No Resposta Católica de hoje, nós gostaríamos de responder à pergunta do Eduardo que gostaria de saber como é que uma pessoa pode se livrar do vício da masturbação. Pois bem, a pergunta é cabível, no entanto, é complexa, em primeiro lugar, é necessário dizer bem claro que em todas as circunstâncias, a masturbação é sempre considerada um pecado e esse é o ensinamento da Igreja ao longo dos séculos. O Catecismo da Igreja Católica atesta isso de forma inequívoca no nº 2352, onde coloca a masturbação como um pecado grave.
Bom, isto é o princípio geral, agora, num segundo momento, no parágrafo seguinte, o Catecismo começa a nos explicar que, embora a masturbação seja sempre, objetivamente grave, pode ser subjetivamente diferenciada, em que sentido? Ou seja, seria sempre um pecado, no entanto, para avaliar a situação do indivíduo nós temos que considerar uma série de coisas e é aqui que eu gostaria de comentar no aconselhamento de como se livrar desta questão do vício da masturbação porque trata-se disso, a palavra que foi usada na pergunta foi esta "vício", não é uma pessoa que se masturbou uma vez, mas uma pessoa que já está viciada. O Catecismo diz assim: "Para formar um justo juízo sobre a responsabilidade moral dos sujeitos e orientar a ação pastoral, dever-se-á levar em conta: número um" - eis aí a primeira coisa a ser enfrentada - "a maturidade afetiva", ou seja, a masturbação é um sintoma, quando a gente quer combater uma doença, nós temos que considerar que, na verdade, o sintoma deve ser combatido na sua raíz, ou seja, o que o Catecismo está dizendo aqui é que para as pessoas diferentes, a masturbação significa coisas diferentes, quando masturbação é uma expressão da imaturidade afetiva, o que é que deve ser combatida?
A imaturidade, ou seja, essa pessoa precisa entrar no mundo adulto e isso é bastante frequente, que as pessoas vivam essa realidade da masturbação como uma espécie de refúgio infantil, em que o mundo é cruel, o mundo é difícil, o mundo exige uma cruz, o mundo exige uma renúncia e, de repente, parece que existe essa oportunidade de um retorno, um retorno a um útero, a um momento de imersão num prazer, numa tentativa de fuga da realidade, por isso, a masturbação é sempre aquilo que é todo pecado, é uma promessa de uma felicidade que não se realiza, a masturbação deve ser, em primeiro lugar, desmascarada assim. Veja, nós precisamos nos lembrar que o principal órgão sexual que nós temos é o cérebro e é isto que o demônio usa, a arma principal que o demônio tem para nos arrastar para o pecado é uma mentira, é uma promessa e esta mentira é básica: promete uma felicidade, agora, esta felicidade que ele promete, ele não entrega, ele não dá, ou seja, não acontece. É importante nós nos darmos conta desta mentira básica para desmascara-la, para fazer com que a pessoa volte e crave os seus pés no chão da realidade.
Vejam, então, o que o Catecismo nos coloca diante disto: "uma imaturidade afetiva", uma vontade de voltar para a infância, parece estranho, mas aqui se encontra muitas a chave para a luta contra a masturbação em muitas pessoas. Depois ele fala "a força dos hábitos contraídos", uma pessoa se masturba há tanto tempo que vai perdendo a liberdade, mas exatamente isto pode ser um trampolim para sair da masturbação, ou seja, quando a pessoa se dá conta: "eu me tornei escravo, eu quero sair disso, eu quero me libertar, eu quero ser livre", porque é interessante: o pecado sempre acorrenta, o pecado sempre nos torna escravos e Cristo, Cristo veio para nos libertar, veio para nos dar essa liberdade. E como eu me livro?
Como eu recebo esta verdadeira libertação? Assumindo a Cruz de Cristo, por isso, a Cruz de Cristo quer nos libertar destas escravidões por uma razão muito simples: nós somos impotentes diante do mal. Santo Agostinho já tinha notado isso na sua própria vida, ou seja, o homem não tem força, não tem poder, não tem capacidade para vencer o pecado.
Havia um monge, Pelágio, que dizia: "Não, eu sou capaz de vencer o mal, Cristo só deu o exemplo, basta uma conscientização e eu já sou capaz de vencer", pois bem, a Igreja sempre rejeitou o pelagianismo, sempre rejeitou esta pretensão de que nós seremos capazes de vencer a maldade com nossas próprias forças. Cristo nos liberta, então, peça, eis um segundo momento muito importante para a libertação do vício da masturbação, o primeiro, a maturidade de cravar os pés no chão, é uma promessa falsa, de felicidade falsa, segundo, eu sou impotente diante desta mentira, então, peça, isso é bem concreto e real, peça o dom da castidade, se você pedir, suplicar, você receberá, mas é necessário pedir e é necessário pedir com sinceridade, pedir com força, pedir como quem acredita realmente. Aqui que está a grande realidade do pecado: o pecado sempre, de alguma forma, nos acorrenta e Cristo sempre nos liberta.
Terceira coisa que o Catecismo nos recorda, ele diz assim: "Existe também um estado de angústia e outros fatores psíquicos ou sociais". Vejam que o Catecismo faz uma lista de coisas para diminuir a culpabilidade da masturbação, mas exatamente esta lista que diminui a culpabilidade é uma lista interessantíssima porque ela bate uma radiografia do porquê as pessoas então estão escravas, entende, ou seja, se você está diante de um pecado grave e a sua culpa é menor é porque você está escravizado, então aqui nós temos o quê? Um estado de angústia, esse é o ponto que o Catecismo apresenta, mas por que eu me angustio?
A palavra angústia quer dizer essa realidade do aperto do coração, é necessário que você tenha uma visão mais ampla, saia deste mundo angusto, esse mundo apertadinho em que você começa a enxergar o céu, eis aqui a outra realidade muito positiva e objetivamente importante: meu irmão, a felicidade não é nessa terra, a felicidade é no céu. Vejam, as pessoas que caem em todo tipo de pecado, não só na masturbação, pecam porque querem ser felizes, pecam porque querem o paraíso aqui, pecam porque querem agora, já o paraíso e a felicidade perfeita, não é aqui, você está vivendo num mundo angusto, num mundo muito estreito e o resultado disso realmente é a angústia, porque quando você começa a ver que a felicidade que você almeja, a felicidade que você busca não está a disposição, você começa a se angustiar e quantas pessoas se masturbam por angústia, aflição e frustração, isso é uma coisa que nós encontramos no confessionário com muita frequência, quando você pergunta para o rapaz ou para a moça que está viciado em masturbação pergunta para ele, "escuta, mas e o custo benefício? Vale a pena o prazer que você está obtendo com aquilo que você está vivendo?
", a resposta muitíssimas vezes, de forma mais frequente do que nós podemos imaginar é não, ou seja, as pessoas já estão começando a chegar no absurdo do sexo sem prazer, no absurdo de que não alcançam o prazer que gostariam e se masturbam somente por frustração e angústia. Vejam, eu aqui fiz um panorama geral de um assunto muito delicado e muito amplo, porque a masturbação tem uma raiz e uma causa em cada pessoa diferente, aqui eu tentei, juntamente a partir desta linha do Catecismo, dizer uma coisa básica e eu vou resumir para você: primeiro, a masturbação é sempre objetivamente grave, mas existem pessoas que, infelizmente, estão escravizadas e a culpabilidade delas está cada vez menor, isso não diminui em nada a desgraça da masturbação, ou seja, um drogado é cada vez menos culpado de consumir droga e isso não diminui em nada a destruição que a droga causa na vida dele, você está entendendo, ou seja, a pessoa que é inveterado no pecado da masturbação tem uma liberdade cada vez menor e, no entanto, uma destruição cada vez maior no seu coração e na sua capacidade de amar, porque o sexo está ligado à nossa capacidade de amar e nós viemos a esse mundo para amar, então, o que fazer? Três coisas: desmascarar a mentira do inimigo, que promete uma felicidade que ele não dará; segundo: abraçar a Cruz de Cristo, isso quer dizer bem concretamente, fazer penitência, saber que Ele é o vencedor e pedir, suplicar, confiante Nele, que é vencedor, o dom, a graça da castidade, peçamos a graça da castidade, todos nós, todos nós, quem tem esse problema e quem não tem, precisamos pedir; terceiro: crer e esperar no céu, existe algo de desesperador numa pessoa que se entrega a um hábito solitário e cada vez mais sozinha usa uma energia que Deus deu para amar, para o outro, para abrir os horizontes, para nos abrir para o céu, usa aquela energia para se fechar no seu mundo angusto, sem horizontes e sem futuro.
Saiba: é no céu que nós teremos a felicidade, saia desta angústia, abrace sua Cruz, Deus não prometeu aqui o paraíso para ninguém, quem promete esse paraíso é o demônio e ele é mentiroso porque promete mas não entrega. Deus prometeu o paraíso no céu: "Vou preparar-vos um lugar", enquanto isso, abraçamos a Cruz, pedimos a castidade e derrotamos as mentiras do inimigo. Deus abençoe você.