oi e aí tudo bem sofredor iva sou professor universitário e vou continuar falando então de michel ficou continua respondendo o que é discurso para michel foucault então vamos lá no primeiro vídeo ou procurei definir ainda que de forma não muito objetivo mas procure definir o que é um discurso fiz uma apresentação muito rápida e simples de um texto do ficou de 1969 que é um autor e usei um exemplo para ilustrar o que eu estava dizendo agora eu vou então continuar a minha discussão sobre o tema e vou abordar um texto muito importante focou de
1970 chamado a ordem do discurso o que é a aula inaugural do pho.co quando ele ingressou no colégio de france no início dos anos 70 nesse texto ele traz algumas questões bem mais específicas do que no texto que é um autor então projeto ele vai dizer em alguns mecanismos externos de controle dos discursos então existe algo que está fora do discurso mas que controla aquilo que acontece no interior do discurso por exemplo estratégias interdição necas e não se pode falar sobre determinados assuntos ou rejeição de um discurso ou oposição entre verdadeiro versus falso é uma
estratégia muito utilizada né normalmente o seu jeito que está sendo assujeitado por um discurso eles entendem alusão de que ele está no âmbito do discurso verdadeiro e ele está refutando um discurso que é mentiroso ele nunca se coloca naturalmente do lado do discurso que a discurso mentiroso mas ele disse que também existem alguns mecanismos internos de controle do discurso na então por alguns discursos assume um caráter bastante especial algumas sociedades privilegiou determinados discursos ou algumas pessoas são privilegiadas ao estarem e são de enunciar um discurso também naturalmente alguns autores têm nova autoridade bastante especial né
então nesse momento de pandemia a gente sabe da importância que os médicos estão assumindo publicamente eles vêm o tempo todo falar o é o faço ciência eu sou a gente da ciência eu sou aquele que pode dizer a verdade sobre os fenômenos deixar bem claro né eu não estou contestando a autoridade dos médicos em termos de medicina mas a gente sabe também e o campo da medicina como qualquer outro campo é sempre um canto sujeito a conflitos atenções a divergências de opiniões né e também ficou falar o outro mecanismo térmica mecanismo de disciplinarização dos discursos
esses discursos estão sujeitos a disciplinas a normas a regras coisas que podem ser ditas coisas que não podem ser ditas sujeitos que estão bloqueados e não podem dizer as coisas né não podem e fala na sociedade ele fala ainda de mecanismos de regras de funcionamento dos discursos por exemplo rarefação discursos sobre determinados temas são raríssimos criação de sociedades de circulação restrita dos discursos é então a textos literalmente herméticos que só podem ser acessados né ou discursos que só podem ser assimiladas por sujeitos que pertencem a um grupo muito restrito ou difusão de doutrinas e de
educação são regras que vão dizendo o que funciona o que não funciona o que pode ser dito que não pode ser depois ele fala em mecanismos de análise dos discursos isso aqui é muito legal porque eu fico começa a se aproximar de um campo mais prático como é que eu faço uma análise do discurso quais são os elementos que eu posso utilizar para fazer uma análise do discurso então e fala primeiro existe um conjunto crítico bom então por exemplo vai envolver algumas atividades procurar cercar as formas da exclusão quando você estiver analisando um discurso você
precisa estar atento aquilo que foi excluído nesse discurso por exemplo você tem um discurso religioso que está falando de cura o que que ele se cala diante da medicina ou da capacidade da medicina de curar doenças ou alimentação e da procuração em mostrar como se formar então procurar cercar as formas de exclusão de limitação de apropriação e mostrar como se formaram para responder aqui necessidades e como se modificarão esses locar que forças exerceram efetivamente em que medida foram contornados a uma série de preceitos que ele disse que vai ajudar a formar um conjunto crítico quer
ser você pega esse discurso e você tem que analisar como é que esse discurso se constituiu como é que que ele a tona com outros discursos o que está sendo interdito que tá sendo bloqueado qual é o silêncio que existe no interior desse discurso qual é a ênfase que está sendo dado de que outros discursos ele se aproxima de que outros discursos ele se distancia e depois ele diz que a gente também deve se ocupar de um discurso genealógico e aí você então vai pegar um discurso e vai discutir como é que ele se formaram
como ele se formaram através ou apesar ou com o apoio de sistemas de coerção quais seriam as séries de discurso é muito importante no trabalho discursivo nome que foi cotidiano que a gente não trabalha com um discurso isoladamente se você tiver analisando um discurso especificamente você precisa fazer aquilo eu chamaria de contexto discursivo todo discurso está sempre numa relação com outros discursos ele está contestando as vezes vários outros discursos ou às vezes ele está se aproxima e tantos outros discursos então fazer esse trabalho genealógico em torno do discurso implica em contextualizar discursivamente esse discurso eu
sei que fica redundante mas é que o historiografia por exemplo a gente fala muito de contextualização social histórica e quando a gente faz um trabalho foi cotiano a gente tem que fazer contextualização discursiva olhar como é que um discurso funciona numa constelação de tanto os outros discursos discutir por exemplo qual foi a norma específica de cada uma e quais foram as condições de aparição desse discurso por quê que um discurso não existia num determinado momento e por que que ele emergiu por exemplo ficou faz uma genealogia da anormalidade então ele vai dizer olha o anormal
emergiu na psiquiatria entre o século 18 e o século 19 o normal não existia desde sempre é uma categoria criada pela psiquiatria então o que que existia antes da psiquiatria criar bom dia de anormal então existe uma norma que está dizendo quem é o sujeito normal quem é um sujeito a normal e é trabalho do analista do discurso identificar quais foram as condições que permitiram que emergisse no século 18 do século 19 no caso específico aqui que estou usando como exemplo que emergisse um discurso que vai determinar quem é normal e quem é anormal eu
posso agora encerrar essa série usando um exemplo da minha própria pesquisa empírica na minha tese de doutorado foi sobre o diabo no campo religioso brasileiro né então eu peguei uma grande denominação neopentecostal do nosso país e me detive na análise do discurso acerca do diabo desta denominação e o meu trabalho foi um trabalho diz assim primeiro em que consiste esse discurso acerca do diabo dessa denominação quais são as marcas quais são as características e esse discurso então por exemplo eu posso dizer que esse é um discurso que tem como especificidade aquilo que eu chamei de
max demonização quer dizer algumas igrejas neopentecostais consideram que o demônio é o agente de qualquer coisa que nós podemos categorizar como algo negativo depressão doença pobreza desagregação familiar dependência química que na maioria das vezes isso é categorizado como algo negativo para a maior parte das pessoas e isso é visto necessariamente como ação demoníaca pelas igrejas neopentecostais agora não basta apenas tentar caracterizar o específico desse discurso é necessário também olhar as relações que esse discurso tem com outros discursos por exemplo no catolicismo romano tradicional e assim como no protestantismo tradicional é eles estão mais ajustados a
um discurso diferente eles não acreditam que o demônio e em toda e qualquer lugar não que ele seja a gente de todo e qualquer problema que afeta a vida humana para você já tem que pegar essa outra filiação discursiva essa outra formação discursiva e analisar para entender por exemplo que as igrejas neopentecostais estão tentando ocupar um espaço que foi deixado vago pelas igrejas tanto a católica como as protestantes tradicionais são a igreja católica num determinado momento do século 20 ou final do século 19 disse olha os casos de possessão demoníaca são muito raros nós não
vamos mais tratar de você são demoníaca porque isso é fundamentalmente um problema psiquiátrico poucos casos de possessão demoníaca nós vamos tratar e empurrou esse problema para medicina cuidar o que as igrejas neopentecostais fazem elas pegam isso de volta esses casos de possessão demoníaca ou casos que elas entendem como sendo possessão demoníaca e começa ocupar esse espaço e é realmente uma relação polêmica do neopentecostalismo catolicismo o protestantismo tradicional mas isso também uma relação polêmica desse discurso com outros discursos por exemplo discurso da medicina se você pega no discurso neopentecostal eles vão dizer olha existem doenças que
os médicos não podem resolver mas nós podemos resolver então ele também está operando não somos limites da igreja católica como instituição mas está operando também nos limites da própria medicina e isso grosso modo né eu tô tentando dizer por exemplo ficar na forma mais rápida e objetiva possível é uma das possíveis formas de fazer análise do discurso baseado na filosofia cotidiana tá bom eu espero que tenha ajudado e não atrapalhando espero que tenha simplificado e não complicado ainda mais tá bom se você assistiu esse vídeo até aqui não esqueça de se inscrever no meu canal
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