[Música] Mariana correu pela rua, acenando e sorrindo para o mundo, pois hoje era seu primeiro dia no restaurante. Ela havia procurado tanto por esse emprego, e finalmente a sorte estava ao seu lado. Mesmo que fosse apenas como lavadora de pratos, não havia nada a temer; um emprego oficial significava que ela poderia tirar licença médica se seu filho ficasse doente, e o salário estável era um alívio para sua carteira quase vazia.
No entanto, sua empolgação desapareceu no momento em que ela cruzou o limiar do restaurante: o contraste entre o belo salão dos convidados e a cozinha era enorme. Uma montanha de pratos sujos a aguardava; o chão estava sujo, gotas de gordura e garçons apressados desorientavam completamente. Ela ficou hesitante na porta até que um gerente de aparência severa anotou e gritou: "Você é a nova lavadora de pratos?
" Mariana assentiu, e o homem disse severamente: "Por que está tão atrasada? A partir de amanhã, o trabalho começa às 7h. Não fique aí parada, troque rapidamente e mãos à obra!
E nada de moleza! " Ela rapidamente foi para a sala de utilidades. Vestiu um avental manchado, um gorro e luvas amarelas longas.
A partir daquele momento, o inferno começou. Ela passou dias inteiros lavando e esfregando panelas até brilharem e recarregando a máquina de lavar louça. Seus pés doíam e estavam inchados.
O pessoal experiente frequentemente zombava dela, dizendo: "Cuidado para não se desgastar demais, como a Cinderela. Você pode fugir amanhã. Acostume-se!
O trabalho aqui é duro. Mulheres mais fortes que você não duraram uma semana; você não vai durar muito. " Mariana permanecia em silêncio, trabalhando diligentemente, mesmo que suas forças estivessem se esvaindo.
Ela até adormecia no ônibus a caminho de casa, os olhos fechando de exaustão. Mariana olhava tristemente para suas mãos inchadas; a delicada manicure que ela havia feito ontem estava agora arruinada, e este era apenas o primeiro dia. No entanto, algumas gorjetas generosas no final do turno trouxeram alguma alegria.
Mariana comprou pão, leite para mingau e doces para seu filho, e foi buscá-lo na creche. Fábio correu alegremente para sua mãe, tagarelando o caminho todo: "Enquanto isso, certo? Eu preciso me acostumar.
Pelo menos não passaremos fome e pagaremos o aluguel em dia. Não estaremos sempre endividadas. A vida é dura; não temos ninguém em quem confiar além de nós mesmas.
" À noite, depois de colocar o filho na cama e ler uma história para ele, Mariana ficou acordada por muito tempo, tentando aliviar a dor em suas pernas doloridas, refletindo sobre sua vida. A infância de Mariana estava longe de ser feliz; criada por uma mãe solteira com um salário magro de balconista, elas viviam economizando. Ela nunca teve brinquedos ou roupas novas, sempre usava roupas de segunda mão, uma fonte constante de humilhação na escola.
Seus colegas de classe zombavam dela, enquanto os namorados recebiam telefones, scooters e skates nas festas. Ela só recebia chocolate e souvenirs baratos, e aquele nome, Mariana, ela o odiava. "Por que sua mãe escolheu esse nome?
" Havia apenas um consolo para seus estudos: sua memória excepcional a fazia se destacar na classe, ganhando elogios dos professores. No entanto, seus colegas de classe riam, dizendo: "Você é pobre, não pode nem pagar pelo almoço; não adianta tentar, a universidade não está em seu futuro. " Somente sua mãe acreditava nela, assegurando-lhe: "Não se preocupe, estou economizando dinheiro pouco a pouco.
Quando você se formar, terei uma quantia decente para sua educação. Quero que você seja mais feliz do que eu. " Mariana não foi ao baile de formatura porque não tinha um vestido bonito e não queria se envergonhar na frente dos colegas.
Além disso, sua mãe adoeceu. Ela tossiu por muito tempo, pensando que era bronquite, tentando antibióticos e remédios caseiros, mas sua condição piorou. Ela começou a comer mal, sempre parecia cansada e tinha febre persistente.
Quando finalmente foi ao médico e fez um raio-X, a notícia foi devastadora. Mariana chorou em segredo, encorajando sua mãe. Todo o dinheiro que ela havia economizado para a educação foi gasto em tratamentos.
Sua mãe fez rodadas de quimioterapia, mas seu corpo não aguentou. Sua mãe faleceu. Mariana ficou despedaçada, despreparada para as duras realidades da vida adulta e independente.
Sonhos de universidade permaneceram apenas sonhos; ela teve que aprender a sobreviver por conta própria. Foi quando Tiago cruzou seu caminho. Ela o ajudou a preparar sua defesa de diploma e logo sentimentos voltaram entre eles.
Tiago também não era rico, então eles procuraram empregos temporários juntos, até fazendo bicos como papel de parede para ganhar dinheiro extra. Embora seus encontros fossem simples, geralmente na casa de Mariana ou no parque, ela valorizava cada flor ou batom barato. Ela amava Tiago sinceramente e incondicionalmente.
No entanto, Tiago estava frustrado com sua vida empobrecida. Ele queria escapar dessa rotina e frequentemente reclamava: "Estou cansado de tudo isso. Depois que eu pegar meu diploma, o que vem depois?
Virar algum engenheiro na fábrica do meu pai e contar cada centavo novamente? Não posso ganhar o suficiente para um carro chique ou férias na costa do mar. Tenho que achar um jeito de ganhar na loteria.
Não vou me curvar ao trabalho até me aposentar. " "Planejava Mariana. " "Amor, por favor, não fique assim.
Não podemos fazer nada; é a vida. Todo mundo vive assim. Vamos nos casar, ter um filho e criá-lo juntos.
" "Isso não é verdadeira felicidade. Nós amamos um ao outro, e isso é o mais importante. " Mas Tiago não concordava.
"Eu não quero filhos agora. Nem todo mundo vive assim. Você não conhece outra vida além da televisão.
Quero luxo, carros caros. " Mariana, resignada, falou de um avô em uma aldeia distante, mas duvidava que ele fosse milionário. Inesperadamente, ela engravidou.
Tiago sugeriu um aborto por dificuldades financeiras, mas Mariana se recusou, decidida a seguir com a gravidez. Com a aproximação do parto, Tiago se afastou, envolvendo-se com outra mulher, mais velha e rica. "Não reconhecerei a criança, foi sua escolha," disse Tiago.
Deixando dinheiro para o parto, mas abandonando Mariana, ela, devastada, o confrontou. Mas Tiago saiu sem responder, deixando-a sozinha. Mariana enfrentou grandes dificuldades financeiras.
Descobriu um talento para costura, fazendo roupas para o filho, Fábio, e economizando como podia. Os vizinhos se perguntavam por que ela não usava fraldas descartáveis: "Sou contra, são prejudiciais", ela dizia, escondendo a realidade de sua situação financeira. Catherine, uma amiga de infância, ajudava como podia.
Fábio crescia forte e saudável. Aos 18 meses, Mariana o colocou na creche e começou a procurar emprego. Teve sorte e conseguiu uma vaga como lavadora de pratos.
Ela enfrentava tudo para garantir o bem-estar do filho. No trabalho, Mariana se destacava pela limpeza impecável, ganhando o respeito de todos. O diretor, impressionado, elogiou e ofereceu um bônus.
Daro, o administrador, era menos entusiasmado: "Não a elogie demais, ela tem um filho pequeno", mas Mariana continuava seu trabalho. "Se ele adoecer, talvez precisemos de um novo funcionário", disse Daro. Ele era universalmente detestado, e o sentimento era mútuo; mantinha a equipe sob medo, retinha gorjetas e frequentemente não pagava bônus.
A vida de Mariana tornou-se um pouco mais fácil, apesar do cansaço. Vitória, sempre disposta a cuidar de Fábio quando a creche estava fechada ou ele estava doente, era uma grande ajuda para a jovem mãe. Mariana não precisava tirar licença médica.
Um dia, durante o jantar, Bernardo contou à esposa, Carla, sobre a contratação de Mariana: "Ela é uma mãe solteira com um filho pequeno. No início, hesitei, pensando que ela poderia faltar muito, mas depois tive pena dela. Ela é tão doce, aberta e atraente, mesmo sem maquiagem.
Recentemente fiz uma inspeção na cozinha e fiquei impressionado com seu trabalho duro. " Carla ficou tensa ao ver o entusiasmo do marido ao falar sobre a lavadora de pratos; ela temia perder sua vida luxuosa. "Por que tanto entusiasmo?
", pensou ela, decidindo se livrar de Mariana para proteger seu estilo de vida. Mariana trabalhava diligentemente, sem saber que tinha se tornado inimiga da esposa do dono. Num dia de trabalho, Bernardo, todos no escritório, ele e Carla estavam lá, e ele anunciou que a caneta de ouro de Carla havia desaparecido.
"Vou ter que revistar um", disse Bernardo. O chefe protestou, defendendo sua equipe, mas Bernardo insistiu em começar com Mariana. Ele a elidou e assustada, esvaziou sua bolsa.
A caneta não estava lá. Mas de repente, Carla puxou o bolso de Mariana e a caneta caiu. "Você é uma ladra!
", exclamou Carla. Mariana tentou se defender, mas foi demitida. Mariana saiu chorando, sem emprego e sem dinheiro.
Carla a difamou ainda mais. No dia seguinte, Fábio acordou e encontrou a mãe chorando na cama. "Vou te proteger", disse ele.
Mariana sorriu entre lágrimas e disse que ficariam em casa. Então a campainha tocou. Mariana abriu a porta e viu um homem distinto, com óculos e uma pasta.
Ele perguntou se ela era Mariana. Ela assentiu, surpresa, enquanto Fábio se escondia atrás de suas pernas. Um homem entrou no corredor, abriu a pasta e disse: "Meu nome é Renato, sou o tabelião.
Seu avô Carlos deixou um testamento antes de falecer declarando que, após sua morte, sua casa seria transferida para você. Aqui estão todos os documentos do imóvel. Parabéns, você agora é a legítima proprietária.
" Mariana ficou atônita. "Meu avô faleceu há muito tempo, eu nem sabia de nada. Minha mãe nunca se comunicou com ele, e eu não sei o motivo.
Nunca o vi. Onde ele está enterrado? Você sabe?
", perguntou ela. O tabelião respondeu: "Seu avô faleceu há cerca de seis meses. Estávamos procurando você há muito tempo.
Ele nos deu um endereço completamente diferente e está enterrado no cemitério da cidade. " "Bem, preciso ir, tenho muito trabalho", segurando os documentos. Mariana refletiu sobre sua própria negligência, pois já era adulta e poderia ter procurado saber mais sobre seu avô.
Decidida, Mariana planejou visitar a casa e o túmulo do avô. Chegou a rota na Internet; era uma viagem de 40 minutos de carro. Deixou Fábio com a vizinha, Vitória, e partiu, levando café, sanduíches, uma lanterna e até um canivete.
Chegando lá, Mariana encontrou a casa em bom estado, embora o jardim estivesse descuidado e as janelas cobertas. Ela notou um caminho bem pisado e um cadeado moderno no portão. "Quem estaria morando aqui agora?
", pensou ela. Ao entrar na casa, sentiu um arrepio; tudo indicava que alguém estivera ali recentemente. Seguindo pegadas que levavam ao porão, ela ouviu gemidos abafados.
Superando o medo, desceu as escadas e encontrou um homem amarrado e ferido. "Oh meu Deus! Quem fez isso com você?
Aguente firme, tenho uma faca e vou tentar libertá-lo", disse ela, cortando as cordas. O homem, exausto, mal conseguia subir as escadas, mas com a ajuda de Mariana, chegaram ao andar de cima. Ela o deitou no sofá e ligou para a polícia e a ambulância.
O homem, tomando água e comendo um sanduíche, contou sua história: "Meu nome é Vinícius. Tenho um pequeno negócio de roupas. Meu melhor amigo, Gregório, tentou me matar.
Ele me trouxe aqui, me bateu e exigiu que eu transferisse a empresa para ele. Quando recusei, ele enlouqueceu e me golpeou na cabeça. Acordei amarrado e pensei que era meu fim.
Eu estava pronto para morrer, recitando orações e pedindo uma morte rápida. Sabia que ninguém me procuraria aqui. A casa parecia abandonada há muito tempo.
Não sei quanto tempo fiquei lá. Ouvi passos e tentei pedir ajuda, mas mal tinha forças. Felizmente, você ouviu.
Obrigado, você é meu anjo da guarda! " "Como se chama? ", Vinícius perguntou a Mariana, que se apresentou.
Ele tomou um gole de café, empalideceu, sentiu náuseas e desmaiou. Mariana procurou um kit de primeiros socorros, mas a ambulância chegou a tempo, seguida pela polícia. Os médicos prestaram os primeiros socorros e levaram Vinícius ao hospital.
Mariana foi à delegacia contar tudo e planejou visitar o hospital no dia seguinte. No dia seguinte, ela fez sopa, comprou mantimentos e foi visitar Vinícius. Ela.
. . Se preocupava muito com ele.
Entrou no quarto do hospital, e Vinícius sorriu ao vê-la, parecendo muito melhor. — Oi, trouxe sopa para você. Estou preocupada desde ontem — disse Mariana.
Vinícius agradeceu e contou sua história. Ele cresceu em um orfanato com seu melhor amigo, Gregório, que mais tarde tentou matá-lo por inveja. Vinícius foi adotado por um casal rico, tornou-se bem-sucedido nos negócios, mas nunca esqueceu Gregório, a quem contratou, mas foi traído.
Mariana compartilhou sua história de vida difícil: traição do noivo e perda recente do emprego. Vinícius a encorajou, chamando Thiago de tolo por trocá-la por dinheiro. — Eu então tive uma ideia: posso te levar uma máquina de costura e materiais para a vila.
Você pode costurar em casa e cuidar do seu filho. Comece com coisas simples. Se der certo, você pode fazer jaquetas e roupas infantis.
O que acha? Mariana agradeceu, animada com a proposta. — Obrigada, Vinícius.
Isso é uma saída! Eu sei costurar, meu filho é tranquilo, vai ficar bem. Podemos arrumar a casa do meu avô juntos.
Nós vamos lá todos os dias. Com lágrimas, ele tem adoecido com frequência. Além disso, posso alugar o apartamento, assim tenho uma renda extra.
Talvez, de fato, tudo é para o melhor. Cuide-se, vou começar a mudança devagar, com meu filho. — Posso passar amanhã?
Vinícius gentilmente pegou a mão dela e disse suavemente: — Você sabe, Mariana, você é incrível. Não desiste, ama seu filho e luta por ele. Você me salvou, e eu sinceramente quero agradecer e ajudá-la a se estabelecer nesta vida.
Acredite, os problemas ficaram para trás. Tudo vai dar certo. Venha amanhã com seu pequeno, quero conhecê-lo.
Graças à inesperada herança e ao encontro com Vinícius, a vida de Mariana começou a mudar gradualmente para melhor. Arrumou a casa e se mudou para lá com o filho. As condições de vida eram ideais: bastante lenha, um poço com água, um fogão sólido e móveis antigos, mais resistentes e confortáveis.
Fábio adorava a vila, correndo pelo quintal e comendo framboesas e maçãs doces. Mariana logo se conectou com os vizinhos, que estavam felizes por a casa não estar mais vazia. Taí, uma vizinha, compartilhou muitas histórias interessantes sobre o avô de Mariana e sua família.
Carlos era conhecido em toda a vila, trabalhou nos campos até os 70 anos, sua esposa, Magda, morreu cedo e ele criou sua filha Maria sozinho. Esperava que ela vivesse na vila, casasse e tivesse filhos, mas Maria quis ir para a cidade depois da escola. Carlos não perdoou Maria por voltar grávida e sem marido.
Ele morreu sozinho. Mariana visitou o túmulo do avô, arrumou e plantou flores. Ela chorou, pedindo perdão por não ter visitado e por não estar no funeral.
Taí consolou, dizendo que Carlos provavelmente estava feliz por ela estar vivendo em sua casa. O bisneto. Mariana se estabeleceu lentamente.
Ela e Fábio adotaram um cachorro que trouxe muita alegria. Vinícius se recuperou e começou a visitá-las frequentemente. Ele montou um espaço de trabalho para Mariana, trouxe uma máquina de costura e materiais.
Ela estava nervosa com seu primeiro pedido, mas as coisas correram bem e logo ela recebeu seu primeiro pagamento. Taís, observando Mariana e Vinícius, disse: — Você repetiu o destino da sua mãe. Deve ser difícil criar um filho sozinha, mas veja, há um pretendente que a visita, proeminente e decente.
Talvez vocês se deem bem. Mariana riu. — Imagina, Taís, ele é só meu amigo.
Vinícius, eu o salvei primeiro e agora ele está me ajudando, é só isso. Não sou o que ele precisa, com um filho de outra pessoa. Mas a mulher balançou a cabeça.
— Vivi muito e tenho certeza de que ele não se incomodaria com você assim, se não gostasse de você. Ele está apaixonado, tenho certeza, e os homens de verdade não se preocupam com filhos de outros, mas tolos acham até os próprios um fardo. Então, dê uma chance a esse pretendente.
Mariana refletiu sobre as palavras da mulher e começou a ver Vinícius de forma diferente. Ele frequentemente os visitava, interagindo alegremente com Fábio, trazendo brinquedos e guloseimas, e olhava para ela de forma intensa e um pouco triste. Na realidade, Vinícius também gostava de Mariana, mas estava convencido de que ela não era o que ele precisava, tendo um filho de outro homem.
Afinal, Thiago fugiu do próprio filho e agora queria criar o filho de outro. Hoje, Vinícius chegou muito tarde. Fábio já estava dormindo.
Mariana estava terminando de costurar um conjunto de roupas de cama e se preparando para dormir. Ficou surpresa com a visita dele; ela o convidou para entrar e começou a preparar algo na cozinha. — Você está tão tarde hoje e parece muito abatido.
O que aconteceu? Quer comer? Tenho sopa de frango.
Vinícius colocou silenciosamente uma garrafa de conhaque, limão, salsichas, queijo e frutas na mesa. — Você bebe comigo, por favor? Preciso disso agora; foi um dia difícil.
Colocaram Gregório na prisão e eu me encontrei com ele hoje. Você não pode imaginar como me sinto mal agora. Mariana entendeu tudo, trouxe copos, cortou a comida e eles beberam, beliscando limões.
Vinícius contou sua história; ele perguntou a Gregório por que o traiu e o que fez para ofendê-lo. Gregório respondeu com palavras que Vinícius não conseguiu repetir. Gregório nutria ressentimento desde o orfanato, quando Vinícius foi adotado e ele não.
Gregório via os presentes de Vinícius como subornos, embora fossem dados de coração. Agora, Gregório enfrentaria uma longa pena de prisão. Eles beberam um pouco mais e Mariana ficou bastante bêbada, pois nunca havia bebido bebidas fortes antes.
Vinícius se aproximou, abraçou-a fortemente e começou a beijá-la. Mariana sentiu uma reviravolta por dentro. — Eu te amo, querida.
Não quero ir embora. Posso ficar? Por favor, não me mande embora.
Me sinto tão bem com você e estou pronto para criar Fábio como meu próprio filho. Vamos tentar ser uma família, se é claro que você sente o mesmo por mim. Diga-me, você gosta de mim?
Lágrimas brotaram nos olhos de Mariana. Mariana. Ela concordou e disse, baixinho: "Eu concordo, também te amo.
Só tinha medo de dizer. " A partir daquele dia, Vinícius e Mariana começaram a viver juntos na casa de campo do avô dela. Surpreendentemente, Vinícius realmente gostava de estar lá; o ar era fresco, a tranquilidade, a liberdade.
Não era tão longe para ir trabalhar. À noite, eles pescavam juntos ou apenas sentavam-se à beira do rio. Eles eram absolutamente felizes.
Era um fim de semana comum; a família estava tomando café da manhã na cozinha. Fábio tentava imitar Vinícius em tudo. Às 8h, todos tomavam café com sanduíches, e Mariana admirava seus amados homens.
De repente, alguém bateu no portão. Ouviram-se sons de carro do outro lado do quintal. A surpresa!
Mariana foi abrir a porta e ficou atônita ao ver Bernardo, o diretor do restaurante, em sua porta, segurando um buquê de flores e um enorme bolo. Ele parecia nervoso e começou: "Bom dia, Mariana. Você mora bem longe; mal consegui te encontrar.
Vim pedir perdão. Admito que não entendi a situação na época e te demiti sem motivo. Te envergonhei.
Você não é culpada de nada. " Ele lhe entregou o buquê e o bolo. Ela o convidou para entrar e o serviu com chá aromático.
"Como descobriu? Sua esposa me acusou de ladra; foi uma desgraça. Ah, esse é meu noivo, Vinícius, e meu filho, Fábio", apresentou Mariana.
Bernardo começou a explicar: "Depois que te demiti, não acreditei que você tivesse roubado a caneta. Então, a faxineira me disse que viu minha esposa jogar a caneta para você, mas tinha medo de falar. Durante o escândalo, revisei as filmagens e era verdade.
Carla admitiu tudo; era ciúmes de você. Se quiser voltar, ficaria feliz; ninguém trabalhou tão bem quanto você. " Mariana sorriu e recusou: "Agora tenho um trabalho que amo.
Tudo acontece para o melhor. Obrigada por vir pedir desculpas, agora me sinto aliviada. " Bernardo parecia hesitar em dizer mais alguma coisa.
"Fale logo", disse ela, instigando-o. Bernardo tomou coragem: "Sua mãe foi meu primeiro amor. Tivemos um romance apaixonado na juventude; você é minha filha biológica.
" "Surpresa", Mariana questionou. "E onde você esteve todos esses anos? Pai, por que deixou mamãe?
O que quer agora? " Bernardo baixou os olhos: "Fui um péssimo pai. Sua mãe e eu nos amávamos, mas era jovem e meus pais eram contra.
Maria ficou ofendida e foi embora. Tentei encontrá-la, mas ela não deixou endereço. Casei, me divorciei, depois me casei com Carla, que só queria meu dinheiro.
Nunca tive filhos, embora sonhasse com isso. Não é desculpa, mas a vida passou. Agora, Fábio é meu neto de verdade; gostaria de cuidar dele.
" "Me perdoe", Mariana respondeu. "Desculpe, não estou pronta para falar sobre isso; preciso pensar. " Bernardo deixou seu cartão de negócios e disse: "Se quiser se comunicar, me ligue.
Você e Fábio são as pessoas mais queridas para mim. " Agora, após sua saída, Mariana caiu em lágrimas, indignada com a atitude dele. "Como ele pôde fazer isso?
Viveu a vida por prazer enquanto mamãe e eu vivíamos na pobreza. Mamãe morreu nos meus braços, e onde ele estava? Fiquei sozinha após o parto, sem apoio.
Onde estava meu pai, e agora ele aparece? " Vinícius ouviu em silêncio, balançando a cabeça, e respondeu: "Não fique tão chateada, meu amor. Sim, seu pai não te criou e não estava lá por você.
Você está certa sobre isso, mas veja por outra perspectiva. Você mesma me disse que sua mãe não se comunicava com o pai dela. Você não conheceu seu avô e se arrependeu muito, não é?
Agora está condenando Fábio ao mesmo destino. Por que ele fez algo errado? Por que um avô biológico não pode se comunicar com seu neto?
Eu mesmo sou órfão criado por pais adotivos; sou grato a eles, mas se minha mãe ou pai biológicos me encontrassem agora e se arrependessem, eu os perdoaria. Seu pai responderá pelos próprios pecados; não precisamos julgá-lo. Tente encontrar forças para perdoar as mágoas da infância, isso vai te fazer sentir melhor.
Dê uma segunda chance ao seu pai; todos merecem uma. " Bernardo parecia muito sincero, um homem decente na opinião de Vinícius, mas claro, a decisão era de Mariana. Por uma semana, ela lutou com seus pensamentos.
Lembrou-se da infância, da amada mãe, olhou para Fábio, e as palavras arrependidas do pai não saíam da sua cabeça. Finalmente, ela teve coragem de ligar para ele. "Oi, pai, estive pensando.
Quem se beneficiará se não nos comunicarmos? Venha nos visitar; Fábio e eu estamos ansiosos para te ver. " Bernardo respondeu com voz trêmula: "Obrigado, querida, estou a caminho.
" Mariana estava nervosa; ela e Vinícius prepararam um jantar delicioso e falaram para Fábio: "Seu avô vai chegar logo; ele nos procurou por muito tempo e quer ser seu amigo. " Fábio ficou animado e foi esperá-lo no portão. Quando Bernardo chegou, sorriu imediatamente ao ver o neto e lhe entregou um carro de controle remoto.
"Olá, Fábio, sou seu avô. Vim visitá-lo. Este é um presente meu para você.
Vamos ser amigos. " Eles se abraçaram, e Bernardo beijou a bochecha do neto. Mariana se aproximou, sorrindo e abraçando o pai.
"Olá, pai, vamos entrar; o jantar está pronto. Vamos nos conhecer de novo. " Eles tiveram um tempo emocionante juntos, conversando muito.
Bernardo se entrosou com o neto e com Vinícius. Mariana e Bernardo folhearam fotos de família, chorando juntos ao relembrar a mãe. O coração de Mariana se sentiu mais leve, e ela ficou feliz que o pai os tivesse encontrado.
Afinal, laços de sangue devem estar juntos. Desde aquele dia, a vida de todos mudou significativamente. Eles se tornaram uma família unida.
Bernardo ofereceu a Mariana um emprego como administradora do restaurante, mas ela recusou, querendo dedicar todo o tempo ao filho e a Vinícius. O avô encheu o neto de amor, comprando muitas coisas novas, montando um escorregador no quarto dele e levando-o à piscina, um lugar que Fábio adorava. Vinícius se mudou permanentemente para morar com Mariana.
Mariana, Vinícius reformou a casa e logo eles se casaram. Mariana finalmente encontrou sua felicidade na casa de seu avô; a casa ganhou vida, exalando uma aura especial de calma e conforto. Vinícius adotou Fábio e, sinceramente, o considerava seu próprio filho.
O pequeno começou a chamar Vinícius de pai. Um dia, o chefe da família levou todos à cidade para a clínica infantil, pois era a hora da vacinação de Fábio. O menino estava nervoso e assustado.
Mariana tentou acalmá-lo, mas quando chegou a vez deles, Fábio segurou a mão de Vinícius e disse: "Vou com o papai, não tenho medo com ele. " Eles entraram juntos no consultório médico e, poucos minutos depois, Vinícius saiu segurando a criança, que não estava chorando. "Veja, meu querido, que herói!
Nosso filho é o melhor! Bravo, seu pai, ele não chorou! " Mariana beijou Fábio e depois Vinícius.
Enquanto isso, um dos eletricistas, trabalhando na instalação de cabos de internet, observava a cena, os olhos em Mariana e examinando Vinícius e o menino. Era Tiago, que voltou para casa após o trabalho. Sua mãe lavava a louça e seu pai assistia futebol.
Tiago, indignado, exclamou: "Vocês sabem quem eu vi hoje? Mariana! Lembram?
Tudo perfeito para ela: marido rico e um filho! Meu filho que chama outro homem de pai! " Tentando-se por ter deixado Mariana e ido atrás de outra por causa do dinheiro, agora estava sozinho, arrependido por ter traído Mariana.
Seu pai respondeu com firmeza: "Você não amava a Mariana. Filho, eu nunca teria deixado sua mãe por nada. O dinheiro estava sempre na sua mente.
Não nos culpe pelos seus erros. " Tiago foi para o quarto, arrependido de ter traído Mariana. Enquanto isso, Mariana observava Vinícius cuidar amorosamente de Fábio e percebia o quão sortuda ela era.
Ele era tudo para ela: apoio, força, seu ombro forte e o melhor marido do mundo.