RIO GRANDE DO SUL | GEOGRAFIA E HISTÓRIA

Nesse vídeo vamos falar sobre a terra do churrasco, do chimarrão e da dupla grenal, um lugar que é repleto de belezas naturais e tem uma rica tradição cultural. Olá, meu nome é Ederson, seja muito bem-vindo a mais um vídeo aqui do canal Aprendiz Explorador e hoje vamos juntos conhecer um pouco da geografia e da história do estado do Rio Grande do Sul. Localizado na região Sul do país, o Rio Grande do Sul é o estado mais meridional do território nacional sendo que ele faz divisa com o estado de Santa Catarina e tem fronteiras com a Argentina e com o Uruguai, além de ser banhado pelo Oceano Atlântico.

Com uma área de 281. 748 km², o Rio Grande do Sul possui o maior território entre os estados da região sul e o 9º maior território entre todos os estados brasileiros, correspondendo a cerca de 3,3% da superfície do país. A título de comparação, o Rio Grande do Sul possui um território próximo ao tamanho do Equador.

Com aproximadamente 11. 500. 000 habitantes, o Rio Grande do Sul é o estado mais populoso da região sul e o 6º estado mais populoso do Brasil, correspondendo a cerca de 5,4% da população brasileira e vale dizer que ele possui uma população que é superior à de Portugal.

Quem nasce no Rio Grande do Sul é chamado de gaúcho, embora possa ser chamado de sul-rio-grandense, rio-grandense-do-sul ou simplesmente rio-grandense. O estado está hoje dividido em 497 municípios e estima-se que aproximadamente 85% da sua população reside em áreas urbanas. A sua capital e mais populosa cidade é Porto Alegre, que possui cerca de 1.

500. 000 habitantes, sendo hoje a 12ª cidade mais populosa do país. Juntamente com outros 33 municípios forma-se a Região Metropolitana de Porto Alegre, também conhecida como a Grande Porto Alegre que com cerca de 4,3 milhões de habitantes é a maior região metropolitana do Sul do Brasil e a quinta mais populosa do país.

Depois de Porto Alegre as cidades mais populosas do estado são Caxias do Sul, Canoas, Pelotas e Santa Maria e em termos de extensão territorial o maior município do estado é Alegrete, que possui uma área de mais de 7 mil km². O Rio Grande do Sul pode ser dividido em dois biomas que são a Mata Atlântica e a Pampa. O bioma da Mata Atlântica ocupa cerca de 37% do território gaúcho e fica localizado na parte norte do estado.

Esse bioma possui uma vegetação de médio e grande porte com a presença de várias espécies vegetais e animais. Já o Bioma Pampa, que no Brasil só ocorre no estado do Rio Grande do Sul, ocupa cerca de 63% do território gaúcho e consiste em um relevo pouco acidentado onde predomina uma vegetação rasteira formada por gramíneas e árvores de pequeno porte. O território do Rio Grande do Sul está localizado ao sul do Trópico de Capricórnio, na zona temperada sul do planeta e em função disso, o clima predominante no estado é o subtropical úmido, tendo as quatro estações do ano bem definidas.

As temperaturas médias anuais do estado ficam entre 14 e 22ºC, sendo que o verão pode ser bem quente e seco em alguns locais e o inverno pode ser bem rigoroso, registrando temperaturas próximas de zero ou até mesmo negativas. Algo que ocorre com frequência no Rio Grande do Sul durante o período do inverno é a formação de geadas e eventualmente podem ocorrer precipitações em forma de neve, principalmente na região serrana. O estado do Rio Grande do Sul possui vários rios, sendo que o maior deles é o rio Uruguai, que forma parte da sua divisa com o estado de Santa Catarina e toda a sua fronteira com a Argentina.

Outros grandes e importantes rios do estado são o Jacuí, Ijuí, Taquari e Pelotas. Além dos rios a rede hidrológica do estado também é formada por grandes lagoas e lagunas como o lago Guaíba que banha a cidade de Porto Alegre a Lagoa Mirim que é a maior lagoa do Brasil e a Lagoa dos Patos, que apesar do nome é na verdade uma laguna pois é formada por água salgada, sendo considerada como a maior laguna da América do Sul. Na época do descobrimento do Brasil pelos portugueses, a região que hoje forma o estado do Rio Grande do Sul, era habitada por vários grupos indígenas como os charruas, os minuanos e os guaranis.

No início do processo de colonização do Brasil, as terras da região sul não despertaram muito o interesse dos colonizadores europeus devido à ausência de metais preciosos e pelo seu clima mais frio, já que as geadas dificultavam o cultivo da cana-de-açúcar, que era o principal cultivo agrícola da época. Em razão do Tratado de Tordesilhas que dividiu as terras descobertas entre Portugal e Espanha, esse território pertenceu inicialmente ao império espanhol e no ano de 1626 os padres jesuítas espanhóis chegaram na região através da fronteira oeste dando início ao processo que ficou conhecido como as missões, que tinham por objetivo catequizar os indígenas. Durante o século XVIII, portugueses e espanhóis começaram uma disputa pelo controle da região e em 1737 os portugueses fundaram a cidade de Rio Grande, que é hoje a cidade mais antiga do estado do Rio Grande do Sul.

Esse conflito entre portugueses e espanhóis terminou em 1777 com a assinatura do Tratado de Santo Ildefonso, que garantiu a Portugal a posse do território que mais tarde se tornaria o estado do Rio Grande do Sul. Um dos fatores que fez Portugal interessar-se pela integração dessa região ao restante do Brasil colonial foi a necessidade do fornecimento de carne durante o período do ciclo do ouro o que incentivou a abertura de estradas que ligaram a região sul ao resto do país. O Rio Grande do Sul consolidou-se como um centro produtor de carne através da produção do charque que consistia em uma carne que era salgada e seca ao sol com o objetivo de conservá-la por mais tempo, possibilitando o seu transporte e comercialização para outras regiões do país.

Ao longo da história essa região foi palco de vários conflitos, como a Guerra da Cisplatina em 1825 e a Guerra do Paraguai em 1864 mas provavelmente o conflito mais lembrado na história do Rio Grande do Sul seja a Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha que foi o mais longo conflito civil do país, ocorrendo entre 1835 e 1845. As causas desse conflito foram a insatisfação dos estanceiros com os altos impostos que eram cobrados sobre o charque produzido na região e também com a escolha arbitrária de nomes para o cargo de presidente da província. Esse conflito também adquiriu um caráter separatista quando os estanceiros proclamaram a República Rio-Grandense, ou República de Piratini.

Um dos grandes nomes que liderou a luta dos farrapos foi Bento Gonçalves, que era um rico estanceiro e chegou a presidir a República Rio-Grandense. Outros nomes importantes no conflito foram o militar David Canabarro e o revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi. Após 10 anos de conflitos os farrapos foram derrotados e forçados a uma negociação que levou a assinatura do Tratado de Ponche Verde que oficializou a sua rendição, embora o governo imperial tenha aceitado vários termos impostos por eles como a anistia e integração dos envolvidos ao exército imperial e a taxação de maiores impostos ao charque estrangeiro.

A revolução Farroupilha teve um grande impacto na formação da identidade cultural do Rio Grande do Sul e de um sentimento separatista que existe até hoje. Anualmente, entre os dias 13 a 20 de setembro é comemorado no estado do Rio Grande do Sul a Semana Farroupilha que é um evento festivo da cultura gaúcha para homenagear os líderes dessa revolução. Durante a semana farroupilha os gaúchos costumam montar acampamentos, realizar desfiles, shows tradicionalistas e comemorar assando churrasco, tomando chimarrão e se pilchando que significa vestir-se a caráter com vestidos típicos para as mulheres, que são chamadas de prendas e o uso de bombacha, lenço, guaiaca e chapéu para os homens.

Outro conflito marcante e que teve um caráter separatista na região, foi a Revolução Federalista, que ocorreu entre os anos de 1893 e 1895 logo após a proclamação da república, expondo uma divisão entre os republicanos, que apoiavam o atual governo e os federalistas que defendiam mais autonomia aos estados e queriam derrubar o governo de Júlio de Castilhos que na época era o presidente do estado. Esse conflito acabou se estendendo aos estados de Santa Catarina e Paraná, sendo vencido pelos republicanos. Os federalistas ficaram conhecidos como Maragatos e eram identificados pelo uso de um lenço vermelho no pescoço enquanto que os republicanos foram chamados de pica-paus ou de Chimangos e eram identificados pelo uso de um lenço branco.

O Rio Grande do Sul possui hoje, uma rica diversidade cultural, que é resultado da miscigenação da cultura brasileira com povos indígenas juntamente com aspectos dos vizinhos argentinos e uruguaios além dos imigrantes vindos da Europa que ajudaram no processo de colonização e ocupação das terras do estado com destaque para os alemães que começaram a se estabelecer ao longo do Vale do Rio dos Sinos a partir de 1824 e os italianos que começaram a se estabelecer na região da Serra Gaúcha a partir de 1875. Atualmente o estado do Rio Grande do Sul possui a 4ª maior economia do país e tem uma economia diversificada que se baseia principalmente na agricultura, na pecuária, nos serviços e na indústria sendo que o estado apresenta um alto grau de industrialização, possuindo o maior polo produtor de calçados do Brasil, que fica na região do Vale dos Sinos e o segundo maior polo metal mecânico do país que fica em Caxias do Sul. Na agricultura o estado é hoje o terceiro maior produtor nacional de grãos, com destaque para a produção de arroz, trigo, soja e milho.

O estado também se destaca como um grande produtor de tabaco, de mel, de erva-mate e como o maior produtor nacional de uva e vinho, sendo responsável por cerca de 90% da produção brasileira. Na pecuária o estado destaca-se como um grande produtor de carnes, couros e lã. O Rio Grande do Sul também apresenta diversas opções de turismo.

No litoral possui praias como Capão da Canoa, Tramandaí e Torres que são as mais conhecidas do estado. Na região serrana existem muitos atrativos para os turistas, com destaque para os municípios que compõe o Vale dos Vinhedos e em especial as cidades de Gramado e Canela que são famosas pelo seu turismo de inverno e pelas decorações que realizam nas festas natalinas. Entre as belas paisagens do interior podemos citar o Cânion do Itaimbezinho que está localizado no Parque Nacional de Aparados da Serra em Cambará do Sul, sendo esse o maior cânion do Brasil as ruínas jesuítas de São Miguel das Missões que foram declaradas patrimônio da humanidade pela UNESCO em 1983 a cascata do Caracol em Canela e o Salto do Yucumã que é a maior queda de água longitudinal do mundo, localizada no município de Derrubas.

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