[Música] [Música] novamente o cavalo no pedrez Vicente marchava através da estrada vermelha e pedregosa orlada pela garia negra da Catinga morta os do animal pareciam tirar fogo nos seixos do caminho lagartixas davam carreirinhas intermitentes por cima das folhas secas do chão que estalavam como papel queimado o céu transparente que doía vibrava tremendo feito uma gaze repuxada Vicente sentia por toda parte uma impressão ressequida de calor e aspereza verde na monotonia cinzenta da paisagem só algum Joazeiro ainda escap a devastação da rama mas emal as pobres ávores apareciam lamentáveis mostrando os cotos dos Galhos como membros
amputados e a casca toda rasada em grandes zonas brancas e o chão que em outro tempo a sombra cobria era uma confusão desolada de galhos secos cuja agressividade Ainda mais se acentuava pelos Espinhos [Música] Raquel de Queiroz descreve assim em seu romance de estreia a tragédia do homem e da Terra no enfrentamento da seca o 15 além do sentido histórico é testemunho de quem ainda criança conheceu o retrato da Desolação e do sofrimento eu já tinha visto tanta ca eu vi 19 eu vi várias Sec quando escrevi o 15 em 39 eu já tinha um
grande currículo de secas tinha várias secas sabia perfeitamente que era uma seca e me quando a cerca eu nasci em 10 no final de 10 a cerca de 15 eu ainda tinha lembrança de Infância do pessoal pedindo esmola dos Campo do tal campo de concentração e em 19 que foi também seca eu já tinha 8 anos para 9 anos e assisti tudo e creio que os meus testemunhos de seca são mais da seca de 19 Raquel de Queiroz nasceu no dia 17 de novembro de 1910 na cidade de Fortaleza Ceará lá formou-se professora escreveu seu
primeiro Romance engajou-se na política e começou sua carreira de jornalista comunista troti quista primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras sua vida se assemelha à sua obra tanto pelo movimento quanto pela densidade eu tive uma infância feliz viajamos muito nos mudamos pro para o Rio depois pro Pará depois voltamos ao Seará e tinha três irmãos homens que que eram os meus companheiros tanto que eu era uma menina que não brincava de boneca porque não tinha com quem e depois é fui quando eu já tinha 16 anos e nasceu a minha última irmãzinha Maria
Luísa que foi com minha filha e que me deu dois netos filha de Daniel de Queiroz e cloti de Franklin de Queiroz Raquel lembra com orgulho de suas raízes na região do Quixadá e Beberibe meu pai era Bacharel era fazendeiro principalmente e a minha casa era uma casa de intelectuais tinha-se muito livro lia-se muito eu me criei num ambiente quando eu comecei a escrever não era de admirar porque era o meu ambiente normal de Alencar é parente por dois ou três lados da minha família minha mãe é Alencar de pai mãe avó avó tudo ela
não usava o nome usava Franklin do pai dela que também era Alencar mas já usava Franklin em 1917 fugindo de uma das piores secas que atingiu o Nordeste Raquel migra com a família meu pai era Bacharel não gostava de ser juiz e então foi tentar a vida vieram essas cercas grandes de de 19 etc ele então resolveu vir aqui pro rio onde ele tinha um irmão Professor queer Lima que era professor Universidade era irmão dele Ele veio para cá ele tinha estudado aqui no Rio mas não se não se colocou bem ele queria ser fazendeiro
mesmo resolveu ir pro Pará passamos dois anos no Pará lá ele voltou pro Ceará e disse Nunca mais vou sair do Ceará e na verdade não saiu mais de volta ao Ceará Raquel de Queiroz faz o curso de Magistério e começa a colaborar com jornais o impulso de escrever vem naturalmente quando você tem por te cantar e de tudo mais eu comecei a escrever coisinhas e o tinha um jornal no Ceará o Ceará que os diretor Júlio biapino era muito amigo de meu pai uma vez eu mandei uma carta pro jornal eles publicaram com grande
larido e me abriram as portas para escrever em jornal e eu até hoje não parei mais nunca trabalhei em redação de jornal não nunca trabalhe Não nunca trabalhei porque eu eu fazia colaboração era contos crônicas etc não precisava ir para jornal e eu nunca me interessei pelo trabalho jornalístico o dia a dia do [Música] jornal em 1929 após o lançamento de seu primeiro romance o 15 Raquel fica perplexa com a repercussão do livro eu fiquei nunca acreditei muito no Sucesso sempre achei que o sucesso é passageiro sempre tive a maior inquietação quanto a minha reputação
literária nunca tive a menor confiança quando o livro saiu aqui os críticos um tempo era era o quem era era lin não é o al veio depois era o o que meu Deus oão deí schmit Quem fez a maior onda comia a meu favor me lançando foi schmit ele ficava com o livro na porta da livaria chamando o pessoal para [Música] ver eu já era uma menina muito Lida porque a minha mãe era um intelectual Lia muito e Lia boas coisas meu pai Lia muito Lia eles eram Devotos doena de quiro de dos equivalentes de
forma que eu me criei numa casa de literatos numc ver não era uma novidade ler muito menos de forma que eu era familiar com toda essa gente com todos os bons escritores era era da era minha mãe minhas tias meu pai Lie lá o Essa era o Deus da casa Machado por exemplo eu por exemplo brigava muito com elas porque eu era mais machadiana machada aqueles Escritores da época anat eles Liam muito em francês também não Liam em inglês nesse tempo ninguém Lia em inglês era o Deus da mamãe eu traduzi por causa de mamãe
fiquei com traduzi uns três dost cada tiol durante quando eu vivi de fazer traduções eu traduzi muito aev meu pai tinha religião do essa de Queiroz lá em casa o essa de Queiroz era o autor Predileto nós pequenininhos já sabiam se que o escritor a gente dizia essa porque era era o escritor Predileto de meu pai de minha mãe de meu avô eram minhas tias tinha Beatriz tia Celina era o escritor direto o machado eu fui fui muito bem criada em matéria de escritores Eles só me davam para ler coisa [Música] boa eu era comunista
depois briguei com Os Comunistas descobri os trotskistas porque Os Comunistas eram muito burros muito muito fechadinho muito apertadinho e os squist tinham uma visão mais amplo o TR que era o o o puxador da corrente era um homem de grande talento e escrevia muito bem de forma que eu me passei muito cedo pros pristas e resultado é que eu sendo de esquerda de vez em quando me prendi mas eu não tinha nenhuma ligação com o Partido Comunista era isso que todos nós que começamos como comunista era essa estreiteza mental essa escravidão intelectual que o partido
existia que a gente não tolerava nós nos passamos nós éramos socialistas queríamos o comunismo o socialismo mas não queríamos esse pessoal então foi por isso que nós ficamos TR quistas quase todos sua inquietação gera o rompimento com o Partido Comunista é brigava muito com eles e a gente não se submetia era muito difícil conviver ou você era escravo deles ou não não era admitido eles não acreditavam não eles pensavam que era que era golpe político da gente que tava brigado com com partido ele disse não a senhora não venha com essa não que essa gente
de vez em quando aparecia um viha uma intimação pra gente depor era preso um amigo que eles queriam que fazer o encontro da gente com um amigo que ia preso de vez em quando eles pegavam mas de certa forma eram corteses Eu não me lembro de ter sofrido indignidade nenhuma Nas mão deles mas não deixou de ser atingida pela censura Ah isso sim artigo sim no Cruzeiro é curso censurava isso ele censurava mas era em geral antes do artigo sair quando saía eles não podiam fazer mais [Música] nada em 1939 muda-se definitivamente para o Rio
de Janeiro as mulheres eram minoria no meio literário mas sua condição feminina nunca a atrapalhou ao contrário esse negócio de ser um almocinho quase uma menina me ajudava muito eles todos que me ficavam me picando no grupo que eu andava já tinha muitas mulheres N Silveira emida já tinha muitas mulheres aqui no Rio noar tinha mes Eugênia Maria eugo Moreira Maria Eugênia Celso já tinha muita mulher eu sempre disse que fui muito paparicada esse negócio de ser mulher encontrar dificuldade é lenda A gente é muito paparicada os Escritores já eles não têm coragem uma mocinha
que tá começando eles ficam todos ajudando paparicando abrindo espaço eu sempre fui muito paparicado lá no Ceará era o Antônio Sales era o nosso mestre o nosso guru e aquelas pessoas em torno dele Jada de cavalho de rass menires etc e aqui no rio eu vi apresentada pro schi August Federico schi que era se tornou logo meu editor o Zé Olímpio Isto é o schi ainda não era editor mas já Tom fazia livros me fui apresentada ao zol que me propôs publicar o livro fiquei olí até eles morreram no passado atrasado nunca mudei de editor
e foi uma coisa muito fácil muito de camarada muito as rodas literárias não são fechadas não são herméticas e quando chega uma moça assim os homens TM Boa Vontade ensinam as coisas e elogiam eu não realmente não tive Calvário [Música] nenhum a ação intervencionista do estado aumenta e Getúlio Vargas centraliza o poder é a ditadura do estado novo Vargas cria o DIP departamento de imprensa e propag para fazer o controle ideológico dos meios de comunicação a ditadura Vargas era era mais no plano político a gente os amigos se encontravam a gente trabalhava a gente comia
zelinho tinha emprego giliano tinha emprego eu tinha as cidades são muito grandes e a gente o governo não tinha poder para interferir e saber com quem eu conversava se você vir na minha casa eles não podiam não tinham saudade para botar saudade na porta da casa da gente de todo toos nós todos os políticos porque tinha além o jul tinha mais inimizade com os políticos Democráticos comuns do que com os políticos de de esquerda que os políticos de esquerda não tinham poder e os políticos coms tinham tinham o seu eleitorado tinha sua influência e tinha
a sua força de forma que o inimigo do Getúlio eram mais eles do que nós nós éramos o sub inimigo e a gente se comportando bem não fazendo comício não não não soltando eles deixavam a gente em paz Parecia um polícia aqui vinha aqui fazia umas perguntas ia embora mas não atrapalhava muito a nossa vida eu era patrulhada pelo pessoal do partido mas o pessoal do partido não tinha poder dentro dos jornais para os estres assim como Zé lind giliano eu etc nos fazer a nossa caveira eles não tinham poder para isso durante a vigência
do estado novo Raquel de Queiroz escreve caminho de pedras literatura engajada de esquerda a inspiração foi é aquela eu nunca escrevi nada por conivência compartida o livro foi lançado pelo schmit schmit editou e o partido não era tempo do Getúlio O partido não tinha não abria o bico na imprensa de forma que eles nas costas da gente falava Mas eles era no tempo da da ditadura do Getúlio e eles não não tinham como não tinham exão tav na clandestinidade né é tavam na clandestinidade eles que gente que tinha a gente que tinha que manter lealdade
a eles para não parecer que a gente tava denunciando deles a gente tinha que manter o maior cuidado nós que não éramos mais do partido tínhamos que manter as melhores relações e tal para eles não nos acusarem da gente denunciá-los à polícia que ninguém era capaz de [Música] fazer Graciliano foi Talvez um dos meus maiores amigos eu conheci ou era casada nesse tempo com meu primeiro marido J Zé alto e fui morar em Maceó e lá Graciliano era diretor da instrução pública eu acho tinha um carro e garcilio se aproximou da gente era zelin que
estava lá zelin do Rego garcilio eu Zé al me marido éramos um grupo muito muito constante porque não tinha outras pessoas zelin fazendo aquelas loucuras dele que era o nosso estrelo de forma que não foi foi uma amizade natural que se prolongou até eles morrerem infelizmente morreram primeiro do que eu Graciliano era uma pessoa difícil mas era um terno Um carinhoso quando ele queria bem quando ele era amigo ninguém era um amigo mais delicado mais Gentil mais compreensivo do que a Graciliano quando nós começamos a ser comunista ele não era levava a gente na troça
ele ficou comunista depois e aquela prisão foi o que o amargurou mais mas nunca isso afetou as nossas relações eu já era tqu ista logo eu fiquei comquista muito cedo nunca houve debate ideó que na verdade eles não eram ideólogos nem Zé Olímpio nem nem nem giliano nem zelis Eram todos o que a gente era contra o Getúlio né contra o a ditadura aqui de forma que não não tínhamos assim uma ideologia política determinada a não ser éramos vagamente comunistas mas brigávamos muito com o partido que o pessoal do partido era muito burro muito fechado
e queria da gente uma submissão Cil eles por exemplo exigiram foram exigir de Graciliano ler o livro entre do Graciliano publicar celano não se submeteu eu não me submeti zel Lins que não era comunista foram querer ler o livro de Zé linas eles disse maior mal criações e Zé Olímpio que era o nosso editor comum nos defendia nos dava Guarida a todos nesse tempo eu já tava expulsa era traidora era isso era aquilo nessas brigas de Graciliano que a gente tem a fase de entusiasmo depois tem a fase de briga e a fase de de
de horror não é que eles são muito burros é uma coisa impressionante nós não gostava muito do Jango né de forma que derrubar o Jango Foi uma boa ideia e depois se não fosse o já derrubado do J não se tinha chegado depois a a a constituição a a consolidação da da Liberdade no país né o J foi a der derrubada do Jango e do jangu ismo que eram os que sobrava do Getúlio era a condição cinec para se poder voltar a um estado de direito [Música] [Música] normal após o gope militar de 64 que
depôs o presidente João Gular o General Castelo Branco assume o poder mas é na fazenda de sua conterrânea e amiga Raquel de Queiroz que encontra momentos de paz em Julho de 1967 alguns meses após passar a faixa a seu sucessor Castelo Branco morre em acidente aéreo saindo da Fazenda não me deixes ele era um homem muito inteligente extremamente lido e curiosamente um espírito muito aberto ele não era aquele sujeito é fascista aquele sujeito é comunista ele era ele era muito inteligente a nossa conversa era mais e descobrimos que éramos parentes lá da Alencar Humberto de
Alencar Castelo Branco eu minha mãe família e minha mãe é toda lem cá de forma que que que a nossa conversa era era mais de de de amizade de visita me dava muito com a Argentina eu era grande amigo do presidente o branco e tal mas se vocês verem virem na minha pé de ofício Eu nunca tirei a menor vantagem o emprego comissão ou qualquer coisa de qualquer dos governos militares não mas eu também não fiz achei trava de de tratava deum alusão nenum não diga a gente se tratava de pên FR potência era uma
amizade de igual para igual é a gente não dava confiança a eles de pedir Eu nunca pedi uma coisa a um presidente e o castelo era nosso amigo muito antese de ser presidente já era nosso amigo Presidente não ia brigar com a gente né o castelo era meu parente era meu parente nós éramos amigos muito antes dele ser o o o importante ele nós o conhecemos já General mas o na na sabíamos ele dis ele que descobriu que era meu parente e a gente brincava se chamava de primo e mas ele quando ele vinha nos
visitar ou eu era muito amigo dele meu marido vinha nos visitar mas ele estava sempre por aí com anos por aí quando ele veio morar no Rio já foi nesse tempo mais adiantado a fazenda Junco Era a fazenda de meu pai o não me deixes era um prolongamento do Junco que quando mamãe morreu nós dividimos a fazenda que era muito muito grande com uma pra minha irmã que se chama Arizona a minha que eu que já tinha aquel a terra era chamada de não deixa nome muito antigo e e de forma que a o complexo
papai tinha muita terra de forma que deixou dividiu entre os filhos e nós já na verdade a casa velha do jun que ficou com o meu irmão Roberto que era o mais velho que era o juiz era que era o símbolo da da fazenda para nós e lá quando eu herdei o n me deixa uma mãe morreu eu fui com oama com meu marido para lá fizemos casa fizemos tijolo mon situamos a fazenda como se diz lá de acordo dos parâmetros lá da terra não me deixes é o nome do mais recente livro de Raquel
de receita tu não me deixes é que eu é de receita que eu trouxe de lá da minha fazenda e é um livro de de culinária é a senhora gosta muito de cozinhe eu sou muito boa sou muito melhor cozinheiro do que escritor sua melhor receita Ah não sei É isso aí é é coisa [Música] [Música] profissional em seu romance O Memorial de Maria Moura escrito em 1992 Raquel de Queiroz retrata a tradição feminina no norde pensando tipos que encontrou na vida real você escreve um romance você não pode inventar pessoas não é então você
eu num personagem eu boto um tique seu outro de fulaninho as pessoas são criadas por você são criações Mas a gente não inventou o ser humano Então tem que copiar um tick de uma pessoa que você lembra um é sempre assim é da vida real mas não é retrato real adaptado para a televisão em formato de minissérie O Memorial de Maria Moura não agradou a escritora não não foi bom a a televisão é muito ruim para pelo menos para você autor porque ela não não vê com seus olhos o personagem não vê com sua com
sua memória a história de forma que eles pegam o personagem a história e a televisão é muito imediata de forma que eles façam aquilo e você eles você nunca mesmo não sendo livro seu um livro que você ama você fica às vezes revoltado com com o que faz na televisão eles fizeram pouca coisa fizeram parte sim e a a moça que fazia Maria amor ela tava muito boa que é a glória filhos ela tava muito boa e foi uma coisa uma pequena foi só uma inspiração eles usaram mais o nome do que a história aliás
como televisão costuma gente que tem que escrever tudo para eles quando eles querem qualquer tema qualquer tratar ou vem um escritor profissional como eu ou vem que eles pagam que eles que eles sustentam como que eles se H uma coisa que defende quem escreve é a mídia né tanto a eletrônica como a jornal [Música] [Música] ele era meu amigo era seu amigo tinha sido com a revolução uma revolução que houve em 15 no Ceará ele era chefe por C era o inspirador e meu pai era um dos dos coronéis dos tenentes que que que brigaram
em 15 derrubaram o governador do Estado pintar o diabo é invad pintar o diabo papai era dens era de lá e o padre é um chefe Padre me recebia lá no Juazeiro eu fui duas vezes visitá-lo ele me recebia como uma filha querida mandar armar eu sentar conversando com ele uma rede especial que ele tinha ganho de não sei de quem e depois me deu a rede primeiro ele não era ignorante tinha toda a cultura que ele pode receber o seminário nesse tempo era muito mais exigente era um homem de cultura que não era ignorante
e que não não não promovia a ignorância do povo a adoração do Povo ele se irritava até ele ele gostava naturalmente de ser aquele praticamente aquele Deus nãoé a gente é humano mas ele não se não se edav com isso e adorava conversar de temas que não fossem locais ou religiosos comigo ele gostava muito de mim que eu contar me lembro quando eu fui a primeira vez da Europa depois eu fui ele eu tive que contar ele tudo que eu tinha visto que ele tinha estado na Europa mas antes da guerra né da dessa última
grande guerra então eu contar para ele como é que estava Paris que não tinha não tinham bombardeado isso não tinham bombardeado aquilo ele queria ele me me confessou sobre o estado da Europa ele gostava muito de mim não há muita explicação porque que as pessoas se transformam num mito Mas ele foi ser Vigário lá na em Juazeiro e era muito carioso e era muito Virtuoso ele nunca teve mulheres nunca teve casos nunca teve uma coisa reprel do ponto de vista pessoal na vida dele como padre né era extremamente caridoso na casa dele não tinha nada
a vida a casa dele era tão modesta quanto quase é de um cavouco era extremamente modesta a vida dele ele agora eu tenho impressão que ele gostava de ter o poder que ele tinha sobre os políticos porque ele às vezes dizia uma brincadeira uma coisa sobre os políticos porque o pessoal adorava ele era meu padrinho Padre Cícero Romão Batista era venerado como um santo em todo o Nordeste historiadores jornalistas e pesquisadores contam que em 12 de abril de 1926 Padre Cícero e o deputado Floro Bartolomeu contemplaram Lampião com a patente de Capitão legalista ord para
combater a coluna Prestes Raquel de Queiroz amiga e afilada de Padre Cícero conta uma nova versão ele não deu a patente a coluna Prestes era uma ameaça para todo Sertão todo mundo tinha medo do Prestes que que ele vinha fazer ele não armou o Lampião Lampião se armou o Lampião fazia maior era um sujeito que tendia de Publicidade era o lampeão e fazia o maior o maior rumor entorno e tudo mais o que o padre Ciso fez foi preparar o Joazeiro contra a coluna preste como todos os chefes políticos do interior do Nordeste prepararam pad
se preocupava muito com esse negócio de Cangaço negócio de matar não é verdade o Lampião podia dizer ele ia o Joazeiro mas não ia ver o FAD Ciso se fosse o FAD Ciso ia confessar ele botar ele de joelho se arrependendo dos seus pecados dis isso é absolutamente sincero e Virtuoso [Música] [Música] ela foi a primeira mulher a usar o fardão da Academia Brasileira de Letras foi Eleita em 1977 na sucessão de Cândido Mota filho todos eram meus amigos quando eles i a gente tava na rua conversando no butiquinho a hora de ir pra academia
Adonias todo mundo ia pra academia eu me deixar no meu carro porque eu não podia ir com eles nunca assumi o negócio de ser mulher representante da Muler representante da feminina não mulher é um bicho muito traiçoeiro muito esquisito eu nunca me associei muito com mulheres não a gente tem você sabe né a gente tem muito mais amigos hom do que mulheres as mulheres gente sempre elas estão com pé atrás [Música] confesso que eu nunca gostei muito de escrever a gente escreve é uma certa uma certa imposição íntima você tem de noite você tá acordado
de su fundo insônia então começa de repente começa a pensar uma história antes de eu escrever já pensava as histórias e tal de manhã às vezes levanta quando a coisa é boa você se levanta e vai escrever aquilo toma nota pelo meno para não perder Ah se eu não sei eu acho que você nasce com aquela vocação tem que ter a vocação não é se não tivesse eu dava para bordar para para outras coisas escrever não é prazeroso escrever é cansativo e imperioso não é que não é prazeroso eu se eu morrer agora você me
encontra uma página nova aqui na aqui dentro de casa que el não tenha sido vendida e revendida eu tenho uma preguiça horrível de escrever eu escrevo um artigo por semana porque eu preciso do dinheiro do artigo né Toda semana eu escrevo por Estadão que distribui aí pelo resto do Brasil e não esqueo você se você pegar abre aquela minha secretária onde eu escrevo você não encontro uma folha um papelzinho uma coisa com nada escrito se eu quiser publicar alguma coisa inédita aqui eu não tenho Raquel confessa também o seu sentimento ao terminar de escrever um
livro [Música] alívio entreguei aí eu eu não le não releio logo e leva uns tempo sempre acabar o livro e entregar ao editor eu nunca conto ao editor que acabei o livro que ele começa a cobrar e eu ainda vou mexer muito nele e for que que é um segredo Zé Olimpo v a vez fuscar para ver que se eu tinha acabado uma coisa tava escondendo dele Zé Olímpo era meu irmão a gente se amava muito éramos muito amigos foi meu editor durante quanto Ele viveu foi meu [Música] editor eu acredito no ser humano sim
acredito no ser humano e acredito nessa centelha que o homem tem que faz ele criar civilizações inventar aventuras se atirar nos mar desconhecidos agora subir no espaço o homem é Um ser superior é um ser muito dotado eu tenho fé no homem e amo amo o homem eu não sei se é porque eu amo profundamente o Brasil eu tenho a maior Esperança qualquer eu vivo procurando os sinais de um progresso como eu imagino quando eu vejo esses meninos hoje são tão meus netos são tão sabidos falam inglês correntemente fazem isso fazem coisa que a gente
não fazia eu acho que a mocidade melhorou muito eu tenho uma muita confiança no Brasil acho que o Brasil vai longe demora ainda talvez mas vai longe é é um povo inteligente não sei eu sou de suspeita porque a gente é Brasileiro né mas mas eu gosto de brasileiro eu gosto de brasileiro o Brasil tá atravessando um momento até difícil a gente não tá vendo Grandes Homens apontando não é você tá tem algum quem é que seu ídolo agora quem é seu tá vazio o panorama tá muito vazio a classe governante é um fenômeno bom
tá se recebendo muito o os grupos inferiores então não há mais aquele aquele ambiente assim cultivado que a gente tinha nos Afonsos Arinos na casa deles né estão já esses ambientes assim já não tem mais então a a gente mas o povo tá melhorando muito você vê lá no sertão no interior se você não fizer uma escola pros meninos as mães vem praticamente existir de você quando eu est muito desgostosa com os políticos atuais eu vou ler um pouco do que foi no passado no século passado era pior era pior porque não tinha não era
tão desmascarado como a gente hoje tudo se descobre tudo se conta tudo se diz não de forma que eu achava que que acho que ainda foi pior [Música] [Música] é tão ruim ficar velho você não sabe como é ruim ficar velho você olha a sua cara sua carinha que era bonitinha tá cheia de ruga aqui seu cabelo vai ficando além de de branco fica duro fica ruim o seu corpo se deforma completamente fica velho muito perde os dentes é muito ruim ficar velho A gente devia viver 40 anos e aí morrer não é nov ainda
eu pensei que eu ia resistir mais ao contrário a belice tá me dando assim uma segurança primeiro a gente sabe que vai morrer O que é muito bom não é porque pensar que vai viver toda a vida é muito bom depois você não se apaixona mais você não tem aquelas coisas que desgastam E você fazendo acordo com a vida trabalhando vivendo um pouco dá para tirar Infelizmente não tenho fé não tenho orgulho disso tenho até vergonha confesso com tristeza não tenho fé gostaria de ter muitos amigos meus tinham fé a minha melhor amiga ala Frota
que morreu no desastre que morreu o Castelo Branco ela era muito religiosa eu diz vinha reza por nós duas porque mas eu ten eu me criei de forma que eu tenho aquela ternura aquela Eu nunca fui o antirreligioso eu não tenho fé porque Deus não me deu mas tem acho isso uma falha na minha personalidade e me faz muita falta quando eu passo por uma dor perco pai perco mãe perdi minha filhinha é terrível você não ter um um santo uma coisa que você se se acolha que é muito é muito solitário e muito triste
não ter fé eu espero que Deus me mande a fé um dia eu não tenho fé não acredito nem em Deus quando eu tenho um desespero uma coisa quando minha filhinha tava morrendo eu não tinha quem pedir nada só podia chorar é muito ruim quem tem uma fezinha pequenininha que possa cultivá-la a goi a du faça tudo pra sua fezinha render porque é um dos dons mais mais que mais auxilia que maiso quem não tem fé é uma pessoa infeliz não tem aspirações é muito ruim agora você também você tá entre esse dilema eu simular
que tenho fé não vou fazer isso eu tenho impressão que a gente que não tem não tem o o Sobrenatural em si e tal é como se tivesse um buraco na cabeça num falta uma Mas que que a gente vai fazer também saber sab fingindo que sou é muito é muito e é difícil eu eu nunca nunca escrevi uma palavra contra religião nunca escrevi uma coisa contra Padre fui educada no colégio de ju de caridade nunca n minhas memórias do colégio eu fiz fiz uma referência pouco amável asas que me educaram eu sou muito ligada
minha avó Raquel que era religios eu adorava ela de forma que eu eu tinha tudo pronto quem sabe que eu ainda tenho F dia [Música] und und und [Música] k [Música]