Aula 14 - Flexibilidade

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Fisio Ex - Prof. Alvaro Reischak de Oliveira
Aula sobre a fisiologia do treinamento de flexibilidade, seus mecanismos de regulação e suas aplicaç...
Video Transcript:
[Música] Olá esta é nossa aula sobre treinamento de flexibilidade nela iremos discutir os mecanismos neuromusculares envolvidos em cada técnica iremos também discutir os mecanismos adaptativos do treinamento e as eventuais vantagens obtidas a partir desse treinamento vamos a ela para começarmos a falar de flexibilidade devemos descrever os elementos que a compõem em cada articulação ora toda a articulação depende em termos de flexibilidade da sua mobilidade articular em primeiro lugar essa mobilidade articular diz respeito às interações às interrelações que as estruturas ósseas ligamentares eh capsulares eh meniscais e de líquido sinovial estabelecem para permitir uma determinada mobilidade
existem articulações extremamente móveis tais como a articulação do ombro ou a coxa femoral por outro lado existem articulações bastante limitadas na sua mobilidade tais como ou tal como a articulação do cotovelo em especial na fase de extensão a articulação do cotovelo é barbaramente limitada pelo encaixe no olécrano da una com o húmero então no momento em que se encaixa o olon da Old Alin não há como se eh avançar em termos de extensão então isso são alguns exemplos de mobilidade articular em segundo lugar nós temos a elasticidade muscular nós devemos nos lembrar um pouco da
física a elasticidade é a capacidade que um material tem de ou contrair ou ser estirado em última análise ser deformado e retornar à sua posição inicial a partir do momento em que se supera O Chamado do coeficiente de elasticidade de um material nós temos o rompimento a desorganização da estrutura molecular e consequentemente essa estrutura não retorna mais à posição inicial o mesmo princípio pode ser aplicado ao músculo aos tendões eles apresentam também os seus respectivos coeficientes de elasticidade isso também é treinável finalmente dois elementos que são de menor importância mas que eventualmente Podem sim afetar
a flexibilidade a massa seja ela muscular ou adiposa ora indivíduos que que apresentam grande massa muscular ou adiposa normalmente tem alguma limitação na sua flexibilidade E por que isso porque essa massa interfere no ângulo que a articulação é capaz de atingir isso portanto limita a flexibilidade em determinados movimentos finalmente em alguns casos severos a elasticidade da pele em dois casos em especial no envelhecimento nós temos uma perda de elasticidade da pele e isso então acaba por limitar a flexibilidade mas fundamentalmente em casos severos de pacientes Queimados Aonde a queimadura e o processo cicatricial gerado por
essa queimadura leva uma perda importante de elasticidade e portanto determinados movimentos passam a se tornar Dolorosos limitando então a flexibilidade ora falando especificamente da do primeiro da mobilidade articular um caso eh bastante Claro diz respeito à coxa femoral quando olhamos a coxa femoral de um indivíduo íntegro saudável nós temos essa estrutura nós temos a cabeça do femo encaixada no acetábulo permitindo um determinado ângulo sempre lembrando que esse ângulo é poliaxial né então a a a capacidade de movimento ã do femor na no acetábulo ela é poliaxial mas de qualquer forma isso é limitado pela estrutura
do acetábulo Ora se nós temos uma criança que começa a treinar movimentos amplos des dessa articulação ao longo do seu treinamento nós passamos a Gerar desgastes do rebordo desse sistema levando a esse fenômeno aqui que nós estamos vendo o que é que isso o que é que isso acarretará um aumento importante da amplitude do movimento alguém poderá dizer mas Álvaro isso pode gerar alguns processos de instabilidade articular num no primeiro momento a resposta é não E por quê Porque a musculatura estabilizadora dessa articulação é bastante forte provocada pelo próprio treinamento desse ginasta ou bailarina então
nós temos uma clara estabilização da articulação às custas da musculatura O problema é que ao longo da vida atlética ou artística dessa criança existe o atingimento do Ápice e depois o decaimento pelo próprio processo de envel mento de desempenho nesse caso existe perda de força muscular já quando o atleta tá abandonando o esporte e nesse caso passa a ocorrer a instabilização desse sistema resultando em que em Porém isso ocorre fundamentalmente na primeira infância no início da carreira esportiva ou artística pois bem um outro aspecto diz respeito à arquitetura muscular estamos agora falando de elasticidade muscular
Como assim a arquitetura muscular pois bem Quando falamos em sarcômeros aqui eu tenho uma representação esquemática de um sarcômero no momento em que nós temos o aumento desses sarcômeros na musculatura Esse aumento pode ocorrer de duas formas básicas ou pelo o aumento dos sarcômeros em série então nós vamos ter miofibrilas cada vez mais longas por colocar sarcômeros em série ou então sarcômeros em paralelo vejam que a quantidade total de proteína contrátil é a mesma no entanto aqui eu tenho um espessamento da miofibrila quando nós temos um fortalecimento da musculatura dessa forma nós temos uma diminuição
do comprimento da miofibrila e consequente ente uma diminuição da capacidade elástica muscular ora no caso contrário nós temos um aumento da capacidade elástica ora em que momentos nós temos cada uma dessas situações ou Em que situações nós temos cada uma dessas adaptações por exemplo no treinamento de força Aonde a excursão do movimento ou seja o arco do movimento de e força Ele é diminuído intencional ou não intencionalmente o que acaba acontecendo é um estímulo de força um estímulo de hipertrofia porém um estímulo que vai levar a acúmulo de sarcômeros em paralelo já se houver uma
orientação adequada sobre os arcos de movimento durante o treinamento de força não há qualquer justificativa para que haja esse processo nós manteremos o comprimento miofibrilar e nesse caso manteremos a elasticidade muscular Ou seja a arquitetura muscular e as adaptações decorrentes do treinamento sobre essa arquitetura são determinantes da elasticidade muscular que se atingirá ao longo do tempo um outro aspecto diz respeito à viscosidade do sarcoplasma viscosidade nós já discutimos anteriormente diz respeito ao atrito que os fluídos neste caso intracelulares exercem contra as proteínas e contra as paredes celulares ora o que o treinamento faz é diminuir
a viscosidade do sarcoplasma isso faz com que essas células musculares se tornem mais elásticas que seja mais fácil estirável vamos observar primeiro este vídeo o que está ocorrendo com essa bailarina repetindo ações balísticas e estirando neste exemplo a musculatura posterior de coxa junto com glúteo e toda a estrutura estabilizadora dessa articulação ora a cada ação a cada insistência o que existe é uma ativação do reflexo miotático isso quer dizer que em cada estiramento haverá consequentemente uma contração reflexa tracionando o segmento de volta paraa posição anterior ora Alguém poderia dizer mas essa técnica Então não é
eficiente aí é que tá ela é extremamente eficiente eficiente em especial para Que tipo de ação ações balísticas ações Aonde a demanda de flexibilidade a demanda de amplitude de movimento será balística não faz sentido treinarmos flexibilidade balística estaticamente Então quais são as respostas do treinamento de flexibilidade realizado estaticamente como essa atleta está fazendo aqui ela está pendendo o tronco à frente gerando um estiramento de posterior de coxa de forma semelhante ao que a bailarina anterior fazia porém neste caso estaticamente o que acontece é que ao ao estirar essa musculatura Eu tenho sim a ação do
reflexo miotático porém eu não permito o retorno do tronco à posição inicial nesse caso a contração gerada reflexamente será uma uma contração estática uma contração isométrica a consequência disso é uma elevação da tensão na musculatura e consequentemente para os tendões ativando quem o órgão tendinos de golge nesse caso o órgão tendinoso de golge dispara potenciais de ação que irão provocar a inibição da própria musculatura estirada ora nota-se claramente que quanto mais tempo se conserva se mantém a posição mais relaxamento da musculatura se obtém e mais ângulo maior amplitude de movimento se atinge esse esta é
portanto a técnica de alongamento estático é uma técnica extremamente útil para treinamento de flexibilidade para se obter ao longo do tempo maiores amplitudes de movimento entendidos esses aspectos dos mecanismos fisiológicos envolvidos nas duas técnicas de alongamento cabe uma pergunta para que se treina alongamento qual é a principal função Quais são os objetivos do treinamento de alongamento e claro dos ganhos de flexibilidade a partir deles ora o principal objetivo do treinamento de flexibilidade É permitir que determinados sejam realizados Que tipo de gestos Este é praticamente impossível se imaginar uma atleta de ginástica que não seja capaz
de realizar um gesto desses ou então este ou ainda este este por mais estranho que possa apcer este e também este gesto ora a flexibilidade que por exemplo tem é o que permite que ele faça um gesto dessa forma Alguém poderia dizer mas Álvaro se ele não tiver esta flexibilidade ao realizar esse gesto ele sofreria alguma lesão isso já foi estudado a pergunta do estudo é simples alongamento prevor a resposta também é simples não nesta metanálise de Herbert Gabriel e colaboradores publicada no british Medical Journal em 2002 estado é claro não há prevenção de dor
24 48 ou 72 horas após exercício com ou sem alongamento ou seja alongamento não previne dor muscular tardia de forma alguma bem mas a pergunta mais importante Talvez seja Será que alongamento previne lesão na mesma metanálise de Herbert a resposta é simples não não há essa prevenção em estudos de popo seja publicado 98 ou em 2000 o grupo alongamento e o grupo controle tiveram a mesma incidência de lesões ao longo de 80 dias de Treinamento Mas então qual é efetivamente a vantagem do alongamento é como já dito permitir que determinados gestos sejam realizados o gesto
do ginasta o gesto do nadador o gesto do jogador de futebol e assim por diante até mesmo gestos que para aquele que não é iniciado na área às vezes é um tanto quanto inesperado como por exemplo no vídeo a seguir Por que escolhi esse vídeo normalmente as pessoas não associam atletas de lançamento de D ou de disco ou outros atletas desse grau de potência com atletas flexíveis no entanto observem o grau de flexibilidade do ombro desse atleta esse atleta é um atleta do Reino Unido de Alto desempenho representante Olímpico com marcas próximas de 90 M
se ele não tivesse a flexibilidade que ele apresenta no ombro uma rotação externa brutal ele não conseguiria tal desempenho ora isso demanda Isso demonstra claramente a D treinamento de flexibilidade para essas articulações mas isso quer dizer que esse atleta terá menos lesões não os mecanismos de lesões via de regra não tem relação Direta com flexibilidade tem relação fundamentalmente com aspectos de descoordenação motora de aspectos relacionados a impactos aspectos relacionados a forças externas e não propriamente a capacidade muscular de resistir a determinados níveis de estiramento FX ilidade é para desempenho isso vale tanto para o atleta
de alto nível quanto para o sedentário quanto para aquele indivíduo que nós recebemos nas nossas clnicas nas nossas academias nos nossos clubes nas nossas escolas ora a flexibilidade para saúde desrespeito à manutenção de posturas confortáveis a manutenção de gestos de atividade de vida diário econômicos e assim por diante Estas são as razões pelas quais nós treinamos flexibilidade a mensagem final de nossa aula é a seguinte a flexibilidade é definida fundamentalmente pela mobilidade articular e pela elasticidade muscular o seu treinamento permite ganhos de amplitude de movimento que são fundamentais para atividades esportivas e de vida diária
gerando economia gerando movimentos de grande amplitude e assim por diante finalmente treinamento de flexibilidade até prova em contrário não previne nem lesões nem Dores pelo exercício pois bem Isto é o que tínhamos para hoje até a nossa próxima aula [Música]
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