do projeto de
vocês lá com a Bruna né Mães na rede muito legal é um projeto de resistência importantíssimo primeiro assim dizer que sim concordo com vocês né a gente tá nessa luta para mudar a estrutura e aí até fazendo um link com o que a Ana falou acho que ela trouxe reflexões muito importantes e vou dizer para vocês o seguinte a academia a universidade ela precisa da gente da nossa diversidade né do fato de sermos mães mulheres com deficiência negras etc para melhorar a própria academia porque a academia está doente né então talvez seja uma chance Ana
da gente repensar como a gente faz as coisas não por que que precisa ser dessa maneira exaustiva enfocando produtividade né quer dizer nitidamente isso foi feito porem quem não tem uma vida de trabalho em casa quem não se dedica a cuidado né então eu acho assim que a gente tem que entrar nesses espaços não só porque a gente merece estar nesse nesses espaços mas porque os espaços precisam das nossas das nossas mudanças do que a gente é capaz de de transformar é um processo de formiguinha tá muito longe da gente chegar nas estruturas que a
gente gostaria de ter né de ter uma universidade por exemplo que seja eh acolhedora para mães e E aí eu acho que um ponto importante também de falar em relação à saúde mental Ana também é o seguinte o que adoece muito a gente é uma sensação de não pertencimento isso é muito adoecedor né então quando você entra no espaço como foi falado hoje de manhã e você não se reconhece nesse espaço isso adoece né eu não trouxe mas a gente tem toda uma linha aí de de evidências né do da num fenômeno que a gente
chama de ameaça pelo estereótipo que é descrito na psicologia né quando você não se sente pertencente à aquele ambiente o seu desempenho cai mesmo não tem a ver com a sua competência mas o seu desempenho cai então na medida que nós mães mulheres né nas áreas de stem na engenharia é muito isso a gente não se sente reconhecido nesses espaços o adoecimento ele vem junto né por outro isso por um lado agora pegando o que a Vera falou de manhã eu fiquei refletindo muito sobre isso é interessante a gente ter um sofrimento a gente não
pode normalizar issso e esse sofrimento é que talvez faça a gente ser capaz de induzir alguma mudança né então todas nós que estamos aqui temos diversos níveis de Sofrimento em maior ou menor grau em né questões diferentes mas é esse desconforto que faz a gente estar aqui hoje né Vamos pensar em como mudar não é fácil vocês levantaram muito bem quebrar estrutura né É muito difícil mas é o que a gente tá fazendo aqui eu acho sendo sincera também eu tenho uma tendência a ser otimista né incorrigível otimista eh eu acho mudou tá assim quando
eu entrei na universidade muita coisa já melhorou tá muito longe do ideal mas a gente tá caminhando e eu vejo muito como um trabalho de formiguinha mesmo onde todas nós vamos ali né roendo a estrutura e um dia ela cai ela vai caindo aos poucos não vai ser uma uma coisa de um dia paraa noite nem vai ser um grupo ou uma pessoa vai vão ser vários movimentos né assim mais ou menos que eu vejo não sei se respondi muito mas era esses comentários que eu queria fazer obrigada mas eh se me permite Letícia o
mundo ele é feito de otimistas né É porque se você parar para refletir depois que você entrou na ferge e constituiu a comissão né olha quanta coisa a gente conseguiu lá dentro da ferge né se a gente olhar para trás os avanços que a gente teve é então a gente vai caminhando vai vai entrando enquanto eles deixam a gente vai quem tá com o microfone primeiro você é isso jazu boa tarde e excelentes falas Sou professora Clícia da enf também em Campus dos Goitacazes eh compartilho também né de algumas das falas aqui eh eu passei
desde a minha entrada na UENF eu venho trabalhando na gestão e nos últimos anos a gente montou uma pró-reitoria nova de assuntos comunitários justamente para discutir questões que envolvam desde assistência estudantil Equidade inclusão dentro desse contexto e me recordo que numa as reuniões que nós fizemos com docentes justamente para discutir essa questão que a Ana trata muito bem aqui questões sobre saúde mental e me deparei com com falas que eh muitas vezes passam desapercebidas no nosso cotidiano e são questões que se espelham no no nosso dia a dia que que eu quero dizer com isso
eh a universidade ela faz regras para ela mesma ter que depois decidir se ela tem que cumprir ou não então a gente cria o problema pra gente depois dizer se tem que resolvê-lo ou não a mesma coisa acontece na agência nas agências de fomento em vários momentos diferentes vocês podem perceber isso em geral no final do ano são lançados 20 editais E aí você tem que passar o seu dezembro seu Janeiro que você teria que estar com seu filho de férias escrevendo edital então assim não há nenhuma sensibilidade em ter minimamente um cronograma anual Olha
eu quero ter tentar lançar um edital aqui nessa data para que você tenha o mínimo de programação Então esse é um exemplo o exemplo forte que a gente tem nas universidades é na pós--graduação a gente inventa regra e coloca uma regra pra gente mesmo depois sofrer com aquela regra porque eu tenho que meu aluno tem que qualificar naquela data específica e a gente não abre nenhum precedente para que as próprias pós-graduações possam discutir internamente se aquele aluno tem que ser desligado ou não né então eh Eu acho que o trabalho de formiguinha ele vem desde
um colegiado de pós--graduação um colegiado de graduação que é muito importante que todos os estudantes ocupem esses espaços a gente sente lá na universidade os espaços de discussão colegiados acadêmicos conselhos superiores às vezes os alunos não estão lá eles não querem estar nas discussões faltam não não comparecem mas é importante que ele esteja porque é nesse momento que ele vai colocar uma fala que é importante para aquela vivência né então eu percebo que eh Talvez um um um grande eh legado que a gente tenha que levar dessa reunião que a gente tá fazendo desse simpósio
é que a gente tenha eh uma um uma uma forma de lidar com isso na Instituição eh de tratar eh diminuindo a carga que o pesquisador leva porque senão a gente também não vai ter ninguém querendo assumir a sua posição Ana nem a minha Num futuro próximo né então acho que era isso não é bem uma pergunta mais uma um desabafo também né É só para complementar eh muitas vezes a culpa não é da agência de fomento né Eu sou faço parte da diretoria científica da faper sou assessora da diretora Então o que acontece é
que às vezes o dinheiro é liberado em doses homeopáticas a gente fica com as mãos atadas durante o ano inteiro e quando acontece a liberação da verba total no fim do ano a gente o que pode para colocar edital na rua para poder contemplar o maior número de pesquisadores então é um problema que vem de cima né infelizmente quem tá com o microfone eh bom eu falei pela aqui meu nome Deixa lá atrás primeiro por favor oi oi e bom Priscila Unifesp falei pela manhã né e já tinha dito que tô afastada no trabalho por
Burn Bur eh então tô bem eh atravessada aqui por essa mesa e por essas falas e provocada a pensar muitas coisas né Eh tenho 40 mais né tô chegando a 50 esse ano e fico pensando né como essa estrutura que é uma estrutura eh da academia Branca eh machista né racista enfim vai conduzindo esse adoecimento eh muito por esse não pertencimento mesmo né e o como eh Ainda há uma invisibilidade da questão da Maternidade acho que por um lado a gente tem né o pensamento conservador a direita não precisando discutir a maternidade porque para eles
já tá dado que a maternidade é assim e que as mulheres é que são responsáveis pelos cuidados Mas por outro lado a gente tem a esquerda os progressistas e as né a as feministas enfim também não tendo conseguido discutir e avançar na maternidade porque entendia que ó não podemos dar esse lugar paraa mulher que é de reprodutora né então nem vamos discutir isso aqui então eu sinto que a gente ainda não consegue né E já me desculpei com colegas eh porque até ser mãe eu não entendia o que era essa realidade da Maternidade né Eh
eu tô há um ano como coordenadora do curso e me tornei coordenadora numa reunião em que eu saí chorando dizendo que eu não queria ser coordenadora porque eu sou mãe solo de uma na época minha filha tinha 5 anos eh e a resposta é de um curso com né mulheres marxistas feministas como eu enfim eh e a resposta era esse é um problema a as suas questões individuais e pessoais não podem pesar no seu lugar na na Instituição ou sua filha vai ficar muito orgulhosa de você e você vai ensinar para ela como as mulheres
não podem ser só mães mas tem que ser mulheres e aí já que eh concluindo pensando um pouco na fala da manhã que eu fiquei bem provocada eh eu penso que a gente precisa entender e queria ouvir um pouco vocês de qual que é a medida disso né Qual que é a medida de dizer eu não sou só mãe eu sou mulher e eu quero poder não ter culpa de tomar um café com as amigas eh mas não ter rede de apoio para deixar minha filha então tomar o café né a creche não é pra
criança mas se eu pego uma mulher preta periférica que não tem onde deixar a criança para poder trabalhar é uma realidade de uma necessidade também dessa mulher uma rede de apoio social na coletivização dos cuidados para Que ela possa ser mulher possa trabalhar possa fazer outras coisas então eh eu queria ouvir um pouquinho assim né o que que vem primeiro ovo a galinha não é só uma questão da gente dizer não eu não vou ficar nesse lugar eh e por isso eu provoquei a questão de E aí os editais são para pais e mães ou
a gente precisa sim dizer são para as mães mães solo mãe negra mãe e e e qualificar melhor eh essa luta que a gente tem né para não ser uma coisa de novo de ser culpa nossa de não lidarmos com as nossas questões e nos libertarmos de agirmos como só mães né a gente só tem tempo para mais duas perguntas eu tenho a amiga aqui inscrita você também oi só um minuto Vamos responder a pergunta da colega lá atrás prefere prefere um bloco por favor você o meu nome é eu fui professora da universidade Estadual
do Norte Fluminense e me chamou atenção uma fala da mediadora Desculpe deu branco no nome mas acho que é Ana né Ana aqui Ana Paula da Silva nossa mediadora nossa Doutora em antropologia tá e me chamou atenção porque eu acho que eu sou professora aposentada agora da do rio da urgs do Colégio de Aplicação e acho que a gente tem que pensar na saúde mental e permanência nos Camp do interior tá porque eh nos campos do interior eles têm sido usados como trampolim para ir para universidades maiores entendeu as pessoas fazem carreira ali depois batalham
por remoção e etc então tem e gostaria de falar assim da questão eu eu citei a o enf porque em abril exatamente em abril de 2003 eh produto da minha primeira produto sei lá que nome usar minha primeira gestação o meu primeiro bebê a enf não tinha Professor Substituto eu não sei se tem a se tem agora então eu tava com 4 meses eh minha filha nasceu no na metade de Janeiro eu tinha direito entre licença amamentação e licença maternidade eu tinha direito de voltar paraa aula só em agosto e eu voltei por conta própria
na metade de Abril porque a universidade agora a ciss aqui tá me dizendo que a universidade continua não tendo Professor Substituto Então quem ficava com os meus alunos não tinha quem ficasse então eu voltei eu voltei com o bebê no braço e quando eu fui aumentar amamentar em sala de aula os alunos homens eu não fui pro fundo da sala eu fui na frente da sala eu baixei o seio eu tinha aqueles sutias de amamentação né né que não sei se uso agora Nick tá com 22 anos eu levantei tirei aquele negócio lái o seio
a mão esquerda e com a mão direita eu continuei no quadro a minha sorte é que não era a época de de celular né senão eu tava premiada né mas assim eh o escândalo de ver uma mulher amamentar e hoje a gente vê os restaurantes em vários lugares do mundo escrevendo não é mente aqui sei lá o quê a nossa sociedade está doente entendeu Mas voltando a permanência e a saúde mental no interior porque é é muito difícil sobreviver como mulher como pesquisadora como mãe aguentando algumas frases eu passei a minha vida inteira sendo chamada
de Senhor clevi pela minha postura por n cois mesmo quem não me conhecia chamava Senor clevi pelo nome mas assim escutado doos meus colegas lá na era professora do lepr lá para você se localizarem que eu era mais feminista do que feminina e que ser feminina Quais são os arquétipos que esse povo usa entendeu então essa questão acho que se eu soubesse que ia ter colegas assim eu não teria ido embora sabe mas enfim quando falo nos editais percentual para as as professoras percentual para universidades do Amazonas centro do Norte centro-oeste ótimo e o percentual
paraas universidades do interior o pessoal do ifar lado de Alegrete lá na fronteira com com o Uruguai com a Argentina como é que ganha o edital gente ali o pessoal da o pessoal da dá 8 10 horas de aula os professores das is de ensino superior estão brigando para não dar oito e o pessoal dos institutos federais tá sobrevivendo dando 22 horas de aula sendo orientador e etc nos lugares que consegue Então as políticas públicas ferge e outras ferges lá embaixo tem que olhar também paraa questão de incluir o interior entendeu porque falam de inclusão
digital inclusão das mulheres etc e eu me lembrei exatamente de uma cena Eu acho que o pessoal aqui que é de Campos coincidência três falando na sequência de Um Lugar Chamado cacheta né ali na estrada uma hora antes de chegar a Campus quando a telero no tempo que existia falava que o telefone tava por tudo etc pessoal exatamente naquela curva ali da BR que tem um um restaurante Embaixo de uma árvore eles botaram uma faixa lá escrito telge aqui também é Rio de Janeiro porque o sinal telefônico não chegava lá entendeu Então na verdade todas
as políticas de inclusão necessárias paraas universidades do interior para alunos e professores e nós precisamos mudar também as mentalidades dos alunos como colegas porque os alunos não aceitam as mães mulheres em determinadas situações em sala de aula e hoje colegas não aceitam você que foi mãe jovem deduzo que você levou seu filho pra sala de aula tô errada algumas vezes e quantas vezes os colegas reclamam colegas alunos eu vim aqui para estudar e o teu filho tá me atrapalhando entendeu Então na verdade mais do que uma pergunta é uma questão vamos olhar também professores e
professoras do interior aos editais as posições as condições de concorrência não são as mesmas da uf da ufj da Universidade de São Paulo absolutamente não são Ok vamos só ouvir a colega aqui da frente Bem brevemente pra gente poder finalizar Nossa mesa redonda prometo que é rápido da primeiro parabéns adorei as falas eh quando eu vi o slide da Letícia pós-graduação lá em cima eu tô há um ano na coordenação do programa de par graduação em química do frj programa antigo é o primeiro programa de química do Brasil tem 60 anos então vocês imaginam a
cabeça antiga que tem no programa né e eu vejo isso na prática os alunos adoecendo muito né e eu acho que o que a gente tem que tirar daqui é capilarizar nos Nossos programas eh primeiro uma outra coisa 60 anos e a primeira coordenadora mulher né desde então eram homens homens homens antigos enfim e uma coisa muito interessante eu sou egressa desse programa então quando eu me candidatei E aí eu tô quase lançando uma campanha que eu acho que cabe um pouco aqui o que vocês estão falando que a gente tem que ocupar ess espaços
eu acho que é só assim que a gente vai resolver esse problema que tá sendo comentado aqui porque só quem vive e quem sabe é que consegue pensar numa solução né e não é porque o outro não sabe é porque ele simplesmente não viveu aquilo né eu no GT de parentalidade do frj muitas vivências eu não tive filho na graduação eu fui ter filho quando eu entrei concursada então a dificuldade de ter um filho na graduação eu aprendi escutando as alunas da FJ porque eu não tinha essa vivência Então o que a gente tem que
aprender é escutar né E a gente tem que alcançar lá em cima para poder fazer essas políticas eh e a campanha que eu brinco que é o seguinte né quando eu entrei como coordenadora é mas você tem duas filhas você é muito ocupada você tem uma filha de três e uma na época minha tava com 2 anos você não vai conseguir é muito trabalho cara deixa que eu decida o que eu quero fazer se eu posso fazer ou não então eu brinco lá no frj assim # deixa que ela Decida que eu acho que é
muito isso e eu escuto isso nas decisões de banca lá dos meus a comissão deliberativa é praticamente de homens né não a gente não vai chamar Essa professora paraa banca porque ela é muito ocupada ela não vai poder vir ela tem filho deixa que ela decida ela vai dizer sim ou não então acho que tem um pouco disso pra gente tá presente a gente tem que precisar começar a fazer isso deixa que eu decida que eu tenho que tá lá ou não acho que isso é super importante Ok obrigado a última pergunta tudo bem obri
bem breve por favor senão a gente vai beleza meu nome é Júlia pessoal sou da federal de os de fora mas também atuo na Federal de Ouro Preto trago o meu comitê da engenharia aqui a gente também gosta muito de dados a gente tá fazendo um estudo sobre as mulheres na engenharias e eh uma coisa que eu reparei que veio muito da fala da Letícia né de nosso trabalho de formiguinha no fazendo gênero né no Congresso em Florianópolis passou NS grupos assim nos grupos do congresso de mães e aí um foi adicionando um foi adicionando
no final tinha uns 40 e eu fiquei olhando aquilo e pensando cara como que cada um cada grupinho tá assim pulverizado notando que existem lacunas em políticas públicas e meio que tentando segurar né o navio com as próprias mãos então isso me pegou muito né e vendo também as falas dos colegas e eu queria perguntar Então agora vocês três mulheres aqui presidentas vocês são agora as rainhas do Brasil não tem diplomacia não tem e não tem nada esse negócio de votação de homem reclamando não tem não que políticas públicas vocês implementaram para amanhã assim nível
de graduação pós--graduação docência pq ou quais seriam suas prioridades né digamos assim se não houvesse como como discordar OK obrigada vamos lá para encerrar pergunta de milhões então Ana pa Ana Paula tem mais cara de que vai conseguir vai as palestrantes são vocês ela falou três presidentas bom para amanhã é pois é pr amanhã eh só para eh eh desculpa eu esqueci seu nome Levi eu concordo muito com você sobre as oportunidades e as desigualdades que existem nos campos do interior dos Campos avançados em relação às oportunidades eu acho eu concordo que tem que se
fazer políticas específicas para esses campes porque é justamente nesses lugares em que as Universidades precisam estar precisam se precisam se legitimar enquanto eh instituições que vão promover eh melhorias na na nessas regiões e fazer com que as pessoas possam ter oportunidades então eu eu sou militante diss dessa disso Que Você levantou tem que se fazer política se a gente quer de fato que as Universidades ten a cara do Brasil a gente precisa investir nas nos campes do interior e de forma assídua contínua pesada concordo muito com isso agora as políticas que eu adotaria eh eu
acho que bom eu é isso né a as transformações elas já aconteceram apesar de todos os problemas que as Universidades têm né Nós somos da uf eu e Letícia somos professoras da uf a gente entende é uma universidade interiorizada é uma universidade com muitas dificuldades por conta dessa interiorização eh mas precisa precisa demais eu acho que eh Uma das coisas que eu faria É de fato eh não só liberar mais recursos né porque é isso a gente também está falando de políticas que precisam de recursos e que não tem e que hoje as Universidades estão
à míngua né então botar o fraldário lá em Campos depende não só da minha boa vontade enquanto gestor ou Letícia como gestora mas depende de recursos recursos para serem liberados então eu aumentaria a verba para as Universidades pelo menos repor as verbas para as Universidades e essa verba ela seria qualificada também para os programas e políticas de ações afirmativas em todo sentido Então eu acho que Essa é é isso é que a gente também precisa lutar eh não é só não depende só da nossa boa vontade de estar nos lugares de gestão como como a
colega aqui da UENF falou mas também depende é é muito cruel pensar políticas de ações afirmativas de e de acesso e permanência na universidade quando você não tem dinheiro para fazer isso quando você simplesmente tem que tem que esticar daqui e dali para conseguir e dar bolsa para todo mundo que tá na fila da espera de espera por exemplo dos editais então é é cruel é cruel é desumano né porque você tá tirando você não tá né você não tá conseguindo dar conta de uma maneira satisfatória que as pessoas de fato permaneçam na universidade você
tá escolhendo né uma peneira né a peneira continua dentro da Universidade né você tem a peneira da entrada hoje mais aberta Mas você continua com essa peneira e que resulta nesses índices de evasão terríveis então eu faria isso aumentar a verba para as Universidades Eu tô bem preocupada com tempo né É ruim a gente tá na organização e ser palestrante ao mesmo tempo é terrível que você fica ai meu deus do céu o c cof Break Será que tá montado tudo lá enfim tá tudo né bom tem café Aleluia respondendo muito rapidamente tentando ser objetiva
nós precisamos de uma primeira pergunta nós precisamos de uma mudança cultural isso é ponto Pacífico Enquanto essa mudança cultural não vem nós precisamos de políticas específicas pros grupos tá então eu sou uma defensora de ações afirmativas em vários níveis Porque nós não vamos ficar esperando e a gente tá falando de dinheiro isso que a Ana levantou muito bem é de dinheiro que a gente tá falando é destinar dinheiro aos grupos que são vulnerabilizados que foram né minorizados historicamente então assim eu sou super favorável e acho que se isso reforça algum estereótipo não vejo assim acho
que é o contrário tá não sei se respondi a tua pergunta clevi tá anotado pros próximos editais da Fes de que eu estiver na coordenação tá Pode ficar tranquilo e a a terceira Hã tá gravado Não tudo bem se depender de mim a gente vai fazer uma cota pras universidades nem todo o edital obviamente poucos editais da faper eu coordeno Mas os que eu coordeno eu vou levar essa sugestão acho excelente concordo E aí já foi muito falado não vou nem falar mais hã Ah o presidente vai ó 5 5 horas o presidente P tá
aqui uma boa hora eh e assim o que eu faria se eu se eu tivesse poder de decisão eu acho que depende muito do espaço que você tá ocupando eu acho que é mais interessante bom concordo com a Ana sem dúvida dar dinheiro para ação afirmativas políticas de diversidade mas depende Qual espaço que você tá e isso é que eu queria chamar a atenção de vocês e fazer uma convocação todas nós temos como fazer mudanças nos Espaços que a gente ocupa em diversos níveis então Depende onde você você tá aí tem que avaliar a prioridade
e tem que fazer também o planejamento estratégico o que que é possível mudar então se você tá na universidade por exemplo a Ana falou muito bem a gente tem pouco dinheiro tem pouco recurso mas o que que dá para mudar para começar a história o que que dá para mudar que não precisa de recurso Então vamos por aí né então eu acho que é muito pensamento estratégico para escolher qual é a do momento entendeu qual é a melhor ação do momento e acho que é isso que eu não vou me alongar muito passar para e
depois a gente volta essa discussão porque na mesa da cinco a gente vai discutir esse edital faer de parent in Science e serra peleira que foi exclusivo para cientistas mães Então acho que a gente entra bastante nessa discussão é é bom eu acho que todas as contribuições fazem a gente abrir a cabeça mais ainda isso foi ótimo em relação aos descentes Eu vivo falando com os meus se vocês não estiverem nos lugares no mínimo cujas decisões vão afetar vocês como vocês vão reclamar depois como que vocês serão ouvidos depois eu já dei aula no nosso
curso em que colocaram bioestatística 2 10 horas da noite da sexta-feira e eu virava pros alunos como que vocês deixaram isso acontecer eu estava de licença Tão achando que estão me punindo mas não estão me punindo tão punindo vocês porque quem aqui sabe né bioestatística tão bem assim eu dou aula lá sou a única até hoje não é à toa então vocês precisam estar conscientes de que vocês têm oportunidade de estar em espaços que antes na nossa época nem existiam se não é para colocar Puff e jogar per Bolim é maravilhoso isso eu acho que
tem que ter tem que ter para nós também Mas vocês têm a oportunidade de fazer a diferença que não seja para agora mas que pense pro futuro eu não vi 10 anos depois alguém usando fraldário vocês também verão mas precisa apostar eu se fosse num Cargo em que precisasse de ser uma mãe eu ia pedir exoneração e indicar Fernanda mas se eu pudesse falar para vocês eh em vez de esperarmos políticas pensarmos políticas cobrarmos do CNPQ Vamos tomar atitudes porque isso a gente pode fazer pequenas atitudes no dia a dia ao milagre não vai vir
de cima Quem tá lá em cima também pode estar de mãos amarradas Pode estar sofrendo com esses mesmos quesitos mas se você ao seu lado perto de você puder fazer uma atitude que faça diferença faça Não tenha medo vai haver consequências já vou avisar logo vai haver consequências do tipo de repente você pode ser trancado no seu Instituto porque esqueceram que você estava lá emitindo portarias 10 horas da noite você pode por exemplo ser denunciado na ouvidoria e responder no Ministério Público por estar trabalhando nas suas férias ajudando a sua aluna no laboratório você pode
por exemplo enfrentar discussões do tipo ninguém te pediu para falar nada por que que você tá falando mas o fato é que se nós pudermos fazer uma pequena ação dentro do limite que nos é possível esse limite vai expandir é matemática e para tranquilizar o seu coração é amostra não está enviesada viu não está enviesada se você tiver curiosidade entra no meu Instagram bora ver lá o banco de dados que eu vou te mostrar agora que surpreende a quantidade de pessoas eu concordo com você sabe o que que é isso as pessoas estão precisando se
ouvidas as pessoas estão sentindo necessidade de compartilhar porque a nossa pergunta alguns comentaram depois ninguém nunca me perguntou sobre isso ninguém nunca me disse que tinha que pensar sobre carreira Era só ir fazendo indo paraa frente em relação aos camps nós então temos uma diversidade minha gente primeira vez que eu tive que ir no interior eu peguei 12 horas de ônibus escovei os dentes enxaguei a boca assim Acho que fiquei emocionada engoli um tiquinho cheguei eu destrui o banheiro do Hotel sem nem entrar no quarto porque eu não tava assim aguentando mais segurar tô uma
diarreia desgraçada E aí sabe o que que eu vi um capim rolando na estrada de terra em frente à universidade sempre quis ver um capim rolando igual no faroeste é isso Cadê os alunos Cadê os professores Cadê a comunidade a gente chegou lá para fazer o congresso estatuinte não tinha ninguém porque naquele horário culturalmente não tinha ninguém na rua 51º não ia ter ninguém na rua então pra gente se atentar a esses detalhes a gente precisa estar aberta a ser empático porque se eu continuar julgando não saio do lugar obrigado obrigado Ana todo mundo seguindo
a Ana então nas redes sociais né seguindo a Letícia também neurocientista engajada né no Instagram Ana não sei o seu então todo mundo seguindo as Anas Muito obrigado meninas aqui uma lembrança dos organizadores gente eu prometi tem dois livros aqui esses dois contos que estão aqui eu penei para conseguir que eles fossem publicados porque algumas partes o editor falou não isso aqui não tem nada a ver com a temática E adivinha qual parte que era a parte que eu falava que eu era mãe que gente então agora a gente vai dar o intervalo pro café
que será servido lá fora enquanto isso também vocês podem visitar os posters que estão expostos pendurar e visitar o pôster das amigas e a gente retorna às 17 horas para dar continuidade à programação do quarto simpósio Bras matade e ciência obrigada [Música] eu ten sorte Boa tarde Boa tarde a todas todos por favor silêncio senhoras e senhores boa tarde dando continuidade ao programa do quto simpósio brasileiro sobre maternidade e ciência acompanharemos agora a mesa redonda sobre a celebração do edital apoio as cientistas mães uma iniciativa da Ferd em parceria com o movimento paren Science e
o Instituto Serra pira para compor a mesa chamamos ao palco a senora Letícia de Oliveira presidente da Comissão de Equidade diversidade e inclusão da Fer Chamamos o senhor Hugo agilan diretor Presidente do Instituto Serra pilir chamo também o senhor Gerson Lima presidente da ferge bem-vindo chamo também a senora Fernanda está no está no os coordenadora do movimento parent Science bem-vindos antes de comearmos essa mesa gostaria de dar alguns avisos a nossa recreação Vai somente até à 18 hor quem tiver crianças lá por fav fiquem atento ao horário por favor não esqueçam as crianças lá fora
tá 18 horas temos também a nossa sessão de poster o poster poderá ficar disposto até amanhã nosso segundo dia de simpósio sem problemas e também estamos realizando fotos eh de cada autor ao lado de seu pôster Então quem ainda não fez as fotos depois procurar a Camila lá fora que ela vai providenciar a Camila ali dando um aceno para todas Obrigada Camila Tá bom vamos todo mundo registrar esse momento aqui depois então ao lado do pôster vamos dar início Então a nossa mesa redonda sobre a celebração do edital de apoio as cientistas mães passo a
palavra então a senora Letícia de Oliveira Oi gente boa tarde de novo eu fiz bem pouquinhos slides só para mostrar para vocês um pouco né sobre esse edital Então vou começar pelo começo né ele foi um edital que representa um programa de apoio a cientistas Mães com vínculo né nas instituições de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro e aí Dizer para vocês o seguinte é o primeiro edital eh feito por uma agência de fomento exclusivo a cientistas mães então um edital histórico nesse sentido e ele é uma parceria da Ferd do Instituto
Terra pira e do parenting Science foi lançado em Maio de 2024 tá agora acabou de sair o resultado né então eu sou Ah já passou né então só para falar para vocês quais as características desse edital eh ele previa 120.000 de recurso para cada pesquisadora contemplada E inclui também bolsa de iniciação científica ele foi voltado a todas as áreas do conhecimento então não houve limitação diária eh as mães de crianças era para mães de crianças até 12 anos né a gente pode depois discutir essa questão da idade e uma coisa bem interessante que nós implementamos
a partir de uma sugestão da plateia de uma das discussões que a gente participou foi eh não colocar limite de idade para mães de crianças com deficiência então no caso de Mães com criança né que são Mães de criança com deficiência e essa mãe pode concorrer independente da idade do filho tá porque a gente entende que né Toda demanda não tem idade na verdade né não depende muito da idade e esse edital como é que ele começou então nós temos aqui essa nossa figura maravilhosa Fernanda stanowski que está aqui ela estava grávida eh do seu
terceiro filho né Fê no primeiro simpósio sobre maternidade e ciência que foi um simpósio divisor de águas na minha opinião e de muitas pessoas em relação à questão de parentalidade maternidade toda essa discussão aqui no Brasil e nesse simpósio que foi lá lá em Maio de 2018 lá no Rio Grande do Sul nós tiramos a ideia foi uma das das resoluções possíveis de apoio a mãe cientistas seriam editais que apoiassem essas Mães na época a gente tinha pensado em bolsas de pós-doc para essas cientistas Para apoiar né dentro do laboratório etc ou editais mais Gerais
né a gente tinha visto também da Austrália né Fernando Tinha algumas iniciativas fora do Brasil depois a fap criou em fevereiro de 2023 a nossa comissão né Ferd anuncia a criação da comissão de Equidade diversidade e inclusão que levou Então essa ideia para Ferd né Eu sou membro do parent insci estava lá em 2018 e levei né pra nossa comissão essa ideia apresentar a nossa maravilhosa comissão para vocês né temos aqui o Egberto a Patrícia da ues a Rosana que é reitora da UENF a Karim que tá aqui nossa querida Karim que é Embaixadora do
paren in Science Ana Paula do frj Rosana glat da uerg a atia que tá aqui também da o a Renata Angeli a Yuri que é nosso apoio técnico Assessoria Técnica Cristiane da UFRJ a Márcia desot A Betânia da uf o Hugo que tá aqui com a gente e a Helena Castro da uf também fazem parte dessa comissão então nós começamos a elaborar amadurecer essa ideia na comissão e fizemos uma reunião muito frutífera com o Instituto Serra peleira lá na faper e foi nessa reunião que a gente delineou né essa esse a possibilidade do edital os
detalhes do edital e aqui eu faço um agradecimento muito especial à Cristina não sei se ela conseguiu chegar se ela tá aí porque ela foi fundamental Não só para esse edital mas para esse evento foi a ideia dela o evento né ela falou a gente faz o edital e vamos fazer um evento também do parent insis o Serra peleira entra financiando vai ajudar e né estamos aqui vivendo agora esse momento então muita gratidão muito agradecimento aí paraa Cristina eh então a gente lançou agora o resultado faz pouco tempo né Nós contemplamos eh a princípio tinham
sido previstos 2,3 milhões tá é o que tá no edital nós conseguimos chegar a 6,2 eh foram 363 propostas submetidas então eu chamo a atenção de vocês como teve submissão nos surpreendeu muito e olha a demanda 87 milhões de pedidos né em todos os pedidos conseguimos contemplar 98 propostas 20% das pesquisadoras eh aprovadas São negras o que a gente acha um número baixo Mas por outro lado existe né então poderia ser pior até até que não assim não tá bom mas podia ser pior né Eh e essa é uma questão que a gente tá discutindo
agora na faper né na comissão as questões étnico-raciais Como apoiar nesse sentido e então eu queria agradecer demais esse essa parceria que eu acho que tem dado muito certo né do do Serra do Instituto serrapilheira do paren in Science da ferge eh nós esperamos que esse edital ele possa ser relançado em breve né porque aí aqui eu queria dizer para vocês paraas pesquisadoras que eventualmente não foram contempladas que a gente sabe que muitas mulheres boas com projetos excelentes ficaram de fora né Isso é é sempre um conflito para quem tá na agência avaliando porque sabe
que várias pessoas ali poderiam e deveriam ser contempladas né a gente tem o limite do or comentário do que a gente consegue mas que a gente eh deixa o recado de que não desistam e que a gente vai ter pretende relançar esse edital se possível e que vocês concorram né novamente e aí deixo então meu agradecimento a várias pessoas que foram fundamentais na fapes porque a faper coordenou esse edital né teve o apoio do parenting Science do do Serra peleira mas foi coordenado aqui pela pela faper o gesson tem sido né eu tenho sempre comentado
isso é eu acho que é um divisor de águas em termos de gestor também porque quando a gente levou o problema pro Gerson eu acho que ele tinha duas opções ou ele negava né que a gente vê muito acontecer ele não então já que é assim me surpreendeu não esperava mas já que é assim vamos ver o que que a gente pode fazer para mudar né e isso faz toda a diferença Então realmente não só nesse edital mas em outros que a gente tem lançado a fapes eu acho que tá sendo bastante inovadora e Pioneira
Nas questões de Equidade agradecer então o Staff da fapeg no nome dessas quatro pessoas mas são muitas mais né Nós temos toda apoio da Assessoria Técnica de comunicação da ferge Cláudia jubert Aline o po tem muita gente envolvida Mas a nossa diretora que esteve aqui de manhã professora Eliete a Consuelo que é chefe de gabinete a maravilhosa Luciana Lopes que além de tudo muito gentilmente está sendo a nossa cerimonialista e a Iuri que ela tá afastada por um problema de saúde Mas ela é nossa assim ela que faz tudo com a gente lá na comissão
da FAP Então ela tem sido muito importante eh para finalizar eu gostaria de mostrar o vídeo na professora lilan tá aqui de uma professora que fez uma publicação nas redes que nos emocionou demais e eu pedi permissão a ela para passar o vídeo aqui para vocês e ela tá aqui presente com a gente também nos honrando Então vamos ver o vídeo que ela postou nas redes Então ela foi agraciada né No No edital ela é lá daj olha que lindo projeto racismo e deseducação da Infância Negra carioca e aí ela fez esse videozinho eu sou
mãe dout e professor de Universidade Federal casei cedo TR anos depois tive o primeiro amor do meu Vent L Mas eu sempre qu Dois Filhos e no meio do caminho a prov me disseram que após a licença maternidade talvez eu não fosse mais útil já perguntaram também dentro da universidade é isso mesmo que você quer paraa sua vida se referindo a formar famílias já fecharam portas de cargos públicos por eu ter escolhido a criação não terceirizada dos meus filhos ou seja ou você é mãe integral ou você é trabalhadora as duas coisas parecem ser incompatíveis
dureza tudo isso né quem é que cuida das Mães bom é isso mas aos poucos eu vou recuperando todos os pontos rompidos na minha cesariana quando tentei fazer o primeiro concurso pro magistério superior Sim essa história é real mas sigamos porque foguete não tem ré beijos maternos te amo muito emocionante Lan muito obrigada por esse depoimento lindo emocionante mesmo e é isso e assim eu termino minha fala Obrigada Obrigado Letícia Parabéns Lan tá chorando emocionada só lembrando que esse edital né Letícia quem concorreu e não foi contemplada os recursos Ainda estão abertos então sempre Cabe
recurso né olha o Gerson tá aqui né vou passar a palavra então agora ao diretor Presidente do Instituto serrapilheira Senor Hugo aguil à vontade não é é uma uma grande emoção para de estar aqui é uma é uma Isso é uma história realmente muito eh de sucesso eu lembro muito bem da história que você tá com se você acabou de contar eu lembro da Então eu acho que essa história essa combinação né de atores que que se junta para uma causa e quando dá certo realmente dá uma satisfação grande porque é essa história ela tem
mais ou menos a idade do ser rapira né então a gente quando a gente começou eh encontramos com a Fernanda e ela chegou com dados muito sério então a seriedade do parents in Science chamou no nossa atenção e a gente apoiou parents in Science bem no início porque realmente os dados são gritantes né quando quando mostra a trajetória das mulheres na na academia e o impacto da mat idade é algo muito gritante Então graças à seriedade da Fernanda a tenacidade da da da da da ferja e do a abertura da ferja e e e eu
acho que o a combinação foi Desculpa foi deu muito certo e quando a gente consegue no final quando você fala de uma instituição como Serra pira que é pequena mas que tem um pouco esse objetivo de impactar um pouquinho o mundo do do de ciência e tecnologia eh quando há essa combinação de tenacidade de seriedade de abertura eh as coisas dão certo e a prova Realmente são os números de do edital né É é é a demanda é enorme prova que os dados Estavam certos e que a gente precisava fazer algo sobre isso então realmente
eu fico fico super feliz e f super eh satisfeito eh é emoção realmente porque primeiro edital no Brasil que contempla maternidade na ciência Eu acho que a faper de novo não é a primeira vez que a gente faz um edital com a ferge e não é a primeira vez que a ferge tá sendo muito inovador Nessas questões de inclusão e de e de diversidade então é uma grande alegria uma grande um grande orgulho e realmente eu agradeço demais a vocês para para ter feito tudo isso Parabéns Obrigada Hugo passo a palavra então ao presidente da
faper senr Gerson Lima bem boa tarde né uma uma alegria Uma emoção tá aqui cumprimentar a todas e todos os todos aqui são menos né e cumprimentar A Fernanda a a a Letícia né A Letícia é impressionante ela realmente eh né Eu sempre gosto de lembrar dessa história que a gente sempre acha que a nossa casa é melhor do que a dos outros né então eh falar bem rápido né quando noos dados que foram levantados pela pelo parent Science a Letícia fazendo parte do parent Science mostrando como é que no CNPQ os pesquisadores estavam né
as pesquisadoras quando chegavam né quando conseguiu entrar que já é muito difícil né pro sistema de bolsa de pesquisador Mas que havia um um uma barreira quase que né um um um um um impedimento para virar pesquisadora pesquisador um agora vai mudar tudo a ABC Mas mas vai continuar tendo as dificuldades eh eu falei não mas na aqui a gente nosso por exemplo no sentio noss estado isso não deve acontecer Porque nossos editais temos eh na maioria das vezes os comitê externos são de pesquisadoras mulheres né então vamos olhar os dados a ela realmente junto
com com a equipe do da né da da comissão de Equidade e ela com a experiência dela viram que não que de fato principalmente em algum eh mais dramático em algumas áreas como da da da das exatas e das engenharias Mas mesmo quando a demanda é igualo quer dizer não é só que a demanda É menor né mas as pesqu as pesquisadoras mulheres eh seguem sendo menos contempladas né Isso também fez com que a gente depois lançasse o edital a pesquisadoras eh H jovem cientista mulher né e que também acabamos ampliando os recursos né E
aí quando veio a ideia né da de né da questão da Maternidade eh a gente até no já em em em foi em fevereiro né que nós quando demos o os termos de otorgas e também tínhamos um outro edital os termos de otorgas do mulher eh jovens mulheres pesquisadoras e tinha o edital das das meninas e mulheres nas ciências exatas e tudo já com os resultados já já se falou naquele momento né eu me lembro até que eu fiz uma brincadeira porque minha filha tinha me proibido de falar alguma coisa e só ler um poema
para não me comprometer Porque infelizmente o machismo estrutural existe né Você vai querer falar alguma coisa você acaba Eh claro que eu me orgulho muito de maioria das pesquisadoras que eu formei e dos doutores que eu formei são mulheres em torno de 70% 60 70% eu diria Espero que os os meninos não Ouçam mas geralmente são as as que conseguiram mais coisa a maioria já boa parte já virou inclusive titular mas certamente a gente tem sempre o outro lado né o lado invisível então mesmo quando a gente fez o edital eh eh mulheres eh o
edital jovens mulheres pesquisadoras porque tinha tinha que ter já uma orientação etc né então já tinha uma certa seleção eh já pra demanda e e mesmo assim a demanda foi muito alta e muito qualificada eh eu acho que esse edital é muito importante né tava comentando antes Aqui né A maternidade ela ela ela bem Não tem coisa mais importante que a maternidade né senão a gente não estaria aqui né eh e e realmente né a a gente sabe eu como também como né poeta de vez em quando eu tendo a crer que a maternidade t
a inspirar muito né a ciência que a gente faz ela não é só mesmo quando a gente sai das humanidades né Mesmo nas ciências exatas a gente precisa ter inspir ação e muitas vezes Claro precisa de muito trabalho e tudo né mas precisa ter inspiração e a maternidade ela ela ajuda também né E e aí quando foi lançado o edital a Letícia acho que precisou de alguns segundos né para me convencer né então eh e e ela Se surpreendeu quando eu sugeri de ampliar a gente só não ampliou mais porque realmente a gente não tinha
os recursos esse ano para ampliar mais por isso que a gente já promete um novo edital pro ano que [Risadas] vem bem não tá eh mas sem dúvida esses números mostrando essa demanda né De tanto de valor mas principalmente de projeto E aí que a gente eu me dei conta que muitas vezes me surpreendi de ver que eh que há uma invisibilidade das Mães as mães estão sendo contratadas eh eu já tinha assinalado na na reunião que a gente fez lá na academia de brasileira e ciência que há uma invisibilidade em relações às universidades quando
eu peguei dados do do edital jovem pesquisadoras jovem pesquisadores Fluminense que sem vínculo que 65% eram mulheres enquanto que o conv vínculo era o contrário ou seja significa que as mulheres não estão sendo contratadas aí as as as mulheres são contratadas E aí eh tem né Pesquisa extensão gestão eh só que precisa de recursos e e a gente sabe e acabam ficando invisíveis também então acho que esse edital é claro que a gente espera que e vocês são os nossos as nossas embaixadoras e embaixadores para ver se as outras agências também eh busquem isso claro
que a gente tem várias pautas eh ontem eu tive a oportunidade de falar um pouco isso na no evento que teve na Academia Brasileira ciência com com o ministério acho que há recursos agora houve uma melhora bastante em termos de recurso mas a gente precisa eh colocá-los aonde mais precisa Então eu acho que a gente tem que apostar nos jovens porque não adianta depois que o jovem já foi para fora tentar trazer de volta e apostar em todas essas questões que a gente já falou em alguns editais que a gente tem feito aqui com com
o Hugo editais pequenos de na área de pesquisadores negros indígenas que é um é um sucesso né graça é uma parceria também que nos alegra muito né então ah é é surpreendente né ouvir e a gente vê também a gente tenha é bom também por mais que que todo dia que eu saio do de casa e vou paraa faper não vou pro laboratório dá um pouquinho de tristeza né Mas por outro lado também se eu posso ajudar de alguma maneira é importante mas eu também tenho lá no meus laboratório e a gente vê os a
dificuldade que que pdoc que são mães têm de e e continuam ali fazendo as coisas e tudo eh por mais que tenha mudado né até tava brincando aqui há pouco tempo meu eu agora sou avô né tenho dois netos né e fico acho admirável meu filho como é que ele divide tudo eu fico com vergonha Poxa não era tão assim né minha minha esposa é pesquisadora foi fez doutorado a gente tinha filhos jun mas ah a gente sabe que as né Cada Ainda sobra muito pra mulher né a gente sabe sobra muito para avó eu
vejo quando meus netos chegam lá ele vovó vovó vovô ele chega assim só me chama de vovô hul porque O Malho ele me vê chegando da da academia eh e mas tá quer dizer tem a gente não vai quer dizer isso não vai mudar isso é bom que não mude né então eu tava lendo tô lendo eu Lio muito gosto muito Walter Hugo mãe e tem um último livro dele que é Deus na escuridão você a ler tava meio engasgado até que chegou na na na metade pro fim agora e ele consegue fechar a ideia
né aí até trouxe aqui não não trouxe o pedaço que eu gostaria né mas ele cita por exemplo num dos trechos né as casas né ele bem eu não tô não é nenhum spoiler tá eh mas é um trecho do livro na página já mais pro finalzinho as casas mais simples quando dominadas por mulheres superam muito a pobreza ou l ele bota usa o finton né português é português usa né Lud brion né A beleza com a ternura então é um é um livro sensacional E aí né Toda vez que eu leio algo que fala
de mãe maternidade eu não posso deixar também de lembrar da minha mãe que eu só tô aqui por causa dela né então eu cresci no no no subúrbio do Rio de Janeiro e e era minha mãe que tava sempre ali meu pai era sargento da Marinha e ela que brigava com meu pai querendo me botar no curso do inglês para sair lá de colho Neto para ir pro meia ela que né eu queria comprar as revistas na na banca ela que economizava o dinheiro que ela fazia flores e bolos e e eu tentava ajudar um
pouquinho né nas não no bolo né mas nas fazendo a parte mecânica então enfim as mãs Acho que são um pouco assim vou ler só um pedacinho aqui de um poema né que acho que o nome do poema é saudade né então no seu AB no seu abraço sem chão e sem rumo poema religião Intocáveis tela de candin invisível uma bala doce recortes amarelados de jornal seu sorriso condicional espreita ind diferença dos anos eu trouxe esse poema por uma parte do texto desse poema porque exatamente foi quando eu me emocionei quando Li agora a parte
que não não devia ter trazido o livro né que é um trecho mais bonito é quando ele fecha a a coisa da aí já dando um pouquinho de spoiler do Deus na escuridão que é um uma espécie de oxímoro né se é Deus não pode ser escuridão né mas exatamente porque tem as mães são as mães que tão ali iluminando e na realidade n a gente sabe o quanto que é importante E aí claro né as mães não podem ter esse essa essa 50% cancelado que são suas carreiras São ã nem os homens mas principalmente
as mães porque os homens acabam eh muitas vezes Abrindo mão e a gente sabe que eles fazem isso um pouco infelizmente ou às vezes muito até mas as mães não fazem então eu acho importante de ter sim políticas ter editar como esse né eu fico até envergonhado que eu sei que o valor eu que sou pesquisador dependendo da área né algumas áreas mais tecnológicas né tem aqui uma foi min foi minha pd Luciana ragel a gente sabe que os recursos para fazer pesquisa né na eles é Custoso né se você quer fazer uma pesquisa competitiva
mas a gente quer usar né eu fico feliz da Fest podendo ter editais tão importantes né a gente lança outros editais como recentemente um edital para equipamentos fronteiras etc mas se eu tivesse que qualificar Apesar D ser outro edital ter valores muito mais altos porque é montar uma infraestrutura montar diferentes infraestruturas de pesquisa esse edital tal eh eu diria que dará provavelmente dará muito mais resultado do que esses outros que têm valores maiores então então por isso que eu não posso me negar a dizer então pode escrever inclusive se eu não tiver ah não o
presidente já falou se não tiver mais Ó mas já foi falado eh temos que repetir esse dital toda vez talvez buscar outros parceiros eu acho que tem que buscar né eu eu como eu eu me comprometo mas eu cobro muito também do do dos parceiros então se temos recursos maiores né temos parceiros excelentes que é a a o Serra peleira e aqui o per mas temos parceiros potenciais que T recursos como o fnd CT que tem lá recursos esse ano da ordem de 12 bilhões ano que vem 17 bilhões Então a gente tem que colocar
esses recursos no no Talento dos nossos pesquisadores da dos nossos pesquisadores em geral dos nossos pesquisadores jovens e das nossas pesquisadores principalmente nossas pesquisadoras mães e aquelas que muitas vezes adiam o o plano de ser mãe porque para privilegiar a a a carreira Então eu acho que não eh temos que ter as mães têm que ser mães cada vez mais cedo e parabéns Mais Uma Vez pelo evento obrigado Professor Gerson presidente da ferge passo a palavra então agora a senhora Fernanda coordenadora do movimento Oi tá Tá funcionando então hã só quero primeiro né agradecer a
a parceria Hugo mencionou né que a parceria existe Desde quando o Serra pira sur e a gente surgiu junto e só para né já que a gente gosta de contar a história né Eh eu mandei um e-mail para aqueles contatos @ra pilir e tal e aí veio a resposta né Não me lembro quem é que respondeu dizendo Ah tem uma conversa então né marcaram um dia da conversa pensei Ah vamos mandar algum assessor falar comigo né Aí entrei na conversa estava o Hugo e a Cristina né os dois diretores né diretor Presidente serrapilheira E desde
então temos uma parceria muito frutífera foi a primeira agência que nos ouviu e deu importância né antes da gente virar o parent ins que vocês conhecem hoje acho que é é diferente o apoio que a gente recebe hoje né Quais são as motivações desse apoio e qual foi a motivação da gente ter apoio do Serra pel Então esse edital é o nosso sonho desde sempre né E aí acho que é bem importante algo que o Gerson tava mencionando de a gente entregava essa demanda e Ah mas a gente não tem dinheiro não tem dinheiro e
a gente sabe a situação do do financiamento Como tem sido mas em algum momento isso tinha que ser prioridade E aí então vem a resiliência da Letícia de conseguir né com com o apoio de serrapilheira eh que a ferge então Vie isso como uma prioridade a gente precisa muito que as faps de uma maneira geral né Eh entrem nessa ideia a gente sabe das Diferenças de financiamento que existem entre as as faps a questão de disponibilidade de recurso mas temos a Fapesp gente né dá para começar por por agências maiores né eu falo por experiência
Nossa fapergs do Rio Grande do Sul eu sei o quão subfinanciado é né mas a gente tem que mesmo em tempos escassos ter algumas prioridades e a gente sempre a gente nunca foi essa prioridade n a gente encontra essa dificuldade então eu não tenho palavras para agradecer Letícia Hugo e o Gerson né Por terem levado adiante essa essa ideia que foi um o início gente tá foi um único edital que a gente espera que se mantenha né E que se expanda né para para para outros níveis Então minha fala é só realmente para agradecer por
esses muitos anos de parceria com serrapilheira que a gente tem em muitas ocasiões né Para Além do desse edital né e dizer que realmente Letícia teve um papel muito importante nisso gente reconhecer o trabalho da comissão como um todo seguimos gente Obrigado Fernanda Vamos então Abrir paraas perguntas por favor aqui a primeira pergunta Boa tarde eu sou Cláudia mostre da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro sou da área de ciências exatas engenheira Florestal eh eu participei de dois editais que não é esse que a gente tá conversando agora mas eu queria colocar duas dificuldades
que eu encontrei que eu acho que não sou só eu que encontrou que talvez seja interessante a gente pontuar nesse momento um dos editais ele dava preferência para que a proponente fosse Negra ou de comunidades eh tradicionais aí o que que acontece eu trabalho com comunidades tradicionais eu cheguei a fazer capacitação com eles para poderem escrever projeto mas não não não não consigo chegar né a a dar essa capacitação 100% para que eles se tornem proponentes Então essa é uma coisa Às vezes a gente que não não se enquadra naquele grupo A Gente Faz esse
trabalho com o grupo A gente é a ponte então tentar olhar por esse lado também né Às vezes o proponente pode justificar pode mostrar o como que ele vai envolver esses outros os grupos é uma sugestão e a outra coisa que é uma pergunta mesmo o segundo edital de ciência e de meninas e mulheres na ciência houve muita diferença tanto no valor que foi disponibilizado aumentou o prazo de execução o primeiro edital era de um ano o segundo edital foi para 2 anos com muito menos recursos e com nada de recurso para material permanente para
mim ficou inviável participar do do edital por mais que eu quisesse porque só o deslocamento eu sou da Universidade Federal Rural Tô encer opé só o deslocamento para ir numa numa escola que tenha demanda para projeto de extensão não ia dar então essa colocação que eu ponho o material permanente ele é essencial para equipar os nossos Laboratórios a gente precisa que os editais estejam contemplando isso e a segunda coisa é que tem que ser real tem que ser muito realista se o projeto vai durar 2 anos o recurso tem que ser para 2 anos a
gente não pode ficar vivendo fazendo milagre né com pouco recurso Então é isso que eu gostaria de colocar e se possível né tentar assim minimamente mostrar o porque que foi feita essa decisão Talvez né Se for possível obrigada Ok obrigado Professor Gerson que é é eu vou pedir para pra Letícia comentar é claro que a gente a gente tem um orçamento finito né com muitas demandas e Mas algumas são prioritárias Eu acho que o sucesso desse edital meninas e mulheres na ciência tanto que a gente lançou pela segunda vez e e e aí eu me
lembro vou passar pra Letícia né da gente ter não ele tem que ser por 2 anos porque por 1 ano muito pouco lembrar que o que acontece é é que como é um edital que envolve bolsas acaba os recursos acabam sendo eh e mais usados paraa bolsa né então eh só para dar um um uma magnitude né nossa folha atual de bolsa está em torno de 24 milhões folha mensal né só da da faper ainda tem uma parte que a gente descentraliza para para para uf e outro para West que também são para para para
bolsa então Eh mas eu acho que não quer dizer que você não tenha razão acho que você tem razão quer dizer talvez para uma próxima um próximo edital a Letícia vai né Eh responder mas de novo que é o o certamente ela fica buscando ali de nos convencer certamente A culpa não é dela a culpa é nossa né confrontado com todas as outras demandas né que são muitas né Eh de tal de apq1 que a gente no final do ano passado que a gente outorgou esse ano foram da ordem de 700 pesquisadores 800 pesquisadores então
recurso da ordem de 40 milhões então é é claro que a gente já veio né recebendo está melhorando um pouco mas a gente recebeu a gente durante muito tempo em que as as verbas federais praticamente inexistiam a gente ficou com uma demanda a demanda explodiu dentro da faper mas nada disso justifica Você tem razão porque na adianta ter um edital que acabe Não deixe de cumprir o seu papel principalmente esse que que quer você tem que ir no lugar e talvez fazer a gente tem um edital parecido que é o melhoria das escolas que a
gente colocou recurso da ordem de 20 milhões a gente quer repetir esse edital também né a gente vai ter que de repente bater lá no Governador dizer que ele tem que aumentar os recursos da fa né são já são né E aí eu tenho que fazer a a a justiça é os recursos têm sido todos liberados são recursos da ordem de R 650 milhões de reais são 2% da arreata líquida e a gente sabe porque Ah ele libera porque ele ele é obrigado não tem muito Governador que não libera de vários países de vários países
quase que países né de vários estados eh e independente da da tendência ser mais de direita mais de esquerda né então tem eh infelizmente eh e a gente sabe que é importante que faz diferença que as as questões regionais são importantes principalmente em estados que ainda são muito desiguais mas Letícia fala não então assim primeiro contar esse edital que você tá Qual o seu nome mesmo Desculpa Cláudia que a Cláudia trouxe eh pra gente refletir é um edital que a gente tem um carinho imenso na ferge né que ele é voltado paraas escolas públicas para
atrair as Menin minas né no ensino fundamental médio paraa ciência e ele ele é belíssimo ele dá resultados maravilhosos o que aconteceu foi que a gente duplicou né passou para do anos por uma demanda também que chegou pra gente também num evento Então assim ótimo que você trouxe a demanda tá notad simo tá pode ficar tranquila trabalharemos para isso mas só para explicar então dobrou o número de de dobrou o número de anos e a gente não tinha tanto recurso a mais né mas na verdade o que acontece eu nem sei se todo mundo acompanha
essa Como como que a gente faz avaliação não é que a gente tenha mudado o equipamento a quantidade de verba para equipamento é que aí a gente Dobra o número quando a gente Dobra o tempo do do financiamento Dobra o recurso necessário E aí quando a gente vai aprovar os projetos É um sofrimento para quem tá fazendo avaliação porque a gente tenta aprovar o máximo e às vezes a gente faz corte entendeu então se eu posso aprovar 10 projetos ou 20 fazendo um pouquinho de corte emada um a gente fica sempre Nesse balanço e aí
às vezes a gente corta equipamento né tenta preservar bolsa Então pode ter acontecido de algum projeto ter sido aprovado com um pouco menos de equipamento que o necessário mas de qualquer maneira tá anotada a sua sugestão da gente aumentar equipamento Mas a gente não mudou se eu não tô errado a gente não mudou nada na é tô estranhando essa informação mas depois a gente vê é não porque que eu saiba a gente dobrou sem mudar muita coisa na estrutura tá então é isso mas obrigada pela pela contribuição próxima pergunta por favor lá atrás no corredor
principal alô alô boa tarde a todos todas Meu nome é Caroline atualmente eu sou pesquisadora em estágio de pós-doutoramento na UFRJ na área de biotecnologia Inclusive eu sou bolsista nota 10 da ferge eu gostaria de saber da comissão de Equidade aí liderada pela D Letícia se existe a perspectiva de um edital também para pós Docs sem vínculo né porque a gente entende aqui da importância desse edital que foi lançado agora Inclusive a minha supervisora foi uma das contempladas por esse edital porque ela é mãe Eh isso gerou uma felicidade enorme no laboratório inclusive e eu
gostaria de saber assim a gente entende a importância desse edital para as mães que têm vínculo Elas têm os alunos né de iniciação científica mestrado doutorado que minimamente ou de forma até máxima manté a rodinha dela girando né imagina para nós pdoc sem vínculo né E como foi dito pela colega Sabrina da UFRJ também né do Instituto de química eu acho que ela falou mais cedo eh se para as mães que estão com o vínculo já não é dado o direito de dizer que não querem ou querem participar de alguma coisa para nós então é
mais complicado ainda então eu sinto isso na pele de não convidar porque Ah você não tem vínculo ou Ah você é mãe não tem o tempo necessário que a gente precisa para fazer esse projeto Então queria saber da comissão se tem a perspectiva de lançamento de um edital para mães pós doc sem vínculo eh ligado a alguma instituição obrigada posso responder Obrigada pela pergunta a gente discutiu muito isso tá então assim primeiro te dizer que a as mais vulneráveis são as mães da graduação né Isso não tem dúvida a gente tem essa clareza né de
que sem dúvida são as que mais sofrem tem não tem bolsa muitas vezes né e ficam na universidade sem ter bolsa permanência por exemplo não tem bolsa pra mãe quase Universidade nenhuma uma com algumas exceções mas é muito pouco então sem dúvida que quando a gente sai das docentes o cenário é muito pior e ainda é pior para as alunas de graduação então nós discutimos já essa questão de inclusão de pós mas para um primeiro edital que a gente tá lançando a ideia eh a gente achou melhor ficar com com vínculo né com emprego com
vínculo empregatício há uma a gente faz na faper até o Jerson pode dar uma parte aí para explicar um pouco melhor isso a gente eventualmente financia bolsistas com auxílio porque uma coisa é da bolsa da bolsa não tem problema tá agora auxílio a pesquisa que foi essa modalidade quando você dá para um pós-doc e ele resolve ir para São Paulo TRS meses depois o que que você faz com aquele que foi investido então há uma instabilidade no pdoc que é um pouco problemática pra agência de fomento não quer dizer que impeditivo mas isso tem que
entrar na conta né Então essa é uma questão por isso que a gente pegou Primeiro as docentes Mas a gente pode pensar em outros apoios talvez bolsas específicas que aí bolsa já é mais tranquilo né dá para cortar a bolsa se você mudar né não exige a estabilidade mínima do pesquisador entendeu porque você dá um auxílio à pesquisa que a prestação de contas é super Rigor orosa aqui para quem tá acostumado com prestação para uma pessoa que D ali 3 meses 6 meses 1 ano pode não estar ali pela natureza mesmo né da ausência de
vínculo Tá mas a gente tá pensando Sim Isso já foi bem discutido se Gerson quiser não vou eh desculpa o seu nome mesmo Caroline então Caroline não a gente até tem um edital que até fechou recentemente que é o Jovem Pesquisador sem vínculo Jovem Pesquisador Fluminense sem vínculo é o jpf Jovem Pesquisador Fluminense sem vínculo eh Já é a segunda edição a gente teve uma primeira edição foram 51 pesquisadores jovens né Eh contemplados e a gente resolveu relançar já tinha até mencionado esse edital na na minha fala eh eu acho importantíssimo Caroline eh eu eu
vivo isso no laboratório tenho várias postdocs eh sem vínculo Eh agora eu acho que eh assim como tá aqui ferge e serra peleira tá se unindo para uma uma determinada ação a gente precisa também chamar outras instituições né quando falo instituições assim as Universidades Tem que olhar para para isso por exemplo quantos concursos aqui no Rio de Janeiro aí é uma crítica específica ao Rio de Janeiro e eu quando Tenho que elogiar São Paulo elogio São Paulo por exemplo ele ele ele na hora da distribuição das vagas eh lá da eh das duas que eu
mais conheço eh USP e Unicamp eh eh os o os departamento ou institutos que tiveram pesquisadores Jovem Pesquisador Fluminense eles são contemplados com uma no caso JP né da na Fluminense Paulista né JP Fluminense foi pra gente não dizer que tava copiando de totalmente deles mas mas ah ele isso é importante exatamente para evitar o que a o que a Letícia falou mas claro um problema desse edital jpf a gente sabe qual é ele é extremamente competitivo mas eu já vi que a demanda esse ano até tá um pouquinho menor eh assim rela demanda bruta
né Eh eu acho que não sei se você tá concorrendo Você devia estar concorrendo esse edital Devia ter mandado mandou Caroline eh porque esse edital que a gente exige é que eu acho que o sucesso dele da primeira vez é que é o é o projeto do do pesquisador não é a histórico dele que foi trabalhou com com com Gerson com enfim um X Y Z olhar lei as p não então é olhar o projeto então a gente deixar de fazer aquela coisa de ficar só contando paper né mas olhar o projeto a gente tenta
eh traz pesquisadores super eh diferenciado fora do Rio Claro nenhum nenhum julgamento é perfeito mas a gente com esse olhar mas a gente precisa ter também que as nossas instituições universidades eh Instituto de Pesquisa também façam políticas para contratar mais mulheres e contratar mais mulheres mães então ah nada a gente não consegue fazer nada sozinho né então é esse o caminho se a gente vira uma coisa horrorosa como alguns países já viraram e a gente quase virou aí fica difícil de fazer qualquer coisa né então Eh mas ah mas a ferge entendeu eu me lembro
até que na última edital de de pós doutorado nota 10 sinta com a demanda altísima a gente tava tentando ver uma maneira de dar alguma pontuação a mais para quem fosse mãe a gente n Ainda não botou agora não mas a gente pretende a tá estudando Como como é que isso seria feito que eu acho que que é justo né Eh enfim mesmo sabendo que quer dizer uma demanda alta etc mas ah sempre vai ter alguém Ah mas eu não eu eu vou ser punido porque eu não não tive filho mas eu acho que exatamente
é baseada acho que esse trabalho maravilhoso que a que a comissão tá fazendo tem vários membros aqui eh né presidida aqui pela pela Letícia eu acho que que é isso a gente trabalhar nós somos cientistas trabalhar baseado em dados não não tão nem não são achismos são Dados Ok mas anotado acho que você tem razão concordo plenamente os nossos o o o o PDR 10 eram 3 anos né Luciano a gente passou para quatro isso ampliamos olha eu se eu tiver alguma provocação de de algum né que is eu aumento para cinco assim porque a
gente sabe que não gente é porque mas não é a solução a solução é que realmente as pessoas sejam contratadas né a a ideia de o pós-doutorado é um um e e enfim de aumentar o valor mas gente nossos recursos são finitos infelizmente fap faz que pode né Deixa eu só fazer um comentário da que o Gerson mencionou a URG já há do anos adotou o critério da Maternidade pros concursos públicos né então a gente tem desde 2022 eu acho a resolução e pras né Eh candidatas do concurso que tiveram filhos nos últimos 6 anos
se não me engano há um fator de correção na nota do currículo né que eu acho que é o que a gente tá discutindo pdoc deveria ser um período curto de transição e a gente acabou nessa situação de escassez de de concursos onde acabou ficando por muitos anos sem bolsas né quem aqui ainda tem bolsa de de pós-doc Ainda mais se a gente for olhar a nível nacional e não Estadual Então eu acho que a gente precisa e a Ana mencionou isso em algum momento pensar na carreira né e ess pensar na carreira tem que
pensar na maternidade junto Porque essas situações né ok a gente pode pensar e eu espero que pensem né em editais desses eh de voltados pras mães durante o pós-doc mas a gente tem que estar pensando né em uma posição estável né Ok vamos manter as mães ali então acho que a gente precisa pensar na na questão da carreira olhando a maternidade Até onde eu sei é só a urgos e a Federal de Pernambuco e tem para concurso público a questão da Maternidade Então isso é uma demanda que não exige recurso de ninguém né exige que
a instituição Tome uma ação leva isso para traz isso para aqui paraa nossas Universidade aqui do Rio agora mais uma pergunta Nossa amiga da UENF Oi boa tarde professora Clícia de novo aqui da UENF e eu queria fazer uma uma parabenização via de uma pequena crítica Então a gente tem dois cenários o cenário de um edital que foi de jovem pesquisadora Fluminense com recurso de R 700.000 e eh logo depois um outro edital que foi para cientistas mães no valor de 120.000 para cada proposta eh a a minha eh minha parabenização foi que o valor
de r$ 10.000 é claro a gente entende que a lógica de cada projeto né demanda um recurso às vezes mais alto 120.000 talvez não seja suficiente para tocar todo aquele projeto eh mas no no entendimento de um recurso eh limitado né Eh eu não diria nem escasso nessa ordem mais limitante eh atender o maior número de de cientistas mães eu vejo com maior ação do que dar um valor muito alto de 700.000 que eu acredito que nem tenha chegado a esse valor todo porque também teve né uma um aumento aí do número de propostas aprovadas
Então os cortes também viriam E aí Os projetos que são nessa característica de R 700.000 ficam mais descaracterizados e às vezes inviabiliza né a a a a ação né e a e a proposta ali como um todo então eu eh gostaria né que a ferge pensasse né nos próximos editais que que serão lançados muito em breve a gente espera é que tivesse Então esse olhar de valores né às vezes valores muito altos eh prejudicam uma ação que tem uma um potencial Uma demanda reprimida muito grande né então é só essa colocação Obrigada eh Clícia Clícia
não eu acho que você não eu concordo plenamente contigo O problema é que a gente tá num sistema de Ciência e Tecnologia de fomento a f obviamente ela apesar de ter esse valor de recurso a gente é o segundo em em Recursos a fapes tem recursos maiores mas também ela tem uma demanda proporcionalmente maior eh quer dizer o o JP JP que JP Fluminense JP é uma aposta tanto que é da última vez acho que foi uma corte foi da ordem TR foi um 4% né a demanda foi mais alta da da primeira vez do
que dessa vez eh que mostra que talvez esteja tendo menos doutores sendo formado etc né então Eh mas lembrar assim não tô gente por favor não não senão ele vai brigar comigo o presidente do CNPQ Mas eu sempre faço essa crítica imagina um edital Universal que é uma disputa muito grande né Eh posso citar algumas pessoas vou citar porque né Eh a Cláudia Figueiredo que publica bessa não ganha né ela aplica e não ganha né a Débora f já foi pró reitora já ganhou vários prêmios aí o último não ganhou é bem verdade que acho
que foi deram lá uma maior desculpa e tudo agora quem ganha eu ganhei a eu não aplico pro geralmente não aplico para da F geralmente não não aplico os auxílios da fé e e e são r$ 20.000 R 200 tem com corte r$ 10.000 para dividir muitas vezes para 10 pesquisadores então eh não é que isso tá errado na minha opinião e isso eu falo o tempo todo não é que não é que lá tá errada que a gente vai continuar errado eu acho que a sua a a sua crítica quer dizer o projeto ele
tem que dá para fazer tem áreas que você né Desculpa se tiver al área matemática né tem algumas áreas da Matemática não tem não requer recursos da mesma monta que de alguém da da física ou da química experimental ou da da bioquímica ou da química eh ou comparando a física teórica com com a física experimental então o os recursos eles são variados e até no jpf tem né assim como no edital que a gente fez em parceria também é são eh o 700.000 é o teto eh mas de novo não é eh o que limita
mesmo é a demanda a gente eu acho que a gente foi surpreendido acho que se a gente vai tentar buscar para um próximo edital buscar ter pelo menos mais recurso ou para subir o teto dos valores ou aumentar o número de pesquisadoras sendo atendidas Letícia não só uma dúvida você se eu entendi o teu ponto Você acha que a gente tinha que ter valores acima de 120 para editar de mães é isso Não entendi hum Ah tá você achou que então foi muito 700 sim mas quando tem pouco recurso poderia ser menos do que 700
e aí destinar para é sempre essa esse balanço que o jesson falou que é difícil de fazer pras mulheres PR PR foi também foi esse valor claro que teve corte porque a gente ampliou era para conceder 15 a gente concedeu 70 a gente né foram 30 milhões né a gente 32 milhões eram 12 milhões foi então foi uma combinação de houve cortes etc mas de novo eu acho que a gente quer que a pesquisadora tenha carreiras que daqui a alguns anos né não é que isso seja sonho de consumo não é mas né mas vou
falar que ganha um prêmio nóbel que ganha seja pesquisador um a etc a gente tem que dar condições para fazer a pesquisa daqu né A minha filha mais nova faz física de teórica Então ela provavelmente como pesquisador não vai precisar de de muitos recursos né eh não sei mas precisa ter um outro lado que que ela nos dados que ela trabalha que alguém esteja pesquisando então é é esse equilíbrio né o recurso dá o resultado então agência como um todo ela tem que olhar pros resultado eu falei esse ano esse esse último edital que a
gente concedeu teve uma demanda de 380 milhões o Fronteira na ciência a gente concedeu 93 aí aí você poderia falar aqui poxa por que que deu 93 milhões não deu mais 5 milhões eh talvez é uma é uma mas assim agora olha lá qu os recursos a gente não vai poder conceder recurso nenhum né Espero que não tenha ninguém aqui esperando que seja né Tem aplicado porque a gente não tem como porque só um recurso de um de um projeto como esse for um equipamentos até 10 milhões é são nove é um edital de vocês
então é esse equilíbrio ó obviamente não é é a diretoria junto com o conselho superior que que que que traça essa política né E E claro o conselho superior tem representação tem a reitores pró-reitores né Eh representantes das estaduais da federais do institudo de pesquisa né o o Hugo é é do nosso conselho superior Então ele pode chegar lá com muito jeitinho ele leva ele levar essas demandas e vai ser muito bem ouvido é na verdade a sua colocação el essa atenção que você tá colocando ela é difícil de resolver não tem resposta fácil né
mas eu acho que a farap está tentando fazer do melhor precisa de recursos amplos para fazer projetos de ponta precisa 700.000 se você olha no cenário internacional não é tanto assim e precisa contemplar muita gente também então é isso a gente tá né Sempre tentando É mas não não tem respostas simples para para isso mas é totalmente válido essa atenção existe ela de fato ok lá no fundo por favor eh Boa tarde eu sou Regina Silva da Unifesp tanto não elegível aí pros maravilhosos editais da ferge infelizmente eh eu queria parabenizar essa iniciativa eu acho
que editais específicos para mulheres para mães para pessoas negras indígenas etc eles driblam algo muito importante que é um problema muito sério que a gente tem que é o estereótipo de gênero na avaliação por pares né então já tem estudos mostrando que se o mesmo currículo é avaliado sob um nome masculino ou feminino ele é avaliado de maneira diferente infelizmente no nosso sistema Nacional o currículo lates não permite que a avaliação seja feita de maneira anônima né então eu queria saber se as agências a comissão o parent in Science vem pensando em estratégias pra gente
diminuir essa questão e emendando um pouquinho essa pergunta eu queria saber especialmente da Fernanda como é que está a conversa com as outras agências de fomento especialmente a Fapesp e o CNPQ eh bom logo depois que saiu né que que o edital da ferge foi divulgado várias faps nos procuraram tá então a gente teve conversa com algumas dessas faps contando como foi a experiência e tudo mais e aí entra na questão dos recursos sempre né de onde vem o dinheiro para para esse edital e a gente entra nas conversas de de prioridade Existem algumas faps
mais abertas a essa conversa já tem mais a fap eh gente não vou dizer qual foi porque eu posso dizer errado eu acho que foi a fapespa tá que foi uma das que a gente conversou ele já tem editais voltados para mulheres e tudo mais então é uma conversa que já adianta Mas sempre fica nessa de onde vem esse recurso porque aí para investir nesse edital eles vão tirar de outro que já tava previsto e tudo mais então mas evoluíram algumas conversas com algumas das faps a gente realmente precisaria do engajamento da confap né que
é a né que dirige né todas as as faps a gente já teve conversas há muito tempo O Odir faz eh o diré lá do Rio Grande do Sul Então a gente tem um contato maior eh existe abertura mas a abertura só vai até a conversa né quando é e é enfim né algo que não existe uma solução simples A não ser se priorizar isso vai desagradar um algum grupo porque a gente vai ter que cortar de algum lugar vai tá sobre o CNPQ especificamente ã eles têm algumas ações voltadas para as mulheres né até
agora essa semana foi lançado o prêmio né enfim toda a estruturação do novo prêmio de para para mulher e ciência ah não houve nunca nenhuma conversa específica sobre editais de mães apesar de ter sido para eles que a gente entregou a demanda lá em 2018 né pro CNPQ para Caps hã a Caps trabalha muito mais com bolsas então é uma demanda que faz muito mais sentido pro CNPQ mas nunca evoluímos não com nossa participação não quer dizer que não esteja acontecendo de alguma maneira que eu não saiba né H mas não não evoluímos nisso nesse
sentido e a questão do vier na avaliação el é uma questão muito difícil H Mas é verdade tem um viés que a gente vê né e El dependente do gênero dos avaliadores por exemplo então é um via realmente profundo e e e e a gente precisa trabalhar muito entender os mecanismos a verdade é que a gente não sabe da como que isso se dá exatamente né mas é um fato eh não não tem discussão Isso é uma conversa internacional não é só no Brasil eu acho que precisa entender para para desconstruir e conseguir chegar numa
avaliação que realmente seja inv eu acho muito difícil mas mas eh mas é nosso papel de fazer isso né de tentar entender os mecanismos precisa de dados de novo precisa entender estudar e porque a gente fala muito de eu acho que é assim não é Ach tem que testar mesmo avaliações com várias e e e e e assim a anonimidade no no lat ela vai resolver Talvez uma partezinha do problema mas o grosso do problema não se resolve somente com isso felizmente Então isso é um acho que é um um esforço internacional que tem que
ser feito e tem tem gente trabalhando nisso né eh não sei Letícia você sabe também dessas não eu ia comentar a gente tem aqui tá a professora Karen calaza nós temos nos dividido eh para uma palestra sobre viés implícito e estereótipos de gênero né da Perspectiva da neurociência dessa tendência de reproduzir os padrões culturais aprendidos Então como o Hugo tava falando tem muito dado né interessante sobre isso não é uma questão fácil de resolver todos nós reproduzimos né então tem que tá muito vigilante mas até o título de um artigo que a gente comenta que
conhecer o problema é resolver uma parte né do próprio problema então quando a gente entende né e a importância dos dados e dos estudos a gente começa a entender um pouco melhor porque mesmo nós mulheres né nós reproduzimos então tem várias evidências seou esse trabalho do currículo né que é o trabalho do moz e ruzin da moz e ruzin a gente sempre cita nas palestras né Karin e assim e a outra coisa que eu queria comentar é que o viés é difícil mas tem uma coisa mais difícil ainda gente fazer avaliação é muito difícil e
isso eu acho que é uma coisa que a gente precisa refletir nas agências de fomento Será que a gente tá fazendo da maneira correta né não não vai existir uma maneira perfeita todas tem tem questões mas como é que a gente tá avaliando né porque aí a gente fala ah vamos avaliar o proj conteúdo quão inovador ele é quem eu pergunto vocês com os projetos de pesquisa de vocês quem no Brasil tem condições de avaliar isso do projeto de vocês mesmo assim fundo tipo um revisor quando a gente manda artigo a gente tem pouca gente
qualificada também para olhar o projeto e dizer não esse podia ser mais né Eh esse é inovador realmente Ou aquele não é Ou esse então assim Falta também essa demanda muito especializada né talvez se a gente fizesse avalia internacionais não sei eu tô falando para de mérito de projeto tá com todos os problemas que isso significa aí a gente vai então pro critério objetivo Então vamos ver o quanto essa pessoa tá produzindo quantos alunos ela orienta aí a gente cai na lógica produtivista total que nós sabemos que né não dá conta né É ruim então
uma vez eu cheguei a propor numa mesa quando me chamaram eh e depois eu eu fui estudar e tem propostas sérias sobre isso é depois de um certo nível se todos os projetos tiverem um bom nível faz sorteio Talvez seja mais justo e contempla eh iniciativas disruptivas que nunca teriam provávelmente chance pelo menos na chance no sorteio quem sabe acontece então assim eu acho que tem uma reflexão ainda mais profunda que é essa como é que a gente faz para avaliar e aí falando do lado de quem faz avaliação é muito difícil né Eu acho
que aí a gente tem que teria que fazer um seminário só para isso mas é super importante mesmo é eu não ia comentar mas S um comentário rápido né uma das maneiras acho que o Serra pira já faz muito dos editais ele faz entrevistas né Não tem melhor maneira né lá no no edital em parceria que fizemos né em Ecologia para negros indígenas eh foi feita foram feitas entrevistas então e a própria fap já teve a gente também faz entrevista o PP SUS PP SUS a gente realiza entrev é gente não mas não para é
mas é pensar rio que a gente lá atrás quando ainda era diretor a gente a gente fez e e e e surpreende porque né sai um pouco dessa lógica a gente quer apoiar o projeto não Ah claro tem alguns editais por exemplo bolsa pq cientista nosso estado acaba que você não tem como fugir muito da questão da da produtividade Como o próprio nome diz etc é um pouco agora projeto mesmo eh agora claro as nossas fap e a fap a Fapesp menos a ferde sofre muito disso porque a gente sabe que tem um recurso e
a gente precisa usar o recurso senão então também a gente fica com uma janela muito curta tanto para submissão das propostas e para o julgamento né então Eh é um elemento que que acaba eh né aumentando a chance de ter erros né Uhum vamos para a nossa última pergunta por favor obrigada Então são duas coisa só é rápido uma é um convite a toda a plateia dia 17 de dezembro a gente vai ter um evento que vai ser o encontro das meninas pesquisadoras com mulheres empreendedoras e aí se você pensar sobre isso todas vocês estão
convidadas né não tem como não estar eh a gente vai chamar vários colégios e vai chamar as bolsistas então bolsista pibic bolsista ferge por isso que a pergunta não vai pra Ferd vai pra serrapilheira e pro pin of Science porque a faper já está fazendo esse apoio para o ensino médio inclusive com a uf ex estou num programa nisso vai entrar o pessoal do Instituto Nacional de Educação de surdos que dá bolsa no ensino médio eles mesmo custeiam tem um programa afro enfim vai ser várias meninas então por favor estejam lá homens e mulheres estão
convidados e aí vem a pergunta pro Pinch of Science que também estão convidados serrapilheira para esse evento vocês se vêm apoiando isso porque aí vem a a nossa questão com esse evento A grande questão é maternidade não pode ser um castigo mulheres também podem ser pesquisadoras isso tem que ver tem que vir cedo né tem que vir no ensino médio mesmo porque ele vai entrar ela vai entrar na faculdade já sabe que existe e ela não tem que prosseguir na pesquisa Inclusive tem uma das Mesas que vai ser política a gente chamou Tatiana Roque que
é professora da UFRJ mestrado e doutorado Tainá foi a terceira mais votada ela tem mestrado então também a pesquisa pode ir pra área de política porque quando a gente cobra eles por que que vocês não fizeram Gente desculpe a resposta é simples o dinheiro não existe a gente fez o que pôde com dinheiro Isso é política nós vamos lá existe comissão aqui Alguém já participou de alguma comissão para visitar algum Vereador para fazer esse debate tenho certeza que não levante a mão aqui eu nunca fui eu já digo então ó viu temos uma aqui então
a gente mas eu acho que aí que tá olha só uma só em várias pessoas Então eu acho que a gente precisa trabalhar isso já desde cedo aí a minha pergunta para vocês é vocês se vê apoiando também propostas agora pro Ensino Médio né para vamos buscar mais cedo essas pessoas essas meninas podem contribuir com a diversidade Obrigada Poo só só complementar né só só enfim não vou responder porque pergunta para eles mas dizer que na no caso da ferge vocês têm que ir nos deputados federais estaduais que a gente tem um fundo o Fatec
que que pode receber recursos a gente começou receber emendas esse ano então a a deputada só para mencionar alguns né não vou conseguir fez eh um um um uma Emenda aí a emenda tem que ser específico para aquilo que foi então se tiver uma Emenda vamos dizer cada deputado federal acho que tem 40 eh São 40 milhões vamos dizer que ele bote Ah vou botar 15 mil isso não vai acontecer mas vamos 15 milhões para maternidade pesquisador de maternidade no Rio de Janeiro a gente só vai poder usar para isso né então para qualquer outra
pauta tem tem que ir sim tem que eh e é é um e porque principalmente nessas deputadas que uma boa tática né E eles estão agora redigindo o caderno de emendas pro ano que vem então é uma boa hora para correr atrás deles e pedir bom eh sobre o ensino médio né Se vocês olharem a história do do paren in Science quando a gente surge lá em 2016 o nosso trabalho era focado exclusivamente nas docentes em pesquisadoras a gente enfim era o que a gente trabalhava naquele momento ao longo do tempo a gente incluiu pós-graduação
graduação a gente teve Nossos programas de bolsa para pós-graduação para graduação então há uma evolução de onde a gente atua né e sim faz sentido a gente já chegou Inclusive a conversar quando saiu algum edital Acho que foi o último do CNPQ das meninas a Alessandra tava aí não sei Alessandra já foi embora Ah ela já foi embora ela tinha uma reunião a gente tem uma das das integrantes do parent que é voltado né mas para esses trabalhos a gente a chegou Ah ia ser legal ter uma ação com né voltada para ensino básico Ensino
Médio Ensino básico enfim né sobre isso não demos conta então sim é algo que eu acho que faz sentido mas no momento que a gente tá agora a gente mal dá conta do que a gente já começou né mas sim faz sentido é algo que a gente já discutiu e gostaria de abarcar Também quem sabe em algum momento não no caso do você rap R apoia a pesquisa científica então ele realmente foca nos pesquisadores isso dito existe uma exceção que nosso programa de inclusão e diversidade aonde realmente eh a gente acredita que faz muito sentido
começar bem do início para dar oportunidade até o final Então nesse nesse nessa nessa área especificamente Mas é uma exceção do Serra pira porque realmente a gente acredita que isso é importante a gente pensa em eh fazer o apoio desde o ensino médio até o a graduação pós-graduação e tudo e e idealmente a gente gostaria de fazer isso num lugar só porque o serrap é um pequeno laboratório então se você quer ver Impacto disso faz sentido você escolher um lugar a gente tá pensando na Bahia eh Salvador Mais especificamente e tentar fechar o ciclo e
e e fazer fazer tudo para ver se isso realmente no final tem Impacto mas de novo ser rap é pequeno então ele vai conseguir fazer isso com dezenas de pessoas mas se funciona ele é aqui para mostrar que existe um caminho por aí então é isso a resposta a gente tem essa ess esse essa investimento de Ensino Médio na questão da diversidade Mais especificamente muito obrigada gente não foi combinado eu sou de Salvador tá desculpa mas desculpa só Peg o microfone de novo porque Aonde vai ser o evento né então dia 17 de dezembro vai
ser lá no reserva cultural salá Nelson Pereira é do lado das barcas vão passear caminho neemia Niterói Olha que lugar maravilhoso uma das 10 melhores cidades para se viver Vem visitar a gente vem visitar uf tá bom sejam muito bem-vindas tá bom gente Obrigada agradecemos a presença então dos membros da banca aqui da banca não da mesa né obrigado Hugo Fernanda e os organizadores querem dar uma lembrancinha aqui para vocês por favor a gente vai ter um sorteio não é isso Fernanda teremos um sorteio agora qual vai ser a temática quem pode fazer uma foto
[Música] aqui Alguém pertinho aqui Oi lindos obrigada Qual vai ser a a a dinâmica do sorteio Ah sim tem o coquel tá gente quem quiser ficar com a gente mais um pouquinho não esqueçam de pegar as crianças ã a gente tinha a postagem no Instagram no Instagram no Insta com a mães que escrevem Letícia tá aí né a gente tinha vários livros canecas camisetas para quem comentasse lá o pessoal coloca o resultado aqui pra gente podem ir descendo Ah então ã não sei se alguma dessas carinhas tá aqui agora com a gente tá então vem
Letícia vem vai chegar rinho del tá ali com ela Ah tá Ah então premiada subam a gente vai deixar quem não né quem não não não tiver aqui hoje a gente deixa lá para pegarem amanhã ok e não esqueçam gente Amanhã voltamos 8 e 45 Obrigada senhoras e senhores está encerrada a programação dessa quinta-feira do quarto simpósio brasileiro sobre maternidade e ciência agradecemos mais uma vez a plateia presente aqui no auditório do Museu do amanhã no Rio de Janeiro e as pessoas que assistiram ao evento pela transmissão ao vivo no canal do YouTube da Ferd
e do parent in Science informamos que a cobertura completa do evento estará disponível no site da ferge do parent inside como foi dito aqui convidamos a todos para o coquetel que será servido que será servido aqui do lado de fora do auditório uma boa noite a todos amanhã espero vê-los aqui também l