[Música] Oi pessoal então nosso encontro hoje é um encontro romântico né quer dizer hoje a gente vai falar sobre romantismo sobre estética romântica que vai acontecer no início do século XIX mas claro antes de falar sobre romantismo tem que entender porque a mudança né lembra que nosso último papo nós estamos no século XVI falando de neoc ismo Então como é que a gente chega aqui o que que acontece acho que importante ter em mente assim contexto histórico né Acho que o fato histórico relacionado aí com o surgimento do Romantismo Revolução Francesa quer dizer tu tem
um processo de ascensão da burguesia é uma classe social que vem correndo por fora desde o século XV né que acumula grana mas o poder político de fato ela ainda não tem e agora ela vai dar seu golpe fatal né Então tá ali ó a revolução francesa vai trazer o que a gente chama de fim do absolutismo é a a queda do rei o fim do absolutismo político e o fim do absolutismo estético por com a ascensão dessa classe social eh vai vão se impor também na sociedade os valores dela né os seus o seu
gosto os seus interesses dos valores burgueses eu acho que a palavra que melhor defino é liberalismo liberalismo político O Liberal li ismo econômico a a livre concorrência a livre iniciativa um um liberalismo social a diminuição das Barreiras sociais principalmente por essa burguesia né que agora pode casar com a nobreza né Eh um esse liberalismo social também vai se manifestar na educação isso é uma coisa boa né Eh o incentivo à alfabetização a criação de escolas isso tudo vai contribuir para surgir um novo público leitor e um novo público consumidor de arte e que esse público
não tem muito a ver com a com aquela arte que se fazia antes né o neoclassicismo que na verdade estava associado ao Gosto talvez de uma nobreza de uma então a necessidade do surgimento de uma nova estética e aí então vai acontecer o romantismo então assim ó o romantismo da o Vittor Hugo grande poeta francês disse né o romantismo nada mais é do que o liberalismo na arte então eu diria assim o romantismo é a arte da burguesia em ascensão é a arte que representa o gosto os valores e os interesses dessa classe social e
é feita para este público vamos dar uma olhadinha nas características que vocês vão entender bem direitinho ó a primeira delas é subjetivismo individualismo pensa assim né esse cara esse burguês ele não nasceu em berço splendido não tem tem sangue azul mas ele é o cara ele vai à luta ele vai montar o negócio dele e ele vai batalhar e ele vai crescer e ele vai acender Então o que conta sou eu é o indivíduo e a arte que reflete Isso é uma arte assentada né no individualismo no subjetivismo a gente fala em egocentrismo quer dizer
a arte deve ser a expressão do mundo interior do indivíduo da Sua percepção de mundo da sua concepção daí leva a uma certa liberdade de criação Claro tu vê no arcadismo é o neoclassicismo imitação dos clássicos então haviam padrões a serem seguidos no romantismo não porque o Romântico Vai dizer ass olha aqui ó poeta sou eu o artista sou eu e eu vou fazer o poema do jeito que eu quiser se eu quiser fazer um poema que não tem métrica que não tem rima problema meu A ideia é mais ou menos essa tá na verdade
a gente sabe que essa liberdade ela vai se concretizar mesmo no modernismo no início do século XX mas a proposta já está aqui né já começa assim o surgimento de algumas formas literárias diferenciadas enfim a gente já vai perceber uma certa Liberdade nesse sentido outra característica fundamental é o idealismo é romântico é um Idealista eh é sempre assim ó se as as coisas não estão exatamente como a gente quer a gente pensa nos ideais da Revolução Francesa é lindos né liberdade igualdade Fraternidade quer dizer acredita em mim que eu vou construir um mundo né melhor
é a gente sabe que o resultado não foi exatamente isso mas os ideais eram né perfeitos E e essa é a concepção do romântico quer dizer o mundo a minha volta não é exatamente o que eu quero mas através da fantasia e da imaginação eu vou projetar esse mundo ideal isso se manifesta no amor né o romântico busca sempre o o amor perfeito o amor ideal e obviamente o amor que não existe Claro porque no mundo prático né Tu sempre vai te deparar com com os problemas e o romântico ele acaba então Abrindo mão de
viver o amor para guardar aquela possibilidade de um amor român de um amor ideal Por isso que eu digo que o romântico é sempre meio desgraçado né ele sempre sofre ai ele ele vive amores impossíveis ele sempre se apaixona por quem não se apaixona por ele né Por quê Porque isso é como ele não pode vivenciar ele vai dizer não isso é perfeito é o ideal o idealismo se aparece também na própria construção dos personagens o herói romântico bom né os homens são lindos fortes corajosos Valentes honrados bem intencionados heróis né e a heroína hum
pura virgem angelical delicada perfeito né Pois é bom ah o idealismo se manifesta então de várias né várias formas agora num determinado momento o que vai incomodar também é perceber é tu te D conta que o mundo à tua volta não é né tão perfeito então ele acaba eh fugindo fugindo desse mundo entende através da fantasia da Imaginação a fuga da realidade ou evasão os românticos têm isso a fuga da realidade pode se dar assim eh tu escreve um romance que a história passa lá no Oriente tu nunca botou os pés lá né através da
fantasia da Imaginação tu recria aquele mundo ou então também no sentido mais subjetivo assim eu fugi eh na valorização do passado é o romântico adora isso a idade média o Cavaleiro medieval o mundo medieval era lindo perfeito né lá naquela época assim os homens eram honrados e reis e príncipes e cavalheiros né aqui nada uma valorização do passado passado histórico Idade Média valorização do passado individual a infância Ah daí tinha o Casimiro de Abril ai que saudades que eu tenho da aurora da minha vida da minha infância querida que os anos não trazem mais o
guri deve ter uns 16 ou 17 anos quando ele escreve esse poema e ele tem saudades dos 8 anos convenhamos né mas é o ideal romântico entende lá naquela época como eu não volto como eu não vivo aquilo de novo eu posso dizer lá era perfeito claro né gente o ideal ali o ideal tá sempre distante eu tô sempre em busca dele essa fuga da realidade leva também às vezes ao desejo de morte é o romântico tem isso né já que o mundo à minha volta não é o que eu quero talvez na morte eu
encontra eu encontre o amor verdadeiro né A Felicidade real então leva aquela coisa do namoro com a morte do desejo de morte isso vai aparecer basicamente na segunda geração que a gente já a gente fala em seguida então Eh fuga da realidade ou evasão uma característica importante que mais valorização da natureza é pro romântico a natureza ela é um elemento fundamental mas é um pouco diferente do árcade lembra que eu falei do pastor da pastora ali a natureza representava o equilíbrio a paz a tranquilidade o mundo né um mundo assim em perfeita paz e equilíbrio
pro romântico não o romântico a natureza é é a única que entende né as suas dores e as suas angústias a natureza representa o mundo interior intenso né então o o mar a fúria do mar ou das ou das dos Ventos Ele sempre vai usar isso para representar o seu mundo interior e a natureza ela se humaniza né ela é amiga do poeta ele conversa com os pássaros com as aves Então ela ela está presente mas de uma forma um pouco diferente do que acontecia eh nas outras estéticas né sentimentalismo sim os sentimentos nunca foram
tão cantados e valorizados quanto no romantismo né passa a ser a medida de interioridade quer dizer se antes a pessoa era Nobre porque era filho de nobre que era filho de Nobre né bom hoje ninguém mais é nobre Então como é que eu vou saber se a pessoa Ah pelos seus sentimentos aí a gente diz assim Fulano é nobre de sentimentos Nobre de coração quer dizer tu passa a avaliar pelos sentimentos isso a partir né do Romantismo Ok romantismo assim de uma forma geral vimos as características agora vamos ver como é que essa história chega
aqui no Brasil e aqui tem eh um dado bastante importante nós estamos eh no início do século X né e o Brasil vive uma mudança importante quer dizer Acho que primeiro dado é a vinda da família real né 1808 isso já vai trazer mudanças eh profundas na vida na colônia né tu já vai ter assim eh o desenvolvimento de uma vida cultural tu vai ter abertura do portos tu vai ter Banco do Brasil tu vai ter Biblioteca Nacional tu vai ter o incremento de uma vida né Eh aqui e aí logo em seguida 1822 a
proclamação da Independência bom esse é o Marco né Por porque agora nasce um país uma Pátria uma nação E aí a arte deve contribuir pra criação desse sentimento nacionalista porque afinal de contas agora se eu nasci aqui eu sou brasileiro nesse momento é claro que a arte Tem uma função fundamental né que é justamente contribuir pra criação desse sentimento eh nacionalista então o romantismo no Brasil ele vai também ter essa feição nacionalista a gente vai ter o indianismo Claro né gente como uma das características lembra valorização do passado o mundo medieval a gente não tem
eh mundo medieval eu olho para trás não tem nem rei nem rainha nem príncipe e aí eu vou dizer assim pô era muito melhor ter nascido na Europa né na França do que nascer no Brasil porque eu olho para trás eu descendo de quem de índio ah aí os autores românticos vão dizer não só um pouquinho né não é qualquer índio vejam que os nossos índios são nobres e corajosos e Valentes então o índio vai ser uma espécie de elemento fundador da nacionalidade vai ser o herói Nacional né Toda todo Pátria todo o país precisa
desse mito fundador e os românticos vão fazer isso a partir então Eh do indianismo a gente vai ter também regionalismo uma tentativa assim de de valorizar as diferentes regiões do Brasil né e a natureza é fundamental já é um elemento importante pro romântico e aí para esse país que tá nascendo bom tudo que a gente tem é mato né à vontade Araras E tucanas então esses poetas esses escritores eles vão valorizar isso né Eh e e e associando isso a a nossa ao sentimento de de nacionalismo bom então tá na verdade o romantismo cabe como
uma luva no momento histórico do Brasil né nesse momento assim de que o país está nascendo E aí então agora vamos falar um pouco sobre a poesia romântica aí nós dividimos eh em Três Gerações gente por uma questão didática facilita né lembrar então assim a primeira geração chamada de geração nacionalista claro né o início aquilo que eu tava dizendo a gente reim proclamou Independência Então são poetas que eh vão tratar de temas que contribuem para para esse para esse sentimento nacionalista e aí então nós vamos ter aqui por exemplo o Gonçalves de magalh Gonçalves de
Magalhães é considerado assim o primeiro autor romântico brasileiro mas o Gonçalves Dias não esse era o cara mesmo né Eh e se consolida a poesia brasileira poemas como canção do exílio que não tem como a gente não lembrar né minha terra tem palmeiras onde canto Sabi as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá talvez a maior declaração de amor a pátria o de elogio ao país né na canção do exílio do Gonçalves Dias também uma poesia indianista e aqui tem um texto vocês têm na apostila não deixem de olhar tem um texto fabuloso que
é o ijucapirama que que é um poema narrativo que conta a história né de um de um guerreiro que tem que ser sacrificado e e na hora da morte pensando no pai ele acaba se emocionando e chorando e quando eles vem que ele chorou acham que ele é covarde E aí ele perde a honra e da daquela morte através do sacrifício por quê Porque ele botou o amor né pelo pai em primeiro lugar é genial o Iuca pirama Então são dois exemplos do Gonçalves Dias que expressam essa poesia nacionalista então temas assim como a pátria
a natureza o índio estão Associados né a primeira geração geração nacionalista e o nome fundamental Gonçalves Dias na segunda geração é a geração conhecida como mal do século eu diria também os românticos mais românticos Porque na primeira geração Tu ainda tá voltado para temas como o índio a natureza a pátria questões externas romântico da segunda geração não a única coisa que conta é eu e o meu umbigo né as minhas dores as minhas angústias ele está centrar no seu mundo interior ele não tem compromisso ideológico ele é problemático na verdade assim ele não tem nenhum
compromisso ideológico né ele acha tudo um saco a vida dele Té porque nós estamos falando assim de jovens adolescentes burgueses que T grana No que diz respeito ao amor ah é um problema ele também nunca consegue vivenciar o amor porque ele quer sempre um amor perfeito então eu diria o seguinte a vida é um Téo ele se Prime e e e aí ele acaba se trancando dentro de casa apagando a luz e ó vida ó dor e por isso eh esse sentimento de tédio leva ao desejo de morte que é uma das características principais da
segunda geração éé tá ali ó é uma poesia basicamente confessional e marcada pelo sentimento de tristeza angústia vontade de morrer por isso essa coisa do mal do século né e o mais louco é que este poetas poetas jovens adolescentes ali como Álvares de Azevedo Casimiro de Abreu todos eles gente morreram muito cedo parecia uma praga né antes dos 21 anos então parece que eram amaldiçoados mesmo né perseguidos por essa ideia de morte Álvares de Azevedo um nome fundamental da segunda geração Talvez o mais ã o mais típico temáticas assim a vontade de morrer eh a
mulher sempre como um ser inatingível né como um anjo uma criança ou que está dormindo o amor nunca acontece nunca se concretiza porque ele tem medo ele tem medo das consequências ele tem medo de se decepcionar então ele cria essa aura né no Casimiro de Abreu mesma coisa Casimiro de Abreu também o amor que não se concretiza a mulher eh inatingível no Casimiro de Abril a gente tem também a temática da saudade que é talvez o o o o mais importante saudade da infância Meus 8 anos que eu comentei saudades da Pátria de casa da
família tá então são os temas recorrentes aqui e a gente tem também o Fagundes Varela que também se insere nessa geração é um caso um pouco diferente uma poesia um pouco mais eclética o fagundo Varela a gente vai encontrar eh uma temas da primeira da segunda e da terceira geração mas a gente costuma eh classificar ele na segunda ele tem um poema chamado do Calvário que é o poema mais conhecido que é uma obra fúnebre é um poema que fala sobre a morte do filho se insere na segunda geração e a terceira geração bom Aqui
é a chamada geração eh social ou condoreira quer dizer rompe um pouco com essa coisa do nacionalismo fista ou dessa temática tão subjetiva e se volta para as questões sociais até pelo momento histórico Tu já tem aqui momento eh movimento republicano movimento abolicionista E aí de repente um cara como castres que é o grande nome dessa geração vai dizer não é possível ficar só pensando no meu umbigo enquanto tem coisas importantes acontecendo e ele vai usar poesia dele para defender essas causas libertárias e humanitárias muda um pouco a linguagem porque claro que essa poesia já
não é mais uma poesia para tu ler trancado sozinho no teu quarto é uma poesia que tá tá sendo escrita para ser lida lá no comício na praça pública Então tem que ser uma coisa gritada né cheia de ponto de exclamação com imagens grandiosas a gente fala de uma linguagem condoreira grande eloquente Ah então por isso que é a linguagem que caracteriza essa terceira geração aliás ó a terceira geração a geração social também conhecida como condoreira por causa de um pássaro né o Castro Alves dizia a praça é do Povo assim como o céu é
do Condor dizendo que as pessoas deviam ir pra Praça se manifestar lutar pelos seus ideais né Assim como dominar o cenário assim como os pássaros dominavam os céus então daí vem a palavra eh condoreira bom voltando ao Castro Alves que é o o nome fundamental aqui é importante que vocês lembrem o seguinte duas coisas ele tem uma poesia social como eu falei condoreira poemas como Navio Negreiro Vozes da África são clássicos que que expressam né essa luta pela pela Liberdade mas ele como poeta ele tem também uma poesia que fala de amor e aqui também
é é um dado importante porque diferencia bem o Castro Alves das outras gerações vejam tanto quanto tanto na primeira quanto na segunda geração o amor é é sempre essa coisa do amor ideal de um amor que não se concretiza de uma mulher que é uma mulher inatingível inacessível bom castrovalva do Castro Alves apresenta eh uma mulher de carne osso Claro o amor é idealizado ele é um romântico mas o amor já se concretiza tu tem um certo erotismo né as mulheres elas aparecem como mulher de de carne e osso eu lembro de um um poema
que ele diz assim eh Adormecida que ela está deitada na rede encostada molemente com o roupão quase aberto e o cabelo solto e o pés os pés descalços do tapete rente quer dizer ele me mostra uma mulher e que parece que tá ali que e ela tá de cabelo solto Ela tá de pés descalço quer dizer a cena é uma cena bastante sensual para os padrões da época Então essa é uma mudança importante né que vai acontecer na poesia romântica e que aparece aí na poesia do Castro Alves pra gente fechar o souz Andrad eh
também se insere na terceira geração poeta um pouco diferente pela formação dele ele não tem uma formação europeia um cara que vai estudar nos Estados Unidos e ele já tem uma concepção um pouco diferente ele publica um livro chamado um poema chamado guz errante que apresenta uma visão um pouco mais crítica né da condição do índio eh um índio mutilado explorado pelo homem branco né então é uma visão diferente da Visão europeia e um poeta que na época não teve grande reconhecimento mas hoje né é uma leitura importante e é um nome também fundamental muito
bem a gente está revisando né então hoje revisamos o romantismo as características gerais e a poesia romântica primeira segunda e terceira geração Ok no nosso próximo encontro a gente fala sobre a prosa român Ok até a próxima siga o aula livre.net nas redes sociais e Fique por dentro de tudo que acontece em nossos cursos YouTube Twitter e Facebook aulalivre.net seu portal de cursos grátis